TEXTO BÍBLICO BÁSICO
Tilo
3.1-7
1
- Admoesta-os a que se sujeitem aos principados e potestades, que lhes obedeçam
e estejam preparados para toda boa obra;
2
- que a ninguém infamem, nem sejam contenciosos, mas modestos, mostrando toda
mansidão para com todos os homens.
3
- Porque também nós éramos, noutro tempo, insensatos, desobedientes,
extraviados, servindo a várias concupiscências e deleites, vivendo em malícia e
inveja, odiosos, odiando-nos uns aos outros.
4
- Mas, quando apareceu a benignidade e o amor de Deus, nosso Salvador, para com
os homens,
5
- não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas, segundo a sua
misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito
Santo,
6
- que abundantemente ele derramou sobre nós por Jesus Cristo, nosso Salvador,
7
- para que, sendo justificados pela sua graça, sejamos feitos herdeiros,
segundo a esperança da vida eterna.
TEXTO ÁUREO
E
nós somos testemunhas acerca destas palavras, nós e também o Espírito Santo,
que Deus deu àqueles que lhe obedecem.
Atos 5:32
Atos 5:32
OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o
aluno deverá ser capaz de:
• assimilar o que são os
atributos de Deus;
• compreender que o Espírito
Santo compartilha os mesmos atributos de Deus;
• refutar ensinamentos
equivocados que procuram diminuir ou invalidar a personalidade divina do
Espírito Santo.
ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Caro professor, hoje, os saberes
são produzidos em grandes quantidades e a circulação do conhecimento acontece
com uma velocidade incrível e alarmante. A informação se toma, a cada dia, mais
acessível a todos; é a chamada socialização e democratização do conhecimento.
Nossos alunos visitam menos as bibliotecas porque quase tudo pode ser
encontrado na internet. Porém, nem sempre essas fontes são confiáveis, por isso
há que se ter muito cuidado. É preciso propor ações que promovam e orientem
educadores cristãos a utilizar as mídias e novas tecnologias da comunicação e
da informação em benefício da educação desenvolvida nas Escolas Dominicais e
nos seminários espalhados pelo Brasil.
Hoje, a televisão, a internet, o Power Point, o
Data Show alcançam cada vez mais um número maior de pessoas. Esses recursos
desenvolveram na sociedade um novo padrão de relacionamento com a informação e
o conhecimento. É certo que as mudanças do mundo atual, marcado pelo
desenvolvimento tecnológico, exigem também uma nova postura de todos (Ex-traído
de: CHAVES, G. V. Educação Cristã — Uma Jornada Para Toda Vida. Rio de Janeiro:
Central Gospel, 2012, p. 92).
Boa aula!
COMENTÁRIO
Palavra introdutória
Uma das marcas distintivas do cristianismo é a
sua crença no Espírito Santo como uma pessoa divina. Outras religiões, tradições místicas e
filosofias admitem a existência de uma força, um caminho supranatural ou de
algo que conduza os destinos humanos, como o Dharma (que significa manutenção)
no Hinduísmo ou o Tao (que significa caminho) no Taoísmo, mas esses conceitos
do pensamento religioso de outras crenças nunca foram apresentados como uma
persona, com os atributos próprios de alguém que possa relacionar-se pessoalmente
com o ser humano. No entanto, foi assim, como uma pessoa, que Jesus
apresentou o Consolador e referiu-se a Ele.
Os
escritores do Novo Testamento estabelecem, em termos claros, que o Pai do
Senhor Jesus Cristo é Deus (Jo 1.18; 1 Co 8. 6; Fp 2.11; 1 Pe 1.2). Ninguém
contesta essa verdade. Observa-se, ainda, que os autores do Novo Testamento,
em diversos textos sagrados, identificam Jesus Cristo como Deus, mesmo o Filho
sendo distinto do Pai (Jo 1.1,18; 8.58; Rm 9.5; Tt 2.13; 2 Pe 1.1). Além disso,
o Espírito Santo também é reconhecido como Deus (At 5.3,4). No batismo de
Jesus e nas bênçãos apostólicas, Ele é aludido como distinto do Pai e do Filho
(RADMACHER; ALLEN; HOUSE, Central Gospel, 2010a, p. xxxvii).
1 1.
O ESPÍRITO SANTO É DEUS
Algumas
pessoas consideram que o Espírito é apenas uma força dinâmica, uma influência
impessoal ou simplesmente um nome dado a Deus. No entanto, na Bíblia, há
evidências claras do carácter e da personalidade única e in-questionável do
Espírito Santo. Diferentemente de uma mera força, Ele tem sentimentos, razão,
vontade, autonomia e traços que uma força impessoal não tem.
Deus é chamado de Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, bem como de
nosso Pai (Rm 15.6; 2 Co 11.31; Ef 1.2,3; 3.14; Cl 1.3; Fp 1.2; 1 Pe 1.3; 2 Jo
1.3). Especificamente, o apóstolo João se refere a Jesus como Deus (Jo 1.1,18;
8.58). Em vários trechos, Paulo identifica Jesus com Deus (Rm 9.5; FI 2.6; Tt
2.13), e o mesmo fez Pedro (2 Pe 1.1), que se refere ao Espírito Santo como
Deus (At 5.3,4). O Espírito sempre é citado junto ao Pai e ao Filho (Mt 28.19;
2 Cr 13.14) (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, Central Gospel, 2010a, p. xxxviii).
1.1.
O Espírito Santo é soberano
O
Espírito Santo pensa, conhece e sabe todas as coisas (1 Co 2.9-11); Ele ensina
00 14.26), consola (jo 14.16), testifica de Cristo e intercede em favor dos
cristãos 00 15.26; Rm 8.26). Ele é soberano conjuntamente com o Pai e com o
Filho.
Enquanto Jesus instruía Nicodemos acerca do Reino de Deus, o
Mestre usou o cenário ao Seu favor para esclarecer as dúvidas desse homem. A
conversa entre Jesus e Nicodemos aconteceu de noite (Jo 3.2). Conversas
noturnas geral-mente aconteciam no piso superior da casa. É bem provável que
enquanto eles conversavam, o vento soprava. Jesus usou o vento como um símbolo
da obra do Espírito Santo. A palavra grega traduzida por espírito também
significa vento. E como o vento sopra onde quer, de modo soberano, assim também
opera o Espírito Santo. Ninguém sabe a origem ou o destino do vento, mas todos
sabem que ele existe. O mesmo acontece com o Espírito Santo (RADMACHER; ALLEN;
HOUSE, Central Gospel, 2010a, p. 232).
1.2.
O Espírito Santo é cooperador
Em três ocasiões, o Antigo Testamento utiliza
pronomes pessoais e verbos no plural, por meio deles podemos facil-mente
compreender que o Espírito Santo estava cooperando com a obra divina.
A primeira ocorrência se dá em Gênesis, na
criação do primeiro ser humano: Façamos o homem à nossa imagem, con-forme a
nossa semelhança (Gn 1.26).
A segunda, quando Deus decidiu confundir as
línguas faladas pelos seres humanos, no episódio da torre de Babel: Desçamos e
confundamos ali sua linguagem (Gn 11.7).
A última referência está no chamado de Isaías
para a missão de profeta: Quem há de ir por nós? (Is 6.8) (RADMACHER; ALLEN;
HOUSE, Central Gospel, 2010a, p. xxxvi).
Essas passagens exemplificam a atuação do
Espírito no cumprimento dos propósitos divinos, agindo ativamente na Criação,
conduzindo desígnios humanos e vocacionando pes-soas para o serviço a Deus.
1.3.
O Espírito Santo é residente
No Novo Testamento, a ação colaboradora do
Espírito é mais profunda no homem. O Mestre assegurou que o Espírito habita no
cristão (Jo 14.17), guiando-o em toda a verdade (Jo 16.13), ensinando-lhe todas
as coisas (jo 14.26). De fato, após Seu derramamento no Pentecostes, Ele reside
no interior de cada um de Seus filhos, regenerando 00 3.3-6), batizando (1 Co
12.12,13; G13.27), revestindo (At 1.8; 2.4; 4.31), dirigindo (At 13.2) e
convencendo (Jo 16.8).
Como Jesus, o Espírito Santo também é uma
Pessoa divina (Rm 8.9). Antes de Cristo deixar a terra para voltar ao céu, para
estar com o Pai, Ele prometeu enviar um Consolador similar a Ele próprio, mas
distinto de Sua pessoa. O Filho e o Pai passaram a habitar no coração daqueles
que demonstra-ram fé por meio do Espírito Santo (Ef 2.22).
Momentos antes da Sua prisão, Cristo estava
orando por Seus discípulos. Em Sua oração sacerdotal, em João 17, declarou que
Deus habitaria nos crentes. Ele disse: Eu neles, e tu em mim, para que eles
sejam perfeitos em unidade (Jo 17.23).
Em uma das horas mais dramáticas do fim do Seu ministério, Ele
exprimiu intensos sentimentos ao Senhor, ratificando que ambos eram um só (Jo
17.21). Cristo também afirmou que Seu relacionamento com Deus é uma parceria
desde a eternidade (Jo 17.5). O Mestre fez declarações e realizou milagres que
permitiram às pessoas identificarem a semelhança dele com o Pai [em caráter e
poder]. A acusação de blasfémia, feita pelos membros do Sinédrio logo depois,
foi devido ao de Jesus admitir ser o Filho de Deus (Lc 22.70). (RADMA-CHER;
ALLEN; HOUSE, Central Gos-pel, 2010a, p. xxxvii). A verdade é que o coração da-quela
gente estava tomado de religiosidade. Muitos estavam cegos espiritualmente e
não conseguiam vislumbrar a divindade de Jesus, consequentemente, não abriam as
portas dos seus corações para Ele entrar. Ao contrário do que os incrédulos
daquele tempo fizeram, precisamos deixar nosso coração disponível para o
Espírito Santo nos habitar e transformar nossa vida.
2 . O ESPÍRITO E SEUS ATRIBUTOS
Um atributo pode ser definido como uma
característica ou uma marca que uma pessoa possui. Neste caso, para fins
didáticos, podemos classificar os atributos que Deus possui em duas categorias:
os incomunicáveis e os comunicáveis.
As qualidades divinas apenas exemplificam
algumas das características do Senhor. Existem muitas outras virtudes que não
estão citadas aqui. Evidenciar Seus atributos foi uma das formas que Ele
encontrou para revelar-se ao homem. O Senhor, em Sua plenitude, é inexplicável
e inconcebível para nossa mente tão limitada, mas, observando alguns de Seus
atributos, conseguimos entender um pouco melhor quem Deus é.
É
preciso compreender que todas as características inerentes ao Senhor também
estão presentes no Espírito Santo, por isso as estamos estudando nesse momento.
2.1.
Atributos incomunicáveis
O Espírito Santo não é simplesmente uma pessoa,
Ele é como o Pai e como o Filho. As Sagradas Escrituras claramente apresentam
Suas características divinas. Os atributos incomunicáveis são exclusividades de
Deus, apenas Ele os possui: a onipresença, a onipotência, a onisciência, a
soberania e a eternidade. Vejamos alguns exemplos desses atributos do Espírito:
• Ele é Deus (At 5.3,4);
• Ele é eterno (Hb 9.14);
• Ele é onipotente (Rm 15.19; At 1.8; Rm 8.11);
• Ele é onisciente (1 Co 2.9-11);
• Ele é onipresente (SI 139.7,8).
2.2. Atributos comunicáveis
Os atributos comunicáveis são aqueles que Deus
compartilha com a Sua criação, como o amor, a bondade, a misericórdia, a
sabedoria e a santidade.
• Ele é amoroso (Rm 5.5);
• Ele é misericordioso (Ef 2.4);
• Ele é sábio (1 Co 2.13; 12.8);
• Ele é santo (1 Co 6.14-20; 1 Pe 1.15,16).
3 OS ATRIBUTOS DO ESPÍRITO SANTO
NA POESIA HEBRAICA
Encontramos no Livro de Salmos, pelo menos,
quatro menções diretas ao termo Espírito Santo. Então, podemos entender que Ele
também era como Deus.
• O salmista implorou a Deus: Não me lances
fora da tua presença e não retires de mim o teu Espírito Santo (S151.11). Davi
sabia que o Espírito de Deus podia retirar-se dele por causa do pecado, como
aconteceu com Saul (1 Sm 16.14).
• O salmista indagou: Para onde me irei do teu
Espírito ou para onde fugirei da tua face (Si 139.7)? Ele reconheceu o atributo
divino da onipresença. O Salmo 139, atribuído a Davi, é um salmo de sabedoria e
de louvor descritivo. Essa mistura não é incomum nos Salmos (Si 145; 146). O
poema descreve os atributos do Senhor não como características abstratas, mas
como qualidades reais, por meio das quais Ele se relaciona com Seu povo
(RADMACHER; ALLEN; HOUSE, Central Gospel, 2010a, p. 938).
• O salmista pediu orientação ao Espírito de
Deus a fim de que Ele o livrasse dos seus inimigos: Ensina-me a fazer a tua
vontade, pois és o meu Deus; guie-me o teu bom Espírito por terra plana (51
143.10).
• O salmista reconhece que a glória de Deus
também se manifesta em Sua criação: Envias o teu Espírito, e são cria-dos, e
assim renovas a face da terra. A glória do SENHOR seja para sempre! Alegre-se o
Senhor em suas obras (Si 104.30,31)!
CONCLUSÃO
O Espírito Santo é o revelador da verdade, é
fácil concluir porque Ele é o agente que conduz o homem a Cristo. Ele convence
o homem do seu pecado 00 16.8-11), leva-o ao arrependimento, regenera-o (Tt
3.5) e santifica-o (2 Ts 2.13).
Assim, quando alguém entende que está perdido
em seus delitos e pecados, arrepende-se e volta-se para Deus, confiando no
sacrifício de Jesus; o Espírito Santo, que já vinha atu-ando sobre o
entendimento dessa pessoa no sentido de ela perceber o plano de salvação e
aceitá-lo, vem, após a conversão, fazer morada no coração do novo convertido,
fazendo-o compreender as Escrituras e a vontade de Deus e gerando-o
espiritualmente para uma nova vida em Cristo.
Ao contemplarmos os atributos do Espírito
Santo, reconhecemos que Sua essência é a mesma do Pai. Não há distinção entre
eles, embora cada um aja com intenções autônomas.
ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO
1. Quais são os dois tipos de atributos que o
Espírito Santo possui devido à Sua divindade?
R.: Os
dois são: os atributos incomunicáveis (exclusividades de Deus) e os atributos
comunicáveis (Deus compartilha com a Sua criação).
Lições
da Palavra de Deus - PROFESSOR 61
CENTRAL GOSPEL

A DIVINDADE DO ESPÍRITO SANTO
Acerquemo-nos deste sublime assunto com
reverência, santo temor e oração, tendo em mente que se trata de um assunto
assaz difícil, haja vista o Espírito Santo não falar de si mesmo (Jo 16.13). O
eterno Deus, o Pai, revela muito de si mesmo nas Páginas Sagradas; de igual
modo, o Filho. Mas o divino Consolador, não. Daí tratar-se este assunto de um
insondável mistério, do qual devemos nos acercar primeiramente pela fé em
Cristo (Rm 3.27).
A terceira Pessoa da Trindade não aparece com
nomes revelados, como o Pai e o Filho, e sim com títulos descritivos das suas
natureza e missão no mundo, entre os homens, bem como através de seus atos
realizados. “Espírito Santo” não é rigorosamente um nome como apelativo, e sim
um título descritivo da sua natureza (Espírito) e da sua missão principal
(Santo), a de santificar-nos nesta dispensação.
Ele habita nos servos do Senhor Jesus. As suas
operações, portanto, são invisíveis, nas profundezas do nosso interior. Todos
esses fatos mencionados tomam o estudo sobre o Espírito Santo muito difícil,
cabendo aqui a pergunta: “Porventura alcançarás os caminhos de Deus, ou
chegarás à perfeição do Todo-poderoso?” (Jó 11.7). O Espírito Santo, como Deus,
age de maneira multiforme. Em I Coríntios 2.4-12, o Espírito de Deus é
mencionado de modo enfático como devendo ter toda primazia em nossas vidas, em
nosso meio e em nosso trabalho. O espírito do homem, mencionado no versículo I
I , só entende as coisas humanas, terrenas, naturais (Pv 20.27; 27.19; Jr 17.9).
Nossa santificação deve, pois, prevalecer em nosso espírito, e daí abranger
alma e corpo (I Ts 5.23).
Na primeira passagem em apreço, o “espírito do
mundo” também é mencionado (v. 12), o qual é pecaminoso e nocivo ao cristão. O
aviso sobre isso, na Palavra de Deus, é enfático e claro (I Jo 2.15-17; 5.19;
Jo 14.30; 17.14,16).
Seis diferentes “coisas” aparecem na passagem de
I Coríntios 2.9-16: ( I ) as que Deus preparou para os que o amam (v.9); (2) as
das profundezas de Deus (v. 10); (3) as do homem (v.I I); (4) as de Deus (v.I
I); (5) as espirituais (v. 13); e (6) as do Espírito de Deus (v. 14). Um a
dessas “coisas” alude à esfera humana; as demais são da parte de Deus. Isso
denota a sua multiforme ação.
Ainda tomando como base o texto de I Coríntios 2.4-14,
vemos que o Espírito Santo é mencionado juntamente com o Senhor Deus
(vv.5,7,9-12,14) e o Senhor Jesus Cristo (v.8; também os vv.2,I6), o que já
denota a divindade do Espírito Santo. Essa sublime verdade da Trindade Santa
vê-se também através da Bíblia em muitas outras passagens, como I Coríntios
12.4-6.
Os
ATRIBUTOS DIVINOS DO ESPÍRITO SANTO
Onipotência.
O divino Consolador tem pleno poder sobre todas
as coisas (SI 104.30). O Espírito Santo tem poder próprio. Ê dEle que flui a
vida, em suas dimensões e sentidos bem como o poder de Deus (SI 104.30; E f
3.16; At 1.8). Isso é uma evidência da deidade do Espírito Santo. Ele tem
autoridade e poder inerentes, como vemos em toda a Bíblia, máxime em o Novo
Testamento.
Em I Coríntios 2.4, na única referência (no
original) em que aparece o termo traduzido por “demonstração do Espírito
Santo”, designa-se literalmente uma demonstração operacional, prática e
imediata na mente e na vida dos ouvintes do evangelho de Cristo. E isso ocorre
pela poderosa ação persuasiva e convincente do Espírito, cujos efeitos
transformadores foram visíveis e incontestáveis na vida dos ouvintes de então,
confirmando o evangelho pregado pelo apóstolo Paulo (I Co 2.4,5).
Era nítido o contraste entre a ação poderosa do
Espírito e os métodos secos e repetitivos dos mestres e filósofos gregos da
época, que tentavam convencer e conseguir admiradores e discípulos mediante
demonstrações encenadas de retórica, dialética e argumentação filosófica; isto
é, “sabedoria dos homens” (v.5). Que diferença faz o evangelho de poder do
Senhor Jesus Cristo, o qual “é o poder de Deus para a salvação de todo o que
crê” (Rm 1. 16)1
Paulo
reconhecia que os mestres gregos o superavam em capacidade acadêmica e humana
(2 Co 10.10; 1 1.6). Mas a sabedoria, a oratória e a argumentação filosófica
deles era tão-somente um espetáculo teatral, vazio, que atingia apenas os
sentidos dos espectadores. No apóstolo Paulo, ao contrário, operava, nesse
sentido, o poder de Deus (I Co 2.4,5; Cl 1.29; I Ts 1.5; 2 Co 13.10).
O poder do Espírito Santo, que evidencia a sua
deidade, é também revelado em passagens como Lucas 1.35, Jó 26.13 e 33.4,
Salmos 33.6 e Gênesis 1.1,2. Esse divino poder, como já afirmamos, é liberado
através da pregação do evangelho de Cristo:
1) N a conversão dos ouvintes (At 2.37,38).
2) No batismo com o Espírito Santo para os novos
crentes (At 10.44).
3) N a expulsão de espíritos malignos (At 8.6,7;
Lc 11.20).
4) N a cura divina dos enfermos (At 3.6-8).
5) N a obediência dos crentes ao Senhor (Rm 16.19).
Onisciência.
Esta é mais uma evidência da deidade do Espírito
Santo, o qual sabe e conhece todas as coisas (I Co 2.10,11). Isso é um fato
solene, mormente se considerarmos que Ele habita em nós: “habita convosco, e
estará em vós” (Jo 14.17). A primeira parte dessa declaração de Jesus indica a
permanência do Espírito Santo em nós (“habita convosco”); e a segunda, a sua
presença constante dentro de nós ( “e estará em vós”).
Alguém pode habitar numa casa e não estar
presente nela em determinada ocasião. Porém, o Espírito Santo quer estar sempre
presente no crente, como uma das maravilhas dessa “tão grande salvação” (H b
2.3).
Aos que amam a Deus, o Espírito Santo revela as
infinitas e indizíveis bênçãos preparadas para os salvos, já nesta vida, e muito
mais na outra (I Co 2.9,10). O profeta Isaías, pelo Espírito, profetizou essas
maravilhas (64.4; 52.15). Os demais profetas do Antigo Testamento também
tiveram a revelação divina dessas coisas miríficas que os santos desfrutarão na
glória (I Pe I.10-12). O Espírito também revelou aos escritores do Novo
Testamento essas maravilhas consoladoras, inclusive a Paulo (I Co 2.10).
Ele é o nosso divino Mestre na presente
dispensação da Igreja (I Co 2.13), como já estava predito em Provérbios 1.23.
Concernente a esta missão do Espírito Santo, Jesus declarou: “Esse vos ensinará
todas as coisas” (Jo 14.26). O texto de Lucas 12.12 também é bastante
elucidativo quanto a mais esta ação do Espírito na igreja.
Onipresença.
O Espírito Santo está presente em todo lugar (SI
139.7-10; I Co 2.10). Atentemos para duas ênfases contidas nesses textos que
evidenciam a onipresença do Espírito: “Para onde me irei do teu Espírito, ou
para onde fugirei da tua face?” e “O Espírito penetra todas as coisas, amda as
profundezas de Deus”.
Eternidade.
Ele é
infinito em existência; sem princípio; sem fim; sem limitação de tempo (H b
9.14). Ele estava presente no princípio, quando todas as coisas foram criadas
(Gn 1.1,2).
Outros atributos.
O Espírito de Deus é denominado Senhor (2 Co
3.16-18); é descrito como Criador (Jó 26.13; 33.4; SI 33.4; 104.3; Gn 1.1,2; Ez
37.9,10); e é classificado e mencionado juntamente com o Pai e o Filho, o que,
claramente, é uma grande evidência da sua divindade.
1) N a
fórmula doutrinária do batismo nas águas (M t 28.19). Aqui a Bíblia não diz
“nos nomes”, como se as três Pessoas da santíssima Trindade fossem uma só, mas
“em nome” — singular — , distinguindo cada Pessoa existente em Deus: o Pai, o
Filho e o Espírito Santo.
2) Na invocação da bênção tríplice sobre a
igreja (2 Co 13.13).
3) Na doutrina da habitação do Espírito Santo no
crente (Rm 8.9).
4) N a descrição bíblica do estado do crente
diante de Deus (I Pe 1.2).
5) Nas diretrizes ao povo de Deus (Jd vv.20,2I).
Aqui o Espírito Santo é mencionado primeiro; em seguida, o Pai; por fim, o
Filho.
6) N a doutrina da unidade da fé cristã (E f
4.4-6). Aqui também o Espírito é mencionado em primeiro lugar, seguido do
Senhor Jesus e de Deus, o Pai.
7) N a saudação bíblica às sete igrejas da Asia
(Ap 1.4,5).
Pneumatologia — a Doutrina do Espírito Santo
ANTONIO GILBERTO

No MOVIMENTO
PENTECOSTAL
A
continuidade da obra do Espírito Santo, no decurso da história do povo de Deus,
foi o enfoque da seção anterior. Embora a atividade tenha aumentado em número,
à medida em que a Igreja cresce, o mesmo Espírito Santo que operava no mundo
antes do dia de Pentecoste continua operando hoje. Mesmo assim, em razão da
revelação e da compreensão progressivas, nosso modo de entender a obra do
Espírito deve ser mais claro. Temos à disposição o cânon inteiro da Bíblia e
dois mil anos de história. Por esta razão, a Igreja de hoje está em nítida
vantagem, até mesmo sobre a Igreja do Novo Testamento.
Durante os primeiros anos do Movimento Pentecostal,
tornar-se pentecostal geralmente significava ser forçado a abandonar a
denominação original e ingressar em alguma das comunidades pentecostais. Ainda
hoje alguns pentecostais expressam consternação quando uma pessoa, tendo sido
batizada no Espírito Santo e identificada como crente carismática, ainda
continua numa igreja tradicional, protestante, católica ou ortodoxa. Embora a
sã doutrina seja indispensável ao processo da santificação, o Espírito Santo
parece estar mais interessado no que a pessoa tem no coração do que em seu
sistema teológico. De que outra maneira poderíamos explicar o batismo no
Espírito Santo desfrutado por pentecostais unitarianos e trinitarianos, sem
falar nos que pertencem à renovação carismática? Deus lida conosco do jeito que
somos e nos salva e habita em nós e nos batiza. A partir de então, o Espírito
Santo começa a tranformar-nos à imagem de Cristo.
Paulo nos revela que, se confessarmos com a
nossa boca que Jesus é Senhor e realmente crermos que Deus o ressuscitou dentre
os mortos, seremos salvos. Porque, quando cremos no coração, somos
justificados. E, quando confessamos que Deus ressuscitou Jesus dentre os
mortos, somos salvos (Rm 10.9,10). Paulo nos garante que ninguém pode dizer:
"Jesus é Senhor", a não ser pelo Espírito Santo (1 Co 12.3). Paulo
não está afirmando ser impossível aos hipócritas ou falsos mestres falarem, da
boca para fora, as palavras "Jesus é Senhor". Mas dizer que Jesus é
verdadeiramente Senhor (que envolve o compromisso de segui-lo e de cumprir sua
vontade, ao invés de a nossos próprios planos e desejos) exige a presença do
Espírito Santo dentro de nós e o coração e espírito novos, conforme conclama
Ezequiel 18.31. Nosso próprio ser confessa que Jesus é Senhor à medida que o
Espírito Santo começa a transformar-nos segundo a imagem de Deus. A
transformação interior é sinal para o indivíduo de que ele é membro do corpo de
Cristo. A manifestação exterior da transformação, embora varie de pessoa para
pessoa, é um sinal para a Igreja.
Um
problema relacionado à atividade do Espírito Santo como sinal da inclusão no
corpo de Cristo tem crescido entre membros da terceira e quarta gerações de
jovens no Movimento Pentecostal tradicional. Nas igrejas pentecostais, as
posições de liderança estão reservadas àqueles que podem testificar que foram
batizados no Espírito Santo com a evidência física inicial de falar em línguas.
Este conceito é bíblico (At 6.3,5) e uma ênfase importante do Movimento
Pentecostal.29 Mesmo assim, provoca graves efeitos colaterais para alguns que
sabem que são salvos. Experimentam o contínuo poder do Espírito Santo
transformando sua vida, mas se sentem como cidadãos de segunda classe. Para
eles, o batismo no Espírito Santo torna-se uma necessidade social, ao invés de
desejo por um relacionamento espiritual mais profundo, que é inaugurado com o
batismo no Espírito Santo. 30
Daí a necessidade de se ressaltar que a
atividade do Espírito Santo nos crentes, quer no momento da salvação, quer na
ocasião do batismo no Espírito Santo, é muito mais um sinal para o indivíduo
que para a congregação. Muitas pessoas são salvas durante a oração individual,
quando estão a sós. Assim também aqueles batizados no Espírito num lugar
particular de oração. Mesmo se formos salvos e batizados no Espírito durante
uma reunião pública, quantos dos presentes irão lembrar do que nos aconteceu
depois de algumas semanas, meses ou anos? Se mudarmos para um endereço onde
ninguém nos conhece, os crentes ali não terão testemunhado o que nos aconteceu.
Estarão na dependência de nossas palavras e do nosso bom testemunho cristão,
para comprovar a atividade do Espírito Santo em nossa vida.
COMO
CONSOLADOR
Conforme observado no estudo dos títulos do
Espírito Santo, eles nos oferecem chaves para entendermos a sua pessoa e obra.
A obra do Espírito Santo como Consolador inclui o seu papel como Espírito da
Verdade que habita em nós (Jo 14.16; 15.26), como Ensinador de todas as coisas,
como aquEle que nos faz lembrar tudo o que Cristo tem dito (14.26), como aquEle
que dará testemunho de Cristo (15.26) e como aquEle que convencerá o mundo do
pecado, da justiça e do juízo (16.8).31 Não se pode subestimar a importância
dessas tarefas. O Espírito Santo, dentro em nós, começa a esclarecer as crenças
incompletas e errôneas sobre Deus, sua obra, seus propósitos, sua Palavra, o
mundo, crenças estas que trazemos conosco ao iniciarmos nosso relacionamento
com Deus. Conforme as palavras de Paulo, é uma obra vitalícia, jamais
completada neste lado da eternidade (1 Co 13.12). Claro está que a obra do Espírito
Santo é mais que nos consolar em nossas tristezas; Ele também nos leva à
vitória sobre o pecado e sobre a tristeza.32 O Espírito Santo habita em nós
para completar a transformação que iniciou no momento de nossa salvação. Jesus
veio para nos salvar dos nossos pecados, e não dentro deles. Ele veio não
somente para nos salvar do inferno no além. Veio também para nos salvar do
inferno nesta vida terrestre - o inferno que criamos com os nossos pecados.
Jesus trabalha para realizar essa obra por intermédio do Espírito Santo.
COMO
ENSINADOR
O
Espírito Santo pode e irá ajudar todo crente a interpretar e compreender
corretamente a Palavra de Deus e a sua obra contínua neste mundo. Ele nos
levará a toda a verdade. Esta promessa, no entanto, exige também que cooperemos
com o nosso esforço. Devemos ler com cuidado e com oração. Deus jamais teve a
intenção de fazer da Bíblia um livro de difícil compreensão para o seu povo.
Porém, se não nos dispusermos a cooperar com o Espírito Santo mediante o estudo
e a aplicação de regras sadias de interpretação, nosso modo de entender a
Bíblia - nossa regra infalível da fé e conduta - ficará carregado de erros.33 O
Espírito Santo nos levará a toda a verdade à medida que lermos e estudarmos
cuidadosamente a Bíblia, sob sua orientação.
Uma das verdades ensinadas pelo Espírito Santo é
que não podemos recitar uma fórmula mágica do tipo: "Amarro Satanás;
amarro minha mente; amarro minha carne. Agora, Espírito Santo, creio que os
pensamentos e as palavras que se seguem vêm todos de ti!" Não nos é lícito
usar encantamentos para submeter Deus à nossa vontade. João admoesta a Igreja:
"Provai se os espíritos são de Deus" (1 Jo 4.1). Significa que
devemos permitir ao Espírito da Verdade orientar-nos na tarefa de interpretar a
Palavra de Deus e a testar, pelas Escrituras, os nossos pensamentos e os de
outras pessoas. Há perigos genuínos neste assunto. Certo autor reivindica, na
capa do seu livro: "Este livro foi escrito no Espírito".34 Outra
reivindicação do seu livro: "Predições cem por cento corretas das coisas
do porvir".35 A tarefa do leitor, com a ajuda do Espírito Santo, é seguir
o exemplo dos bereanos, que o próprio Espírito recomenda através das palavras
de Lucas. Eles persistiam "examinando cada dia nas Escrituras se estas
coisas eram assim" (At 17.11). Cada crente deve ler, testar e compreender
a Palavra de Deus e os ensinos a respeito dela. O crente pode fazer assim
confiadamente, na certeza de que o Espírito Santo, que habita em cada um de
nós, irá levar-nos a toda a verdade.
Ainda há um outro aspecto da obra do Espírito
Santo como Ensinador: a preparação de Jesus, o Filho encarnado de Deus, para
sua tarefa de Rei, Sacerdote e Cordeiro sacrificial. O Espírito Santo veio
sobre Maria e lançou a sua sombra sobre ela, gerando nela Jesus, o Filho de
Deus.
O Espírito Santo foi ensinando o Menino Jesus de
tal maneira que, aos 12 anos de idade, deixou atônitos os mestres no Templo.
"E o menino crescia e se fortalecia em espírito, cheio de sabedoria; e a
graça de Deus estava sobre ele" (Lc 2.40). Depois de seu batismo no
Jordão, Jesus que, segundo a descrição, estava cheio do Espírito Santo, lutou
contra o adversário durante quarenta dias (Lc 4.1-13). Jesus continuou a andar
cheio do Espírito Santo. Por isso, sempre que o diabo buscou oportunidade para
tentá-lo ainda mais, os resultados foram os mesmos. Jesus "como nós, em
tudo foi tentado, mas sem pecado" (Hb 4.15; ver também 2.10-18). Se
estivermos cheios do Espírito Santo na luta contra nossa carne e contra o
Adversário, também poderemos vencer nossas tentações com a ajuda do Espírito.
Cristo veio para nos salvar dos nossos pecados, e não neles. O Espírito Santo
estava ativo no ministério de Jesus e no dos discípulos. O Espírito Santo
estava operante na pregação e nos milagres dos 12 discípulos e depois com os 72
que Jesus enviou a pregar o Reino de Deus. 36
Outro aspecto dessa tarefa é a ajuda do Espírito
para lembrar-nos de tudo quanto Jesus tem dito. Podemos lembrar somente das
coisas que já sabemos e das quais nos esquecemos pela falta de prática. Essa-
ajuda da parte do Espírito Santo exige que os crentes estudem e memorizem a
Palavra, com a certeza de que o Espírito lhes lembrará de tudo quanto Jesus tem
dito, quando precisarem. 37 Os que se deleitam na Palavra de Deus e nela meditam
tornam-se como árvores plantadas à beira de um riacho (SI 1.2,3). Em Lucas
24.6-8, os discípulos são perguntados por que procuram os vivos entre os
mortos. Decerto as palavras dos mensageiros foram usadas pelo Espírito para
fazê-los lembrar das palavras de Jesus. Em João 2.19, Jesus disse:
"Derribai este templo, e em três dias o levantarei". Ninguém entendeu
o que Jesus quis dizer, porém, "quando, pois, ressuscitou dos mortos, os
seus discípulos lembraram-se de que lhes dissera isso; e creram na Escritura e
na palavra que Jesus tinha dito" (2.22). João 12.16 é um exemplo
semelhante dessa obra do Espírito Santo.
Além disso, o Espírito Santo também é o
Ensinador do descrente. Nessa tarefa, o Espírito (segundo as palavras de Jesus)
convence o mundo "do pecado, e da justiça, e do juízo: do pecado, porque
não creem em mim; da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais; e
do juízo, porque já o príncipe deste mundo está julgado" (Jo 16.8-11).
Esse fato combina com a obra do Espírito Santo de atrair a pessoa à salvação.
Em João 14.6, Jesus declara: "Ninguém vem ao Pai senão por mim". Em
João 6.44, afirma: "Ninguém pode vir a mim, se o Pai, que me enviou, o não
trouxer". E o Espírito Santo quem atrai cada ser humano a Deus, embora
muitos recusem essa atração. Ele nunca deixa de clamar, sem cessar: "Mas
por que morrereis? Arrependei-vos e vivei!"38
A atividade do Espírito Santo como aquEle que dá
testemunho de Cristo começa no Antigo Testamento e continua até hoje. O
Espírito Santo inspirava os profetas do Antigo Testamento à medida que
escreviam as profecias acerca do Messias vindouro. Isso não significa que o
autor humano ou seu auditório - imediato ou indireto - compreendessem sempre o
impacto de tudo quanto estava sendo escrito ou lido. Isaías 11.1,2 é um bom
exemplo de uma profecia messiânica facilmente reconhecível:
Porque brotará um rebento do tronco de Jessé, e
das suas raízes um renovo frutificará. E repousará sobre ele o Espírito do
Senhor, e o Espírito de sabedoria e de inteligência, e o Espírito de conselho e
de fortaleza, e o Espírito de conhecimento e de temor do Senhor.
Outros textos bíblicos, como Isaías 53 e Salmos
110.1, exigiram mais ajuda do Espírito Santo e, até certo ponto, de alguma luz,
recebida após a ressurreição. É evidente que nem os discípulos nem os fariseus
reconheciam um Messias sofredor, nem estavam esperando um assim.
Lucas nos informa que o Espírito Santo deu
testemunho do Cristo que estava para vir, através de João Batista, dos pais
deste, de Maria e de Simeão e Ana, em Jerusalém (ver Lc 1-3). Em João 16.13-15,
Jesus declara que a obra do Espírito Santo não é falar por conta própria, mas
somente aquilo que o Pai e o Filho lhe mandam dizer.
COMO
PROMESSA
É difícil sugerir que um dos títulos ou
propósitos do Espírito Santo seja mais importante que outro. Tudo que o
Espírito faz é vital para o Reino de Deus. Há, no entanto, um propósito, uma
função essencial do Espírito Santo, sem a qual tudo quanto se tem dito a
respeito dEle até agora não passa de palavras vazias: o Espírito Santo é o
penhor que garante nossa futura herança em Cristo.
Em quem [Cristo] também vós estais, depois que
ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele
também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa; o qual é o
penhor da nossa herança, para redenção da possessão de Deus, para louvor da sua
glória (Ef 1.13,14).
Qual a garantia oferecida pela operação do
Espírito Santo em nossa vida e na vida da Igreja? Porque sabemos que, se a
nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício,
uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus. E, por isso, também gememos,
desejando ser revestidos da nossa habitação, que é do céu; se, todavia, estando
vestidos, não formos achados nus.
Porque também nós, os que estamos neste
tabernáculo, gememos carregados, não porque queremos ser despidos, mas
revestidos, para que o mortal seja absorvido pela vida. Ora, quem para isso
mesmo nos preparou foi Deus, o qual nos deu também o penhor do Espírito (2 Co
5.1-5; ver também 2 Co 1.22; Ef 4.30).
Mediante o Espírito Santo, podemos conhecer a
Deus, mediante a experiência, de conformidade com a palavra hebraica yada'
("conhecer por experiência"). Nossa experiência com o Espírito Santo
serve-nos de comprovação da ressurreição de Cristo. Conforme declara Paulo em 1
Coríntios 15, se Cristo não ressuscitou dentre os mortos, jamais haverá uma
ressurreição geral, e todas as nossas crenças em Deus e na salvação não passam
de mentiras. Conforme já notamos a respeito de Samuel, há uma diferença entre
saber a respeito de uma pessoa - ou de Deus - e conhecer alguém - ou a Deus -
através de um encontro pessoal e de experimentar a sua presença.
O conhecimento intelectual da Bíblia não é o
conhecer a Deus. Muitos teólogos e comentaristas da Bíblia - os quais conheci
pessoalmente ou apenas através dos seus escritos - sabem mais a respeito de
religião, história da Igreja, conteúdo da Bíblia e teologia do que muitos que
se definem como cristãos. Mesmo assim, nunca reconheceram a reivindicação do
Espírito Santo nas sua vidas, nem se renderam a Ele. Não têm nenhuma
experiência de Deus em suas vidas. Acreditam que, se eles não tiveram nenhuma
experiência com Deus, não é possível que outra pessoa a tenham. Negam,
portanto, a existência de Deus e criticam os cristãos, dizendo que estes
interpretam suas experiências subjetivas como a atividade de Deus na sua vida.
Declaram que não há evidência da atividade divina no Universo. Tudo isso,
porém, baseia-se na sua exegese distorcida.
Agora, podemos começar a dar o devido valor à
importância da obra do Espírito Santo como sinal da inclusão do crente no corpo
de Cristo e como sinal diante da Igreja. O Espírito Santo confirma não somente
a ressurreição, mas também, por extensão, a veracidade das Escrituras. Sem o
penhor ("primeira prestação") do Espírito Santo para nos ensinar,
guiar na verdade e dar testemunho de Cristo, não haveria hoje igreja nenhuma,
porque não haveria Evangelho a ser pregado.
Stanley-Horton-Teologia-Sistematica

CAP 3
- O ESPÍRITO SANTO
A PERSONALIDADE DO ESPÍRITO SANTO
INTRODUÇÃO
A personalidade (quer dizer, a qualidade ou fato
de ser uma pessoa) do Espírito Santo é um fato descrito na Bíblia tanto quanto
a personalidade do Pai e do Filho. Quando o homem nega essa verdade fica
evidente uma cegueira Satânica. Satã, quem ataca toda a verdade, tem atuado em
duas frentes contra a doutrina da personalidade do Espírito Santo:
1. Negação doutrinária
O herege antigo, Arius, falou do Espírito como a
"energia exercida por Deus". Isso reduz o Espírito de Deus à uma mera
amostra do poder do Pai. Este erro ainda é divulgado por várias seitas.
2. Negação prática
Há muitos religiosos que, mesmo não negado a
doutrina da personalidade do Espírito em suas confissões de fé, na prática vêem
a Ele como um simples poder. Devido a obra do Espírito ser invisível eles o
confundem com as suas obras e dons. Este povo freqüentemente refere-se ao
Espírito como se fosse possível ter "muito" dEle. O autor lembre se
de uma ocasião quando um Pastor Batista disse, "o Espírito esteve aí com
grande poder". Este homem piedoso então corrigiu a si mesmo dizendo, "O
Espirito esteve aí com infinito poder e manifestou grande poder." Que
sejamos cuidadosos quando falamos do Espírito bendito de Deus.
As igrejas primitivas conheciam o Espírito Santo
como uma Pessoa Divina que poderia ser seguida (Atos 13:2) e com Quem poderiam
ter comunhão (II Coríntios 13:14). Devemos estar alertas para notarmos quando
perdemos o reconhecimento da Sua presença e Pessoa.
I. O ESPÍRITO SANTO ESTÁ ASSOCIADO
AO PAI E AO FILHO.
É impossível entender como alguém pode negar a
personalidade do Espírito e ainda ter bom senso com as Escrituras (Mateus
28:19; II Coríntios 13:14; I João 5:7). Alguém mencionaria um mero
"exercício de esforço" em uma lista de personalidades.
II. O ESPÍRITO SANTO TEM TODOS OS
ATRIBUTOS DE UMA PESSOA
A. Ele pensa - I Coríntios 2:10-11; Atos 15:28.
B. Ele sente
1. Ele pode ser entristecido - Efésios 4:30
2. Ele pode ser contristado - Isaías 63:10
3. Ele ama - Romanos 15:30 (podemos mencionar aqui que é impossível entristecermos a uma pessoa que não nos ama).
2. Ele pode ser contristado - Isaías 63:10
3. Ele ama - Romanos 15:30 (podemos mencionar aqui que é impossível entristecermos a uma pessoa que não nos ama).
C. Ele exercita volição (poder de escolha) - I
Coríntios 12:11.
D. Ele age
D. Ele age
1. Ele inspirou as Escrituras - II Pedro 1:21
2. Ele ensina - João 14:26
3. Ele guia - Romanos 8:4
4. Ele fala - Atos 8:29; 13:2
5. Ele convence - João 16:8-11
6. Ele regenera - João 3:5
7. Ele conforta - João 14:16
8. Ele testifica - João 15:26
9. Ele intercede - Romanos 8:26
10. Ele chama para o ministério - Atos 13:2; 20:28
11. Ele cria - Jó 33:4
2. Ele ensina - João 14:26
3. Ele guia - Romanos 8:4
4. Ele fala - Atos 8:29; 13:2
5. Ele convence - João 16:8-11
6. Ele regenera - João 3:5
7. Ele conforta - João 14:16
8. Ele testifica - João 15:26
9. Ele intercede - Romanos 8:26
10. Ele chama para o ministério - Atos 13:2; 20:28
11. Ele cria - Jó 33:4
E. O Espírito Santo nunca deve ser confundido
com os Seus dons - (I Coríntios 12:4, 7-11; Atos 2:38). Todos os Cristãos têm o
"dom do Espírito Santo," mas ninguém tem toda a "diversidade de
dons".
F. Cristo confortou os Apóstolos com a promessa
da presença de uma outra pessoa divina em sua ausência - João 14:16.
A palavra 'parakletos', traduzida
como "Consolador" em João 14:16, é traduzida como
"Advogado" em I João 2:1 e neste versículo refere-se a Jesus Cristo.
Jesus Cristo é nosso Consolador e assim segue o Espírito, "outro
Consolador" que deve ser igualmente uma pessoa divina. A palavra grega
usada em João 14:16 para "outro" é allos que
significa "um outro do mesmo tipo" ao invés de heteros que
Significa "um outro de um tipo diferente."
G. As ações do homem para com o Espírito
provam que Ele é uma pessoa
1. O homem blasfema contra o Espírito - Mateus
12:31. A natureza do pecado que não tem perdão prova a personalidade do
Espírito. A blasfema contra uma pessoa e não contra um poder é que não tem
perdão.
2. O homem mente ao Espírito Santo - Atos 5:3.
3. O homem tenta o Espírito Santo - Atos 5:9.
4. O homem resiste o Espírito Santo - Atos 7:51.
5. O homem obedece o Espírito Santo Atos 13:2,3.
2. O homem mente ao Espírito Santo - Atos 5:3.
3. O homem tenta o Espírito Santo - Atos 5:9.
4. O homem resiste o Espírito Santo - Atos 7:51.
5. O homem obedece o Espírito Santo Atos 13:2,3.
H. São pronomes pessoais usados em
referência ao Espírito Santo.
Em Atos 13:2 é usado o pronome !me? e o verbo na
primeira pessoa !tenho? ; em João 15:26 o pronome !ele? é usado, também, em João
16:8,13.
CONCLUSÃO
Nas lições seguintes estudaremos os dons e as
operações do Espírito Santo. Antes de começarmos, deixe me implorar para que
você entenda Quem é o Espírito Santo. Como um jovem crente eu vi muitas igrejas
pregarem a obra de Cristo e o plano da salvação, mas, evidentemente,
esqueceram-se da pessoa de Cristo. Não devemos cometer o mesmo erro em se
tratando do Espírito Santo.
Autor: Pr Ron Crisp
Tradução: Albano Dalla Pria
Revisão e Editoração: Calvin Gardner
Fonte: www.palavraprudente.com.br
Tradução: Albano Dalla Pria
Revisão e Editoração: Calvin Gardner
Fonte: www.palavraprudente.com.br

A
DOUTRINA DO ESPIRITO SANTO
O estudo da doutrina da Espírito Santo segue,
em ordem natural, o da doutrina de Jesus e o da salvação, porque é o Espírito
Santo que tem de aplicar a obra feita por Jesus aos corações dos homens.
Infelizmente, o estudo desta doutrina é um dos mais negligenciados, não
obstante ser ela uma das mais importantes em toda a Teologia. Há grande
necessidade de o crente estudar bem o que ensina a Bíblia sobre o Espírito
Santo e o seu trabalho. Há, talvez, mais ignorância sobre o Espírito Santo e o
seu trabalho do que sobre qualquer outra fase importante da Teologia.
Certamente nenhum crente quer roubar a glória a esta Pessoa da Trindade, e
ninguém há que possa ignorar o seu grande trabalho. Pelo que se torna muito
necessário que examinemos as Escrituras para vermos o que nela encontramos
sobre a Pessoa do Espírito Santo e sobre o seu trabalho.
Esta
doutrina também é de máxima importância do ponto de vista prático, porque, se
pensarmos do Espírito Santo como mera influência ou poder qualquer, o nosso
desejo será, então, saber como podemos nos apossar dessa influência ou poder.
Ainda mais, se considerarmos o Espírito Santo como um ser impessoal, havemos de
considerar o trabalho de converter o mundo como um trabalho nosso. E, assim
sendo, a questão será, como é que podemos lançar mão deste poder a fim de fazer
melhor o nosso trabalho?
1 .
A PERSONALIDADE DO ESPIRITO SANTO
Devemos,
porém, pensar no Espírito Santo como no-lo apresenta a Bíblia, isto é, como uma
Pessoa. E então a nossa preocupação não será mais como podemos nos apossar do
Espírito para realizarmos o nosso trabalho, senão como nos entregarmos a ele
para que realize, por nosso meio, a sua obra no mundo. Há grande diferença
entre a idéia de fazermos muita coisa por meio do Espírito Santo e a idéia de o
Espírito Santo operar maravilhas por nosso meio. A primeira idéia é pagã,
exalta o homem acima do Espírito Santo. Quem lê a história sabe que os pagãos
queriam que os seus deuses os auxiliassem em todo empreendimento. Abraão
Lincoln disse que fazia mais empenho em estar ao lado de Deus do que em estar
Deus ao seu lado. O homem é quem auxilia a Deus, e. não Deus ao homem. A idéia
de que o Espírito Santo é o dirigente e que o homem deve cooperar com ele é uma
idéia cristã, porque exalta o Espírito Santo acima do homem e leva este a
descobrir-se e a santificar-se na presença dele. Infelizmente, há muitas
pessoas que têm a mesma atitude para com o Espírito Santo que Pedro mostrou uma
vez para com Jesus. «Desde então começou Jesus a mostrar aos seus discípulos
que convinha ir a Jerusalém, e padecer muito dos anciãos, e dos principais dos
sacerdotes, e dos escribas, e ser morto, e ressuscitar ao terceiro dia. E
Pedro, tomando-o de parte, começou a repreendê-lo, dizendo: Senhor, tem
compaixão de ti; de modo nenhum te aconteça isso. Ele, porém, voltando-se, disse
a Pedro: Arreda-te de diante de mim, Satanás, que me serves de escândalo;
porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens»
(Mateus 16:21-23). Infelizmente, há servos que querem ensinar os seus mestres.
Pedro achou que Jesus estava errado.
A questão, para nós, não é, portanto, saber
como podemos possuir mais do Espírito Santo para fazermos o nosso trabalho,
mas, ao contrário, é saber como é que o Espírito Santo pode possuir mais de nós
para realizar a sua obra na transformação do mundo.
Toda a
honra e glória da salvação deste mundo não pertence a nós, mas a Deus Pai, a
Deus Filho e a Deus Espírito Santo. Enfatizemos bem, então, qual deve ser a
verdadeira atitude do crente para com o Espírito Santo. O Espírito Santo é o
dirigente, o crente coopera com ele; o Espírito Santo é o mestre e o crente é o
discípulo. E a questão, repetimos, não é tanto de o crente possuir o Espírito
Santo, como de o Espírito Santo possuir inteiramente o crente.
Notemos agora o que diz a Bíblia sobre a personalidade
do Espírito Santo. A Bíblia oferece-nos quatro provas de que o Espírito Santo é
uma Pessoa.
1.1. A primeira prova da personalidade do
Espírito Santo. Todos os atributos de uma pessoa são, pela Bíblia, atribuídos
ao Espírito Santo. Quais são então estes atributos de uma pessoa? São cinco:
Pensar, Sentir, Querer, Consciência Própria e Direção Própria. Portanto,
qualquer ser que pensa, que ama, que quer, que tem direção própria e
consciência própria é uma pessoa. Quando a Bíblia afirma que o Espírito Santo é
uma pessoa, não diz que ele tem olhos, nariz, etc., porque estas coisas são
partes do corpo, e não elementos componentes de uma pessoa. Quando a Bíblia
afirma que o Espírito Santo é uma pessoa, afirma que ele pensa, ama, quer, que
tem o poder de direção própria e consciência própria. E, convém notar bem,
quando a Bíblia afirma que o Espírito Santo é uma Pessoa, afirma, ipso facto,
que ele não é mera influência, mero poder, como o vento, O vento não tem os
característicos de uma pessoa. Não pensa, não sente, não quer. O Espírito
Santo, porém, é uma pessoa, como o Pai, como Jesus Cristo e como qualquer outra
pessoa. Ele tem todos os elementos que constituem uma personalidade.
Examinemos, pois, as escrituras que indicam que o Espírito Santo possui os
elementos de uma pessoa.
Ao Espírito é atribuído o poder de saber até as
coisas mais profundas de Deus: «Porém Deus no-las revelou pelo seu Espírito;
porque o Espírito Santo penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus.
Por que, qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem,
que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de
Deus» (1 Coríntios 2:10, 11). Estas palavras devem confortar-nos muito, porque revelam
que temos um Ensinador de tão grande saber.
O Espírito Santo está nas condições de
revelar-nos as coisas cuja revelação há sido impossível antes da sua vinda.
Como sabemos, Jesus revelou o Pai; e, agora, o Espírito Santo está pronto a nos
revelar e explicar tudo quanto Jesus veio fazer e ensinar. «Mas aquele
Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará
todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito» (João
14:26). O primeiro atributo pessoal, então, que a Bíblia menciona em relação ao
Espírito Santo é o atributo do saber. O Espírito Santo possui também o poder de
querer, segundo lemos em 1 Coríntios 12:11: «Mas um só e o mesmo Espírito obra
todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer.»
O Espírito Santo não pode ser mera influência
de que usemos ao nosso bel-prazer; porém, é uma Pessoa que se serve de nós
segundo a sua própria vontade. Este pensamento é fundamental em qualquer
verdadeira compreensão da doutrina do Espírito Santo. Há muitas falhas em nossa
vida cristã que se originam de uma falsa noção do Espírito Santo e de uma falsa
atitude nossa para com ele. Em vez de querermos que o Espírito Santo esteja às
nossas ordens, devemos, antes, nos colocar à sua disposição, porque ele é uma
Pessoa. Ele é a Terceira Pessoa da Trindade de Deus, que está, neste mundo,
pronto para cooperar com o crente em tudo quanto se relaciona com o reino de
Deus. Devemos render graças ao Senhor, porque há uma Pessoa sábia e santa, que
está não só pronta, mas também desejosa de nos revelar as coisas mais profundas
do tesouro da sabedoria divina. Acabemos, pois, com a idéia, tão comum e
errônea, de que o Espírito Santo é uma influência que o crente pode reter em
seu poder. A Bíblia ensina que ele é uma pessoa porque pensa, porque sente,
porque quer; e a nossa atitude para com ele deve ser a de um discípulo para com
o seu mestre. Jesus pode servir de modelo neste sentido, porque ele viveu aqui
na terra sempre debaixo da direção do Espírito Santo. Nasceu assim e assim
morreu.
Em Romanos 8:27 aprendemos alguma coisa sobre a
personalidade do Espírito Santo. Aprendemos neste verso a sua intenção. «E
aquele que examina os corações sabe qual seja a intenção do Espírito; porquanto
ele, segundo Deus, intercede pelos santos.» Este termo «intenção» é grande e
abrange mais do que a faculdade de pensar. A intenção revela o propósito da
pessoa. E bem sabemos que um propósito é o resultado do raciocínio. O Espírito
Santo não somente sabe, mas tem também vontade e intenção em relação aos
crentes.
Em
Romanos 15:30 encontramos mais um atributo pessoal do Espírito Santo, que é o
amor. «E rogo-vos, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do
Espírito, que combatais comigo em orações por mim a Deus.» O Espírito Santo é
uma pessoa que nos ama. Fazemos muito no amor de Deus, no amor de Jesus Cristo
e bem pouco meditamos no amor do Espírito Santo para conosco. Mas não deve ser
assim, porque o Espírito Santo não só está conosco sempre, mas também nos ama
sempre. Se não fosse o grande amor de Deus, Jesus não teria vindo a este mundo.
E, se não fosse o grande amor do Espírito Santo, ele não nos buscaria para
convencer-nos do pecado, da justiça e do juízo.
Vemos,
graças a Deus, que o Espírito Santo é uma Pessoa mie nos ama tanto como o Pai e
o Filho. Sem fazer comparação entre as Pessoas da Trindade, dizemos aqui que
talvez a Pessoa mais paciente para com os crentes e descrentes é o Espírito
Santo. A Bíblia fala da ira de Deus, fala de Jesus, algumas vezes, indignado,
mas nunca fala da ira ou da indignação do Espírito Santo. Quantas vezes tanto o
crente como o descrente rejeita tudo quanto o Espírito Santo quer fazer para o
seu próprio bem, e, contudo, ao que é sinceramente crente, ainda que muito
fraco, ele nunca abandona!
«E não entristeçais o Espírito Santo de Deus,
no qual estais selados para o dia da redenção» (Efésios 4:30). A tristeza
segundo esta passagem é outro elemento pessoal do Espírito Santo. Daqui
depreendemos claramente que o Espírito Santo não é um poder qualquer que Deus
manda sobre nós. Porém vemos que ele é uma pessoa que podemos entristecer com o
nosso procedimento. E, quantas vezes não entristecemos esse visitante
celestial! Certamente todos os dias da nossa vida damos motivos para o
entristecimento do Espírito de Deus. A Bíblia ensina, como veremos mais
adiante, que ele habita em nós. E quantas coisas tristes ele encontra em nossa
vida! As vezes os pais se entristecem quando os filhos procedem mal na presença
de pessoas que os visitam. E, se assim acontece com os pais, que são
imperfeitos, quanto mais não será com o Espírito Santo, vendo as coisas que
passam diariamente na nossa vida? Devemos, pois, fazer o máximo possível para
guardar puro o nosso pensamento, elevado o nosso sentimento, e santo o nosso
desejo, porque o Espírito Santo de Deus é tão santo que, por isso mesmo, se
chama Espírito Santo; e, é certo que ele sente, profundamente, as nossas
impurezas. «Não sabeis vós que sois o templo de Deus, e que o Espírito de Deus
habita em vós?» (1 Coríntios 3:16).
1.2.Segunda
prova da personalidade do Espírito Santo. A Bíblia atribui ao Espírito Santo
atos que só podem ser praticados por uma pessoa. Já vimos que o Espírito Santo
penetra até as profundezas de Deus; vimos também que ele tem o poder ou o dom
de nos ensinar estas coisas que conhece do tesouro de Deus.
O
Espírito Santo fala: «Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas: ao
que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida, que está no meio do paraíso de
Deus» (Apocalipse 2:7).
O
Espírito Santo clama: «E, porque sois filhos, Deus enviou aos vossos corações o
Espírito de seu Filho, que clama: «Aba Pai» (Gálatas 4:6). «E da mesma maneira
também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos
de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos
inexprimíveis» (Rom. 8:26). Conheci um homem que ficou muito triste quando
perdeu o seu único filho. E tão grande lhe era a dor que não podia falar nem
chorar. Ele demonstrava a dor do coração com gemidos, mas gemidos exprimíveis.
Mas a intercessão do Espírito vai muito além, porque é feita com gemidos
inexprimíveis. Que intercessão poderosa!
Grande
deve ser a nossa consolação, sabendo que temos um Intercessor tão maravilhoso!
O crente está cercado de intercessores:
Cristo no céu, e o Espírito Santo na Terra.
Mas, além de penetrar as profundezas de Deus e
de interceder por nós, o Espírito Santo também nos ensina acerca de Jesus
Cristo. O Espírito Santo testifica de Jesus, como Jesus testifica do Pai. «Mas
quando vier o Consolador, que eu da parte dó Pai vos hei de enviar, a saber,
aquele Espírito de verdade, que procede do Pai, ele testificará de mim. E vós
também testificareis, pois estivestes comigo desde o princípio.» Nestes versos
o Espírito Santo testifica de Jesus Cristo, e o seu testemunho está claramente
distinguido do testemunho do crente em que ele habita.
Nesse
mesmo Evangelho, capítulo 14:16, temos outra passagem no mesmo sentido: «Mas
aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai vos enviará em meu nome, este
vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito.»
O Espírito Santo é também o nosso Guia: «Ainda
tenho muitas coisas que vos dizer, mas vós não as podeis suportar agora; porém,
quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade;
porque não falará de si mesmo, mas falará tudo o que tiver ouvido, e vos
anunciará as coisas que hão de vir. Ele me glorificará, porque há de receber do
que é meu, e vo-lo há de anunciar» (João 16:12-14). Que grande privilégio este
do crente, de ter o Espírito Santo como guia da sua vida! Que direção sábia
daria à nossa vida se nos entregássemos inteiramente a ele! Não há razão para o
crente errar, porque o seu guia é infalível. Também nenhuma razão tem o crente
para ignorar a sabedoria de Deus, porque temos no Espírito Santo um Explicador
Perfeito, que conhece as profundezas de Deus.
Em Romanos 8:14 se nos depara de novo a mesma
idéia de que o Espírito Santo é o nosso Guia. «Porque todos quantos são guiados
pelo Espírito de Deus, estes são filhos de Deus.»
Atos 16:6 é uma passagem deveras interessante.
Vemos aqui que o Espírito Santo dominava inteiramente a vida dos apóstolos. «E,
passando pela Frígia e pela província da Galácia, foram impedidos pelo Espírito
Santo de anunciar a palavra na Asia.» A leitura cuidadosa do livro dos Atos dos
Apóstolos nos é de muito proveito.
1.3.Terceira
prova da personalidade do Espírito Santo. A terceira prova que apresentamos da
personalidade do Espírito Santo é que o seu oficio é tal que só uma pessoa pode
exercer. E ele é chamado o Consolador, que veio substituir a Jesus, o Grande
Consolador das nossas almas. «E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará / outro Consolador,
para que fique convosco para sempre: O Espírito de verdade, que o mundo não
pode receber, porque não o vê nem o conhece, mas vós o conheceis, porque habita
convosco e estará em vós» (João 14:16, 17). Os discípulos ficaram muito tristes
quando Jesus lhes disse que ia embora; porém Jesus os consolou, prometendo
mandar outro Consolador, que ficaria com eles. Esta promessa feita por Jesus é
uma das mais consoladoras que temos nas Escrituras. A fim de compreendermos bem
este termo Consolador, é preciso que o interpretemos à luz da história de Jesus
e dos seus discípulos. Desde o início do seu ministério terrestre, Jesus era
tudo para os seus discípulos. Eles recorriam sempre a Jesus quando se lhes
deparava qualquer problema que não podiam resolver. Por exemplo, vejamos o
procedimento deles na ocasião da multiplicação dos pães e dos peixes, e nas
bodas de Caná da Galiléia. Os discípulos dependiam sempre de Jesus. Foi ele
quem fez tudo para eles, e por isso, quando ele lhes participou que ia embora,
naturalmente ficaram entristecidos, porque eram homens inexperientes e não
tinham confiança em si mesmos. Desde o começo da sua vida cristã, tinham estado
com Jesus, e ele sempre providenciou tudo o que lhes era mister. Jesus, porém,
os confortou grandemente, prometendo outro Consolador; uma pessoa que poderia
fazer por eles ainda mais do que Jesus havia feito. Por isso, Jesus mesmo
disse: «Convém que eu vá», mostrando, assim, que era até melhor que ele fosse,
para que viesse o Espírito Santo. As vezes temos pensado que melhor teria sido
para nós, os crentes, se pudéssemos ter vivido em companhia de Jesus quando ele
andava aqui na terra. Talvez tenhamos tido, às vezes, inveja dos apóstolos, que
andavam com ele dia após dia. E verdade, porém, que os crentes de hoje têm privilégios
maiores e mais gloriosos do que os próprios discípulos que com ele conviveram.
Se assim não fosse, Jesus não teria dito: «Convém que eu vá.» Sem dúvida, era
grande o privilégio dos apóstolos de andarem com Jesus e habitarem com ele,
porém muito maior ainda é o privilégio que temos de andar com o Espírito Santo
e tê-lo habitando em nós, em vez de conosco.
O Espírito Santo está em condições de manter
uma relação muito mais íntima conosco do que Jesus podia manter quando estava
na carne. E, um dos pensamentos mais confortantes é este, de termos no Espírito
Santo uma pessoa tão real, tão divina, tão amável, tão digna da nossa
confiança, tão pronta a nos socorrer como nos dias em que Jesus esteve aqui na
terra. E, como já observamos, o Espírito Santo está em condições de fazer por
nós o que Cristo na carne não podia fazer. O crente de hoje goza de privilégios
que nem os primeiros apóstolos gozaram, a não ser depois da vinda desse
Consolador. E, como Jesus resolvia os problemas materiais dos seus discípulos,
o Espírito Santo, estando sempre presente em nossa vida, também pode resolver
todos os problemas que se nos deparam.
Uma vez
um dos discípulos de Jesus achava-se sozinho, no mar agitado, correndo risco de
vida, e o Mestre não estava com ele. Isto nunca acontece com o Espírito Santo,
porque uma das razões por que Jesus disse «convém que eu vá» era que o Espírito
Santo viriii e ficaria com o crente para sempre. Pouco importa ao crente
quantos inimigos o rodeiem, pois ele tem ao seu lado o Consolador, que pode
vencer até os inimigos mais terríveis. Certamente a nossa vida cristã
tornar-se-ia muito mais rica e cheia de consolação se nós nos compenetrássemos
bem desta grande verdade: que o Espírito Santo é realmente uma pessoa, o Grande
Consolador, o Amparador do verdadeiro crente em Jesus Cristo.
1.4.Quarta
prova da personalidade do Espírito Santo. O quarto fato que demonstra a
personalidade do Espírito Santo é que lhe é feita uma referência como a uma
pessoa. As palavras que citamos a seguir se encontram no livro de Isaías 63:10:
«Porém eles foram rebeldes, contristaram o seu Espírito Santo; pelo que se lhes
tornou em inimigo, e ele mesmo pelejou contra eles.» E claro que uma
influenciar não se pode entristecer, porém uma pessoa sim.
O autor
da Carta aos Hebreus confirma esta idéia que encontramos na passagem
supracitada. «De quanto maior castigo cuidais vós será julgado digno aquele que
pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue do Testamento, com que foi
santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça?» (Hebreus 10:29).
Segundo
Atos 5:3, o Espírito Santo recebe também o tratamento de uma pessoa: «Disse
então Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses
ao Espírito Santo, e retivesses parte do preço da herdade?»
A mesma idéia encontramos abonada em Mateus
12:31 e 32:
«Portanto, eu vos digo: todo pecado e blasfêmia
se perdoará aos homens; porém a blasfêmia contra o Espírito Santo não será
perdoada aos homens. E, se qualquer falar alguma palavra contra o Filho do
homem, ser-lhe-á perdoado, mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não
lhe será perdoado, nem neste século nem no futuro.»
Assim
temos examinado ligeiramente o que diz a Bíblia sobre a verdade tão preciosa de
que o Espírito Santo é uma Pessoa. Diante destas escrituras não pode haver
nenhuma dúvida sobre este grande fato. Teoricamente os crentes, em geral,
aceitam esta verdade; porém, infelizmente, deixam de realizá-la na sua vida. O
Espírito Santo veio a fim de abrir ao crente as riquezas da graça de Deus; e,
não obstante ser este o seu desejo, muitos dos crentes passam os dias na maior
pobreza espiritual. Não devemos continuar nestas condições. Façamos um esforço
especial para que vivamos em comunhão com Deus e para que estejamos sempre
conscientes de que temos constantemente conosco uma Pessoa, o Espírito Santo,
que pode fazer por nós até mais do que Cristo conseguiu fazer enquanto na
carne. Seja a nossa oração diária a que se encontra em II Coríntios 13:13: «A
Graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo
seja com todos vós. Amém.»
2 . A DEIDADE DO ESPIRITO SANTO
Acabamos de considerar as provas que nos
apresentam as Escrituras sobre a personalidade do Espírito Santo; e, se dermos
o devido crédito às passagens examinadas, não nos restará nenhuma dúvida já
sobre este ponto. O Espírito Santo é uma Pessoa e como tal deve ser considerado
e tratado por nós. Estudemos, a seguir, as passagens da Bíblia que ensinam que
o Espírito Santo é Deus.
2.1. O Espírito Santo é expressamente chamado
Deus «Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há
de ir por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim. Então disse ele:
Vai, e dize a este povo: Ouvis, de fato, e não entendeis, e vedes, em verdade,
mas não percebeis» (Isaías 6:8, 9). No livro dos Atos dos Apóstolos lemos as
palavras que seguem: «E, como ficaram entre si discordes, se despediram,
dizendo Paulo esta palavra: Bem falou o Espírito a nossos pais pelo profeta
Isaías, dizendo: Vai a este povo, e dize: De ouvidos ouvireis, e de maneira
nenhuma entendereis; e, vendo, vereis, e de maneira nenhuma percebereis» (Atos
28:25,26). Como vimos, naquela passagem do livro de Isaías é Deus quem fala;
mas nesta de Atos é o Espírito Santo que, desta maneira, se identifica com
Deus. Leiamos também Jeremias 31:33, 34 em conexão com Hebreus 10:15, 16: «Eis
que dias vêm, diz o Senhor, em que farei um concerto novo com a casa de Israel
e com a casa de Judá. Não conforme o concerto que fiz com seus pais, no dia em
que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; porque eles invalidaram
o meu concerto, ainda que me desposei com eles, diz o Senhor. Mas este é o
concerto que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o
Senhor:Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e lhes
serei a eles por Deus e eles me serão a mim por povo. E não ensinará alguém
mais a seu próximo, nem alguém a seu irmão, dizendo: Conhecei ao Senhor: porque
todos me conhecerão, desde o mais pequeno deles até ao maior deles, diz o
Senhor: porque lhes perdoarei a sua maldade, e nunca mais me lembrarei dos seus
pecados.» Assim lemos em Hebreus: «E também o Espírito Santo no-lo testifica,
porque depois de haver antes dito: Este é o concerto que farei com eles depois
daqueles dias, diz o Senhor: Porei as minhas leis em seus corações, e as
escreverei em seus entendimentos.» Concluímos, pois, da conexão destas
passagens, que o Espírito Santo da Carta aos Hebreus é o «Senhor» do livro de
Jeremias.
As seguintes palavras, que o apóstolo Paulo
escreveu aos coríntios, nos falam claramente da deidade do Espírito Santo: «Mas
todos nós, com cara descoberta, refletindo, como um espelho, a glória do
Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo
Espírito do Senhor» (II Coríntios 3:18). Citemos ainda mais estas palavras do
apóstolo Pedro: «Disse então Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu
coração, para que mentisses ao Espírito Santo...? Não mentiste aos homens, mas
a Deus» (Atos 5:3, 4).
2.2.O Espírito
Santo possui os atributos de Deus, segundo as Escrituras
Ele era
o Criador: «...e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas» (Gênesis
1:2). O Espírito Santo é eterno: «Quanto mais o sangue de Cristo, que pelo
Espírito Santo se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará as vossas
consciências das obras mortas para servirdes ao Deus vivo?» (Hebreus 9:14).
O Espírito Santo é onisciente: «Mas, como está
escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao
coração do homem são as que Deus preparou para os que o amam. Porém Deus no-las
revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as
profundezas de Deus. Porque, qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o
espírito do homem, que nele está? assim também ninguém sabe as coisas de Deus,
senão o Espírito de Deus» (1 Coríntios 2:9-11).
O Espírito Santo é onipresente: «Para onde me
irei do teu Espírito, ou para onde fugirei da tua face? Se subir ao céu, lá tu
estás; se fizer no inferno a minha cama, eis que tu ali estás também. Se tomar
as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar, até ali a tua mão me
guiará e a tua destra me susterá» (Salmos 139:7-10).
2.3.A Bíblia
atribui ao Espírito Santo obras que só Deus podia fazer
a) O
Espírito criou o homem e deu-lhe a vida: «O Espírito de Deus me fez e a
inspiração do Todo-Poderoso me deu a vida» (Jó 33:4).
b) O Espírito Santo é o Criador: «Envias o teu
Espírito, e são criados, e assim renovas a face da terra» (Salmos 104:30).
c) O Espírito Santo ressuscitou a Jesus: «E, se
o Espírito daquele que dos mortos ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele que
dos mortos ressuscitou a Cristo também vivificará os vossos corpos mortais pelo
seu Espírito, que em vós habita» (Romanos 8:11).
d) O Espírito justificará e santificará o
crente: «... mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome
do Senhor. Jesus, e pelo Espírito do nosso Deus» (1 Coríntios 6:11).
e) O
Espírito Santo ensina ao crente como deve proceder: «E, quando vos conduzirem
às sinagogas, aos magistrados e potestades, não estejais solícitos de como ou
do que haveis de responder, nem do que haveis de falar. Porque na mesma hora
vos ensinará o Espírito Santo o que vos convenha falar» (Lucas 12:11, 12).
f) O
Espírito Santo distribui dons espirituais: «Porque a um, pelo Espírito, é dada
a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; e
a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de
curar; e a outro, a operação de maravilhas: e a outro, a profecia; e a outro, o
dom de discernir os espíritos; e a outro, a variedade de línguas; e a outro, a
interpretação de línguas; mas um só e o mesmo Espírito obra todas estas coisas,
repartindo particularmente a cada um como quer» (1 Coríntios 12:8-11).
Como acabamos de ver destas passagens, é
impossível atribuir estes poderes tão maravilhosos à mera influência ou a uma
pessoa que não seja divina. Só uma pessoa, a pessoa divina, é capaz de fazer o
que a Bíblia alega haver feito o Espírito Santo. Aceitando, pois, os
ensinamentos da Bíblia, não podemos fugir à conclusão de que o Espírito Santo
não é simplesmente uma pessoa, mas uma Pessoa Divina, e tão Divina como o Pai e
o Filho.
Além de
tudo o que fica dito, devemo-nos lembrar de que é possível pecar
irremediavelmente contra o Espírito Santo. «Portanto, eu vos digo: todo pecado
e blasfêmia se perdoará aos homens, porém a blasfêmia contra o Espírito Santo
não será perdoado aos homens. E, se qualquer falar alguma palavra contra o
Filho do homem, ser-lhe-á perdoado, mas, se alguém falar contra o Espírito
Santo, não lhe será perdoado, nem neste século nem no futuro» (Mateus 12:31,
32).
Convém que nos lembremos também de que o nome
do Espírito Santo se acha inseparavelmente ligado ao nome do Pai e do Filho.
«Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do
Pai, e do Filho e do Espírito Santo.» Se o Espírito Santo não fosse uma Pessoa
Divina, não haveria razão para o seu nome aparecer ligado assim tão intimamente
ao nome do Pai e do Filho. Em cada razão que se nos depara para crermos na
personalidade e na deidade do Pai e do Filho, temos outra razão para crermos
também na personalidade e na deidade do Espírito Santo; porque, se o Espírito
Santo não é uma pessoa divina, não temos Triunidade e nem Trindade. E, uma vez
destruída a Trindade, abre-se logo caminho para negar a deidade de Jesus, e,
finalmente, a existência do próprio Deus. Cumpre-nos, pois, aceitar com
sinceridade o que a Bíblia nos ensina sobre a personalidade e deidade do
Espírito Santo. E ainda mais, cada crente tem o grande dever de considerar e
tratar o Espírito como uma Pessoa, e Pessoa Divina.
O ponto prático deste estudo para nós, os
crentes, não é, como dissemos em um dos parágrafos precedentes, tanto a questão
de como havemos de receber o Espírito Santo, senão de como nos entregaremos ao
Espírito Santo, para que a vontade sua, do Pai e do Filho seja feita em nossa
vida. Assim seja.
TEOLOGIA SISTEMÁTICA A. B.
LANGSTON



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