Lição 13 - O Fruto do Espírito na Vida do Cristão
TEXTO BÍBLICO BÁSICO
Gálatas
5.16-26
Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis.
Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei.
Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, fornicação, impureza, lascívia,
Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias,
Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus.
Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.
Contra estas coisas não há lei.
E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências.
Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito.
Não sejamos cobiçosos de vanglórias, irritando-nos uns aos outros, invejando-nos uns aos outros.
TEXTO ÁUREO
Ou
dizeis que a árvore
é boa e o seu finto,
bom, ou dizeis que a árvore
é má e o seu fruto,
mau;
porque pelo
fruto se conhece a
árvore.
Mateus
12.33
SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO
1.1. feira
- Lucas 8.4-15
A parábola do semeador
1.2. feira
- Lucas 23.24-34
Jesus agiu com paz diante de Seus
executores
1.3. feira
- Mateus 5.43-48
Bendizei os que vos maldizem
1.4. feira
- João 15.1-8
Cristo, a videira verdadeira
6ê feira
- Mateus 7.15-20
Somos conhecidos por nossos frutos
Sábado -
Colossenses 3.5-15
Devemos estar revestidos de amor
OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá:
• buscar, no
Espírito Santo, desenvolver o caráter de Cristo;
• exercer o
fruto do Espírito Santo em todos os momentos;
• entender que
a frutificação é consequência de uma vida de relacionamento com o Espírito
Santo.
ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Caro professor, Jesus certa vez declarou: Onde estiver o vosso
tesouro, ali estará também o vosso coração (Lc 12.34). O coração, na Bíblia,
representa o centro de nossa vida. Aquilo que mais prezamos, portanto, é o que
nos leva a estabelecer as nossas prioridades. Só priorizamos aquilo em que
colocamos o nosso ser, isto é, o nosso coração. E, para que haja um ensino
cristão eficiente, ele deve ser prioridade não só para o professor e o aluno,
mas também para a igreja local.
Pode parecer estranho e óbvio demais dizer que o educador
cristão deve ter o coração no ensino. Mas, se olharmos para a realidade de
muitas de nossas igrejas, perceberemos que um grande número de professores,
principalmente da Escola Dominical, não se interessam por esse ministério.
Alguns são nomeados a contragosto, mas aceitam a indicação para não ferir
suscetibilidades ou não parecer desinteressado da obra do Senhor. Outros são
bem-intencionados, mas não possuem qualquer vocação para o ensino: assumem o
cargo, porém são incapazes de perceber as próprias deficiências, e a classe
acaba não tendo as suas necessidades atendidas. Professores que não dão
prioridade ao ensino em geral só se lembram de sua função no final de semana,
por isso fracassam pela falta de estudo e planejamento de sua aula (Extraído
de: CHAVES, G. V. Educação Cristã — Uma Jornada Para Toda Vida, p.78).
Palavra introdutória
À
medida que um cristão vai enchendo-se do Espírito Santo, o fruto do Espírito
vai sendo produzido na sua vida, e ele é progressivamente transformado à imagem
de Cristo. Certamente, tornar-se semelhante a Cristo é um processo contínuo, um
exercício diário. Todos os dias somos chamados a despirmos dos velhos hábitos e
a assumir a condição de filhos de Deus, tendo Jesus como nosso modelo.
Contudo,
não podemos fazer isso pelo nosso próprio poder. Dependemos do Espírito Santo
para alcançar este propósito. Aliás, essa é a obra dele em nós. Uma vez que
estejamos cheios do Espírito Santo, teremos agregadas à nossa pessoa
características do Filho de Deus. Isso nos identificará como autênticos cristãos,
convertidos ao evangelho, e poderemos ajudar outros a terem um encontro com
Cristo.
Precisamos
ser cheios do Espírito para testemunhar e servir. Isso nos impelirá a buscar
permanentemente esse revestimento de poder para vencer o mal, cumprir o nosso
chamado com eficácia e alcançar a maior de todas as promessas: a vida eterna.
Na
lição de hoje, abordaremos o fruto do Espírito descrito por Paulo aos irmãos da
Galácia em três dimensões: em nosso relacionamento com Deus, em nosso
relacionamento com o próximo e em nosso relacionamento com nós mesmos.
Portanto,
a intenção desse estudo é entendermos um pouco melhor como essas
características do Espírito Santo podem se evidenciar na vida do crente em
Jesus, de tal forma que possamos ver suas aplicações em diferentes contextos.
1. EM NOSSO RELACIONAMENTO COM DEUS
A
frutificação é o resultado natural de uma vida que está unida a Cristo, pela
fé, sobretudo se colocarmos em destaque as palavras de Jesus.
A
analogia que Ele faz do fruto em Seu ensino sobre a videira, as varas e a boa
colheita (Jo 15.1-5) lembra-nos de que, sem Cristo e sem o Espírito Santo (G1
4.6), nada podemos fazer (Jo 15.5).
O
fruto do Espírito possui nove qualidades que ajudam o cristão a desenvolver
melhor sou relacionamento com Deus, com o próximo e consigo mesmo: amor, gozo,
paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Destes, o
amor é o primeiro e o mais importante.
1.1.
Amor
O
amor (ou caridade) é a primeira e principal virtude observada no fruto do
Espírito (1 Co 13.13), pois só é verdadeira a espiritualidade que tem como
ponto de partida o mesmo sentimento altruísta e inabalável que Deus tem pela
humanidade (Jo 3.16; 15.13).
Somente
pelo amor autossacrificial, que foi expresso por Deus no sacrifício de Seu
Filho, asse fruto pode ser produzido. Ele ocorre a partir do fluir do Espírito
Santo em nosso interior. É esse sentimento que está na base de todos os demais
dons listados em Gálatas 5.22.
1.2. Alegria
Alegria
ou gozo (gr. chara) significa regozijo e satisfação, os quais são
motivados pela presença viva do Espírito Santo. Cristãos frutíferos não perdem
tempo com infinitas reclamações ou queixas. Alicerçados na certeza da salvação
proporcionada por Jesus, eles se mostram contagiados pelo prazer de estar em
comunhão com Deus e pela certeza de que estão cumprindo Sua vontade (Fp 4.4; At
13.50-52).
1.3. Paz
O
termo paz (gr. eirene) significa concórdia, harmonia, reconciliação
(Jo 14.25-27; 16.32; Rm 15.13). Esse aspecto do fruto do Espírito independe das
situações da vida terrena (Jo 14.27). Devemos tanto viver em paz como promover
a paz (Mt5.9; 1 Ts 5.13), pois somos uma comunidade reconciliada com Deus e de
relacionamentos pacíficos (2 Co 13.11).
Quando
a Igreja cumpre sua missão evangelizadora, concorre para que as pessoas tenham
paz, pois, em Cristo, Deus reconcilia o mundo consigo (2 Co 5.17; Cl 1.19,20),
perdoando-lhes os pecados (Rm 12.18) e guardando-lhes o coração e o pensamento
(Fp 4.7).
O
amor, a alegria e a paz são os três primeiros atributos do fruto do Espírito
citados em Gálatas 5.22,23. Nossa permanência em Cristo deve produzir amor,
alegria e paz em nosso coração. Uma vez que o amamos, guardamos Seus
mandamentos, e quando guardamos Seus mandamentos, permanecemos cm Seu amor e o
experimentamos do maneira mais profunda.
Em
várias ocasiões ao longo do Evangelho de João, vemos Jesus falando sobre o amor
do Pai por Ele. Enfatizamos de tal modo o amor de Deus pelo mundo e pela Igreja
que nos esquecemos de como o Pai ama o Filho. Pelo fato de o Pai amar o Filho,
colocou todas as coisas nas mãos dele (Jo 3.35) e revelou todas as coisas a Ele
(Jo 5.20). O Pai ama o Filho desde antes da fundação do mundo (Jo 17.24); amou
o Filho quando morreu na cruz (Jo 10.17). O mais impressionante é que os
cristãos de hoje podem experimentar pessoalmente esse mesmo amor! Jesus orou
para que o amor com que me amaste esteja neles, isto é, nos discípulos e nos
cristãos de hoje (Jo 17.26). Como ramos da Videira, temos o privilégio de
permanecer em Cristo e a responsabilidade de dar frutos (WIERSBE, Geográfica,
2007, p. 459).
2. EM NOSSO RELACIONAMENTO COM O PRÓXIMO
O
nosso relacionamento com o próximo ó uma das melhores oportunidades de
demonstrarmos que possuímos os atributos do Espírito Santo frutificados em nós.
Ao lidar com alguém, é importante que sejamos longânimes, benignos e bondosos.
O fruto do Espírito são características desenvolvidas no caráter cristão por
intermédio da presença e da ação do Espírito Santo em sua vida. Esses atributos
não nascem naturalmente do espírito humano, é necessário possuir o Espírito de
Cristo e viver em santidade e obediência ao Senhor (Rm 8.9).
2.1. Longanimidade
O
termo longanimidade significa a capacidade de manter o ânimo, ter paciência. Em
relação às promessas divinas, ela se revela como a necessária fé que o cristão
precisa ter em Deus (2 Tm 4.7; Hb 11.1). Em relação ao próximo, indica a disposição
que o cristão tem para perdoar (Ef 4.32).
2.2. Benignidade
A
benignidade traz consigo a ideia de gentileza, amorosidade, carinho (2 Co 6.6).
Devemos ser pessoas benignas, desejosas de ajudar, nunca rudes ou grosseiras.
Nosso exemplo é o próprio Deus, que nos trata com grande amor e carinho (Rm
2.4). A excelência de caráter e a consequente inclinação para o bem, que
caracterizam a manifestação do fruto, são a fonte do ato salvífico de Cristo
(Ef 2.7).
2.3. Bondade
A
palavra bondade significa beneficência (Rm 2.4,5). O sentido do termo vai além
do conceito de benignidade, pois apresenta o bem em ação, motivado pelo amor
(Ef 5.9). No ato da salvação, a bondade de Deus manifesta-se objetivamente na
entrega de Seu Filho para morrer na cruz e em todas as obras que este realizou
(Tt 3.4-6). Em nosso relacionamento com o próximo, a bondade nos motiva a
tratar o outro de maneira compassiva e amorosa (Ef 5.2).
3. EM NOSSO RELACIONAMENTO COM MESMOS
NÓS
Precisamos
admitir que não é fácil frutificar espiritualmente, pois, todos os dias,
travamos uma luta em nosso interior, onde os desejos pecaminosos da carne vivem
em conflito com os propósitos espirituais de Deus (G1 5.17). Contudo, se
possuirmos um relacionamento com o Espírito Santo, sairemos vitoriosos nessa
guerra.
3.1.
Fé
O
termo fé ou fidelidade significa confiança e certeza (Mt 10.28-30). Sem fé, o
testemunho cristão perde sua eficácia (Mt 8.26; 17.19,20). Na Bíblia, Deus
revela-se como Aquele em quem se pode confiar plenamente. O Senhor demonstra
total integridade em tudo o que revela e promete. Por meio da fé, conseguimos
alcançar promessas e suportar as dificuldades que tentam nos fazer parar (Hb
10.23).
3.2. Mansidão
A
palavra mansidão significa a capacidade de não reagir com violência diante da
afronta, resignação, dar outra face. A mansidão decorre da humildade, pois,
para vivenciá-la, o cristão deve ser capaz de valorizar o outro e não ter de si
um conceito maior do que convém (Rm 12.3). Esse fruto nos fará capazes de ter
sempre uma resposta mansa, mesmo quando formos ofendidos ou maltratados (G1
6.1; 1 Pe 3.14-16).
A
mansidão é um atributo que é trabalhado junto ao próximo, quando deixamos de
agir com o outro da mesma maneira que ele nos tratou. Ele se encontra na
categoria do relaciona mento com nós mesmos porque, independente do
estímulo que recebamos de alguém (como uma provocação ou uma ofensa, por
exemplo), devemos manter o controle do que vamos falar ou do que vamos fazer
quando formos incitados.
3.3. Temperança
O
termo temperança significa domínio próprio, autodisciplina e autocontrole (1 Co
9.25 ARA). O domínio próprio fecha a lista de dons porque ele resume as
características de uma pessoa que não age segundo leis exteriores e limitadoras
da liberdade pessoal, antes, atua por consciência própria. Somos instruídos
pela Palavra a dominar nossas paixões carnais (Gl 5.24; 2 Tm 2.22), a dominar
nossa língua (1 Pe 3.10), enfim, a dominar nossa índole pecaminosa (Tt 2.12).
O
Espírito Santo glorifica a Jesus reproduzindo Seu caráter nos cristãos. Ele o
faz de três maneiras: levando os cristãos a vencerem a si mesmos e ao pecado;
intercedendo por eles em oração e ensinando-os a orar; e revelando a vontade de
Deus para a vida deles por intermédio das Escrituras Sagradas, possibilitando
que a cumpram. Esses ministérios combinados formam o fruto do Espírito, que é a
vida de Cristo em nós (BOICE, Central Gospel, 2011, p. 330).
CONCLUSÃO
Nosso
relacionamento com o Espírito Santo nos possibilita produzir o caráter de
Cristo, ou seja, a frutificação de atributos que nos aproximam mais de Deus e
proporcionam um melhor relacionamento com o próximo e com nós mesmos. Contudo,
não há como reproduzir as características encontradas em Gálatas 5.22,23 se não
construirmos uma vida baseada em Cristo. Portanto, o fruto do Espírito é
consequência de uma vida de obediência a Deus, santidade, oração e leitura da
Sua Palavra.
ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO
1.
O que Jesus quis nos ensinar, ao fazer a analogia ca videira e do ramo (Jo
15.5)?
R.: Como os ramos não têm vida sem a videira, o cristão não dá
frutos se não estiver enxertado em Jesus (Jo 15.2).
Central Gospel | Trimestre: 1° de 2020
| Comentarista: Pr. Geziel Gomes
DONS DE PODER
Na relação
dos nove dons mencionados por Paulo em 1 Co 12 , très são identificados como dons de
poder , fé, dons de curar e de operação de maravilhas (v. 9,10). Os dons de
poder consistem no poder sobrenatural do Espírito Santo que capacita o cristão a fazer aquilo que não está
ao alcance dos recursos humanos.
ü Dons de curar fé, dom da
operação de maravilhas
DONS DE REVELAÇÃO
Os três primeiros dons constantes da relação
dos nove mencionados por Paulo em 1 Coríntios 12 são identificados como dons de
revelação: palavra da sabedoria, palavra do conhecimento ou ciência e
discernimento de espíritos (v. Não existe especificamente mencionado um dom de
revelação nas Escrituras.
ü Discernimento de espíritos
Palavra da ciência Palavra da sabedoria
DONS DE CURAR
Esse é o único dos nove dons da
lista de 1 Coríntios 12 mencionado no plural. Sem dúvida, isso se deve à
multiforme maneira em que ele costuma manifestar-se e ser concedido à Igreja_
Sobre essa questão, em Teologia
sistemática: uma perspectiva pentecostal, David Lim manifestou um ponto de
vista interessante:
Em Atos dos Apóstolos, muitos
aceitaram o Evangelho e foram salvos depois de milagrosamente curados. No texto
grego. a expressão inteira aparece no plural. Assim, parece que ninguém tem o
dom exclusivo da cura. Pelo contrário, muitos dons de cura estão à disposição
para satisfazer .
DOM DO ESPÍRITO SANTO
A maioria dos teólogos pentecostais concorda
em que esse dom seja o batismo com o Espírito Santo (At 2.38; 10.451. Trata-se
de um dom, um presente, um favor, e nunca um premio. Deve-se entender também que
não se trata de um atestado de santidade ou de maturidade cristã. Ele é
indispensável a qualquer testemunha de Cristo.
ü Domínio próprio -.Temperança
DOM/ DONS EM GERAL
Os dicionários definem dom como
presente, dádiva, doação, oferenda, donativo, dote. Essas definições estão de
acordo com Tiago 1.17: Toda boa dádiva e todo dom perfeito vem do alto.
Etimologicamente, a palavra dom ou dons é tradução do vocábulo grego
charismata, favor especial de Deus. Na Bíblia, há menção de vários tipos de
dons, visto que a ocorre no texto sagrado com diferentes acepções. Jesus
Cristo o dom de Deus ( Jo 4.10 ; Rm
6.23, 2 Co 9:15; veja também Ec 3:13). O Espírito Santo é o dom de Cristo (At 2:
38). O senhor Jesus outorga dons ministeriais (Ef 4. 8,1) e espirituais (1 Co12.8-10).
São dons providos para a Igreja, a fim de que, por meio deles, o povo de Deus
realize a obra que lhe foi confiada.
CARISMA--►CARISMATA
Dom da fé
ü Fé, dom da
Dom da
palavra da ciência
ü Palavra da ciência
Dom da palavra
da sabedoria
ü Palavra da sabedoria
Dom de cura
ü Dons de curar
Dom de
discernir os espíritos
ü Discernimento de espíritos
Dom de
interpretação de línguas
ü Interpretação das línguas
Dom de
interpretar
ü Interpretação das línguas
Dom de
operação de maravilhas
ü Operação de maravilhas
Dom de
profecia
ü Profecia, dom de
Dom de
profetizar
ü Profecia, dom de
ALEGRIA
1. Alegria e gozo são palavras e
experiências estreitamente ligadas ao Espírito Santo. À medida que Ele trabalha
no coração do cristão, as tristezas relacionadas à vida anterior de pecado vão
desaparecendo e dando lugar a uma alegria de natureza genuinamente espiritual
da nova vida em Cristo.
A alegria produzida pelo Espírito,
sem dúvida, faz nítido contraste com aquela gerada pelas ilusões da vida
presente.
Os discípulos estavam cheios de
alegria e do Espírito Santo.
Atos 13.52
O Reino de Deus não é comida nem
bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.
Romanos 14.17
Não me lances fora da tua presença e não retires de mim o teu
Espírito Santo. Torna a dar-me a alegria da tua salvação e sustém-me com um
espírito voluntário.
Salmo 51.11,12
2. A alegria (ou gozo) é um gomo do
fruto do Espírito. Deve fazer parte da vida de cada filho de Deus: Vocês
seguiram o nosso exemplo e o exemplo do Senhor Jesus. Embora tenham sofrido
muito, vocês receberam a mensagem com aquela alegria que vem do Espírito Santo
(1 Ts 1.6 NTLH).
O gozo do Espírito produz resultados magníficos: disposição para
o “sacrifício espiritual” (2 Cr 23.18); poder para testificar (Sl 107.22);
triunfo sobre o egoísmo (Fp 3.3); força para o trabalho (Ne 8.10).
Essa alegria está relacionada à certeza do perdão dos pecados
(At 8.7,8); à comunhão que se estabelece com Deus (Jo 15.4,11); à dedicação
total (2 Co 8.2,5); à presença permanente de Cristo dentro de nós (Jo
15.10,11); à esperança da volta de Cristo (1 Pe 1.8,9; 4.13).
Em razão das peculiaridades dessa alegria, ela assume
características muito espirituais; é um gozo santo (Lv 23.40), grande (Is
61.10), inefável (1 Pe 1.8) e contínuo (Fp 4.4).
Fruto do Espírito
AMOR
1.
A introdução do pecado no mundo
produziu uma grande desfiguração do amor dentro do coração do ser humano. Em
consequência, o que hoje a humanidade denomina amor em nada se identifica com a
excelência do amor divino. Assim, uma das salutares atividades do Espírito
Santo é derramar amor no coração da pessoa que se volta para Cristo: A esperança
não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nosso coração
pelo Espírito Santo que nos foi dado (Rm 5.5).
O verdadeiro amor é o
padrão pelo qual a nova realidade do cristão é construída, a fonte de todas as
virtudes espirituais. Sem dúvida, é por essa razão que o amor ágape aparece em
primeiro lugar na lista das virtudes que compõem o fruto do Espírito.
2.
O amor é a virtude mais importante no
fruto do Espírito (1 Co 13.13). É altruísta e inabalável, o tipo de amor que
Deus tem pela humanidade (Jo 3.16).
A leitura de Mateus 5.43-48 é
imprescindível para entender o significado do amor. O texto registra as
seguintes palavras de Jesus:
Ouvistes que foi dito:
Amarás o teu próximo e aborrecerás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai a
vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam e
orai pelos que vos maltratam e vos perseguem, para que sejais filhos do Pai que
está nos céus; porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons e a chuva
desça sobre justos e injustos. Pois, se amardes os que vos amam, que galardão
tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo? E, se saudardes unicamente os
vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os publicanos também assim? Sede
vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai, que está nos céus.
Cristo apresenta aqui o padrão divino
do amor, que deve ser seguido pelos humanos que se tornam filhos de Deus. A
chuva e o sol concedidos a bons e maus, a justos e injustos igualmente refletem
a disposição benevolente e incansável que devemos ter para com o nosso próximo,
procurando apenas o seu bem, sem levar em conta o que possamos receber em
troca. É esse tipo de amor que nos faz amar os inimigos (v. 44).
De acordo com Martyn Lloyd-Jones, em
Estudos do Sermão do monte :
Esse é um princípio tremendamente importante, porquanto,
conforme ensinou o Senhor Jesus, essa é a forma de amor que devemos ter e
manifestar para com outras pessoas. O segredo inteiro de uma vida assim
caracterizada é que o indivíduo se tenha desligado de todo e qualquer
interesse. [...] Convém-nos amar nossos inimigos e fazer o bem àqueles que nos
odeiam, orando por aqueles que desdenhosamente nos usam e nos maldizem. Sim,
espera-se de nós que nos caracterizemos por essa atitude. [...] O Espírito
Santo, o Espírito de amor, alegria e paz foi-nos conferido a fim de que, se não
chegarmos a ter essa mesma atitude, fiquemos sem desculpa, porquanto tão
somente estaremos desonrando lamentavelmente ao nosso grande e gracioso Senhor.
(LLOYD-JONES, 1984)
Não há verdadeira espiritualidade,
portanto, que não tenha como ponto de partida o amor que é fruto do Espírito.
Fruto do Espírito
BENIGNIDADE
Benignidade no grego ( chrēstotēs ) é
o elemento do fruto do Espírito Santo (Gl 5.22) que indica boa disposição no
caráter e nas atitudes do justo, o que inclui a ternura, a compaixão e a
doçura. É a virtude que nos torna benignos. Essa qualidade, por razões óbvias,
é empregada na Bíblia com mais frequência em relação a Deus, como exclama o
salmista: Louvai ao SENHOR, porque ele é bom, porque a sua benignidade é para
sempre (Sl 107.1).
O ser humano tem em si a marca da maldade.
Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer. Não há
ninguém que entenda; não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram e
juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só.
Romanos 3.10-12
O ser humano regenerado deve cultivar
as virtudes divinas, daí o mandamento apostólico: Sede uns para com os outros
benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou
em Cristo (Ef 4.32). O cristão que cultiva esse elemento do fruto do Espírito é
aquele que trata com gentileza e complacência o seu próximo, sempre interessado
em fazer-lhe o bem.
Fruto do Espírito
BOM ESPÍRITO
Essa expressão foi usada num momento de grande
angústia em Israel, durante um dia de oração, pranto e jejum, e faz parte de
uma solene oração dirigida por alguns levitas: Deste o teu bom espírito, para
os ensinar; e o teu maná não retiraste da sua boca; e água lhes deste na sua
sede (Ne 9.20).
BONDADE
O gomo do fruto do Espírito (Gl 5.22)
que denominamos bondade (no grego, agathōsunē ) guarda estreita ligação com
outra virtude: a benignidade, tornando-se, às vezes, dificultoso distinguir uma
da outra. Mas, em geral, admite-se que a benignidade esteja mais ligada ao ser,
enquanto a bondade se relaciona ao fazer. Assim, a bondade consiste na prática
da benignidade. Por meio dela praticamos os atos altruístas e generosos a favor
do próximo, o serviço que vai além da obrigação (Mt 5.44; 1 Ts 5.15). Fruto do
Espírito Benignidade
AS COISAS MÁS
Gálatas (William Barclay)
Gálatas
5:16-21 Ninguém era mais consciente das tensões da natureza humana que Paulo.
Para ele era essencial que a fé e a liberdade cristãs não significassem
liberdade para satisfazer o aspecto mais baixo da natureza humana, mas sim
liberdade para viver a vida do Espírito. Aqui o apóstolo nos oferece um
catálogo de coisas que são más. Atrás de cada palavra há todo um quadro, por
isso que se têm que considerar separadamente.
Fornicação: tem-se dito com verdade que a única virtude
completamente nova que o cristianismo ofereceu ao mundo foi a castidade. O
cristianismo veio a um mundo em que a imoralidade sexual não só se perdoava,
mas também que se considerava como normal e essencial à atividade ordinária da
vida.
Impureza: a palavra que usa Paulo (akatharsia) é de muito
interesse. Pode empregar-se para o pus de uma ferida não desinfetada, para uma
árvore que nunca foi podada e para um material que nunca foi peneirado. Em seu
forma positiva (katharos, adjetivo que significa puro)usa-se ordinariamente nos
contratos de aluguel para descrever uma casa que se deixa limpa e em boas
condições. Mas o uso mais sugestivo do adjetivo katharos tem que ver com a
purificação cerimonial que autoriza o homem a aproximar-se dos seus deuses. A
impureza é então o que torna um homem inepto para apresentar-se perante Deus. É
precisamente o contrário dessa pureza que pode ver a Deus. É o manchar a vida
com aquelas coisas que nos separam de Deus.
Lascívia: esta palavra (aselgeia), foi bem definida como
"disposição para todo prazer". O homem entregue a ela não conhece
freio algum, ao contrário faz tudo o que o capricho e a insolência luxuriosa
sugerem. Josefo a atribui a Jezabel quando construiu em Jerusalém, a cidade
Santa, um templo a Baal. A idéia geral é a de alguém que chegou a tal extremo
no gozo de seus prazeres e desejos que já não se preocupa do que as pessoas
digam ou pensem.
Idolatria: esta palavra refere-se à adoração de deuses feitos
pela mão do homem. É o pecado no qual as coisas materiais chegam a ocupar o
lugar de Deus.
Feitiçarias: esta palavra significa literalmente o uso de drogas.
Este uso pode ser benéfico, como no caso da medicina; mas pode também
significar envenenamento, e veio a estar muito especialmente relacionada com o
emprego de drogas nas bruxarias e sortilégios que enchiam o mundo antigo.
Inimizades: a idéia é a do homem que se caracteriza pela
hostilidade para com seus semelhantes; trata-se precisamente do oposto à
virtude cristã do amor aos irmãos e a todo homem.
Contendas: originariamente esta palavra tinha que ver
principalmente com a rivalidade pela recompensa. Até com relação a isto também
podia ter um bom sentido, mas de fato significava com mais freqüência a
rivalidade que encontra desafogo em contendas, rixas e discussões.
Ciúmes: esta palavra (zelos, de onde se origina a nossa),
tinha originariamente um bom sentido: significava emulação, o elevado desejo de
participar do nobre e de obtê-lo uma vez descoberto. Mas degenerou, e chegou a
significar o desejo de possuir algo que outro tem; o mau desejo do que não é
nosso.
Iras: o termo que Paulo usa significa estalos e arrebatamentos do
temperamento. Não descreve uma irritação que perdura, mas sim a cólera que se
inflama e morre no momento. Discórdias (TB: "facções"): esta palavra
tem uma história muito ilustrativa. É a palavra eritheia, que significava nas
origens o trabalho de um operário contratado (erithos). Chegou a significar o
trabalho remunerado. Logo passou a significar lutar por obter votos para uma
acusação pública ou política, e descreve o homem que busca a acusação não por
motivos de serviço, mas pelo proveito que pode lhe tirar. É a qualidade do
homem essencialmente egoísta e que não tem nenhum conceito ou idéia de servir a
seus semelhantes.
Dissensões: literalmente a palavra significa manter-se separados.
Nelson atribuía uma de suas grandes vitórias à felicidade de ter estado à
frente de um grupo de irmãos. A dissensão descreve uma sociedade em que
acontece justamente o contrário, onde seus membros se fogem mutuamente em vez
de partir ao uníssono.
Facções
(RC: “heresias”; TB: “partidos”):
poderiam descrever-se como dissensões cristalizadas. O termo é hairesis de onde
provém heresia. Hairesis originalmente não era um termo pejorativo. Provém de
uma raiz que significa escolher e se aplicava a uma escola de seguidores de um
filósofo ou a algum grupo ou banda de pessoas que participavam de uma crença
comum. Mas o trágico da vida está em que a pessoa que mantém diferentes pontos
de vista termina com muita freqüência aborrecendo não os pontos de vista dos
outros, mas sim às próprias pessoas. Deveria ser possível dissentir com alguém,
sem deixar por isso de ser amigos.
Invejas:
esta palavra (fthónos) é uma
palavra ruim. Eurípides a chamou: "a maior das enfermidades entre os
homens". Em essência não descreve o espírito que deseja — com nobreza ou
sem ela — possuir algo que outro possui; descreve o espírito que não suporta
absolutamente o fato de que outro possua essas coisas. Não é tanto que queira
as coisas em si; simplesmente quer tirar do outro. Os estóicos a definiam como
"tristeza por motivo de algum bem alheio". Basílio a chamava
"tristeza pela boa sorte do próximo". Trata-se da condição nem tanto
do ciumento quanto do amargurado.
Bebedices: no mundo antigo não se tratava de um vício comum. Os
gregos bebiam mais vinho que leite. Até os meninos bebiam vinho. Mas a
proporção era de três partes de água com duas de vinho. Tanto gregos como
cristãos condenavam a embriaguez como algo que reduzia o homem à condição de
animal.
Glutonarias
(TB: “orgias”): esta palavra
(komos) tem uma história interessante. O komos era um grupo de amigos que
acompanhavam o vencedor nos jogos depois de sua vitória. Dançavam, riam e
cantavam seus louvores. Também descreve os grupos de devotos de Baco, o deus do
vinho. O termo significa rebeldia não refreada e incontrolada; diversão que
degenera em libertinagem.
Quando chegamos realmente à raiz destas
palavras nos damos conta que a vida não mudou tanto.
AS COISAS BOAS
Gálatas
5:22-26
Assim como nos versículos precedentes Paulo
determinou as coisas más que são características da carne, agora se refere às
coisas boas que são fruto do Espírito. Novamente vale a pena jogar um olhar a
cada termo separadamente.
Amor: o termo do Novo Testamento para amor é agape. Não se
trata de uma palavra de uso comum no grego clássico. Em grego há quatro termos
para amor.
(a)
Eros é o amor de
um homem a uma mulher; é o amor imbuído de paixão. O termo não se emprega no
Novo Testamento.
(b)
Filia é o quente amor para com nossos próximos
e familiares; é algo do coração e seus sentimentos.
(c)
Storge significa, antes, afeto, e se aplica
particularmente ao amor de pais e filhos.
(d)
Ágape é o termo cristão, e realmente significa
benevolência invencível. Significa que nada que alguém possa nos fazer por meio
de insultos, injúrias ou humilhações nos forçará a buscar outra coisa senão o
maior bem do mesmo. Portanto, é um sentimento tanto da mente como do coração;
corresponde tanto à vontade como às emoções. O termo descreve o esforço
deliberado — que só podemos realizar com a ajuda de Deus — de não buscar jamais
outra coisa senão o melhor, até para aqueles que buscam o pior para nós.
Alegria: o termo grego é cara e sua característica está em que a maioria das
vezes descreve a alegria que tem sua base na religião e cujo fundamento real é
Deus. (cf. Salmo 30:11; Romanos 14:17; 15:13; Filipenses 1:4,25). Não é a
alegria que provém de coisas terrenas ou triunfos fúteis; muito menos o que tem
sua fonte no triunfo sobre alguém com quem se esteve em rivalidade ou
competição. É, antes, a alegria que tem Deus como fundamento.
Paz: no grego coloquial contemporâneo esta palavra
(eirene) tem dois usos interessantes. Aplica-se à tranqüilidade e serenidade
que goza um país sob o governo justo e benéfico de um bom imperador. E se usa
para a boa ordem de um povoado ou uma aldeia. Nas aldeias havia um funcionário
chamado superintendente da eirene da aldeia; este era o guardião da paz
pública. No Novo Testamento o termo eirene ordinariamente representa o hebraico
shalom, e não significa simplesmente liberdade de dificuldades, mas sim tudo
aquilo que faz o bem supremo do homem. Aqui significa essa tranqüila serenidade
do coração proveniente da plena consciência de que nosso tempo está nas mãos de
Deus. É interessante advertir que tanto cara como eirene chegaram a ser nomes
muito comuns na Igreja.
Paciência (makrothymia), uma palavra de grande significado. O
autor de 1 Macabeus (8:4) diz que os romanos fizeram-se donos do mundo por
makrothymia; alude-se aqui à tenacidade de Roma pela que jamais fazia a paz com
o inimigo, até na derrota; uma sorte de paciência que conquista. Falando em
geral, a palavra não se usa para a paciência com respeito a coisas ou
acontecimentos, senão para a paciência com respeito às pessoas. Crisóstomo diz
que é a graça do homem que podendo-se vingar não o faz; do que é lento para a
ira. O que mais ilumina seu significado é seu uso muito comum no Novo
Testamento com respeito à atitude de Deus e de Jesus para com os homens
(Romanos 2:4; 9: 22; 1 Timóteo 1:18; 1 Pedro 3:20). Se Deus tivesse sido homem,
faz tempo que teria levantado sua mão para destruir este mundo; mas tem tal
paciência que suporta todos os nossos pecados e não nos despreza. Em nossa
vida, em nossa atitude e nossos entendimentos com nossos semelhantes devemos
reproduzir esta atitude de Deus para conosco, de amor, tolerância, perdão e
paciência.
Benignidade
e bondade são termos muito
ligados entre si. Por benignidade é o termo crestotes. Com muita freqüência se
traduz também por bondade (Tito 3:4; Romanos 2:4; 2 Coríntios 6:6; Efésios 2:7;
Colossenses 3:12; Gálatas 5:22). É um termo positivo. Plutarco diz que é muito
mais difundido que a justiça. Um vinho antigo se chama crestos, suave. O jugo
de Cristo é crestos (Mateus 11:30), quer dizer, não roça nem incomoda nem
mortifica. A idéia geral é a de uma amável bondade. O termo que Paulo usa para
bondade (agathosyne) é peculiar da Bíblia; não ocorre no grego comum (Romanos
15:14; Efésios 5:9; 2 Tessalonicenses 1:11). É a mais ampla expressão da
bondade; definese como "a virtude equipada para cada momento". Qual é
a diferença? A bondade poderia — e pode — reprovar, corrigir e disciplinar; a
crestotes só pode ajudar. Trench diz que Jesus mostrou agathosyne quando
purificou o templo e expulsou os que o transformavam num mercado, mas
manifestou crestotes quando foi amável com a mulher pecadora que lhe ungia os
pés. O cristão necessita de uma bondade que seja ao mesmo tempo amável e
enérgica.
Fidelidade
(RC., "fé"). No grego
popular esta palavra é comum para confiança. É a característica do homem digno
de confiança.
Mansidão: praotes é a palavra que menos se presta à tradução.
No Novo Testamento tem três significados principais,
(a)
Significa submisso à vontade de Deus (Mateus 5:5; 11:29; 21:5).
(b) Significa dócil: o homem que não é muito
soberbo para aprender (Tiago 1:21).
(c)
Com maior freqüência significa considerado (1 Coríntios 4:21; 2 Coríntios 10:1;
Efésios 4:2). Aristóteles definiu a praotes como o termo médio entre a ira
excessiva e a mansidão excessiva; como a qualidade do homem que está sempre
irado mas só no momento devido. O que lança maior luz no significado da palavra
é que o adjetivo praus aplica-se a um animal domesticado e criado sob controle;
o termo fala do domínio próprio que só Cristo pode dar. Praotes refere-se ao
espírito submisso a Deus, dócil em todo o bom e considerado para com seu
próximo.
Domínio
próprio (RC: “temperança”): o
termo é egkrateia. Platão a aplica ao domínio próprio. É o espírito que dominou
seus desejos e amor ao prazer. Aplica-se à disciplina que os atletas exercem
sobre o próprio corpo (1 Coríntios 9:25) e do domínio cristão do sexo (1
Coríntios 7:9). No grego corrente aplica-se à virtude de um imperador que
jamais permite que seus interesses privados influam no governo do povo. É a
virtude que faz ao homem tão dono de si, que é capaz de ser servo de outros.
Paulo
cria e experimentava por si mesmo a morte do cristão com Cristo e sua
ressurreição a uma vida nova e pura em que tinha desaparecido todo o mau, da
antiga existência, enquanto todo o amável e belo do espírito tinha alcançado
sua fruição.
Gálatas
(William Barclay)
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