TEXTO BÍBLICO BÁSICO
Deuteronômio 6.1-9
Para que temas ao Senhor teu Deus, e guardes todos os seus estatutos e mandamentos, que eu te ordeno, tu, e teu filho, e o filho de teu filho, todos os dias da tua vida, e que teus dias sejam prolongados.
Ouve, pois, ó Israel, e atenta em os guardares, para que bem te suceda, e muito te multipliques, como te disse o Senhor Deus de teus pais, na terra que mana leite e mel.
Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor.
Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças.
E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração;
E as ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te.
Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por frontais entre os teus olhos.
E as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas.
Deuteronômio 6:1-9
TEXTO ÁUREO
Não farás para ti
imagem de escultura,
nem alguma
semelhança do que há
em cima nos céus, nem
em baixo na terra, nem
nas águas debaixo da
terra.
Êxodo 20.4
SUBSÍDIOS PARA
O ESTUDO DIÁRIO
2. feira - Levítico
26.1-13
Eu
sou o Senhor, vosso Deus
3. feira - Êxodo 5.1-5
Quem
é o Senhor, cuja voz eu ouvirei,
4. feira - Galatas
6.1-10
Deus
não se deixa escarnecer
5. feira - Isaías
42.1-9
A
minha glória, pois, a outrem não darei
6. feira -
Deuteronômio 10.12-22
Temas
o Senhor, teu Deus
Sábado - 1 Crônicas
16.24-30
Dai
ao Senhor a glória de seu nome
OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico,
o aluno deverá ser capaz de,
• entender por que Deus
não tolera idolatria;
• compreender que todo
ato idólatra afronta a Deus na Sua natureza;
• discernir que tanto os
que fazem ídolos quanto os que os adoram
estão sob a ira de Deus.
ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
O professor da EBD
precisa entender que a igreja deve envolver-se com as questões do mundo, buscando
e ensinando soluções para os problemas e misérias que atingem a sociedade. Se o
professor tem a consciência de que a vida não é uma existência em duas esferas
— uma espiritual e outra física — então o conteúdo a ser transmitido, o
testemunho e a ação na igreja não devem ser alterados de acordo com o local
onde ela está inserida. Pelo contrário, ela deve agir no mundo, apresentando as
verdades e os princípios bíblicos para que os problemas sociais e culturais
sejam solucionados (Revista Educação Cristã Hoje, n9 /. Central Gospel, 2012.
p.
Deus o abençoe
COMENTÁRIO
Palavra Introdutória
Deus
não precisa se autoafirmar como Deus porque Ele é
Deus,
Ele também não depende do ser humano para o que quer que seja, porque Ele dá
conta de si mesmo.
Deus
é autossuficiente, entretanto, criou o homem para relacionar-se com Ele. Assim foi
no princípio da criação, antes de o pecado entrar no mundo (Gn 3.8). Porém,
embora tenha pecado, Deus jamais desistiu daquele ser feito à Sua imagem e
semelhança; ao contrário, continuou em busca dele, revelando-se a ele de muitas
maneiras ao longo da História, quer pela natureza, quer pelos profetas, quer
por intermédio do Seu Filho, quer pela Sua Palavra, quer pelo Seu Espírito,
quer pela Igreja.
Dada
à Sua importância e inestimável autoridade, Deus estabelece os termos dessa
relação. Uma linha divisória foi posta entre Ele e nós, seres humanos: Ele é o
Criador; e nós, criaturas. Estabelecida essa hierarquia, seguem-se os outros
itens desse contrato, que e impositivo; por isso, chamado de mandamentos.
1.DEUS TEM CRÉDITO
No
Egito, os hebreus foram escravizados e, por isso, viviam humilhados; porém o
Senhor mudou a sorte do povo escolhido (Lv 26.13). Deus fez questão de lembrar à nação
hebreia o que fizera por ela: Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra
do Egito, da casa da servidão (Êx 20.2). É possível que Jeová tenha prefaciado
os Mandamentos com essa lembrança, primeiro porque esperava a gratidão dos
hebreus e, segundo, porque ao longo dos 430 anos em que viveram como escravos
no Egito, eles não tinham pouca compreensão sobre o Senhor e sobre a Sua
participação na história deles. Tudo o que sabiam sobre Abraão, 'saque, Jacó e
José advinha da tradição oral.
Não havia literatura nem
culto a Deus no Egito. No texto bíblico, Moisés aparece como o primeiro líder
dos hebreus; estes viviam confusos em meio às crenças pagãs daquele país. Mas,
o povo da antiga aliança teve grandes amostras do poder do Altíssimo quando dez
pragas assolaram aquela terra e quando, com mão forte, o Soberano eterno
livrou-o da escravidão, abrindo lhe o mar Vermelho para que por ele passasse.
Deus
deu sinais ao Seu povo para mostrar que estava com ele. A cada sinal manifesto,
os hebreus eram beneficiados; e os egípcios, prejudicados. Com isso, o Senhor
queria anunciar que era merecedor de todo crédito e fidelidade. Apesar disso, no
decorrer da história bíblica, inúmeras vezes Israel fracassou na sua lealdade
aos preceitos de Deus, deixando-se seduzir por crenças pagãs. Nos dias do rei Acabe,
por influência de sua mulher Jezabel, esse rei oficializou o culto a Baal na nação.
1.1. O desafio de Faraó
Quando
Moisés e Ara, disseram a Faraó que tinham ordem de Deus para que ele deixasse
os hebreus saírem do Egito, receberam como resposta: Quem é o Senhor, cuja voz
eu ouvirei, para deixar ir Israel? Não conheço o Senhor, nem tampouco deixarei
ir Israel (Ex 5.2); porém a Bíblia adverte: Não erreis: Deus não se deixa
escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará (G16.7).
Quando lemos a narrativa da passagem dos hebreus pelo Egito
e a comparamos ao modo como as pessoas deste tempo menosprezam a Deus ao mesmo
tempo em que banalizam os valores supremos, vemos o quanto aquela história é
atual.
1.2. A resposta de Deus
Não
haveria a menor possibilidade de Faraó ficar sem uma resposta da parte de Deus,
e ela veio por meio das dez pragas. O Senhor as enviou principalmente para
desmascarar os falsos deuses daquele país, os quais nada puderam fazer para
extirpá-las.
Cada
praga confrontava diretamente a ação protetora de um deus egípcio. Observe:
•
Isis, a deusa do Nilo, teve suas águas transformadas em sangue (63c 7.15-18).
•
Rãs, a deusa do nascimento (que tinha cara de rã), foi confrontada com a praga
das rãs (6x 8.2-6).
•
Set, o deus do deserto, foi desmascarado por piolhos; estes causavam tanto incômodo
quanto a poeira do ermo levada pelo vento (6x 8.16-19).
•
Uatchit, simbolizado pela mosca, foi desmascarado pelas moscas (80 8.24).
•
Hactor, a deusa do gado (que tinha a cabeça de vaca), e Ápis, o deus boi, foram
ridicularizados pelo Senhor, que matou o gado (Po 9.1-5).
•
Sekhmet, o deus das doenças, e Sunu, o deus da peste, não puderam proteger
pessoa alguma das pragas de sarnas que arrebentavam úlceras pelo corpo (6x
9.8-11).
•
Nut, o deus do céu, e Osiris, o deus da agricultura, não puderam proteger a terra
invasão devastadora dos gafanhotos • Rá, o deus sol, não pôde trazer luz,
quando o Senhor mandou trevas sobre o Egito (6x 10.21-213).
•
Finalmente, a morte dos primogênitos desabonou o próprio Faraó, que era tido
como um deus protetor das famílias.
2.DEUS ESTABELECE O MONOTEÍSMO
Ao
anunciar o primeiro mandamento, o próprio Deus adverte: Não terás outros deuses
diante de núm. A expressão "diante de mim" mostra a Sua intolerância
para com qualquer presunção que vise a estabelecer concorrência com Ele. Por que, então,
Deus falaria de outros deuses, Porque quando Ele entregou a Moisés as tábuas da
Lei, a Terra estava infestada de crenças em divindades criadas pela imaginação
humana.
2.1. Deus e deuses
O maior deus do Oriente Próximo chamava-se El, ele era
rei e criador de muitos deuses. A própria Terra Prometida, para onde os
hebreus se dirigiam, era devota de vários deuses. Baal, a principal divindade
cananeia, cujo
significado é senhor, era um deus agrário representado pela chuva. Considerado
o deus das tempestades, o deus masculino da fertilidade, Baal foi desmascarado
na época do profeta Elias, quando a terra ficou seca durante três anos
(1 Rs 17-18).
Os cananeus também cultuavam as deusas
feminina da fertilidade, Aserá e Astarote. Nos cultos a essas divindades, havia
prostituição e orgjas por entre as árvores dos bosques.
O
culto ao deus Moloque, por sua vez, exigia o sacrifício no fogo de crianças
inocentes de ate dois anos de idade — elas pagavam pelas culpas dos homens.
Era
em uma terra como essa que os filhos de Abraão se estabeleceriam, e Deus, por
intermédio do Seu povo, queria mudar esse quadro, por isso deu-lhes
mandamentos.
2.2. Uma glória exclusiva
O Senhor não aceita ser trocado, tampouco admite
ser comparado a qualquer outra divindade, isso porque Ele é o único Deus.
Quando os homens oferecem cultos a qualquer subproduto da imaginação humana, o
Eterno sente-se afrontado, pois Sua glória é eterna e absoluta : Eu sou o Senhor;
este é o meu nome; a minha glória, pois a outrem não darei, nem o meu louvor,
às imagens de escultura (Is 42.8). As declarações de Deus a Seu próprio
respeito ressaltam a Sua santidade. Deus é absolutamente separado desse mundo
de rituais e crenças religiosas, as quais exaltam outras forças que incidem
sobre o homem e a natureza.
Toda a crença pagã resulta na devoção a 815 (1865) deus(es)
diferente(s). No Egito, terra em que os hebreus estiveram hospedados por 430
anos, adoravam-se vários deuses; logo, essa diferença tinha de ficar muito
clara para eles.
2.3. Um povo exclusivo
Os
hebreus ganharam notoriedade na história da humanidade, pois foi por meio deles
que o Deus Criador revelou-se de modo singular. Todas as nações da terra
estavam contaminadas pelas crenças em deuses diversos, m. o Deus único e
verdadeiro revelou-se por meio da nação que é chamada de santa. Não por outra
razão, Israel é combatida e odiada até os dias de hoje (És 19.5,6; 1 Pe 2.9).
Por ser um povo exclusivo
e santo, os hebreus foram proibidos por Deus de se misturarem com outros povos.
Um hebreu jamais poderia se casar com alguém que não pertencesse à sua etnia,
afinal, a prostituição espiritual começa em um nível afetivo (62 34.15,16). No Novo
Testamento, a mesma exigência permanece (2 Co 6.14-18).
3.EXIGÊNCIAS
LIGADAS AO PRIMEIRO MANDAMENTO
O
mandamento, em si, como artigo estatutário, é simples e curto; porém, os seus
desdobramentos dão-lhe clareza e importância. Dentre eles estão: o amor, o
temor, a adoração, a confiança e a obediência.
3.1. O amor
No
Livro de Deuteronômio, cujo significado é repetição das leis, há uma declaração
que deveria ser repetida em uma devoção diária pelos filhos de Israel, para
lembrá-los de que há somente um Deus, a saber: o Shema (ouvir) (leia Dt 6.4-6).
Esse Deus único deve ser amado. Essa é a relação de afeto que Ele espera ter do
Seu povo. Jesus
referendou o Shema, quando confrontado pelos religiosos fariseus (Mt 2 2.3
7-40).
3.2. 0 temor
O
temor é uma d. mais elevadas expressões humanas , podendo ser negativo ou
positivo. O Livro de Hebreus fala do temor da morte que leva os homens a se
tornarem escravos do diabo (Hb 2.15), mas, há um temor positivo, o devido a
Deus, que implica absoluta reverência a um Ser que tanto pode matar e lançar a
alma no inferno quanto dar a vida (Mt 10.28).
Como desdobramento do
primeiro mandamento, há uma exigência ao temor: Agora, pois, Israel, que é que
o Senhor teu Deus, pede de ti, senão que temas o Senhor teu Deus e que andes em
todos os seus caminhos, e o ames e sirvas ao Senhor, teu Deus com todo o teu
coração e com toda a tua alma para guardares os mandamentos do Senhor e os seus
estatutos, que hoje te ordeno, para o teu bem (Dt 10.12,13).
3.3. A adoração
Daí ao Senhor a glória de
seu nome; trazei presentes e vinde perante ele; adorai ao Senhor na beleza da sua
santidade (1 Cr 16.29). O diabo tentou usurpar a adoração — condição devida
única e exclusivamente ao Senhor do Universo. Porém, nada nem ninguém podem
roubar-lhe esta glória (Is 14.13,14; Mt 4.9,10).
Os
seres humanos são propensos à devoção ligada a algo tangível; por isso fabricam
ídolos, que conferem a falsa sensação de uma entidade divina presente. Deus, no
entanto, não aceita ser substituído por qualquer imagem. Ele é espírito e quer
que os home. conheçam a Sua natureza pela fé: Deus e espírito, e Importa que os que o
adoram o adorem em espírito e em verdade (Jo 8.24).
3.4. A confiança
Está
implícito no primeiro mandamento que o Senhor é digno de confiança. Quando Ele
mesmo diz: 62 802 o Senhor, teu Deus, que te tirei da terra do Egito (...) (Êx
20.2), Ele tem o que mostrar. É essa confiança que leva os crentes a busca--lo
em oração.
3.5. A obediência
No
que tange aos Seus preceitos eternos, o Altissimo é intransigente: a bênção
resulta da obediência; e a maldição, da desobediência — as insígnias desses
resultados estão nos montes Ebal e Gerizim, onde foram proferidas as leis de
bênçãos e maldições, respectivamente (Dt 27.11-26; 28.1-28). É fato: os
Mandamentos são impositivos; assim, obedecê-los implica satisfazer às
exigências do próprio Deus.
CONCLUSÃO
Dificilmente uma crença politeísta será coerente
em seus valores éticos. As divindades não concordam entre si quanto ao que se
pode ou não fazer. O que garante o absolutismo de um padrão ético elevado,
capaz de estabelecer uma relação harmoniosa entre o homem e os seus semelhantes
é o fato de existir um Deus que é, ao mesmo tempo, onipotente, justo, bom e
capaz de se aproximar dos seres que criou, estabelecendo contato com eles nas
bases do amor.
ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO
1.
De acordo com o Shema, o que Deus espera do Seu povo? R.: Ser amado.
Revista Central Gospel Nº 62 - 2º Trimestre 2020
2. Conhecendo Deus para melhor servi-lo
Pr. Vicente
Sabbatino
Certamente você já percebeu
que neste momento em que aceitamos a Cristo como Senhor em nossas vidas, um dos
primeiros desafios que teremos é entender que, muito embora Deus não seja
visível, Ele é uma pessoa. Uma pessoa que pode, e quer, se tornar uma realidade
presente, segura, confiável e amorosa em todas as áreas de nossa vida.
Neste momento você deve estar se perguntando;
“Como então nos relacionar com alguém que existe, mas não vemos?”.
Davi, o maior Rei
de Israel, descreveu de forma poética, sua experiência sobre a grandeza de Deus
e sua intimidade com Ele:
“Para onde me ausentarei do Teu Espírito? Para onde
fugirei da Tua face? Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais
profundo abismo, lá estás também; se tomo as asas da alvorada e me detenho nos
confins dos mares, ainda lá me haverá de guiar a Tua mão, e a Tua destra me
susterá. Se eu digo: as trevas, com efeito, me encobrirão, e a luz ao redor de
mim se fará noite, até as próprias trevas não te serão escuras: as trevas e a
luz são a mesma coisa”.
“Pois Tu formaste o meu interior, Tu me teceste no
seio de minha mãe. Graças Te dou, visto que por modo assombrosamente
maravilhoso Me formaste; as Tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe
muito bem”. (Salmo 139.7-14).
Davi foi inspirado
pela onipresença de Deus (Atributo de seu caráter que Lhe permite estar
presente em toda parte) e a onisciência de Deus (Atributo de seu caráter que
Lhe confere todo conhecimento). Quando não estamos, ou não nos sentimos perto
de Deus, podemos atribuir a Ele esse sentimento de frustração e separação. Mas
a culpa não é de Deus.
As pessoas se
esquecem dEle, mas Deus nunca se esquece de nós. Ele está sempre disponível
para você, se você O “buscar de todo o coração” (Deuteronômio 4.29).
Na verdade, Deus é
amor. E a maior demonstração do seu amor foi a de entregar o seu próprio Filho
para morrer em nosso lugar, através do seu sacrifício na cruz do Calvário. A
Bíblia nos afirma que: “Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes
o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas?”
Romanos 8:32
2.1.
Aproximando-me de Deus
O autor de Salmos
73.28, escreveu o seguinte:
“Mas, para mim, bom
é aproximar-me de Deus”, e espero que você esteja aprendendo que isso também é
bom para você. Para nós. Nosso relacionamento com Deus já começou. Começou
quando Ele nos chamou ou nos atraiu. Jesus disse: “Ninguém pode vir a Mim, se o
Pai, que Me enviou, o não trouxer; e eu O ressuscitarei no último Dia” (João
6.44). No exato momento em que você aceitou a Cristo como seu único e
suficiente Salvador começou esta relação de que nós estamos tratando.
Depois que Deus nos
chama, Ele espera que, a partir daí, tomemos a iniciativa de nos aproximarmos
dEle. Se fizermos isso, então recebemos essa encorajadora promessa: “Chegai-vos
a Deus, e Ele se chegará a vós” (Tiago 4.8).
Então, a promessa
de uma ressurreição para a vida após a morte torna-se o principal fator
motivador. E essa é “uma melhor esperança, pela qual chegamos a Deus” (Hebreus
7.19).
2.2. Dicas para um relacionamento saudável com Deus
2.2.1. Leitura e Meditação na Bíblia É
inegável que a Bíblia sendo a inerrante Palavra de Deus, é também a maior fonte
de conhecimento acerca de Deus. Pelo menos naquilo que se pode conhecer sobre
Ele.
“Tu, porém,
permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o
tens aprendido. E que, desde a tua meninice, sabes as sagradas letras, que
podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus. Toda
Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para
corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e
perfeitamente instruído para toda boa obra” (2 Timóteo 3.14-17).
“Como é feliz o
homem que acha a sabedoria, o homem que obtém entendimento, pois a sabedoria é
mais proveitosa do que a prata e rende mais do que o ouro. É mais preciosa do
que rubis; nada do que você possa desejar se compara a ela” (Provérbios
3.13-15).
A Bíblia é mais
valiosa do que todos os outros livros do mundo juntos. Ela não tem preço! É a
revelação que Deus, o Criador, entregou a nós, Sua criação, sobre Seu plano e
sobre como devemos viver nossas vidas para cumprir o nosso propósito e de como
obter os melhores e duradouros resultados. Procure reservar tempo para ler a
Bíblia. Um tempo que te permita refletir e pensar acerca de tudo que você está
aprendendo. Desta forma você vai absorver mais conhecimento e perceberá, com o
passar do tempo, Deus se revelando a você. Ver também Romanos 1.19-20.
2.2.2.
Procure falar com Deus todo tempo possível tendo a certeza de que Ele te ouve A
oração sincera é poderosa porque Deus ama ouvir as nossas orações e gosta de
respondê-las. A Bíblia tem muitos textos que nos exortam a orar e outros tantos
nos dão dicas de como orar. Deus espera que mantenhamos comunicação diária com
Ele, lendo Suas mensagens na Bíblia e conversando com Ele em oração.
E quanto mais você
orar, mais isso se tornará natural para você. A Bíblia compara as “orações dos
santos” com o incenso de aroma agradável, porque agradam a Deus (Apocalipse
5.8). “E esta é a confiança que temos nEle: que, se pedirmos alguma coisa,
segundo a Sua vontade, ele nos ouve. E, se sabemos que nos ouve em tudo o que
pedimos, sabemos que alcançamos as petições que Lhe fizemos” (1 João 5.14-15).
Jesus disse: “E,
naquele dia, nada me perguntareis. Na verdade, na verdade vos digo que tudo
quanto pedirdes a Meu Pai, em Meu nome, Ele vo-lo há de dar” (João 16.23).
2.2.3. Procure andar com
Deus O que significa “andar com Deus”? Na Bíblia, muitas vezes, a palavra andar
é usada para se referir ao estilo de vida duma pessoa. De como vivemos a nossa
vida. Andar de acordo com a Palavra de Deus significa praticá-la, colocá-la em
ação.
Andar com Deus
significa obedecer aos Seus mandamentos e seguir, imitar, os exemplos de Jesus,
e Seu estilo de vida.
“Aquele que diz que
está nEle (Cristo) também deve andar como ele andou” (1 João 2.6).
“E o amor é este: que andemos segundo os Seus
mandamentos. Este é o mandamento, como já desde o princípio ouvistes: que
andeis nele” (2 João 1.6). Ver também 1 João 2.3.
2.2.4. Jejum! Jejum nos aproxima de Deus?
Entre as ferramentas espirituais para nos aproximarmos de Deus, se encontra o
jejum, que é uma ferramenta realmente poderosa! O jejum é fundamental quando
nos deparamos com um grande problema e precisamos urgentemente da ajuda de
Deus. Até mesmo quando não estamos enfrentando grandes problemas devemos
jejuar, ocasionalmente, como uma forma especial de adoração a Deus e de
aproximação dEle . Quando você jejua sinceramente, Deus fica satisfeito e o
ajuda a crescer espiritualmente.
“Porém tu, quando jejuares, unge a cabeça e
lava o rosto, para não pareceres aos homens que jejuas, mas sim a Teu Pai, que
está oculto; e Teu Pai, que vê o que está oculto, te recompensará” (Mateus
6.17- 18). “Ainda assim, agora mesmo diz o Senhor: Convertei-vos a Mim de todo
o vosso coração; e isso com jejuns, e com choro, e com pranto” (Joel 2.12). Ver
também Esdras 8.21, 23.
2.2.5. Más influências atrapalham nosso
relacionamento com Deus? A nossa vida é feita de escolhas. Muitas vezes, temos
de escolher entre ceder às más influências ou buscar as boas influências. Deus
não aprova a nossa conduta quando escolhemos, ou deixamos o mal, nos
influenciar. A mente é como uma esponja que absorve tudo a que você se exponha,
seja bom ou ruim, e grande parte do que entra nela fica gravado.
Um computador é uma
boa comparação. A resposta de saída de um computador depende dos dados
inseridos nele. Se entra lixo, sai lixo, como diz o ditado. Deus conhece todo
nosso pensamento.
Não experimente ou pense coisas que vão fazer
você ter vergonha de encarar a Deus. Portanto santificai-vos, e sede santos,
pois eu sou o Senhor vosso Deus. (Levítico 20.7)
“Não se deixem
enganar: ‘As más companhias corrompem os bons costumes’ ” (1 Coríntios 15.33).
“Como Deus disse: Neles habitarei e entre eles andarei; e Eu serei o Seu Deus,
e eles serão o Meu povo. Pelo que saí do meio deles, e apartai-vos, diz o
Senhor; e não toqueis nada imundo, e Eu vos receberei; e Eu serei para vós Pai,
e vós sereis para Mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso” (2 Coríntios
6.16-18). Ver também Provérbios 12.26
2.2.6. Apegos às coisas materiais
atrapalham nosso relacionamento com Deus? Quando priorizamos as coisas
materiais, certamente teremos dificuldades de ter uma relação mais próxima de
Deus. Nosso Deus não é mesquinho. Para o plano da Salvação Ele não nos deu um
homem sem pecado, um anjo ou Querubim para morrer na cruz do Calvário. Ele nos
deu aquilo de mais precioso que havia no Céu: Jesus, seu filho único.
O dinheiro em si
mesmo não é mau, mas o amor ao dinheiro é a principal raiz do mal. Portanto, o
materialismo e uma vida ocupadíssima interferem em nossos relacionamentos e,
especialmente, em nosso relacionamento com Deus.
Isso pode sufocar nossa vida espiritual até a
morte, assim como as ervas daninhas sufocam e matam as plantas de um jardim.
Quando o dinheiro e os bens materiais se tornam muitíssimo importantes para
nós, então eles se tornam nossos deuses, e isso significa a transgressão do
primeiro mandamento (pôr outras coisas acima de Deus).
“Ninguém pode
servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro ou
se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas”
(Lucas 16.13).
“Mas os que querem
ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e
nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor do dinheiro
é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e
se traspassaram a si mesmos com muitas dores” (1 Timóteo 6.9-10). Ver também
Marcos 4.18-19.
2.2.7. Qual a maneira mais eficaz de
estarmos perto de Deus? Como é possível o ser humano mortal ter uma relação
íntima e permanente com o sublime Deus invisível? A chave mais importante é dom
de Deus, ou seja, Seu Espírito habitando em seu coração e mente! O Espírito de
Deus atua transformando a natureza humana em uma natureza divina com a mente de
Cristo, de modo que, em vez de ser inclinada ao egoísmo e ao pecado, a pessoa
se sente inclinada ao amor e à piedade (Filipenses 2.1-5).
Ao recebermos o
Espírito Santo ganhamos força necessária no processo de santificação. Por ser
um processo, a santificação é construída em etapas, onde quanto mais nos
aproximamos de Deus, mais nos afastamos dos pecados que nos dominavam.
Significa dizer que
não seremos mais tentados por aquilo que nos atraía e nos vencia? A resposta é
NÃO! Isto significa dizer que receberemos a força que não tínhamos para dizer
não a qualquer tipo de pecado que nos atraía. A decisão sempre será nossa.
Deus deseja ter um relacionamento próximo com
todas as pessoas. Na verdade, Ele quer que todas as pessoas, eventualmente,
tornem-se, como já visto, Seus “filhos e filhas” (2 Coríntios 6.18).
“Porque a
inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz.
Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à
lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser. Portanto, os que estão na carne não
podem agradar a Deus. Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é
que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de
Cristo, esse tal não é dEle” (Romanos 8.6-9). Ver também Atos 2.38.
3. Comece agora sua vida de relacionamento íntimo
com Deus
Me lembro que
quando criança, sempre que recebia uma roupa ou sapato novo, o meu primeiro
impulso era guardá-los, na intenção de preservá-los novos e continuar a usar o
velho, antigo, usado e gasto.
Abandone hoje sua
vida pregressa e mergulhe num relacionamento novo e profundo com Deus. Acredite:
Você pode. Você Deve. Deus espera ansiosamente que você faça isso. A oração
diária é a chave principal como foi explicado, e uma grande parte de nossas
orações devem ser de agradecimento e louvor a Deus por Suas inúmeras bênçãos.
“Não estejais inquietos por coisa alguma;
antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração
e súplicas, com ação de graças” (Filipenses 4.6).
Muitos textos da
Bíblia Sagrada nos exortam a agradecer e louvar a Deus em oração e cânticos.
Salmos 69.30; 106.1; 107.8 e 1 Tessalonicenses 5.17-18, entre outros, nos
asseguram isso.
Deus ama a atitude
de gratidão! Quando Deus responde a oração, nos protegendo ou nos abençoando de
alguma outra forma, Ele não está esperando muito em troca, exceto a nossa
obediência e ação de graças. Crie o hábito de contar suas bênçãos recebidas e
louve a Deus por isso!
Pare e pense sobre
as diversas bênçãos e auxílios que Deus lhe deu, elaborando uma lista.
Provavelmente, você vai ter uma surpresa agradável ao perceber quantas bênçãos
vai conseguir enumerar.
Agora que já
conheceu um pouco sobre quem é Deus, é necessário saber que o Eterno deseja que
você não apenas O conheça, mas prossiga na busca incessante de sua pessoa. Na
verdade, só podemos conhecê-lO à medida em que O experimentamos. O Soberano
deseja que nós O conheçamos como único e verdadeiro Deus e a seu Filho como
único e suficiente Salvador. O Senhor Jesus Cristo, a imagem do Pai
pré-existente, a revelação final e perfeita de Deus, é o tema do nosso próximo
encontro.
Esperamos por você
lá!
Introdução
Êxodo 20.1-17
Lembre-se de que o Decálogo está dividido em duas partes. Os quatro primeiros mandamentos tratam dos deveres para com Deus e os seis restantes tratam dos deveres entre os homens. Estas leis são introduzidas mediante a lembrança das bênçãos da redenção divina sobre a nação (Êxodo 20:1-2). Isto era para lembrá-los da dívida que tinham com Deus e do Seu amor para com eles. Os homens facilmente se esquecem que a lei de Deus não é o fruto de um ato egoísta de um tirano, mas são os preceitos de alguém que tem em mente o nosso melhor interesse. Veja como isto é enfatizado em Deuteronômio 6:3-15.
Embora nós, sendo cristãos, não estejamos debaixo da Velha Aliança, devemos nos lembrar, que como povo da Nova Aliança, temos a lei inscrita em nossos corações (Hebreus 10:16). Ao ler o Novo Testamento, qualquer pessoa pode notar quantas vezes a lei moral de Deus é mencionada. Estas leis não foram dadas como um meio de salvação, mas como um padrão de conduta e demonstram a natureza justa do caráter de Deus (Efésios 4:28; 6:1-3; I João 5:21).
O Primeiro Mandamento – Êxodo 20:3 I.
O que esta Lei Proíbe
A. A adoração de falsos deuses.
Alguém disse que “Deus criou o
homem a sua imagem e o homem retribuiu o favor”. Esta declaração, ainda que irreverente,
indica uma grande verdade. Os homens estão sempre ocupados na criação de novos
deuses. Na maioria das vezes isso envolve a reformulação de seus conceitos a
respeito do verdadeiro Deus. Isto é o causado pela inimizade natural do homem
contra Deus (Romanos 1:23). Até mesmo o povo de Deus é alertado contra este perigo
(Deuteronômio 6:14-15). Falsos deuses são criados de diversas maneiras. 1. A criação e adoração de ídolos.
2. A criação de uma teologia que retém o nome de Deus e ainda redefine Sua natureza e atributos. Considere aquelas heresias que falam de Deus mas negam Sua tri-unidade, santidade, poder ou soberania. Todo grupo que nega a deidade de Jesus Cristo está adorando um deus falso. Muitos que falam de “Jesus” ou o “Espírito” estão, na verdade, se referindo a criações de suas próprias mentes (II Coríntios 11:4).
3. Os homens fazem deuses falsos quando colocam algo entre o homem e Deus. Mesmo os pagãos mais inteligentes reconhecem seus muitos deuses como sendo intermediários entre eles e o criador. Os homens cristianizam este paganismo quando rezam para os santos, Maria ou os anjos. Pior ainda é a adoração dirigida a meros homens (Atos 10:25-26). Imagine a blasfêmia de chamar um mero mortal de “cabeça da igreja”. Este título pertence somente a Cristo (Colossenses 1:18).
B. Fazer de qualquer coisa, exceto Deus, objeto de supremo respeito, ainda que o homem deteste a idolatria aberta, é falhar em dar à Deus o Seu justo lugar. Note as coisas que os homens colocam à frente de Deus, quebrando assim o primeiro mandamento:
1. O eu – Mateus 16:24
2. Possessões – Colossenses 3:5
3. Prazeres – Filipenses 3:19
4. Família – Mateus 10:37
II. O que Manda a Lei
Lembre-se que quando a lei de Deus é dada de forma negativa, as coisas positivas estão implícitas. Se nada deve ser colocado à frente de Deus, então Deus é que deve receber adoração e honra. Isto é feito nas seguintes maneiras:
A. Deus deve ser adorado. Este dever envolve:
1. Amar a Deus – Mateus 22:37-38
2. Lembrar-se de Deus – Malaquias 3:16, Salmo 63:6
3. Recordar-se de Deus – Eclesiastes 12:1
4. Estimar ou Apreciar a Deus – Salmo 71:19 5. Deleitar-se em Deus – Salmo 37:4
B. Somente Deus deve ser objeto de nossa confiança – Jeremias 17:5-8
C. Somente à Deus é que nossas orações devem ser dirigidas – Mateus 6:9
D. Deus deve ser louvado – Salmo 100
E. Deus deve ser agradecido – Tiago 1:17
III. Como esta Lei
Convence ao Perdido – Romanos 3:20
O homem freqüentemente se orgulha da sua própria bondade por cumprir externamente alguns deveres morais. Esta lei revela o que Deus verdadeiramente exige. O homem por natureza não tem amor, e, menos ainda, um supremo amor à Deus. Até mesmo a adoração do não salvo é somente uma tentativa de manter Deus o mais longe possível. Qualquer um que honestamente considere o alvo real do primeiro mandamento, enxergará a necessidade de um Salvador.
IV. Como esta Lei Guia os Santos
Como cristãos, devemos constantemente relembrar que Cristo deve ocupar o primeiro lugar de nossas vidas (Mateus 10:37; Filipenses 1:21).
Pastor
Ron Crisp
Êxodo 20
Versículos 1, 2:
Vv. 1,2. Deus fala de
muitas maneiras aos filhos dos homens; pela consciência, por providências, por
sua voz, a todas as quais devemos atender cuidadosamente; porém, nunca falou,
em momento algum, como na ocasião em que deu os Dez Mandamentos. Deus já dera
esta lei ao homem anteriormente, escrita em seu coração; porém, o pecado a
desfigurou tanto que foi necessário relembrar o conhecimento dela. A lei é
espiritual, e toma conhecimento dos pensamentos, desejos e disposições secretas
do coração. A sua grande exigência é o amor, sem o qual a obediência exterior é
pura hipocrisia. Requer a obediência perfeita, infalível, constante; nenhuma
lei do mundo admite a desobediência. Qualquer que guardar toda a lei, porém
transgredir em um só ponto, faz-se culpado de todos (Tg 2.10). Omitir ou variar
algo no coração ou na conduta, em pensamento, palavra ou obra, é pecado; e a
recompensa do pecado é a morte.
Vv. 3-11. Os primeiros quatro
dos Dez Mandamentos, frequentemente chamados de "A Primeira Tábua",
falam de nosso dever para com Deus. Era adequado que estes mandamentos fossem
colocados primeiramente porque o homem tem um criador para reverenciar, antes
mesmo de ter um "próximo" para amar. Não se pode esperar que aquele
que é falso para com o seu Deus seja veraz para com o seu irmão.
O primeiro mandamento refere-se ao
objeto de adoração, Jeová, e somente a Ele. Aqui se proíbe a adoração a
criaturas; porém, o mandamento vai muito mais além. Aqui se prole amar,
desejar, deleitar-se ou esperar algo que tenha natureza pecaminosa.
Transgride este mandamento tudo
aquilo que não seja amor, gratidão, reverência ou a adoração perfeita.
"Tudo o que fizerdes, fazei-o para a glória de Deus".
Êxodo 20 —
Comentário de Matthew Henry
Se considerarmos a lei sob as suas duas partes importantes, vemos
que ordena ao homem amar a Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de
todas as suas forças, e amarão próximo como a si mesmo. Tal é o resumo da lei.
Eis o que a lei exige, e nada menos. Mas qual é o filho caído de Adão que j
amais pôde responder a esta dupla exigência da lei4- Qual é o homem que pode
dizer que ama Deus desta maneirai "...a inclinação da carne" (quer
dizer, a inclinação que temos por natureza) "é inimizade contra Deus"
(Rm 8:7).
O homem aborrece a Deus e os Seus caminhos. Deus veio na Pessoa de
Cristo e manifestou-Se aos homens, não na magnificência esmagadora da Sua
majestade, mas com todo o encanto e a doçura de graça perfeita e
condescendência. Qual foi o resultado? O homem aborreceu a Deus: "...me
aborreceram a mime a meu Pai" (Jo 15:24). Mas dirá alguém, "o homem
devia amar a Deus". Sem dúvida, e merece a morte e a perdição eterna se o
não fizer. Mas poderá a lei produzir este amor no coração do homem. Era esse o
seu fim? De maneira nenhuma, "porque a lei opera a ira". A lei
encontra o homem num estado de inimizade contra Deus; e, sem alterar nada desse
estado — porque esse não era o seu objetivo — manda que ele ame a Deus de todo
o seu coração, e amaldiçoa-o se o não fizer. Não pertencia ao domínio da lei
alterar ou melhorar a natureza do homem; nem tampouco podia dar-lhe o poder de
cumprir as suas justas exigências. Dizia: "Faze isto é viverás".
Mandava que o homem amasse a Deus. Não revelava aquilo que Deus era para o
homem, mesmo na sua culpa e ruína; mas dizia ao homem aquilo que ele deveria ser
para Deus.
Era uma obra triste. Não se via em tudo isto o desenrolar dos
atrativos poderosos do caráter divino, produzindo no homem verdadeiro
arrependimento para com Deus, fundindo o seu coração de gelo e elevando a sua
alma em verdadeiro afeto e adoração sincera. Não; era um mandamento inflexível
para amar a Deus; e, em vez de produzir amor, opera "a ira"—não
porque não devesse ser amado, mas porque o homem era pecador.
C.
H. MACKINTOSH
O PRIMEIRO MANDAMENTO
O primeiro mandamento se encontra em Êxodo 20:3: "Não terás
outros deuses diante de Mim". Este encabeça a lista e é fundamental. Era
um elemento essencial da dispensação judaica, e a revelação cristã conserva
esta verdade inviolada. Lemos em 1 Coríntios 8, no final do versículo 4, que "não
há outro Deus, senão um só". Quão clara e inequívoca é esta afirmação!
Vamos ler o versículo 6: "Todavia para nós há um só Deus, o Pai, de Quem é
tudo e para Quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo Qual são todas
as coisas, e nós por Ele." Quando um "testemunha de Jeová" vier
à sua porta para desafiá-lo quanto à fé que você professa de Cristo como sendo
Deus, leia para ele 1 Coríntios 8:4-6. Confessamos a um só Deus, mas aprouve
Àquele um só Deus revelar-Se em três Pessoas. Filipe rogou ao Senhor Jesus: "Senhor,
mostra-nos o Pai". Quão maravilhosa foi a resposta do nosso Senhor!
"Quem Me vê a Mim vê o Pai... estou no Pai, e o Pai em Mim" (Jo
14:8-11).
Vamos ler agora a primeira epístola de João, capítulo 5, versículo
20. "Sabemos que já o Filho de Deus é vindo, e nos deu entendimento para
conhecermos o que é verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, isto é, em Seu
Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna". Oh! quão
preciso! Estas declarações são tão resplandecentes como um cristal; JESUS É
DEUS. Sim, no cristianismo conhecemos a um só Deus. Às vezes Ele é manifestado
como o Pai, às vezes como o Filho, e às vezes como o Espírito (compare com Atos
5.3-4). Assim, no cristianismo, nos achamos de pleno acordo com o primeiro
mandamento de Moisés: "Não terás outros deuses diante de Mim".
C. H. BROWN
Os Dez Mandamentos: 2 – Não farás para ti imagem de escultura
Apesar de todas as diferenças que (corretamente) nos separam, nós temos muito em comum com o catolicismo romano. Roma afirma os grandes credos ecumênicos do primeiro milênio. Afirma a Trindade, assim como o nascimento virginal e a ressurreição de Cristo. Afirma que a Bíblia é a Palavra de Deus. Uma coisa que não temos em comum, todavia, são os Dez Mandamentos. Para deixar claro, as Bíblias católico romanas incluem Êxodo 20 e Deuteronômio 5. Mas Roma separa aquele que chamamos o décimo mandamento em dois, sendo o nono “Não cobiçarás a mulher do teu próximo” e o décimo, “Não cobiçarás os bens do teu próximo”. Contudo, Roma não termina com onze mandamentos, porque ela combina aqueles que consideramos ser o primeiro e o segundo.
A divisão do décimo mandamento, provavelmente, soa artificial e não-natural a qualquer leitor não enviesado. Dito isso, estou certo de que muitos protestantes têm apenas um entendimento obscuro da diferença entre o primeiro e o segundo mandamentos. O primeiro nos proíbe de termos outros deuses diante de Deus; o segundo proíbe a feitura de imagens esculpidas. Não são ambos simples ordenanças a que não adoremos falsos deuses e, em vez disso, adoremos apenas o Deus vivo e verdadeiro?
De modo algum. O primeiro mandamento, de modo mais do que suficiente, lança fora qualquer forma de adoração a qualquer outro além do Deus vivo. Se você faz isso por meio de imagens esculpidas não importa. O segundo mandamento explora uma questão diferente: ele proíbe a adoração ao Deus verdadeiro pelo uso de imagens.
Lembra-se de quando Arão fez o bezerro de ouro? Ele disse isto: “São estes, ó Israel, os teus deuses, que te tiraram da terra do Egito” (Êxodo 32.4). Ele não disse ao povo: “Vocês sabem de Javé, o Deus com quem Moisés teve um encontro, aquele que pensávamos ter nos libertado da escravidão e aberto o Mar Vermelho? Acontece que não foi ele quem fez nada disso, antes, foi uma divindade diferente, esta aqui”. De fato, no versículo seguinte, nós lemos que Arão na verdade disse: “Amanhã, será festa ao SENHOR”. O bezerro de ouro era menos uma violação do primeiro mandamento e mais uma violação do segundo.
Nós chegamos à mesma distinção ao considerarmos as nossas próprias inclinações. Uma vez que a maioria de nós ocidentais, crentes ou não, não somos dados a nos inclinar perante estátuas, podemos ser tentados a pensar que a idolatria ficou para trás. Mas, em nossos momentos mais honestos, nós reconhecemos que temos construído os nossos próprios deuses das coisas que mais desejamos; para alguns, dinheiro, para outros, reputação, e assim por diante. Tudo isso é verdade. Mas, de novo, isso é mais um problema do primeiro mandamento do que um problema do segundo mandamento.
Considerando, então, que não somos tão inclinados a nos curvar perante estátuas, incluindo estátuas designadas para representar o Deus vivo e verdadeiro, isso significa que nós superamos o segundo mandamento? De modo algum. Quebramos o segundo mandamento quando buscamos adorar o verdadeiro Deus por meio de imagens, incluindo imagens construídas em nossas próprias mentes. (Lembre-se de que poucas pessoas, se é que alguma, de fato creram que o deus por elas construído era um deus verdadeiro. Mesmo as sociedades mais primitivas viam estátuas e imagens como auxílios para a adoração, ferramentas pelas quais um deus real recebia adoração, não como os próprios deuses.)
Nossos vizinhos incrédulos, com frequência, são chocantemente honestos sobre sua própria idolatria. Com efeito, a maioria deles deu um nome ao deus o qual creem existir e adora esse deus por meio de uma imagem que construíram. Eles chamam o seu deus de “Deus-para-mim”. Você certamente já ouviu gente dizendo: “Bem, Deus-para-mim é como uma força amorosa que me envolve” ou “Deus-para-mim deseja que eu faça o que achar melhor”. Não deveria nos surpreender que o molde de Deus-para-mim, a forma a qual buscamos copiar ao construí-lo, somos nós mesmos. De fato, se nossos vizinhos incrédulos fossem apenas um pouco mais honestos, eles confessariam que o nome do seu deus é “Deus-sou-eu”.
Os Dez Mandamentos, embora sejam universalmente obrigatórios, foram dados primariamente ao povo pactual de Deus. E Deus nunca desperdiça seu fôlego. Se o povo de Deus, então, precisava ser alertado contra a idolatria, pode apostar que é porque nós idolatramos também. Às vezes, a nossa idolatria aparece em nossos debates teológicos. Quantas vezes você ouviu alguém dizer (ou você mesmo o disse): “Eu jamais poderia adorar um deus que…”? Se o que vem em seguida for algo que de fato descreva o Deus da Bíblia, então essa é uma confissão de que eu jamais poderia adorar o verdadeiro Deus. Quando dizemos: “Eu prefiro enfatizar o Deus mais gentil do Novo Testamento”, estamos cometendo idolatria (e nos esquecendo de que Deus matou só um homem inocente uma única vez, e foi no Novo Testamento). Nós temos “Deuses-para-mim” demais até mesmo na igreja evangélica.
O segundo mandamento ordena que adoremos a Deus como ele é e que o façamos como ele ordenou. Quando meu pai era um jovem seminarista, ele escreveu um cartão o qual pôs em sua escrivaninha. “O seu dever”, dizia o cartão, “é crer e pregar o que a Bíblia diz, não o que você gostaria que ela dissesse”. O segundo mandamento nos diz que o nosso dever é crer, aprender, amar e adorar o Deus que é, não o deus que gostaríamos que ele fosse.
POR : R. C. Sproul Jr.
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