segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

Lição 02 - Os Atributos do Espírito Santo


                
TEXTO BÍBLICO BÁSICO
Tilo 3.1-7

1 - Admoesta-os a que se sujeitem aos principados e potestades, que lhes obedeçam e estejam preparados para toda boa obra;
2 - que a ninguém infamem, nem sejam contenciosos, mas modestos, mostrando toda mansidão para com todos os homens.
3 - Porque também nós éramos, noutro tempo, insensatos, desobedientes, extraviados, servindo a várias concupiscências e deleites, vivendo em malícia e inveja, odiosos, odiando-nos uns aos outros.
4 - Mas, quando apareceu a benignidade e o amor de Deus, nosso Salvador, para com os homens,
5 - não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas, segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo,
6 - que abundantemente ele derramou sobre nós por Jesus Cristo, nosso Salvador,
7 - para que, sendo justificados pela sua graça, sejamos feitos herdeiros, segundo a esperança da vida eterna.

                                                      TEXTO ÁUREO
E nós somos testemunhas acerca destas palavras, nós e também o Espírito Santo, que Deus deu àqueles que lhe obedecem.

Atos 5:32

OBJETIVOS

Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá ser capaz de:
• assimilar o que são os atributos de Deus;
• compreender que o Espírito Santo compartilha os mesmos atributos de Deus;
• refutar ensinamentos equivocados que procuram diminuir ou invalidar a personalidade divina do Espírito Santo.

ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS

Caro professor, hoje, os saberes são produzidos em grandes quantidades e a circulação do conhecimento acontece com uma velocidade incrível e alarmante. A informação se toma, a cada dia, mais acessível a todos; é a chamada socialização e democratização do conhecimento. Nossos alunos visitam menos as bibliotecas porque quase tudo pode ser encontrado na internet. Porém, nem sempre essas fontes são confiáveis, por isso há que se ter muito cuidado. É preciso propor ações que promovam e orientem educadores cristãos a utilizar as mídias e novas tecnologias da comunicação e da informação em benefício da educação desenvolvida nas Escolas Dominicais e nos seminários espalhados pelo Brasil.

 Hoje, a televisão, a internet, o Power Point, o Data Show alcançam cada vez mais um número maior de pessoas. Esses recursos desenvolveram na sociedade um novo padrão de relacionamento com a informação e o conhecimento. É certo que as mudanças do mundo atual, marcado pelo desenvolvimento tecnológico, exigem também uma nova postura de todos (Ex-traído de: CHAVES, G. V. Educação Cristã — Uma Jornada Para Toda Vida. Rio de Janeiro: Central Gospel, 2012, p. 92).

Boa aula!

COMENTÁRIO

 Palavra introdutória

Uma das marcas distintivas do cristianismo é a sua crença no Espírito Santo como uma pessoa divina. Outras religiões, tradições místicas e filosofias admitem a existência de uma força, um caminho supranatural ou de algo que conduza os destinos humanos, como o Dharma (que significa manutenção) no Hinduísmo ou o Tao (que significa caminho) no Taoísmo, mas esses conceitos do pensamento religioso de outras crenças nunca foram apresentados como uma persona, com os atributos próprios de alguém que possa relacionar-se pessoalmente com o ser humano. No entanto, foi assim, como uma pessoa, que Jesus apresentou o Consolador e referiu-se a Ele.

 Os escritores do Novo Testamento estabelecem, em termos claros, que o Pai do Senhor Jesus Cristo é Deus (Jo 1.18; 1 Co 8. 6; Fp 2.11; 1 Pe 1.2). Ninguém contesta essa verdade. Observa-se, ainda, que os autores do Novo Testamento, em diversos textos sagrados, identificam Jesus Cristo como Deus, mesmo o Filho sendo distinto do Pai (Jo 1.1,18; 8.58; Rm 9.5; Tt 2.13; 2 Pe 1.1). Além disso, o Espírito Santo também é reconhecido como Deus (At 5.3,4). No batismo de Jesus e nas bênçãos apostólicas, Ele é aludido como distinto do Pai e do Filho (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, Central Gospel, 2010a, p. xxxvii).

1                  1.      O ESPÍRITO SANTO É DEUS

 Algumas pessoas consideram que o Espírito é apenas uma força dinâmica, uma influência impessoal ou simplesmente um nome dado a Deus. No entanto, na Bíblia, há evidências claras do carácter e da personalidade única e in-questionável do Espírito Santo. Diferentemente de uma mera força, Ele tem sentimentos, razão, vontade, autonomia e traços que uma força impessoal não tem.

Deus é chamado de Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, bem como de nosso Pai (Rm 15.6; 2 Co 11.31; Ef 1.2,3; 3.14; Cl 1.3; Fp 1.2; 1 Pe 1.3; 2 Jo 1.3). Especificamente, o apóstolo João se refere a Jesus como Deus (Jo 1.1,18; 8.58). Em vários trechos, Paulo identifica Jesus com Deus (Rm 9.5; FI 2.6; Tt 2.13), e o mesmo fez Pedro (2 Pe 1.1), que se refere ao Espírito Santo como Deus (At 5.3,4). O Espírito sempre é citado junto ao Pai e ao Filho (Mt 28.19; 2 Cr 13.14) (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, Central Gospel, 2010a, p. xxxviii).

1.1. O Espírito Santo é soberano

 O Espírito Santo pensa, conhece e sabe todas as coisas (1 Co 2.9-11); Ele ensina 00 14.26), consola (jo 14.16), testifica de Cristo e intercede em favor dos cristãos 00 15.26; Rm 8.26). Ele é soberano conjuntamente com o Pai e com o Filho.

Enquanto Jesus instruía Nicodemos acerca do Reino de Deus, o Mestre usou o cenário ao Seu favor para esclarecer as dúvidas desse homem. A conversa entre Jesus e Nicodemos aconteceu de noite (Jo 3.2). Conversas noturnas geral-mente aconteciam no piso superior da casa. É bem provável que enquanto eles conversavam, o vento soprava. Jesus usou o vento como um símbolo da obra do Espírito Santo. A palavra grega traduzida por espírito também significa vento. E como o vento sopra onde quer, de modo soberano, assim também opera o Espírito Santo. Ninguém sabe a origem ou o destino do vento, mas todos sabem que ele existe. O mesmo acontece com o Espírito Santo (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, Central Gospel, 2010a, p. 232).

1.2. O Espírito Santo é cooperador

Em três ocasiões, o Antigo Testamento utiliza pronomes pessoais e verbos no plural, por meio deles podemos facil-mente compreender que o Espírito Santo estava cooperando com a obra divina.

A primeira ocorrência se dá em Gênesis, na criação do primeiro ser humano: Façamos o homem à nossa imagem, con-forme a nossa semelhança (Gn 1.26).

A segunda, quando Deus decidiu confundir as línguas faladas pelos seres humanos, no episódio da torre de Babel: Desçamos e confundamos ali sua linguagem (Gn 11.7).

A última referência está no chamado de Isaías para a missão de profeta: Quem há de ir por nós? (Is 6.8) (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, Central Gospel, 2010a, p. xxxvi).

Essas passagens exemplificam a atuação do Espírito no cumprimento dos propósitos divinos, agindo ativamente na Criação, conduzindo desígnios humanos e vocacionando pes-soas para o serviço a Deus.

1.3. O Espírito Santo é residente

No Novo Testamento, a ação colaboradora do Espírito é mais profunda no homem. O Mestre assegurou que o Espírito habita no cristão (Jo 14.17), guiando-o em toda a verdade (Jo 16.13), ensinando-lhe todas as coisas (jo 14.26). De fato, após Seu derramamento no Pentecostes, Ele reside no interior de cada um de Seus filhos, regenerando 00 3.3-6), batizando (1 Co 12.12,13; G13.27), revestindo (At 1.8; 2.4; 4.31), dirigindo (At 13.2) e convencendo (Jo 16.8).
Como Jesus, o Espírito Santo também é uma Pessoa divina (Rm 8.9). Antes de Cristo deixar a terra para voltar ao céu, para estar com o Pai, Ele prometeu enviar um Consolador similar a Ele próprio, mas distinto de Sua pessoa. O Filho e o Pai passaram a habitar no coração daqueles que demonstra-ram fé por meio do Espírito Santo (Ef 2.22).

Momentos antes da Sua prisão, Cristo estava orando por Seus discípulos. Em Sua oração sacerdotal, em João 17, declarou que Deus habitaria nos crentes. Ele disse: Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade (Jo 17.23).

Em uma das horas mais dramáticas do fim do Seu ministério, Ele exprimiu intensos sentimentos ao Senhor, ratificando que ambos eram um só (Jo 17.21). Cristo também afirmou que Seu relacionamento com Deus é uma parceria desde a eternidade (Jo 17.5). O Mestre fez declarações e realizou milagres que permitiram às pessoas identificarem a semelhança dele com o Pai [em caráter e poder]. A acusação de blasfémia, feita pelos membros do Sinédrio logo depois, foi devido ao de Jesus admitir ser o Filho de Deus (Lc 22.70). (RADMA-CHER; ALLEN; HOUSE, Central Gos-pel, 2010a, p. xxxvii). A verdade é que o coração da-quela gente estava tomado de religiosidade. Muitos estavam cegos espiritualmente e não conseguiam vislumbrar a divindade de Jesus, consequentemente, não abriam as portas dos seus corações para Ele entrar. Ao contrário do que os incrédulos daquele tempo fizeram, precisamos deixar nosso coração disponível para o Espírito Santo nos habitar e transformar nossa vida.

                2 .   O ESPÍRITO E SEUS ATRIBUTOS 


Um atributo pode ser definido como uma característica ou uma marca que uma pessoa possui. Neste caso, para fins didáticos, podemos classificar os atributos que Deus possui em duas categorias: os incomunicáveis e os comunicáveis.

As qualidades divinas apenas exemplificam algumas das características do Senhor. Existem muitas outras virtudes que não estão citadas aqui. Evidenciar Seus atributos foi uma das formas que Ele encontrou para revelar-se ao homem. O Senhor, em Sua plenitude, é inexplicável e inconcebível para nossa mente tão limitada, mas, observando alguns de Seus atributos, conseguimos entender um pouco melhor quem Deus é.

 É preciso compreender que todas as características inerentes ao Senhor também estão presentes no Espírito Santo, por isso as estamos estudando nesse momento.

2.1. Atributos incomunicáveis

O Espírito Santo não é simplesmente uma pessoa, Ele é como o Pai e como o Filho. As Sagradas Escrituras claramente apresentam Suas características divinas. Os atributos incomunicáveis são exclusividades de Deus, apenas Ele os possui: a onipresença, a onipotência, a onisciência, a soberania e a eternidade. Vejamos alguns exemplos desses atributos do Espírito:

Ele é Deus (At 5.3,4);
Ele é eterno (Hb 9.14);
Ele é onipotente (Rm 15.19; At 1.8; Rm 8.11);
• Ele é onisciente (1 Co 2.9-11);
Ele é onipresente (SI 139.7,8).

2.2. Atributos comunicáveis
Os atributos comunicáveis são aqueles que Deus compartilha com a Sua criação, como o amor, a bondade, a misericórdia, a sabedoria e a santidade.

Ele é amoroso (Rm 5.5);
Ele é bom (Si 143.10);
Ele é misericordioso (Ef 2.4);
Ele é sábio (1 Co 2.13; 12.8);
Ele é santo (1 Co 6.14-20; 1 Pe 1.15,16).

3   OS ATRIBUTOS DO ESPÍRITO SANTO NA POESIA HEBRAICA

Encontramos no Livro de Salmos, pelo menos, quatro menções diretas ao termo Espírito Santo. Então, podemos entender que Ele também era como Deus.

• O salmista implorou a Deus: Não me lances fora da tua presença e não retires de mim o teu Espírito Santo (S151.11). Davi sabia que o Espírito de Deus podia retirar-se dele por causa do pecado, como aconteceu com Saul (1 Sm 16.14).

• O salmista indagou: Para onde me irei do teu Espírito ou para onde fugirei da tua face (Si 139.7)? Ele reconheceu o atributo divino da onipresença. O Salmo 139, atribuído a Davi, é um salmo de sabedoria e de louvor descritivo. Essa mistura não é incomum nos Salmos (Si 145; 146). O poema descreve os atributos do Senhor não como características abstratas, mas como qualidades reais, por meio das quais Ele se relaciona com Seu povo (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, Central Gospel, 2010a, p. 938).

• O salmista pediu orientação ao Espírito de Deus a fim de que Ele o livrasse dos seus inimigos: Ensina-me a fazer a tua vontade, pois és o meu Deus; guie-me o teu bom Espírito por terra plana (51 143.10).

• O salmista reconhece que a glória de Deus também se manifesta em Sua criação: Envias o teu Espírito, e são cria-dos, e assim renovas a face da terra. A glória do SENHOR seja para sempre! Alegre-se o Senhor em suas obras (Si 104.30,31)!

CONCLUSÃO

O Espírito Santo é o revelador da verdade, é fácil concluir porque Ele é o agente que conduz o homem a Cristo. Ele convence o homem do seu pecado 00 16.8-11), leva-o ao arrependimento, regenera-o (Tt 3.5) e santifica-o (2 Ts 2.13).

Assim, quando alguém entende que está perdido em seus delitos e pecados, arrepende-se e volta-se para Deus, confiando no sacrifício de Jesus; o Espírito Santo, que já vinha atu-ando sobre o entendimento dessa pessoa no sentido de ela perceber o plano de salvação e aceitá-lo, vem, após a conversão, fazer morada no coração do novo convertido, fazendo-o compreender as Escrituras e a vontade de Deus e gerando-o espiritualmente para uma nova vida em Cristo.

Ao contemplarmos os atributos do Espírito Santo, reconhecemos que Sua essência é a mesma do Pai. Não há distinção entre eles, embora cada um aja com intenções autônomas.

ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO
1. Quais são os dois tipos de atributos que o Espírito Santo possui devido à Sua divindade?
 R.: Os dois são: os atributos incomunicáveis (exclusividades de Deus) e os atributos comunicáveis (Deus compartilha com a Sua criação).

                                              Lições da Palavra de Deus -  PROFESSOR 61               
                                                                                   CENTRAL GOSPEL

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                                       A DIVINDADE DO ESPÍRITO SANTO

 Acerquemo-nos deste sublime assunto com reverência, santo temor e oração, tendo em mente que se trata de um assunto assaz difícil, haja vista o Espírito Santo não falar de si mesmo (Jo 16.13). O eterno Deus, o Pai, revela muito de si mesmo nas Páginas Sagradas; de igual modo, o Filho. Mas o divino Consolador, não. Daí tratar-se este assunto de um insondável mistério, do qual devemos nos acercar primeiramente pela fé em Cristo (Rm 3.27).

A terceira Pessoa da Trindade não aparece com nomes revelados, como o Pai e o Filho, e sim com títulos descritivos das suas natureza e missão no mundo, entre os homens, bem como através de seus atos realizados. “Espírito Santo” não é rigorosamente um nome como apelativo, e sim um título descritivo da sua natureza (Espírito) e da sua missão principal (Santo), a de santificar-nos nesta dispensação.
Ele habita nos servos do Senhor Jesus. As suas operações, portanto, são invisíveis, nas profundezas do nosso interior. Todos esses fatos mencionados tomam o estudo sobre o Espírito Santo muito difícil, cabendo aqui a pergunta: “Porventura alcançarás os caminhos de Deus, ou chegarás à perfeição do Todo-poderoso?” (Jó 11.7). O Espírito Santo, como Deus, age de maneira multiforme. Em I Coríntios 2.4-12, o Espírito de Deus é mencionado de modo enfático como devendo ter toda primazia em nossas vidas, em nosso meio e em nosso trabalho. O espírito do homem, mencionado no versículo I I , só entende as coisas humanas, terrenas, naturais (Pv 20.27; 27.19; Jr 17.9). Nossa santificação deve, pois, prevalecer em nosso espírito, e daí abranger alma e corpo (I Ts 5.23).

Na primeira passagem em apreço, o “espírito do mundo” também é mencionado (v. 12), o qual é pecaminoso e nocivo ao cristão. O aviso sobre isso, na Palavra de Deus, é enfático e claro (I Jo 2.15-17; 5.19; Jo 14.30; 17.14,16).
Seis diferentes “coisas” aparecem na passagem de I Coríntios 2.9-16: ( I ) as que Deus preparou para os que o amam (v.9); (2) as das profundezas de Deus (v. 10); (3) as do homem (v.I I); (4) as de Deus (v.I I); (5) as espirituais (v. 13); e (6) as do Espírito de Deus (v. 14). Um a dessas “coisas” alude à esfera humana; as demais são da parte de Deus. Isso denota a sua multiforme ação.

Ainda tomando como base o texto de I Coríntios 2.4-14, vemos que o Espírito Santo é mencionado juntamente com o Senhor Deus (vv.5,7,9-12,14) e o Senhor Jesus Cristo (v.8; também os vv.2,I6), o que já denota a divindade do Espírito Santo. Essa sublime verdade da Trindade Santa vê-se também através da Bíblia em muitas outras passagens, como I Coríntios 12.4-6.

Os ATRIBUTOS DIVINOS DO ESPÍRITO SANTO
Onipotência.

O divino Consolador tem pleno poder sobre todas as coisas (SI 104.30). O Espírito Santo tem poder próprio. Ê dEle que flui a vida, em suas dimensões e sentidos bem como o poder de Deus (SI 104.30; E f 3.16; At 1.8). Isso é uma evidência da deidade do Espírito Santo. Ele tem autoridade e poder inerentes, como vemos em toda a Bíblia, máxime em o Novo Testamento.
Em I Coríntios 2.4, na única referência (no original) em que aparece o termo traduzido por “demonstração do Espírito Santo”, designa-se literalmente uma demonstração operacional, prática e imediata na mente e na vida dos ouvintes do evangelho de Cristo. E isso ocorre pela poderosa ação persuasiva e convincente do Espírito, cujos efeitos transformadores foram visíveis e incontestáveis na vida dos ouvintes de então, confirmando o evangelho pregado pelo apóstolo Paulo (I Co 2.4,5).
Era nítido o contraste entre a ação poderosa do Espírito e os métodos secos e repetitivos dos mestres e filósofos gregos da época, que tentavam convencer e conseguir admiradores e discípulos mediante demonstrações encenadas de retórica, dialética e argumentação filosófica; isto é, “sabedoria dos homens” (v.5). Que diferença faz o evangelho de poder do Senhor Jesus Cristo, o qual “é o poder de Deus para a salvação de todo o que crê” (Rm 1. 16)1
 Paulo reconhecia que os mestres gregos o superavam em capacidade acadêmica e humana (2 Co 10.10; 1 1.6). Mas a sabedoria, a oratória e a argumentação filosófica deles era tão-somente um espetáculo teatral, vazio, que atingia apenas os sentidos dos espectadores. No apóstolo Paulo, ao contrário, operava, nesse sentido, o poder de Deus (I Co 2.4,5; Cl 1.29; I Ts 1.5; 2 Co 13.10).
O poder do Espírito Santo, que evidencia a sua deidade, é também revelado em passagens como Lucas 1.35, Jó 26.13 e 33.4, Salmos 33.6 e Gênesis 1.1,2. Esse divino poder, como já afirmamos, é liberado através da pregação do evangelho de Cristo:

1) N a conversão dos ouvintes (At 2.37,38).
2) No batismo com o Espírito Santo para os novos crentes (At 10.44).
3) N a expulsão de espíritos malignos (At 8.6,7; Lc 11.20).
4) N a cura divina dos enfermos (At 3.6-8).
5) N a obediência dos crentes ao Senhor (Rm 16.19).

Onisciência.

Esta é mais uma evidência da deidade do Espírito Santo, o qual sabe e conhece todas as coisas (I Co 2.10,11). Isso é um fato solene, mormente se considerarmos que Ele habita em nós: “habita convosco, e estará em vós” (Jo 14.17). A primeira parte dessa declaração de Jesus indica a permanência do Espírito Santo em nós (“habita convosco”); e a segunda, a sua presença constante dentro de nós ( “e estará em vós”).
Alguém pode habitar numa casa e não estar presente nela em determinada ocasião. Porém, o Espírito Santo quer estar sempre presente no crente, como uma das maravilhas dessa “tão grande salvação” (H b 2.3).
Aos que amam a Deus, o Espírito Santo revela as infinitas e indizíveis bênçãos preparadas para os salvos, já nesta vida, e muito mais na outra (I Co 2.9,10). O profeta Isaías, pelo Espírito, profetizou essas maravilhas (64.4; 52.15). Os demais profetas do Antigo Testamento também tiveram a revelação divina dessas coisas miríficas que os santos desfrutarão na glória (I Pe I.10-12). O Espírito também revelou aos escritores do Novo Testamento essas maravilhas consoladoras, inclusive a Paulo (I Co 2.10).
Ele é o nosso divino Mestre na presente dispensação da Igreja (I Co 2.13), como já estava predito em Provérbios 1.23. Concernente a esta missão do Espírito Santo, Jesus declarou: “Esse vos ensinará todas as coisas” (Jo 14.26). O texto de Lucas 12.12 também é bastante elucidativo quanto a mais esta ação do Espírito na igreja.

Onipresença.

O Espírito Santo está presente em todo lugar (SI 139.7-10; I Co 2.10). Atentemos para duas ênfases contidas nesses textos que evidenciam a onipresença do Espírito: “Para onde me irei do teu Espírito, ou para onde fugirei da tua face?” e “O Espírito penetra todas as coisas, amda as profundezas de Deus”.

Eternidade.

 Ele é infinito em existência; sem princípio; sem fim; sem limitação de tempo (H b 9.14). Ele estava presente no princípio, quando todas as coisas foram criadas (Gn 1.1,2).

 Outros atributos.

O Espírito de Deus é denominado Senhor (2 Co 3.16-18); é descrito como Criador (Jó 26.13; 33.4; SI 33.4; 104.3; Gn 1.1,2; Ez 37.9,10); e é classificado e mencionado juntamente com o Pai e o Filho, o que, claramente, é uma grande evidência da sua divindade.
 1) N a fórmula doutrinária do batismo nas águas (M t 28.19). Aqui a Bíblia não diz “nos nomes”, como se as três Pessoas da santíssima Trindade fossem uma só, mas “em nome” — singular — , distinguindo cada Pessoa existente em Deus: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
2) Na invocação da bênção tríplice sobre a igreja (2 Co 13.13).
3) Na doutrina da habitação do Espírito Santo no crente (Rm 8.9).
4) N a descrição bíblica do estado do crente diante de Deus (I Pe 1.2).
5) Nas diretrizes ao povo de Deus (Jd vv.20,2I). Aqui o Espírito Santo é mencionado primeiro; em seguida, o Pai; por fim, o Filho.
6) N a doutrina da unidade da fé cristã (E f 4.4-6). Aqui também o Espírito é mencionado em primeiro lugar, seguido do Senhor Jesus e de Deus, o Pai.
7) N a saudação bíblica às sete igrejas da Asia (Ap 1.4,5).

                                      Pneumatologia — a Doutrina do Espírito Santo
                                                                             ANTONIO GILBERTO

                                             Resultado de imagem para Os Atributos do Espírito Santo

                             No MOVIMENTO PENTECOSTAL

 A continuidade da obra do Espírito Santo, no decurso da história do povo de Deus, foi o enfoque da seção anterior. Embora a atividade tenha aumentado em número, à medida em que a Igreja cresce, o mesmo Espírito Santo que operava no mundo antes do dia de Pentecoste continua operando hoje. Mesmo assim, em razão da revelação e da compreensão progressivas, nosso modo de entender a obra do Espírito deve ser mais claro. Temos à disposição o cânon inteiro da Bíblia e dois mil anos de história. Por esta razão, a Igreja de hoje está em nítida vantagem, até mesmo sobre a Igreja do Novo Testamento.
Durante os primeiros anos do Movimento Pentecostal, tornar-se pentecostal geralmente significava ser forçado a abandonar a denominação original e ingressar em alguma das comunidades pentecostais. Ainda hoje alguns pentecostais expressam consternação quando uma pessoa, tendo sido batizada no Espírito Santo e identificada como crente carismática, ainda continua numa igreja tradicional, protestante, católica ou ortodoxa. Embora a sã doutrina seja indispensável ao processo da santificação, o Espírito Santo parece estar mais interessado no que a pessoa tem no coração do que em seu sistema teológico. De que outra maneira poderíamos explicar o batismo no Espírito Santo desfrutado por pentecostais unitarianos e trinitarianos, sem falar nos que pertencem à renovação carismática? Deus lida conosco do jeito que somos e nos salva e habita em nós e nos batiza. A partir de então, o Espírito Santo começa a tranformar-nos à imagem de Cristo.

Paulo nos revela que, se confessarmos com a nossa boca que Jesus é Senhor e realmente crermos que Deus o ressuscitou dentre os mortos, seremos salvos. Porque, quando cremos no coração, somos justificados. E, quando confessamos que Deus ressuscitou Jesus dentre os mortos, somos salvos (Rm 10.9,10). Paulo nos garante que ninguém pode dizer: "Jesus é Senhor", a não ser pelo Espírito Santo (1 Co 12.3). Paulo não está afirmando ser impossível aos hipócritas ou falsos mestres falarem, da boca para fora, as palavras "Jesus é Senhor". Mas dizer que Jesus é verdadeiramente Senhor (que envolve o compromisso de segui-lo e de cumprir sua vontade, ao invés de a nossos próprios planos e desejos) exige a presença do Espírito Santo dentro de nós e o coração e espírito novos, conforme conclama Ezequiel 18.31. Nosso próprio ser confessa que Jesus é Senhor à medida que o Espírito Santo começa a transformar-nos segundo a imagem de Deus. A transformação interior é sinal para o indivíduo de que ele é membro do corpo de Cristo. A manifestação exterior da transformação, embora varie de pessoa para pessoa, é um sinal para a Igreja.

 Um problema relacionado à atividade do Espírito Santo como sinal da inclusão no corpo de Cristo tem crescido entre membros da terceira e quarta gerações de jovens no Movimento Pentecostal tradicional. Nas igrejas pentecostais, as posições de liderança estão reservadas àqueles que podem testificar que foram batizados no Espírito Santo com a evidência física inicial de falar em línguas. Este conceito é bíblico (At 6.3,5) e uma ênfase importante do Movimento Pentecostal.29 Mesmo assim, provoca graves efeitos colaterais para alguns que sabem que são salvos. Experimentam o contínuo poder do Espírito Santo transformando sua vida, mas se sentem como cidadãos de segunda classe. Para eles, o batismo no Espírito Santo torna-se uma necessidade social, ao invés de desejo por um relacionamento espiritual mais profundo, que é inaugurado com o batismo no Espírito Santo. 30

Daí a necessidade de se ressaltar que a atividade do Espírito Santo nos crentes, quer no momento da salvação, quer na ocasião do batismo no Espírito Santo, é muito mais um sinal para o indivíduo que para a congregação. Muitas pessoas são salvas durante a oração individual, quando estão a sós. Assim também aqueles batizados no Espírito num lugar particular de oração. Mesmo se formos salvos e batizados no Espírito durante uma reunião pública, quantos dos presentes irão lembrar do que nos aconteceu depois de algumas semanas, meses ou anos? Se mudarmos para um endereço onde ninguém nos conhece, os crentes ali não terão testemunhado o que nos aconteceu. Estarão na dependência de nossas palavras e do nosso bom testemunho cristão, para comprovar a atividade do Espírito Santo em nossa vida.

COMO CONSOLADOR

Conforme observado no estudo dos títulos do Espírito Santo, eles nos oferecem chaves para entendermos a sua pessoa e obra. A obra do Espírito Santo como Consolador inclui o seu papel como Espírito da Verdade que habita em nós (Jo 14.16; 15.26), como Ensinador de todas as coisas, como aquEle que nos faz lembrar tudo o que Cristo tem dito (14.26), como aquEle que dará testemunho de Cristo (15.26) e como aquEle que convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo (16.8).31 Não se pode subestimar a importância dessas tarefas. O Espírito Santo, dentro em nós, começa a esclarecer as crenças incompletas e errôneas sobre Deus, sua obra, seus propósitos, sua Palavra, o mundo, crenças estas que trazemos conosco ao iniciarmos nosso relacionamento com Deus. Conforme as palavras de Paulo, é uma obra vitalícia, jamais completada neste lado da eternidade (1 Co 13.12). Claro está que a obra do Espírito Santo é mais que nos consolar em nossas tristezas; Ele também nos leva à vitória sobre o pecado e sobre a tristeza.32 O Espírito Santo habita em nós para completar a transformação que iniciou no momento de nossa salvação. Jesus veio para nos salvar dos nossos pecados, e não dentro deles. Ele veio não somente para nos salvar do inferno no além. Veio também para nos salvar do inferno nesta vida terrestre - o inferno que criamos com os nossos pecados. Jesus trabalha para realizar essa obra por intermédio do Espírito Santo.

COMO ENSINADOR

 O Espírito Santo pode e irá ajudar todo crente a interpretar e compreender corretamente a Palavra de Deus e a sua obra contínua neste mundo. Ele nos levará a toda a verdade. Esta promessa, no entanto, exige também que cooperemos com o nosso esforço. Devemos ler com cuidado e com oração. Deus jamais teve a intenção de fazer da Bíblia um livro de difícil compreensão para o seu povo. Porém, se não nos dispusermos a cooperar com o Espírito Santo mediante o estudo e a aplicação de regras sadias de interpretação, nosso modo de entender a Bíblia - nossa regra infalível da fé e conduta - ficará carregado de erros.33 O Espírito Santo nos levará a toda a verdade à medida que lermos e estudarmos cuidadosamente a Bíblia, sob sua orientação.

Uma das verdades ensinadas pelo Espírito Santo é que não podemos recitar uma fórmula mágica do tipo: "Amarro Satanás; amarro minha mente; amarro minha carne. Agora, Espírito Santo, creio que os pensamentos e as palavras que se seguem vêm todos de ti!" Não nos é lícito usar encantamentos para submeter Deus à nossa vontade. João admoesta a Igreja: "Provai se os espíritos são de Deus" (1 Jo 4.1). Significa que devemos permitir ao Espírito da Verdade orientar-nos na tarefa de interpretar a Palavra de Deus e a testar, pelas Escrituras, os nossos pensamentos e os de outras pessoas. Há perigos genuínos neste assunto. Certo autor reivindica, na capa do seu livro: "Este livro foi escrito no Espírito".34 Outra reivindicação do seu livro: "Predições cem por cento corretas das coisas do porvir".35 A tarefa do leitor, com a ajuda do Espírito Santo, é seguir o exemplo dos bereanos, que o próprio Espírito recomenda através das palavras de Lucas. Eles persistiam "examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim" (At 17.11). Cada crente deve ler, testar e compreender a Palavra de Deus e os ensinos a respeito dela. O crente pode fazer assim confiadamente, na certeza de que o Espírito Santo, que habita em cada um de nós, irá levar-nos a toda a verdade.

Ainda há um outro aspecto da obra do Espírito Santo como Ensinador: a preparação de Jesus, o Filho encarnado de Deus, para sua tarefa de Rei, Sacerdote e Cordeiro sacrificial. O Espírito Santo veio sobre Maria e lançou a sua sombra sobre ela, gerando nela Jesus, o Filho de Deus.

O Espírito Santo foi ensinando o Menino Jesus de tal maneira que, aos 12 anos de idade, deixou atônitos os mestres no Templo. "E o menino crescia e se fortalecia em espírito, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele" (Lc 2.40). Depois de seu batismo no Jordão, Jesus que, segundo a descrição, estava cheio do Espírito Santo, lutou contra o adversário durante quarenta dias (Lc 4.1-13). Jesus continuou a andar cheio do Espírito Santo. Por isso, sempre que o diabo buscou oportunidade para tentá-lo ainda mais, os resultados foram os mesmos. Jesus "como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado" (Hb 4.15; ver também 2.10-18). Se estivermos cheios do Espírito Santo na luta contra nossa carne e contra o Adversário, também poderemos vencer nossas tentações com a ajuda do Espírito. Cristo veio para nos salvar dos nossos pecados, e não neles. O Espírito Santo estava ativo no ministério de Jesus e no dos discípulos. O Espírito Santo estava operante na pregação e nos milagres dos 12 discípulos e depois com os 72 que Jesus enviou a pregar o Reino de Deus. 36

Outro aspecto dessa tarefa é a ajuda do Espírito para lembrar-nos de tudo quanto Jesus tem dito. Podemos lembrar somente das coisas que já sabemos e das quais nos esquecemos pela falta de prática. Essa- ajuda da parte do Espírito Santo exige que os crentes estudem e memorizem a Palavra, com a certeza de que o Espírito lhes lembrará de tudo quanto Jesus tem dito, quando precisarem. 37 Os que se deleitam na Palavra de Deus e nela meditam tornam-se como árvores plantadas à beira de um riacho (SI 1.2,3). Em Lucas 24.6-8, os discípulos são perguntados por que procuram os vivos entre os mortos. Decerto as palavras dos mensageiros foram usadas pelo Espírito para fazê-los lembrar das palavras de Jesus. Em João 2.19, Jesus disse: "Derribai este templo, e em três dias o levantarei". Ninguém entendeu o que Jesus quis dizer, porém, "quando, pois, ressuscitou dos mortos, os seus discípulos lembraram-se de que lhes dissera isso; e creram na Escritura e na palavra que Jesus tinha dito" (2.22). João 12.16 é um exemplo semelhante dessa obra do Espírito Santo.

Além disso, o Espírito Santo também é o Ensinador do descrente. Nessa tarefa, o Espírito (segundo as palavras de Jesus) convence o mundo "do pecado, e da justiça, e do juízo: do pecado, porque não creem em mim; da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais; e do juízo, porque já o príncipe deste mundo está julgado" (Jo 16.8-11). Esse fato combina com a obra do Espírito Santo de atrair a pessoa à salvação. Em João 14.6, Jesus declara: "Ninguém vem ao Pai senão por mim". Em João 6.44, afirma: "Ninguém pode vir a mim, se o Pai, que me enviou, o não trouxer". E o Espírito Santo quem atrai cada ser humano a Deus, embora muitos recusem essa atração. Ele nunca deixa de clamar, sem cessar: "Mas por que morrereis? Arrependei-vos e vivei!"38

A atividade do Espírito Santo como aquEle que dá testemunho de Cristo começa no Antigo Testamento e continua até hoje. O Espírito Santo inspirava os profetas do Antigo Testamento à medida que escreviam as profecias acerca do Messias vindouro. Isso não significa que o autor humano ou seu auditório - imediato ou indireto - compreendessem sempre o impacto de tudo quanto estava sendo escrito ou lido. Isaías 11.1,2 é um bom exemplo de uma profecia messiânica facilmente reconhecível:

Porque brotará um rebento do tronco de Jessé, e das suas raízes um renovo frutificará. E repousará sobre ele o Espírito do Senhor, e o Espírito de sabedoria e de inteligência, e o Espírito de conselho e de fortaleza, e o Espírito de conhecimento e de temor do Senhor.

Outros textos bíblicos, como Isaías 53 e Salmos 110.1, exigiram mais ajuda do Espírito Santo e, até certo ponto, de alguma luz, recebida após a ressurreição. É evidente que nem os discípulos nem os fariseus reconheciam um Messias sofredor, nem estavam esperando um assim.

Lucas nos informa que o Espírito Santo deu testemunho do Cristo que estava para vir, através de João Batista, dos pais deste, de Maria e de Simeão e Ana, em Jerusalém (ver Lc 1-3). Em João 16.13-15, Jesus declara que a obra do Espírito Santo não é falar por conta própria, mas somente aquilo que o Pai e o Filho lhe mandam dizer.

COMO PROMESSA

É difícil sugerir que um dos títulos ou propósitos do Espírito Santo seja mais importante que outro. Tudo que o Espírito faz é vital para o Reino de Deus. Há, no entanto, um propósito, uma função essencial do Espírito Santo, sem a qual tudo quanto se tem dito a respeito dEle até agora não passa de palavras vazias: o Espírito Santo é o penhor que garante nossa futura herança em Cristo.

Em quem [Cristo] também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa; o qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão de Deus, para louvor da sua glória (Ef 1.13,14).

Qual a garantia oferecida pela operação do Espírito Santo em nossa vida e na vida da Igreja? Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus. E, por isso, também gememos, desejando ser revestidos da nossa habitação, que é do céu; se, todavia, estando vestidos, não formos achados nus.

Porque também nós, os que estamos neste tabernáculo, gememos carregados, não porque queremos ser despidos, mas revestidos, para que o mortal seja absorvido pela vida. Ora, quem para isso mesmo nos preparou foi Deus, o qual nos deu também o penhor do Espírito (2 Co 5.1-5; ver também 2 Co 1.22; Ef 4.30).

Mediante o Espírito Santo, podemos conhecer a Deus, mediante a experiência, de conformidade com a palavra hebraica yada' ("conhecer por experiência"). Nossa experiência com o Espírito Santo serve-nos de comprovação da ressurreição de Cristo. Conforme declara Paulo em 1 Coríntios 15, se Cristo não ressuscitou dentre os mortos, jamais haverá uma ressurreição geral, e todas as nossas crenças em Deus e na salvação não passam de mentiras. Conforme já notamos a respeito de Samuel, há uma diferença entre saber a respeito de uma pessoa - ou de Deus - e conhecer alguém - ou a Deus - através de um encontro pessoal e de experimentar a sua presença.

O conhecimento intelectual da Bíblia não é o conhecer a Deus. Muitos teólogos e comentaristas da Bíblia - os quais conheci pessoalmente ou apenas através dos seus escritos - sabem mais a respeito de religião, história da Igreja, conteúdo da Bíblia e teologia do que muitos que se definem como cristãos. Mesmo assim, nunca reconheceram a reivindicação do Espírito Santo nas sua vidas, nem se renderam a Ele. Não têm nenhuma experiência de Deus em suas vidas. Acreditam que, se eles não tiveram nenhuma experiência com Deus, não é possível que outra pessoa a tenham. Negam, portanto, a existência de Deus e criticam os cristãos, dizendo que estes interpretam suas experiências subjetivas como a atividade de Deus na sua vida. Declaram que não há evidência da atividade divina no Universo. Tudo isso, porém, baseia-se na sua exegese distorcida.

Agora, podemos começar a dar o devido valor à importância da obra do Espírito Santo como sinal da inclusão do crente no corpo de Cristo e como sinal diante da Igreja. O Espírito Santo confirma não somente a ressurreição, mas também, por extensão, a veracidade das Escrituras. Sem o penhor ("primeira prestação") do Espírito Santo para nos ensinar, guiar na verdade e dar testemunho de Cristo, não haveria hoje igreja nenhuma, porque não haveria Evangelho a ser pregado.

                                                        Stanley-Horton-Teologia-Sistematica

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                         CAP 3 - O ESPÍRITO SANTO

A PERSONALIDADE DO ESPÍRITO SANTO

 INTRODUÇÃO

A personalidade (quer dizer, a qualidade ou fato de ser uma pessoa) do Espírito Santo é um fato descrito na Bíblia tanto quanto a personalidade do Pai e do Filho. Quando o homem nega essa verdade fica evidente uma cegueira Satânica. Satã, quem ataca toda a verdade, tem atuado em duas frentes contra a doutrina da personalidade do Espírito Santo:

1. Negação doutrinária

O herege antigo, Arius, falou do Espírito como a "energia exercida por Deus". Isso reduz o Espírito de Deus à uma mera amostra do poder do Pai. Este erro ainda é divulgado por várias seitas.

2. Negação prática

Há muitos religiosos que, mesmo não negado a doutrina da personalidade do Espírito em suas confissões de fé, na prática vêem a Ele como um simples poder. Devido a obra do Espírito ser invisível eles o confundem com as suas obras e dons. Este povo freqüentemente refere-se ao Espírito como se fosse possível ter "muito" dEle. O autor lembre se de uma ocasião quando um Pastor Batista disse, "o Espírito esteve aí com grande poder". Este homem piedoso então corrigiu a si mesmo dizendo, "O Espirito esteve aí com infinito poder e manifestou grande poder." Que sejamos cuidadosos quando falamos do Espírito bendito de Deus.
As igrejas primitivas conheciam o Espírito Santo como uma Pessoa Divina que poderia ser seguida (Atos 13:2) e com Quem poderiam ter comunhão (II Coríntios 13:14). Devemos estar alertas para notarmos quando perdemos o reconhecimento da Sua presença e Pessoa.

I. O ESPÍRITO SANTO ESTÁ ASSOCIADO AO PAI E AO FILHO.

É impossível entender como alguém pode negar a personalidade do Espírito e ainda ter bom senso com as Escrituras (Mateus 28:19; II Coríntios 13:14; I João 5:7). Alguém mencionaria um mero "exercício de esforço" em uma lista de personalidades.

II. O ESPÍRITO SANTO TEM TODOS OS ATRIBUTOS DE UMA PESSOA

A. Ele pensa - I Coríntios 2:10-11; Atos 15:28.
B.  Ele sente
1. Ele pode ser entristecido - Efésios 4:30
2. Ele pode ser contristado - Isaías 63:10
3. Ele ama - Romanos 15:30 (podemos mencionar aqui que é impossível entristecermos a uma pessoa que não nos ama).

C. Ele exercita volição (poder de escolha) - I Coríntios 12:11.
D. Ele age
1. Ele inspirou as Escrituras - II Pedro 1:21
2. Ele ensina - João 14:26
3. Ele guia - Romanos 8:4
4. Ele fala - Atos 8:29; 13:2
5. Ele convence - João 16:8-11
6. Ele regenera - João 3:5
7. Ele conforta - João 14:16
8. Ele testifica - João 15:26
9. Ele intercede - Romanos 8:26
10. Ele chama para o ministério - Atos 13:2; 20:28
11. Ele cria - Jó 33:4

E. O Espírito Santo nunca deve ser confundido com os Seus dons - (I Coríntios 12:4, 7-11; Atos 2:38). Todos os Cristãos têm o "dom do Espírito Santo," mas ninguém tem toda a "diversidade de dons".

F. Cristo confortou os Apóstolos com a promessa da presença de uma outra pessoa divina em sua ausência - João 14:16.
A palavra 'parakletos', traduzida como "Consolador" em João 14:16, é traduzida como "Advogado" em I João 2:1 e neste versículo refere-se a Jesus Cristo. Jesus Cristo é nosso Consolador e assim segue o Espírito, "outro Consolador" que deve ser igualmente uma pessoa divina. A palavra grega usada em João 14:16 para "outro" é allos que significa "um outro do mesmo tipo" ao invés de heteros que Significa "um outro de um tipo diferente."

G.  As ações do homem para com o Espírito provam que Ele é uma pessoa

1. O homem blasfema contra o Espírito - Mateus 12:31. A natureza do pecado que não tem perdão prova a personalidade do Espírito. A blasfema contra uma pessoa e não contra um poder é que não tem perdão.
2. O homem mente ao Espírito Santo - Atos 5:3.
3. O homem tenta o Espírito Santo - Atos 5:9.
4. O homem resiste o Espírito Santo - Atos 7:51.
5. O homem obedece o Espírito Santo Atos 13:2,3.
H.  São pronomes pessoais usados em referência ao Espírito Santo.
Em Atos 13:2 é usado o pronome !me? e o verbo na primeira pessoa !tenho? ; em João 15:26 o pronome !ele? é usado, também, em João 16:8,13.

CONCLUSÃO

Nas lições seguintes estudaremos os dons e as operações do Espírito Santo. Antes de começarmos, deixe me implorar para que você entenda Quem é o Espírito Santo. Como um jovem crente eu vi muitas igrejas pregarem a obra de Cristo e o plano da salvação, mas, evidentemente, esqueceram-se da pessoa de Cristo. Não devemos cometer o mesmo erro em se tratando do Espírito Santo.

Autor: Pr Ron Crisp
Tradução: Albano Dalla Pria
Revisão e Editoração: Calvin Gardner
Fonte: www.palavraprudente.com.br


                                      Resultado de imagem para Os Atributos do Espírito Santo


                                          A DOUTRINA DO ESPIRITO SANTO

O estudo da doutrina da Espírito Santo segue, em ordem natural, o da doutrina de Jesus e o da salvação, porque é o Espírito Santo que tem de aplicar a obra feita por Jesus aos corações dos homens. Infelizmente, o estudo desta doutrina é um dos mais negligenciados, não obstante ser ela uma das mais importantes em toda a Teologia. Há grande necessidade de o crente estudar bem o que ensina a Bíblia sobre o Espírito Santo e o seu trabalho. Há, talvez, mais ignorância sobre o Espírito Santo e o seu trabalho do que sobre qualquer outra fase importante da Teologia. Certamente nenhum crente quer roubar a glória a esta Pessoa da Trindade, e ninguém há que possa ignorar o seu grande trabalho. Pelo que se torna muito necessário que examinemos as Escrituras para vermos o que nela encontramos sobre a Pessoa do Espírito Santo e sobre o seu trabalho.

 Esta doutrina também é de máxima importância do ponto de vista prático, porque, se pensarmos do Espírito Santo como mera influência ou poder qualquer, o nosso desejo será, então, saber como podemos nos apossar dessa influência ou poder. Ainda mais, se considerarmos o Espírito Santo como um ser impessoal, havemos de considerar o trabalho de converter o mundo como um trabalho nosso. E, assim sendo, a questão será, como é que podemos lançar mão deste poder a fim de fazer melhor o nosso trabalho?

1                   .      A PERSONALIDADE DO ESPIRITO SANTO

 Devemos, porém, pensar no Espírito Santo como no-lo apresenta a Bíblia, isto é, como uma Pessoa. E então a nossa preocupação não será mais como podemos nos apossar do Espírito para realizarmos o nosso trabalho, senão como nos entregarmos a ele para que realize, por nosso meio, a sua obra no mundo. Há grande diferença entre a idéia de fazermos muita coisa por meio do Espírito Santo e a idéia de o Espírito Santo operar maravilhas por nosso meio. A primeira idéia é pagã, exalta o homem acima do Espírito Santo. Quem lê a história sabe que os pagãos queriam que os seus deuses os auxiliassem em todo empreendimento. Abraão Lincoln disse que fazia mais empenho em estar ao lado de Deus do que em estar Deus ao seu lado. O homem é quem auxilia a Deus, e. não Deus ao homem. A idéia de que o Espírito Santo é o dirigente e que o homem deve cooperar com ele é uma idéia cristã, porque exalta o Espírito Santo acima do homem e leva este a descobrir-se e a santificar-se na presença dele. Infelizmente, há muitas pessoas que têm a mesma atitude para com o Espírito Santo que Pedro mostrou uma vez para com Jesus. «Desde então começou Jesus a mostrar aos seus discípulos que convinha ir a Jerusalém, e padecer muito dos anciãos, e dos principais dos sacerdotes, e dos escribas, e ser morto, e ressuscitar ao terceiro dia. E Pedro, tomando-o de parte, começou a repreendê-lo, dizendo: Senhor, tem compaixão de ti; de modo nenhum te aconteça isso. Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Arreda-te de diante de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens» (Mateus 16:21-23). Infelizmente, há servos que querem ensinar os seus mestres. Pedro achou que Jesus estava errado.

A questão, para nós, não é, portanto, saber como podemos possuir mais do Espírito Santo para fazermos o nosso trabalho, mas, ao contrário, é saber como é que o Espírito Santo pode possuir mais de nós para realizar a sua obra na transformação do mundo.

 Toda a honra e glória da salvação deste mundo não pertence a nós, mas a Deus Pai, a Deus Filho e a Deus Espírito Santo. Enfatizemos bem, então, qual deve ser a verdadeira atitude do crente para com o Espírito Santo. O Espírito Santo é o dirigente, o crente coopera com ele; o Espírito Santo é o mestre e o crente é o discípulo. E a questão, repetimos, não é tanto de o crente possuir o Espírito Santo, como de o Espírito Santo possuir inteiramente o crente.

Notemos agora o que diz a Bíblia sobre a personalidade do Espírito Santo. A Bíblia oferece-nos quatro provas de que o Espírito Santo é uma Pessoa.
1.1. A primeira prova da personalidade do Espírito Santo. Todos os atributos de uma pessoa são, pela Bíblia, atribuídos ao Espírito Santo. Quais são então estes atributos de uma pessoa? São cinco: Pensar, Sentir, Querer, Consciência Própria e Direção Própria. Portanto, qualquer ser que pensa, que ama, que quer, que tem direção própria e consciência própria é uma pessoa. Quando a Bíblia afirma que o Espírito Santo é uma pessoa, não diz que ele tem olhos, nariz, etc., porque estas coisas são partes do corpo, e não elementos componentes de uma pessoa. Quando a Bíblia afirma que o Espírito Santo é uma pessoa, afirma que ele pensa, ama, quer, que tem o poder de direção própria e consciência própria. E, convém notar bem, quando a Bíblia afirma que o Espírito Santo é uma Pessoa, afirma, ipso facto, que ele não é mera influência, mero poder, como o vento, O vento não tem os característicos de uma pessoa. Não pensa, não sente, não quer. O Espírito Santo, porém, é uma pessoa, como o Pai, como Jesus Cristo e como qualquer outra pessoa. Ele tem todos os elementos que constituem uma personalidade. Examinemos, pois, as escrituras que indicam que o Espírito Santo possui os elementos de uma pessoa.
Ao Espírito é atribuído o poder de saber até as coisas mais profundas de Deus: «Porém Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito Santo penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus. Por que, qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus» (1 Coríntios 2:10, 11). Estas palavras devem confortar-nos muito, porque revelam que temos um Ensinador de tão grande saber.

O Espírito Santo está nas condições de revelar-nos as coisas cuja revelação há sido impossível antes da sua vinda. Como sabemos, Jesus revelou o Pai; e, agora, o Espírito Santo está pronto a nos revelar e explicar tudo quanto Jesus veio fazer e ensinar. «Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito» (João 14:26). O primeiro atributo pessoal, então, que a Bíblia menciona em relação ao Espírito Santo é o atributo do saber. O Espírito Santo possui também o poder de querer, segundo lemos em 1 Coríntios 12:11: «Mas um só e o mesmo Espírito obra todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer.»

O Espírito Santo não pode ser mera influência de que usemos ao nosso bel-prazer; porém, é uma Pessoa que se serve de nós segundo a sua própria vontade. Este pensamento é fundamental em qualquer verdadeira compreensão da doutrina do Espírito Santo. Há muitas falhas em nossa vida cristã que se originam de uma falsa noção do Espírito Santo e de uma falsa atitude nossa para com ele. Em vez de querermos que o Espírito Santo esteja às nossas ordens, devemos, antes, nos colocar à sua disposição, porque ele é uma Pessoa. Ele é a Terceira Pessoa da Trindade de Deus, que está, neste mundo, pronto para cooperar com o crente em tudo quanto se relaciona com o reino de Deus. Devemos render graças ao Senhor, porque há uma Pessoa sábia e santa, que está não só pronta, mas também desejosa de nos revelar as coisas mais profundas do tesouro da sabedoria divina. Acabemos, pois, com a idéia, tão comum e errônea, de que o Espírito Santo é uma influência que o crente pode reter em seu poder. A Bíblia ensina que ele é uma pessoa porque pensa, porque sente, porque quer; e a nossa atitude para com ele deve ser a de um discípulo para com o seu mestre. Jesus pode servir de modelo neste sentido, porque ele viveu aqui na terra sempre debaixo da direção do Espírito Santo. Nasceu assim e assim morreu.

Em Romanos 8:27 aprendemos alguma coisa sobre a personalidade do Espírito Santo. Aprendemos neste verso a sua intenção. «E aquele que examina os corações sabe qual seja a intenção do Espírito; porquanto ele, segundo Deus, intercede pelos santos.» Este termo «intenção» é grande e abrange mais do que a faculdade de pensar. A intenção revela o propósito da pessoa. E bem sabemos que um propósito é o resultado do raciocínio. O Espírito Santo não somente sabe, mas tem também vontade e intenção em relação aos crentes.

 Em Romanos 15:30 encontramos mais um atributo pessoal do Espírito Santo, que é o amor. «E rogo-vos, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do Espírito, que combatais comigo em orações por mim a Deus.» O Espírito Santo é uma pessoa que nos ama. Fazemos muito no amor de Deus, no amor de Jesus Cristo e bem pouco meditamos no amor do Espírito Santo para conosco. Mas não deve ser assim, porque o Espírito Santo não só está conosco sempre, mas também nos ama sempre. Se não fosse o grande amor de Deus, Jesus não teria vindo a este mundo. E, se não fosse o grande amor do Espírito Santo, ele não nos buscaria para convencer-nos do pecado, da justiça e do juízo.

 Vemos, graças a Deus, que o Espírito Santo é uma Pessoa mie nos ama tanto como o Pai e o Filho. Sem fazer comparação entre as Pessoas da Trindade, dizemos aqui que talvez a Pessoa mais paciente para com os crentes e descrentes é o Espírito Santo. A Bíblia fala da ira de Deus, fala de Jesus, algumas vezes, indignado, mas nunca fala da ira ou da indignação do Espírito Santo. Quantas vezes tanto o crente como o descrente rejeita tudo quanto o Espírito Santo quer fazer para o seu próprio bem, e, contudo, ao que é sinceramente crente, ainda que muito fraco, ele nunca abandona!
«E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da redenção» (Efésios 4:30). A tristeza segundo esta passagem é outro elemento pessoal do Espírito Santo. Daqui depreendemos claramente que o Espírito Santo não é um poder qualquer que Deus manda sobre nós. Porém vemos que ele é uma pessoa que podemos entristecer com o nosso procedimento. E, quantas vezes não entristecemos esse visitante celestial! Certamente todos os dias da nossa vida damos motivos para o entristecimento do Espírito de Deus. A Bíblia ensina, como veremos mais adiante, que ele habita em nós. E quantas coisas tristes ele encontra em nossa vida! As vezes os pais se entristecem quando os filhos procedem mal na presença de pessoas que os visitam. E, se assim acontece com os pais, que são imperfeitos, quanto mais não será com o Espírito Santo, vendo as coisas que passam diariamente na nossa vida? Devemos, pois, fazer o máximo possível para guardar puro o nosso pensamento, elevado o nosso sentimento, e santo o nosso desejo, porque o Espírito Santo de Deus é tão santo que, por isso mesmo, se chama Espírito Santo; e, é certo que ele sente, profundamente, as nossas impurezas. «Não sabeis vós que sois o templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?» (1 Coríntios 3:16).

1.2.Segunda prova da personalidade do Espírito Santo. A Bíblia atribui ao Espírito Santo atos que só podem ser praticados por uma pessoa. Já vimos que o Espírito Santo penetra até as profundezas de Deus; vimos também que ele tem o poder ou o dom de nos ensinar estas coisas que conhece do tesouro de Deus.

 O Espírito Santo fala: «Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas: ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida, que está no meio do paraíso de Deus» (Apocalipse 2:7).
 O Espírito Santo clama: «E, porque sois filhos, Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: «Aba Pai» (Gálatas 4:6). «E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis» (Rom. 8:26). Conheci um homem que ficou muito triste quando perdeu o seu único filho. E tão grande lhe era a dor que não podia falar nem chorar. Ele demonstrava a dor do coração com gemidos, mas gemidos exprimíveis. Mas a intercessão do Espírito vai muito além, porque é feita com gemidos inexprimíveis. Que intercessão poderosa!

 Grande deve ser a nossa consolação, sabendo que temos um Intercessor tão maravilhoso! O crente está cercado de intercessores:

Cristo no céu, e o Espírito Santo na Terra.

Mas, além de penetrar as profundezas de Deus e de interceder por nós, o Espírito Santo também nos ensina acerca de Jesus Cristo. O Espírito Santo testifica de Jesus, como Jesus testifica do Pai. «Mas quando vier o Consolador, que eu da parte dó Pai vos hei de enviar, a saber, aquele Espírito de verdade, que procede do Pai, ele testificará de mim. E vós também testificareis, pois estivestes comigo desde o princípio.» Nestes versos o Espírito Santo testifica de Jesus Cristo, e o seu testemunho está claramente distinguido do testemunho do crente em que ele habita.

 Nesse mesmo Evangelho, capítulo 14:16, temos outra passagem no mesmo sentido: «Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai vos enviará em meu nome, este vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito.»

O Espírito Santo é também o nosso Guia: «Ainda tenho muitas coisas que vos dizer, mas vós não as podeis suportar agora; porém, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas falará tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará as coisas que hão de vir. Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar» (João 16:12-14). Que grande privilégio este do crente, de ter o Espírito Santo como guia da sua vida! Que direção sábia daria à nossa vida se nos entregássemos inteiramente a ele! Não há razão para o crente errar, porque o seu guia é  infalível. Também nenhuma razão tem o crente para ignorar a sabedoria de Deus, porque temos no Espírito Santo um Explicador Perfeito, que conhece as profundezas de Deus.

Em Romanos 8:14 se nos depara de novo a mesma idéia de que o Espírito Santo é o nosso Guia. «Porque todos quantos são guiados pelo Espírito de Deus, estes são filhos de Deus.»

Atos 16:6 é uma passagem deveras interessante. Vemos aqui que o Espírito Santo dominava inteiramente a vida dos apóstolos. «E, passando pela Frígia e pela província da Galácia, foram impedidos pelo Espírito Santo de anunciar a palavra na Asia.» A leitura cuidadosa do livro dos Atos dos Apóstolos nos é de muito proveito.

1.3.Terceira prova da personalidade do Espírito Santo. A terceira prova que apresentamos da personalidade do Espírito Santo é que o seu oficio é tal que só uma pessoa pode exercer. E ele é chamado o Consolador, que veio substituir a Jesus, o Grande Consolador das nossas almas. «E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará / outro Consolador, para que fique convosco para sempre: O Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece, mas vós o conheceis, porque habita convosco e estará em vós» (João 14:16, 17). Os discípulos ficaram muito tristes quando Jesus lhes disse que ia embora; porém Jesus os consolou, prometendo mandar outro Consolador, que ficaria com eles. Esta promessa feita por Jesus é uma das mais consoladoras que temos nas Escrituras. A fim de compreendermos bem este termo Consolador, é preciso que o interpretemos à luz da história de Jesus e dos seus discípulos. Desde o início do seu ministério terrestre, Jesus era tudo para os seus discípulos. Eles recorriam sempre a Jesus quando se lhes deparava qualquer problema que não podiam resolver. Por exemplo, vejamos o procedimento deles na ocasião da multiplicação dos pães e dos peixes, e nas bodas de Caná da Galiléia. Os discípulos dependiam sempre de Jesus. Foi ele quem fez tudo para eles, e por isso, quando ele lhes participou que ia embora, naturalmente ficaram entristecidos, porque eram homens inexperientes e não tinham confiança em si mesmos. Desde o começo da sua vida cristã, tinham estado com Jesus, e ele sempre providenciou tudo o que lhes era mister. Jesus, porém, os confortou grandemente, prometendo outro Consolador; uma pessoa que poderia fazer por eles ainda mais do que Jesus havia feito. Por isso, Jesus mesmo disse: «Convém que eu vá», mostrando, assim, que era até melhor que ele fosse, para que viesse o Espírito Santo. As vezes temos pensado que melhor teria sido para nós, os crentes, se pudéssemos ter vivido em companhia de Jesus quando ele andava aqui na terra. Talvez tenhamos tido, às vezes, inveja dos apóstolos, que andavam com ele dia após dia. E verdade, porém, que os crentes de hoje têm privilégios maiores e mais gloriosos do que os próprios discípulos que com ele conviveram. Se assim não fosse, Jesus não teria dito: «Convém que eu vá.» Sem dúvida, era grande o privilégio dos apóstolos de andarem com Jesus e habitarem com ele, porém muito maior ainda é o privilégio que temos de andar com o Espírito Santo e tê-lo habitando em nós, em vez de conosco.
O Espírito Santo está em condições de manter uma relação muito mais íntima conosco do que Jesus podia manter quando estava na carne. E, um dos pensamentos mais confortantes é este, de termos no Espírito Santo uma pessoa tão real, tão divina, tão amável, tão digna da nossa confiança, tão pronta a nos socorrer como nos dias em que Jesus esteve aqui na terra. E, como já observamos, o Espírito Santo está em condições de fazer por nós o que Cristo na carne não podia fazer. O crente de hoje goza de privilégios que nem os primeiros apóstolos gozaram, a não ser depois da vinda desse Consolador. E, como Jesus resolvia os problemas materiais dos seus discípulos, o Espírito Santo, estando sempre presente em nossa vida, também pode resolver todos os problemas que se nos deparam.
 Uma vez um dos discípulos de Jesus achava-se sozinho, no mar agitado, correndo risco de vida, e o Mestre não estava com ele. Isto nunca acontece com o Espírito Santo, porque uma das razões por que Jesus disse «convém que eu vá» era que o Espírito Santo viriii e ficaria com o crente para sempre. Pouco importa ao crente quantos inimigos o rodeiem, pois ele tem ao seu lado o Consolador, que pode vencer até os inimigos mais terríveis. Certamente a nossa vida cristã tornar-se-ia muito mais rica e cheia de consolação se nós nos compenetrássemos bem desta grande verdade: que o Espírito Santo é realmente uma pessoa, o Grande Consolador, o Amparador do verdadeiro crente em Jesus Cristo.

1.4.Quarta prova da personalidade do Espírito Santo. O quarto fato que demonstra a personalidade do Espírito Santo é que lhe é feita uma referência como a uma pessoa. As palavras que citamos a seguir se encontram no livro de Isaías 63:10: «Porém eles foram rebeldes, contristaram o seu Espírito Santo; pelo que se lhes tornou em inimigo, e ele mesmo pelejou contra eles.» E claro que uma influenciar não se pode entristecer, porém uma pessoa sim.
 O autor da Carta aos Hebreus confirma esta idéia que encontramos na passagem supracitada. «De quanto maior castigo cuidais vós será julgado digno aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue do Testamento, com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça?» (Hebreus 10:29).

 Segundo Atos 5:3, o Espírito Santo recebe também o tratamento de uma pessoa: «Disse então Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, e retivesses parte do preço da herdade?»

A mesma idéia encontramos abonada em Mateus 12:31 e 32:

«Portanto, eu vos digo: todo pecado e blasfêmia se perdoará aos homens; porém a blasfêmia contra o Espírito Santo não será perdoada aos homens. E, se qualquer falar alguma palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-á perdoado, mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste século nem no futuro.»

 Assim temos examinado ligeiramente o que diz a Bíblia sobre a verdade tão preciosa de que o Espírito Santo é uma Pessoa. Diante destas escrituras não pode haver nenhuma dúvida sobre este grande fato. Teoricamente os crentes, em geral, aceitam esta verdade; porém, infelizmente, deixam de realizá-la na sua vida. O Espírito Santo veio a fim de abrir ao crente as riquezas da graça de Deus; e, não obstante ser este o seu desejo, muitos dos crentes passam os dias na maior pobreza espiritual. Não devemos continuar nestas condições. Façamos um esforço especial para que vivamos em comunhão com Deus e para que estejamos sempre conscientes de que temos constantemente conosco uma Pessoa, o Espírito Santo, que pode fazer por nós até mais do que Cristo conseguiu fazer enquanto na carne. Seja a nossa oração diária a que se encontra em II Coríntios 13:13: «A Graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo seja com todos vós. Amém.»

2             .   A DEIDADE DO ESPIRITO SANTO

Acabamos de considerar as provas que nos apresentam as Escrituras sobre a personalidade do Espírito Santo; e, se dermos o devido crédito às passagens examinadas, não nos restará nenhuma dúvida já sobre este ponto. O Espírito Santo é uma Pessoa e como tal deve ser considerado e tratado por nós. Estudemos, a seguir, as passagens da Bíblia que ensinam que o Espírito Santo é Deus.

2.1. O Espírito Santo é expressamente chamado Deus «Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim. Então disse ele: Vai, e dize a este povo: Ouvis, de fato, e não entendeis, e vedes, em verdade, mas não percebeis» (Isaías 6:8, 9). No livro dos Atos dos Apóstolos lemos as palavras que seguem: «E, como ficaram entre si discordes, se despediram, dizendo Paulo esta palavra: Bem falou o Espírito a nossos pais pelo profeta Isaías, dizendo: Vai a este povo, e dize: De ouvidos ouvireis, e de maneira nenhuma entendereis; e, vendo, vereis, e de maneira nenhuma percebereis» (Atos 28:25,26). Como vimos, naquela passagem do livro de Isaías é Deus quem fala; mas nesta de Atos é o Espírito Santo que, desta maneira, se identifica com Deus. Leiamos também Jeremias 31:33, 34 em conexão com Hebreus 10:15, 16: «Eis que dias vêm, diz o Senhor, em que farei um concerto novo com a casa de Israel e com a casa de Judá. Não conforme o concerto que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; porque eles invalidaram o meu concerto, ainda que me desposei com eles, diz o Senhor. Mas este é o concerto que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor:Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e lhes serei a eles por Deus e eles me serão a mim por povo. E não ensinará alguém mais a seu próximo, nem alguém a seu irmão, dizendo: Conhecei ao Senhor: porque todos me conhecerão, desde o mais pequeno deles até ao maior deles, diz o Senhor: porque lhes perdoarei a sua maldade, e nunca mais me lembrarei dos seus pecados.» Assim lemos em Hebreus: «E também o Espírito Santo no-lo testifica, porque depois de haver antes dito: Este é o concerto que farei com eles depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei as minhas leis em seus corações, e as escreverei em seus entendimentos.» Concluímos, pois, da conexão destas passagens, que o Espírito Santo da Carta aos Hebreus é o «Senhor» do livro de Jeremias.

As seguintes palavras, que o apóstolo Paulo escreveu aos coríntios, nos falam claramente da deidade do Espírito Santo: «Mas todos nós, com cara descoberta, refletindo, como um espelho, a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor» (II Coríntios 3:18). Citemos ainda mais estas palavras do apóstolo Pedro: «Disse então Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo...? Não mentiste aos homens, mas a Deus» (Atos 5:3, 4).

2.2.O Espírito Santo possui os atributos de Deus, segundo as Escrituras

 Ele era o Criador: «...e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas» (Gênesis 1:2). O Espírito Santo é eterno: «Quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito Santo se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará as vossas consciências das obras mortas para servirdes ao Deus vivo?» (Hebreus 9:14).

O Espírito Santo é onisciente: «Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem são as que Deus preparou para os que o amam. Porém Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus. Porque, qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus» (1 Coríntios 2:9-11).

O Espírito Santo é onipresente: «Para onde me irei do teu Espírito, ou para onde fugirei da tua face? Se subir ao céu, lá tu estás; se fizer no inferno a minha cama, eis que tu ali estás também. Se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar, até ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá» (Salmos 139:7-10).

2.3.A Bíblia atribui ao Espírito Santo obras que só Deus podia fazer
 a) O Espírito criou o homem e deu-lhe a vida: «O Espírito de Deus me fez e a inspiração do Todo-Poderoso me deu a vida» (Jó 33:4).

b) O Espírito Santo é o Criador: «Envias o teu Espírito, e são criados, e assim renovas a face da terra» (Salmos 104:30).
c) O Espírito Santo ressuscitou a Jesus: «E, se o Espírito daquele que dos mortos ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele que dos mortos ressuscitou a Cristo também vivificará os vossos corpos mortais pelo seu Espírito, que em vós habita» (Romanos 8:11).

d) O Espírito justificará e santificará o crente: «... mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor. Jesus, e pelo Espírito do nosso Deus» (1 Coríntios 6:11).

 e) O Espírito Santo ensina ao crente como deve proceder: «E, quando vos conduzirem às sinagogas, aos magistrados e potestades, não estejais solícitos de como ou do que haveis de responder, nem do que haveis de falar. Porque na mesma hora vos ensinará o Espírito Santo o que vos convenha falar» (Lucas 12:11, 12).

 f) O Espírito Santo distribui dons espirituais: «Porque a um, pelo Espírito, é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; e a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; e a outro, a operação de maravilhas: e a outro, a profecia; e a outro, o dom de discernir os espíritos; e a outro, a variedade de línguas; e a outro, a interpretação de línguas; mas um só e o mesmo Espírito obra todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer» (1 Coríntios 12:8-11).

Como acabamos de ver destas passagens, é impossível atribuir estes poderes tão maravilhosos à mera influência ou a uma pessoa que não seja divina. Só uma pessoa, a pessoa divina, é capaz de fazer o que a Bíblia alega haver feito o Espírito Santo. Aceitando, pois, os ensinamentos da Bíblia, não podemos fugir à conclusão de que o Espírito Santo não é simplesmente uma pessoa, mas uma Pessoa Divina, e tão Divina como o Pai e o Filho.

 Além de tudo o que fica dito, devemo-nos lembrar de que é possível pecar irremediavelmente contra o Espírito Santo. «Portanto, eu vos digo: todo pecado e blasfêmia se perdoará aos homens, porém a blasfêmia contra o Espírito Santo não será perdoado aos homens. E, se qualquer falar alguma palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-á perdoado, mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste século nem no futuro» (Mateus 12:31, 32).

Convém que nos lembremos também de que o nome do Espírito Santo se acha inseparavelmente ligado ao nome do Pai e do Filho. «Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo.» Se o Espírito Santo não fosse uma Pessoa Divina, não haveria razão para o seu nome aparecer ligado assim tão intimamente ao nome do Pai e do Filho. Em cada razão que se nos depara para crermos na personalidade e na deidade do Pai e do Filho, temos outra razão para crermos também na personalidade e na deidade do Espírito Santo; porque, se o Espírito Santo não é uma pessoa divina, não temos Triunidade e nem Trindade. E, uma vez destruída a Trindade, abre-se logo caminho para negar a deidade de Jesus, e, finalmente, a existência do próprio Deus. Cumpre-nos, pois, aceitar com sinceridade o que a Bíblia nos ensina sobre a personalidade e deidade do Espírito Santo. E ainda mais, cada crente tem o grande dever de considerar e tratar o Espírito como uma Pessoa, e Pessoa Divina.

O ponto prático deste estudo para nós, os crentes, não é, como dissemos em um dos parágrafos precedentes, tanto a questão de como havemos de receber o Espírito Santo, senão de como nos entregaremos ao Espírito Santo, para que a vontade sua, do Pai e do Filho seja feita em nossa vida. Assim seja.
                                                     TEOLOGIA SISTEMÁTICA A. B. LANGSTON



A palavra grega traduzida por espírito também significa vento. E como o vento sopra onde quer, de modo soberano, assim também opera o Espírito Santo. Ninguém sabe a origem ou o destino do vento, mas todos sabem que ele existe.

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