segunda-feira, 14 de setembro de 2020

Lição 12 - Zacarias, Um Apocalipse no Antigo Testamento

 


TEXTO BÍBLICO BÁSICO

Zacarias 1.1,2; 14.4-9

No oitavo mês do segundo ano de Dario veio a palavra do SENHOR ao profeta Zacarias, filho de Baraquias, filho de Ido, dizendo:

O Senhor se irou fortemente contra vossos pais.

E naquele dia estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; e o monte das Oliveiras será fendido pelo meio, para o oriente e para o ocidente, e haverá um vale muito grande; e metade do monte se apartará para o norte, e a outra metade dele para o sul.
E fugireis pelo vale dos meus montes, pois o vale dos montes chegará até Azel; e fugireis assim como fugistes de diante do terremoto nos dias de Uzias, rei de Judá. Então virá o Senhor meu Deus, e todos os santos contigo.
E acontecerá naquele dia, que não haverá preciosa luz, nem espessa escuridão.
Mas será um dia conhecido do Senhor; nem dia nem noite será; mas acontecerá que ao cair da tarde haverá luz.
Naquele dia também acontecerá que sairão de Jerusalém águas vivas, metade delas para o mar oriental, e metade delas para o mar ocidental; no verão e no inverno sucederá isto.
E o Senhor será rei sobre toda a terra; naquele dia um será o Senhor, e um será o seu nome.

TEXTO ÁUREO 

E respondeu e me falou, dizendo: Esta é a palavra do SENHOR a Zorobabel, dizendo:

Não por força, nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o SENHOR dos Exércitos. 

Zacarias 4.6

OBJETIVOS

Objetivos:

Saber que Zacarias fez parte da primeira Leva de Judeus que voltou do cativeiro babilônico Entender como o profeta entregou a mensagem para a reconstrução do templo sem temer seus inimigos. Compreender que as visões do profeta eram referentes à sua época e também relacionadas ao futuro.

INTRODUÇÃO:

 Zacarias significa "O Senhor Jeová se Lembra". O pai de Zacarias chamava-se Baraquias Baraquias era filho de Ido. O profeta iniciou seu ministério dois meses depois de Ageu e não se sabe quanto tempo durou seu ministério, pela tradição judaica ele foi membro da grande sinagoga em Jerusalém. Zacarias foi conteporâneo de Ageu, Zorobabel e do sumo sacerdote Josué.

1.     DESTINATÁRIOS E PROPÓSITO

 O profeta estava preocupado em que a forma de governo continuasse Teocrático.

Teocracia = Governo exercido por Deus, no êxodo Deus governou através de Moisés e depois através de Josué. Zacarias entendia que para avançar no governo teocrático, dependeria da postura do povo diante da aliança estabelecida com Deus. As profecias de Zacarias foram destinadas aos moradores de Judá e em particular aos moradores de Jerusalém

1.1. O Profeta do Apocalipse

O livro é composto de grande teor escatológico, em Zacarias 14:04 fala sobre o Senhor colocar os pés sobre o monte das oliveiras, estabelecendo definitivamente o reino do Senhor. Zacarias falou mais sobre o Messias do que todos os outros profetas menores juntos, sendo chamado de o profeta do apocalipse. Sua mensagem alcançou o início do milênio.

1.2. Conteúdo

O livro começa lembrando do pecado de gerações anteriores, motivando a geração atual a arrepender-se e voltar-se para Deus, depois vem uma sequencia de oito visões, descrevendo as principais características da era messiânica. Chamada ao Arrependimento Oito Visões Um ato Simbólico Alegria da Era Messiânica Triunfo da Era Messiâniaca.

2. AS VISÕES DE ZACARIAS

 Quatro Cavalos Quatro Chifres Homem com um Cordel de Medir Sumo Sacerdote com as Vestes Sujas Um Castiçal e Duas Oliveiras Um Rolo Voante Uma Mulher e um Efa de Cereais Quatro Carros Puxados por Cavalos Oito visões interligadas, recebidas três meses depois da primeira mensagem proferida pelo profeta, caracterizam o livro de Zacarias como um escrito Apocalíptico.

2.1. A Primeira Visão:

 Os Quatro Cavalos Um homem estava montado em um cavalo vermelho e atrás dele estavam cavalos vermelhos, morenos e brancos ( Zc.1:8). Estes são os que o Senhor tem enviado para andarem pela terra. eles responderam que ja haviam andado pela terra e que ela estava tranquila e em descanso. (O cavalo vermelho estava parado entre as murtas (murta é um tipo de arbusto).

 2.2. A Segunda Visão:

Os Quatro Chifres A visão dos quatro chifres refere-se aos poderes que dispersaram Judá, Israel e Jerusalém. ela é seguida da visão de quatro ferreiros, instrumento de Deus utilizado para castigar àqueles que fazem mal ao povo de Deus. Obs: Os ferreiros vieram também para dispersarem Judá.

2.3. A Terceira Visão:

O Homem com um Cordel de Medir Esta visão tem dois propósitos: Verificar as dimensões da cidade que sera reedificada e apontar a futura Jerusalém, citada por João em Apocalipse 11:1-2. Esta passagem ainda mostra que Jerusalém será habitada como aldeia sem muros e que o Senhor será para ela um muro de fogo e que o Senhor será a glória da cidade.

2.4. A Quarta Visão:

O Sacerdote de Vestes Sujas Zacarias viu satanás fazendo oposição ao sumo sacerdote, Josué, e que este estava com as vestes sujas, Josué estava ministrando, utilizando vestes que não eram sagradas ou adequadas para o sumo sacerdote, suas vestes sujas foram tiradas, sua iniquidade foi purificada e ele vestiu as vestes apropriadas.

2.5. A Quinta Visão:

 Um Castiçal Com Sete Lâmpadas e Duas Oliveiras Nesta época o templo estava sendo reconstruído, no castiçal de ouro tinham sete lâmpadas alimentadas com azeite que vinha diretamente das duas oliveiras, representando a glória do Senhor ali presente. Passando a limpo: As duas oliveiras = dois poderes, religioso e político (Josué, o sumo sacerdote e Zorobabel, o governador), Deus estava encorajando estes dois para a restauração do templo e da nação de Judá.

2.6. A Sexta Visão:

 Um Rolo Voante Os rolos estavam anunciando a maldição que viria sobre aqueles que não andassem em conformidade com a Lei do Senhor.

2.7. A Sétima Visão:

A Mulher e um Efa de Cereais Zacarias viu um cesto de cereais fechado com uma tampa de chumbo, quando abriram a tampa, havia uma mulher assentada dentro do cesto, depois a visão foi alterada, surgiram duas mulheres com asas semelhantes à de uma cegonha, e voavam levadas pelo vento. Elas pegaram o cesto e transportaram-no para a Babilônia A primeira mulher representava a idolatria e os tipos de iniquidade cometidos O cesto representava o pecado do povo Quando levado para a Babilônia estava mostrando que a iniquidade seria tirada

 2.8. A Oitava Visão:

 Os Quatro Carros Puxados por Cavalos Os quatro carros puxados por cavalos eram agentes de Deus que tinham a missão de manter vigilância sobre o mundo.

 3. A VISÃO ESCATOLÓGICA

 O profeta ainda apresentou algumas mensagem de Deus para a nação (Oráculos), e por fim falou sobre o retorno de Jesus com a Igreja, que estará com Ele em glória, para a instauração do tempo milenar.

3.1. Os Oráculos

As mensagem que o profeta entregou ao povo:

3.1.1. O Renovo Zacarias 6:9-15 fala sobre a consagração de Josué, o sumo sacerdote, representando o Messias. O qual edificará o templo, levará a glória e assentar-se-á e dominará no seu trono, trazendo renovo.

3.1.2. O Jejum O profeta trouxe uma mensagem desafiando o povo que estavam prosperando financeiramente a jejuar e a buscar a justiça social, pois estavam preocupados somente com o crescimento pessoal individual.

3.1.3. O Zelo Pelo seu Povo O Senhor mostrou mais uma vez que zela por Jerusalém, esta passagem (Zc.8:1-3) mostra a paixão imensa que o Senhor tem por seu povo.

 3.1.4. Outros Oráculos Fala-nos da sentença do Senhor contra as nações vizinhas, denuncia os governantes estrangeiros de Juda, chamados de pastores e anuncia o restabelecimento do seu povo, e por fim faz distinção entre os pastores bons dos insensatos. 3.2. Um Belo Quadro Escatológico No final do livro Jerusalém aparece cercada por inimigos, porém seu derradeiro desfecho é a purificação de Israel. O Senhor não abandona o seu povo.

CONCLUSÃO:

O profeta anunciava mensagem de denúncia de pecados, anunciava os juízos de Deus para aquele tempo, e também trazia uma mensagem para um tempo distante. O profeta estava vendo o sofrimento e o castigo do povo, mas enxergava também escatologicamente.

Lições da Palavra de Deus  - Central Gospel


 


Lição 12- Zacarias, um apocalipse no antigo testamento.

· Apresentação do profeta: Zacarias significa “ O Senhor lembrou". Dada a situação de retorno do exílio o nome do profeta torna-se bastante sugestivo. Contemporâneo do profeta Ageu. Tendo iniciado seu ministério dois meses depois de Ageu. Zacarias é apresentado com filho de Baraquias, neto de Ido(Nm 12. 4 e 16). De linhagem sacerdotal e regresso do exílio fez-se uma voz poderosa na reconstrução da religião judaica em Jerusalém. Podemos colocá-lo ao lado de Ageu, Zorobabel, Neemias e Esdras como líder da restauração.

 Quanto ao local e período de sua atuação claramente se percebem nas passagens relacionadas abaixo:

· Nm. 12. 4 e 16 regresso de exílio babilônico.

· Profetizou após o povo desanimar de promover restauração(Zc. 1)

 · Profetizou durante o início do reinado de Dário(Zc. 1.1)- isto data próximo do século V A.C.

· Teve uma relevância nacional reconhecida ao lado de grandes líderes(Es. 5. 1 e 2)

Esboço do livro:

 À literatura de Zacarias é do tipo profético-apocalíptico. Rica em símbolos e visões se assemelha em forma e conteúdo ao livro do apocalipse de João. Inclusive alguns personagens parecem ser os mesmos.

2 ZC. 1 7-17; ZC 6. 1-8/ Ap.6 1-8 A diferença está em que nas visões de Zacarias os cavalheiros não possuem poder executório. Enquanto no Apocalipse os cavalheiros vermelho, preto e amarelo são promotores de juízes entre os homens.

Zc. 1. 18-21 Os chifres são sinais de um poder opressivo e destruidor. E assim como os ferreiros arrasaram toda a terra de Judá, assim também a besta exercerá um poder sem fronteiras e em oposição aos santos( Ap. 13. 6-7)

Zc. 2. 1-13/ Ap. 11. 1-14 A cidade santa está no foco nas duas profecias. Em Zacarias o anjo mede Jerusalém. No Apocalipse um anjo mede o templo, altar e os adoradores. Entretanto o fim das profecias são distintas e parecem apontar para episódios diferentes. Na primeira profecia o fim é a restauração de Jerusalém, enquanto na segundo ocorre um juízo destrutivo.

ZC. 3 e 4 Estes dois capítulos possuem um alvo específico. Tratam do sumo sacerdote Josué e do líder político Zorobabel. Por mais que o conteúdo profético especifique estes dois personagens a forma se assemelha ao modelo de cartas as igrejas da Ásia menor que João escreveu dirigido por um anjo.

 Zc. 5 e 6. As visões do “rolo voador", “ a mulher e a efa" e “ os quatro carros" replicam a forma apocalíptica.

· O rolo/livro contém juízos e maldições > Ap. 6 e 8.

· A mulher assentada representando a impiedade > Ap. 17

· Os quatro carros e seu curso em toda a terra> Ap. 6- A ação carros e cavalheiros se dão de forma a compreendê-los como um poder global que se estabelece para juízo e propósito divino.

A outra parte do livro de Zacarias pode ser chamada de Proféticomessiânico. Podemos dividi -las em duas seções:

1. A espiritualidade judaica há de ser restaurada: Deus não estava satisfeito com a prática religiosa de seu povo. Um jejum sem piedade, uma espiritualidade sem misericórdia. Portanto, Jeová restaurará a cidade e Ele próprio estará no meio de Jerusalém, e isto causará temor nos inimigos do povo de Deus.

 2. O messias vem! Zacarias, revelado pelo Espírito traçou os passos do ministério e advento messiânico:

ZC. 9.9- um rei humilde... pobre e montado num jumentinho

 ZC. 11. 13- O messias seria avaliado em 30 moedas de prata e isto seria dado a um oleiro.

ZC. 12. 7-10 O messias será reconhecido pelos seus compatriotas quando livrá-los dos seus inimigos

 ZC. 13. 7 O pastor ferido- Ele havia de ser ferido e suas ovelhas seriam dispersas.

A síntese é de que dado o seu perfil apocalíptico há uma rica linguagem simbólica que revelam juízo escatológico, mas todavia permanece a promessa de restauração final de Jesus estabelecendo seu governo a partir de Jerusalém.

                        Ovelha Negra (2020)

“Nós somos as Bíblias que o Mundo está lendo... Nós somos os sermões que o mundo está prestando atenção”

Billy Graham

Zacarias, Um Apocalipse no Antigo Testamento

1-    ZACARIAS,

 profeta O nome Zacarias (hebr.,lit. ”Javé lembra”) é comum no Antigo Testamento, com quase 30 homens recebendo o mesmo nome. O título do livro é apropriado, pois as profecias nele contidas asseguram aos que voltaram do exílio que ainda eram o povo da aliança de Deus. Zacarias é filho de Baraquias e neto de Ido (Zc1.1,7; veja Ed 5.1). Nada se sabe sobre o pai de Zacarias, mas seu avô estava entre os sacerdotes e levitas que retornaram do exilio para a Terra Prometida (Ne 12.1-47). A identificação de Esdras a respeito de Zacarias como “filho” do seu avô indica, provavelmente, que o pai de Zacarias morreu antes de Ido, fazendo do profeta o sucessor de seu avô como o líder da família . Alguns dizem que Zacarias nasceu durante o exílio e retornou para a sua terra quando menino. Não há razões para duvidar de que Zacarias é o autor do livro inteiro. Seu ministério profético prolongou-se e estendeu-se além do de Ageu. Ambos os profetas são citados em Esdras 1 e 6.14, mas um não menciona o outro.

2-    ZACARIAS,

 Livro de O livro de Zacarias destaca-se pelo estilo apocalíptico, bem como pelas profecias detalhadas a respeito do Messias. Há várias menções ao Espirito do Senhor nesse livro profético. A primeira delas é a famosa declaração: Não por força, nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos (Zc 4.6) Sobre esse versículo, Donald Stamps, na Bíblia de estudo pentecostal, comenta: Só conseguiremos fazer a sua obra[de Deus] se formos capacitados pelo Espírito Santo (Jz 6.34;Is 31.3). Jesus iniciou o seu ministério no poder do Espírito (Lc 4.1,18). E a igreja foi revestida pelo poder do Espirito Santo no dia de Pentecoste para cumprir a grande comissão (At.1.8;24). Somente se o Espirito Santo governar e capacitar a nossa vida, é que poderemos cumprir a vontade de Deus. É por isso que Jesus batiza seus seguidores no Espirito Santo.

 Em outra parte do livro de Zacarias, ele transmite esta declaração do Senhor: Eis que aqueles que saíram para a terra do Norte fizeram repousar o meu Espírito na terra do Norte (Zc 6.8), expressando a satisfação de Deus pela punição dos Ímpios. Em outro momento, o profeta comunica esta palavra de repreensão ao povo pela dureza de coração deste:

Sim, fizeram o seu coração duro como diamante, para que não ouvissem a lei, nem as palavras que o Senhor dos Exércitos enviara pelo seu Espírito, mediante os profetas precedentes; donde veio a grande ira do Senhor dos Exércitos. Zacarias 7.12 

O Senhor, por meio de Zacarias, diz ainda: Sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém derramarei o Espirito de graça e de súplica (Zc 12.10). È o Espirito Santo quem opera em nossa vida para produzir profunda contrição e ensinar-nos a fazer súplicas diante do Pai(Rm 8.26).

a) Data As profecias dos primeiros oito capítulos de Zacarias são claramente datadas entre 520 a.C. e 518 a.C. Os capítulos 9 a 14 não são datados, mas provavelmente foram escritos entre 516 a 500 a.C, quando o Império Persa começou a cair.

b) Contexto Zacarias ministrava para os habitantes de Jerusalém após o retorno do exílio na Babilônia, Josué era o sumo sacerdote recém-nomeado, e Zorobabel, o governador. A reconstrução do templo tinha recomeçado uma vez mais, como resultado do ministério profético de Ageu. O povo esta começando a experimentar novamente as bênçãos da obediência .

Zacarias incentivava o povo a viver em obediência como um pré requisito necessário para que o gozo das bênçãos da aliança continuasse. Assim, a exortação ao arrependimento iniciou a profecia de Zacarias (Zc 1-6). Por volta de 518 a.C, o trabalho no templo estava evoluindo, porém, mais uma vez o povo teve de ser exortado á obediência e pureza (Zc 7-8). Próximo ao fim do ministério de Zacarias, os gregos derrotaram os persas em Maratona (490a.C) e, novamente, em salamina (481 a.C), enfraquecendo a posição do Império Persa. Este período de incertezas políticas e insegurança levou a novas profecias(Zc 9-14).

c) Propósito O propósito de Zacarias era de confortar e incentivar o povo de Deus a permanecer fiel em tempos de angústia e perplexidade. Ele incentivou o povo a reconstruir o templo. Zacarias focou a atenção do povo nas promessas do Senhor para o futuro.

 d) Destinatários Zacarias se direcionou diretamente à comunidade judaica que havia retornado a Judá, aos judeus que ainda estavam no exílio e as nações.

e) Características literárias Zacarias é um dos dois maiores livros dos Profetas Menores.

Por vezes, parece ser obscuro e difícil de ser compreendido. Zacarias é um exemplo da literatura apocalíptica (o conteúdo presente nas “revelações “ é quase sempre transmitido por meio de visões ou símbolos), descrevendo a consumação da história com figuras de linguagem. Outros livros apocalípticos incluem Daniel, Apocalipse e uma parte de Ezequiel.

f) TEMAS

Zacarias insistiu que a pureza do povo e da Terra Prometida deveria acompanhar a restauração do templo. Dois temas proeminentes são: o Rei-Sacerdote e o Pastor. A mensagem de Zacarias é universal e grandiosa em seu escopo e descreve a vitória final de Deus como um fato realizado. Por Zacarias ser frequentemente citado no Novo Testamento, o livro e merecedor de um estudo especial e uma atenção meticulosa. Os escritores dos Evangelhos citam Zacarias mais do que a qualquer outro profeta menor, o que mostra a grande preocupação messiânica de Zacarias quando olhava para o futuro do povo de Deus.


g) ESBOÇO

1-Exortações e visões(1.1-6.15)

2-As expectativas e bênçãos da aliança (7.1-8.23)

 3-A vinda do Messias (9.1-11.17)

4-A volta do Messias (12.1-14.21).

CONSULTE TAMBÉM: 

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                          Profetas menores Zacarias | Bíblia estudo, Bíblia, Bíblia sagrada


Tema: Restauração esta é a vontade de Deus.

Introdução:

O livro de Zacarias foi inscrito entre 520 e 480 a. C.,tendo como contemporâneo o profeta Ageu(ed5.1,2)0,o governador Zorobabel(zc4.6) e o sumo sacerdote (zc3.1;6.11).

Os que retornaram da babilônia eram 50.000 exilados, entre estes estava o profeta Zacarias. Todos autorizados por Ciro o imperador persa (ed1-6).

A importância do profeta Zacarias

Deus o levantou para os habitantes de Judá e, em particular, aos da cidade de Jerusalém, trazendo ao povo a consciência sobre o passado de seus pais, que deixaram um péssimo legado e chamando-os ao arrependimento e dando estímulo para as coisas que estavam para acontecer, entre estas, destacamos três.

-Restaurar a nação

-Reconstruir o templo

-Conhecer a pessoa e a obra do messias

Visão do povo: construindo palácios para si e espantosamente diziam que não era tempo de reconstruir a casa de Deus (Ag 1.2). Com isso Deus levantou Zacarias para se unir a

Ageu e animar o povo e encorajar o governador Zorobabel e o sumo sacerdote Josué. A evidência disto era o rei Ciro (IICr 36.22,23;ed1-4).

Visões de Zacarias

Deus começa a ampliar o ministério de Zacarias e a responsabilidade lhe dando oito visões interligadas e a primeira é a chave de todas.

AS VISÕES DE ZACARIAS

Visão dos quatros cavalos 1.7-17 zelo e edificação

Visão dos quatros chifres 1.18-21 punição e correção

Visão de um homem com um cordel de medir 2.1-13 planejamento

Visão do sumo sacerdote com as vestes sujas 3.1-10 realidade mudada

Visão de um castiçal e duas oliveiras 4.1-14 aprovação e diferença

Visão de um rolo voante 5.1-4 balança (justiça)

Visão de uma mulher e um efa de cereais 5.5-11 alteração

Visão de quatro carros puxados por cavalos 6.1-18 controle de Deus

Responsabilidade Individual

Precisamos despertar para o nosso real chamado , porque Jesus menciona as suas prioridades e não as nossas (MT 6.33),sendo assim destacamos algumas.

1-Amor incondicional ( Jo 3.16 )

2- Inclusão ( Jo 1.11-13 ;17.20-23 )

3-Como se deu o processo ( rm 11.17-21 )

4-Quem você é ( I PE 2.9,10 )

5- Como você virá com Cristo ( ap 19.11-16 )

Visão Escatológica

O retorno de Jesus com a igreja e a instauração do milênio,trazendo mensagens como:

-Renovo (zc 6.9-15)

-Rei (jr 23.5,6)

-Messias (zc 10.3-12 )

O messias reunirá as ovelhas dispersas entre as nações,castigando os falsos pastores e as suas ovelhas serão como cavalos de guerra vitoriosos.

O desejado entre as nações

O cerco profetizado com exércitos poderosos tiraria a esperança d Jerusalém,passando por grande tribulação.Mais uma vez o Senhor livraria o seu povo trazendo remissão e restauração (zc 12-14 )

Conclusão

O livro de Zacarias começa com um chamado de arrependimento e acaba com uma nação restaurada ,revelando um Deus zeloso em tempo difícil,dando um grande significado ao nome de Zacarias (o Senhor Jeová se lembra ). “ Se alguém lhe perguntar: Que feridas são essas nas tuas mãos Dirá ele: São as feridas que fui ferido na casa de meus amigos.” (Zc 13.6)

Boa aula,

Diácono Carlos

 

FONTE:   

 

TÍTULO

A tradição universal, tanto dos judeus quanto dos cristãos, apoia a autoria do profeta Zacarias. Outros 29 homens do AT têm esse mesmo nome, que significa “o SENHOR se lembra”. Em termos de abrangência dos escritos proféticos acerca do Messias, esse livro fica aquém apenas de Isaías.

AUTOR E DATA

Como Jeremias e Ezequiel, Zacarias também era sacerdote (Ne 12:12-16). De acordo com a tradição, era membro da Grande Sinagoga, um conselho com 120 membros criado por Neemias e presidido por Esdras. Posteriormente, esse conselho se transformou no Sinédrio, o grupo de anciãos que governava a nação. Zacarias nasceu na Babilônia e acompanhou o seu avô, Ido, no primeiro grupo de exilados que regressaram para Jerusalém sob a liderança de Zorobabel e do sumo sacerdote Josué (cf. Ne 12:4). Uma vez que Zacarias é mencionado ocasionalmente como filho de seu avô (cf. Ed 5:1; 6:14; Ne 12:16), acredita-se que seu pai, Baraquias, morreu quando Zacarias ainda era jovem demais para sucedê-lo como sacerdote.

As palavras de abertura de Zacarias são datadas de 520 a.C., o segundo ano de Dario I (cf. 1:1). Ciro, o imperador persa, havia morrido e sido sucedido por Cambises (por volta de 530-521 a.C.), que conquistou o Egito. Quando Cambises, que não possuía filhos, cometeu suicídio, Dario subiu ao trono ao suprimir uma revolução. Zacarias foi contemporâneo de Ageu e começou a profetizar dois meses depois dele (cf. “Cenário e contexto” de Ageu). É chamado de “jovem” em 2:4, o que sugere que Ageu era mais velho do que ele. Não se sabe ao certo a duração de seu ministério; a última profecia com data (7:1) foi transmitida cerca de dois anos depois da primeira, num período correspondente ao do ministério de Ageu (520-518 a.C.). Acredita-se que os capítulos 9 a 14 sejam de um período posterior de seu ministério. As diferenças de estilo e referências à Grécia indicam uma data por volta de 480- 470 a.C., depois de Dario I (por volta de 521-486 a.C.), durante o reinado de Xerxes (por volta de 486-464 a.C.), o rei que escolheu Ester para ser rainha da Pérsia. Segundo Mateus 23:35, Zacarias foi assassinado entre o templo e o altar, um fim semelhante ao de outro homônimo de tempos mais antigos (cf. 2Cr 24:20-21), que foi apedrejado até à morte.

CENÁRIO E CONTEXTO

O contexto histórico de Zacarias é o mesmo do seu contemporâneo, Ageu (cf. “Cenário e Contexto” de Ageu). Em 538 a.C., Ciro da Pérsia libertou os cativos de Israel para que voltassem para a sua terra natal (cf. Ed 1:14), e cerca de cinquenta mil cativos regressaram à Babilônia. Imediatamente, começaram a reconstruir o templo (cf. Ed 3:1—4:5), mas em decorrência da oposição de seus vizinhos e da indiferença dos próprios judeus, a obra foi abandonada (cf. Ed 4:24). Dezesseis anos mais tarde (cf. Ed 5:1-2), Zacarias e Ageu foram incumbidos pelo Senhor de incentivar o povo a reconstruir o templo e, passados quatro anos, em 516 a.C., a reconstrução do templo foi concluída (Ed 6:15).

PALAVRAS-CHAVE

 Anjo: em hebraico, mal’ak — 1:9,13; 2:3; 3:1,5; 4:1; 5:5; 6:5; 12:8 —, pode se referir a seres angelicais (4:1,5; Gn 19:1; Sl 91:11), mensageiros humanos (Gn 32:3; Dt 2:26) ou embaixadores (Is 30:4; Ez 17:15). Um uso especial é a manifestação da divindade conhecida como “Anjo de Deus” ou “Anjo do SENHOR” no AT (1:11; 3:6; veja Gn 16:7-13; 21:17; 22:15; Êx 14:19). No AT, profetas (Ag 1:13) e sacerdotes (Ml 2:7) atuam como mensageiros de Deus. Em Zacarias, anjos trazem revelações de Deus sobre o futuro e interpretam sonhos e visões (1:14; 6:4-5). Jesus identificou o mensageiro que preparou o caminho para o dia do Senhor, prenunciado em Malaquias 3:1, como João Batista (Mt 11:10-11).

Renovo: em hebraico, tsemach — 3:8; 6:12 —, significa “rebento” ou “broto”. É um dos títulos do Messias, o “Renovo”, que brotaria da linhagem real de Davi, uma dinastia que havia sido interrompida com o exílio babilônico (Is 11:1). Muitos dos profetas prometeram que um rei da linhagem de Davi reinaria em justiça (Jr 23:5- 6) e, como sacerdote, reestabeleceria a verdadeira adoração do Senhor (6:12-13). Em seu ministério, Jesus Cristo cumpriu essas predições ao desempenhar um papel real (veja Jo 12:13-15; 1Tm 6:13-16) e um papel sacerdotal (veja Hb 4:14).

PRINCIPAIS PERSONAGENS

 Zacarias — profeta de Judá após o exílio; incentivou o povo a terminar a reconstrução do templo (1:1—14:20).

Zorobabel — líder dos exilados; executou o trabalho no templo (4:6- 10).

Josué — sumo sacerdote de Israel depois do retorno do remanescente para Israel (3:1-10; 6:11-13).

Os judeus reconstruindo o templo — que retornaram à Jerusalém após o exílio babilônico para obedecer a Deus (1:16; 4:9; 6:15; 8:13).

 TEMAS HISTÓRICOS E TEOLÓGICOS

 Zacarias se uniu a Ageu para despertar o povo de sua indiferença, desafiandoo a retomar a obra do templo. O objetivo maior de Ageu era a reconstrução do templo; sua mensagem é transmitida em tom de censura pela indiferença, pelo pecado e pela falta de confiança do povo em Deus. Ageu foi usado para dar início ao reavivamento, ao passo que o papel de Zacarias foi manter o povo animado por meio de uma ênfase mais positiva, chamando os judeus ao arrependimento e assegurando-lhes repetidamente o cumprimento de bênçãos futuras. Zacarias procurou incentivar o povo a trabalhar na obra do templo com a promessa de que, um dia, o Messias viria para habitá-lo. Incentivou os judeus a construir não apenas pensando no presente, mas também na esperança da vinda futura do Messias. Reanimou o povo ainda oprimido pelas potências gentílicas (1:8-12) com a realidade de que o Senhor não havia se esquecido das promessas da aliança e os restauraria e abençoaria. O nome do livro (que significa “o SENHOR se lembra”) contém, em forma de semente, o tema da profecia.

AS VISÕES DE ZACARIAS

Esse “apocalipse do AT”, como muitas vezes é chamado, é relevante tanto para os ouvintes imediatos de Zacarias quanto para os ouvintes e leitores futuros. Essa característica se deve à estrutura da profecia, uma vez que o profeta inicia cada uma das três seções principais (capítulos 1—6; 7—8; 9— 14) com referências históricas, mas, logo em seguida, avança no tempo e trata do segundo advento, quando o Messias voltará para o seu templo a fim de estabelecer seu reino aqui na terra.

 Zacarias é o livro mais messiânico (com referências a Cristo, o Messias) e apocalíptico em seu debate sobre o fim dos tempos. Consiste, acima de tudo, numa profecia acerca de Jesus Cristo que focaliza a sua glória vindoura com o propósito de consolar Israel (cf. 1:13, 17). Embora seja repleto de visões, profecias, sinais, visitantes celestiais e da voz de Deus, o livro também é pratico e trata de questões como o arrependimento, o cuidado divino, a salvação e a vida de santidade. Pouco tempo depois, a profecia cessaria por mais de quatrocentos anos, até João Batista, de modo que Deus usou Zacarias para transmitir uma promessa rica e abundante para o futuro, a fim de sustentar o seu remanescente fiel durante os anos de silêncio.

PRINCIPAIS DOUTRINAS

Arrependimento — o verdadeiro arrependimento requer mais que meras palavras; é necessário que a atitude mude também (1:1-6; 7:8-

14; Is 31:6; 44:22; Jr 3:12; 18:11; Ez 18:30; Mq 7:19; Ml 3:7-10; Lc 15:20; Tg 4:8; 1Co 10:11; 2Co 6:6; Ap 21:3).

Cuidado divino — a glória vindoura de Jesus Cristo consolará Israel (1:13,17; Sl 23:4; Is 30:26; 40:1-2; 51:3; Jr 29:10; 50:4; Os 6:1; 14:4; 2Co 1:3-7;Fp 2:1-2; 2Ts 2:16-17).

A rejeição do Messias em sua primeira vinda — (9:1—11:7; 13:7- 9; Sl 22:1-18; Is 52:13-15; 53:1-12; At 2:23; 1Pe 1:18-20).

A aceitação do Messias em sua segunda vinda — (12:1—14:21; Jr 33:15-16; Dn 7:13-14; Rm 14:11; Fp 2:10; Ap 16:15).

Vida de santidade — (7:1-7; Lv 20:7; Is 1:10-15; 58:3-9; Ec 3:12; Ef

5:1; Fp 1:21; Cl 3:12; 2Tm 3:16-17).

O CARÁTER DE DEUS

Deus é bom — 9:17.

DESAFIOS DE INTERPRETAÇÃO

Embora apresente vários desafios para o leitor, duas passagens proféticas são particularmente difíceis de interpretar. Em 11:8, o Bom Pastor “em um só mês [se livrou] dos três pastores”. A presença do artigo definido indica familiaridade; assim, os judeus conheciam a identidade desses três pastores e não era preciso descrevê-los em detalhes. A referência não é tão simples para o leitor moderno. Várias sugestões são propostas para a identidade dessas pessoas. De acordo com uma das interpretações mais antigas, e provavelmente a mais correta, os três pastores são três grupos de líderes: os sacerdotes, os anciãos e os escribas de Israel. Durante o seu ministério na terra, Jesus também confrontou a hipocrisia dos líderes religiosos de Israel (cf. Mt 23) e os repudiou com acusações severas seguidas da destruição de Israel como nação em 70 d.C. Desde a vinda de Cristo, o povo judeu não teve mais nenhum profeta, sacerdote ou rei.

Existe também controvérsia a respeito da identidade do indivíduo que tinha “feridas [...] no seu corpo” (13:6). Há quem o identifique com Cristo, considerando as feridas uma referência à sua crucificação. Cristo, porém, não poderia negar que era profeta nem poderia afirmar que era lavrador e havia sido ferido na casa de seus amigos. Sem dúvida, a passagem descreve um falso profeta (cf. v. 4-5) ferido num culto idólatra. O zelo pelo Senhor será tão grande no reino do Messias que os idólatras tentarão ocultar sua identidade de todas as maneiras, mas as cicatrizes que levam no corpo revelarão a sua iniquidade.

CRISTO EM ZACARIAS

O livro de Zacarias está repleto de passagens que prenunciam a vinda do Messias. Cristo é retratado como “meu servo, o Renovo” (3:8), “sacerdote no trono” (6:13) e “aquele a quem traspassaram” (12:10). Zacarias descreve Cristo como humilde e triunfante. Ele é o rei que traz a salvação, mas vem “humilde e montado num jumento” (9:9).

ESBOÇO I. Chamado ao arrependimento (1:1-6)

II. Oito visões noturnas de Zacarias (1:7—6:15)

A. O homem entre as murtas (1:7-17)

B. Quatro chifres e quatro artesãos (1:18-21)

C. O homem com uma corda de medir (2:1-13)

D. A purificação do sumo sacerdote (3:1-10)

E. O candelabro de ouro e as duas oliveiras (4:1-14)

F. O pergaminho que voava (5:1-4)

G. A mulher dentro de um cesto (5:5-10)

H. Quatro carruagens (6:1-8) I. Apêndice: a coroação do sumo sacerdote Josué (6:9-15)


III. Quatro mensagens de Zacarias (7:1—8:23)

A. Pergunta sobre o jejum (7:1-13)

B. Quatro respostas (7:4—8:23)


1. Repreensão pelas motivações erradas (7:4-7)

2. Necessidade de arrependimento (7: 8-14)

3. Restauração do favor (8:1-17)

4. Jejuns transformados em festas (8:18-23)


 IV. Duas sentenças de Zacarias (9:1—14:21)

A. A rejeição do Messias na primeira vinda (9:1—11:17)

B. A aceitação do Messias na segunda vinda (12:1—14:21)

ENQUANTO ISSO, EM OUTRAS PARTES DO MUNDO...

Dois filósofos de importância mundial nasceram com um ano de diferença (em 550 e 551 a.C.) e morreram com um ano de diferença (em 480 e 479 a.C.): Gautama Buda, que deu origem ao budismo, e Confúcio, o renomado filósofo chinês.

RESPOSTAS PARA PERGUNTAS DIFÍCEIS

 1. Por que Zacarias é às vezes chamado de “Apocalipse do Antigo Testamento”? A mensagem de Zacarias funciona mais ou menos como a do livro de Apocalipse. Suas profecias são relevantes tanto para os ouvintes imediatos de Zacarias quanto para gerações futuras. Essa característica se deve à estrutura da profecia, uma vez que o profeta inicia cada uma das três seções principais (capítulos 1—6; 7—8; 9—14) com referências históricas, mas, logo em seguida, avança no tempo e trata do segundo advento, quando o Messias voltará para o seu templo, a fim de estabelecer seu reino aqui na terra.

O profeta lembrou o povo de que o Messias tinha um compromisso imediato e em longo prazo. As palavras de Zacarias eram, portanto, “boas e confortadoras” (1:13) tanto para os exilados do tempo do profeta como para o remanescente do povo escolhido de Deus nesse dia futuro. É essa função dupla de falar para o presente e para o futuro que leva algumas pessoas a conferir a Zacarias o título de “Apocalipse do Antigo Testamento”.

APROFUNDAMENTO

 1. Como você aplica em sua vida o conhecido versículo de Zacarias 4:6? 2. A qual evento histórico Zacarias 12:10 se refere?

3. De que maneiras Zacarias falou sobre o ciúme de Deus?

4. Como Zacarias adicionou sua voz à de Ageu para incentivar o povo a reconstruir o templo?

5. O que Zacarias tem a dizer a respeito de eventos futuros além do tempo de Cristo?

                                          Manual bíblico MacArthur



O livro de Zacarias é preponderantemente escatológico. O seu contexto histórico é o mesmo de Ageu, mas a diferença é que enquanto Ageu trazia mensagens da parte de Deus que, em sua maioria, remetiam aos problemas imediatos do povo, com apenas alguns vislumbres de um futuro bem mais distante, as profecias de Zacarias eram, em sua maioria, voltadas para esse futuro mais amplo e remoto.

Por outro lado, o propósito imediato dessas revelações escatológicas dadas por Deus a Zacarias era também responder a um estado pelo qual o povo de sua época passava. Esse futuro escatológico foi apresentado por Deus com o objetivo original de consolar e animar os judeus em seu estado de vicissitudes experimentado naquelas primeiras décadas pós-exílio. Deus queria que o povo soubesse que aquela situação desalentadora pós-exílio não era o final da história, que o fim de Israel seria especial e, portanto, valiam a pena os esforços empreendidos no presente.

O povo deveria levantar a cabeça e olhar para a frente com esperança, porque o finai de Israel seria glorioso. Agora, os judeus estavam sem rei, despojados e sob o governo de Lim povo estrangeiro, mas, no futuro, a nação seria completamente restaurada e se tornaria, inclusive, a sede do governo do Messias sobre toda a Terra (Zc 2.10-13 e capítulo 8). Essa mensagem trouxe ânimo ao povo para que terminasse a reconstrução do Templo (Ed 5.1). Esse reinicio começou durante o ministério de Ageu, que antecedera em dois meses o ministério de Zacarias (Ag 1.1 c/c Zc 1.1). Este, por sua vez, teve um ministério profético mais longo do que o de Ageu.

Finalmente, em um segundo plano, essas profecias deveriam também ser registradas para a posteridade com o objetivo de fazer com que o povo de Deus, durante a história, se conscientizasse do plano divino para o fim dos tempos, sobretudo no que concerne ao futuro de Israel.

Não por acaso, o tema central do livro, enfatizado nos últimos capítulos, é o Messias.Eis o contexto e o propósito do Livro de Zacarias. Nas próximas páginas, nos deteremos na análise do conteúdo e do significado de suas mensagens. Porém, antes disso, é preciso apreciar, para fins práticos de estudo, como podem ser divididas as suas profecias.

Uma Divisão Prática do Livro

Uma divisão fundamental do livro de Zacarias é a que o divide em dois compartimentos: o primeiro, do capítulo 1 ao 6, é composto de mensagens entregues por visão; e o segundo, que vai do capítulo 7 ao 14, é composto de mensagens entregues por palavra. Entretanto, a divisão mais didática e usual é a que esmiúça o livro em pelo menos três partes. O teólogo judeu pentecostal Myer Pearlman, que é um dos que adotam essas três seções, as designa de forma bem prática, a qual reproduzo aqui:1

1) Seção simbólica: visões de esperança (capítulos 1 a 6);

2)Seção prática: exortações à obediência e à piedade (capítulos 7 e 8);

3)Seção profética: promessas de glória por meio da tribulação (capítulos 9 a 14).

A primeira seção consiste em visões proféticas noturnas atinentes ao período de reconstrução do Templo. A segunda seção compreende exortações divinas sobre a necessidade de uma vida de santidade e comunhão com Deus. Já a terceira e última seção apresenta profecias relativas ao Messias e ao futuro de Israel.

Visões de Esperança (Capítulos 1 a 6)

Como Jeremias, Ezequiel e provavelmente Habacuque, Zacarias era de família sacerdotal. Ele era filho de Baraquias e neto de Ido (Zc 1.1), sendo cabeça sacerdotal da descendência de seu avô (Ne 12.16). Ele serviu em Jerusalém no pós-exílio tanto como sacerdote quanto como profeta.

As profecias dos capítulos 1 a 6 acontecem no período de 520 a.C. a 518 a.C., período de reinicio da reconstrução do Templo. Essas mensagens alinham-se ao propósito das profecias de Ageu, que era de encorajar os cerca de 50 mil judeus remanescentes do exílio a persistirem na reconstrução da Casa do Senhor. O u seja, nesse período, estavam trabalhando juntos um profeta idoso (Ageu) e um profeta jovem (Zacarias).

Essas mensagens da primeira seção são manifestas em forma de visões noturnas. Vejamos a seguir cada uma delas e seus respectivos significados.

1) A primeira visão noturna é a do cavaleiro e seus cavalos (Zc 1.7-17).

Esse cavaleiro é claramente um agente de Deus. Há quem acredite que ele seja uma manifestação do Anjo do Senhor, que em algumas passagens das Escrituras parece ser uma manifestação de Cristo pré-encarnado, mas não podemos afirmar isso com certeza nesse caso. O certo é que esse agente de Deus na Terra e seus “cavalos” tinham por função observá-la (Zc 1.10).

Ao serem perguntados por um anjo acerca do resultado de sua patrulha, eles testificaram que, naquele momento, “toda a terra” estava excepcionalmente “tranqüila e em descanso” (Zc 1.11). Isso significava que haviam se cumprido as profecias divinas até ali, isto é, as que se estendiam até a predição do retorno dos judeus do exílio babilônico.

Na seqüência à resposta do agente de Deus e dos demais a ele subordinados naquela missão, segue-se a intercessão do anjo que o interpelou. Ela se dá em favor de Jerusalém (Zc 1.12). O próprio Deus responde à intercessão do anjo, afirmando que estava zelando por Jerusalém e Judá (Zc 1.14) e julgaria, pelos seus excessos, as nações que haviam sido instrumentos de seu juízo sobre Judá (Zc 1.15). Além do mais, Deus faria seu povo prosperar (Zc 1.16,17).

2) A visão dos quatro chifres e dos quatro ferreiros (Zc 1.18-21) fala do juízo de Deus sobre os opressores de Judá e Israel. Ao que tudo indica, os ferreiros são quatro impérios que se levantariam contra os quatro chifres, isto é, contras cidades que se excederam em suas ações contra os Reinos do Norte e do Sul. Chifres, como lembra o teólogo puritano M atthew Henry, são símbolos de força e poder, e os ferreiros são operários habilitados a serrar chifres.2 São, nas palavras de Wesley, “instrumentos de Deus para quebrar esses destruidores”.3

3) A visão do hom em que carregava um cordel de medir (Zc 2.1--13) refere-se à reconstrução de Jerusalém. Os poucos remanescentes que voltaram do exílio se tornariam no futuro uma grande multidão. Esse crescimento é representado nesta visão pela ausência de muros, que simboliza a incapacidade de conter a multidão que surgiria (Zc 2.4). Quanto à proteção, Deus seria um muro de fogo para proteger o seu povo nessa fase de reconstrução (Zc 2.5).

Na seqüência dessa visão, a realidade se amplia. O foco passa a ser messiânico. Israel é “a m enina do seu olho” (Zc 2.8), a qual ninguém pode tocar. Israel deve alegrar-se pcrque, no Reino do Messias, as nações se ajuntarão e serão povo de Deus, e Jerusalém será a capital do Reino de Cristo (Zc 2.10-13).

4) A visão da defesa divina às acusações de Satanás contra o sumo sacerdote Josué e da justificação deste por Deus (Zc 3.1-10) apontam para a purificação do remanescente do povo judeu, representado aqui pelo seu sumo sacerdote. As vestes sujas falam do pecado do povo (Zc 3.3); o ser “tição tirado do fogo” (Zc 3.2) é uma

alusão às privações sofridas durante o

exílio babilônico e dos quais o povo

sobreviveu para viver a reconstrução;

e as vestes novas e festivas que substi-

tuem as sujas (Zc 3.4,5) sao um sinal

da nova realidade que Israel passaria

espiritualmente ao ser santificada por

Jeová. Essas bênçãos, entretanto, es-    

tavam condicionadas à observância

às ordenanças divinas (Zc 3.7).

Ao final dessa visão, um a realida-

de messiânica é antevista. Essa puri-

ficação pela qual o povo passaria pre-

figura um a ainda maior, que ocorrerá

durante o Reino do Messias, que é

chamado nesta visão de “Servo do

Senhor” e Ό Renovo” (Zc 3.8). A

pedra única sobre a qual se encon-

tram sete olhos é uma referência à     

plenitude do conhecimento e da

sabedoria (Zc 3.9). Esses sete olhos

lembram os sete olhos do Cordeiro

manifestados em uma visáo especí-

fica de Apocalipse, olhos estes que,

tanto ali como aqui, apontam para a

perfeição do saber, para a onisciência

do Cristo (Ap 5.6). A obra expiatória

do Cordeiro é que garante o fim da

“iniqüidade da terra em um dia” (Zc

3.9). No Reino do Messias, haverá comunhão plena e paz (Zc 3.10).

5) A visão do castiçal de ouro e das sete lâmpadas (Zc 4.14) fala da ação do Espírito Santo sobre a vida do governador Zorobabel e do sumo sacerdote Josué, representados aqui por duas oliveiras (Zc 4. 3, 1114־־ .(

Pelo poder do Espírito Santo (Zc 4.6), eles levariam adiante a obra de reconstrução do Templo — simbolizado aqui pelo castiçal de ouro — e conduziriam o povo segundo a vontade de Deus. Se na visão de Apocalipse 1 os castiçais representam igrejas, isto é, as sete comunidades de crentes da Ásia M enor (Ap 1.20), na visão de Zacarias o castiçal representa a Casa do Senhor, o Templo (Zc 4.2,9).

Da mesma forma que a profecia de Ageu 2.3-7 — que anima o povo para a reconstrução do Templo ressaltando que, apesar de o segundo edifício ser, muito simples em relação ao original, ele receberia a glória de Deus — , Zacarias, nesta visão, chama a atenção do povo para a valorização do “dia das coisas pequenas” (Zc 4.10). O u seja, aquela simples obra seria abençoada por Deus.

6) A visão do rolo voante (Zc 5.1-4) é uma advertência sobre a inexorabilidade do castigo de Deus sobre os judeus que fossem infiéis entre os remanescentes, castigo este que seria manifestado após a reconstrução do Templo.

7) A penúltima visão é a da mulher e do efa (Zc 5.5-11), que a maioria dos expositores acredita que seja uma referência a um castigo mais remoto, que acontecerá só no final dos tempos, onde Sinar, que é Babilônia, representa o governo mundial do Anticristo. Essa mulher dessa visão representa provavelmente o pecado da idolatria, e o efa, ou o que ele carrega, representa claramente todo tipo de impiedade (Zc 5.8).

8) Finalmente, na visão dos quatro carros (Zc 6.1-8), que encerra essa seção de visões noturnas, os carros simbolizam a rapidez e o tamanho do julgamento divino sobre os antigos opressores de Israel. Essa visão é seguida pela orientação dada ao sacerdote-profeta Zacarias para que faça coroas com ouro e prata para serem colocadas sobre a cabeça do seu colega e piedoso líder, o sumo sacerdote Josué, que lideraria a reconstrução do Templo e do culto no Templo, simbolizando o Messias que haveria de vir e que seria Rei e Sumo Sacerdote perfeito do povo (Zc 6.12).

A reconstrução do Templo, liderada por Josué ao lado de Zorobabel, aponta para a reconstrução espiritual do povo liderada pelo Messias durante o seu Reinado, que não terá fim.

Exortações à Obediência e à P iedade (Capítulos 7 e 8)

As exortações que se seguem nos capítulos 7 e 8 são a resposta divina a um questionamento do povo, apresentado, em todo o seu contexto, nos três primeiros versículos do capítulo 7. Uma delegação de Betei formada por representantes do povo queria saber se os judeus deveriam continuar ou parar o jejum anual que realizavam em memória à queda de Jerusalém.

A resposta divina é clara: o que Deus queria mesmo era a obediência do povo, o compromisso com a justiça, a observância da sua vontade (Zc 7.8-14).

Com o frisa o teólogo Lawrence Richards, duas coisas devem ser frisadas sobre esse jejum: “Primeiro, Deus não havia ordenado aqueles jejuns e, portanto, eles não eram obrigatórios. [...] Segundo, os jejuns haviam se tornado uma mera tradição para a geração presente”.4 Isso significa que a sua im portância inicial já havia se perdido, e isso é demonstrado pela vida descompromissada com a justiça que vivia a geração de Zacarias sete décadas após a destruição de Jerusalém. Por isso Deus pergunta:

“Quando jejuastes e pranteastes, no quinto e no sétimo mês, durante estes setenta anos, jejuastes para mim, mesmo para mim?” (Zc 7.5). Ou seja, o jejum já havia perdido o sentido. Era só um mero ritualismo e demonstração de autopiedade. Não era mais para Deus, mas para eles mesmos, uma espécie de “expressão egoísta da própria postura que levara gerações anteriores a abandonar a Deus”. 

Em: suma,, a resposta de Deus é que Ele desejava obediência em vez de jejum. Inclusive porque fora a própria desobediência do povo que

trouxera as punições passadas que

deram lugar a esse jejum memorial

(Zc 7.11-14).

No capítulo 8, por sua vez, ve-

mos Zacarias novamente partindo

de uma realidade imediata para in-

troduzir uma mensagem sobre um    

futuro escatológico. Nesse capítulo,

ele fala ainda do jejum memorial,

dizendo que ele deveria dar lugar à

obediência (Zc 8.16,17) e ser substi-

tuído por festas de adoraçáo a Deus

e confraternização entre o povo de  

Israel, que deveria amar “a verdade

e a paz” (Zc 8.18,19); e, no meio

dessas orientações, é antevisto aquele

grande dia, em um futuro mais dis-

tante, em que os jejuns e o luto do povo de Israel dariam definitivamente

lugar às festas no Reino do Messias, quando, inclusive, Jerusalém seria a

capital do mundo (Zc 8.20-23).

Um trecho especial dessa profecia do capítulo 8 é quando Deus diz que encherá as ruas de Jerusalém com um povo feliz e saudável (Zc 8.4,5), trará de volta a Jerusalém os que estavam dispersos (Zc 8.7,8), e tornará Israel uma terra produtiva (Zc 8.12) e uma bênção para todos os povos (Zc 8.13), por causa do seu zelo, isto é, do seu cuidado para com o seu povo — “Zelei por Sião com grande zelo” (Zc 8.2). Em outras palavras, pelo seu amor. Ora, uma vez que a profecia do capítulo 8 é uma continuação posterior (Zc 8.1) à resposta acerca do assunto do jejum do capítulo 7 — evocado nos versículos 16 a 19 — isso significa que Deus está dizendo ao povo: “E o meu amor que me motiva a fazer o bem a vocês, não o fato de vocês jejuarem ou não”.6 O que Deus pedia apenas eram a obediência e a adoração sinceras do seu povo (Zc 8.16-19).

 Promessas de Glória por meio da Tribulação (Capítulos 9 a 14)

As profecias dos capítulos 9 a 14 foram escritas por Zacarias muito tempo depois das primeiras profecias registradas no início do seu livro.

Nessa época, inclusive, o profeta Ageu já era, sem dúvida, falecido.

Se os primeiros oito capítulos, especialmente os seis primeiros, foram escritos no período de 520 a.C. a 518 a.C., essa última parte foi escrita  por volta dos anos 480 a.C. 470 a.C. Aqui, já não estamos mais diante de um jovem Drofeta Zacarias, mas do ancião Zacarias, o profeta. Tudo leva a crer que, por essa época, a nova geração do povo já não era sensível à voz de Deus como nos dias de Zorobabel e Josué, posto que Jesus lembra que Zacarias, já idoso, acabou assassinado “entre o santuário e o altar” pelos seus colegas oficiais do Templo (M t 23.25).

Nos capítulos de 9 a 10, Zacarias profetiza sobre como Israel sobreviverá durante o Império Greco-Macedônico; e no capítulo 11,0 tema é

Israel em um contexto mais messiânico. Os capítulos 12 a 14 são dedicados totalmente ao Reino do Messias.

Os primeiros sete versículos do capítulo 9 falam da expansão das conquistas de Alexandre, o Grande. O verso 8, porém, fala que Jerusalém se veria livre do ataque de Alexandre, profecia esta que se cumpriu em um episódio lindo narrado em detalhes pelo historiador judeu Flávio Josefo:

Quando este ilustre conquistador [Alexandre, o Grande] tomou esta última cidade [Tifo], ele avançou para Jerusalém e o grão-sacrificador [sumo sacerdote]

Jado, que bem conhccia a sua cólcra contra clc, vcndo-sc com todo o povo em tão grave perigo, recorreu a Deus, ordenou orações públicas para implorar o Seu auxílio e ofereceu-Lhe sacrifício. Deus apareceu-lhe em sonhos na noite seguinte e disse-lhe que fizesse espalhar flores pela cidade, mandar abrir todas as portas e ir revestido de seus hábitos pontificals, com todos os santificadores [sacerdotes] também assim revestidos e todos os demais vestidos de branco, ao encontro de

Alexandre, sem nada temer do soberano, porque ele os protegeria.

Jado comunicou com grande alegria a todo o povo a revelação que tivera e todos se prepararam para esperar a vinda do rei.

Quando se soube que ele já estava per-

to, o grão-sacrificador [sumo sacerdote],

acompanhado pelos outros sacriíicadores

[sacerdotes] e por todo o povo, foi ao seu

encontro com essa pompa tão santa e tão

diferente da das outras nações, até o lugar  

Adicionar legenda

denominado Safa, que em grego significa

mirante, porque de lá se podem ver a cida-

dc dc Jcrusalcm c o Templo. Os fenícios e

os caldeus que estavam no exército de Ale-

xandre não duvidaram de que, na cólera

em que ele se achava contra os judeus, ele

lhes permitiria saquear Jerusalém e daria

um castigo exemplar ao grão-sacrificador

[sumo sacerdote]. Mas aconteceu justa-

mente o contrário, pois o soberano apenas

viu aquela grande multidão de homens

vestidos de branco, os sacriíicadores [sacerdotes] revestidos com seus paramentos de linho e o grão-sacrificador [sumo sacerdote] com seu éfode de cor azul, adornado de ouro, e a tiara sobre a cabeça com uma lâmina de outro sobre a qual estava escrito o nome de Deus, e aproximou-se sozinho dele, adorou aquele augusto Nome e saudou o grão-sacrificador [sumo sacerdote], ao qual ninguém havia ainda saudado.

Então, os judeus reuniram-se em redor de Alexandre e elevaram a voz para desejar- lhe toda sorte de felicidade e de prosperidade. Mas os reis da Síria e os outros grandes, que o acompanhavam, ficaram surpresos de tal espanto que julgaram que ele havia perdido o juízo. Parmênio, que gozava de grande prestígio, perguntou-lhe como ele, que era adorado em todo o mundo, adorava o grão-sacrificador [sumo sacerdote] dos judeus. “Não é a ele, o grão-sacrificador, que eu adoro”, respondeu, “mas é a Deus de quem ele é o ministro, pois quando eu ainda estava na Macedônía e imaginava como poderia conquistar a Asia, Ele me apareceu em sonhos com esses mesmos hábitos e me exortou a nada temer, disse-me que passasse corajosamente o estreito do Helesponto e garantiu-me que Ele estaria à frente do meu exército e me faria conquistar o império dos persas. Eis porque, jamais tendo visto antes a ninguém revestido de trajes semelhantes aos com que Ele me apareceu em sonho, não posso duvidar de que não tenha sido por ordem de Deus que empreendi esta guerra e assim vencerei a Dario, destruirei o império dos persas e todas as coisas suceder-me-ão segundo meus desejos”. Alexandre, depois de ter assim respondido a Parmênio, abraçou o grão-sacrificador [sumo sacerdote] e os outros sacriucadores [sacerdotes], caminhou depois no meio deles até Jerusalém, subiu ao Templo e ofereceu sacrifícios a Deus da maneira como o grão-sacrificador [sumo sacerdote] lhe dissera que devia fazer.

O soberano pontífice [sumo sacerdote] mostrou-lhe em seguida o livro de Daniel, no qual estava escrito que um príncipe grego destruiria o império dos persas e disse-lhe que não duvidava de que era ele de quem a profecia fazia menção. Alexandre ficou muito contente. No dia seguinte, mandou reunir o povo e ordenou-lhe que dissesse que favores desejava receber dele. O grão-sacrificador [sumo sacerdote] respondeu-lhe que eles lhe suplicavam permitir-lhes viver segundo suas leis e as leis de seus antepassados, e isentá-los, no sétimo ano, do tributo que lhe pagariam durante os outros. Ele concedeu -lho. Tendo-lhe, porém, clcs pedido que os judeus que moravam em Babilônia e na Média gozassem dos mesmos favores, ele o prometeu com grande bondade e disse que se alguém desejasse servir em seus exércitos, ele o permitiria viver segundo sua religião e observar todos os seus costumes. Vários, então, alistaram-se/

Nos versículos de 9 a 12 do capítulo 9, Zacarias estabelece um contraste entre a pompa do imperador Alexandre e a simplicidade e humildade do Rei dos reis, o Messias, Jesus, que viria “justo e salvador, pobre montado sobre um jumento, sobre um asninho, filho de jumenta” (Zc 9.9). Até o verso 12 do capítulo 9, o tema é o Messias. Dos versículos de 13 a 17, a Grécia, que é citada nominalmente, volta a ser o tema. O versículo 13 especificamente fala acerca da profecia da derrota de Antíoco Epifânio, que aconteceria em 168 a.C.

No capítulo 10, há promessas a Israel, e a maioria é exclusivamente relativa ao reino messiânico. No versículo 4 desse capítulo, Jesus é chamado de "a pedra angular" ou "a pedra de esquina" que sairá de Judá. Isso significa que Jesus é o alicerce para o futuro, a segurança, aquEle que garante um bom final à História. No mesmo texto, Ele aparece também como "a estaca da tenda" e "o arco da guerra", que simbolizam respectivamente o apoio para a prosperidade futura do povo de Israel e o Messias como o grande líder guerreiro do seu povo. O capítulo 11 é totalmente messiânico: nos versículos 7 a 8, o Messias é apresentado como o Pastor de Israel; nos versículos 9 a 14, Ele é rejeitado pelo seu rebanho e trocado por 30 moedas de prata, em uma referência à traição de Judas Iscariotes (Zc 11.13 c/c Mt 26.14-16); e nos versículos 15 a 17, um "pastor insensato" se levanta, numa referência ao Anticristo.

Seguindo a sequência dos acontecimentos finais da História, como pode ser visto também em Daniel e em Apocalipse, os capítulos 12 a 14 falam da destruição definitiva dos inimigos de Israel e do arrependimento e da purificação do povo judeu. No capítulo 12, Israel é cercado pelo Anticristo, mas salvo pelo Messias; no capítulo 13, Israel é purificado; e no capítulo 14, exaltado pelo seu Rei, aquEle "a quem transpassaram" (Zc 12.10), o Pastor que foi "ferido" (morto — Zc 13.7), mas ressus-citou e voltará em glória, descendo "sobre o Monte das Oliveiras" (Zc 14.4) para lutar contra os inimigos de Israel, julgar as nações e estabele-cer o seu reino milenar na Terra (Zc 14.1-21).

Enfim, o livro do profeta Zacarias é um registro pungente acerca do plano de Deus para Israel no que diz respeito ao final dos tempos e, portanto, um forte testemunho de que o Deus de Israel é o Senhor da História.

OS DOZE PROFETAS MENORES

Alexandre Coelho e Silas Daniel.



O profeta Zacarias e mencionado como "profeta menor' no Antigo Testamento. Nesta aula teremos uma introdução detalhada sobre o livro. Com o Pastor Walter Brunelli do Seminário Teológico IDE.

              

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