terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Lição 11 - Renovação do Homem Interior



                                     TEXTO BÍBLICO BÁSICO


Romanos 7.22
22 - Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus.
2 Coríntios 4.16-18
16 - Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia.
17 - Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente;
18 - Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas.

Efésios 3.16-21
16 - Para que, segundo as riquezas da sua glória, vos conceda que sejais corroborados com poder pelo seu Espírito no homem interior;
17 - Para que Cristo habite pela fé nos vossos corações; a fim de, estando arraigados e fundados em amor,
18 - Poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade,
19 - E conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus.
20 - Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera,
21 - A esse glória na igreja, por Jesus Cristo, em todas as gerações, para todo o sempre. Amém.

                                 TEXTO ÁUREO

O mesmo Espírito
 testifica com o nosso espírito
que somos filhos
de Deus.
Romanos 8:16


COMENTÁRIO

Palavra introdutória
Nesta lição, refletiremos sobre a importância da renovação do homem interior, que se torna possível a partir da revelação divina, da leitura da Palavra de Deus e do cuidado com a coração, de onde procedem as saídas da vida (Pv 4.23).
Esta aula será uma oportunidade para aprofundarmo-nos em questões espirituais tão importantes, como a santificação e a maturidade, por exemplo.

1. UM ESPÍRITO NOVO

Cinco referências acerca do homem destacam-se no texto bíblico neotestamentário, são elas:
  • Romanos 6.6, sobre o velho homem, que se refere à velha natureza;
  • Efésios 4.24, sobre o novo homem, que é a natureza do homem regenerado;
  • 2 Coríntios 4.16, sobre o homem exterior, que, por sua vez, focaliza o corpo corruptível do ser humano;
  • Romanos 7.22 e Efésios 3.16, que falam sobre o homem interior, que é o eu, a parte mais íntima e profunda desse ser criado e formado por Deus.

Em 2 Coríntios 4.8-18, o apóstolo Paulo aponta algumas diferenças que existem entre o homem exterior e interior. Nessa passagem, fica evidente que o homem exterior é vazo de barro, mas o homem interior é revestido do poder de Deus. O exterior pode ser atribulado, mas o interior não fica angustiado. O exterior pode ficar perplexo, mas o interior não desanima. O homem exterior é perseguido, o homem interior, porém, não é desamparado. O exterior pode ser abatido, mas o interior jamais será destruído.

1.1. A gloriosa promessa divina

É importante relembrar neste tópico que:
  • No Ato Criativo, Deus deu de Si mesmo ao homem, soprando nele o fôlego da vida (Gn 2.27);
  • Em decorrência disto, o Eterno habilitou-o a tornar-se um ser espiritual - apenas o homem, dentre todos os seres criados, é espírito;
  • No entanto, o ser que fora formado pelas mãos do Criador para expressar Sua imagem, glória e natureza envolveu-se na Queda.
A gloriosa promessa divina para o homem (interior), todavia, inclui dar a ele um novo espírito (Ez 36.26).

1.2. De que modo um novo espírito é implantado no homem

1.2.1. Pela mortificação das obras do corpo

A Escritura é clara ao mencionar as obras do corpo (físico). (Rm 8.13; 8.10; 6.12; 1 Co 9.27).
Afinal, os instintos naturais do homem são pecaminosos? Se não, quais feitos do corpo, manifestados na carne, precisam ser anulados? Paulo, em sua carta aos gálatas, apresenta-nos as obras da carne que precisam ser subjugadas a ação do Espírito de Deus (Gl 5.19-21).
Nas palavras dos editores de O Novo Comentário Bíblico Novo Testamento, "a carne se expressa na imoralidade sexual e na indecência (prostituição, lascívia), na adoração a ídolos e no ocultismo (feitiçarias), e em outros atos como homicídios, bebedices e festas extravagantes (glutonaria). Mas ela também se manifestas em pecados socialmente aceitos como inimizades, iras, pelejas dissensões, heresias (gr. haireseis, falsas crenças), e até invejas" (RADMACHER, ALLEN; HOUSE, Central Gospel, 2010b, p. 495).

1.2.2. Pelo enchimento do Espírito Santo

Paulo ensinou à igreja de Éfeso que o fruto do Espírito está em toda bondade, e justiça, e verdade (Ef 5.9). Aos Gálatas, o apóstolo enumerou as virtudes que se atrelam ao fruto do Espírito: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança (Gl 5.22).
Sumarizando o ensinamento paulino, em outras palavras, significa dizer que o fruto do Espírito não se manifesta necessariamente nas belas palavras que alguém possa vir a dizer; antes, evidencia-se por toda maneira de ser, falar e agir; por nossas escolhas e ações cotidianas.

1.2.3. Pela aquisição de conhecimento espiritual

O novo espírito concedido por Deus ao homem foi projetado para crescer em conhecimento, sabedoria e graça. Significa dizer que o homem interior (espiritual) precisa, constantemente, renovar-se, fortalecer-se, robustecer-se e amadurecer.
E como isto é possível? Por intermédio do Seu Santo Espírito o Eterno acessa o espírito humano (o homem interior), revelando-lhe Seus planos, intenções, pensamentos, mistérios e segredos.
O conhecimento da verdade é um privilégio daqueles que receberam do Senhor um novo espírito e a Verdade Absoluta, Cristo (Jo 14.6):
  • Declara, sem rodeios, quem é o homem, não dando margem, assim, a qualquer tipo de crise de identidade (Jo 1.12; 15.15);
  • Liberta o homem, proporcionando-lhe, deste modo, um novo sentido para a vida (Jo 8.31,32);
  • Revela ao homem a razão de ele estar neste mundo: amar a Deus (Mt 22.37), servir (Mc 10.43-45) e discipular (Mt 28.19,20);
  • Apresenta ao homem o amanhã, a eternidade, o destino final de todo aquele que nele crê (Jo 3.18).
2. UM CORAÇÃO NOVO

Deus cuida do ser feito à Sua imagem e semelhança com amor incomparável e eterno. Em razão disto, nas palavras proféticas de Ezequiel, Ele deseja realizar no homem interior uma verdadeira cirurgia espiritual (Ez 36.25,26).
Nos subtópicos seguintes, veremos as principais características observadas no homem cujo coração foi transplantado por Deus.

2.1. Coração transformado

Na composição do homem interior, o coração ocupa posição central. Davi, após experimentar a ação devastadora do pecado, clamou desesperado por misericórdia, purificação, perdão e renovação (Sl 51.10).
Neste verso, o verbo traduzido por criar é o mesmo empregado em Gênesis 1.1 (bará) e faz referência àquilo que somente Deus pode realizar. Davi, em um flagrante de dor, pediu ao Senhor para ter o seu coração restaurado. O grande rei de Israel tinha a consciência de que Jeová é o único capaz de transformar o coração do homem.

2.2. Coração aliançado

O vaticínio do grande conserto que o Senhor viria a estabelecer com a humanidade foi proferido por boca de Jeremias. O profeta anunciou que a derradeira aliança que o Senhor estabeleceria com os homens seria inscrita em seus corações (Jr 31.33).
Como apropriadamente destacaram os editores do O Novo Comentário Bíblico do Novo Testamento: "Isto sugeria um novo nível de obediência e um novo conhecimento do Senhor" (RADMACHER; ALLEN; HOUSE. Central Gospel, 2010b, p.432).
É no coração, na porção mais íntima do homem interior que o Senhor registra a Sua gloriosa promessa.

2.3. Coração unificado

Uma das grandes e significantes marcas da verdadeira Igreja foi descrita por Lucas: E era um o coração e a alma dos que criam (At 4.32).
Uma comunidade unida em amor que praticava diária e publicamente, sem restrições, a inclusão social; um mesmo coração posto por Cristo em Sua Noiva com um único propósito: a unidade visando o bem comum.

CONCLUSÃO

Para que o homem interior experimente a renovação, o crescimento e a maturidade, é necessário obedecer ao conselho do apóstolo Paulo, seguindo o caminho da santificação em seu aspecto posicional e processual constante: Por isso, não desfalecemos, mas ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia (2 Co 4.16).

                     Fonte: Revista Lições da Palavra de Deus n° 60


                                


O NOVO HOMEM




       E vos revistais do novo
 homem, que, segundo
 Deus, é criado em 
verdadeira justiça e
 santidade. Pelo que
 deixai a mentira e falai 
a verdade cada um com
 o seu próximo; porque
 somos membros uns dos 
outros. Irai-vos e não
 pequeis; não se ponha o 
sol sobre a vossa ira.
 Não deis lugar ao diabo. 
Aquele que furtava não
 furte mais; antes, 
trabalhe, fazendo com as
 mãos o que é bom, para
 que tenha o que repartir
 com o que tiver 
necessidade. Não saia da 
vossa boca nenhuma 
palavra torpe, mas só a 
que for boa para 
promover a edificação,
 para que dê graça aos
 que a ouvem. E não
 entristeçais o Espírito 
Santo de Deus, no qual 
estais selados para o Dia 
da redenção. Toda
 amargura, e ira, e 
cólera, e gritaria, e 
blasfêmias, e toda 
malícia seja tirada de 
entre vós. 
Antes, sede uns para com os outros
 benignos, 
misericordiosos,
 perdoando-vos uns aos
 outros, como também 
Deus vos perdoou em Cristo.
Efésios 4.24-32


    Os ensinamentos do apóstolo Paulo constituem uma fonte inesgotável de sabedoria,
edificação e fortalecimento na formação do novo homem,
criado na verdadeira justiça e santidade.
Essa nova criação tem um novo nome, um novo coração e uma nova natureza,
resultados da ação exclusiva e maravilhosa da graça de Deus.
Novo nascimento, regeneração, renascimento e novo começo manifestam
novos princípios, regras, posição, conduta, comportamento, objetivos e finalidades.


Assim que, se alguém 
está em Cristo, nova 
criatura é: as coisas 
velhas já passaram; eis 
que tudo se fez novo.
2 Coríntios 5.17 


     As instruções paulinas são simples, práticas e de fácil compreensão e assimilação.
Paulo registra algumas características fundamentais e essenciais do novo homem,
alcançadas pela graça de Deus.
Utilize esta lista como guia para seus estudos.
Observe o novo homem:


REVESTE-SE DA NATUREZA DE DEUS


      O espírito humano revestido (vestido duas vezes), procedente de
Deus e regenerado pela graça divina, manifesta singelamente traços da imagem original,
refletindo a presença e a glória do Senhor.
Este revestimento é o resultado de um sacrifício vivo, santo e agradável ao Senhor.
O ser de Deus atua no espírito humano renovando, revestindo e formando
o novo homem em justiça e santidade (v. 24).


ABANDONA A MENTIRA


     A mentira, com o seu poder dominante, sórdido e escravizador,
é rejeitada sem lugar e ação na vida do novo homem.
Abandonar a mentira significa dizer decididamente não ao diabo,
o primeiro a mentir tornando-se o pai de todos os mentirosos, conforme as
palavras do Senhor Jesus (Jo 8.44).
A falsidade é expulsa, a mentira fica de lado e para trás, os demônios e todos os
poderes e espíritos malignos, praticantes do engano, são literalmente “deixados”
por todos os que nasceram de novo no Reino de Deus (v. 25).


FALA A VERDADE


     O novo homem, ao conhecer a verdade e a sua importância, seu valor e eficácia,
ao ser liberto das prisões em seus sentimentos, pensamentos e ações
que o prejudicavam profunda mente, causados pela mentira,
se torna um arauto e proclamador da verdade.
Esta verdade declara que há um preço a ser pago quando ela é exercida.
O novo homem, com sua natureza divina restaurada, estabelece como princípio
falar a verdade, sem importar com o sacrifício necessário.
Sua nova natureza torna sua boca uma fonte da verdade e proclama:
Deus verdadeiro, o Senhor Jesus é a verdade. A minha vida é guiada pelo
Espírito Santo da verdade.
O ser humano alcança a liberdade porque a verdade liberta.
Consequentemente, ele tem paz no espírito, segurança nas decisões e
tranquilidade na alma (v. 25).


RELACIONA-SE


     O homem tem consciência de que sua natureza,
além da dimensão espiritual, onde a fé torna visível todas as coisas, é,
também, social, comunitária e relacional.
Deus concluiu não ser bom o homem viver só.
O dito popular, “uma andorinha não faz verão”, é verdade.
Ninguém vive só, todos nós precisamos uns dos outros.
O novo homem sabe perfeitamente que Deus o criou e o inseriu em um contexto social,
onde seres como ele, membros da nova criação, ministram uns aos outros.
Nas ações compartilhadas todos crescem, edificam, amadurecem e se fortalecem,
em amor e graça (v. 25).


OBEDECE


     Uma das mais fortes e sublimes marcas do viver do novo homem
é não dar lugar ao diabo (Ef 4.27).
É rejeitar totalmente as sugestões malignas.
O novo homem tem novo Senhor, governo e espírito que o guiam, consolam,
revestem e empoderam. Tudo o que pensa, sente e faz não dá brecha,chance
ou oportunidade para o diabo.
Não fala, nem escraviza ou abusa, e não influencia para o mau.
Obediência a Deus e resistência ao diabo é a ordem bíblica (Tg 4.7b).


NÃO ROUBA


      O novo homem, revestido da natureza divina em seu ser interior,
não rouba nem é mais escravo da apropriação indébita.
A vida nova é marcada pela honestidade, respeito e ética a tudo que pertence ao próximo.
Ele confia em Deus e depende plenamente dele como pastor que supre
fielmente todas as suas necessidades.
Ao declarar que o Senhor é o seu pastor e nada há de faltar,
o verdadeiro cristão estabelece como prioridade o relacionamento com Deus.
A comunhão, interação, com o Senhor é o ponto de partida para a provisão do
novo homem em todas as áreas (Sl 23).


USA PALAVRAS EDIFICANTES


      Observe o comentário do teólogo Max Lucado:


Suas palavras são para a sua alma o que uma vitamina é para o seu corpo.
Se você estivesse com comida e visse uma pessoa morrendo de fome,
você não dividiria?
Se você estivesse com água e visse uma pessoa morrendo de sede, você não abriria mão?
Claro que sim. Então, você não pode fazer o mesmo para os corações dos outros?
Suas palavras são comida e água. Não retenha palavras de ânimo para os desanimados.
Fale palavras que tornam as pessoas mais fortes.
Acredite nelas como Deus tem acreditado em você (Pv 12.18).


ALEGRA O ESPÍRITO SANTO


       O novo homem reconhece o Espírito Santo e se relaciona com
Ele como pessoa, não como um vento, um perfume, energia ou um estímulo.
Assim, como o ser humano possui sentimento, vontade e intelecto, a terceira pessoa da
Trindade divina é dotada dos mesmos atributos que caracterizam uma pessoa.
Ao abandonar o pecado e as práticas de tudo o que não agrada ao Senhor,
despojando-se do velho homem, essas atitudes alegram o Espírito Santo.
A produção e a utilização do fruto do Espírito no caráter do novo homem afasta
tudo o que entristece o Espírito Santo (Gl 5.22).


TIRA O QUE É MAU


        O apóstolo Paulo menciona em Colossenses 3.5-10 o que pode entristecer o
Espírito Santo e prejudicar o relacionamento entre os cristãos,
como a amargura, a ira, a cólera, a gritaria, a blasfêmia e toda malícia.





Seis pecados que precisam 
ser tirados do nosso modo 
de viver
Amargura: diz de um espírito azedo, uma pessoa ressentida que não busca reconciliação. A amargura deixa as pessoas fechadas, irritadiças . As opiniões de um amargurado são sempre duras, sem amor. 
Ira: esta é a ira pecaminosa, aquela que está arraigada no interior da pessoa. É uma hostilidade sombria no coração de alguém que não deseja arrepender-se.
Cólera: traz a ideia de fúria apaixonada, de raiva temporária.
Gritaria: diz de pessoas que aumentam o tom de voz, numa briga, numa discussão, e chegam a gritar e berrar com os outros. 
Blasfêmia: é falar mal escondido (pelas costas) visando prejudicar o outro.
Malícia: tem a ver com má vontade, desejar e tramar o mal aos outros.




PERDOA


      As últimas recomendações apostólicas que devem nortear o relacionamento do
novo homem com a bendita pessoa do Senhor Jesus são: benignidade,
misericórdia e perdão. Todas são relevantes, entretanto, o perdão desenvolve um
papel singular nos dias de grande aflição. Segundo as palavras do Senhor Jesus
não há limite para o perdão. O perdão cobre uma multidão de pecados (1 Pe 4.8).
O amor não guarda rancor (1 Co 13.4-7).


   Todos erram, ofendem, ferem, abusam ou prejudicam os semelhantes durante
a jornada terrena. Algumas vezes, somos protagonistas ativos; em outras somos
vítimas, e precisamos ser perdoados. Não devemos ignorar o mandamento bíblico
do perdão (Mt 6.14,15). Fechar os olhos para os erros, fingir que nada aconteceu,
não reconhecer a culpa, não se desculpar e admitir que tudo está bem não são atitudes
presentes na vida do novo homem.


Mas, agora, despojai-vos 
também de tudo: da ira, 
da cólera, da malícia, da 
maledicência, das
 palavras torpes da vossa
 boca. Não mintais uns 
aos outros, pois que já 
vos despistes do velho
 homem com os seus
feitos e vos vestistes do 
novo, que se renova para 
o conhecimento, segundo 
a imagem daquele que o
 criou; suportando-vos 
uns aos outros e 
perdoando-vos uns aos
 outros, se algum tiver 
queixa contra outro; 
assim como
 Cristo vos perdoou, 
assim fazei vós também.
Colossenses 3.8-10,13




Trechos do livro : CORPO ALMA E ESPÍRITO 
JOA CAITANO


O que é o homem interior?

Pergunta: "O que é o homem interior?"

Resposta: 
Paulo usa o termo homem interior várias vezes em suas epístolas (2 Coríntios 4:16; Efésios 3:16). Romanos 7:22-23 diz: "Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo, nos meus membros, outra lei…." O "homem interior" é uma outra maneira de descrever o aspecto espiritual de uma pessoa. O "homem exterior", em contraste, seria o seu aspecto visível e externo.

Os seres humanos foram criados por Deus com espírito, alma e corpo (Gênesis 1:27; 1 Tessalonicenses 5:23). Tem sido dito que não somos corpos com almas, mas almas com corpos. O corpo - o "homem exterior" - é a nossa habitação física através da qual experimentamos o mundo. Nossos corpos funcionam essencialmente através dos cinco sentidos e atendendo às necessidades inatas que nos levam a comer, beber e dormir. Nossos corpos não são maus, mas são dons de Deus. Ele deseja que entreguemos esses corpos como sacrifícios vivos para Ele (Romanos 12:1-2). Quando aceitamos o dom da salvação de Deus através de Cristo, nossos corpos se tornam templos do Espírito Santo (1 Coríntios 6:19-20; 3:16).

Nossas almas são os centros de personalidade do nosso ser, dos quais nossa mente, vontade e emoções funcionam. Com nossas almas, escolhemos ouvir e obedecer aos desejos de nossa carne ou aos desejos do Espírito Santo (Gálatas 5:16-17, Romanos 8:9, Marcos 14:38). A alma de uma pessoa é o tribunal onde as decisões da vida são tomadas. É o lugar da vida própria e da fonte de onde se originam traços de caráter como a autoconfiança, autopiedade, autoestima e autoafirmação.

Nossos espíritos contêm o homem interior sobre o qual as Escrituras falam. Nossos espíritos são onde o Espírito de Deus tem comunhão conosco. Jesus disse: "Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade" (João 4:24). É dentro de nossos espíritos que nascemos de novo (João 3:3-6). O "homem interior" contém a consciência que que pode ser movida e convencida do pecado pelo Espírito Santo (João 16:8; Atos 24:16). Nossos espíritos são as partes de nós mais parecidas com Deus, com um conhecimento inato do certo e do errado (Romanos 2:14-15). 1 Coríntios 2:11 diz: "Porque qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o seu próprio espírito, que nele está? Assim, também as coisas de Deus, ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus."

Romanos 12:1-2 nos implora que não nos conformemos com a maneira de pensar deste mundo. Em vez disso, o nosso homem interior deve ser transformado pela "renovação de nossas mentes". Essa renovação mental ocorre quando permitimos que o Espírito Santo reine livremente dentro do nosso "homem interior". Ele começa a mudar nossas ações e deseja que sejamos como Ele. Romanos 8:13-14 diz: "Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se, pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis. Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus."

Romanos 7 detalha a batalha muitas vezes dolorosa entre nossa carne e espírito. Nossos espíritos, renascidos pelo poder de Deus, desejam obedecer e seguir Jesus. No entanto, a carne não morre uma morte fácil. Romanos 6 explica como podemos permitir que o homem interior triunfe sobre a carne. Os versículos 6 e 7 dizem: "sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos; porquanto quem morreu está justificado do pecado." Até nos considerarmos "crucificados com Cristo" (Gálatas 2:20), a alma e o corpo lutam com o espírito por supremacia. Continuamos vivendo em um estado de derrota até morrermos para nós mesmos e permitirmos que o Espírito tenha o controle total de todos os aspectos de nossas vidas, tanto do homem interior quanto do exterior.

É o desejo e o plano de Deus que os seres humanos vivam sempre dirigidos pela natureza renascida, que está em sintonia com o Espírito de Deus. No entanto, nossas naturezas caídas querem governar, e então a batalha espiritual se agrava. Romanos 7:24 coloca uma pergunta que cada seguidor dedicado de Cristo pergunta: "Quem me livrará do corpo desta morte?" O versículo 25 responde a essa pergunta: "Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor!" Entregar esse homem interior ao controle do Espírito Santo anda lado a lado com a contínua vitória sobre nossa carne caída.


 FONTE : https://www.gotquestions.org/Portugues/homem-interior.html
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              A Divisão do Homem Interior
                    e do Homem Exterior

 “Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração” (Hebreus 4:12).

As várias experiências de ter o homem exterior e o homem interior divididos vão tornar o crente uma pessoa espiritual. Um cristão espiritual difere dos outros pela simples razão de que todo o seu ser é governado pelo Espírito. Esse controle do Espírito não implica somente numa autoridade do Espírito Santo sobre a alma e o corpo do homem; mas também significa que o próprio espírito do homem, uma vez elevado como cabeça sobre todo o homem, por meio da obra do Espírito Santo e da cruz, não é mais governado pela alma e o corpo, mas é poderoso o suficiente para sujeita-los e governá-los.

A divisão desses dois órgãos é necessária para entrar na esfera da vida espiritual. Sem essa preparação, os cristãos continuarão sendo afetados pela alma, e assim sempre perseguirão um caminho misto: algumas vezes andando de acordo com a vida espiritual e outras de acordo com a vida natural. A caminhada deles não pode ser marcada pela pureza, pois, tanto espírito como a alma são seus princípios de vida.  Essa mistura sustenta os cristãos em uma estrutura almática que atrapalha sua caminhada, assim como impede a obra importante do Espírito.

Quando a vida exterior e interior do crente forem definitivamente separadas, ele andará não de acordo com a primeira, mas de acordo com a segunda. Ele perceberá instantaneamente qualquer movimento da sua alma e imediatamente rejeitará seu poder e influência, como se estivesse contaminado.

Verdadeiramente, tudo o que pertence à alma é contaminado e pode contaminar o espírito. Mas, uma vez que ele experimenta a separação da alma e do espírito, o poder intuitivo do seu espírito fica mais aguçado. Assim que a alma se movimenta, o espírito sofre e então resistirá imediatamente. O espírito pode até mesmo ser entristecido pelo movimento desordenado da alma em outros. Ele, de falto, terá repulsa do amor ou afeição natural da alma, como uma coisa insuportável.

Que maravilhosa é a cruz! É a fundação de tudo o que é espiritual. O propósito e o fim dessa obra é unir o espírito do crente com o Senhor ressurreto em um espírito. A cruz deve ir fundo, a fim de levar o homem da natureza pecaminosa e natural dentro dele para uma união com a vida de ressurreição positiva do Senhor, tornando-se num espírito com Ele. O espírito do crente, junto com tudo o que é natural e transitório nele, deve passar pela morte, para que possa ser purificado e então unido, tornando-se um espírito com o Senhor, no frescor e pureza da ressurreição. O Espírito Santo é unido com o espírito do homem, a fim de se tornarem um. O resultado será:  servir ao Senhor em “novidade de espírito” (Rm 7:6). O que é natural, do ego, as atividades naturais não terão mais lugar na caminhada e serviço do crente. Tanto a alma como o corpo podem então exibir o propósito, obra e vida do Senhor. A vida do Espírito deixa sua impressão em tudo, e tudo expressa o fluir do Espírito do Senhor.

Assim, pois, irmãos, somos devedores, não à carne como se constrangidos a viver segundo a carne. Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se, pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis. Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos [huios – maduros] de Deus” (Romanos 8:12-14).

Watchman Nee

Tradução de extratos do capítulo 26 do livro “The Finest of the Wheat”, de Watchman Nee, publicado por Christian Fellowship Publishers.
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O PODER DO HOMEM INTERIOR

Depois que Jesus fez o sermão da montanha seus ouvintes estavam maravilhados. As escrituras dizem: “...estavam as multidões maravilhadas da sua doutrina; porque ele as ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas” (Mateus 7:28-29). A palavra grega para autoridade neste versículo significa “com maestria, poder, familiaridade, como quem está em controle.” Em essência Seus ouvintes estavam dizendo: “Esse homem fala como quem realmente sabe o que está dizendo.”

Note, este versículo não diz que Cristo falou “com autoridade”, mas como “alguém de autoridade.” Uma coisa é se falar com o que pensamos ser autoridade, com voz alta, gritando, como se tivesse controle total. Mas no reino de Deus autoridade é uma coisa completamente diferente. É algo que você tem, não algo que você simplesmente diz.

A autoridade que Jesus possuía chocou todo o sistema religioso. Líderes judeus ficavam lhe perguntando de onde tirava essa autoridade. “Com que autoridade fazes estas cousas? E quem te deu essa autoridade?” (Mateus 21:23). Jesus lhes deu uma resposta direta: “Não vou lhes dizer” (v. 21: 24-27). O nosso Senhor sabia que não tinha de responder ao diabo de onde vinha Sua autoridade espiritual.

Cristo tinha esta autoridade não só nas pregações, mas também sobre todos os poderes satânicos. Quando entrou numa sinagoga em Cafarnaum, um homem possuído por um espírito demoníaco se aproximou dEle. O espírito gritou “Que temos nós contigo, Jesus Nazareno? Vieste para perder-nos?” (Marcos 1:24).

Eu acho que os gritos desses demônios revelam uma das principais estratégias de Satanás contra a igreja. Quando o espírito maligno perguntou a Jesus “O que o Senhor tem a ver conosco?”, estava dizendo: “Este assunto não Te envolve. Trata-se de algo entre eu e a igreja morta daqui de Cafarnaum. Ninguém se preocupou com este homem até agora. Ele está nesta situação há anos, e os pastores preferiram deixar pra lá. Temos um lugarzinho confortável dentro deste homem, Jesus. Não é da Tua conta. Por que não nos deixa em paz?” Em resumo, Satanás estava contestando a autoridade de Cristo.

Ora, Jesus sabia que a sinagoga não precisava de outro sermão ou outra interpretação da lei. Ela não precisava de um seminário de instruções detalhadas ou de um novo e estimulante programa. Ela precisava de uma pessoa com autoridade - alguém que pudesse expulsar o demônio do meio deles, e limpar tanto o homem possesso quanto a igreja sem poder.

Cristo usou Sua autoridade exatamente para isto. As escrituras dizem: “Mas Jesus o repreendeu, dizendo: Cala-te e sai desse homem” (Marcos 1:25). Em termos modernos, Jesus disse: “Cale a boca, diabo, e vá embora.” E Satanás correu. “Então, o espírito imundo...saiu dele” (1:26). Novamente as pessoas maravilhadas diziam “Que vem a ser isto?...Com autoridade ele ordena aos espíritos imundos, e eles lhe obedecem!” (1:27).

Se alguma vez a igreja de Jesus Cristo precisou de Seu poder e autoridade, este tempo é agora. Na minha opinião, os cristãos de hoje possuem muito pouca autoridade espiritual, tanto no púlpito quanto nos bancos. Como resultado, Satanás regularmente entra na casa de Deus e a danifica sem receber nenhuma contestação.

O povo de Deus estava numa situação parecida quando Jesus começou Seu ministério na terra. A igreja estava cheia de pessoas debilitadas, deprimidas, perseguidas pelo diabo. Espíritos malignos cegavam os olhos das pessoas, tapavam-lhes os ouvidos, atrofiavam-lhes os membros do corpo, afligiam-nas com lepra. Os espíritos possuíam até mesmo crianças, lançando-as na água para tentar afogá-las.

Então você pergunta: onde estavam os pastores desses rebanhos perseguidos? De acordo com Jesus, eles estavam ocupados roubando as viuvas e os próprios pais idosos. Eram charlatões, que ficavam ricos às custas dos pobres, e não demonstravam compaixão pelas viuvas e pelos órfãos. Eram hipócritas, fornicadores, com os olhos cheios de cobiça. Cristo os chamou de sepulcros caiados, cheios de ossos mortos. Ele apontou direto para eles e disse “Serpentes, raça de víboras! Como escapareis da condenação do inferno?” (Mateus 23:33).

Da mesma forma hoje, a igreja está cheia de pessoas feridas, debilitadas, assediadas pelo diabo. Por que? Porque possuímos muito pouca autoridade para desafiar a invasão de Satanás. O diabo já trouxe seus próprios falsos Cristos para dentro da casa de Deus - pregadores sem Deus, libidinosos, que falam como anjos de luz, exatamente como foi profetizado. Estes homens transformam igrejas em áreas de bem estar, onde o pecado nunca é mencionado e a consciência das pessoas é entorpecida.

Satanás trouxe até mesmo sua própria música para dentro da casa de Deus. Algumas igrejas agora patrocinam concertos de rock-punk, de inspiração demoníaca. Adolescentes cristãos aglomeram-se nestes eventos “mosh”, onde pulam do palco sobre a multidão, chocando-se uns contra os outros. E fazem tudo isto com a bênção dos pastores.

Quero lhe fazer uma pergunta: antes de Jesus entrar em cena, a quem as pessoas perseguidas pelo diabo recorriam? Afinal, eram judeus religiosos, escolhidos por Deus.

Onde os leprosos procuravam ajuda? Quem o pai procurou quando seu filho possuído pelo demônio se atirava no fogo? Para onde a mulher adúltera foi? Para qual igreja, para qual pastor?

Agora pense em todos os pais desesperados que hoje sentam-se silenciosamente nas igrejas, sofrendo pelos filhos e filhas que se tornaram viciados, alcoólatras, mães solteiras. O que estes pais estão procurando na igreja? Eles querem entretenimento, festas, mini-sermões de dez minutos? Não. Eles precisam de alguém com autoridade espiritual para lhes trazer uma palavra de esperança.

Pense em todos os casais cristãos que estão à beira do divórcio. Seu mundo está caindo aos pedaços. Seus filhos estão confusos. O que estas pessoas estão procurando na casa de Deus? Uma encenação engraçada de palco? Uma mensagem para todo mundo sentir-se bem, dizendo que está tudo ok? Não. Eles precisam de autoridade espiritual, libertação, poder para encarar seus problemas.

Quando a economia entra em colapso, há perda do emprego, e as dívidas se acumulam - do que as pessoas vão precisar? Seria ser parte de uma mega igreja que cresce rápido? Seria ouvir uma mensagem sobre como aproveitar o tempo de lazer? Não. Elas vão precisar de respostas. Vão precisar de alguém com autoridade que possa interpretar o que está acontecendo ao redor delas, interpretar os tempos. E vão precisar de uma palavra dos céus para manter seus corações e mentes na paz de Deus.

Neste Momento, Deus Está Levantando Um Povo Santo Que Tem Autoridade Espiritual

Satanás sempre protesta contra os que sofrem e oram pela situação da casa de Deus. O objetivo dele é deixar tudo como está. Então ele diz aos servos de Deus que estão em oração, a mesma coisa que disse a Jesus: “Essas pessoas estão satisfeitas com essa confortável acomodação. Então, o que você tem a ver com isso? Por que enxergar esta situação em que houve concessões como projeto pessoal seu? Esta batalha não é sua. Você deveria estar orando é por seus próprios problemas e necessidades. Deixe-nos em paz. Vá embora e adore a Deus. Divirta-se.”

Mas aqueles que têm autoridade espiritual não serão intimidados. Eles sabem que a igreja apóstata é preocupação de Deus. E se recusam a ficar parados enquanto o diabo vem e conquista a igreja. Não ousemos permitir que Satanás roube, engane e defraude o povo de Deus livremente.

Recentemente assisti ao videotape de um culto onde as pessoas riam como loucas e faziam ruídos de animais. O que o pastor fez? Ele tentou ser mais barulhento - tentou expulsar “no grito” os espíritos que estavam atrapalhando a congregação. Você pode imaginar Jesus reagindo desta forma? Pode imaginá-Lo tentando berrar o sermão mais alto que os ruídos destes gritos? Não. Jesus via o que era preciso, e exercia autoridade em qualquer situação.

Acredito que a igreja de hoje está em crescente crise por causa da falta de autoridade espiritual. Regularmente recebo telefonemas de pastores e pais que estão em pânico por causa dos filhos. Eles alegam: “Acabei de descobrir que o meu filho está viciado em drogas. Tentei fazê-lo entrar em um programa de reabilitação como o Desafio Jovem, mas ele se recusa. Não sei o que fazer.”

Meu coração sofre muitíssimo por estes pais. Seus corações estão despedaçados, desesperados para encontrar verdadeira autoridade espiritual que poderá levá-los à ajuda real. Mas, ao mesmo tempo, eu imagino: onde está a autoridade espiritual de seus lares? Na minha opinião, muitos destes pais acham que são frágeis mas não são. Alguém na família tem de ter poder para expulsar o diabo - dos filhos, e da casa. Digo para cada pai que está sofrendo: você mesmo precisa tomar posse da autoridade espiritual. Mesmo que seu filho se afaste, você ainda pode alcançar poder em seu lugar secreto de oração.

Você pode protestar dizendo: “Mas eu não sou Jesus. Ele veio à terra com autoridade divina.” O fato é que Jesus, mesmo sendo Deus em carne, enfrentou o diabo como homem, um homem com o poder do Espírito. Ele não enfrentou o diabo em nenhuma outra base. Da mesma forma, Satanás sempre se aproximou de Cristo como homem, mesmo sabendo que Ele era o Filho de Deus. Os demônios reconheciam isso, e diziam: “Que temos nós contigo, Jesus Nazareno?” (Marcos 1:24). Dirigiam-se a Jesus como ser humano, nascido de uma certa cidade de Israel. Contudo, mesmo sendo homem de carne e osso, Jesus exercia completa autoridade espiritual sobre todo poder demoníaco.

Você também pode pensar: “Se ao menos eu tivesse esse tipo de poder sobre o inimigo. Mas não possuo este tipo de autoridade para fazer Satanás correr.” Isso simplesmente não é verdade. Os discípulos de Jesus tinham o mesmo poder: “Tendo chamado os seus doze discípulos, deu-lhes Jesus autoridade sobre espíritos imundos para os expelir e para curar toda sorte de doenças e enfermidades” (Mateus 10:1). “Eis aí vos dei autoridade para pisardes serpentes e escorpiões e sobre todo o poder do inimigo (Lucas 10:19).

O apóstolo Pedro era feito de carne e osso, assim como todos nós. Ainda assim, exercia autoridade sobre o diabo. Ele disse ao coxo na porta do templo: “Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda!” (Atos 3:6), e o homem foi curado.

Os líderes religiosos daqueles dias reconheciam esse poder em Pedro. Perguntaram-lhe: “Com que poder ou em nome de quem fizestes isto?” (Atos 4:7).

Em nenhum lugar a Bíblia sugere que esse mesmo poder não é para nós hoje. Quando foi que o Senhor disse à Sua igreja: “Eu ajudei até aqui. Daqui para frente, você continua sozinha”? Que tipo de Deus daria poder a Seu povo no deserto quando eles precisaram, daria poder aos reis de Israel, a profetas como Elias, à multidão no Pentecostes - e depois tirá-lo-ia da Sua igreja dos últimos dias, quando precisamos dele mais que qualquer outra geração?

De acordo com as escrituras, o poder de Satanás tem crescido nos nossos dias: “...o diabo desceu até vós, cheio de grande cólera, sabendo que pouco tempo lhe resta” (Apocalipse 12:12). Por que Deus permitiria a Satanás atacar uma igreja fraca, sem poder ou defesa? O Seu povo nunca perdeu o acesso ao Seu divino poder.

Infelizmente, muitos cristãos têm uma idéia errada do que é autoridade espiritual. Isso é especialmente verdade nos círculos carismáticos. Sei de séries de convenções de “poder”, onde os pastores impõem as mãos sobre as pessoas para lhes doar unção de autoridade espiritual. Porém, quando os recebedores voltam para casa, seus esforços contra o diabo continuam falhando lamentavelmente. Eles acabam fazendo a mesma pergunta que os discípulos fizeram a Jesus: “Por que não pudemos expulsar os espíritos?”

Você não pode obter poder sobrenatural simplesmente com alguém lhe impondo as mãos. Não é um presente. É um modo de vida, de caminhar com Jesus. E nem todos que pedem essa autoridade serão transformados de repente numa usina geradora de poder. A verdade, é que Deus confia Sua divina autoridade apenas a quem Pedro chamou de “homem interior do coração, unido ao incorruptível...” (I Pedro 3:4).

Paulo também se refere ao homem interior (v. Romanos 7:22), dizendo que “o...homem interior se renova de dia em dia” (2 Coríntios 4:16). Realmente, há duas visões em todos nós. Há o homem exterior e um interior, oculto. O exterior está sempre à mostra, diante dos outros. Mas o homem interior somente Deus o conhece. Este homem não se mostra tentando atrair atenção. Ele mora onde mais ninguém pode ver a obra que está sendo operada nele. E o Espírito Santo está constantemente operando nele, fortalecendo-o e preparando-o para receber verdadeira autoridade espiritual.

Pedro ilustra esta dualidade em nós dando o exemplo de uma certa mulher. Ela está vestida com trajes vistosos, com penteado da última moda e todos os tipos de jóias, anéis, braceletes, cordões. Ela é o exemplo vivo da carne apelando para a carne. Está claro que Pedro está se referindo aqui à igreja apóstata. Esta igreja opera na carne, baseando tudo na aparência exterior. Não tem santidade interior, logo, não tem autoridade real. Tragicamente muitos cristãos são atraídos a esse tipo de igreja. Ficam impressionados com sermões espalhafatosos que não têm nada da verdadeira glória de Deus.

Por favor não entenda mal: Pedro não está pedindo a nenhuma mulher cristã para jogar fora o estojo de maquiagem. Antes, está dizendo: “Se você quer mover-se em autoridade espiritual, então pare de tentar impressionar os outros pelos seus atos. Ao invés disto, concentre-se no homem interior. É a única forma de obter a autoridade de Cristo.”

1. O Homem Interior do Coração Jejua e Ora.

Quando os discípulos ficaram frágeis diante do inimigo, Jesus lhes disse que o poder sobre Satanás era obtido apenas através de oração e jejum. Por que é assim? Eu acredito que é porque o Senhor quer tempo para trabalhar no nosso homem interior. Ele quer nosso coração totalmente sintonizado com Ele. Simplesmente não podemos obter nenhuma autoridade sem termos habitual comunhão com Ele.

Como podemos supor que vamos expulsar o diabo de nossas igrejas, nossas casas, de nossos filhos problemáticos, se não oramos? Como os pais podem esperar que Deus os encha de poder espiritual quando eles discutem, brigam e fofocam na frente dos filhos? Como esperam possuir autoridade quando saem para beber, e então se enfurecem quando descobrem que os filhos estão fumando maconha?

Jesus pôde dizer abertamente, “Se aproxima o príncipe deste mundo, e nada tem em mim” (João 14:30). Se você não puder dizer isto também, vai continuar sem poder. E Satanás vai correr desenfreadamente pela sua casa.

Pedro nos dá uma chave para autoridade espiritual quando escreve: “Mulheres, sede vós, igualmente, submissas a vosso próprio marido, para que, se ele ainda não obedece à palavra, seja ganho, sem palavra alguma, por meio do procedimento de sua esposa” (I Pedro 3:1). A palavra procedimento aqui significa modo de vida ou comportamento. Acredito que Pedro esteja falando sobre a noiva de Cristo. E a imagem aqui é de uma esposa que possui verdadeira autoridade espiritual. Essa mulher se sujeita ao marido porque a Bíblia a ordena. E por ela se permitir ser governada pela palavra de Deus, o seu homem interior está sendo moldado à Sua divina imagem. Pedro chega à conclusão que uma mulher assim não precisa estar desaprovando, discursando ou pregando para o marido. Ela será capaz de ganhá-lo para Cristo sem dizer uma só palavra. Como? Seu testemunho está na eloquência muda e poderosa do seu caminhar piedoso.

O esposo pode ser odioso e autoritário. Ela pode ter de morder a língua o tempo todo. Mas porque ela está em submissão - à palavra de Deus, e logo, ao marido - ela está ganhando autoridade espiritual dia a dia. Um grande poder está sendo liberado nela, que aumenta sua autoridade sobre o domínio do inimigo em relação ao esposo.

Agora, a vizinha desta mulher pode ser também uma esposa crente. Ela também ora diligentemente pelo marido não salvo. Mas ao invés de confiar no testemunho de seu próprio caminhar com Deus, ela caça o cônjuge. Ela cita as escrituras para ele, implora-lhe que vá à igreja, briga com ele. Infelizmente, esta mulher está sem poder. Ela já perdeu toda autoridade espiritual, porque tomou a liderança do lar das mãos do esposo.

Eu digo para mulheres assim: não tente testemunhar para o seu marido. E não tente fazer reuniões de oração em casa. Se não está submissa ao seu esposo, você não tem poder para libertar ninguém. Você abriu mão de toda autoridade espiritual, porque não está mais sob o governo da palavra de Deus.

Solteiros, vocês têm se submetido à autoridade de piedosos pastores em sua vida? E vocês pastores - estão em submissão à palavra de Deus e aos anciãos espirituais ao seu redor? Eu lhes digo, ninguém pode ter autoridade enquanto ele próprio não estiver sob autoridade. Autoridade espiritual só chega à noiva quando ela anda em submissão à palavra de Deus.

2. Autoridade e Poder Implicam em Força, Algo Que Pensamos Ser Barulhento e Aterrador

A maioria de nós iguala poder a algo visível, impressionante, de sacudir a terra. Mas isso não condiz com autoridade espiritual.

Pedro diz que Deus confia autoridade ao homem interior do coração por causa de um certo adorno de caráter: “Seja, porém, o homem interior do coração, unido ao incorruptível trajo de um espírito manso e tranqüilo, que é de grande valor diante de Deus” (I Pedro 3:4).

A frase grega aqui significa “a incorruptibilidade de um espírito manso e tranqüilo.” Um espírito assim é imune à decadência, e não tem corrupção alguma. E é de valor os olhos do nosso Senhor. Encontramos a mesma frase em grego em Marcos 14:3, quando uma mulher abriu um vaso de perfume e o derramou sob2e a cabeça de Jesus. Esse perfume também foi chamado “muito precioso”. Para simplificar, o adorno de caráter que Pedro descreve tem uma fragrância divina. E é feito de uma substância incorruptível.

Esse particular adorno de caráter, ou seja um espírito manso e tranqüilo, é a fonte de toda autoridade espiritual. Mas não se engane: não é algo que possa ser cultivado na alma. Antes, é um poder dos céus que se apossa do homem interior, produzindo um espírito puro, incorruptível de mansidão e quietude. Além disso, esse adorno não é só para mulheres. Pedro acrescenta: “Da mesma forma, maridos” (I Pedro 3:7), e “sede todos de um mesmo sentimento” (3:8). Ele direcional essas instruções ao corpo inteiro de Cristo.

A palavra grega que Pedro usa para mansidão significa gentileza. E a palavra usada para tranqüilidade significa certeza, imperturbável. Pedro está falando de um coração sempre em paz com sua posição em Cristo. Um coração assim possui verdadeira autoridade espiritual.

Claro, isso vai bem na cara de todas as filosofias seculares sobre poder e autoridade. O mundo diz: “Expresse-se. Use poder através da intimidação. Faça contato visual, use linguagem corporal, olhe os outros por cima. Ponha suas necessidades em primeiro lugar”. Vemos essas atitude refletida nas capas dos discos dos grupos musicais de hoje. Os membros da banda fazem caras feias, ameaçam, “lhe encaram”. Eles igualam essa postura à autoridade. Nossa atitude como crentes é completamente diferente. Buscamos poder e autoridade com um objetivo: fazer Satanás fugir. Queremos estar capacitados para resistir seus ataques em nossas vidas, nossas igrejas, nossas famílias. E temos de admitir que sem um espírito de mansidão e quietude em nosso homem interior, não temos real poder.

Davi escreve, “A tua mão direita me susteve, e a mansidão me engrandeceu” (Salmo 18:35). A frase “me engrandeceu” aqui significa “aumentou abundantemente minha misericórdia para com os outros”. Davi está declarando, “Senhor, tua suavidade para comigo aumentou minha própria capacidade de ser misericordioso.”

Pense no que Davi está dizendo aqui. Este rei tinha duvidado da fidelidade de Deus para com Israel. Cometeu adultério. Até mesmo matou um homem para encobrir seu próprio pecado. Ainda assim, o Senhor mostrou a Davi incrível misericórdia e perdão.

Davi ficou estupefato com a delicadeza e o amor que Deus lhe mostrou nesse terrível período. E agora diz: “O Senhor tem sido tão terno ao tratar comigo. Agora, como eu poderia ser duro com alguém que passe pelo que passei? A graça de Deus para comigo ampliou meu coração. Agora quero demonstrar ternura para com os outros - minha esposa, meus filhos, todos.”

3. Você Anda em Autoridade Espiritual No Momento em Que Perde Todo o Medo do Diabo

Davi declara, “Não temerei mal algum” (Salmo 23:4). Ele fala aqui do espírito quieto, imperturbável que Pedro descreve. O homem interior de Davi continuava calmo, sem se turbar no coração, não importa o que Satanás lançasse contra ele. Por que? Porque descansava inteiramente na fidelidade de Deus em cumprir Sua palavra.

Davi podia dizer, “Recebi a revelação do amor e da paciência de meu Pai para comigo. Portanto, não vou aceitar mais as mentiras do diabo. Aprendi a não dar mais ouvidos a ele, porque o Espírito Santo me ensinou. Que venham tempestades de problemas, que os demônios se enfureçam, que inimigos se levantem por todos os lados. Que a doença e mesmo a morte me encarem. Meu coração descansa, porque sei que todas as coisas estão nas mãos de meu Pai. E Ele está operando para que tudo coopere para o bem.”

Em contrate, cristãos na base da força não têm autoridade. Só ficam pensando “Por que Deus deixa isto acontecer? O que eu vou fazer?” Suas vidas estão um caos, cheias de medo e murmuração, porque esgotaram todos seus recursos. Falharam em não esconder a palavra de Deus em seus corações, e então não podem se valer dela em tempos de crise.

A única justiça que assusta Satanás é a justiça da fé. “E o efeito da justiça será paz, e a operação da justiça repouso e segurança para sempre” (Isaías 32:17). Não é simplesmente porque você não bebe ou não usa mais drogas que irá resistir ao diabo. Você pode viver segundo toda uma lista de faça isso ou não faça aquilo, mas essa não é a essência da justiça de Deus. Justiça é crer que o que Deus diz é verdade, e ter sua vida compromissada a isso. É muito simples.

Você não é verdadeiramente justo até que creia no poder absoluto do sangue de Jesus para limpar sua alma. Algumas das testemunhas mais intensas de Cristo que eu conheço nunca se permitiram sentir perdoadas. Estão convencidas para sempre que Deus está zangado com elas.

Quando Isaías diz “e a operação da justiça repouso e segurança para sempre”, a palavra hebraica para segurança significa confiança. Simplificando, a fé na promessa de perdão vindo de Deus, produz uma confiança inabalável em nós.

Ainda que sejamos severamente tentados, sabemos que Jesus opera em nós. E a Bíblia diz que Ele é fiel para fazer-nos suportar todas nossas tentações (v. I Coríntios 10:13).

Em resumo, autoridade espiritual é isso: ando em total certeza quanto à confiabilidade da palavra de Deus. Faço o que ela diz, obedecendo cada mandamento. E minha fé em Sua palavra, põe meu coração em descanso. Satanás não pode mais demorar-se em minha presença. Eu só preciso dizer, “O Senhor te repreenda, Satanás”, e ele fugirá.

Querido santo, você não precisa mais viver sob condenação. Você foi perdoado. Você está sendo treinado e amadurecido na misericórdia e na bondade de Deus. E está aprendendo a crescer em seu homem interior. Finalmente, você está confiando em Sua palavra em todas as crises. Isso lhe dá toda autoridade espiritual.

                                                                              David WilkersonMarch 12, 2001



Nesta lição, refletiremos sobre a importância da renovação do homem interior, que se torna possível a partir da revelação divina, da leitura da Palavra de Deus e do cuidado com o coração, de onde procedem as saídas da vida (Pv 4.23).

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