quarta-feira, 16 de setembro de 2020

Lição 12: Esdras e Neemias combatem o casamento misto

 



TEXTO ÁUREO

Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque,

 que sociedade tem a justiça com a injustiça?

 E que comunhão tem a luz

com as trevas?

 (2Co 6.14).


VERDADE PRÁTICA

O lar foi instituído por Deus para ser uma bênção, 

desde que seja observada a orientação

 divina na sua formação.

Esdras 9.1-4; Neemias 13.23-26; 9.38; 10.1,29,30.

Esdras 9

1 — Acabadas, pois, essas coisas, chegaram-se a mim os príncipes, dizendo: O povo de Israel, e os sacerdotes, e os levitas não se têm separado dos povos destas terras, seguindo as abominações dos cananeus, dos heteus, dos ferezeus, dos jebuseus, dos amonitas, dos moabitas, dos egípcios e dos amorreus,

2 — porque tomaram das suas filhas para si e para seus filhos, e assim se misturou a semente santa com os povos destas terras, e até a mão dos príncipes e magistrados foi a primeira nesta transgressão.

3 — E, ouvindo eu tal coisa, rasguei a minha veste e o meu manto, e arranquei os cabelos da minha cabeça e da minha barba, e me assentei atônito.

4 — Então, se ajuntaram a mim todos os que tremiam das palavras do Deus de Israel, por causa da transgressão dos do cativeiro; porém eu me fiquei assentado atônito até ao sacrifício da tarde.

Neemias 13

23 — Vi também, naqueles dias, judeus que tinham casado com mulheres asdoditas, amonitas e moabitas.

24 — E seus filhos falavam meio asdodita e não podiam falar judaico, senão segundo a língua de cada povo.

25 — E contendi com eles, e os amaldiçoei, e espanquei alguns deles, e lhes arranquei os cabelos, e os fiz jurar por Deus, dizendo: Não dareis mais vossas filhas a seus filhos e não tomareis mais suas filhas, nem para vossos filhos nem para vós mesmos.

26 — Porventura, não pecou nisso Salomão, rei de Israel, não havendo entre muitas nações rei semelhante a ele, e sendo amado de seu Deus, e pondo-o Deus rei sobre todo o Israel? E, contudo, as mulheres estranhas o fizeram pecar.

Neemias 9

38 — E, com tudo isso, fizemos um firme concerto e o escrevemos; e selaram-no os nossos príncipes, os nossos levitas e os nossos sacerdotes.

Neemias 10

1 — E os que selaram foram Neemias, o tirsata, filho de Hacalias, e Zedequias,

29 — firmemente aderiram a seus irmãos, os mais nobres de entre eles, e convieram num anátema e num juramento, de que andariam na Lei de Deus, que foi dada pelo ministério de Moisés, servo de Deus; e de que guardariam e cumpririam todos os mandamentos do SENHOR, nosso Senhor, e os seus juízos e os seus estatutos;

30 — e que não daríamos as nossas filhas aos povos da terra, nem tomaríamos as filhas deles para os nossos filhos;

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Abaixo os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com seus respectivos subtópicos.

  • I. Apresentar o combate de Esdras e Neemias com o casamento misto;
  • II. Explicar o porquê de um judeu não poder se casar com uma pagã;
  • III. Destacar a sobrevivência do povo judeu;
  • IV. Aconselhar a respeito do casamento de crentes;
  • V. Incentive a espera em Deus.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR

O casamento constitui o elemento de unidade do povo de Deus. Por isso, o Antigo Testamento proibia a união mista. Esta trazia uma cultura alheia a do povo de Deus e o consequente pecado de idolatria. A Bíblia menciona a idolatria do rei Salomão como influência clara da religião de suas esposas estrangeiras. Contra esse perigo que Esdras e Neemias se levantam, pois a prática de casamento mistos era comum no meio do povo. Israel não poderia ser reconstruído com o perigo de cair novamente na idolatria e violar sua identidade como povo de Deus. Por isso os líderes da reconstrução exortam ao povo a manter a pureza de seus princípios espirituais outorgados pela Lei de Deus.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Nesta lição iremos estudar o grave problema do casamento entre judeus e mulheres pagãs. Veremos a enérgica ação de Esdras e de Neemias para solucionar este problema, e também o que a Palavra de Deus diz sobre o assunto.

Na lei de Deus, aparece a ordem: “Não faças concerto com os moradores da terra, nem tomes das suas filhas para os teus filhos…” (Êx 34.11-16; Dt 7.3,4). Foi por este motivo que o sacerdote Esdras, conforme a leitura da nossa lição, ficou perplexo, quando tomou conhecimento de que o povo, depois de haver voltado do exílio, tomava mulheres dos povos gentílicos em redor, misturando a semente santa. O povo começou a seguir as abominações dos povos. Ele, então, chorou, rasgou os seus vestidos, e buscou com profunda dor a ajuda de Deus, reconhecendo que eles, com isto, haviam deixado os mandamentos, violando-os, aparentando-se com os povos destas abominações (Ed 9.1-14). O resultado deste movimento foi uma purificação e tomada de atitude firme em obediência à Palavra de Deus (Ed 10.1-13).

PONTO CENTRAL 

A união ilícita é um perigo espiritual.

Título: Os princípios divinos em tempos de crise — A reconstrução de Jerusalém e o avivamento espiritual como exemplos para os nossos dias

Comentarista: Eurico Bergstén

 



                     12 OS PERIGOS DO CASAMENTO MISTO

 Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? (2 Co 6.14)

O

 

cristão deve ser santo no namoro, no noivado e no casamento. Ao lermos o trecho citado anteriormente, percebemos que o jugo desigual é prova de infidelidade ao Senhor. No tempo de Neemias, o povo pecava indiscriminadamente, e muitos se aparentaram com pessoas que pertenciam aos povos rejeitados por Deus.

Quando o povo de Deus torna-se obstinado no caminho da desobediência à sua Palavra, corre o risco de ser castigado pelo Senhor com terríveis punições. Israel, em sua jornada em direção a Canaã, agiu de modo pecaminoso em várias ocasiões. E Deus disse a Moisés: "Tenho visto a este povo, e eis que é povo obstinado" (Êx 32.9; Dt9.13). Os cativeiros asrio e babilônico já haviam comprovado essa terrível constatação. Ao que parece, as bênçãos são esquecidas com facilidade e em pouco tempo, pois o povo tinha um certo fascínio pelo pecado.A ausência de Neemias por um espaço de tempo fez surgir um vácuo na liderança do povo de Judá. Surgiram desmandos, desvios e pecados, e isso comprova a assertiva de que o povo precisa de uma liderança. Os líderes podem tirar férias, mas a liderança não. O esta dista americano Thomas Jefferson disse: "O preço da liberdade é a eterna vigilância". Neste comentário, vamos meditar no que ocorreu quando o líder se fez ausente. Não foi por acaso que muitos israelitas se aparentaram com mulheres estranhas.

A ausência de Neemias fez com que as pessoas sentissem falta de uma liderança. Pouco a pouco as transgressões à lei de Deus foram sendo cometidas, e não havia a figura do líder para alertá-los e tomar as providências necessárias quanto aos desvios de comportamento. A união ilícita entre os israelitas e os filhos dos estrangeiros foi um dos piores pecados cometido pelos habitantes de Canaã. O terrível problema só foi corrigido quando o líder voltou a dirigir e orientar o povo.

Novamente a Mistura com Povos Estranhos Casamentos proibidos.

 Quando Deus tirou Israel do Egito, ordenou que ao chegarem à terra de Canaã não se misturassem com os povos estranhos por meio de casamentos mistos (Dt 7.1-4). No livro de Números vemos a determinação de Deus no caso específico das filhas de Zelofeade: "Esta é a palavra que o Senhor mandou acercadas filhas de Zelofeade, dizendo: Sejam por mulheres a quem bem parecer aos seus olhos, contanto que se casem na família da tribo de seu pai" (Nm 36.6).

Observemos que não só era proibido o casamento com pessoas de povos estranhos,mas também entre pessoas de tribos diferentes. E tudo isso por questões de herança.Cada tribo tinha o seu quinhão. Se alguém se casasse com pessoas de uma outra tribo, parte da herança iria para outro grupo por conta do matrimônio.

A proibição do casamento misto não fora revogada nem explícita nem tacitamente.Mas no tempo de Neemias, após a restauração dos muros e do próprio culto a Deus,novamente ele constatou que o povo desobedecera ao Senhor nesse aspecto. "Vi também, naqueles dias, judeus que tinham casado com mulheres asdoditas, amonitas emoabitas" (Ne 13.23).

Na dispensado da graça não há proibição de caráter racial ou nacional no que concerne ao casamento. Diz Paulo: "Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus" (G1 3.28).Mas há proibição para o envolvimento sentimental, emocional ou físico entre salvos em Cristo e pessoas descrentes. "Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel?"(2 Co 6.14,15).

Casamento com amonitas e moabitas.

 Quem eram as amonitas? Eram as descendentes do relacionamento incestuoso entre a filha mais nova de Ló com seu pai quando escaparam de Sodoma e Gomorra. Ló se deixou embriagar (Gn 19.35) e suas filhas tiveram relações sexuais com ele. Dessa união pecaminosa nasceu o filho mais novo de Ló, que tomou o nome de "Ben-Ami" e que pode ser traduzido como "filho de meu próprio pai". A Bíblia declara: "E a menor também teve um filho e chamou o seu nome Ben-Ami; este é o pai dos filhos de Amom, até o dia de hoje" (Gn 19.38). Trata-se de uma origem espúria e contrária às determinações do Senhor (veja Gn 19.35-38).

Quem eram as moabitas? Tinham a mesma origem. A filha mais velha de Ló também aproveitou o estado de embriaguez de seu pai e coabitou com ele. Foi mãe do primeiro filho de Ló após ele escapar da catástrofe de Sodoma e Gomorra. "E conceberam as duas filhas de Ló de seu pai. E teve a primogênita um filho e chamou o seu nome Moabe; este é o pai dos moabitas, até ao dia de hoje" (Gn 19.36,37).Uma das razões por que os filhos de Israel não podiam se casar com os amonitas emoabitas era pelo fato de serem "inimigos" de Israel. Quando os judeus se aproximaram de Canaã após a libertação do Egito, os amonitas e os amonitas aliaram-se aos povos adversários e, mais tarde, contribuíram para que Balaão amaldiçoasse o povo hebreu:"Nenhum amonita ou moabita entrará na congregação do Senhor; nem ainda a sua décima geração entrará na congregação do Senhor, eternamente. Porquanto não saíram com pão e água a receber-vos no caminho, quando safeis do Egito; c porquanto alugaram contra ti a Balaão, filho de Beor, de Petor, da Mesopotâmia, para te amaldiçoar" (Dt23.3,4).

Este último fato foi gravíssimo, entretanto não conseguiram derrotar Israel amaldiçoando-o. Mas conseguiram induzi-los ao relacionamento com mulheres estranhas, causando grande prejuízo ao povo judeu. Não obstante a interdição de Deus à entrada dos moabitas ao lugar sagrado do Templo, Ele abriu uma porta para que um a moabita fizesse parte da genealogia de Jesus.

Isso foi algo de valor inestimável e que excede à lógica e à compreensão humana.Rute, uma jovem senhora, viúva, acompanha sua sogra, Noemi, também viúva, no retorno a Israel. Parecia que a vida, na visão simplista, não sorrira para elas. O que duas viúvas fariam no meio do povo de Israel? Contudo, Deus não escreve certo por linhas tortas, como diz o ditado popular. Deus escreve certo, no lugar certo e no tempo certo na vida de cada pessoa.

 Numa verdadeira e linda história de amor, Rute, a moabita, casa-se com Boaz, um autêntico líder e servo de Deus. Contrariando todas as expectativas, Rute dá à luz Obede, que foi pai de Jessé e avô de Davi, de cuja linhagem nasceu Jesus, o Salvador do mundo (veja Rt 4.13-20)!

As Conseqüências sobre os Filhos

A família prejudicada pela mistura. Na maioria dos casos em que os pais sedes viam dos caminhos do Senhor e se misturam com pessoas que não professam a mesma fé, ocorrem sérios prejuízos para toda a família. No caso dos judeus que se casaram com moabitas, amonitas e asdoditas, houve graves conseqüências sobre a vida familiar. "E seus filhos falavam meio asdodita e não podiam falar judaico, senão segundo a língua de cada povo" (Ne 13.24). Nesta referência, há um destaque para a influência cultural das mulheres asdoditas, sobretudo na linguagem dos filhos dos judeus. Eles não falavam mais a linguagem de seus ancestrais. Naturalmente, os costumes dos asdoditas contaminaram a vida espiritual e social dos judeus.

A causa da proibição do casamento misto.

 Dentre os mandamentos, os estatutos e ordenanças determinados por Deus ao povo de Israel quando entraram na terra de Canaã, estava a solene e incisiva proibição de união entre os filhos de Israel e aquelas gentes. O Senhor disse: "... não farás com elas concerto, nem terás piedade delas; nem te aparentarás com elas; não darás tuas filhas a seus filhos e não tomarás suas filhas para teus filhos; pois elas fariam desviar teus filhos de mim, para que servissem a outros deuses; e a ira do Senhor se acenderia contra vós e depressa vos consumiria" (Dt 7.2-4 –grifo nosso).O texto citado declara que, ao se envolverem com estrangeiros, os israelitas correriam o risco de sofrer as conseqüências de sua escolha, pois a "ira do Senhor viria sobre eles".

Conhecemos jovens, filhas de pais evangélicos dedicados ao Senhor, que se deixaram levar pela sedução de rapazes incrédulos. Algumas apostataram da fé, ou seja,deixaram de servir a Deus para viver com o esposo. Infelizmente, há uma tendência sempre mais forte de o descrente fazer o crente se desviar.

O zelo irado do líder. Neemias governou Jerusalém durante 12 anos (444-432a.C.), e após a inauguração dos muros e a festa de sua dedicação, resolveu voltar à corte do rei, que era seu monarca e amigo. Deixou Jerusalém sob a responsabilidade da liderança administrativa e sacerdotal. Depois de doze anos, retornou à sua terra. Tamanha foi a sua tristeza ao se deparar, a começar pelos líderes, o povo voltando às práticas que lhes causaram tanto mal.

Dentre muitas coisas, o que mais causou indignação em Neemias foi a união ilícita entre judeus e os amonitas, moabitas e asdoditas. Neemias sentiu uma grande repulsa ao se defrontar com a rebeldia do povo. "E contendi com eles, e os amaldiçoei, e espanquei alguns deles, e lhes arranquei os cabelos, e os fiz jurar por Deus, dizendo: Não dareis mais vossas filhas a seus filhos e não tomareis mais suas filhas, nem para vossos filhos nem para vós mesmos" (Ne 13.25). Neemias sentiu-se tão insatisfeito com o cenário que avistou que agiu de maneira inconseqüente. Talvez, se isso acontecesse nos dias atuais,ele responderia a um processo.

Porventura, não está registrada na Bíblia a reação de Jesus quando, ao adentrar ao Templo, em Jerusalém, observou o mercantilismo e a profanação do lugar sagrado? O que Ele fez? "li entrou Jesus no templo de Deus, e expulsou todos os que vendiam e compravam no templo, e derribou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas. E disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração.Mas vós a tendes convertido em covil de ladrões" (Mt 21.12,13). Até o meigo Nazareno reagiu com excesso de rigor contra os que queriam fazer da casa de Deus "covil de ladrões!

Em muitos lugares, a "feira-livre" da fé é totalmente permitida por pastores ou líderes descuidados. Essa "feira-livre" ou esse "supermercado" da fé não está ao lado do templo ou em suas cercanias. E razoável que, em grandes eventos, empresários ou comerciantes cristãos exponham seus produtos. Contudo, o pior mercantilismo é aquele que ocupa o púlpito, realizado por "preletores" famosos ou "cantores celebridades".Estes manipulam a mente das pessoas incautas e levam-nas ao delírio dizendo estar vendo "nuvens de glória" e "anjos voando" pela igreja. Depois de toda a "preparação e indução psicológica", o clima está pronto para a "investida final". Chega o momento da"colheita". O povo é induzido a ofertar "tudo" para a "obra missionária do famoso pregador ou cantor-sumidade. Além dos "cachês", exigidos antecipadamente, o povo é levado a entregar cheques, dinheiro, jóias, relógios, alianças de casamento (o que é uma cinte), e o "grande homem" sai com os bolsos ou a mala recheada com o dinheiro dos ofertantes! De quem é a responsabilidade? Neemias responde: dos líderes que são ludibriados pelos empreiteiros do mercado evangélico. Como Jesus reagiria ante a calamidade moral que tem se abatido sobre tantas igrejas?

Inimigos, sempre inimigos. Quem eram as asdoditas? Eram habitantes da cidade de Asdode, uma das cinco grandes cidades dos filisteus (1 Sm 6.17). No período do Novo Testamento, chamou-se Azoto, onde Filipe batizou o eunuco da Etiópia.' Era uma cidade idólatra, sede do culto no deus Dagom (1 Sm 5.1-5). Nela o Deus de Israel pesou sua mão sobre seu povo e sobre seu Deus, quando, em guerra contra os judeus, os derrotaram e levaram a arca da aliança, símbolo maior da presença do Senhor entre seu povo. Pela desobediência, Israel foi fragorosamente derrotado, e a arca, levada com júbilo à casa do deus Dagom. Mas sua alegria durou muito pouco. Na manhã seguinte, a estátua de Dagom jazia caída diante da arca do Senhor. Posta em seu lugar, os seus adoradores viram, no outro dia, que Dagom estava sem cabeça e sem mãos. Era o claro sinal de que Jeová, o Todo-Poderoso não dá o seu lugar a nenhum falso deus! Durante o tempo em que a arca permaneceu em Asdode, houve grandes pragas e enfermidades sobre seu povo como juízos de Deus (1 Sm 5.6-12).

Por ocasião do recomeço da restauração dos muros de Jerusalém, lá estavam os asdoditas dando apoio aos cabeças da perseguição ao povo de Deus. "E sucedeu que,ouvindo Sambalate, e Tobias, e os arábios, e os amonitas, e os asdoditas que tanto ia crescendo a reparação dos muros de Jerusalém, que já as roturas se começavam a tapar,iraram-se sobremodo" (Ne 4.7). Lá estavam eles, sempre perseguindo e fazendo oposição para derribar a autoridade dos homens de Deus chamados para liderar seu povo. Em geral, inimigos são sempre inimigos.

Consequências na Vida Espiritual (Ele já Falou sobre isso)Desvio da vontade de Deus.

 A união mista é pecado, pois é desobediência a Deus."Porventura, não pecou nisso Salomão, rei de Israel, não havendo entre muitas nações rei semelhante a ele, e sendo amado de seu Deus, e pondo-o Deus rei sobre todo o Israel? E, contudo, as mulheres estranhas o fizeram pecar" (Ne 13.26). A determinação de Deus contra o casamento misto já era bem conhecida entre os hebreus. Quando da preparação para a entrada em Canaã, Deus disse: "... não darás tuas filhas a seus filhos e não tomarás suas filhas para teus filhos; pois elas fariam desviar teus filhos de mim, para que servissem a outros deuses; e a ira do Senhor se acenderia contra vós e depressa-vos consumiria" (Dt 7.3,4 - grifo nosso). 

Não há a menor dúvida quanto às conseqüências do casamento misto na vidaespiritual. Casamento é comunhão, união de interesses comuns, parceria e cumplicidade.

Perversão espiritual . Salomão é o exemplo mais patente das conseqüências da união mista. Ao que parece, ele "enlouqueceu" espiritualmente. Em um acesso de soberba e vaidade, resolveu mostrar ao mundo que era um rei muito poderoso e moderno para a sua época. Diz a Bíblia: "E o rei Salomão amou muitas mulheres estranhas, e isso além da filha de Faraó, moabitas, amonitas, edomitas, sidônias e heteias das nações de que o Senhor tinha dito aos filhos de Israel: Não entrareis a elas, e elas não entrarão a vós; de outra maneira, perverterão o vosso coração para seguirdes os seus deuses. A estas se uniu Salomão com amor" (1 Rs 11.1,2).

Seu pai, Davi, foi moderado em reunir belas mulheres em torno de si, mas mesmo assim cometeu o terrível pecado de adulterar com a mulher de um dos seus mais fiéis generais que lutavam pelo seu reino. E, como se não bastasse esse pecado, ainda mandou matar o esposo traído cometendo um crime hediondo. Confessou o seu pecado e escapou da morte, mas não escapou das terríveis conseqüências que sobrevieram sobre o seu reino.

Salomão, certamente, sabia da experiência negativa de seu próprio pai, contudo não se manteve fiel a Deus nesse aspecto. Muito pelo contrário, ultrapassou todos os limites do bom senso e do respeito às determinações de seu Deus. O resultado foi o pecado, o desvio e a perversão: "E tinha setecentas mulheres, princesas, e trezentas concubinas; e suas mulheres lhe perverteram o coração. Porque sucedeu que, no tempo da velhice de Salomão, suas mulheres lhe perverteram o coração para seguir outros deuses; e o seu coração não era perfeito para com o Senhor, seu Deus, como o coração de Davi, seu pai" (1 Rs 11.3,4). Esse comportamento foi muito prejudicial à vida espiritual de Salomão e da própria nação israelita, que viu seu rei unir-se a mulheres idolatras.

Idolatria. Salomão, além de desobedecer a Deus, acompanhava suas mulheres ao culto no altar dos deuses estranhos. "E Salomão andou em seguimento de Astarote,deusa dos sidônios, e em segui- mento de Milcom, a abominação dos amonitas" (1 Rs11.5). Construiu altares nos deuses de suas mulheres por solicitação delas (1 Rs 11.6-8). Não podemos afirmar isso, mas o texto bíblico que relata a perversão de Salomão noslã/ pensar que ele morreu desviado.

Sabemos que quando o crente em Jesus desobedece à sua Palavra e une-se a pessoas incrédulas, despreza a Deus e coloca o parceiro em primeiro lugar em seu coração. Isso é idolatria. Qualquer pessoa ou coisa que é colocada acima de Deus no coração é considerado um ídolo. 

Neemias não contemporizou com a desobediência. Contendeu com os transgressores usando palavras muito duras contra o cinismo de seus compatriotas. "E dar-vos-íamosnós ouvidos, para fazermos todo este grande mal, prevaricando contra o nosso Deus,casando com mulheres estranhas?" (Ne 13.26,27)

Desvalorizando o Sacerdócio

O genro de Sambalate. "Também um dos filhos de Joiada, filho de Eliasibe, o sumo sacerdote, era genro de Sambalate, o horonita, pelo que o afugentei de mim" (Ne 13.28). Podemos imaginar a que ponto chegara o desrespeito à lei de Deus quando um dos filhos do sumo sacerdote se casou com uma filha de Sambalate, o líder dos inimigos da restauração dos muros de Jerusalém. Neemias o afugentou de perto de si. Não queria ter comunhão com o filho do sacerdote que se aparentara com um dos maiores inimigos da sua nação. Isso fora o cúmulo da desvalorização da linhagem sacerdotal

O sacerdócio contaminado. A união mista proibida por Deus prejudicou a pureza necessária para os que desejavam pertencer ao grupo sacerdotal. Neemias orou pedindo a intervenção de Deus sobre tamanho desrespeito à unção que deveria marcar todos aqueles que foram chamados para o ministério sacerdotal. "Lembra-te deles, Deus meu, pois contaminaram o sacerdócio, como também o concerto do sacerdócio e dos levitas"(Ne 13.29).

A Restauração do Sacerdócio

A limpeza necessária. Ao retornar a Jerusalém, Neemias adotou algumas medidas na administração do sacerdócio. Ele sabia que jamais o povo teria a bênção de Deus se convivesse com pessoas que não tinham aliança com Deus. Em razão disso, adotou medidas antipáticas e impopulares. Sentiu o que o salmista sentiu tempos depois: "Poiso zelo da tua casa me devorou, c as afrontas dos que te afrontam caíram sobre mim" (SI69.9). A atitude de Neemias deve ter desagradado a muitas pessoas, mas destituiu das funções ministeriais e administrativas "todos os estranhos". Quem sabe não foi muito doloroso para ele e para as famílias dos demitidos, contudo Neemias foi um líder consciente de sua missão. Não fora chamado para agradar aos homens, mas para liderar o povo na obediência ao seu Deus. Pagou um preço alto, sem dúvida, mas foi fiel ao Senhor. Hoje, há líderes que, buscando os aplausos de muitos, numa visão de política eclesiástica, deixam de tomar medidas saneadoras no ministério.

As funções restauradas. Com a destituição dos indevidos ocupantes dos cargos na casa do Senhor, Neemias ficou livre para designar os ocupantes legítimos para as funções sacerdotais e administrativas. Para tal, teria que recrutar homens fiéis e idôneos(2 Tm 2.2). "Assim, os alimpei de todos os estranhos e designei os cargos dos sacerdotes e dos levitas, cada um na sua obra" (Ne 13.30). Funções de menor importância hierárquica também foram restauradas. Ele designou pessoas de confiança para o serviço logístico de providenciar as ofertas da lenha "para as prirnícias" (Ne13.31). Seu estado de espírito provavelmente estava tão angustiado diante das medidas drásticas que teve que tomar que orou a Deus: "Lembra-te de mim, Deus meu, para o bem" (Ne 13.31b).

O povo de Deus precisa ser santo. Isso é determinação divina: "Portanto, santificai-vos e sede santos, pois eu sou o Senhor, vosso Deus" (Lv 20.7). Essa separação decorre do processo da santificação. A igreja do Senhor é formada por "... um povo seu especial,zeloso de boas obras" (Tt 2.14). Israel fora chamado para ser um "reino sacerdotal", e não poderia contaminar-se por meio de uniões matrimoniais proibidas por Deus.

"Porque és povo santo ao Senhor, teu Deus, e o Senhor te escolheu de todos os povos que há sobre a face da terra, para lhes seres o seu povo próprio" (Dt 14.2). A igreja de Cristo deve ser formada por pessoas santas (1 Pe 1.15).

Reflexão

1.Por que Deus proibiu o casamento misto?

 Hoje, ainda há essa prática não aprovada por Deus?

2.O que acontece quando os pais se desviam dos caminhos do Senhor?

Que resultados podem vir sobre tais famílias?

3.O que exorta Paulo quanto ao casamento misto?

4.O que ocorreu a Salomão por causa do casamento misto?

                      LIVRO DE NEEMIAS INTEGRIDADE E CORAGEM

 Elinaldo Renovato

 



Esdras 9

A. A Trágica Notícia e a Oração de Esdras.

9:1-15. Quando Esdras foi consultado pelos governadores judeus em relação aos casamentos mistos contraídos nos últimos anos, ele foi tomado de tristeza, e sua profunda angústia trouxe a convicção do pecado a muitos corações. Sua grandiosa oração não continha pedidos de perdão, mas forneceu a devida atmosfera para a confissão e abandono do pecado da parte da congregação. Ele contrastou a lealdade divina com a desobediência de Israel, pela qual a nação merecera extinção. 1. Acabadas, pois, estas coisas. Provavelmente passaram diversos meses depois dos acontecimentos de 8:36, pois estamos agora no mês de dezembro (10:9). Vieram ter comigo os príncipes. Todas as classes sociais da nação estavam envolvidas neste recente pecado; mas uma vez que foram os príncipes que deram o exemplo (9:2), foram eles e não os sacerdotes que primeiro vieram ter com Esdras. Cinco das sete nações cananitas foram aqui relacionadas (Dt. 7:1; Atos 13:19), além de três outras. Esses povos pagãos da terra escaparam à deportação de Nabucodonosor

2. Assim se misturou a linhagem santa. Cons. Êxo. 19:5; Is. 6:13.

3. Arranquei os cabelos da cabeça. Rasgar a roupa era sinal de profunda aflição (Lev. 10:6; Is. 7:6); mas arrancar uma porção dos cabelos e barba era expressão de ira violenta e indignação moral (Is. 50:6; Ne. 13:25). Esdras percebeu claramente que por causa da santidade de Deus, pecado tão grave só poderia resultar em outro período de cativeiro.

4. Os que tremiam das palavras do Deus de Israel. Cons. 10:3; Is. 66:2, 5; Sl. 119:120, 161. A atitude de um homem para com a Palavra de Deus é um dos critérios definitivos para se medir a sua espiritualidade.

8. Agora por breve momento. Literalmente. Oitenta anos na Terra Santa pareciam um curto espaço de tempo quando comparados com os séculos de sofrimentos sob os assírios e babilônios (cons. Ne. 9:32).

Estabilidade no seu santo lugar. Cons. Is. 22: 23. O templo era como um ponto de referência que mantinha a comunidade unida. Para nos alumia os olhos, ó Deus nosso. Cons. Sl. 13: 3; I Sm. 14:27, 29.

9. Porque somos servos. Nenhum judeu bem instruído pensava que o Milênio já tivesse despontado quando o remanescente de Zorobabel retornou à Palestina (cons. Is. 14:1-3). Para que nos desse um muro de segurança em Judá e em Jerusalém. Muro aqui é figurativo. A palavra no hebraico gader significa muro ou cerca de vinha, construída para sua proteção (Is. 5:2,5). Uma vez que os reis da Pérsia os protegiam, eles eram num certo sentido um "muro" entre Judá e seus inimigos.


                     VI. Reformas Finais de Neemias. 13:1-30.

Neemias 13

O clímax das reformas do dia da dedicação chegou com a separação dos israelitas da multidão mista. Durante a longa ausência de Neemias de Judá, muitos abusos se infiltraram na vida da nação, tais como a aliança de Eliasibe com Tobias, o povo deixando de sustentar os levitas, a violação do sábado e os casamentos com pagãos. Mas com a ajuda de Deus, Neemias valentemente purificou a nação desses abusos, e estabeleceu novamente as devidas observâncias religiosas.

 1-3. Naquele dia. Presumivelmente no mesmo dia de 12: 44, e portanto o dia da dedicação. Os amonitas e os moabitas. Separação das nações pagãs foi o primeiro ponto enfatizado na aliança que o povo fizera antes (10:30). Os descendentes dos casamentos mistos com essas duas nações foram excluídos da congregação de Israel até a décima geração. Foi necessário que os judeus se lembrassem dessa lei, pois Tobias era amonita (2:19) e ele já forjara fortes alianças com destacadas famílias judias por meio do casamento (6:18; cons, 13:4-9). Assalariaram contra eles a Balaão. Fora um rei moabita que pagara a Balaão para amaldiçoar Israel (Nm. 22:2-6). Todo elemento misto (v. 3). Cons. Êx. 12: 38. Os descendentes dos casamentos mistos com egípcios e edomitas tinham permissão de participar plenamente da comunhão com Israel depois da terceira geração (Dt. 23:7, 8).

4-9. Antes disto. Veja observações sobre 12:27; 12:44. Eliasibe, sacerdote, ... se tinham aparentado com Tobias. A palavra aparentado significa parente chegado (Rute 2:20) e se refere literalmente a um laço de família existente entre os dois através de Mesulão, um sacerdote (Ne. 6:18; cons. 3:30). Durante a ausência de Neemias, Eliasibe cedera para Tobias uma câmara ponde no átrio do templo (vs. 5, 7-9), onde os dízimos e as ofertas da nação eram armazenados (12:44). Ali Tobias tinha um quarto mobiliado (v. 8), ou talvez um apartamento (observe o plural no v. 9), sempre que visitava Jerusalém. Mas quando isto aconteceu não estive em Jerusalém (v. 6). No ano de 432 A.C., depois de governar Judá por doze anos (5:14; cons. 2:6). Neemias retomara para junto do Rei Artaxerxes. Rei da Babilônia. Uma vez que a maioria dos judeus ainda se encontrava na Babilônia, e o próprio rei talvez se encontrasse lá naquela ocasião, Neemias usa o título mais restrito (veja observação sobre Ed. 6:22). Ao cabo de certo tempo. Neemias devia ter ficado ausente por diversos anos, pois os abusos que encontrou quando de sua volta, tiveram tempo de se espalhar por toda Judá (Ne. 13:10,15, 23). Considerando que Artaxerxes morreu em 423 A.C., Neemias deve ter retornado a Jerusalém em cerca de 425 A.C. É muito possível que Malaquias estivesse profetizando durante esse tempo (compare 13:12 com Mal. 3:8-10).

 10-14. Tinham fugido cada um para o seu campo. Apesar do juramento de 10:35-39 (cons. 12:47), os levitas (e presumivelmente muitos sacerdotes também) ficaram privados do sustento a que tinham direito (I Co. 9:8-14). Por causa disto tiveram de abandonar suas obrigações no templo a fim de ganharem seu sustento nas fazendas (Ne. 12:29). Então contendi com os magistrados (v. 11). Em obrigação dos chefes das comunidades verificar se os dízimos, etc., estavam sendo regularmente levados ao templo (cons. 17, 25). Ajuntei os levitas . . , e os restituí aos seus postos. Isto é, os levitas foram trazidos de suas aldeias e colocados novamente no cumprimento dos seus deveres.

 15-18. Enquanto visitava os distritos mais afastados de Judá, Neemias encontrou homens conspurcando o sábado com preparativos intensos para as vendas durante a próxima semana em Jerusalém (Amós 8:5). Esperou que levassem seus produtos a Jerusalém para vender, e então protestou contra eles. Pior do que isso eram os mercadores de Tiro que vendiam peixe seco e outros produtos para os judeus na província e em Jerusalém no dia do sábado, levando os judeus a violarem o juramento que tinham feito (Ne. 10:31a). Acaso não mor vossos pais assim? (v. 18). Sem dúvida Neemias tinha em mente a explícita advertência de Jr. 17:21-27, que não fora considerada, levando toda a nação ao desastre.

19-22. Ao pôr do sol, exatamente antes de começar o sábado, Neemias ordenou que as portas principais fossem fechadas. Presumivelmente durante o dia do sábado o povo tinha permissão de entrar e sair da cidade, mas a guarda do próprio Neemias (4:23) ficou de prontidão junto às portas para não permitir a entrada dos mercadores. Lançarei mão sobre vós (v. 21). Quando eles se opuseram a esta medida armando barracas do lado de fora da cidade, ele acabou com esta profanação do sábado ameaçando com medidas violentas (cons. v. 25). Depois de passada a crise, parece que ele substituiu a guarda especial pelos levitas (v. 22), que guardavam as portas e santificavam o sábado como dia santo acima dos dias comuns.

 23-27. Viajando até as fronteiras da província de Judá, Neemias descobriu judeus que há muito tinham se casado com mulheres das nações vizinhas, especialmente com asdoditas (uma cidade na Filístia), amonitas e moabitas. Isto, apesar das reformas que foram iniciadas por Esdras cerca de trinta anos antes, e apesar de decisões mais recentes de 10:30 e 13:1-3. Os filhos dessas uniões nem sabiam falar o hebraico puro. Neemias, reagindo à situação com o zelo que lhe era característico, discutiu com eles, chegando até a espancá-los (Dt. 25:2), arrancandolhes os cabelos (Is. 50:6) e fê-los jurar por Deus que não se casariam mais com estrangeiros. À luz de Ed. 10:19, provavelmente também insistiu que tais alianças não santificadas fossem dissolvidas. Embora aparentemente rudes, tais medidas eram absolutamente necessárias conforme a história veio comprovar. O triste caso de Salomão (cons. Ne. 12:45) pode ser aplicado a esta altura. Embora fosse único entre os reis (II Cr. 1:12; I Reis 3:12) e amado de Deus (II Sm. 12:24), esposas estrangeiras comprovaram-se ser o motivo de sua queda (I Reis 11:1-8),

 28, 29. Um dos filhos de Joiada . . . era genro de Sambalá. Sabemos de 12:22, 23 que Joanã era o filho mais velho de Joiada e o pai de Jadua. Joanã aparece nos papiros elefantinos como sumo sacerdote em 408 A.C. Portanto, aquele que se casou com a filha de Sambalá deve ter sido um irmão mais moço de Joanã, Este fato é importante, porque mostra que Joanã tinha, nesta ocasião, idade suficiente para ter filhos, dos quais Jadua era o mais velho, Veja observação sobre 12:22. Pelo que o afugentei de mim . . . pois contaminaram o sacerdócio. Este pecado mereceu menção especial, pois foi cometido contra os maiores privilégios. Casando-se com a filha de um estrangeiro, este filho do sumo sacerdote Joiada, descaradamente, desafiou a aliança de santidade de Deus com o sacerdócio araônico (Lv. 21:6-8, 14, 15), e assim mereceu amplamente o banimento da nação. Josefo (Antiq. 7, 8) fala de um certo Manassés, irmão do sumo sacerdote Jadua, nos dias de Alexandre, o Grande, que se casou com a filha de Sambalá. Quando as autoridades judias o excluíram do sacerdócio, Sambalá instalou-lhe um novo templo e um novo culto no Monte Gerizim, na Samaria. É verdade que tal templo rival foi mais tarde instalado (cons. Jo. 4:20), mas Josefo confundiu os fatos tentando ligar esse acontecimento com o episódio registrado em Ne. 13:28.

30, 31. Neemias resume suas grandes contribuições para o bemestar de sua nação. Negativamente, estrangeiros foram removidos das posições de honra em Israel; e positivamente, os sacerdotes e levitas foram reinstalados em suas devidas ocupações, e as diversas ofertas para o templo foram recomeçadas. Lembra-te de mim, Deus meu, para o meu bem. Cons. 5:19; 13:14, 22. Esta oração foi maravilhosamente respondida pelo Senhor, pois as memórias de Neemias formam parte permanente da Palavra de Deus.

                                           Esdras (Comentário Bíblico Moody)

 

                       

                            Esdras e Neemias

 - Serie Cultura Bíblica

Depois das obrigações diante de Deus, vêm aquelas que dizem respeito aos homens. As ordens do rei eram presumivelmente os docu­mentos que tinham Esdras como aquele que estava autorizado a admi­nistrar a lei judaica entre seus compatriotas nas várias regiões da provín­cia. Esta autoridade mais ampla, que se estendia além da área imediata em derredor de Jerusalém, foi mencionada em 7.25-26. A frase final deve corrigir qualquer impressão de que a missão de Esdras era puramente disciplinar. Sua intenção era construtiva, e a si­tuação revelada no capítulo seguinte, que exigiu medidas dolorosas, cla­ramente o tomaram de surpresa.

 Esdras 9.

O escândalo dos casamentos mistos 9.1-5.

A notícia é contada a Esdras 1 ,2 . Há um sabor marcante dos livros de Moisés na maneira  pela qual os casamentos mistos são denunciados a Esdras. A lista de po­ vos estrangeiros no v. 1, com seu som arcaico, relembra imediatamente a fileira de nomes que, com variações secundárias, tinha sido uma nota tônica das antigas promessas e advertências a respeito de Canaã.77

 Em especial, há uma semelhança deliberada com Êxodo 34.11-16 e Deuteronômio 7.1-4, onde listas que são marcantemente semelhantes a esta introduzem a proibição dos casamentos com estrangeiros.

Sendo assim, a campanha de Esdras para disseminar o conheci­mento da Escritura estava dando o furto característico da reforma, me­nos de cinco meses após a sua chegada (cf. 7.9 com 10.9). Lançara no­vas luzes, não somente sobre um mal que fora tolerado, como também sobre a alta vocação desta comunidade como linhagem santa78 (2) e co­mo herdeiros do Êxodo (reencenado, numa nova forma, nos seus pró­prios tempos: cf. Is 48.20-21). E sem Esdras induzi-los a isto, esta ver­dade raiara sobre os líderes que agora vieram em grupo até Esdras comum relatório que era novidade para ele. É também estranho que estes homens, os príncipes (Jãrím, o termo comum para os principais homens da nação), eram evidentemente os líderes estabelecidos que até agora tinham aceito as anomalias. Não era uma iniciativa dos recém-chegados,que seriam menos tentados a encobrir a questão.

3-5. A reação de Esdras foi típica dele. Era quase a inação, porém mais poderosa de que qualquer atividade precipitada, visto que levou ou­tras pessoas a tomarem as iniciativas que melhor poderiam vir delas. Os verbos sucessivos que se referem a ele neste episódio são quase todos deste tipo: verbos de aflição e de auto-rebaixamento, e de intercessão.

Matthew Henry, comentando Neemias 13.25, fez um contraste esme­rado entre Esdras e seu sucessor mais militante: Neemias arrancou os cabelos aos transgressores, Esdras arrancou os seus próprios. Para outra comparação entre eles, ver sobre 8.21-23, acima.

NEEMAS 10:14-30

14-27. Os chefes do povo são alistados predominantemente (tal­vez inteiramente) em termos das famílias que representavam; na reali­dade, os primeiros vinte e um nomes (de Parós até Magpias, 14-20a) se­guem de perto a lista em Esdras 2.3-30, com algumas poucas variações na ordem e na ortografia. Neemias, conforme será lembrado, usara aque­le documento para arrolar a sua comunidade (Ne 7.5).

Alguns dos de­mais vinte e três nomes, em 20-26, também apareceram como nome de pais, i.é, nomes de famílias, na lista de edificadores dos muros em Nee­mias 3.67 Das muitas famílias novas desde os tempos de Zorobabel(Ed 2), algumas provavelmente teriam surgido como ramificações dasmais antigas, e outras como chegadas mais recentemente.

10.28,29. O juramento geral de obediência

Este trecho retoma e esclarece a declaração feita em 9.38 pelo grupo inteiro e selada em prol dele pelos líderes. Fica completamen­te claro que todos, até mesmo as crianças menores que podiam com­preender (28c; cf. 8.12 e o comentário), participaram deste juramento(reforçado por uma imprecação, i.é, por invocar desgraça se não cumpris­sem sua palavra).

A lista não somente enfatiza esta unanimidade, como também re­trata o povo como sendo um grupo com a devida ordem, arrolado (7.5outra vez) nos seus agrupamentos tradicionais conforme é exemplifica­do em Esdras 2.36ss. (quando os exilados que tinham voltado fizeram questão de restaurar a vida autêntica de Israel) e consciente da sua voca­ção de estar separado dos povos. A leitura da lei (e.g. Lv 20.26) nãodeixara lugar para dúvida acerca disto.

10.30-39. Os compromissos específicos

O grupo inteiro se curvara diante de toda a lei (29b), mas havia partes dela que incidiam sobre os participantes com força especial.

30. Casamentos mistos. A lei os condenara fortemente não por razões raciais, mas, sim, religiosas, Êx 34.12-16; daí a pronta aceitação de Rute, a convertida). A ascensão social, no entanto, era uma tentação naqueles dias difíceis, e o casamento oferecia uma escada atraente. Malaquias (2.10-16), Esdras (9.1ss.) e Neemias (13.23-29), todos se confron­taram com o problema, tratando dele firmemente em suas diferentes ma­neiras. Finalmente, para o cristão não pensar que deixou de ser uma questão em pauta, Paulo a expõe com lógica irrefutável, e com inten­sidade em 2 Coríntios 6.14 —7.1.

31. O sábado. A presença de comerciantes estrangeiros abria um brecha na lei do sábado, porque alguém poderia argumentar que ninguém dentro da aliança estava sendo submetido a qualquer trabalho ao com­prar deles. Mesmo assim, o povo agora podia ver que o tom e o espíri­to daquele dia estavam sendo ameaçados. Mais tarde, quando deixaram de cumprir sua decisão, logo ficou aparente quão séria era a ameaça que constituía (ver o vívido relatório em 13.15-22).

Quanto ao ano sétimo, ver Êxodo 23.11; Levítico 25.4-7, 20-22(“Que comeremos no ano sétimo.. ,?”);Deuteronômio 15.1-11.

32,33. O imposto do Templo. Em Êxodo 30.11-16 todas as pes­soas com 20 anos de idade para cima tinham de pagar metade de um si-clo como “resgate de si próprio,” e este dinheiro era usado para o “ser­viço da tenda da congregação.” Era, porém, cobrado somente quando era feito um censo, ao passo que este trecho promete uma soma um pouco menor, porém anual. (Nos tempos do NT viera a ser meio sido: Mt 17.24,“duas dracmas”).

Conforme indica Brockington, embora os decretos de Ciro, de Dario e de Artaxerxes autorizassem verbas regulares dos co­fres públicos para os custos da adoração (e.g. Ed 6.8-10), não se poderia esperar que estas continuassem indefinidamente; nem (podemos acrescen­tar) semelhante dependência de patrocinadores estrangeiros teria sido saudável para o judaísmo.

34-39. Ofertas em espécie Alguns dos pormenores são novos;outros reafirmam o que está escrito na lei. A experiência decerto demons­trara que “aquilo que é dever de todos não é dever de ninguém,” daí a designação de responsabilidade pela lenha (34). Era, também, boa admi­nistração deixar claramente entendido que os levitas estavam autoriza­dos a receber os dízimos rurais (37b), e que não o fizessem sem super­visão (38a).

NEEMIAS 13.28,29. Uma ameaça ao sacerdócio

Anteriormente no capítulo (w . 4ss.) o vínculo de família e a ami­zade estreita entre Eliasibe e o notório Tobias tinham vindo à tona. Sambalá tinha uma posição mais alta no cículo daqueles que queriam o mal para Neemias, e agora, com uma filha colocada na família do sumo sa­cerdote85 penetrara ainda mais profundamente que seu aliado. Era umgolpe atingindo quase o coração. Nada senão um casamento com o pró­prio sumo sacerdote poderia ter sido mais contaminador. Se a filha de 145

29 -30

Sambalá era legalmente desqualificada por Levítico 21.7 ou não, a posição segura que seu pai obteve na família através dela tornou indesculpável o consentimento dado ao casamento por Joiada. Ao “caçar” (palavra gloriosa!) o marido dela do cenário, Neemias efetivamente deslocou também Sambalá e a sua filha, e levou sua própria série de intervenções robustas a um clímax apropriado

13:30,31. Epílogo

 É bem possível que seja uma reflexão da escala de valores de Neemias que, embora nos lembremos dele por causa dos muros da cida­de,87 ele termina suas memórias com um trio de realizações que são consideravelmente menos espetaculares. O presente capítulo exempli­ficou as duas primeiras (havendo mais detalhes nos capítulos 10 a 12),e os itens do v. 31 relembram 10.34-35. Este homem da corte imperial não trouxe consigo nenhum valor mundano.

Limpei. . . designei. . . “forneci”  . . . faz um resumo menos brilhante do que a jactância de César: “Vim, vi, venci.” O trabalho de Neemias, no entanto, foi aquilo que formou o seu povo. Seu zelo reformador, acompanhado pela eficiência educativa de Esdras, deu ao Israel pós-exilico uma virilidade e clareza na fé que nunca perdeu totalmente.Esta lhe teria sido a memória mais agradável. Esta, realmente, agora co­roada pelos benefícios duradouros do seu livro para a igreja cristã, por certo se constitui numa parte principal da resposta do céu à sua oração repetida (acerca da qual, ver, outra vez, sobre o v. 14): Lembra-te de mim, Deus meu, para o meu bem.

                            Esdras e Neemias - Serie Cultura Biblica.

 



 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Nenhum comentário:

Postar um comentário