TEXTO BÍBLICO BÁSICO
João 4.19-30
Disse
a mulher: "Senhor, vejo que é profeta.
Nossos antepassados adoraram neste monte, mas vocês, judeus, dizem que
Jerusalém é o lugar onde se deve adorar".
Jesus declarou: "Creia em mim, mulher: está próxima a hora em que vocês
não adorarão o Pai nem neste monte, nem em Jerusalém.
Vocês, samaritanos, adoram o que não conhecem; nós adoramos o que conhecemos,
pois a salvação vem dos judeus.
No entanto, está chegando a hora, e de fato já chegou, em que os verdadeiros
adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. São estes os adoradores que
o Pai procura.
Deus é espírito, e é necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e
em verdade".
Disse a mulher: "Eu sei que o Messias ( chamado Cristo ) está para vir.
Quando ele vier, explicará tudo para nós".
Então Jesus declarou: "Eu sou o Messias! Eu, que estou falando com
você".
Naquele momento os seus discípulos voltaram e ficaram surpresos ao encontrá-lo
conversando com uma mulher. Mas ninguém perguntou: "Que queres saber?
" ou: "Por que estás conversando com ela? "
Então, deixando o seu cântaro, a mulher voltou à cidade e disse ao povo:
"Venham ver um homem que me disse tudo o que tenho feito. Será que ele não
é o Cristo? "
Então saíram da cidade e foram para onde ele estava.
TEXTO ÁUREO
Porque
a inclinação
da
carne é morte;
mas
a inclinação do
Espírito
é vida e paz.
Romanos 8.6
SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO
DIÁRIO
2ª feira - Joel 2.18-32
A declaração do profeta acerca dos jovens
3ª feira - João 13.1-17
Jesus ensinou aos discípulos
4ª feira - 1 Coríntios 2.6-15
Os benefícios de ser cheio do Espírito
5ª feira - Mateus 12.15-21
A profecia se cumpriu
6ª feira - Atos 26.12-23
A experiência espiritual de Saulo
Sábado - Hebreus 9.1-15
Cristo, o sumo sacerdote
OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá:
• destacar a
necessidade de permitirmos e insistirmos em nossa espiritualidade como
evidência de uma vida transformada;
• conhecer quais
são as características da espiritualidade cristã;
• aplicar o
conhecimento da aula de hoje à vida prática, a fim de que a nossa
espiritualidade possa dar testemunho de que fomos salvos e transformados pela
presença do Espírito.
ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Caro professor, Vygotsky, notável educador e psicólogo russo da
primeira metade do século 20, disse que "a relação educador-educando não
deve ser uma relação de imposição, mas sim uma relação de cooperação, de
respeito e de crescimento. O aluno deve ser considerado como um sujeito
interativo e ativo no seu processo de construção de conhecimento, assumindo o
educador um papel fundamental nesse processo, como um indivíduo mais
experiente. Por essa razão, cabe ao professor considerar também o que o aluno
já sabe, sua bagagem cultural c intelectual, para a construção da aprendizagem”
(Extraído de: CHAVES, G. V. Educação Cristã — Uma Jornada Para Toda Vida, 2012,
p. 95).
COMENTÁRIO
Palavra
introdutória
Nessa revista, falamos de áreas, características, ações e
funções, prerrogativas e atributos do Espírito Santo. Deve ficar claro e
evidente para nós que o relacionamento entre o cristão e o Espírito só pode
ocorrer a partir daquilo que chamamos espiritualidade, isto é, no terreno
apropriado onde transita o Espírito.
A
espiritualidade, como a base da relação com o sobrenatural, só pode ocorrer
porque nós, independentemente de fé, origem ou condição econômica, também somos
seres espirituais. Estabelece-se, portanto, o meio pelo qual a nossa relação se
dá com Deus Pai, com o Filho e com o Espírito Santo.
1 1 .
A NATUREZA ESPIRITUAL
Vimos
que a primeira referência ao Espírito Santo ocorre já na abertura do Livro do
Gênesis, no poema da criação, onde diz que o Espírito de Deus se movia sobre a
face das águas (Gn 1.2).
Esse
movimento contínuo denota uma participação ativa do Espírito na obra que trouxe
o universo à existência.
A
segunda menção sobre Ele encontra-se quando a humanidade já está decaída e
inserida em uma grave decisão do Criador: Não contenderá o meu Espírito para
sempre com o homem, porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e
vinte anos (Gn 6.3).
1.1. O
Criador extrapola nossa espiritualidade
Para
alguns estudiosos, a filosofia demonstra que o Criador excede infinitamente
qualquer grau de espiritualidade que possamos possuir e que é razoável enxergar
a ação de Deus como inteligente, boa e providencial. É verdade que a filosofia
não demonstra o nível de amor revelado em Cristo. No entanto, deixa o caminho
aberto para essa possibilidade. Ela também desencoraja a idolatria — e a ideia
de que Deus é do tamanho humano, limitado a uma distância mensurável, a partir
da qual nos enxerga.
Deus não pode ser maior do que nós com base em nenhuma medida
finita. Ele não está em competição com nenhuma de Suas criaturas. Tudo aquilo
que desfrutamos é dádiva divina. Nada nos pertence (KREEFT; TACELLI, Central
Gospel, 2016, p. 146).
1.2. A
humanidade existe para a comunhão com o Espírito
O
terceiro elemento no ser feito à imagem de Deus é a espiritualidade. A
humanidade existe para a comunhão com Deus, que é Espírito (Jo 4.24a). Essa
comunhão é planejada para ser eterna, como Deus é eterno. Aqui poderíamos
declarar que, embora os seres humanos tenham um corpo físico como as plantas - e uma alma como os animais, só os humanos têm um espírito. E
é só pelo fato de termos um espírito que podemos ter consciência de Deus e
estar em comunhão com Ele.
Há um debate contínuo entre aqueles que acreditam em uma
construção de três partes de nosso ser e aqueles que acreditam que o homem pode
ser considerado só em duas partes. O debate não deve preocupar-nos
excessivamente. Todas as partes do debate reconhecem que os seres humanos
consistem pelo menos da parte física, que morre e precisa da ressurreição, e de
uma parte imaterial, que vive além da morte, a parte que chamamos de a pessoa
em si. A única questão é se a parte imaterial pode ser ainda mais distinguida
por conter o que o homem tem em comum com os animais (corpo e alma) e o
espírito, que o relaciona a Deus (BOICE, Central Gospel, 2011, p. 132).
2 .
ESPIRITUALIDADE E ADORAÇÃO
É
imperioso reconhecer que o Espírito Santo inspira o cristão à prática da
adoração.
Ele
faz isso principalmente ao testificar de Cristo como merecedor de toda glória,
honra e louvor.
A
adoração é uma prática apropriada a pessoas espirituais, o que nos leva ao
entendimento de que somente seres com espírito possuem a capacidade de
relacionar-se com Deus, confirmando, assim, que a espiritualidade é o campo
onde se estabelece a saúde espiritual do crente. Ao contrário, a ausência da
prática espiritual cotidiana aponta para a fraqueza ou para a enfermidade
espiritual.
2.1. A
adoração correta
A adoração não deve ser confundida com certas práticas, como a
meditação transcendental e a ioga, que são técnicas psicofísicas. Tais
práticas, portanto, envolvem a mente, não o espírito. Elas projetam o homem,
não Deus. Não visam à pessoa dele.
A
adoração é devida somente a Deus. É o reconhecimento de que a criatura
inanimada (natureza), a criatura humana e a criatura angelical não podem ser
adoradas. Os exemplos bíblicos são claros. Os profetas condenavam com veemência
o culto aos elementos da natureza (Is 44.6-19; Jr 8.1,2; Hc 2.17,18).
Cornélio
se prostrou diante de Pedro com a intenção de adorá-lo, mas o apóstolo se
recusou a receber adoração, explicando o motivo: Levanta-te, que eu também sou
homem (At 10.26). O apóstolo João, extasiado com as visões do Apocalipse,
sentiu-se impulsionado a adorar o anjo que o acompanhava, mas a resposta foi: Olha, não faças tal, porque eu sou conservo teu e de
teus irmãos, os profetas, e dos que guardam as palavras deste livro. Adora
a Deus (Ap 22.9).
2.2. A
perfeita adoração
Apenas
o Criador pode ser adorado (Êx 34.14; Mt 4.10; Ap 19.10). Trata-se de um culto
exclusivo e universal. A adoração, portanto, é a mais elevada forma de
comunicação da criatura com o Criador (Êx 20.5), e essa sublimidade é descrita
de maneira magnífica no capítulo 4 de Apocalipse.
Adoração
é muito mais que cântico e louvor. No cântico e no
louvor, dirigimo-nos a Deus, é verdade, mas a perfeita adoração implica
uma aproximação legítima de Deus em reconhecimento do que Ele ó, possuidor e
merecedor do toda glória (SI 29.2).
Adoramos
a Deus como resultado dos convites, exortações, mandamentos e exemplos que
encontramos nas Sagradas Escrituras (SI 95.6; 96.9; Is 6). Por causa da aproximação que sentimos no momento da
adoração, percebemos a nossa absoluta fragilidade, como expressa a exclamação
de Isaías: Ai de mim, que vou perecendo! Porque eu sou um homem de lábios
impuros e habito no meio de um povo de impuros lábios; e os meus olhes viram o
rei, o SENHOR dos Exércitos (Is 6.5)! Nesses momentos, conservamos uma
postura de respeito, reverência e humilhação, plataforma para uma transformação
genuína (2 Co 3.18).
A
perfeita adoração deve ser feita em espírito e em verdade (Jo 4.23,24), porque
Deus é Espírito e é o Deus da verdade.
2.3.
A adoração
cotidiana
A verdadeira adoração sobressai aos locais determinados de
culto.
Não está restrita ao templo, a um monte ou a uma cidade (Jo
4.20). A adoração em espírito está de acordo com a natureza do Deus
onipresente.
Nosso corpo é o templo do Espírito Santo, como Paulo fez questão
de lembrar aos cristãos de Corinto (1 Co 3.16). Sua habitação no cristão desfaz
o conceito do local como facilitador da adoração, pois o centro de adoração
agora é o coração humano transformado, não por acaso, pela obra regeneradora do
Espírito Santo. Pelo Espírito, oferecemos a adoração autêntica, a qual é
impossível pela mera religiosidade, como ensinou Paulo aos cristãos de Filipos
(Fp 3.3).
O
cristão cheio do Espírito Santo é aquele que cuida da sua vida espiritual. Ele
emprega todos os meios à sua disposição (a oração, o louvor, a meditação sobre
a Palavra, a consagração e a obediência à vontade divina) para ter uma vida
santa e de intimidade com Deus.
Os
momentos dedicados à adoração são sementes lançadas no coração de Deus, as
quais sempre produzem resultados positivos. Fazer da adoração e do louvor uma
parte da vida diária leva-nos para mais perto de Deus, produzindo intimidade e
garantindo bênçãos sem medida. Logo, a comunhão diária com Deus resulta na plenitude
do Espírito: Aproximem-se de Deus, e ele se aproximará de vocês (Tg 4.8).
3.
ESPIRITUALIDADE E SANTIFICAÇÃO
A
palavra santidade vem do hebraico kadosh e seu significado é
separação. O verbo que exprime a ação de santidade é santificar, do qual provém
a palavra santificação, que designa a condição necessária para que o homem veja
a Deus: Segai a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o
Senhor (Hb 12.14).
É
essa separação que permite ao cristão voltar-se para o Espírito de Deus, e não
para as inclinações da carne, onde não poderá frutificar a sua espiritualidade.
Essa condição é absolutamente necessária para haver um relacionamento profundo
e próximo entre Criador e criatura.
A Bíblia menciona exaustivamente a operação santificadora do
Espírito Santo. Como exemplo, podemos citar a Sua ação na vida de Jesus (1 Pe
1.19), na eleição do cristão (1 Pe 1.2), na manifestação profética (2 Pe 1.21)
e na vida privada do cristão (Hb 12.14).
3.1. Meios
de santificação
O
Espírito usa diversos instrumentos para efetuar a santificação, tais como a
Palavra de Deus (Jo 17.17), a pessoa de Cristo (1 Co 1.30), o sangue redentor
de Cristo (Hb 13.12) e a si mesmo (1 Pe 1.2).
Em
Seu labor santificador na vida humana, o Espírito é capaz de atingir todas as
áreas: espírito, alma e corpo (1 Ts 5.23; Rm 12.1,2); o olhar (Mt 6.22; 18.9);
o andar (G1 5.16); o ler (SI 1.1,2; Ap 1.3); o vestir (1 Tm 2.9); o comer e
beber (Rm 14.17); o adorar (Jo 4.23); o pensar (Cl 3.1-3); o ofertar (Rm
15.16); enfim, todo o viver (Fp 1.21; Gl 2.20).
3.2. Implicações
da santificação
A
santificação implica separação para Deus (Jr 1.5; Hb 7.26); é um processo de
aperfeiçoamento espiritual (At 26.18) e o cumprimento da vontade de Deus
para nós (1 Ts 4.3). Quando somos santificados, damos lugar à natureza divina
(Hb 12.10; 2 Pe 1.4), obtemos pleno acesso a Deus (Hb 12.14) e por Ele somos
capacitados a servir agradavelmente (Rm 6.22; Hb 9.14). A genuína santificação
afeta nosso entendimento (Jr 31.34; Jo 6.45), nossa vontade (Ez 36.25-27; Fp
2.13), nossas paixões (Gl 5.24) e nossa consciência (Tt 1.15).
Os
teólogos costumam definir a santidade de Deus como o corolário de Seus
atributos. Ela pertence igualmente às três pessoas da divindade, as quais
participam da mesma natureza comum e indivisível.
Jesus
chamou Deus de Pai santo (Jo 17.11). O Filho é chamado de Santo de Israel mais
de 30 vezes, somente no Livro de Isaías. O Espírito é especificamente chamado
de Espírito Santo ao longo da Bíblia. Ele é quem ministra santidade nos homens,
permitindo-lhes, assim, reencontrarem o caminho de sua normalidade espiritual.
CONCLUSÃO
A
teologia da espiritualidade cristã procurou equipar os santos para viverem uma
vida pública, comum a todos, sem abrir mão da espiritualidade e do genuíno
testemunho cristão. Desde então, temos procurado viver santa, sóbria e piamente
no mundo, sem nos encantarmos com o mundo, porque a vida no Espírito Santo é
incomparavelmente superior e deve nos atrair constante e incessantemente.
ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO
1.
Por que precisamos buscar a santidade se quisermos ser cheios do Espírito?
R.: O Espírito Santo não compactua com o pecado. Se quisermos
ser Sua morada, devemos abrir mão da nossa natureza carnal e buscar a santidade
(Hb 12.14).
Lições Palavra de Deus nº 61 - Editora Central Gospel
Comentarista:
Pr. Geziel Gomes
CAPÍTULO DOZE
O Espírito
Santo e a Santificação
Timothy P.
Jenney
Este
capítulo focaliza o Espírito Santo e a santificação, embora toda a Trindade
esteja envolvida. O plano é de Deus Pai. Seu desejo é nada menos que a
santificação do mundo inteiro e de todos os seus habitantes. Jesus Cristo
morreu para possibilitar esse plano, mas sua obra na cruz já foi concluída (Jo
19.30; cf. Hb 10.1044). Hoje, o agente ativo na santificação é o Espírito de Deus.
Seu papel principal nesse processo é indicado pelo título mais comum, o
Espírito Santo, e pelos símbolos de purificação que o representam nas
Escrituras: água e fogo. 1
O título "Espírito Santo" aparece 94
vezes no Novo Testamento (inclusive a única ocorrência de "Espírito de
santificação", em Rm 1.4). Títulos alternados do Espírito aparecem bem
menos frequentemente. 2 Embora alguns talvez argumentem que "Espírito
Santo" seja simples abreviatura de o "Espírito do Santo", o
título não pode ser diluído tão levianamente. Deus Pai tem muitos e
incomparáveis atributos, e qualquer um deles - a eternidade, a onipotência, a
onisciência - poderia ter servido para identificar o Espírito, não apenas a
santidade. Os escritores do Novo Testamento empregam tão frequentemente a
expressão "Espírito Santo" por reconhecerem a relevância do Espírito
para a santificação do mundo.
Os símbolos que os escritores sagrados usavam
para representar o Espírito Santo também são esclarecedores. Os rituais de
purificação do Antigo Testamento (a respeito dos quais entraremos em pormenores
depois) empregam o sangue, a água e o fogo. O sangue indica o ministério de
Jesus; a água e (até certo ponto) o fogo indicam o ministério do Espírito
Santo. O Espírito de Deus é frequentemente simbolizado pela água (Is 44.3,4; Ez
36.25-27; Jl 2.23; Jo 7.38,39; cf. 19.34) ou em termos usualmente reservados
para fluidos: "derramar" (Zc 12.10; At 2.17,18; 10.45),
"cheio" (Lc 1.15; At 2.4; Ef 5.18), "ungido" (Is 61.1,2;
cf. Lc 4.18) e até mesmo "batizar" e "batismo" (Jo 1.33; At
1.5; 1 Co 12.13). Mais frequentemente, o Espírito é simbolizado pelo fogo (At
2.3; Ap 4.5) ou encontra-se em estreita relação este elemento (Mt 3.11; Lc
3.16). Eram símbolos poderosos aos ouvidos judaicos acostumados com os batismos
e outros ritos de purificação do Judaísmo, no século I.
Nossa
maneira equivocada de entender a santificação e a obra do Espírito Santo talvez
se deva em parte ao nosso desconhecimento daqueles ritos.
Geralmente,
quando se menciona a obra do Espírito Santo no tocante à santificação, faz-se
referência a um processo - ou experiência - que torna a pessoa mais santa.
Alguns identificam esse processo com a salvação; outros, como uma experiência
subsequente; outros ainda, como um processo que inclui as duas experiências
anteriores e algo mais. Mas a obra santificadora do Espírito é ainda mais
ampla. Faz parte do plano integral de Deus para a humanidade, da "história
da salvação".3 Nesta definição, está incluída a sua obra em relação aos
convertidos e aos não-convertidos.
Mesmo
assim, pessoas há preocupadíssimas era saber como se aplica a elas a
santificação, individualmente. E muita justa essa preocupação. Afinal de
contas, o plano de Deus para o mundo é levado a efeito através de uma pessoa
por vez. As perguntas práticas a respeito da santificação podem ser postuladas
com muita simplicidade: O que é a santificação? Acontece de uma só vez, ou é um
processo? Como se relaciona com a salvação? O que significa ser santo (ou
"santificado") ? Quem é responsável por nos tornar santos, e o que
pode ser feito quando ficamos aquém da verdadeira santidade?
O
crente poderá atingir um estágio de "perfeição cristã", tornando-se
incapaz especar? Antes de respondermos a essas perguntas, será útil definir os
nossos termos, explicar os limites do nosso estudo e passar em revista a
doutrina da santificação no decurso da história da Igreja.
DEFINIÇÃO DE SANTIFICAÇÃO
Com
base nos parágrafos anteriores, torna-se óbvio que a santificação é apresentada
aqui no seu sentido mais amplo. A santificação é o processo mediante o qual
Deus está purificando o mundo e os seus habitantes. Seu alvo derradeiro é que
tudo, tanto as coisas animadas quanto as inanimadas, seja purificado de
qualquer mancha de pecado ou de impureza. Com essa finalidade, Ele tem
proporcionado os meios de salvação mediante Jesus Cristo. E, no fim dos tempos,
Ele pretende consignar ao fogo tudo quanto não pode ou não quer ser purificado
(Ap 20.11 - 21.1; ver também 2 Pe 3.10-13), e assim tirar da Terra tudo o que é
pecaminoso.
A
tarefa do Espírito Santo na presente etapa da história da salvação é quádrupla:
(1) levar o mundo à convicção, (2) purificar o crente mediante o sangue de
Cristo, no novo nascimento, (3) tornar real na vida do crente o pronunciamento
jurídico da justificação já feita por Deus e (4) revestir o crente de poder, a
fim de que este possa ajudar no processo de santificação de outras pessoas por
meio (a) da proclamação do Evangelho ao descrente e (b) da edificação do
crente.
É
comum os teólogos empregarem o termo "santificação" somente com
referência à terceira dessas quatro tarefas do Espírito Santo. Neste sentido
mais estreito, A. H. Strong define a santificação como "aquela operação
contínua do Espírito Santo, mediante a qual a santa disposição outorgada na
regeneração é mantida e fortalecida".4 Charles Hodge concorda com o
Catecismo de Westminster, que define a santificação como "a obra da livre
graça de Deus, pela qual somos renovados em todo o nosso ser, segundo a imagem
de Deus, e habilitados a morrer cada vez mais para o pecado e a viver para a
justiça".5 Nada temos que objetar a tais explicações, mas consideramos a definição
de Millard Erickson a mais clara, segundo o nosso modo de entender essa parte
do processo. Ele diz: "E uma continuação do que foi começado na
regeneração, quando então uma novidade de vida foi conferida ao crente e
instilada dentro dele. Em especial, a santificação é a operação do Espírito
Santo que aplica à vida do crente a obra feita por Jesus Cristo". 6
A SANTIFICAÇÃO NO NOVO TESTAMENTO
TERMINOLOGIA
Os
dois termos gregos cruciais para o estudo da santificação no Novo Testamento
são hagiazõ (e seus cognatos) e katharizõ (e seus cognatos). Hagiazõ equivale
aproximadamente à palavra hebraica qadash e quase sempre serve como tradução
desta, na Septuaginta. Significa "santificar, separar, purificar, dedicar
ou consagrar", bem como "tratar como santo".
A
palavra grega katharizõ quase sempre traduz a palavra hebraica taher, na
Septuaginta. Significa "tornar limpo ou purificar" e é usada nos
sentidos cerimonial e moral. Embora a Torá empregue os dois termos hebraicos
com certa exatidão, a diferença entre eles torna-se menos nítida quando
empregados no sentido figurado, especialmente nos profetas e nos Salmos. O Novo
Testamento usualmente mantém a distinção entre os termos gregos ao falar dos
rituais da antiga aliança ou dos fariseus, mas também emprega ambos os termos
quando fala da obra de Cristo na nova aliança. Posto que nos interessamos pela
purificação espiritual na nova aliança, podemos asseverar que o Novo Testamento
emprega hagiazõ e katharizõ de modo intercambiável. A palavra mais comum é
hagios (derivada de hagiazõ). No singular, é traduzida por "santo" e
frequentemente usada como adjetivo para descrever Deus, seu Espírito, Jerusalém
etc. No plural, é frequentemente usada como substantivo, para descrever o povo
de Deus. Neste caso, é geralmente traduzida como "os santos". Esta
expressão é muito comum no Novo Testamento (aparece sessenta vezes) e serve com
evidência sólida de que os cristãos primitivos entendiam sua própria qualidade
distintiva. Deus os tornara santos.
DUAS TEOLOGIAS DA SANTIFICAÇÃO
O
termo "santos" nos é tão familiar que provavelmente o consideramos
como ponto pacífico. Para os cristãos dos tempos do Novo Testamento, não era
assim. Eles tinham plena consciência das leis extensivas que tratavam dos
alimentos puros, das substâncias impuras e dos rituais de purificação da lei
mosaica. Muitas das seitas do Judaísmo tinham regulamentos pormenorizados no
tocante à impureza. De modo geral, a regra era que a santidade fosse mantida ao
evitar-se a contaminação e pelo isolamento dos contaminados. Se alguém ficasse
com alguma impureza, a solução era removê-la por algum tipo de batismo (Hb 6.2;
9.10). Esta é uma noção bastante passiva da santidade: evitar a impureza.
Além
disso, a teologia dos fariseus apresentava uma inconsistência interessante.
Muitos deles entendiam que o Reino de Deus era espiritual, lá no íntimo, ao
invés de ser um reino exterior (material) e político. Mesmo assim, sustentavam
que a entrada para esse reino interior dava-se através de rituais exteriores,
que removiam o pecado e a impureza e produziam a santidade. Mesmo assim, a
santidade de Deus é ativa. Uma vez que Ele deseja comunhão com as pessoas, sua
santidade ativa consiste em tornar puros os impuros e santos os ímpios. A morte
de Cristo tornou possível esse tipo de santidade. Seus seguidores obtiveram
acesso ao Reino (espiritual) de Deus mediante um processo espiritual, e não por
um processo exterior.
Mesmo
estando cercados de pessoas e coisas impuras, ainda podiam ser santos. Por
consequência, "santos" fica sendo sua designação característica.
O CUMPRIMENTO DA PROFECIA
Em
última análise, a santificação do mundo ocorre no nível individual. Cada pessoa
precisa resolver se aceitará ou não o domínio e o Reino de Deus em sua vida. As
que optarem por não abrir mão de seus pecados terão de ser purificadas pelo
fogo. Esse processo não pede a sua cooperação, mas é doloroso, destrutivo e de
longa duração. Esse é o castigo eterno que a Bíblia chama de
"inferno", "o lago de fogo" e a "segunda morte"
(Is 66.24; Mt 23.33; 25.30,41,46; Ap 20.14,15). Embora essa purificação nunca
seja atingida, o fogo eterno garante que a criação divina jamais tornará a ser
perturbada pela sua impureza. Resumindo, Deus determinou que santificará o
mundo. E o fará pela água ou pelo fogo (Mt 3.11-12).
Os
cristãos desejam ser santificados pelo Espírito, processo que requer a
cooperação contínua do indivíduo (1 Jo 3.3; Ap 22.11), de modo bem semelhante
às cerimônias de purificação com água descritas no Antigo Testamento. Esse
processo de santificação remove o pecado, mas salva a pessoa, e apresenta as
quatro etapas que seguem.
Convencendo o mundo. A primeira etapa da santificação e a obra mais
importante do Espírito Santo é levar as pessoas a um relacionamento pactuai com
Deus. O Espírito tem três tarefas a realizar entre os inconversos: a convicção
do pecado, o testemunho a respeito de Cristo e a confirmação da Palavra de
Deus. São suas maiores tarefas, porque realizadas entre o maior grupo das
pessoas - virtualmente todos os descrentes da Terra.
A
salvação somente começa quando o indivíduo estiver convencido do pecado
pessoal. Entendemos que essa "convicção" significa que a pessoa
reconhece ter feito o mal e constar como culpada diante de Deus. E é o Espírito
Santo quem produz tal convicção, que é a primeira etapa na santificação do
indivíduo e a única que não requer o seu consentimento. Jesus referiu-se a este
ministério do Espírito quando disse: "E, quando ele vier, convencerá o
mundo do pecado, e da justiça, e do juízo: do pecado, porque não creem em mim;
da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais; e do juízo, porque
já o príncipe deste mundo está julgado" (Jo 16.8-11).
Note
que Jesus disse que o Espírito convencerá "o mundo". Em outras
palavras, o Espírito Santo tem um ministério de convicção entre os inconversos.
Ele convence os mundanos de três coisas: (1) que seus pecados, especialmente o
pecado da descrença no Filho de Deus, os fez culpados diante de Deus, (2) que a
justiça é possível e desejável e (3) que os que não quiserem escutar a voz do
Espírito serão julgados por Deus. A tentativa do Espírito em produzir a
convicção pode ser resistida (At 7.51), conforme muitas vezes acontece. Há
inclusive uma rejeição direta, que é a dos réprobos (1 Tm 4.2). Esta a razão de
ser a blasfêmia contra o Espírito (Mt 12.31,32; Mc 3.29) potencialmente tão
grave: se o Espírito Santo retirar a sua presença, não haverá mais
possibilidade de arrependimento nem de perdão, porque não há convicção nem
senso de culpa. 28
O
Espírito também testifica a respeito de Cristo. Falando acerca do mundo, Jesus
afirmou:
Se
eu, entre eles, não fizesse tais obras, quais nenhum outro tem feito, não
teriam pecado; mas, agora, viram-nas e me aborreceram a mim e a meu Pai. Mas é
para que se cumpra a palavra que está escrita na sua lei: Aborreceram-me sem
causa. Mas, quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar,
aquele Espírito da verdade, que procede do Pai, testificará de mim. E vós
também testificareis, pois estivestes comigo desde o princípio (Jo 15.24-27).
Poucas
pessoas se sentem dispostas a falar contra Jesus, quer sejam crentes, quer não.
Por quê? Cremos que é por causa do Espírito Santo: Ele testifica a respeito de
Cristo, convencendo a homens e mulheres a respeito da verdade.
Os
cristãos podem testemunhar aos inconversos, compartilhando a verdade do
Evangelho (Jo 15.27; cf. 3.3,4,16-21). Deus até mesmo promete que o Espírito
nos guiará naquilo que dissermos (Mt 10.19; At 2 e 7 etc). Mas, para darmos a
resposta da fé, precisamos da atuação do Espírito Santo (Jo 15.26; cf. 3.5-8).
Além
da convicção íntima e do testemunho a respeito de Cristo, o Espírito também
confirma a Palavra de Deus. Ele o faz por meio sinais e maravilhas
sobrenaturais, que acompanham a sua proclamação. Paulo escreve à igreja em Corinto
sua própria experiência nessa questão: "E eu, irmãos, quando fui ter
convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não fui com sublimidade de
palavras ou de sabedoria. Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus
Cristo e este crucificado. E eu estive convosco em fraqueza, e em temor, e em
grande tremor. A minha palavra e a minha pregação não consistiram em palavras
persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder,
para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de
Deus" (1 Co 2.1-5; cf. 12.7-11).
Posteriormente, Paulo fala com mais clareza a
respeito de como o Espírito ressalta a sua apresentação do Evangelho:
"Porque não ousaria dizer coisa alguma, que Cristo por mim não tenha
feito, para obediência dos gentios, por palavra e por obras; pelo poder dos
sinais e prodígios, na virtude do Espírito de Deus; de maneira que, desde
Jerusalém e arredores até ao Ilírico, tenho pregado o evangelho de Jesus
Cristo" (Rm 15.18,19)
O
"poder" ao qual Paulo se refere consiste no mesmo tipo de sinais e
maravilhas que acompanhavam o ministério de Jesus (At 2.22). Da mesma maneira,
o Espírito continua a operar poderosamente através do crente hoje, para
confirmar a pregação da Palavra (At 4.8-12; 5.12; Rm 12.4-8; 1 Co 12.27,28).
Resumindo, a totalidade da experiência do
pecador com o Espírito de Deus é negativa! O inconverso experimenta convicção
pelo pecado, ressaltada pelo fato de que a justiça agora é possível em Cristo e
aumentada ainda mais por causa da certeza do juízo vindouro. Quando o Espírito
testifica de Cristo, revela aquEle que viveu uma vida de retidão. Quando a
Palavra de Deus é pregada, o Espírito a confirma com poderosos sinais e
maravilhas. Não admira que o pecador odeie ouvir a pregação da Palavra de Deus,
pois lhe traz sentimento de culpa, insuficiência, ansiedade e convicção. Por
quê? Porque a obra do Espírito Santo entre os inconversos visa um único alvo:
levá-lo ao arrependimento!
Purificando
o crente. A obra do Espírito não cessa quando a pessoa reconhece sua culpa
diante de Deus, mas vai crescendo a cada etapa subsequente. A segunda etapa na
santificação pelo Espírito Santo no indivíduo é a conversão. Esta é uma
experiência instantânea. Inclui a santificação pelo Espírito, ou, em linguagem
biblicamente mais correta, o processo da santificação pelo Espírito inclui a
conversão.
Podemos
facilmente demonstrar esse fato pelas Escrituras. Considere as palavras de
Paulo: "Mas devemos sempre dar graças a Deus, por vós, irmãos amados do
Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação, em
santificação do Espírito e fé da verdade" (2 Ts 2.13). Note que a palavra
"salvação" é qualificada por duas frases preposicionais, que
descrevem como foram salvos os crentes da Tessalônica. A segunda frase: "fé
na verdade" descreve o papel do crente na salvação: ter fé no evangelho de
Jesus Cristo (v. 14). A primeira frase: "em santificação do
Espírito", é mais importante para o presente estudo. Descreve o papel do
Espírito na salvação: santificar o crente. A ênfase neste versículo não é que
Deus escolheu algumas pessoas e outras não - a predestinação clássica29 -, mas
que Deus escolheu os meios pelos quais todos seriam salvos: a fé do indivíduo
na promessas de Deus mais o poder purificador do Espírito de Deus (ver também
At 10.15; 11.9; Rm 15.16; 1 Pe 1.1,2).
Outro
exemplo importante aparece 1 Coríntios. Paulo repreende a imoralidade dos
crentes de Corinto (5.1-8). Depois de alistar vários tipos de pecadores
(6.9,10), diz: "E o que alguns têm sido, mas haveis sido lavados, mas
haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus
e pelo Espírito do nosso Deus" (6.11). Paulo declara essa obra como
realizada pelo Espírito (cf. 2 Ts 2.13). A forma gramatical dos verbos gregos
aqui traduzidos por "lavados", "santificados" e
"justificados" (aoristo passivo) não dá a ideia de nenhum tipo de
processo. Todos se referem à mesma experiência instantânea e completa: a
conversão.
Não
há a mínima possibilidade de se interpretar o texto grego desses versículos no
sentido de ser a obra santificadora do Espírito algo distinto da salvação. Não
é uma segunda obra específica da graça, conforme querem alguns. Os dois textos
bíblicos descrevem a santificação pelo Espírito como o meio pelo qual as
pessoas são salvas. O segundo texto (6.11) representa a salvação de modo
linear, que ocorre ao mesmo tempo que a lavagem e a justificação. A única
maneira de reconciliar esses trechos com outros que falam da santificação como
um processo (ver abaixo) é reconhecer a santificação não meramente como algo
que ocorre após a conversão, mas como idêntica ao crescimento no Senhor. A
santificação inclui toda a obra de Deus na tentativa de salvar a humanidade do
juízo vindouro. No momento da conversão, nascemos de novo, desta vez o
nascimento no Espírito (Jo 3.5-8). Ao mesmo tempo, o Espírito nos batiza no
corpo de Jesus Cristo, que é a Igreja (1 Co 12.13; Ef 2.22).30
Instantaneamente, somos lavados, santificados e justificados, e tudo isto
mediante o poder do Espírito (1 Co 6.11; 2 Ts 2.13; 1 Pe 1.1,2). Nesse momento,
o Espírito de Deus começa a testificar ao nosso espírito que agora somos filhos
de Deus (Rm 8.15,16). O Espírito de vida nos liberta da lei do pecado e da
morte (8.2; cf. Jo 6.63). Agora somos novas criaturas em Deus (2 Co 5.17).
A
diferença fundamental entre um cristão e um não-cristão não está no estilo de
vida, na atitude ou mesmo no sistema de crenças. E que o crente deixa que Deus
o santifique, enquanto o inconverso não o permitiu. Essa diferença é uma das
razões por que o Novo Testamento frequentemente se refere aos crentes como
"santos" (Mt 27.52; At 9.13; Rm 1.7; 1 Co 1.2; Ef 1.1; Ap 5.8 etc),
ainda que passe a descrever seus pecados ou falhas (conforme faz Paulo em 1
Co). Sendo assim, o cristão não é necessariamente perfeito, mas alguém que se
arrependeu do seu pecado e submeteu-se ao poder purificador do Espírito de
Deus.
Realizando a justiça no crente. O Espírito de Deus não abandona o crente após a
conversão (Jo 14.16). Assim como na passagem da convicção para a conversão, seu
papel torna-se maior depois desta. A submissão aumentada no crente leva a
efeito maior cooperação e intimidade com o Espírito, o que resulta na
possibilidade de Ele fazer uma obra ainda maior depois da conversão. Há três
maneiras adicionais de o Espírito operar dentro do crente: (a) Ele continuamente
santifica o crente do pecado; (b) Ele liberta o crente cada vez mais do pecado,
na prática; e (c) Ele usa os crentes para ajudar na obra da santificação.
Nenhum
crente pode chegar a dizer que está totalmente livre do pecado (1 Jo 1.8,9).
Somos culpados dos pecados de omissão pelo fato de nenhum de nós adorar
suficientemente, amar suficientemente ou servir suficientemente a Deus, isto
sem mencionar os pecados que cometamos de tempos em tempos. E por esta razão
que o sangue de Jesus nos purifica continuamente de todo o pecado (Jo 1.7 [o
tempo presente do verbo grego demonstra ação repetida ou contínua]).
O
papel de Jesus na santificação já foi concluído (Hb 10.12,13; cf. Jo 19.30).
Essa aplicação contínua do sacrifício de Jesus à nossa vida, conforme 1 João, é
obra do Espírito Santo. Foi neste sentido que Jesus falou do Espírito como
"rios de água viva" (Jo 7.38,39): suficiente para purificar toda a
nossa pecaminosidade. E assim, a cada momento o Espírito purifica o crente, que
deste modo sempre permanece santo diante de Deus.
Como resultado, os crentes desfrutam de muitos
benefícios. Estão livres da condenação e da culpa (Rm 8.1,2). Têm acesso
contínuo ao Pai (Ef 2.18). Podem, agora, adorar em Espírito e em verdade (Jo
4.23,24). Finalmente, têm um penhor (o Espírito) da sua herança futura no
Senhor (Ef 1.14, cf. 5.5).
Além
da purificação que o Espírito oferece a cada momento, Ele também trabalha para
nos ajudar a evitar o pecado. Por isso, podemos falar de "um processo
vitalício mediante o qual a santidade se realiza em nossa vida". 31
Paulo,
em Romanos 8, emprega muitas analogias para falar dessa obra do Espírito. Ter a
"mente do Espírito" significa "viver segundo o Espírito"
(Rm 8.5) ou ser "controlado pelo Espírito" (vv. 6-9). Usa uma
expressão farisaica ao falar em andar no Espírito (gr. Peripatousin -
"andar", "viver" [NVI]). O conjunto de leis que ensinava
aos fariseus como aplicar a lei mosaica à vida cotidiana era chamado a halakah,
palavra derivada do verbo hebraico halakh, que significa "ir" ou
"andar".
A
lição é esta: os fariseus tinham um conjunto de leis não escritas (a Torá oral,
a "instrução" ou "tradição dos antigos"), as quais
determinavam a sua conduta em todas as situações. Assim, sabiam como evitar o
tornar-se impuro. O crente tem o Espírito Santo, que faz exatamente a mesma
coisa. Ele orienta sobre como agir a fim de evitar o pecado em todas as
situações (Rm 8.6-9). Pela mesma razão, o Espírito abre as Escrituras aos
crentes (1 Co 2.9-16) e frequentemente lhes faz lembrar daquilo que Jesus tem
dito na Palavra (Jo 14.26). Desta forma, o Espírito ajuda a tornar a justiça do
crente mais concreta, em vez de apenas jurídica. E um processo contínuo, que
durará enquanto o crente viver na Terra (1 Ts 5.23).
Finalmente,
o Espírito usa os crentes para ajudar na obra da santificação. Isto vai muito
além da exigência de que cooperemos continuamente no processo de nossa própria
santificação (2 Co 6.16 - 7.1; Ap 22.11): coisas tais como resistir a tentação
do pecado. Importa em ajudar na santificação do próximo.
Nesses
tempos em que o divórcio prolifera, é de certo consolo saber que maridos e
mulheres crentes, dispondo-se a continuar com o cônjuge incrédulo, podem
exercer um ministério poderoso, ajudando o Espírito Santo a trazer a
santificação àquele cônjuge e aos filhos que habitarem no lar (1 Co 7.14).
Na
próxima seção, falaremos mais a respeito da ajuda à santificação do mundo,
embora boa parte dela seja igualmente aplicável aqui. Por enquanto, desejamos
focalizar a maneira de o crente ajudar o Espírito na santificação de outros
crentes. O Espírito dá ao crente "comunhão" com os demais santos (Fp
2.1). Dentro dessa comunhão, Deus nos desafia a confrontar uns aos outros no
tocante ao pecado (Mt 18), a encorajar uns aos outros (Hb 10.24), a amar uns
aos outros (Rm 13.8), a cuidar uns dos outros (1 Co 12.25). Todas essas ações
ajudam o Espírito na sua obra de conformar-nos à imagem de Cristo e nos
santificar na realidade.
Deus
ordenou aos israelitas: "Santificai-vos". O Novo Testamento retomou o
tema, ampliando-o de um modo que o torna especialmente relevante ao mundo
sensual de hoje: "Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação:
que vos abstenhais da prostituição, que cada um de vós saiba possuir o seu vaso
em santificação em honra, não na paixão de concupiscência, como os gentios, que
não conhecem a Deus... o Senhor é vingador de todas estas coisas... Porque não
nos chamou Deus para a imundícia, mas para a santificação. Portanto, quem
despreza isto não despreza ao homem, mas, sim, a Deus, que nos deu também o seu
Espírito Santo" (1 Ts 4.3-8).
Revestindo de poder o crente. O batismo no Espírito Santo descortina um novo papel
para o crente na santificação do mundo. Os crentes, uma vez batizados no
Espírito Santo, têm melhor capacidade para ajudar o Espírito a santificar os
outros. Jesus mandou que seus discípulos aguardassem o batismo no Espírito a
fim de terem poder para testemunhar (At 1.4,5,8). E o batismo veio com um sinal
que significava estar a nova aliança à disposição de todas as pessoas, em todos
os lugares. O sinal era o falar "em outras línguas" (2.4). Hoje,
poucas pessoas reconhecem que "outras línguas" era originalmente
falar em línguas que não fossem o hebraico nem o aramaico. Virtualmente, pela
primeira vez, Deus falou em outras línguas e chamou os não-judeus a terem um
relacionamento com Ele segundo a aliança.
Era um sinal poderoso de que a santificação
universal, a respeito da qual haviam falado os profetas, agora estava
disponível a todos. Pedro, reconhecendo que a multidão era composta de
diferentes tipos de pessoas, homens e mulheres, jovens e velhos, cita Joel
2.28-32 para apoiar a experiência. Dentro em breve, Deus ainda lhe revelaria
que até mesmo a conversão dos gentios seria aí incluída (At 10 e 11). A missão
aos gentios captaria a imaginação da Igreja Primitiva. O Evangelho de Jesus
Cristo, dentro de bem poucos anos, seria propagado por todo o mundo então
conhecido.
Hoje,
o crente batizado no Espírito é vocacionado para a mesma tarefa. Revestidos
pelo poder do Espírito, podemos esperar que Deus confirme a sua Palavra com
sinais e maravilhas (Rm 15.18,19). O Espírito continua falando aos crentes,
conclamando-os a enviar pessoas específicas para ministérios especiais (At
11.12; 13.2) e às vezes até mesmo a lugares especiais (16.6-10).
Os dons espirituais, que estão à disposição
daqueles batizados no Espírito Santo, também poderão ajudar na edificação dos
santos, outro aspecto da obra contínua da santificação realizada por Ele.
Pode-se incluir aí uma palavra de sabedoria ou de conhecimento, uma exortação,
uma profecia ou línguas e interpretação (1 Co 12.7-10),
Mesmo
assim, todos esses fenômenos servem "para o que for útil" (v. 7) e
"para edificação" [da igreja] (14.26). 32
O
Espírito também edifica de outra maneira os santos para o ministério eficaz:
através do seu ministério de intercessão. Paulo diz assim: "E da mesma
maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que
havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com
gemidos inexprimíveis. E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção
do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos santos" (Rm
8.26,27).
Note
que esse tipo de intercessão é "pelos santos" (v. 27) e
especificamente quando "não sabemos o que havemos de pedir como
convém" (v. 26). Alguns acreditam que isto tem a ver com a intercessão em
línguas, embora dificilmente possamos identificar com certeza a expressão
"gemidos inexprimíveis" (v. 26) como "outras línguas" (que
são faladas), apesar de que a oração em línguas pode também incluir a
intercessão.
Gostaríamos
de encorajar os crentes a ficar à disposição do Espírito, para que este os use
no ministério da intercessão.33 Talvez a intercessão em línguas tenha ficado
por detrás das declarações a respeito do relacionamento entre o batismo no
Espírito e a purificação, feitas pelos antigos pentecostais. Com base nas
Escrituras, não podemos concordar com os que pretendem identificar o batismo no
Espírito como uma segunda obra instantânea da graça, chamada
"santificação". Nem podemos concordar com aqueles que tencionam fazer
do batismo no Espírito condição prévia para a salvação ou um meio de atingir
determinado "status" no Reino de Deus. Ainda que o Espírito Santo
possa agir de maneiras diversas, profundas e pessoais, poderá operar melhor
naqueles que se entregarem a Ele. Estamos convictos de que se inclui aqui até mesmo
a obra de santificar o crente em Cristo.
O
Espírito Santo completará essa obra em nós na segunda vinda de Cristo, mas, até
lá, temos a responsabilidade de nos purificar a nós mesmos (com a ajuda do
Espírito Santo) (1 Jo 3.2,3).
Definições
e teologias da santificação que se relacionam com o crente somente após a
salvação são inadequadas. Não representam integralmente o conceito bíblico de
santificação, de modo que sentem dificuldade em interpretar de modo razoável as
várias maneiras como a Bíblia a menciona.
O
plano divino da santificação abrange o mundo inteiro - tudo - animado e
inanimado. Aquilo que o Espírito Santo não realizou através da antiga aliança,
está realizando poderosamente na nova. E aquilo que não quer ou não pode ser
purificado será destruído pelo fogo. Temos o grande privilégio de sermos não
somente objetos do processo de santificação, mas seus auxiliares, para a maior
glória de Deus.
Stanley Horton-Teologia Sistematica
TEOLOGIA
SISTEMÁTICA
A. B. LANGSTON
5. CONDIÇÕES PARA ENCHER-SE DO ESPIRITO
SANTO
Façamos,
agora, algumas considerações acerca do dever de o crente ficar cheio do
Espírito Santo. A Bíblia, em vez de
exortar o crente
a procurar o
batismo do Espírito Santo,
declara que aquele
que já crê
tem o Espírito Santo habitando
nele. «Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita
em vós, o qual tendes de Deus, e que não sois de vós mesmos?» (1 Coríntios
6:19). «O Espírito de verdade, que
o mundo não
pode receber, porque
não o vê
nem o conhece;
mas vós o
conheceis, porque habita convosco, e estará em vós» (João
14:17).
A
exortação da Bíblia é que o crente ande à luz desta grande verdade de que o
Espírito Santo habita nele. Jesus explicou mui claramente a relação do Espírito
Santo para com o crente quando disse, como achamos escrito no Evangelho de João
14:16: «E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique
convosco para sempre. » O Espírito Santo habita com o crente desde o dia da sua
regeneração para todo o sempre. Mas a Bíblia exorta o crente a deixar-se encher
pelo Espírito Santo: «E não vos embriagueis com vinho, em que há dissolução,
mas enchei-vos do Espírito Santo» (Efésios 5:18).
Quais são
as condições essenciais
para que se
obedeça a esta
exortação? Há duas
classes de condições: negativa e positiva.
5.1. Consideremos,
pois, em primeiro
lugar as condições
negativas para o
crente encher-se do
Espírito Santo.
5.1.1.
A primeira condição
negativa, achamo-la na
carta do apóstolo
Paulo dirigida aos
efésios: «E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no
qual estais selados para o dia da redenção. Toda a amargura, e ira, e cólera, e
gritaria, e blasfêmias e toda a malícia sejam tiradas de entre vós» (Efésios
4:30, 31).
E
de notar que se não encontra uma única passagem na Bíblia que fale da ira do
Espírito Santo. Podemos entristecê-lo,
porém, com as
falhas da nossa
vida, que são: amargura,
ira, cólera, gritaria,
etc. O Espírito Santo é
uma pessoa que só quer
nosso bem, que
nos ama, e
por isso se
entristece com o
nosso proceder irregular. Temos,
pois, o grande
dever de purificar
a nossa vida
de todas as
impurezas e de
eliminar dela tudo quanto pode
causar tristeza ao Espírito Santo. Convém notar que o Espírito Santo não pode
encher a nossa vida se ela já
está cheia das
coisas deste mundo.
O nosso primeiro
dever, então, é
procurar, pela graça de
Deus, desocupar o espaço da
nossa vida para
que haja mais
lugar para o
Espírito Santo. «Digo,porém:
Andai em Espírito,
e não cumprireis
a concupiscência da
carne. Porque a
carne cobiça contra
o Espírito, e o
Espírito contra a
carne; e estes
opõem-se um ao
outro, para que
não façais o
que quereis. Porém, se sois
guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei. Porque as obras da carne são
manifestas, as quais são: adultério, fornicação, imundícia, dissolução,
idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas,
dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias e coisas
semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como dantes vos disse, que
os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus.
Mas o fruto
do Espírito é
caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade,
bondade, fé, mansidão,
temperança. Contra estas coisas não há lei. Porém os que são de Cristo
crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências. Se vivemos em
Espírito, andemos também em Espírito» (Gálatas 5:16-25).
Devemos
lembrar aqui que aquilo que entristece o Espírito Santo são os pecados
realizados. E natural que as tentações venham, porém, quando resistimos às
tentações, o Espírito Santo se alegra. Só quando caímos nas tentações e damos
lugar ao diabo, é que o Espírito Santo se entristece, porque, quando obedecemos
às ordens do diabo,
desobedecemos às suas.
«Porque a carne
cobiça contra o
Espírito, e o
Espírito contra a carne; e estes
opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis» (Gálatas 5:17).
Pode-se comparar
o espírito do
homem a um
grande país. Antes
da nossa conversão,
este país era governado
pelo diabo. «Em
que dantes andastes
segundo o curso
deste mundo, segundo
o príncipe das potestades do ar, do
espírito que agora
opera nos filhos
da desobediência» (Efésios
2:2). O diabo
era o governador e o
próprio homem o
vice.governador. Antes da
nossa conversão, o
Espírito Santo procura destronar o diabo e entronar Cristo
em nossa vida. Mas, naturalmente, o diabo não se dá por vencido com muita
facilidade. Trava-se uma luta tremenda em nossa vida. De um lado estão o diabo
e a carne, e de outro lado estão o nosso espírito e o grande Espírito de Deus;
o diabo procura reaver o trono, e o Espírito Santo procura estabelecer
cada vez mais
firmemente Cristo em
nossa vida. E
quantas vezes procedemos
como Pedro na noite
em que Cristo
foi traído! Quantas
vezes passamos para o lado
do nosso inimigo!
Quantas vezes nos tornamos
traidores do nosso
aliado, que é
o Espírito Santo!
Todas as vezes
que pecamos, obedecemos às ordens
do diabo e entristecemos o Espírito de Deus. Devemos, pois, ser sempre fiéis e
andar de conformidade com a vontade daquele que nos regenerou e que habita em
nós.
5.1.2. A
segunda condição negativa
para o crente
ficar cheio do
Espírito acha-se expressa,
com muita clareza, em
1 Tessalonicenses 5:19:
«Não extingais o Espírito.
» A figura
que aqui temos é
de apagar o fogo.
E de muito
interesse ler esta
passagem em conexão
com Lucas 3:16.
«Respondeu João a
todos, dizendo: «Eu, na verdade, batizo-vos com água, mas vem um, mais
poderoso do que eu, a quem eu não sou digno de desatar a correia das alparcas;
esse vos batizará com o Espírito Santo e com fogo.»
Como
já temos tido ocasião de observar, há, na vida do crente, muitas coisas deste
mundo que, sobre serem inúteis, são prejudiciais
ao Espírito Santo.
Por isso, ele
quer acender em
nós um fogo
sagrado a fim de
purificar a nossa
vida das coisas
inúteis deste mundo.
O crente, durante
a sua vida,
vai ajuntando muitas dessas inutilidades, que em si mesmas
não têm grande significação; porém um montão delas é bastante para
desviá-lo e embaraçá-lo
na vida cristã.
E o desejo do
Espírito Santo é
atear fogo a
estas coisas. Mas,infelizmente, muitas vezes o crente não
deixa o fogo realizar a sua obra. Trata logo de apagá-lo, tornando nulo o seu
trabalho. E mister que deixemos o Espírito Santo realizar a sua obra em nós.
Precisamos dar-lhe livre curso em
toda a nossa
vida, porque só
ele pode purificá-la
quando pecamos contra
ele. O Espírito Santo não regenera o indivíduo contra
a sua vontade; e também ele não pode santificar-nos contra a nossa
vontade. Precisamos cooperar
intimamente com ele,
dando-lhe a liberdade
de fazer o
que entender ser melhor em nossa vida. Devemos ter o
cuidado de não entristecê-lo e de não apagar o fogo sagrado que ele quer acender
em nós. O
resultado de apagar
o Espírito Santo
é, mais ou
menos, o mesmo
que o de entristecê-lo. Quando o crente não coopera
com ele, ficam, por este fato, limitadas as suas atividades na sua vida. Em conexão,
queremos acentuar de novo o princípio de voluntariedade na vida cristã.
Já
discutimos o princípio de voluntariedade em outra parte do nosso estudo, porém
vale a pena falar nele de novo, O crescimento
na vida cristã
depende da vontade
do crente. Pela
cultura, pelo pensamento
e pela meditação, o crente pode
fazer crescer a sua estatura espiritual, O crescimento do corpo, como sabemos,
é independente da vontade porque se baseia em certas leis físicas; mas o mesmo
não acontece relativamente ao
crescimento espiritual, O
espírito cresce somente
quando se faz
força para crescer.
E por isso
que nos devemos entregar ao
Espírito Santo, para
que ele nos
ajude a purificar
a nossa vida e alcançar
maior crescimento espiritual.
Não
se conclua daí que precisamos ser perfeitos antes de ficarmos cheios do
Espírito Santo. Não é assim. O trabalho do Espírito Santo é aperfeiçoar-nos. A
questão para nós é entregarmo-nos inteiramente a& Espírito Santo, para
que ele faça
o seu trabalho
em nós. Escrevendo
aos romanos, o
apóstolo Paulo expõe
mui claramente as condições do crente em geral: «Porque eu sei que em
mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum: porque o querer está em mim,
mas não consigo efetuar o bem» (Romanos 7:18).
Cumpre que
nos entreguemos inteiramente
ao Espírito Santo,
para que possamos
dizer como esse
grande apóstolo: «Porque a
lei do espírito
de vida em
Cristo Jesus me
livrou da lei do pecado
e da morte» (Romanos 8:2).
5.2. Depois
de havermos considerado
as condições negativas
para se ficar
cheio do Espírito
Santo, passemos agora ao estudo das condições positivas. Estas condições
positivas deparam-se-nos, pelo menos, em número de três.
5.2.1. Apresentar
o nosso corpo
a Deus como
instrumento vivo para
a realização da
sua vontade. Esta,
a primeira condição que
foi mencionada pelo
apóstolo Paulo, escrevendo aos
romanos: «Nem tampouco apresenteis os
vossos membros ao
pecado por instrumentos
de iniqüidade; mas
apresentai-vos a Deus... como instrumento de justiça» (Romanos
6:13). Segundo lemos no Velho Testamento, a pessoa que fazia a oferta nunca imaginava
poder reavê-la, porque o sumo
sacerdote a oferecia
diante do altar.
«E porá a sua mão
sobre a cabeça
da expiação do
pecado, e degolará
a expiação do
pecado no lugar
do holocausto» (Levítico 4:29).
Assim deve ser também conosco. Devemos oferecer-nos de uma vez para sempre para
que ele realize em nós a sua vontade,
Cumpre-nos considerar
bem essa expressão
do apóstolo Paulo,
quando diz que
nos devemos apresentar
a Deus como «vivos
dentre os mortos».
E preciso que
o nosso procedimento
esteja de acordo
com este princípio.
Ainda
sob outro ponto de vista, apresenta o apóstolo Paulo este princípio no capítulo
7, v. 4 da sua Carta aos Romanos: «Assim
que, meus irmãos,
também vós estais
mortos para a
lei pelo corpo
de Cristo, para que sejais doutro, daquele que
ressuscitou de entre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus (Rom. 7:4).
Nestas palavras, o Apóstolo está dizendo que o crente está morto para o mundo,
e que, como tal, deve proceder. Em relação a Cristo, o crente está vivo e deve
andar como vivo dentre os mortos; mas em relação ao mundo
está morto e
deve proceder como
morto, O defunto
não tem mais
interesse nas coisas
deste mundo. Para ele está tudo acabado. Assim deve ser o crente; vivo
para Cristo, porém morto para o mundo. Se
estamos mortos para
o mundo, devemos
proceder como mortos.
Mas, infelizmente, há
muitos crentes em Cristo que
procedem como vivos para o mundo.
Certo homem
achou uma tartaruga
e tentou matá-la,
cortando-lhe a cabeça;
não obstante, ela
continuou a mexer-se e a andar. E
o homem ficou muito admirado e começou a pensar, procurando achar o motivo por
que a
tartaruga andava; e,
finalmente, chegou a esta conclusão,
dizendo: «Ela na verdade já
morreu, mas ainda não sabe que
está morta.» Assim é também, muitas vezes, como se dá com alguns crentes.
Convém
que notemos que esta oferta que o homem faz do seu ser a Deus é dupla: é tanto
do corpo como da alma, e tanto
da alma como
do corpo. O
crente que quiser
ficar cheio do
Espírito Santo não
se pode apresentar a
Deus parceladamente. Este ato
deve ser tão
definido na vida
do crente como
aquele de entregar-se a
Jesus. O descrente precisa
entregar-se a Jesus
para a salvação
da sua alma,
e este ato é definitivo. Também,
da mesma maneira,
o crente precisa
entregar-se ao Espírito
Santo para o
serviço de Deus. Jesus, em
verdade, salva a alma da pessoa da perdição, mas é o Espírito Santo quem salva
a sua vida da esterilidade.
5.2.2.
Confiança na promessa de Deus em relação ao Espírito Santo é a segunda condição
positiva para o crente ficar cheio
do Espírito Santo.
No Evangelho de João
encontramos as seguintes
palavras: «E, no último
dia da festa,
Jesus pôs-se em
pé, e clamou, dizendo:..x5e alguém
tem sede, venha
a mim, e
beba.Quem crê em
mim, como diz
a Escritura, rios d’água viva
manarão do seu
ventre. E isto
disse ele do Espírito que haviam de receber os que nele
cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora dado, porque ainda Jesus não
tinha sido glorificado» (João 7:37-39).
Agora, como
sabemos, Jesus já
voltou ao Pai,
e já foi
glorificado, e, por
isso, estamos em
condições de receber o
cumprimento desta promessa.
De João Batista
são as seguintes
palavras, que se
encontram no Evangelho Segundo
Lucas: «Respondeu João a todos, dizendo: Eu, na verdade, batizo-vos com água,
mas vem um, mais
poderoso do que
eu, a quem
eu não sou digno
de desatar a
correia das alparcas;
esse vos batizará com o Espírito
Santo e com fogo» (Lucas 3:16).
Cumpre-nos,
portanto, crer de todo o coração que Deus está pronto a nos dar tudo quanto é
necessário para o nosso bem-estar
e para o
nosso aperfeiçoamento espiritual.
O Espírito Santo
já está conosco
e quer habitar em
nós. A Bíblia
ensina claramente esta
verdade, e é do nosso
dever procurar, com
todo o zelo,viver de acordo com este ensinamento. A
única esperança que o crente pode ter de uma vida útil e frutífera está no
Espírito Santo. Em
nossa vida cristã
estamos tão dependentes do Espírito
Santo para uma
vida de atividade e
abundante de frutos
quanto o descrente depende de
Cristo para a
sua salvação. Como
já dissemos em outra parte, Jesus nos salva, mas é o Espírito que nos
salva a vida, O Novo Testamento ensina com toda a clareza que o Espírito Santo
é que regenera e também santifica o crente. Muito importa, pois, que aceitemos
os ensinos da Bíblia sobre este assunto.
Se
bem que sejamos herdeiros de Deus e co-herdeiros de Jesus Cristo, andamos,
muitos de nós, quase tão pobres
como o filho
pródigo, justamente porque
nos falta essa relação
íntima com o
Espírito Santo. Devemos crer no
Espírito como cremos em Jesus Cristo e como cremos em Deus. E esta crença não
deve ser puramente intelectual, mas deve ser tal que nos leve a nos entregarmos
inteiramente a ele.
5.2.3.
Oração é a terceira condição para ficarmos cheios do Espírito Santo. Muito
importa saber que o fim dessa oração não é pedir a Deus que dê o Espírito
Santo, porque ele já está conosco e habita em nós. O que devemos rogar
a Deus é que se
removam as dificuldades
da nossa vida,
predispondo-nos para que deixemos o Espírito penetrar livremente
no coração para purificá-lo. Como os raios do sol batem às portas e às janelas
de uma casa, assim o Espírito Santo procura penetrar no nosso coração. Devemos,
pois, pedir a Deus a graça
de que necessitamos
para abrirmos as
janelas do nosso
ser, dando, assim,
entrada livre ao Espírito Santo para purificar a nossa
vida.
Em
lugares escusos, onde não penetram os raios solares, são gerados e crescem
insetos nojentos e nocivos. Assim é também a nossa vida espiritual quando nela
não penetra a luz do Espírito Santo. Daqui se vê em quanto Importa
rogar a Deus a graça
necessária para que franqueemos
a nossa vida
inteira à tão benéfica luz do Espírito Santo, que expulsará
da nossa alma todas as imundícias.
Convém
notar também que o encher-se do Espírito Santo é tanto um ato como um processo.
Isto significa que o crente
deve ter uma
atitude definitiva em
relação a ele.
Assim como o
crente deve converter-se diariamente, também
diariamente deve entregar-se
ao Espírito Santo.
E, quanto mais
repetimos este ato,mais
firme se torna
a direção do
Espírito Santo em nossa
vida. E de
interesse notar também
que, quanto mais repetimos esse
ato de nos entregarmos ao Espírito Santo, ele se vai tornando cada vez mais
fácil de ser praticado. A dificuldade
de muitos crentes
é que não
o repetem amiúde.
Nos momentos de
muita espiritualidade
entregam-se ao Espírito
Santo, porém mais
tarde deixam de
renovar o ato,
e o resultado
é que se afastam mais e mais daquele que os deve guiar. Pratiquemos,
pois, cada dia, cada hora, se possível, o oferecimento do nosso coração à
direção do Espírito Santo.
Em conclusão
deste estudo, faremos
algumas considerações sobre
a necessidade que
o crente tem de
encher-se do Espírito Santo. Esta necessidade se faz sentir a todos os que
procuram fazer alguma coisa para o
Mestre. Não é
somente para os
pregadores, para os
obreiros, senão para
cada crente em
Jesus Cristo. Assim como
Jesus morreu por
nós, o Espírito
Santo quer viver
por nós. Em
II Timóteo 3:5,
lemos estas palavras: «Tendo
aparência de piedade,
mas negando a eficácia
dela. Destes afasta-te.»
Os crentes estão sujeitos a
chegar a tão
triste condição, isto
é, de terem uma vida
aparentemente piedosa, cristã,
mas sem poder. Por isso, o crente antes de procurar fazer alguma coisa
para Jesus, deve primeiro abrir o seu coração ao Espírito
Santo. «E destas
coisas sois testemunhas.
E eis que
sobre vós envio a promessa
de meu Pai;ficai, porém, vós na cidade de Jerusalém,
até que do alto estejais revestidos de poder» (Lucas 24:48, 49). Esta mesma
idéia da necessidade
de o crente ficar
cheio do Espírito
Santo encontramos expressa no livro de
Atos, cap. 1,
v. 8: «Mas
recebereis a virtude
do Espírito Santo,
que há de
vir sobre vós;
e ser-me-eis testemunhas, tanto
em Jerusalém como em toda a Judéia e Samária, e até os confins da terra.»
Conforme
os ensinos da Bíblia, o crente deve ser inspirado pelo Espírito Santo em todo o
seu trabalho, em todas as suas atividades diárias, e não só no trabalho da
igreja. «Depois disse Moisés aos filhos de Isral: Eis que o Senhor tem chamado
por nome a Bezaleel, o filho de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá, e o
Espírito de Deus o
encheu de sabedoria,
entendimento e ciência
em todo artifício,
e para inventar
invenções, para trabalhar em
ouro, e em prata, e em cobre, e em artifício de pedras para engastar, e em
artifício de madeira para obrar em
toda obra esmerada.
Também lhe tem
disposto o coração
para ensinar a
outros: a ele
e a Aoliabe, o filho de
Aisamaque, da tribo de Dã. Encheu-os de sabedoria do coração, para fazer toda
obra de mestre, e a
mais engenhosa, e
do bordador, em
azul, e em
púrpura, em carmesim,
em linho fino,
e do tecelão: fazendo toda a obra
e inventando invenções» (Lodo 35:30-35).
Em
sua Carta aos Coríntios, o apóstolo Paulo diz que tudo quanto o crente faz deve
ser feito para a glória de Deus. «De sorte que, quer comais quer bebais, ou
façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus» (1 Coríntios
10:31).
Uma
vez cheio, o
crente, do Espírito
Santo, a sua
vida se consagra
mais a Deus
e se santifica
cada dia. Tudo quanto ele faz,
desde o menor serviço até o mais honroso, desde o varrer uma casa até o pregar
um sermão, ele faz para a honra e glória de Deus. Para o crente se faz sentir
tão fortemente esta necessidade de encher-se
do Espírito Santo que,
podemos dizer sem receio
de cair em
erro, sem este
requisito ele não poderá cumprir o seu dever com a igreja e
para com Deus. O crente desligado do Espírito Santo é como a lâmpada elétrica
desligada do fio: «Não há luz nem poder na sua vida.»
6. NECESSIDADE DE O CRENTE ENCHER-SE DO
ESPIRITO SANTO
Todas
as considerações que fizemos até aqui sobre a necessidade que o crente tem de
encher-se do Espírito Santo
referem-se mais às
suas atividades na
igreja; desejamos agora
fazer salientar esta
necessidade do ponto de
vista da vida
particular. Queremos, neste estudo,
investigar se o
encher-se do Espírito
Santo é necessário a uma vida
reta e pura.
A necessidade aqui,
segundo o nosso
modo de pensar,
é até mais imperiosa, porque é impossível ao crente
uma vida cristã sem estar ele cheio do Espírito Santo. A quem ler os primeiros
capítulos da primeira
carta do apóstolo
Paulo aos coríntios,
se tornará mui
claro até que condição
pode o crente
descer. E, se
tomar na devida
consideração os seguintes
fatos que vamos mencionar, há de se tornar mais patente
esta grande necessidade.
6.1.
O Espírito Santo é quem nos garante a vitória: «Porque a lei do Espírito de
vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei
do pecado e da
morte» (Romanos 8:2). «Digo,
porém: andai em
Espírito, e não
cumprireis a concupiscência
da carne. Porque
a carne cobiça
contra o Espírito,
e o Espírito
contra a carne;
e estes opõem-se um ao outro:
para que não façais o que quereis. Porém, se sois guiados pelo Espírito, não
estais debaixo da lei» (Gálatas 5:16-18).
6.2.
E o Espírito Santo que torna real ao crente a sua posição em Cristo Jesus. «E
porque sois filhos, Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho,
que clama: «Aba, Pai» (Gálatas 4:6).
6.3.
E o Espírito Santo que produz frutos cristãos em nossa vida: «Mas o fruto do
Espírito é caridade, gozo, paz,
longanimidade, benignidade, bondade,
fé, mansidão, temperança.
Contra estas coisas
não há lei» (Gálatas 5:22, 23).
6.4. E
o Espírito quem
nos fortalece o
homem interior: «Para
que, segundo as riquezas da sua glória,
vos conceda que sejais corroborados com poder pelo seu Espírito no homem
interior» (Efésios 3:16).
6.5. E
o Espírito Santo
quem nos ajuda
em nossas fraquezas:
«E da mesma
maneira também o
Espírito ajuda as nossas
fraquezas; porque não
sabemos o que
havemos de pedir
como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos
inexprimíveis» (Romanos 8:26).
6.6.
O Espírito Santo é o nosso grande Consolador e Ensinador: «E eu rogarei ao Pai,
e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre: o
Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê
nem o conhece;
mas vós o
conheceis, porque habita
convosco, e estará
em vós» (João 14:16, 17).
Diante dos
fatos expostos nestas
passagens e diante
da relação íntima
que precisamos manter
com o Espírito Santo, reafirmamos
que esta experiência de encher-se do Espírito é uma grande necessidade para
cada crente.
A
conclusão lógica de todo este estudo é: se as nossas vidas não são frutíferas,
vitoriosas e alegres, a culpa é nossa. Se há falta de poder em nossa vida, é
que não estamos devidamente relacionados com a fonte de poder, que é o Espírito
Santo. Se as nossas pregações são sem efeito, é que são feitas por nós mesmos e
em nosso próprio nome. A necessidade mais imperiosa do cristianismo em geral,
hoje, e a nossa, em particular, é a da plenitude do Espírito Santo. Jesus
fundou o seu reino, mas é o Espírito Santo quem o edifica. Ele é o sábio Arquiteto,
o Mestre da
grande obra; nós,
os servos seus.
E, se há,
atualmente, muita confusão
na grande obra de trazer o mundo a Cristo, é porque os servos estão
querendo dirigir, O cristianismo em geral e os batistas em particular, muito
especialmente aqui no Brasil, precisamos ler de novo o livro dos Atos dos
Apóstolos, para aprendermos como os primeiros cristãos trabalharam, falaram,
foram impedidos, sofreram castigos, prisões, etc., mas tudo debaixo da direção
do Espírito Santo de Deus.
Não
há falta de
poder para convencer
o mundo do
pecado, da justiça
e do juízo.
Toda a dificuldade
se encontra em nós,
encarregados de transmitir
esse poder, encarregados
de dar testemunho
dessa vida em Deus.
E dever do
crente, portanto, examinar
cuidadosamente a sua
vida, arrepender-se da
sua falta de poder,
da falta de
fruto, e entregar-se
de corpo e alma
ao Espírito de
Deus, para que
tenha vida em abundância, para que produza muito fruto,
e o reino de Deus se estabeleça na terra como está estabelecido nos céus.
Conclusão: Uma
advertência. Não devemos
estar sempre a
esperar um estado
de êxtase ou
outra manifestação visível, como
ocorreu no dia
de Pentecostes; porque
o Espírito Santo
nem sempre se manifesta
por este meio.
O principal para
nós, é entregarmo-nos voluntária
e inteligentemente à sua direção. E,
quando assim acontece,
é claro que
as nossas vidas
serão muito mais
frutíferas e mais poderosas. Uma das maiores evidências da
presença do Espírito Santo em nossa vida são os mesmos frutos do Espírito.
Devemos ter para com o Espírito Santo a mesma atitude de João Batista em
relação a Jesus: «A ele convém crescer, porém, a mim diminuir.» Que assim seja
com cada um de nós e com cada um dos que lêem
e estudam este
livro. «Mas o
fruto do Espírito
é caridade, gozo,
paz, longanimidade, benignidade,bondade, fé,
mansidão, temperança» (Gálatas
5:22). Meu irmão, acham-se
estes frutos em sua vida?
Se não, ela não está cheia do Espírito Santo. Procuremos obter esta
experiência maravilhosa da graça divina.
A. B. LANGSTON
Sete
Características do Homem Espiritual
A
leitura de Gálatas 6:1 nos mostra o que somos, se somos convertidos. Contudo, o
conceito de espiritualidade varia entre os diferentes grupos cristãos. Em
alguns círculos, a pessoa de boa prosa e que fala continuamente de religião é
considerada muito espiritual; outros aceitam a exuberância ruidosa como sinal
de espiritualidade; e, nalgumas denominações o homem que ora primeiro, mais
comprido e mais alto, obtém a reputação de ser o homem mais espiritual da
assembléia.
Ora,
um testemunho vigoroso, orações freqüentes e altos louvores podem ser
inteiramente coerentes com a espiritualidade, mas é importante compreender que
estas coisas não a constituem em si mesmas, nem provam que ela está presente.
Observemos
algumas características que devem estar presentes no homem espiritual:
1.
Primeiro é o desejo de ser santo, antes que ser feliz.
2.
O homem pode ser considerado espiritual quando quer ver a honra de Deus
promovida através da sua vida, mesmo que isto signifique que ele próprio deva
sofrer desonra ou perda temporária.
3.
O homem espiritual; deseja levar a sua cruz. Muitos cristãos aceitam a
adversidade ou a tribulação como um suspiro e dizem que é a sua cruz,
esquecidos de que essas coisas sobrevêm igualmente ao santo e ao pecador. A
cruz é aquela adversidade extraordinária que nos sobrevêm como resultado da
nossa obediência a Cristo. Esta cruz não nos é imposta; nos a tomamos
voluntariamente com pleno conhecimento das conseqüências.
4.
Ainda, o cristão é espiritual quando vê todas as coisas do ponto de vista de
Deus. A capacidade de pesar todas as coisas na balança divina, e de
atribuir-lhe o mesmo valor atribuído por Deus, é sinal de vida cheia do
Espírito.
5.
Outro desejo que caracteriza o homem espiritual é morrer com retidão antes que
viver no erro.
6.
O desejo de ver outros progredirem às suas custas é outra característica do
homem espiritual. Quer ver outros cristãos acima dele, e fica feliz quando eles
são promovidos e ele é deixado de lado.
7.
O homem espiritual habitualmente faz julgamentos segundo a eternidade, e não
julgamentos temporais.
– A. W. Tozer
Conheça as características da espiritualidade cristã e a importância de insistir numa vida transformada pelo Espírito Santo de Deus.
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