TEXTO BÍBLICO BÁSICO
1
Coríntios 6.12-20
12 - Todas as coisas me são lícitas, mas nem
todas as coisas convêm; todas as coisas me são licitas, mas eu não me deixarei
dominar por nenhuma.
13 - Os manjares são para o ventre, e o ventre,
para os manjares; Deus, porém, aniquilará tanto um como os outros. Mas o corpo
não é para a prostituição, senão para o Senhor, e o Senhor para o corpo.
14. Ora, Deus, que também ressuscitou o Senhor,
nos ressuscitará a nós pelo seu poder.
15 - Não sabeis vós que os vossos corpos são
membros de Cristo? Tomarei, pois, os membros de Cristo e fá-los-ei membros de
unia meretriz? Não, por certo.
16 - Ou não sabeis que o que se ajunta com a
meretriz faz-se um corpo com ela? Porque serão, disse, dois numa só carne.
17 - Mas o que se ajunta com o Senhor é uni
mesmo espírito.
18 -
Fugi da prostituição. Todo pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que
se prostitui peca contra o seu próprio corpo.
19 - Ou não sabeis que o nosso corpo é o templo
do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de
vós mesmos? 20 - Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a
Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus.
TEXTO ÁUREO
Porque
não
recebestes
o espírito
de escravidão, para,
outra
vez, estardes
em temor,
mas recebestes o espírito
de
adoção de filhos,
pelo
qual clamamos:
Aba, Pai.
Romanos
8.15
OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá
ser capaz de:
• dar ênfase ao relacionamento do cristão com
o Espírito Santo;
• verificar a importância da experiência
pessoal com o Espírito na vida do cristão e na igreja;
• conhecer as doutrinas bíblicas
sobre a comunhão com o Espírito Santo.
ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Caro professor, não há registro de
que algum mestre te-nha utilizado os recursos didáticos tão bem quanto Jesus.
Ele era perfeito no uso das fontes, criativo na transmissão de Sua mensagem e
eficiente no aproveitamento da acústica dos ambientes. Howard G. Hendricks
observa que "nada há de estereotipado sobre os padrões de ensino de Jesus.
É difícil encontrá-lo fazendo sempre a mesma coisa da mesma maneira. A gente lê
os Evangelhos com fascinação para descobrir o que Ele fará em seguida".
Jesus retirava subsídios para os Seus ensinamentos de duas fontes principais. A
primeira eram as Sagradas Escrituras, das quais fazia constantes citações e
referências. A segunda era o mundo ao Seu redor. Observando o mundo natural e
os fatos do cotidiano, Ele enriqueceu o Seu ensino com lições inesquecíveis,
comparações admiráveis e ilustrações eficazes (Extraído de: CHAVES, G. V.
Educação Cristã — Uma Jornada Para Toda Vida. Rio de Janeiro: Central Gospel,
2012, p. 40).
Deus o abençoe!
COMENTÁRIO
Palavra
introdutória
Nesta lição, vamos nos concentrar na relação
real, pessoal, dinâmica, poderosa, transformadora e exclusiva que temos com o
Espírito Santo, bem como nos efeitos que somente a fé cristã, com suas
doutrinas e seus dogmas, pode oferecer a todo aquele que se dispõe a uma
experiência sobrenatural com o próprio Deus.
1. O RELACIONAMENTO INTENSO
No plano divino, o Espírito Santo desempenha
diversas funções. Porém, após o Pentecostes, Ele tem atuado especialmente na
vida do homem. Durante toda a revista, vimos características
e formas como o Espírito opera, mas recordemos brevemente algumas propriedades
dele: conhece e sabe todas as coisas (1 Co 2.9-11), é a verdade (1 Jo 5.1-12),
ensina (1c 12.442), fala (Mc 13.1-13), vivifica (Ez 37.1-28) e fortalece (Mq
3.1-12); enfim, esse é o Espírito que habita em nós, o maravilhoso Consolador.
Podemos usufruir de todas as particularidades do Espírito Santo quando nos
lançamos em um relacionamento de profunda intimidade com Ele.
1.1.
O nosso Intercessor
Como vimos em nosso estudo anteriormente, não
há dogma, religião, credo ou filosofia que consiga prover ao homem uma
aproximação real e experimental de Deus. Essa é uma obra exclusiva do Espírito Santo
(Ef 2.18,19). Ele desempenha um papel fundamental nisso, intercedendo por nós,
mesmo quando não sabemos nos expressar ou não sabemos iden-tificar o que
realmente necessitamos de Deus (Riu 8.26).
1.2.
O convívio cotidiano
O
apóstolo Paulo recebeu a revelação de Deus de que o corpo do cristão é o templo
do Espírito Santo (1 Co 3.16,17; 6.19,20). Isso prova que, muito mais do que
ser um coopera-dor juntamente com o Pai, o Espírito busca conviver conosco
cotidianamente. É assim que um relacionamento verdadeiro se concretiza.
Diferente do período do Antigo Testamento,
quando o Espírito Santo se manifestava por intermédio de poucos homens, no
período da Igreja, Ele atua de forma integrada em todos nós. Somos o Seu
templo, a morada do Espírito de Deus, daí a recomendação de Paulo: Guarda o bom
depósito pelo Espírito Santo que habita em nós (2 Tm 1.14).
O fato
de o Espírito habitar em alguém mostra que há um interesse real da parte de
Deus em manter uma aproximação conosco. A vinda de Jesus é a maior prova de que
Ele se preocupa com a humanidade e, mais do que isso, Ele quer conviver com a
Sua criação (Rm 8.9).
Jesus declarou: o Espírito da
verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; mas vós
o conheceis, porque habita convosco e estará em vós (Jo 14.17). Isso confirma a
habitação do Espírito Santo no cristão.
1.3.
A assistência do Espírito Santo
O Espírito está pronto para prestar assistência
ao cristão em momentos de aflição, angústia e perseguições ou quando ele
precisar de ajuda para a defesa de sua fé. Essa assistência foi prometida
literalmente por Jesus (Mc 13.11) e ela é múltipla, permanente, espontânea,
gentil e incansável.
Nas Escrituras, vemos relatos de
que o povo judeu esta-va sob o domínio romano. O cenário não era nada favorável
aos que não possuíam terras, dinheiro nem cargos políticos. O povo simples era
quem mais sofria, tanto pelas rígidas regras religiosas dos judeus como pelos
pesados impostos que os romanos cobravam.
A vinda de Jesus abalou essas
estruturas, principalmente a religiosidade judaica. Então, proclamar o
evangelho da salvação acabou se tornando uma atividade bem perigosa em certos
momentos. Por isso, o Espírito Santo apareceu como peça fundamental no plano
divino, Ele prestou assistência aos cristãos daquele tempo e, até hoje,
continua ajudando cada um de nós.
Enfrentar tribunais, governantes
e reis a fim de testemunhar da obra de Cristo e de garantir a expansão do
evangelho não era uma tarefa fácil para um povo simples; mas Jesus garantiu que
o Espírito Santo ministraria por intermédio de cada um sempre que houvesse a
oportunidade (Mc 13.11). Trata-se de um estimulo a todos os cristãos que
desejam testemunhar de Cristo e honrar Seu nome ao 14.26; At 4.8).
Se estamos andando no Espírito, não teremos dificuldade em proclamar o
evangelho quando surgirem as oportunidades, mas, ainda assim, se tivermos
problemas, Ele estará presente para nos ajudar a superar os desafios (Jo 15.26,
27).
2. A
COMUNHÃO COM O ESPÍRITO
A bênção apostólica destaca um importante
aspecto do ministério do Espírito Santo: a comunhão (2 Co 13.13). Ter comunhão
com o Espírito significa ser guiado go 16.13), un-gido (1 Jo 2.20,27),
fortalecido (Ef 3.16), ajudado (Rm 8.26); ensinado (Jo 14.26), santificado (Rm
15.16), renovado, regenerado (Tt 3.5) e vivificado por Ele (Rm 8.1).
O Espírito é quem produz e aprofunda a comunhão
do crente com Cristo (Ef 3.17). A base dessa comunhão é a expiação do pecado
pelo sangue de Jesus, o Cordeiro de Deus (To 1.29). O alvo da comunhão é que
Cristo habite em cada vida e exerça a plenitude de Seu senhorio (lo 15.5;
G12.20; Ef 2.20-22; Ap 3.20).
A garantia da comunhão é assegurada pela
Palavra (1 Co 1.9). Ao desfrutar dessa comunhão, o cristão recebe uma nova
visão espiritual do amor de Cristo (Ef 3.18,19). Esse amor deve ser conhecido e
compreendido completamente (Rm 5.5).
2.1.
Dependência do Espírito
No decurso da sua vida, cada cristão aprende
que precisa depender completamente do Espírito Santo. Ele é absolutamente
indispensável para o nosso viver. Dependemos dele para a nossa salvação (jo
3.6,7), para a compreensão das Escrituras 00 16.13), para orarmos com eficácia
(Rm 8.26), para prosseguirmos na tarefa da evangelização (Ap 22.17), para
obtermos o revestimento de poder (At 1.8), para recebermos a manifestação dos
dons (1 Co 12.8,9; Rm 12.3-8; Hb 2.3,4) e para sabermos a direção correta
(G15.18).
2.2. Fé
A fé está intimamente ligada ao Espírito Santo.
Ele não somente produz dentro do coração do pecador a fé salvadora, mas também
leva o cristão a cultivar a fé como elemento do fruto do Espírito (Cl 5.22).
O autor de Hebreus encoraja seus
leitores a olharem para Jesus com a mesma intensidade que um atleta fixa a
atenção em seu alvo. E, assim como o atleta, eles devem continuar com
perseverança e se livrarem de qualquer pecado que possa fazê-los tropeçar na
corrida da vida. Jesus mesmo foi exemplo disto: ao fixar Seus olhos na alegria
adiante, Ele suportou a cruz, desprezou a vergonha, e sentou-se à direita do
trono de Deus (Hb 12.1-3). Ao olharem para Jesus, os leitores poderiam ver que
os seus sofrimentos eram pequenos comparados com os do Mestre. Eles ainda não
tinham sofrido a ponto de derramar sangue, como Ele fez (TOWNS; GUTIERREZ,
Central Gospel 2014, p. 233).
2.3.
Fortalecimento
O cristão é fortalecido constante e
permanentemente pelo Espírito Santo (Ef 3.16). Esse fortalecimento revigora o
homem interior (jr 31.33; Rm 7.22,23; 2 Co 4.16) e é administrado segundo as
riquezas da glória de Cristo (Ef 1.7,18; 3.16; Rm 9.23; 11.33).
2.4.
Frutificação
A ilustração no Evangelho de Mateus mostra que
a verdadeira fé em Cristo transforma a vida e produz frutos para a glória de
Deus. Tudo na natureza se reproduz segundo sua
espécie, e o mesmo princípio também vale para o reino espiritual. O bom fruto
vem de uma boa árvore, enquanto o fruto ruim vem de uma árvore ruim. A árvore
que produz frutos podres será cortada e lançada no fogo: Portanto, pelos seus
frutos os conhecereis (Mt 7.20). É o Espírito Santo quem nos ensina e
ajuda-nos a frutificar (Mt 7.17).
2.5.
Guiado pelo Espírito
O termo
guiado pelo Espírito ocorre expressamente em apenas uma das epístolas de Paulo
(Rm 8.14,15), mas a verdade é que ela é encontrada implicitamente ao longo de
todo o Novo Testamento.
É claramente estabelecido no texto de Paulo que
ser filho de Deus é a condição maior para alguém ser guiado pelo Espírito
Santo. Mateus, por exemplo, informa--nos que o Mestre foi conduzido ao deserto,
guiado pelo Espí-rito, para ser tentado pelo diabo (Mt 4.1).
Outro texto que nos ajuda a entender mais
profundamente esta realidade espiritual é Atos 10.38: como Deus ungiu a Jesus
de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo o bem e curando
a todos os oprimidos do dia-bo, porque Deus era com ele.
Uma das principais leis do mundo espiritual é a
lei da frutificação. A obra da criação foi acompanhada da ordem de frutificação
(Gn 1.22,28). Cada cristão deve frutificar de diferentes maneiras (Cl 1.9,10).
E o Espírito Santo quem nos ensina e ajuda-nos a frutificar (Mt 7.17).
3. O ESPÍRITO SANTO E A ADOÇÃO
O Dicionário Houaiss define
adoção como processo legal que consiste no ato de se aceitar espontaneamente
como filho de determinada pessoa, desde que respeitadas as condições jurídicas
para tal. Pela adoção, é estabelecida uma relação legal entre pais e filhos,
normalmente precedida de um processo judicial.
Teologicamente, a adoção é selada e confirmada
pelo Espírito Santo, concedendo à pessoa que confessa a Cristo como Salvador o
status de membro da família de Deus. A doutrina da adoção é aludida em
passagens como Gaiatas 4.4-7; Roma-nos 8.14-17; João 1.12; 2 Coríntios 6.18.
O ensino geral das Escrituras a respeito da
adoção permite-nos identificar alguns aspectos da relação entre Deus e Seus
filhos. Para começar, a adoção é um dom de Deus, do qual participam as três
pessoas da Trindade (G1 4.6). É um ato soberano e livre, espontâneo e perfeito
(Ef 1.5), que nos proporciona extraordinários privilégios e solenes deveres.
Por meio da adoção, nossa vida de escravidão é anulada e recebe-mos uma
maravilhosa união com Cristo (G14.7; Hb 2.10-13).
3.1.
A nova condição de filhos
A condição de filho de Deus é obtida pela fé
(G13.26). Por causa da adoção, cada cristão tem o dever de seguir, servir,
obedecer e imitar a Deus, atitudes expressas no
mandamento de amar o próximo como Deus amou (Mt 5.4348). Por serem
filhos de Deus, desfrutando da adoção, os cristãos devem amar uns aos outros
profundamente com um amor caracterizado pela prática da justiça, pela compaixão
e até pela disposição de entregar a própria vida em favor do próximo (1 Jo
3.10-18).
Ao levar-nos a Cristo e ao conhecimento da
verdade, o Espírito Santo tornou possível a nossa adoção, e Ele sempre
trabalhará para que cumpramos nossos objetivos e deveres (Rm 8.15,16). Sendo
assim, não podemos per der de vista o fato de que a adoção nos fez
participantes da herança divina. Essa confiança nos
ajuda a triunfar sobre as adversidades da vida e nos faz contemplar a eternidade
com serenidade, esperança e fervor (Rm 8.17).
Com o advento de Cristo, veio a luz (Jo 1.4,5)
e o Espírito Santo, pela regeneração, pôde fazer morada no ser humano. O
cristão regenerado passou a ser templo e habitação do Espírito Santo (1 Co
6.19).
CONCLUSÃO
Nessa lição, pudemos colocar alicerces mais
firmes e duradouros a fim de que tenhamos uma fé vibrante na situação real que
a Igreja deve considerar: somos filhos porque o Espírito nos adotou em Cristo,
desfrutamos da habitação do Santo Espírito e temos uma relação real, viva e
diária com Ele. É preciso que cada aluno reconheça isso e desfrute abundantemente
de todos os ricos benefícios dessa relação com Deus.
ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO
1. Cite
exemplos do que o ser humano pode experimentar ao ter comunhão com o Espírito
Santo.
R.: O crente pode conhecer melhor
as Escrituras ao 16.13), receber auxílio na oração (Rm 8.26) e força para a
evangelização (Ap 22.17); também pode receber o revesti-mento de poder (At 1.8)
e pode manifestar os dons do Espírito (1 Co 12.8,9; Rm 12.3-8; Hb 2.3,4).
Lições
da Palavra de Deus - PROFESSOR 61
ABA/ ABA, PAI
Palavra aramaica usada pelo Senhor
Jesus e pelo apóstolo Paulo ao dirigirem-se ou referirem-se ao Pai
celestial. Jesus, em Sua oração no jardim do Getsêmani, exclamou: Aba,
Pai, todas as coisas te são possíveis (Mc 14.36). Paulo fez
referência duas vezes a essa expressão, ao discorrer sobre a nossa adoção na
família de Deus (Rm 8.15; Gl 4.6). Expressa um relacionamento íntimo entre
Deus e Seus filhos, que tem como resultado plena confiança e dependência
completa destes para com aquele. Trata-se de uma palavra característica do
vocabulário de Cristo.
No mundo natural, as pessoas não se
sentem livres para invocar Deus como Pai. É o Espírito Santo quem induz o
novo convertido a dirigir-se a Deus assim.
Alguns escritores entendem que Aba
Pai é o correspondente ao papai na língua portuguesa e resultado de uma
operação divina realizada pelo Espírito Santo, chamada adoção na Bíblia (veja
Mc 14.36; Rm 8.15).
Espírito de súplica
ADOÇÃO
O Dicionário Houaiss define adoção
como “processo legal que consiste no ato de se aceitar espontaneamente como
filho de determinada pessoa, desde que respeitadas as condições jurídicas para
tal”. Pela adoção, é estabelecida uma relação legal entre pai e filho,
quase sempre precedido de um processo judicial julgado por um
juiz. Teologicamente, a adoção é selada e confirmada pelo Espírito Santo,
concedendo à pessoa que confessa a Cristo como Salvador o status de
membro da família de Deus. A doutrina da adoção é aludida nas seguintes
passagens:
Vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de
mulher, nascido sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de
recebermos a adoção de filhos. E, porque sois filhos, Deus enviou aos
nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai. Assim que já
não és mais servo, mas filho; e, se és filho, és também herdeiro de Deus por
Cristo.
Gálatas 4.4-7
Todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos
de Deus. Porque não recebestes o espírito de escravidão, para, outra vez,
estardes em temor, mas recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo qual
clamamos: Aba, Pai. O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que
somos filhos de Deus. E, se nós somos filhos, somos, logo, herdeiros
também, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo; se é certo que com ele
padecemos, para que também com ele sejamos glorificados.
Romanos 8.14-17
A todos quantos o receberam [Jesus] deu-lhes o poder de serem
feitos filhos de Deus: aos que creem no seu nome.
João 1.12
Eu serei para vós Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas,
diz o Senhor Todo-poderoso.
2 Coríntios 6.18
O ensino geral das Escrituras a
respeito da adoção permite-nos identificar alguns aspectos da relação entre
Deus e Seus filhos. Para começar, a adoção é um dom de Deus, do qual
participam as três pessoas da Trindade (Gl 4.4). É um ato soberano e
livre, espontâneo e perfeito (Ef 1.5), que nos proporciona extraordinários
privilégios e solenes deveres. Essa condição pode implicar algum
padecimento, mas com certeza redundará em glória (Rm 8.17). Por meio da
adoção, nossa vida de escravidão é anulada e nos é facultada uma maravilhosa
união com Cristo (Gl 4.7; Hb 2.10-13).
A condição de filho de Deus é obtida
pela fé (Gl 3.26). Por causa da adoção, cada cristão tem o dever de
seguir, servir, obedecer e imitar a Deus, atitude expressa no mandamento de
amar o próximo, isto é, o ser humano, como Deus amou (Mt 5.43-48; Lc 6.35; Ef
5.1; 1 Pe 1.13-17). Por serem filhos de Deus, desfrutando a adoção, os
cristãos devem amar uns aos outros profundamente com um amor caracterizado pela
prática da justiça, pela compaixão e até pela disposição de entregar a própria
vida a favor do irmão (1 Jo 3.10,11,16-18).
Ao levar-nos a Cristo e ao
conhecimento da verdade, o Espírito Santo tornou possível a nossa adoção, e Ele
sempre trabalhará para que cumpramos os objetivos e os deveres devidos (Rm
8.15,16). Sendo assim, não podemos perder de vista o fato de que a adoção
nos fez participantes da herança divina. Essa confiança nos ajuda a
triunfar sobre todas as adversidades da vida presente e faz-nos contemplar
a eternidade com serenidade, esperança
e fervor (Rm 8.17; Gl 4.7; Ap 21.1-7).
Templo do Espírito
ÁGABO
Esse nome designa um
profeta residente na Judeia. Quase nada se sabe a respeito dele. Uma tradição
posterior coloca-o entre os 70 discípulos enviados por Jesus (Lc 10.1). Seu
nome é mencionado duas vezes no texto bíblico, ambas no livro de Atos (11.28;
21.10).
Na primeira citação, ele é tomado pelo Espírito Santo e prediz
uma grande seca no tempo do imperador Cláudio. Tácito, Suetônio e Flávio Josefo
mencionam essa seca em seus escritos. Na segunda, Ágabo profetiza um incomum
sofrimento que acometeria o apóstolo Paulo no exercício do seu ministério:
Vindo ter conosco, [Ágabo] tomou a
cinta de Paulo e, ligando-se os seus próprios pés e mãos, disse: Isto diz o
Espírito Santo: Assim ligarão os judeus, em Jerusalém, o varão de quem é esta
cinta e o entregarão nas mãos dos gentios.
Atos 21.11
A exemplo da predição da seca, a mensagem comunicada ao apóstolo
Paulo cumpriu-se fiel e literalmente.
ALEGRIA
1.
Alegria e gozo são palavras e
experiências estreitamente ligadas ao Espírito Santo. À medida que Ele trabalha
no coração do cristão, as tristezas relacionadas à vida anterior de pecado vão
desaparecendo e dando lugar a uma alegria de natureza genuinamente espiritual
da nova vida em Cristo.
A alegria produzida pelo Espírito,
sem dúvida, faz nítido contraste com aquela gerada pelas ilusões da vida
presente.
Os discípulos estavam cheios de
alegria e do Espírito Santo.
Atos 13.52
O Reino de Deus não é comida nem
bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.
Romanos 14.17
Não me lances fora da tua presença e não retires de mim o teu
Espírito Santo. Torna a dar-me a alegria da tua salvação e sustém-me com um
espírito voluntário.
Salmo 51.11,12
2.
A alegria (ou gozo) é um gomo do
fruto do Espírito. Deve fazer parte da vida de cada filho de Deus: Vocês
seguiram o nosso exemplo e o exemplo do Senhor Jesus. Embora tenham sofrido
muito, vocês receberam a mensagem com aquela alegria que vem do Espírito Santo
(1 Ts 1.6 NTLH).
O gozo do Espírito produz resultados magníficos: disposição para
o “sacrifício espiritual” (2 Cr 23.18); poder para testificar (Sl 107.22);
triunfo sobre o egoísmo (Fp 3.3); força para o trabalho (Ne 8.10).
Essa alegria está relacionada à certeza do perdão dos pecados
(At 8.7,8); à comunhão que se estabelece com Deus (Jo 15.4,11); à dedicação
total (2 Co 8.2,5); à presença permanente de Cristo dentro de nós (Jo
15.10,11); à esperança da volta de Cristo (1 Pe 1.8,9; 4.13).
Em razão das peculiaridades dessa alegria, ela assume
características muito espirituais; é um gozo santo (Lv 23.40), grande (Is
61.10), inefável (1 Pe 1.8) e contínuo (Fp 4.4).
ANDAR NO ESPÍRITO
O propósito de Deus é que cada um de
Seus filhos ande no Espírito. Isso significa não apenas conhecer, mas também
depender do poder vitorioso do Espírito Santo em todo o tempo. É também uma
recomendação bíblica: Andai no Espírito (Gl 5.16, ARA). Depois de termos crido
no Evangelho, recebemos o selo do Espírito Santo, o que significa que somos
propriedade dele. Por essa razão, devemos andar no Espírito. Do ponto de vista
prático, o Espírito Santo deve ser a fonte e a energia de nossa vida, e tudo o
que fazemos impelidos por essa energia configura esse andar. Todos os nossos
pensamentos, palavras e atos devem ser submetidos ao controle do Espírito, para
que Ele influencie cada aspecto de nossa vida. Dessa maneira, evitamos
satisfazer os desejos da carne, os quais são anulados pelo poder do Espírito.
BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO
Embora a expressão batismo com o
Espírito Santo não apareça literalmente na Bíblia, lemos que Jesus vos batizará
com o Espírito Santo (Lc 3.16). Ele também disse: Sereis batizados com o
Espírito Santo (At 1.5). Outras expressões encontradas no texto sagrado apontam
para o mesmo fenômeno espiritual, como estas, encontradas no livro de Atos:
Foram cheios do Espírito Santo (At 2.4), recebereis o dom do Espírito Santo (At
2.38) e caiu o Espírito Santo sobre (At 10.44). A ausência da expressão literal
em nada altera a realidade dessa experiência. Usa-se também, às vezes, a
expressão batismo no Espírito Santo.
O batismo com o Espírito Santo é uma das mais
significativas e maravilhosas experiências projetadas por Deus e destinadas aos
membros de Sua Igreja. Significa o revestimento de poder espiritual, prometido
desde o Antigo Testamento, também chamado promessa do Pai (At 1.4).
A primeira experiência de batismo com o
Espírito Santo ocorreu no Dia de Pentecostes (At 2). Esse batismo testifica a
ressurreição de Jesus (Jo 16.7; At 2.32,33); só pode ser concedido por Ele (Jo
1.33; At 1.5); destina-se a todos os cristãos (Mt 3.11; Jo 7.39; 14.17; At
2.3,4; 10.44). Ele foi prometido pelo Pai (At 1.4); é oferecido aos que têm
sede e creem (Jo 7.37-39); concede autoridade especial a quem o recebe (Lc
24.49).
Para recebê-lo, o cristão deve crer
de acordo com as Escrituras (Jo 7.37); pedir com fé (Mt 7.7; Lc 11.13; Tg 1.6);
orar com perseverança (Lc 18.1; At 1.14); obedecer de coração (Lc 24.49; At
1.4,12,13); aproximar-se com confiança do Pai (Is 55.1; Jo 7.37,38); demonstrar
profunda sede por Deus (Sl 143.6; Is 41.17; 44.3; Ap 21.6); beber da água que
Cristo dá (Jo 7.37; Ap 22.7).
Em A doutrina espiritual , o pastor
Raimundo de Oliveira assinalou que:
A Doutrina do Batismo no Espírito Santo é uma das pedras
basilares da Doutrina Pentecostal, por vários séculos; pois está provado que o
Batismo no Espírito Santo, além de bibliocêntrico é também prático e
experimental . (OLIVEIRA, 2007)
O pastor Estevam Ângelo de Souza, em
Nos domínios do Espírito , disse que:
O batismo no Espírito Santo é um ato de Deus pelo qual o
Espírito vem sobre o crente e o enche plenamente. É a vinda do Espírito Santo
para encher e apoderar-se do filho de Deus como propriedade sua.
Sobre a relação entre o batismo com o
Espírito Santo e a regeneração (outra obra do Espírito), na Bíblia de Estudo
Pentecostal , observou o pastor Donald Stamps:
O batismo com o Espírito Santo é uma obra distinta e à parte da
regeneração, também por Ele efetuada. Assim como a obra santificadora do
Espírito é distinta e completiva em relação à obra regeneradora do mesmo
Espírito, assim também o batismo no Espírito complementa a obra regeneradora e
santificadora do Espírito. No mesmo dia em que Jesus ressuscitou, Ele assoprou
sobre seus discípulos e disse: Recebei o Espírito Santo (Jo 20.22), indicando
que a regeneração e a nova vida estavam-lhe sendo concedidas [...] Depois, Ele
lhes disse que também deviam ser revestidos de poder pelo Espírito Santo (Lc
24.49; cf. At 1.5,8). Portanto, esse batismo é uma experiência subsequente à
regeneração .
A Declaração de verdades fundamentais
das Assembleias de Deus afirma também que a experiência do batismo com o
Espírito Santo é distinta e subsequente à experiência do novo nascimento.
Existem propósitos definidos para o
batismo, e o principal deles é fazer da pessoa que o recebe uma poderosa
testemunha de Cristo (At 1.8), capacitando-a a dar testemunho do evangelho (At
20.24), a conquistar almas (At 2.41; 4.4), a curar enfermos (At 3.8,9), a
sofrer por Cristo (At 7.55), a enfrentar perseguições (At 8.1-5), a ver a
Palavra confirmada (Hb 2.4) e a conhecer os mistérios divinos (1 Jo 2.20,27).
Esse batismo foi experimentado pela
primeira vez em Jerusalém, por volta do ano 33, no Dia de Pentecostes (At
2.1-4). Também foi vivenciado em Samaria, no ano 34 (At 8.14-17); em Damasco,
no ano 35 (At 9.17); em Cesaréia, no ano 41 (At 10.24,44); em Éfeso, no ano 51
(At 19.1-6), e assim por diante.
Inúmeras igrejas, principalmente as
pentecostais, costumam encerrar os seus cultos com a impetração da bênção
apostólica. Em geral, essa bênção é a repetição literal de 2 Coríntios 13.13 ou
uma adaptação do texto: A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a
comunhão do Espírito Santo sejam com vós todos. Amém!
DICIONÁRIO DO E. SANTO
GEZIEL GOMES
As atividades do Espírito Santo na vida do crente (Parte I)
Na nova vida em Cristo, o Espírito Santo passa
a habitar o nosso interior e nos tornamos alvos de maravilhosas operações
espirituais.
Uma
das primeiras atividades do Espírito na
nova vida é confirmar a salvação recebida. Há uma palavra bíblica que confirma
essa obra do Espírito: “O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que
somos filhos de Deus” (Rm 8.16).
Essa é uma certeza e confiança que só o
Espírito Santo pode conceder. Sem essa certeza, nossa salvação seria
superficial. A alegria que reina no coração do crente vem do fato da absoluta
certeza e convicção de que está salvo. É o Espírito dentro do crente quem
fortifica essa confiança na salvação recebida. Quem salva é Jesus e quem dá a
certeza da salvação é o Espírito Santo. O apóstolo Paulo escreveu aos Gálatas:
“E, porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu
Filho, que clama: Aba, Pai!” (Gl 4.6). A salvação, que proporciona essa nova
vida, assegura o nosso direito de filiação a Deus. Não nos tornamos filhos de
Deus apenas porque a Bíblia diz que somos, mas também porque o Espírito clama
dentro de nós dizendo: “Aba, Pai!”.
Em
segundo lugar, o Espírito habilita o crente,
isto é, prepara-o para a vitória sobre o poder do pecado. Por si mesmo, o
crente não encontra meios de vencer o pecado ao seu redor. Ele precisa de poder
para vencer o pecado nas suas inumeráveis investidas. Para que ele vença, é
preciso “andar no Espírito”, como diz a Palavra de Deus: “Para que a justiça da
lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o
Espírito” (Rm 8.4).
É o Espírito quem habilita o crente a ser
vitorioso, baseado no poder da obra expiatória de Cristo. Quando o Espírito
está em nós, nosso espírito é fortalecido e a carne é subjugada nos seus
desejos. A Bíblia confirma este fato quando diz: “Andai em Espírito e não
cumprireis a concupiscência da carne” (Gl 5.16).
Em
terceiro lugar, o Espírito Santo guia o crente
através da Palavra de Deus. Notemos o que Jesus falou acerca do Espírito: “Mas
quando vier aquele Espírito de verdade, Ele vos guiará em toda a verdade;
porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos
anunciará o que há de vir” (Jo 16.13). A partir do momento que uma pessoa
torna-se “nova criatura” em Cristo, o Espírito que nela habita guiará essa
pessoa conforme os ditames da Palavra de Deus. A regra de fé e conduta do
crente está inserida na Palavra de Deus.
Todas as respostas, todas as diretrizes para a vida cristã estão na Bíblia, e o Espírito Santo as tornará vivas e poderosas. Ser guiado através da Palavra de Deus pelo Espírito é viver segundo o Espírito – “mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus” (1Co 2.12).
Todas as respostas, todas as diretrizes para a vida cristã estão na Bíblia, e o Espírito Santo as tornará vivas e poderosas. Ser guiado através da Palavra de Deus pelo Espírito é viver segundo o Espírito – “mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus” (1Co 2.12).
Em
quarto lugar, o Espírito faz o crente produzir
“o fruto do Espírito”. Vejamos o que está escrito a esse respeito: “Mas o fruto
do Espírito é caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé,
mansidão, temperança. Contra estas coisas não há lei” (Gl 5.22-23).
Notemos que é um fruto contendo nove partes
distintas. Não são nove frutos, mas um só fruto completo. Isso indica um “todo”
indispensável e inseparável na vida cristã. É trabalho do Espírito habilitar o
crente para produzir esse fruto. Ele em nós capacita-nos a ter as qualidades
desse fruto maravilhoso. É o Espírito quem nos capacita a ser vitoriosos e
producentes. Esse fruto independe de sermos batizados no Espírito Santo. Ele
pode ser produzido a partir do momento em que uma pessoa se torna “nova
criatura em Cristo”.
As três primeiras partes do fruto relacionam-se
com Deus e a comunhão com Ele. As três outras partes do fruto relacionam-se com
o próximo: “longanimidade, benignidade e bondade”. As três últimas partes do
fruto relacionam-se com a vida cristã do crente: “fé, mansidão e temperança”.
Em
quinto lugar, o corpo do crente torna-se templo
do Espírito Santo. Diz a Bíblia: “Ou não sabeis que o nosso corpo é o templo do
Espírito Santo, que habita em nós, proveniente de Deus, e que não sois de vós
mesmos?” (1Co 6.19).
Não devemos querer separar ou isolar as partes
material e espiritual, o corpo e o espírito. Deus tem interesse em que corpo,
alma e espírito sejam cheios da sua plenitude. Nosso espírito é o lugar da
habitação, o centro e o trono do Espírito, mas nosso corpo é o seu templo.
Todo o ser do crente deve ser santificado para
o Senhor e dominado por Ele. A Palavra de Deus confirma esse fato: “E o mesmo
Deus de paz vos santifique em tudo; e todo vosso espírito, alma e corpo, sejam
plenamente conservados irrepreensíveis para a Vinda de nosso Senhor Jesus
Cristo” (1Ts 5.23).
A palavra santificar significa separar. Somos
separados para uso do Senhor com todo o nosso ser. Se somos templo do Senhor
para que Ele se manifeste em nós, devemos cuidar, não só da alma e espírito,
mas também do corpo para que o mesmo esteja sempre em condições para a
manifestação divina. Os vícios e pecados contra o corpo devem ser repelidos.
Todo o pecado contra o corpo afeta a nossa comunhão com o Espírito que habita
nele e tem seu trono no nosso espírito.
Em
sexto lugar, o Espírito ajuda o crente no
ministério da oração. Esse é o trabalho mais árduo para o crente – a oração.
Por isso, sem a ajuda do Espírito dentro de nós, não teríamos condições de
orar. Toda vez que o crente predispõe-se a orar, tem de lutar contra forças
imperiosas de fora e de dentro de nós que querem impedir-nos de orar. É uma
luta de âmbito espiritual e também entre a carne (nossa natureza pecaminosa) e
o espírito.
Circunstâncias exteriores surgem tão logo nos dispomos a orar, mas temos que persistir e pedir ajuda do Espírito para irmos até o fim. A Palavra de Deus confirma essa ajuda: “E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis” (Rm 8.26).
Circunstâncias exteriores surgem tão logo nos dispomos a orar, mas temos que persistir e pedir ajuda do Espírito para irmos até o fim. A Palavra de Deus confirma essa ajuda: “E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis” (Rm 8.26).
Em
sétimo lugar, o Espírito reveste o crente com
poder para que esse faça a vontade de Deus, para fazer a Sua obra. Que podemos
fazer sem o “poder do Espírito”? Nada! Precisamos do poder de encorajamento, de
renúncia, de amor, para fazermos a obra de Deus.
Os discípulos de Jesus, enquanto não foram
revestidos do poder, estavam medrosos, assustados, com medo de morrer e
acovardados. No Dia de Pentecostes, foram “cheios do Espírito” e suas vidas se
tornaram poderosas, corajosas e atuantes. Receberam uma dinâmica espiritual
capaz de vencer todos os obstáculos. Fazer o serviço de Deus sem estarmos
preparados para fazê-lo é correr risco de não fazermos nada. Jesus disse aos
Seus discípulos, antes de subir aos Céus: “Ficai em Jerusalém, até que do alto
sejais revestidos de poder” (Lc 24.49).
Esse poder capacita o crente a fazer bem a obra
de Deus. Concede-lhe condições de vencer os obstáculos morais, físicos,
materiais e espirituais.
Existem várias maneiras pelas quais o Espírito
Santo se manifesta na vida do crente. Neste segundo artigo, trataremos
fundamentalmente de duas principais manifestações.
Chamaremos essa primeira manifestação do Espírito Santo de “efusão do Espírito” e a segunda, de “batismo no Espírito Santo”.
Que é efusão? É o derramamento interior, caracterizado pela entrada do Espírito Santo em nossa vida interior. A expressão mais simples para denotar a efusão espiritual é a que conhecemos por “ser cheio do Espírito”. Paulo exortou a Igreja em Éfeso com estas palavras: “Enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18).
Ou seja, a efusão do Espírito é quando o Espírito Santo penetra na parte mais recôndita do nosso ser, enche o nosso interior de alegria da salvação, do gozo, da paz e da glória de Deus, que excedem todo o entendimento.
A diferença entre “ser cheio do Espírito Santo” e “ser batizado no Espírito Santo” é facilmente percebida pelo testemunho que a própria Bíblia dá quanto a essas duas experiências.
Um crente pode ser “cheio do Espírito” sem ser “batizado no Espírito Santo”. Estar cheio do Espírito significa estar pleno da nova vida em Cristo. Toda pessoa quando aceita a Cristo recebe a imediata habitação do Espírito Santo no seu interior. E todas as bênçãos da salvação, como a convicção do perdão dos pecados, a cura de doenças, o desejo de servir a Deus e a paz interior, são produzidas pelo Espírito na vida do crente.
Já a disposição e a alegria fervorosa para servir e louvar a Deus, bem como o ímpeto para evangelizar, resultam de uma vida “cheia do Espírito”.
Por sua vez, ser batizado no Espírito é uma experiência distinta que equivale a ser mergulhado na fonte do Espírito. Metaforicamente, ser cheio do Espírito equivale a receber um derramamento por cima e para dentro. É como tomar água da fonte e derramar dentro de uma vasilha até enchê-la, sem imergi-la na dita fonte. Entretanto “ser batizado” significa ser mergulhado dentro da fonte. É imergir a vasilha na fonte.
Que o Espírito nos capacite a viver de acordo com as diretrizes espirituais que a Palavra de Deus tem para os que “vivem segundo o espírito, e não segundo a carne”.
Chamaremos essa primeira manifestação do Espírito Santo de “efusão do Espírito” e a segunda, de “batismo no Espírito Santo”.
Que é efusão? É o derramamento interior, caracterizado pela entrada do Espírito Santo em nossa vida interior. A expressão mais simples para denotar a efusão espiritual é a que conhecemos por “ser cheio do Espírito”. Paulo exortou a Igreja em Éfeso com estas palavras: “Enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18).
Ou seja, a efusão do Espírito é quando o Espírito Santo penetra na parte mais recôndita do nosso ser, enche o nosso interior de alegria da salvação, do gozo, da paz e da glória de Deus, que excedem todo o entendimento.
A diferença entre “ser cheio do Espírito Santo” e “ser batizado no Espírito Santo” é facilmente percebida pelo testemunho que a própria Bíblia dá quanto a essas duas experiências.
Um crente pode ser “cheio do Espírito” sem ser “batizado no Espírito Santo”. Estar cheio do Espírito significa estar pleno da nova vida em Cristo. Toda pessoa quando aceita a Cristo recebe a imediata habitação do Espírito Santo no seu interior. E todas as bênçãos da salvação, como a convicção do perdão dos pecados, a cura de doenças, o desejo de servir a Deus e a paz interior, são produzidas pelo Espírito na vida do crente.
Já a disposição e a alegria fervorosa para servir e louvar a Deus, bem como o ímpeto para evangelizar, resultam de uma vida “cheia do Espírito”.
Por sua vez, ser batizado no Espírito é uma experiência distinta que equivale a ser mergulhado na fonte do Espírito. Metaforicamente, ser cheio do Espírito equivale a receber um derramamento por cima e para dentro. É como tomar água da fonte e derramar dentro de uma vasilha até enchê-la, sem imergi-la na dita fonte. Entretanto “ser batizado” significa ser mergulhado dentro da fonte. É imergir a vasilha na fonte.
Que o Espírito nos capacite a viver de acordo com as diretrizes espirituais que a Palavra de Deus tem para os que “vivem segundo o espírito, e não segundo a carne”.
Elienai Cabral Pastor
Elienai Cabral – CPAD
Avivamento pelo Espírito
Na
Epístola aos Colossenses — escrita no ano 61, aproximadamente — há menções da
igreja de Laodicéia (2.1; 4.13,15,16) e dos crentes laodicenses (4.16). Neste
mesmo versículo, há também uma ordem para que a epístola em apreço fosse lida
na igreja dos laodicenses, e que a epístola que viesse de Laodicéia fosse lida
pelos colossenses.
A Epístola de Laodicéia não foi incluída no
cânon sagrado do Novo Testamento. A razão disso não está revelada — talvez
fossem mensagens preventivas de Deus contra a mornidão e o formalismo
espirituais, que estariam em formação naquela igreja.
Deus previne, avisa e adverte de antemão, e às
vezes chamando as pessoas pelo nome, como: “Abraão, Abraão”, “Simão, Simão”,
“Moisés, Moisés”, “Saulo, Saulo”. A carta de Jesus à igreja em Laodicéia, por
meio de João (Ap 3.14-22), é de aproximadamente 96 d.C. Se tudo foi assim,
aquela igreja esfriou aos poucos, até chegar ao estado crítico descrito em
Apocalipse.
Necessidade de avivamento. Quando, em que
estado de coisas e em que situação a igreja carece de um real avivamento do
Espírito Santo? Quando nela prevalecem as seguintes características negativas:
1) Calmaria espiritual, paralização espiritual,
indiferença e comodismo (Ez 37.9).
2) Sonolência espiritual (Ef 5.14).
3) Insensibilidade espiritual, mas também
insensibilidade moral e social (cf. E f 4.19; Pv 23.35; I Tm 4.2).
4) Secularismo — ou mundanismo. E o crente
conformar-se com o mundo; “dar na forma [fôrma] do mundo”, como diz
literalmente Romanos 12.2:
“ ... e não vos conformeis com este mundo”. É a
contextualização da igreja com o mundo, o que está muito em voga hoje.
5) Postura do crente apenas defensiva quanto ao
mal e ao pecado, e não de repúdio, aversão, horror e de combate espiritual
contra ele.
6) Quando, na igreja, prevalece entre os
crentes a hibernação espiritual (Ap 3.11). E o estado do crente que permanece
meio-morto. Tem nome de que está vivo espiritualmente, mas na realidade está
morto, sem vida, sem fervor, sem entusiasmo e sem condições de reagir a um tal
estado de coisas.
Uma igreja nesse estado pode ter: uma boa estrutura
eclesiástica (“ossos”, Ez 37.3); muita organização (“nervos”, v.8); muito
movimento e vaivém ( “carne”, v.8); muito boa aparência (“pele”, v.8); mas tal
igreja não tem vida espiritual vibrante, transbordante e dinâmica, pela
ausência do “Espírito de vida” (Ez 37.8,9; Rm 8.2).
7)
Também quando entre os crentes prevalece o desinteresse pelos cultos e passam a
se interessar mais pelas coisas e passatempos seculares, profanos, tentando
eles com isso preencher o seu vazio espiritual. Nesse estado, a perda de cultos
pelo crente não lhe traz falta. Vem, por fim, o abandono da Casa de Deus (cf. H
b 10.25; SI 27.4; 84.2,10; I22.I; Ag 1.4,9).
No livro de Atos, vemos como Deus fez surgir a
igreja avivada no Espírito Santo, coisa que os crentes de Israel desconheciam.
Cremos e oramos que do mesmo modo Ele avivará poderosamente a sua igreja,
nesses últimos dias que precedem a volta de Jesus.
O avivamento espiritual, como no princípio, é
uma necessidade em nossos dias. Hoje, muitas igrejas pensam estar
experimentando um reavivamento, quando, na verdade, tudo não passa de inovação,
misticismo, falsificações e mudanças injustificáveis na liturgia do culto, etc.
Características de um avivamento. Quais são,
pois, à luz da Palavra do Senhor, as características de um genuíno avivamento,
promovido pelo Espírito de Deus?
I)
Contrição total. Num verdadeiro avivamento, há contrição total pelo Espírito
Santo. Contrição é arrependimento, humilhação e confissão de pecados e males de
todos os tipos, na presença do Senhor; é quebrantamento espiritual em nosso
íntimo, acompanhado de profundo arrependimento de pecados. E tudo isso deve ser
demonstrado também em nosso exterior, pela poderosa ação do Espírito Santo.
Esses estados da alma têm a ver com o pecado,
no seu duplo aspecto: como delito praticado e como estado imanente no ser
humano — isto é, a pecaminosidade da natureza humana. Desta forma do pecado, o
crente precisa ser sempre vencedor, pelo “sangue da sua cruz [de Cristo]” (Cl
1.20), como bem nos mostra a passagem de Romanos 6.
E num
tal contexto espiritual que o avivamento se instala, e o Espírito Santo assume
a primazia, predominando e prevalecendo. Infelizmente, quem retarda e impede o
avivamento da igreja não são os incrédulos; somos nós, os crentes, inclusive
obreiros. Basta ler passagens como 2 Crônicas 7.14 para se chegar a tal
conclusão.
U m real avivamento inclui, sim, os obreiros da
igreja (cf. Zc 3.3). Qual era o problema da igreja de Efeso? Seu pastor deixara
o primeiro amor (Ap 2.4). E o da igreja de Sardes? Seu pastor estava morto no
seu estado espiritual e não sabia (Ap 3.1). E o problema da igreja de
Laodicéia? Seu pastor era morno (Ap 3.16).
Meditemos sobre o termo “perfeito”, concernente
ao crente no contexto do avivamento. O referido termo aparece em passagens como
Deuteronômio 18.13; Mateus 5.48; 2 Coríntios I3 .I I e Colossenses 1.28. Ele,
em suma, diz-nos que o nosso inteiro ser deve ser oferecido a Deus; tudo deve
estar à disposição dEle: espírito, e alma, e corpo. Não retenha nada! Ponha
tudo no altar.
Em Marcos 12.30, vemos uma pormenorização
disso: nossa afeição (“de todo o teu coração, e de toda a tua alma”); nossa
cognição (“e de todo o teu entendimento”); e nossa volição (“e de todas as tuas
forças”). Sim, um avivamento começa e continua pela reconsagração total do
crente a Deus.
Que façamos a oração do profeta Habacuque:
“Ouvi, Senhor , a tua palavra, e temi; aviva, ó Senhor , a tua obra no meio dos
anos, no meio dos anos a notifica; na ira lembra-te da misericórdia” (3.2).
2)
Perdão e reconciliação. No avivamento de Israel (I Rs 18), Deus usou como
instrumento humano o profeta Elias. No cumprimento de sua missão, o primeiro
passo deste profeta foi “reparar o altar do Senhor , que estava quebrado”
(vv.30-32). Em seguida, ele colocou no altar doze pedras — que representavam as
doze tribos israelitas, completas e unidas — , e não apenas dez, o que
representaria incompletude e divisão de Israel, como era o caso do Reino do Norte
(dez tribos), ao qual o profeta pertencia.
E
notável o fato de Elias trabalhar com doze pedras no altar, sendo ele do reino
das dez tribos! O que pode fazer um povo dividido e desunido? Se, por acaso,
realizarem alguma coisa de bom, os males de sua desunião e da sua rebeldia
atrofiarão tudo o que se fizer.
Em Ezequiel 37, no grandioso avivamento ali
retratado, “cada osso se uniu ao seu osso” (vv.7,I7). Imagine um osso unindo-se
a um corpo que não era o seu e, por conseguinte, diferente na idade, na altura,
etc. Isso daria numa imensa e confusa babel, em que cada um estaria sem
identificação, sem dono, sem direção; e logo a seguir: deformações, anomalias,
teratias, como indivíduos e como grupo. Não é isso que está acontecendo por
toda parte com os chamados movimentos avivalistas de renovação carismática?
Sim, um avivamento não é só de quebrantamento
de espírito, mas também de perdão total, com reconciliação entre os crentes,
inclusive obreiros. Pessoalmente, este autor tem visto, em nosso país, obreiros
causando, fomentando e acalentando inimizades no ministério. E ainda apresentam
“justificativas”, além de, pior ainda, acharem que isso que fazem é uma
virtude!
Em Atos 4.32, no primeiro avivamento da igreja,
a Bíblia diz: “E era um o coração e a alma da multidão dos que criam”. Deus
pode fazer isso hoje, num reavivamento — a unidade espiritual do seu povo.
Portanto, o avivamento genuíno envolve amplo perdão e reconciliação de uns com
os outros; isto é, união e, sobretudo, unidade. O que pode fazer um povo
descontente, dividido e desunido?
3)
Generosidade e abundância financeira. Em Jerusalém ocorreu um avivamento de
ampla e contínua generosidade entre os crentes, de abundância financeira, nas contribuições
para a obra de Deus em geral: nos dízimos, nas ofertas, nas doações, na
mão-de-obra voluntária, nos auxílios; enfim, na cooperação de todas as formas
(Atos 4.32-37).
Mas também deve haver restituição aos outros,
de tudo o que for alheio, que, porventura, esteja em nosso poder. N o
avivamento espiritual sob o rei Ezequias, vemos em ação a liberalidade
financeira, espontânea, do povo, movida pelo Espírito de Deus (2 Cr 31.5-10). No
avivamento de Jerusalém ocorreu o mesmo. E que ocorra da mesma forma em nossos
dias!
4) Santidade interior e exterior. Segundo o
modelo bíblico, o reavivamento resulta em santidade do crente em toda a sua
maneira de viver (I Pe 1.15). Se um avivamento não resultar nisso — nessa
mudança de vida — tudo não passará de mero entusiasmo, mecanicismo e emoção,
como acontece com certos “avivamentos” orquestrados pelos homens. O avivamento
sob Esdras e Neemias, nesse sentido, obteve grandiosos resultados (Ne 8;
9.1-38; 10.1-39; 13).
A santificação deve ocorrer em “todo o vosso espírito,
e alma, e corpo” (I Ts 5.23). Isso significa que devemos ser santos em nosso
viver, e em nossa conduta — isto é, em nosso caráter, internamente — , e em
nosso proceder, externamente. Nossa vida natural é uma série diuturna de
hábitos, práticas e costumes, que podem ser bons ou maus, ou um misto dos dois.
E evidente que um povo santo, porque pertence a Deus, deve ter costumes santos.
Mantenhamo-nos, pois, separados do mundo
pecaminoso. Reflitamos sobre a advertência da Palavra de Deus registrada em Eclesiastes
10.8: “Quem fizer uma cova cairá nela, e quem romper um muro, uma cobra o
morderá”. “Abrir uma cova”, aqui, é iludir o povo; é fazer o povo errar e
deixá-lo nesse estado. “Cova” é armadilha, embuste, laço, simulação. “Romper um
muro” é eliminar a separação do pecado; é ficar indefeso às investidas do mal;
é renunciar à condição de “povo peculiar” (Ex 19.5; T t 2.14).
5)
Evangelização e missões. O avivamento promovido pelo Espírito Santo move e leva
a igreja a evangelizar e a fazer missões entre os povos. Evangelização e
missões são dois lados de um só assunto — de um mesmo trabalho para Deus (cf.
At 1.8; 5.42; 8.4; 13.1-4). E este trabalho é a atividade principal de uma
igreja avivada, um fato patente no livro de Atos dos Apóstolos, mas também na
história subseqüente da igreja, sempre que ela é reavivada.
6) Louvor e adoração. Num a igreja realmente
avivada, ouvem-se os “cânticos espirituais”, mencionados em Efésios 5.19. O
“som” vindo do céu (cf. At 2.2), quando do derramamento inicial do Espírito
sobre a igreja, fala disto. O sentido de ‘espirituais”, aqui, vai muito além
daquele que lhe é comumente atribuído nos dias de hoje.
Uma igreja com avivamento do Espírito não
precisa de artistas, de atores da música secular e de animadores de auditório —
como se a Casa do Senhor fosse um palco para comediantes — , nem de shows
musicais, nem de torcida, nem de assovios, por parte daqueles que só buscam
chamar a atenção para si mesmos. Isso não é avivamento; é aviltamento!
A igreja carece, sim, de “verdadeiros
adoradores” que adorem a Deus em espírito e em verdade, conforme Jesus disse em
João 4.24. Temos, atualmente, na igreja, não muito do verdadeiro louvor e
adoração que agrada ao Senhor, porque tais coisas precisam ser precedidas de
sacrifício espiritual ao Senhor (2 Cr 29.27,30; H b 13.15; SI 50.23,
“sacrifício de louvor”).
Evitemos brincar de crente, de culto e de
igreja. Isso só acontece numa igreja em que não há real avivamento. Em Mateus
6.2 e noutras passagens similares, Jesus verbera duramente contra os fariseus,
chamando-os de hipócritas, porque brincavam de crente, simulavam, encenavam,
fingiam espiritualidade. Pessoas assim são vazias de avivamento e poder; vazias
do Espírito Santo e da Palavra de Deus.
7)
Renovação e batismo com 0 Espírito. N o genuíno avivamento há batismo com o
Espírito Santo, com línguas estranhas, e manifestação dos dons espirituais (cf.
SI 92.10; E f 5.18). Outrossim, a operação de milagres pelo Espírito Santo,
como os “sinais” prometidos por Jesus em Marcos 16.17,18, são uma realidade,
num avivamento bíblico norteado pela doutrina (At 2.42,43).
8)
Intercessão e jejum. A oração intercessória e o jejum, de modo constante, são
partes integrantes dos avivamentos reais, segundo a história da igreja (At
2.42; 2 Cr 7.14; SI 119 — aqui temos várias vezes o Salmista orando
“vivifica-me” ou “aviva- me”). Que busquemos, pela oração mtercessória, o
avivamento, como fez o profeta Habacuque (c. 609-605 a.C.), o qual profetizou
durante o declínio espiritual que se seguiu ao reinado de Josias (Hc 3.2).
9) Palavra de Deus. A poderosa Palavra do
Senhor sempre tem sido o instrumento inicial de Deus em todos os avivamentos
(cf. Ne caps. 8-10; Ed caps. 8-10). E não pode ser diferente hoje: “Não é a
minha palavra como fogo, diz o S e n h o r , e como o martelo que esmiuça a
penha?” (Jr 23.29). O avivamento de que necessitamos deve ser de busca e de
ensino da Palavra de Deus.
Precisamos de um poderoso avivamento de ensino
da Palavra de Deus, no templo, no lar, nos educandános da igreja, nas
publicações, nos hinos cantados, etc. (cf. At 2.42; 5.42). Esse movimento de
ensino da Palavra, por sua vez, conduz à salvação dos pecadores (At 13.12; SI
51.13; Lc 20.1). O avivamento pelo ensino da Palavra é necessário para que
vidas sejam “moldadas” (M t 28.19) por meio da “disseminação do conhecimento
das coisas do Senhor” (M t 28.20). Por exemplo, o avivamento espiritual que
precedeu o primeiro advento de Cristo teve como instrumento divino a Palavra de
Deus (Lc 3.2).
10) Destruição de ídolos. O verdadeiro
avivamento leva o crente a destruir os ídolos do coração. Sem uma vida avivada
no Espírito, as coisas naturais desta vida logo se tornam “deuses” dentro de
nós, como: riquezas, sucesso, posição ou status, cultura acadêmica, trabalho
extremado — de modo a deixar-nos sem tempo para a adorar a Deus — , glutonaria,
diversões e passatempos “inocentes”, vaidades do espírito humano, etc.
São
nesses casos ídolos do coração (Ez 14.3,4,7). Um tal ídolo em nossa vida é tudo
aquilo que nela toma o lugar do verdadeiro Deus, e que ocupa o nosso coração,
todo nosso tempo e toda nossa atenção. Samuel, o admirável homem de Deus, no
avivamento dos seus dias, exortou o povo a destruir os seus próprios ídolos (I
Sm 7.3-6).
Deus é o Senhor absoluto da nossa vida, ou
somos nós que mandamos em nós mesmos? Não há meio-termo, pois Deus não divide o
seu senhorio, nem a sua glória com ninguém. Jacó, ao experimentar um avivamento
do céu em sua vida, deu um basta nos ídolos de casa (Gn 35.1-4). Em I João
5.21, está escrito: “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos”. Ora, tratando-se aqui
de cristãos, a referência é a ídolos do coração.
O modelo do avivamento pelo Espírito. Não há
dúvidas de que a solução divina para neutralizar, deter e restringir os males
que acossam os santos nesse tempo do fim é um verdadeiro avivamento, segundo o
modelo da Palavra de Deus: sem inovações descabidas, sem distorções, sem
manipulação humana, sem intermediários. O Espírito Santo é soberano. Que o
Senhor nos avive segundo a sua Palavra, como bem disse o Salmista (119.25,154).
Em Levítico 10, dois sacerdotes ofereceram
“fogo estranho” perante o Senhor e foram mortos no mesmo instante, ali mesmo.
'*Fogo estranho” era o fogo profano, não-sagrado, não aprovado por Deus; fogo
não obtido do altar dos sacrifícios. Desse tipo de logo existe muito por aí,
atualmente. Se a Lei continuasse em vigor hoje, os cemitérios estariam repletos
de falsos avivalistas mortos. Atestado de Óbito: “Morte espiritual prematura
por falsa identidade ideológica cristã”. Mas esse avivamento segundo o modelo
bíblico — promovido pelo Espírito, pois “o Espírito é o que vivifica” (Jo 6.63)
— é harmônico e equilibrado (Èx 25.37,38; I Rs 7.49,50). O fogo sagrado das
lâmpadas do candelabro era regulado, para que não se apagasse, mas também para
que não se excedesse. Para isso, havia acendedores ou espevitadores (lit.,
“avivadores”), bem como reguladores do fogo (lit., “ajustadores do fogo, da
chama”).
Nunca
devemos interpretar a Bíblia à luz das nossas experiências espirituais, mas
interpretar as nossas experiências espirituais à luz da Palavra de Deus. Do
contrário, cairemos no experiencialismo extremado e antibíblico, como estamos
vendo acontecer nos dias de hoje.
Avivamento na casa de Deus e no lar. Somente o
verdadeiro avivamento nos leva a amar, zelar e ser assíduos, na Casa de Deus.
Leia em sua Bíblia estas passagens: Levítico 19.30; Salmos 27.4; 84.10; 93.5;
Eclesiastes 5.1 e João 2.13-17. A Casa do Senhor vem sofrendo hoje, em muitos
sentidos; tudo por falta de avivamento dos que a freqüentam. O avivamento deve
acontecer igualmente na família, no lar cristão.
Não
podemos ter igrejas avivadas, despertadas, renovadas, santificadas, com lares
distanciados de Deus, indiferentes e mesmo refratários ao avivamento espiritual.
H á várias passagens que comprovam esse avivamento a partir da família (Gn
35.1-7; Ne 8.2,3; Ed 8.21; 10.1; 2 Cr 20.13; 31.18; Êx 38.8).
Vemos,
em Deuteronômio 20.5, que uma casa “edificada” precisa ser também
“consagrada”. O avivamento pentecostal que ocorreu na origem à igreja, no dia
de Pentecostes, ocorreu num lar, numa casa de família, e continuou assim (At
I.1 3; 5.42; Rm 16.5; I Co 16.19; Cl 4.15; Fm v.2). É oportuno lembrar que o
termo “lar”, no seu original latino, indica uma laje fortemente aquecida na
cozinha da casa — isto é, o lugar onde permanecia aceso o fogo da casa; daí
advém a palavra “lareira”.
O avivamento espiritual (ou reavivamento) é uma
intervenção divina na vida da igreja, onde e quando Deus quer, em resposta ao
clamor da igreja despertada para um avivamento (2 Cr 7.14). Precisamos, pois,
nesses últimos dias, de um real avivamento — bíblico, soberano, poderoso,
divino, sobrenatural, irresistível e duradouro — , incomparavelmente maior do
que todos os precedentes, conforme a palavra profética de Joel 2.28.
Em Atos 2.17,18, está escrito: “E nos últimos
dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; e
os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos jovens terão
visões, e os vossos velhos sonharão sonhos; e também do meu Espírito derramarei
sobre os meus servos e minhas servas, naqueles dias, e profetizarão” (At
2.17,18).
Mas a plenitude da promessa pentecostal,
conforme Joel 2.29,31 — enfatizada por Pedro de modo parcial — , aguarda um
pleno cumprimento futuro, como já vimos: “derramarei o meu Espírito”. E esse
avivamento atingirá a igreja, em geral, e as suas instituições. “Aviva, ó S e n
h o r , a tua obra!”
Pneumatologia
— a Doutrina do Espírito Santo 215
ANTONIO
GILBERTO
A
ADOÇÃO
Deus, no entanto, vai além de nos colocar em
situação correta diante dEle. Conduz-nos também a um novo relacionamento, pois nos
adota em sua família. A "adoção", um termo jurídico, é o ato da graça
soberana mediante o qual Deus concede todos os direitos, privilégios e
obrigações da afiliação àqueles que aceitam Jesus Cristo. Embora o termo não
apareça no Antigo Testamento, a idéia se acha ali (Pv 17.2). A palavra grega
huiothesia, "adoção", aparece cinco vezes no Novo Testamento, somente
nos escritos de Paulo e sempre no sentido religioso. Ressalve-se que, ao sermos
feitos filhos de Deus, não nos tornamos divinos.
A divindade pertence ao único Deus
verdadeiro.92 A doutrina da adoção, no Novo Testamento, leva-nos, desde a
eternidade passada e através do presente, até a eternidade futura (se for
apropriada semelhante expressão). Paulo diz que Deus "nos elegeu nele [em
Cristo] antes da fundação do mundo" e "nos predestinou para filhos de
adoção por Jesus Cristo" (Ef 1.4,5). Diz também, a respeito de nossa
experiência presente: "Porque não recebestes o espírito de escravidão,
para, outra vez, estardes em temor, mas recebestes o espírito de adoção de
filhos [huiothesia], pelo qual clamamos [em nosso próprio idioma]: Aba
[aramaico: Pai], Pai [gr. ho patêr]" (Rm 8.15). Somos plenamente filhos,
embora ainda não sejamos totalmente maduros. Mas, no futuro, ao deixarmos de
lado a mortalidade, receberemos "a adoção, a saber, a redenção do nosso
corpo" (Rm 8.23). A adoção é uma realidade presente, mas será plenamente
realizada na ressurreição dentre os mortos.
Deus nos concede privilégios de
família mediante a obra salvífica do seu Filho incomparável, daquEle que não se
envergonha de nos chamar irmãos (Hb 2.11).
COMO
CONSOLADOR
Conforme observado no estudo dos títulos do
Espírito Santo, eles nos oferecem chaves para entendermos a sua pessoa e obra.
A obra do Espírito Santo como Consolador inclui o seu papel como Espírito da
Verdade que habita em nós (Jo 14.16; 15.26), como Ensinador de todas as coisas,
como aquEle que nos faz lembrar tudo o que Cristo tem dito (14.26), como aquEle
que dará testemunho de Cristo (15.26) e como aquEle que convencerá o mundo do
pecado, da justiça e do juízo (16.8).31 Não se pode subestimar a importância
dessas tarefas. O Espírito Santo, dentro em nós, começa a esclarecer as crenças
incompletas e errôneas sobre Deus, sua obra, seus propósitos, sua Palavra, o
mundo, crenças estas que trazemos conosco ao iniciarmos nosso relacionamento
com Deus. Conforme as palavras de Paulo, é uma obra vitalícia, jamais
completada neste lado da eternidade (1 Co 13.12). Claro está que a obra do
Espírito Santo é mais que nos consolar em nossas tristezas; Ele também nos leva
à vitória sobre o pecado e sobre a tristeza.32 O Espírito Santo habita em nós
para completar a transformação que iniciou no momento de nossa salvação. Jesus
veio para nos salvar dos nossos pecados, e não dentro deles. Ele veio não
somente para nos salvar do inferno no além. Veio também para nos salvar do
inferno nesta vida terrestre - o inferno que criamos com os nossos pecados.
Jesus trabalha para realizar essa obra por intermédio do Espírito Santo.
COMO ENSINADOR O Espírito Santo pode e irá
ajudar todo crente a interpretar e compreender corretamente a Palavra de Deus e
a sua obra contínua neste mundo. Ele nos levará a toda a verdade. Esta promessa,
no entanto, exige também que cooperemos com o nosso esforço. Devemos ler com
cuidado e com oração. Deus jamais teve a intenção de fazer da Bíblia um livro
de difícil compreensão para o seu povo. Porém, se não nos dispusermos a
cooperar com o Espírito Santo mediante o estudo e a aplicação de regras sadias
de interpretação, nosso modo de entender a Bíblia - nossa regra infalível da fé
e conduta - ficará carregado de erros.33 O Espírito Santo nos levará a toda a
verdade à medida que lermos e estudarmos cuidadosamente a Bíblia, sob sua
orientação.
Uma das verdades ensinadas pelo Espírito Santo
é que não podemos recitar uma fórmula mágica do tipo: "Amarro Satanás;
amarro minha mente; amarro minha carne. Agora, Espírito Santo, creio que os
pensamentos e as palavras que se seguem vêm todos de ti!" Não nos é lícito
usar encantamentos para submeter Deus à nossa vontade. João admoesta a Igreja:
"Provai se os espíritos são de Deus" (1 Jo 4.1). Significa que
devemos permitir ao Espírito da Verdade orientar-nos na tarefa de interpretar a
Palavra de Deus e a testar, pelas Escrituras, os nossos pensamentos e os de
outras pessoas. Há perigos genuínos neste assunto. Certo autor reivindica, na
capa do seu livro: "Este livro foi escrito no Espírito".34 Outra reivindicação
do seu livro: "Predições cem por cento corretas das coisas do
porvir".35 A tarefa do leitor, com a ajuda do Espírito Santo, é seguir o
exemplo dos bereanos, que o próprio Espírito recomenda através das palavras de
Lucas. Eles persistiam "examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas
eram assim" (At 17.11). Cada crente deve ler, testar e compreender a
Palavra de Deus e os V ensinos a respeito dela. O crente pode fazer assim
confiadamente, na certeza de que o Espírito Santo, que habita em cada um de nós,
irá levar-nos a toda a verdade.
Ainda há um outro aspecto da obra do Espírito
Santo como Ensinador: a preparação de Jesus, o Filho encarnado de Deus, para
sua tarefa de Rei, Sacerdote e Cordeiro sacrificial. O Espírito Santo veio
sobre Maria e lançou a sua sombra sobre ela, gerando nela Jesus, o Filho de
Deus. O Espírito Santo foi ensinando o Menino Jesus de tal maneira que, aos 12
anos de idade, deixou atônitos os mestres no Templo. "E o menino crescia e
se fortalecia em espírito, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre
ele" (Lc 2.40). Depois de seu batismo no Jordão, Jesus que, segundo a
descrição, estava cheio do Espírito Santo, lutou contra o adversário durante
quarenta dias (Lc 4.1-13). Jesus continuou a andar cheio do Espírito Santo. Por
isso, sempre que o diabo buscou oportunidade para tentá-lo ainda mais, os
resultados foram os mesmos. Jesus "como nós, em tudo foi tentado, mas sem
pecado" (Hb 4.15; ver também 2.10-18). Se estivermos cheios do Espírito
Santo na luta contra nossa carne e contra o Adversário, também poderemos vencer
nossas tentações com a ajuda do Espírito. Cristo veio para nos salvar dos
nossos pecados, e não neles.
O Espírito Santo estava ativo no ministério de
Jesus e no dos discípulos. O Espírito Santo estava operante na pregação e nos
milagres dos 12 discípulos e depois com os 72 que Jesus enviou a pregar o Reino
de Deus. 36
Outro aspecto dessa tarefa é a ajuda do
Espírito para lembrar-nos de tudo quanto Jesus tem dito. Podemos lembrar
somente das coisas que já sabemos e das quais nos esquecemos pela falta de
prática. Essa- ajuda da parte do Espírito Santo exige que os crentes estudem e
memorizem a Palavra, com a certeza de que o Espírito lhes lembrará de tudo
quanto Jesus tem dito, quando precisarem. 37 Os que se deleitam na Palavra de
Deus e nela meditam tornam-se como árvores plantadas à beira de um riacho (SI
1.2,3). Em Lucas 24.6-8, os discípulos são perguntados por que procuram os
vivos entre os mortos. Decerto as palavras dos mensageiros foram usadas pelo
Espírito para fazê-los lembrar das palavras de Jesus. Em João 2.19, Jesus
disse: "Derribai este templo, e em três dias o levantarei". Ninguém
entendeu o que Jesus quis dizer, porém, "quando, pois, ressuscitou dos
mortos, os seus discípulos lembraram-se de que lhes dissera isso; e creram na
Escritura e na palavra que Jesus tinha dito" (2.22). João 12.16 é um
exemplo semelhante dessa obra do Espírito Santo.
Além disso, o Espírito Santo também é o
Ensinador do descrente. Nessa tarefa, o Espírito (segundo as palavras de Jesus)
convence o mundo "do pecado, e da justiça, e do juízo: do pecado, porque
não creem em mim; da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais; e
do juízo, porque já o príncipe deste mundo está julgado" (Jo 16.8-11).
Esse fato combina com a obra do Espírito Santo de atrair a pessoa à salvação.
Em João 14.6, Jesus declara: "Ninguém vem ao Pai senão por mim". Em
João 6.44, afirma: "Ninguém pode vir a mim, se o Pai, que me enviou, o não
trouxer". E o Espírito Santo quem atrai cada ser humano a Deus, embora
muitos recusem essa atração. Ele nunca deixa de clamar, sem cessar: "Mas
por que morrereis? Arrependei-vos e vivei!"38
A
atividade do Espírito Santo como aquEle que dá testemunho de Cristo começa no
Antigo Testamento e continua até hoje. O Espírito Santo inspirava os profetas
do Antigo Testamento à medida que escreviam as profecias acerca do Messias
vindouro. Isso não significa que o autor humano ou seu auditório - imediato ou
indireto - compreendessem sempre o impacto de tudo quanto estava sendo escrito
ou lido. Isaías 11.1,2 é um bom exemplo de uma profecia messiânica facilmente
reconhecível: Porque brotará um rebento do tronco de Jessé, e das suas raízes
um renovo frutificará. E repousará sobre ele o Espírito do Senhor, e o Espírito
de sabedoria e de inteligência, e o Espírito de conselho e de fortaleza, e o
Espírito de conhecimento e de temor do Senhor.
Outros
textos bíblicos, como Isaías 53 e Salmos 110.1, exigiram mais ajuda do Espírito
Santo e, até certo ponto, de alguma luz, recebida após a ressurreição. É
evidente que nem os discípulos nem os fariseus reconheciam um Messias sofredor,
nem estavam esperando um assim. Lucas nos informa que o Espírito Santo deu
testemunho do Cristo que estava para vir, através de João Batista, dos pais
deste, de Maria e de Simeão e Ana, em Jerusalém (ver Lc 1-3). Em João 16.13-15,
Jesus declara que a obra do Espírito Santo não é falar por conta própria, mas
somente aquilo que o Pai e o Filho lhe mandam dizer.
COMO
PROMESSA
É
difícil sugerir que um dos títulos ou propósitos do Espírito Santo seja mais
importante que outro. Tudo que o Espírito faz é vital para o Reino de Deus. Há,
no entanto, um propósito, uma função essencial do Espírito Santo, sem a qual
tudo quanto se tem dito a respeito dEle até agora não passa de palavras vazias:
o Espírito Santo é o penhor que garante nossa futura herança em Cristo.
Em quem
[Cristo] também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o
evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o
Espírito Santo da promessa; o qual é o penhor da nossa herança, para redenção
da possessão de Deus, para louvor da sua glória (Ef 1.13,14).
Qual a garantia oferecida pela operação do
Espírito Santo em nossa vida e na vida da Igreja?
Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre
deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita
por mãos, eterna, nos céus. E, por isso, também gememos, desejando ser
revestidos da nossa habitação, que é do céu; se, todavia, estando vestidos, não
formos achados nus. Porque também nós, os que estamos neste tabernáculo,
gememos carregados, não porque queremos ser despidos, mas revestidos, para que
o mortal seja absorvido pela vida. Ora, quem para isso mesmo nos preparou foi
Deus, o qual nos deu também o penhor do Espírito (2 Co 5.1-5; ver também 2 Co
1.22; Ef 4.30).
Mediante o Espírito Santo, podemos conhecer a
Deus, mediante a experiência, de conformidade com a palavra hebraica yada'
("conhecer por experiência"). Nossa experiência com o Espírito Santo
serve-nos de comprovação da ressurreição de Cristo. Conforme declara Paulo em 1
Coríntios 15, se Cristo não ressuscitou dentre os mortos, jamais haverá uma
ressurreição geral, e todas as nossas crenças em Deus e na salvação não passam
de mentiras. Conforme já notamos a respeito de Samuel, há uma diferença entre
saber a respeito de uma pessoa - ou de Deus - e conhecer alguém - ou a Deus -
através de um encontro pessoal e de experimentar a sua presença.
O conhecimento intelectual da Bíblia não é o
conhecer a Deus. Muitos teólogos e comentaristas da Bíblia - os quais conheci
pessoalmente ou apenas através dos seus escritos - sabem mais a respeito de
religião, história da Igreja, conteúdo da Bíblia e teologia do que muitos que
se definem como cristãos. Mesmo assim, nunca reconheceram a reivindicação do
Espírito Santo nas sua vidas, nem se renderam a Ele. Não têm nenhuma
experiência de Deus em suas vidas. Acreditam que, se eles não tiveram nenhuma
experiência com Deus, não é possível que outra pessoa a tenham. Negam, portanto,
a existência de Deus e criticam os cristãos, dizendo que estes interpretam suas
experiências subjetivas como a atividade de Deus na sua vida. Declaram que não
há evidência da atividade divina no Universo. Tudo isso, porém, baseia-se na
sua exegese distorcida.
Agora, podemos começar a dar o devido valor à
importância da obra do Espírito Santo como sinal da inclusão do crente no corpo
de Cristo e como sinal diante da Igreja. O Espírito Santo confirma não somente a
ressurreição, mas também, por extensão, a veracidade das Escrituras. Sem o
penhor ("primeira prestação") do Espírito Santo para nos ensinar,
guiar na verdade e dar testemunho de Cristo, não haveria hoje igreja nenhuma,
porque não haveria Evangelho a ser pregado.
Stanley-Horton-Teologia-Sistematica
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