segunda-feira, 23 de março de 2020

Lição 13 - O Novo Homem em Jesus Cristo

Lições Bíblicas CPAD - Lição 13 - 1º Trimestre de 2020

TEXTO ÁUREO
Até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo” (Ef 4.13).

VERDADE PRÁTICA
A salvação em Jesus Cristo leva-nos à perfeição espiritual, moral e ética, porque Ele, embora Deus, foi o mais perfeito e completo dos seres humanos.


Capítulo 13
O Novo Homem em Jesus Cristo

A
 Revolução Francesa (1789-1799), uma das maiores excrescências da História, tinha como proposta a criação de um novo homem. Profanando os valores cristãos, abandonou a semana de sete dias e criou uma que, segundo seus mentores, levaria a França a um progresso jamais imaginado. Nessa toada de iniquidades, o matemático Gilbert Romme (1750-1795), visando levar os franceses a esquecer dos feriados cristãos, inventou a semana de 10 dias. Dessa forma, os que teimavam em relembrar a ressurreição de Jesus, cariam desprovidos de seus domingos. Ainda não satisfeitos, elaboraram a hora de 100 minutos e o minuto de 100 segundos; uma descabida violência às ciências exatas e fisiológicas.

De início, parecia que tudo ia funcionar melhor do que antes. Mas, com o decorrer do tempo, as leis naturais, instituídas pelo Deus da Bíblia Sagrada, começaram a requerer os seus tributos. Os trabalhadores, por já não terem o sétimo dia para descansar, caíam de exaustão. Nas oficinas, ateliês e fábricas, os acidentes cresciam exponencialmente; a produção, enquanto isso, decrescia a olhos vistos. No campo, o agricultor e o boieiro já não tinham forças para levar avante suas lidas e obrigações, causando o desabastecimento do país.

Passados aqueles dez anos de trevas, ignorância e brutalidade, o único homem novo que a Revolução Francesa logrou apresentar ao mundo foi Napoleão Bonaparte (1769-1821), um dos tiranos mais cruéis e sanguinários de todos os tempos. Sobre o seu lindo sarcófago, exposto no Hôtel National des Invalide, pesa a morte de dois milhões e trezentas mil pessoas.

Nesse mesmo raciocínio, podemos tratar as “revoluções” comunista e nazista. A primeira gerou Joseph Stalin (1878-1953), um assassino frio e impiedoso, responsável direto pelo assassinato de, pelo menos, 20 milhões de russos. Quanto à segunda, produziu um genocida calculista e soberbo, que, formado na escola de Stalin, forçou o mundo a uma guerra, que levaria mais de 60 milhões de pessoas à morte. Hitler, tão antissemita quanto o seu homônimo soviético, exterminou seis milhões de judeus.

Esses são os “homens novos” concebidos pelos movimentos que, engendrados no coração de Satanás, ignoram a Palavra de Deus e blasfemam do Deus da Palavra. Todavia, quando nos voltamos às Sagradas Escrituras, deparamo-nos com o único poder capaz de transformar o homem arruinado pela iniquidade em uma nova criatura: o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Mas, a essas alturas, alguém, tomado pelo ceticismo, talvez me inquira: “É possível ao ser humano alcançar a perfeição espiritual nesta vida?”. Do ponto de vista meramente antropológico, não. Todavia, quando abrimos a Bíblia Sagrada, querido leitor, constatamos que tal perfeição não somente é possível, como desejável e requerida de todo aquele que professa o nome de Deus.

Se nos valermos de nossas forças, jamais a experimentaremos. Em Jesus Cristo, porém, a nossa velha natureza renasce para a vida eterna. E, assim, o ideal que Deus estabelecera para o primeiro Adão torna-se possível, em seu Filho, o Último Adão.

Neste capítulo final, estudaremos a regeneração, a justificação, a santificação e a glorificação do novo homem em Cristo.

Que o Espírito Santo nos ilumine nesta aula. Senhor, tenha misericórdia de nós.

I.                   O Nascimento do Novo Homem

Nicodemos era um clássico rabino judeu da época do Novo Testamento. Embora versado na Lei, nos Profetas e nos Escritos, jamais tivera, até a sua entrevista com o Senhor Jesus, um encontro real e experimental com Deus. Mas, ao procurar o Mestre Divino, o afamado teólogo vê-se face a face com a Teologia; Jesus é a fonte de todo o saber, quer divino, quer terreno (Cl 2.3). E, já assentado aos pés do meigo Nazareno, cumpre-se na vida do humilde e piedoso fariseu o que havia profetizado Jeremias: “Invoca-me, e te responderei; anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas, que não sabes” (Jr 33.3, ARA). Que coisas grandes e ocultas ignorava Nicodemos? Uma delas, segundo veremos mais adiante, era o nascer de novo; a nova criatura não é gerada nem da carne, nem do sangue, mas de Deus, da água e do Espírito.

1. Nascido não do sangue nem da carne. No prólogo de seu evangelho, o apóstolo João aança que o novo homem, em Cristo, é, antes de tudo, uma criação espiritual; não é gerado nem do sangue, nem da carne, mas de Deus (Jo 1.12,13). Apesar do pecado do primeiro Adão, nós podemos renascer para Deus, por meio dos méritos de Jesus, o Último Adão.

 A atuação do Espírito Santo, no interior do ser humano, é o milagre mais expressivo que Deus pode operar em nossa vida. Ao nascer de novo, o homem experimenta um novo gênesis — a comunhão plena com o Pai Celeste (Rm 8.16). Nem o próprio Adão usufruiu de um relacionamento tão íntimo com o Senhor.

Um dos exemplos mais emblemáticos do novo nascimento, na História Sagrada, é o de Saulo de Tarso. Embora irrepreensível quanto à guarda da Lei de Moisés, ainda não compreendia o espírito das ordenanças e mandamentos divinos. Foi-lhe imprescindível o confronto no caminho, em direção a Damasco, para que o iracundo fariseu entendesse que o m da Lei é Cristo (Rm 10.4). A partir daquele instante, eis que o irascível Saulo é transformado em Paulo — o apóstolo e doutor dos gentios (2 Tm 1.11).

2. Nascido de Deus. O nascimento do novo homem é descrito, pelo evangelista, como o ato de nascer de Deus (Jo 1.12). Isso implica na aceitação, pela fé, do plano de Salvação que o Pai Celeste elaborou bem antes da fundação do mundo (Ap 13.8). Tornar-se nova criatura, em Cristo, é o auge da bem-aventurança humana (2 Co 5.17; Gl 6.15). Logo, nascer de Deus é tornar-se lho de Deus pela fé.

Quando o pecador, após ouvir o evangelho, converte-se a Jesus Cristo, dá-se, em sua vida, um nascimento sobrenatural, que, operado pelo Espírito Santo, transforma-o em uma nova criatura (1 Jo 5.1). A partir desse instante, ele começa a participar da natureza divina, conforme explica o irmão Pedro: “Pelas quais ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que pela concupiscência há no mundo” (2 Pe 1.4).

Tornar-se partícipe da natureza de Deus não implica na divinização do pecador arrependido, mas em sua imediata adoção como lho desse mesmo Deus amoroso e bom (Gl 4.6). Por esse motivo, não podemos concordar com a teologia ortodoxa oriental, que, fugindo ao espírito do Novo Testamento, ensina que a pessoa, já no ato de sua conversão, é submetida a um processo de divinização — theosis, em grego. De acordo com as Escrituras, estar unido a Deus não faz do homem um deus nem um meio-deus, mas leva-o a identificar-se como discípulo de Jesus Cristo.

3. Nascido da água. O batismo em águas só tem efeito salvador, quando recebido pela fé (Mc 16.16). Se devidamente observado, simboliza não apenas a morte e a ressurreição de Cristo, como também o renascimento espiritual daquele que o recebe como Salvador e Senhor (Rm 6.1-12). Dessa forma, cumpre-se o que Paulo escreveu, asseverando que Jesus nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo (Tt 3.5). Dessa experiência, ressurge o novo homem em Jesus Cristo.

 O batismo, ordenado por nosso Senhor, constitui-se num sermão dramático e vividamente teológico. Tendo as águas por cenário, quer corrente, quer paradas, o oficiante e o batizando encenam, por intermédio de atos e palavras, todo o drama do Calvário: a morte e a ressurreição de Jesus. Naquele momento, o pecador arrependido assume pela fé, nos méritos do Cordeiro de Deus, toda a sua condição de mártir — testemunha plena de Cristo (Lc 24.48). Ele confessa ao mundo acreditar no sacrifício remidor do Filho de Deus e, por esse sacrifício, está pronto a oferecer a sua vida.

Ao descermos às águas batismais, comprometemo-nos, junto à Santíssima Trindade, a ser e a agir como mártires de Jesus Cristo. O mártir não é apenas o que morre por sua fé em Cristo. Mas aquele que, por amor a Deus, se oferece todos os dias em holocausto suave ao Pai Celeste. Nesse sentido, o batismo é uma das evidências da salvação; é um credo em forma de drama.

4. Nascido do Espírito Santo. A regeneração só é possível por intermédio da atuação do Espírito Santo na vida do pecador arrependido; é Ele quem opera o novo nascimento (Jo 3.6). Esse ato regenerador não pode ser explicado em linguagem humana (Jo 3.8). Somente a partir dessa ação sobrenatural, em nossa alma, é que o novo homem, em Cristo, torna-se possível (Gl 6.15). Temos, aí, a genuína conversão.

 O nascer do Espírito Santo implica numa rendição total ao Senhor Jesus. Essa entrega, querido leitor, põe todo o nosso ser à sua inteira disposição: corpo, alma e espírito. E, dessa forma, a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade começa a operar em nós, desde o nosso espírito, a parte mais recôndita e íntima do nosso ser, passando pela alma, que nos coloca em contato com o mundo físico, finalizando a sua operação regeneradora e santificadora em nosso corpo — a parte de nosso ser mais afetada pelo pecado. A partir daí, tornamo-nos templos do Espírito Santo (1 Co 6.19). Concluindo, o nascimento que o Divino Consolador opera em nosso âmago é algo que vem de dentro para fora; começa em nosso espírito até alcançar todo o nosso ser. Nesse ponto, já estamos no usufruto pleno da natureza de Deus, conforme escreve o apóstolo Pedro (2 Pe 3.1- 7).

II. A Justificação do Novo Homem

O novo homem nasce, por meio da fé em Jesus Cristo, num contexto de injustiça e pecado. Por isso, precisa de um novo status diante do tribunal de Deus — a justificação pela fé.

1. A inutilidade da justiça humana. Nossas obras, ainda que boas e aparentemente meritórias, não nos salvam nem nos justificam diante de Deus (Ef 2.8,9). Aliás, são elas consideradas trapos de imundície (Is 64.6). Só existe um meio de obtermos a salvação e de nos justificarmos perante o Justo Juiz: a fé nos méritos perfeitíssimos de Jesus Cristo (Rm 5.1).


 A partir deste processo, o novo homem passa a ter um novo status jurídico perante Deus (Rm 5.9). 2. A maravilhosa doutrina da justificação. Ao pecador que, pela fé, recebe a Jesus, Deus lhe concede mais do que um mero perdão e muito mais do que uma anistia; concede-lhe o status de justo. A anistia e o perdão não mudam a posição jurídica de um réu, mas a justiça de Cristo, sim (1 Co 6.11).

3. O novo homem é justo. A partir de sua conversão, o pecador passa a ser visto por Deus como se jamais tivesse cometido qualquer injustiça; doravante, é um justo aos olhos de Deus (1 Jo 3.7). Haja vista o que houve com o ladrão que, na cruz, creu no sacrifício de Jesus Cristo (Lc 23.42,43).

Na redenção do pecador, operam conjunta e harmonicamente estes inexplicáveis atributos divinos: o amor e a justiça. Não há dúvida de que Deus ama a todos com um amor eterno e inexcedível. O amor divino, porém, fugindo aos rompantes do romantismo irresponsável e trágico, tem um caráter pactual: exige do pecador uma fé salvadora genuína e um arrependimento sincero. Não basta ao homem um mero assentimento intelectual quanto à eficácia do sacrifício de Cristo no Calvário, nem um mero remorso concernente ao seu passado nada recomendável. É imperioso que a pessoa, já cônscia das reivindicações do evangelho, curve-se incondicionalmente aos pés da cruz.

 Quando o pecador, reconhecendo o seu status de réu diante de Deus, busca em Cristo o seu único e suficiente mediador, opera-se de imediato, junto ao trono do Justo Juiz, um procedimento jurídico denominado biblicamente de justificação. Nesse momento, sem qualquer burocracia ou decorrências, o status desse pecador muda radicalmente: de réu condenado ao Lago de Fogo, passa ser visto, por Deus, como justo, porque doravante estará comprometido com a justiça divina e a praticará por toda a sua vida (1 Jo 2.29).

III. A Santificação do Novo Homem

Ao contrário da regeneração, que é um ato instantâneo, a santificação é um processo que demanda toda a nossa vida até alcançarmos a estatura de varões perfeitos.

1. A santificação como posicionamento. No exato instante de sua conversão, o pecador arrependido passa a ser visto não apenas como justo, mas também como santo por Deus e pela Igreja (1 Co 1.2). Já separado do mundo, torna-se propriedade exclusiva do Senhor (Êx 19.5; 1 Pe 2.9). Posicionalmente é santo, embora esteja ainda em processo de santificação.

2. A santificação como processo. O novo homem, em Cristo, ainda que seja visto como santo, e realmente o é, terá de submeter-se a um longo e disciplinado processo de santificação, até que venha a alcançar a estatura do Filho de Deus (Pv 4.18; Ef 4.13).

Na santificação do novo homem, a Palavra de Deus é imprescindível, pois nos conduz ao ideal cristão: perfeição e santidade, para que em tudo sejamos imagem e semelhança de Deus (Gn 17.1; Mt 5.48; 1 Pe 1.16).

3. A santificação é a vontade de Deus no novo homem. É impossível que haja um novo homem sem o processo de santificação (Hb 12.14). Quanto mais nos santificamos, mas parecidos nos tornamos com o Senhor Jesus; somos seus imitadores (1 Co 11.1). Logo, devemos ver a santificação como a vontade suprema de Deus para a nossa vida (1 Ts 4.3). Mas, se acidentalmente pecarmos, o sangue de Jesus Cristo nos purifica de toda a injustiça e impureza (Jo 1.7). Cuidado, querido leitor, com os pecados cometidos de forma consciente e premeditada, pois, no âmago dessas práticas, há uma blasfêmia velada contra o Espírito Santo, conforme nos adverte o apóstolo (Hb 10.26-31).

4. Nosso compromisso com a santificação. Que a Igreja de Cristo volte a pregar, com mais instância e urgência, a doutrina da santificação, pois nenhum impuro ou profano entrará na Jerusalém Celeste (Ap 21.8).

Organizemos, a partir de agora, congressos, fóruns e conferências sobre esse tema. Resgatemo-lo! Nas últimas décadas, essa tão necessária e urgente doutrina vem sendo esquecida em não poucos púlpitos e cátedras. Ao invés dessa temática, que permeia toda a Bíblia Sagrada, observamos alarmados e, às vezes, impotentes, uma enxurrada de modismos e tralhas, rotuladas de teologias, nos invadirem as igrejas. Além das velhas, más e perversas: prosperidade e confissão positiva; temos, agora, a grotesca teologia do coaching. Tais coisas, querido leitor, jamais nos levarão às moradas divinas.

 Preguemos a santificação, a pureza e os bons costumes. Se não o fizermos, veremos nossas crianças arruinadas numa sociedade que jaz sepultada no Maligno. Resgatemos, pois, a nossa identidade pentecostal. Cuidemos da sã doutrina. Zelemos pelos dons espirituais. Ensinemos os meninos, os adolescentes, os jovens e os novos crentes a buscar o batismo no Espírito Santo. Se não o fizermos, a próxima geração de crentes de nossa querida Igreja ignorará por completo as verdades pentecostais; não saberá sequer que o derramamento do Espírito Santo ainda é para os nossos dias.

 Conclusão

Querido leitor, se você ainda não recebeu Jesus como o seu Salvador e Senhor, faça-o agora mesmo. Não retarde mais esta tão importante decisão. Este é o momento da oportunidade.

E, quando do arrebatamento da Igreja, você será semelhante ao Senhor Jesus, porque esta é a promessa que Ele nos fez por intermédio do apóstolo João: “Amados, agora somos lhos de Deus, e ainda não é manifesto o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos” (1 Jo 3.2).

Sim, nós os redimidos do Cordeiro, seremos glorificados. E, nessa bem-aventurança, estaremos para sempre com o Senhor. Como vimos, no decorrer deste livro, o ser humano, ainda que destituído da glória de Deus, pode ser resgatado, salvo e transformado numa nova criatura. Enfim, o novo homem só é possível por intermédio do Evangelho de Cristo. Revolução alguma, quer de esquerda, quer de direita, será capaz de levar-nos a viver uma nova realidade espiritual. A mensagem da cruz, sim. É o que vimos testemunhando em nossas igrejas e congregações. Portanto, querido amigo, não perca mais tempo, aceite, agora mesmo, o Senhor Jesus como o seu único e suficiente Salvador.

Cristo é a única esperança.

 Que o Cordeiro de Deus seja eternamente louvado!


A RAÇA HUMANA: origem, queda e redenção
CLAUDIONOR CORREA DE ANDRADE


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A FINALIDADE DOS CARGOS
Efésios 4:11-13 (continuação)

Depois de enumerar os diferentes cargos dentro da Igreja, Paulo continua propondo a finalidade dos mesmos. Esta consiste em que os membros da Igreja cheguem a estar inteiramente equipados. A palavra que usa Paulo para equipado é de sumo interesse. O substantivo katartismon provém do verbo katartizein. O termo usa-se em cirurgia quando se entala um membro quebrado ou fica em seu lugar o membro deslocado. Em política significa pôr-se de acordo as facções opostas para que o governo possa seguir sua marcha. No Novo Testamento aplica-se à ação de remendar as redes (Marcos 1:19) e à emenda ou admoestação do que cometeu uma falta e não está em condições de ocupar seu lugar como membro da Igreja (Gálatas 6:1). A idéia fundamental do termo é de pôr nas condições em que devem estar seja uma coisa seja uma pessoa. A função dos que ocupam cargos na Igreja é empenhar-se para que os membros da mesma sejam formados, ajudados, guiados, cuidados e buscados em caso de extravio, em forma tal que cheguem a ser o que têm que ser. O ministro da Igreja possui este cargo não por razão da  própria honra, mas sim da ajuda que pode brindar a seus irmãos dentro da Igreja.

A finalidade é que o trabalho serviçal siga adiante. A palavra usada para serviço é diakonia e a idéia principal do termo é a de serviço prático. O trabalho da Igreja não consiste só na pregação e o ensino, mas também no serviço prático. Aquele que ocupa um cargo não só tem a missão de falar e argumentar em matéria de teologia ou direito eclesiástico; tem também a função de fazer com que continue o serviço prático dos pobres e os desamparados. O objetivo é fazer com que o corpo de Cristo continue edificando-se. O trabalho do ministro é sempre construir e não destruir; edificar a Igreja, não arruiná-la; jamais tem que causar perturbação mas sim tem que empenhar-se para que os problemas não levantem a cabeça. Seu propósito é fortalecer sempre o edifício da Igreja, nunca debilitá-lo.

Mas aquele que ocupa um cargo na Igreja tem objetivos maiores ainda. Até agora se pensou no mais imediato e que dia a dia deve-se executar. Mas existem além outros objetivos de maior alcance.

Sua finalidade é que os membros da Igreja cheguem a uma unidade perfeita. Não deve permitir que se formem partidos dentro da Igreja; nada deve fazer com que origine diferença. Seu propósito deve ser atrair, por preceito e pelo exemplo, a uma unidade cada dia mais estreita.

Sua meta é que os membros da Igreja cheguem a alcançar o ideal do homem perfeito. A Igreja impõe a seus membros nada menos que a meta da perfeição. Jamais se contentará com que seus membros vivam uma vida decente e honorável, mas sim cheguem a ser modelos perfeitos de homens e mulheres cristãos.

 Paulo termina assim com uma finalidade que supera a todas. O propósito da Igreja é que seus membros alcancem uma estatura que possa medir-se com a plenitude de Cristo.

Numa frase ousada A. J. Gossip acostumava a dizer que o propósito de Cristo era produzir no mundo uma raça de cristos. O propósito da Igreja é nada menos que o de produzir homens e mulheres que sejam um reflexo do mesmo Jesus Cristo.

 Conta-se que durante a guerra de Criméia Florence Nightingale passava uma noite de guarda em certo hospital. Deteve-se para inclinar-se sobre a cama de um soldado imperfeitamente ferido. Quando o jovem levantou a vista disse: "Você é Cristo para mim." O santo foi definido como "alguém em quem Cristo vive de novo". E isto é o que deveria ser um verdadeiro membro da Igreja.


                                 Efésios (William Barclay) 102

Lição 13 - O Novo Homem em Jesus Cristo, apresentado pelo Comentarista das Revistas Lições Bíblicas de Adultos da CPAD, pastor Claudionor de Andrade.



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