TEXTO BÍBLICO BÁSICO
Zc 12.1; 1 Co 2.10-16
1
- Peso da palavra do SENHOR sobre Israel: Fala o SENHOR, o que estende o céu, e
que funda a terra, e que forma o espírito do homem dentro dele.
10
- Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as
coisas, ainda as profundezas de Deus.
11
- Porque, qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem,
que nele está? 12 - Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o
Espírito de Deus.
12
- Mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus,
para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus.
13
- As quais também falamos, não com palavras que a sabedoria humana ensina, mas
com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as
espirituais.
14
- Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe
parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem
espiritualmente.
15
- Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido.
16
- Porque, quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós
temos a mente de Cristo.
TEXTO ÁUREO
"Na verdade, há um espírito no homem,
e a inspiração do Todo Poderoso
o faz entendido.",
Jó 32:8
COMENTÁRIO
COMENTÁRIO
Palavra introdutória
Nesta lição, abordaremos a porção mais importante
do homem: o espírito, que procede diretamente de Deus.
1. DEUS FORMOU O ESPÍRITO DO HOMEM
Deus formou o corpo do homem a partir do pó da
terra; seu espírito, no entanto, foi formado a partir do sopro divino, (Gn
2.7).
A formação do homem cumpriu um propósito sublime.
1.1. Formado com propósitos
maravilhososO homem foi formado para dominar a Criação, multiplicar-se, povoar a terra (Gn 1.28;9.1-7), trabalhar, cultivar e guardar o jardim (Gn 2.15). No entanto, desde a eternidade, sua existência teria um propósito superior: servir a Deus, ter comunhão com Ele, obedecê-lo, adorá-lo e amá-lo.
2. UMA EXIGÊNCIA: PRONTIDÃO ESPIRITUAL
Jesus afirmou que o espírito está pronto, mas a carne é fraca (Mt 26.41; Mc 14.38). Essa justaposição de ideias leva-nos a concluir que a porção mais frágil - a carne - deve subordinar-se à superioridade da porção mais forte - o espírito -, que foi posto no homem pelo próprio Deus.
Nos subtópicos seguintes, discorreremos sobre os frutos resultantes da prontidão do espírito (Rm 12.12-14).
2.1. Alegria na esperança
Quando Paulo enviou sua carta à igreja de Roma, os
irmãos daquela comunidade enfrentavam intensas perseguições. No capítulo 12 da
referida carta, o apóstolo apela à prontidão de espírito daqueles irmãos,
exortando-os a alegrarem-se na esperança. Paulo não os estava conclamando ao
regozijo decorrente da ausência de adversidades, mas ao regozijo verdadeiro e
pleno, que se autentica na confiança irrestrita no agir sobrenatural de Deus.
2.2. Paciência na tribulação
No transcurso da caminhada terrestre, invariavelmente, o cristão enfrentará aflições, dificuldades, tormentos e adversidades, os quais se manifestam em todas as dimensões da vida humana. Paulo, ciente desta realidade, outra vez apelando à prontidão de espírito daqueles irmãos, convoca-os à paciência diante da tribulação (Rm 12.12b).
No transcurso da caminhada terrestre, invariavelmente, o cristão enfrentará aflições, dificuldades, tormentos e adversidades, os quais se manifestam em todas as dimensões da vida humana. Paulo, ciente desta realidade, outra vez apelando à prontidão de espírito daqueles irmãos, convoca-os à paciência diante da tribulação (Rm 12.12b).
2.3. Perseverança na oração
Alegria (na esperança) e paciência (nas
tribulações) são condições intimamente dependentes da perseverança na oração;
possivelmente por essa razão, Paulo exortou a igreja de Roma a essa prática (Rm
12.12c).
Por meio da oração, todos podem buscar ao Senhor,
ouvir Sua voz e receber uma infinidade de bênçãos (Mt 7.7,8).
2.4. Fidelidade no socorro
Prontidão de espírito para socorrer o necessitado:
eis outra advertência de Paulo aos romanos (Rm 12.13). A prática de boas obras
é uma das mais excelentes expressões do espírito humano regenerado; este está
sempre pronto a prestar ajuda aos desfavorecidos.
Nossos amor por Deus e Seu amor por nós é
confirmado em 1 João 3.17 (NTLH).
Em outras palavras, significa dizer que quando
damos, com generosidade e genuíno afeto, o amor de Deus é confirmado em nossa
vida.
2.5. Bênção aos perseguidores
Prontos para abençoar: abençoai aos que vos
perseguem; abençoa e não amaldiçoeis (Rm 12.14).
Quando o espírito do homem se rende ao governo da
Palavra de Deus e à direção do Espírito Santo, sua intensão precípua é abençoar
em todo tempo a todas as pessoas.
A língua, portanto, dentro desse contexto, deve
ser utilizada exclusivamente para abençoar, jamais para proferir maldição (Tg
3.9-12).
3. UMA REALIDADE: UNIÃO ESPIRITUAL
Nos subtópicos seguintes, abordaremos os
benefícios oriundos da união do espírito humano com o Espírito de Deus.
3.1. O espírito humano recebe vida
O Senhor Jesus, ao ser tentado, declarou ao diabo
que o homem é alimentado, em seu espírito, exclusivamente pela Palavra de Deus
(Mt 4.4).
Não existe outro elemento capaz de vivificar o
espírito do homem, a não ser aquilo que Deus diz em Sua Palavra. Figurativamente,
a Bíblia é alimento: leite (Hb 5.12-14; 1 Pe 2.2), mas também pão (Jo 6.51) e
mel (Sl 19.10).
3.2. O espírito humano é santificado
Na dimensão divina, tudo é santo: o natural
torna-se sobrenatural; o comum, incomum; o profano, sagrado; o temporal,
eterno. Em outras palavras, significa dizer que, no processo de união entre o
espírito humano e o Espírito divino, o espírito humano é santificado pelo
divino.
Todos quantos servem e adoram a Deus devem,
obrigatoriamente, ser santos (1 Pe 1.14-17); deste modo, a busca pela
santificação deve ser perseguida por todos os regenerados por Cristo (Hb
12.14).
3.3. O espírito humano alegra-se sobremaneira
Maria rendeu-se completamente à ação divina na
milagrosa concepção do Salvador (Lc 1.35). No instante em que ela creu,
alicerçando sua fé na Palavra do Senhor (Lc 1.38), o Espírito Santo desceu
sobre ela, ligando-se sobrenaturalmente ao seu espírito para a geração do
bendito Filhos de Deus.
Maria, a despeito das circunstâncias negativas,
foi invadida por tamanha alegria, paz e tranquilidade, que exclamou: O meu
espírito se alegra em Deus, meu Salvador (Lc 1.47).
3.4. O espírito humano torna-se
fervoroso
Na união espiritual, o espírito humano recebe
poder do Espírito Santo, que o torna intensamente pleno de entusiasmo, paixão,
zelo e cuidado.
Apolo, pregador na cidade de Éfeso e Corinto,
varão eloquente e poderoso nas Escrituras, era instruído nos caminhos do Senhor
e fervoroso de espírito (At 18.25,28). O fervor no espírito capacitou Apolo a
falar ousadamente e com veemência acerca do Senhor Jesus.
3.5. O espírito humano é dirigido pelo
caminho certo
Lucas menciona em seu evangelho o nome de Simeão,
referindo-se a ele nos seguintes termos: homem bom, piedoso que esperava a
salvação do povo de Israel; e o Espírito Santo estava com ele (Lc 2.25 NTLH).
Simeão é um dos muitos exemplos bíblicos de filho
de Deus nascido do espírito. Esse reviver, em Deus, apresenta ao salvo um novo
caminho, um novo propósito, um novo foco que encontra lugar no templo, na casa
de Deus.
Rendido voluntariamente ao Espírito Santo, o
espírito humano enseia pelos átrios divinos e alegra-se quando é convidado para
estar na casa do Senhor, no santuário do Altíssimo (Sl 122.1).
3.6. O espírito humano cresce em força
e comunhão com Deus
O sacerdote Zacarias e sua esposa Isabel geraram
um filho: João, o Batista (Mc 1.4,5). Esse menino ainda no ventre de sua mãe,
foi cheio do Espírito Santo (Lc 1.15). Como qualquer ser humano, ele cresceu
fisicamente, entretanto, o Espírito Santo de Deus, ligado ao espírito humano de
João, o fez crescer, fortificar-se, robustecer-se e consolidar-se (Lc 1.80)
para a missão especial para a qual o Senhor o separara: ser o precursor do
Senhor Jesus, o Salvador do mundo (Lc 1.16,17).
CONCLUSÃO
Cuidar do bem estar do corpo e da saúde física é
extremamente importante; assim como é importante cuidar da estabilidade
dos sentimentos e emoções, dos desejos e vontade, dos pensamentos e mente.
Entretanto, o cuidado com o espírito que Deus soprou e inseriu em cada um de
nós é imperativo, porque ele é a essência de tudo que o ser humano é, faz e
significa.
Fonte: Revista Lições da Palavra de Deus n° 60
CAPÍTULO 6
O ESPÍRITO
O homem (físico, emocional, espiritual)
aparece nas Escrituras Sagradas de Gênesis ao Apocalipse. O tempo espiritual
destaca-se por sua originalidade, unicidade, especificidade e singularidade. O
homem tem um componente espiritual em sua estrutura: Há um espírito no homem
(Jó 32.8). A verdade bíblica afirma que Deus formou o espírito do homem dentro
dele (Zc 12.1). A iluminação dos nossos corações nos possibilita alcançar
entendimento e revelação (1 Co 2.14). Paulo destacou:
Porque qual
dos homens
sabe as
coisas do
homem, senão
o espírito
do homem,
que nele
está?
1 Coríntios
2.11
Saber a importância e o significado
deste tempo é fundamental para o crescimento em conhecimento, sabedoria e
maturidade. O espírito é a parte superior mais relevante, suprema e importante
na natureza humana. O homem, a despeito de gênero, é um ser tridimensional:
biológico, psicológico e teológico (espiritual). Na dimensão biológica o homem
fisicamente é composto de pó, matéria e carne (corpo). No aspecto psicológico
ele tem emoções, sentimentos, vontade e intelecto (alma). Na terceira parte, a
mais importante, os termos sopro divino, Espírito divino e imagem divina
significam o homem (espírito) mencionado na Bíblia como o homem interior. O
espírito, portanto, a parte não material, é a dimensão sobrenatural do homem
colocada por Deus no corpo. Com seu espírito o ser humano tem o privilégio de
comunicar-se com Deus (1 Co 14.14).
A palavra espírito vem da raiz
hebraica, ruach, da qual se deriva o vocábulo grego pneuma, e do latim,
spiritus, onde, respectivamente, ocorrem 389 e 385 vezes, aproximadamente, nas
Escrituras. O significado primário desta palavra é uma força invisível, um
elemento não material, o conjunto das faculdades espirituais que estão dentro
do homem e o fazem entrar em contato com o mundo espiritual. É a sua verdadeira
identidade pessoal, o seu homem interior:
Por isso,
não
desfalecemos;
mas,
ainda que o
nosso
homem
exterior (corpo)
se corrompa,
o interior (espírito),
contudo,
ser
renova de
dia em dia.
2 Coríntios
4.16
Nas três línguas clássicas, o termo
espírito significa “sopro, hálito, vento e princípio de vida”. Porém, o
significado teológico vai além. Espírito é a parte imaterial que Deus insuflou
no ser humano, dando-lhe vida e semelhança com a divindade. O espírito é o
âmago e a fonte da vida. É a sede das qualidades espirituais, e os traços de
personalidade habitam na alma. O cântico de Maria estabeleceu diferença entre
espírito e alma (Lc 1.46,47).
O tabernáculo como figura do
homem
O tabernáculo (Êx 26.30) designado à
adoração a Deus, onde os descendentes de Abraão se encontravam com o Senhor,
era constituído de três partes: átrio, santuário e lugar santíssimo,
figurativamente como o homem — corpo, alma e espírito. No átrio, o lugar do
holocausto (oferta queimada), a luz natural do sol brilhava; no santuário,
iluminava a luz de azeite; e no lugar santíssimo, a luz que resplandecia era a
luz de Deus, revestida da glória divina. Sacrifício, oferta, oração e louvor
aconteciam nas duas primeiras partes do tabernáculo, porém, no santo dos santos
a adoração plena e total era oferecida a Deus.
No santíssimo, o lugar mais importante,
indescritível e incomparável do tabernáculo, o sumo sacerdote, devidamente
paramentado com as vestes santas, comparecia uma vez por ano para apresentar o
sacrifício oferecido por si mesmo e pelos pecados do povo. No altar de ouro,
onde estava a arca da aliança com o maná, as tábuas da Lei, a vara de Arão (que
floresceu) e os querubins — seres espirituais relacionados à glória e a
santidade de Deus —, no propiciatório, o sumo sacerdote rendia a Deus sua
adoração pessoal e a adoração dos filhos de Israel que o aguardavam com perdão
e os estatutos concedidos pelo Senhor (Lv 16.32-34).
O Átrio representa o corpo, o santuário
é um tipo da alma, o santo dos santos, ou o santíssimo, é uma figura do
espírito, parte individual do homem. É no espírito que o ser humano adora a
Deus, e essa adoração é responsável pela comunhão com Deus. Através da nova
natureza dada ao homem, ela se manifesta independente da ação natural. Ser
adorador é uma condição para quem nasce de novo.
No espírito do homem acontece a
inspiração, a iluminação e a revelação. Neste lugar especial, único e
individual do homem, a luz de Deus brilha trazendo entendimento, respostas e
fatos do mundo espiritual.
O espírito humano
Neste estudo precisamos deixar claro
que o espírito humano não é a alma nem o Espírito Santo. A falta do
conhecimento da verdade bíblica vem gerando confusão acerca dos conceitos sobre
o espírito do homem. O espírito não é o corpo feito de material visível, mas,
sim, é a parte mais importante do ser humano. Ele é a vida imortal, inteligente
e invisível que procedeu de Deus.
A vertente teológica denominada
dicotomia afirma que o homem é constituído apenas de corpo e alma. Outros
grupos mencionam o termo alma-espírito. Eles dizem que os dois termos se
misturam nas Escrituras; e, tendo como base este ponto de vista, utilizam as
duas designações sempre associadas. Entretanto, a verdade bíblica menciona que
a natureza humana é constituída de corpo, alma e espírito. Tricotomia é o
estudo teológico desta matéria.
Cada parte na composição humana, corpo,
alma e espírito, cumpre funções específicas estabelecidas pelo Senhor. Quando
alguém descarta a revelação bíblica procurando negar uma dessas partes, ou
associar uma a outra na constituição do homem, a confusão é estabelecida.
Devemos aceitar sem questionar a natureza tríplice do ser humano segundo as
Escrituras:
E o mesmo
Deus de paz
vos
santifique em tudo; e
todo o vosso
espírito, e
alma, e
corpo sejam
plenamente
conservados
irrepreensíveis
para a
vinda
de nosso Senhor
Jesus
Cristo.
1
Tessalonicenses 5.23
Porque a
palavra de
Deus é viva,
e eficaz, e
mais
penetrante do que
qualquer
espada de dois
gumes, e
penetra até à
divisão da
alma, e do
espírito,
e das juntas e
medulas,
e é apta para
discernir
os pensamentos
e intenções
do coração.
Hebreus 4.12
A “morte” do espírito
O homem foi criado à imagem e
semelhança de Deus, revestido da glória divina e da autoridade para governar e
liderar toda a criação. É um ser completo, com todas as suas necessidades
supridas pelo Senhor. Ele foi abençoado com o Jardim do Éden, um lugar especial
e perfeito. Deus chamou o primeiro homem Adão e o abençoou pela segunda vez
criando a mulher, Eva, mãe de todos os viventes. A presença constante de Deus e
a comunhão com o Senhor superavam em todos os aspectos as demais bênçãos (Sl
89.15).
No Éden, eles tinham tudo o que
precisavam e podiam usufruir de tudo o que o Senhor criou para eles. Havia
apenas uma proibição: não podiam comer do fruto da árvore da ciência do bem e
do mal (Gn 2.16,17). Ao comerem do fruto o pecado foi gerado. O homem afundou
nas trevas e na separação de Deus. As consequências da queda foram imediatas no
primeiro julgamento estabelecido na história da humanidade. Adão, Eva, a
serpente e a terra foram julgados e receberam as suas respectivas sentenças.
Deus, claramente, advertiu o homem de que a morte seria a consequência imediata
pelo pecado. O espírito do homem, mortificado espiritualmente, foi destituído
da presença divina, da luz, da glória, da autoridade, do poder e do No jardim,
Deus chamou Adão e perguntou onde ele estava; Adão estava perdido. O resultado
do pecado foi a perdição espiritual, emocional, social e física do ser humano.
Perdição é o estado do espírito que morre ao rebelar-se em desobediência e
pecado contra Deus. O salário do pecado é a morte (Rm 6.23). Deus disse:
Porque, no
dia em que
dela
comeres,
certamente
morrerás.
Gênesis
2.17b
Aviso divino
Deus sabia que, como consequência do
pecado, o homem morreria espiritual e fisicamente. A morte do espírito ocorreu
na queda do ser humano. Conforme a declaração de Deus ela seria imediata, logo
após o pecado. A morte do espírito significa a separação espiritual de Deus.
Após o pecado, Adão e Eva foram separados espiritualmente da presença de Deus
perdendo a comunhão perfeita com o Senhor; eles foram, também, separados
fisicamente do ambiente em que viviam. O texto bíblico utiliza expressões
fortes como lançado fora para determinar que ambos foram expulsos pelo Senhor.
Podemos conjecturar que eles não desejaram sair do jardim, então, Deus os
expulsou e fechou a entrada do caminho da árvore da vida (Gn 3.23,24).
O homem recebe o julgamento divino no
seu espírito recebendo nele, portanto, a sentença de morte, em consequência do
pecado (Gn 2.17). Sendo atacados diretamente no espírito, a alma e o corpo,
consequentemente, foram atingidos. O homem e a mulher tiveram medo de encontrar
o Senhor face a face. Esse medo era a representação da morte espiritual, a
“separação de Deus”. O espírito do homem está morto no pecado (Ef 2.1-8), não
compreende as coisas espirituais (1 Co 2.14), é insensível ao Espírito de Deus
e vive na prática pecaminosa (Sl 1.4-6).
Observe o comentário da Bíblia de
Estudo Plenitude:
A tragédia da tentativa humana de se
autogovernar é vista na advertência de Deus: certamente morrerás. Nesta
advertência, o autogoverno do ser humano inclui tudo, de modo que a morte está
incluída na existência espiritual, moral, social e relacional do ser humano e,
principalmente, na sua existência física.
Plano regenerador
Deus não abandona o homem na condição
deplorável de morto espiritual. Imediatamente após a queda, Ele estabelece o
plano de regeneração, inicialmente no espírito, o aspecto de maior importância
e significado da natureza humana. Por que no espírito? A razão principal indica
a superioridade do espírito sobre a alma e o corpo. O espírito influencia a
alma, e esta governa e habilita o ser humano a pensar, imaginar, valorizar, ver
além do exterior e penetrar no mais profundo da existência humana descobrindo o
sentido real da vida.
Na verdade,
há um
espírito
no homem, e a
inspiração
do Todo-
Poderoso os
faz sábios.
Jó 32.8
Porque,
assim como o
corpo sem o
espírito está
morto, assim
também a
fé sem
obras é morta.
Tiago 2.26
Assim como pelo sopro de Deus o
primeiro ser humano recebeu vida, tornando-se alma vivente, habitando no corpo
constituído de carne, na pessoa bendita do Senhor Jesus, o homem se torna nova
criatura em Cristo (2 Co 5.17). O espírito nasce de novo pela ação direta e
exclusiva do sopro de Deus (Jo 3.3; Rm 6.4). Após a aceitação de Jesus Cristo,
o Espírito Santo de Deus se une com o nosso próprio espírito. O espírito é a
essência do ser humano, a qual o faz ser semelhante ao seu criador (1 Co 6.17).
Esta obra espiritual não pode ser
realizada pelo homem por meio das obras, da sabedoria e do conhecimento humano.
O próprio Deus é quem a efetua tornando-a real, literalmente sem nenhuma
alteração na pessoa bendita do Senhor Jesus. Ele veio para dar vida quando
afirmou que todos os mortos podem renascer mesmo na condição de falecidos (Jo
11.25,26). Quando o ser humano crê e aceita a obra salvadora divina, unicamente
em Cristo, ele se torna imortal de acordo com plano original da imortalidade,
estabelecido no início da criação e formação do homem (Jo 3.16).
...
O alimento do espírito
Antes de considerarmos o alimento
necessário ao espírito, consideremos o homem como um ser biológico formado por
um corpo físico que precisa de cuidados especiais na área da alimentação, desde
o seu primeiro dia até o último. Todo corpo físico, biológico, precisa de
alimentos essenciais à boa saúde do corpo humano.
Durante o crescimento, outros
alimentos, além do leite, fazem parte da alimentação, pois o organismo
necessita de nutrientes para seu mantimento. Os alimentos precisam preencher os
seguintes grupos: construtores, energéticos e reguladores. A criança passa a
consumir alimentos mais sólidos que darão energia e regularizarão as funções
orgânicas. Para uma vida saudável, a alimentação deve conter carboidratos,
proteínas, sais minerais, vitaminas e outros nutrientes.
Pois fartou
a alma
sedenta e
encheu de bens
a alma
faminta.
Salmo 107.9
Sentidos
múltiplos do
Espírito
Na verdade, o espírito está pronto
(Mt 26.41)
Adorarão o Pai em espírito e em
verdade (Jo 4.23)
Tendo Jesus dito isso, turbou-se em
espírito (Jo 13.21)
Sede fervorosos no espírito (Rm
12.11)
Cantarei com o espírito (1 Co 14.15)
E temos, portanto, o mesmo espírito
de fé (2 Co 4.13)
O espírito de sabedoria e de
revelação (Ef 1.17)
|
O homem é um ser biológico, psicológico
e espiritual; junto com o corpo físico ele possui alma e espírito. Assim como é
necessário alimentar o corpo para desfrutar de uma saúde física plena, na
dimensão espiritual é indispensável alimentar o espírito. Na condição do
espírito não receber os nutrientes necessários à sobrevivência, a alma e o
corpo são seriamente afetados. O espírito e a alma precisam do verdadeiro
alimento espiritual que livra da morte eterna, como consequência do pecado.
A alimentação do espírito é de natureza
espiritual. No espírito o ser humano recebe a inspiração, a iluminação e a
revelação de Deus. Observe a declaração do apóstolo Paulo:
O mesmo
Espírito (de Deus)
testifica
com o
nosso
espírito que somos
filhos de
Deus.
Romanos 8.16
Por esta razão suprema, o espírito
precisa de saúde espiritual para cumprir suas principais funções:
sensibilidade, percepção, intuição, comunhão e consciência. Qual é o alimento
do espírito? A resposta encontra-se em ambos os Testamentos:
[...] Para
te dar a
entender que
o homem
não viverá
só de pão,
mas que de
tudo o que
sai da boca
do
SENHOR
viverá o homem.
Deuteronômio
8.3
E Jesus lhe
respondeu,
dizendo:
Escrito está que
nem só de
pão viverá o
homem, mas
de toda
palavra de
Deus.
Lucas 4.4
A Palavra de Deus
A Palavra de Deus supre todas as
necessidades espirituais do ser humano. Ela é o verdadeiro pão da vida que
revigora, fortalece e sustenta o espírito e a alma. Durante o caminhar terreno,
todos enfrentam tempos de escassez espiritual, e o espírito tem fome e sede de
Deus. Algumas expressões bíblicas indicam situações em que o ser humano vive,
na dimensão espiritual, um período de angústia, perturbação, quebrantamento,
abatimento e contrição.
Lembrava-me
de Deus e
me
perturbava ;
queixava-me,
e o meu
espírito
desfalecia.
Salmo 77.3
Neste texto, Asafe confessa a
perturbação que tomou conta da sua alma no dia da angústia, e, desanimado,
angustiado e oprimido queixava-se da sua situação e sentia seu espírito
perdendo as forças, esmorecendo, desfalecendo. Neste ponto crucial, a Palavra
de Deus é o alimento fundamental para a renovação da vida do espírito. Como
espada afiada de dois gumes, a Palavra de Deus penetra até a divisão da alma, e
do espírito, para levantar, alimentar, fortalecer e dar vida ao espírito
desfalecido (Hb 4.12).
Sustentando o profeta
E o anjo do
Senhor
tornou
segunda vez, e o
tocou, e
disse: Levanta-te
e come,
porque mui
comprido te
será o caminho.
1 Reis 19.7
Elias, um dos maiores profetas do
Antigo Testamento foi um exemplo da provisão de Deus no exercício da Palavra
divina nas áreas do ser humano. Ele foi sustentado em sua natureza física três
vezes, alimentado pela provisão divina: por corvos (1 Rs 17.6), pela despensa
da viúva (1 Rs 17.15) e por um anjo (1 Rs 19.5-8). Deus cuidou dele em seu
estado emocional durante as crises espirituais, políticas, sociais e morais que
abalavam profundamente a nação de Israel. Deus tratou o profeta através da Sua
Palavra (1 Rs 18.1; 19.5,7,9,15).
O conceito de Jó
Do preceito
de seus
lábios
nunca me apartei
e as
palavras da sua
boca
prezei mais do que
o meu
alimento.
Jó 23.12
A fala é um dos instrumentos mais
poderosos que surgiram antes da escrita, na origem da civilização. Quando
falamos, permitimos que o outro conheça nossos pensamentos, sentimentos e
necessidades, e, com isso, passamos a conhecê-lo também. É impossível dimensionar
o poder, o alcance e a influência da comunicação verbal. Um dos princípios e
fundamentos básicos da vida de Jó foi jamais ser indiferente,
esquecer ou abandonar a Palavra do
Senhor. Entretanto, no conceito de Jó, seguido pelo apóstolo Paulo, toda
palavra articulada e proveniente dos lábios de Deus é profícua, divinamente
inspirada e suficiente para suprir qualquer necessidade.
O salmista declara que a Palavra que
procede da boca de Deus está acima do Seu próprio nome, significando que nada é
maior do que o que Ele diz (Sl 138.2). O espírito humano depende inteiramente
da Palavra de Deus. Ela alimenta e dá sustentabilidade ao espírito do homem.
Palavras doces
Oh! Quão
doces são as
tuas
palavras ao meu
paladar!
Mais doces do
que o mel à
minha boca.
Salmo
119.103
O salmista exclama com alegria a doçura
das palavras divinas ao paladar do seu espírito. O espírito humano tem a
capacidade sensitiva de reconhecer o sabor e a qualidade dos alimentos na
esfera espiritual.
Favo de mel
são as
palavras
suaves: doces
para a alma
e saúde
para os
ossos.
Provérbios
16.24
A Palavra de Deus contém os
ingredientes espirituais, emocionais e biológicos do alimento que sacia a fome e a sede
sustentando e mantendo o espírito vivo. O Senhor Jesus declara:
As palavras
que eu vos
disse
são espírito
e vida.
João 6.63
Comendo as palavras
Achando-se
as tuas
palavras,
logo as comi, e
a tua
palavra foi para
mim o gozo e
alegria do
meu coração;
porque
pelo teu
nome me
chamo, ó
SENHOR,
Deus dos
Exércitos.
Jeremias
15.16
“Você é o que você come”. Este ditado é
uma verdade e pode ser aplicado perfeitamente nas áreas física e espiritual. O
alimento divino atua basicamente no espírito não apenas saciando a fome e a
sede do homem interior, mas, dando alegria e gozo no coração.
Quando o espírito do homem está abatido
e quebrantado, a palavra de Deus ministra ânimo e esperança. Na fraqueza, ela
fortalece, defende e dá vitória; na escassez, ela libera o pão do céu para
saúde espiritual; na aflição, ela acalma gerando a paz; na doença, seu poder
balsâmico refrigera e cura; e na depressão, elimina a tristeza e a amargura.
O leite espiritual
Sejam como
criancinhas
recém-nascidas,
desejando
sempre o puro
leite
espiritual, para que,
bebendo
dele, vocês
possam
crescer e ser salvos.
1 Pedro 2.2
NTLH
Após profundas pesquisas, estudos têm
mostrado efeitos maravilhosos no consumo regular do leite. A ciência presta o
seu testemunho acerca da importância deste alimento como uma das principais
fontes de cálcio. A caseína, encontrada no leite, é uma proteína de alto valor
biológico, com aminoácidos essenciais ao crescimento e manutenção do organismo.
O leite possui proteína que auxilia na
construção de tecidos e preserva músculos, cabelos, unhas etc. É dotado das
vitaminas A, B e D que protegem os olhos, dão energia, ajudam na concentração,
combatem a anemia e fortalecem os ossos. Os minerais ajudam na cicatrização e
aumentam a imunidade. Outro benefício observado é a prevenção de doenças neurológicas.
O leite materno é o melhor alimento
para o recém-nascido. No caso de uma infecção, ele ajuda na produção de
anticorpos. Por este motivo, ao questionarem sobre o que é o leite materno,
especialistas adotam a explicação de que o leite é a medicina mais
personalizada existente.
O aleitamento materno preenche as
necessidades orgânicas do bebê, pois contém proteínas, imunoglobulinas e
substâncias imunizantes. Além disso, combate a obesidade e fornece anticorpos.
Puro leite
Pedro, em sua Carta, escreve aos
cristãos recém-nascidos em Cristo mencionando o leite como alimento
indispensável para o crescimento e fortalecimento espiritual. Figurativamente,
o leite é a Palavra de Deus que alimenta o espírito humano de forma genuína. A
Palavra é verdadeira, sem misturas, é pura e autêntica. Sua nutrição protege e
desenvolve o espírito, a alma e o corpo.
TRECHO DO LIVRO
CORPO ALMA E ESPÍRITO - JOÁ CAITANO

Precisamos compreender mais acerca do papel do nosso próprio espírito dentro da vida cristã. Em razão disto, quero estabelecer neste estudo alguns conceitos sobre o espírito humano e sua importância.
ESPÍRITO, ALMA, E CORPO
O homem foi criado por Deus como um ser tripartido. Nossa constituição é esta: espírito, alma e corpo. As Escrituras, ao mencionarem estas três partes distintas, referem-se a elas como se tratando do nosso ser inteiro, da nossa plenitude.
“E o próprio Deus de paz vos santifique completamente; e o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts 5.23)
Atente para o termo “completamente”. Para o escritor a santificação completa é a conservação irrepreensível das três partes. Mas as Escrituras fazem clara distinção entre espírito e alma; de fato, ambos compõem aquilo que chamamos de “homem interior” (2 Co 4.16), mas são distintos entre si; há um versículo que traz mais luz acerca desta diferença, e convém observá-lo:
“Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão de alma e espírito, de juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração”. (Hb 4.12)
Nosso texto diz que a Palavra penetra até a DIVISÃO de alma e espírito; logo, há divisão entre um e outro; não são a mesma coisa. Contudo, apesar desta divisão, parece-nos que os dois estão bem próximos, juntos. Tanto, que só a Palavra de Deus, como espada afiada que é, pode separa-los. Na prática diária da vida cristã, a maioria dos crentes sabe muito bem quão difícil é separar o que é alma do que é espírito, mas que são distintos, são! Isto é inegável.
Lemos na Bíblia que o novo-nascimento é o nascer do espírito (Jo 3.6). Isto é algo que se dá instantaneamente. Contudo, escrevendo à pessoas que já haviam experimentado a salvação de Deus em seu espírito (Tg 1.18 e 1 Pe 1.3), Tiago e Pedro falaram da “salvação da alma” como algo que acontece posteriormente ao novo-nascimento do espírito (Tg 1.21 e 1 Pe 1.19). Portanto, assim como a salvação da alma acontece como um processo de restauração pela Palavra de Deus, a regeneração do espírito acontece instantaneamente na ocasião do novo-nascimento. Se o espírito e a alma fossem uma coisa só, certamente não haveria esta distinção na forma como a redenção de Cristo alcança cada um.
Lemos na Bíblia que o novo-nascimento é o nascer do espírito (Jo 3.6). Isto é algo que se dá instantaneamente. Contudo, escrevendo à pessoas que já haviam experimentado a salvação de Deus em seu espírito (Tg 1.18 e 1 Pe 1.3), Tiago e Pedro falaram da “salvação da alma” como algo que acontece posteriormente ao novo-nascimento do espírito (Tg 1.21 e 1 Pe 1.19). Portanto, assim como a salvação da alma acontece como um processo de restauração pela Palavra de Deus, a regeneração do espírito acontece instantaneamente na ocasião do novo-nascimento. Se o espírito e a alma fossem uma coisa só, certamente não haveria esta distinção na forma como a redenção de Cristo alcança cada um.
SANTUÁRIO DE DEUS
Somos santuário de Deus, como diz o Novo Testamento: “Não sabeis vós que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” (1 Co 3.16)
No passado, Deus ordenou que lhe construíssem um santuário com detalhes que Ele mesmo havia dado, e sob a direção de Moisés, o povo de Israel o fez. Mais tarde, Salomão construiu um magnífico templo em lugar da tenda do tabernáculo. Mas quando o povo israelita foi levado em cativeiro para a Babilônia, o templo foi demolido e queimado, e somente depois de regresso da nação nos dias de Esdras e Neemias é que foi reconstruído. Nas três vezes, seguiu-se a direção inicial que o Senhor havia dado a Moisés, e a Casa do Senhor sempre teve três ambientes distintos onde os sacerdotes serviam: o Santo dos Santos, o Lugar Santo, e o Átrio Exterior. Logo, podemos dizer que o santuário sempre foi tripartido.
No Novo Testamento vemos uma nova ênfase quanto ao santuário de Deus, e ela já não tem mais nada a ver com os templos construídos. Na sua última pregação, Estevão declarou: “Mas o Altíssimo não habita em templos feitos por mãos de homens…” (At 7.48), e antes de tornar-se o primeiro mártir da Igreja, depositou esta mensagem no coração de seu perseguidor, que mais tarde viria a escrever que o santuário de Deus somos nós!
A Igreja em seu início compreendia isto. Quando Jesus bradou na cruz “está consumado!”, o véu do templo se rasgou de alto a baixo. A partir deste momento a presença de Deus deixou de estar restrita ao templo e o Pai veio fazer morada em nós, os nascidos de novo.
A Igreja em seu início compreendia isto. Quando Jesus bradou na cruz “está consumado!”, o véu do templo se rasgou de alto a baixo. A partir deste momento a presença de Deus deixou de estar restrita ao templo e o Pai veio fazer morada em nós, os nascidos de novo.
E como santuário de Deus, também somos tripartidos, à semelhança dos santuários do Velho Testamento que eram figura do santuário da Nova Aliança em Jesus. Cada uma das três partes do santuário corresponde às nossas três partes: espírito, alma e corpo. Olhando o tabernáculo pelo lado de fora, via-se apenas dois ambientes: a parte coberta e a parte descoberta, sendo que a parte coberta era a tenda da revelação e a parte descoberta o átrio exterior. Mas ao entrar na tenda, percebia-se que havia ali dentro dois ambientes totalmente distintos e separados por um véu: o Santo Lugar e o Santo dos Santos (Hb 9.1-3).
Ou seja, olhando apenas de modo superficial, parecia um só ambiente, mas num exame cuidadoso apareciam claramente os dois ambientes. De forma semelhante, ao observar superficialmente o santuário de Deus hoje (que somos nós), reconhecemos apenas duas partes: o homem interior e o homem exterior. Mas um exame das Escrituras (e no nosso próprio íntimo) revelará que a “tenda” do homem interior se subdivide em outras duas partes, separadas apenas por um véu. O homem interior é composto de espírito e alma!
O espírito corresponde ao Santo dos Santos, o lugar mais íntimo, onde se encontrava a presença de Deus e também onde Ele falava. A alma corresponde ao Lugar Santo, e o corpo ao Pátio, ou Átrio Exterior.
A importância de examinarmos estas figuras é compreender que assim como o Santo dos Santos era o lugar mais importante do tabernáculo, assim também o nosso espírito é hoje o lugar “mais importante” do santuário que somos nós! Precisamos tomar consciência do valor do nosso espírito na vida cristã.
O LUGAR ONDE DEUS FALA
Naquela ocasião em que Deus falou com Moisés mandando-o construir a arca, disse que o propiciatório deveria ser feito com vários detalhes que Ele mesmo deu. E então afirmou: “ali virei a ti e falarei contigo”(Ex 25.22). Era, portanto, no Santo dos Santos, lugar da arca, que Deus falava. E hoje, na Nova Aliança? O Senhor continua falando no lugar mais íntimo do santuário, onde está sua santa presença, e este lugar em nós que corresponde ao Santo dos Santos é o nosso espírito. Paulo mencionou isto ao escrever aos irmãos de Roma:
“Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus”. (Rm 8.14)
O Espírito Santo nos guia… Como? Dois versículos depois desta afirmação já encontramos a resposta:
“O Espírito mesmo testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus”. (Rm 8.16)
A direção do Espírito vem através de um TESTIFICAR (testemunhar) no nosso próprio espírito; este é o lugar onde Deus fala.
“O Espírito mesmo testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus”. (Rm 8.16)
A direção do Espírito vem através de um TESTIFICAR (testemunhar) no nosso próprio espírito; este é o lugar onde Deus fala.
“O Espírito do homem é a lâmpada do Senhor, a qual esquadrinha todo o mais íntimo do coração”. (Pv 20.27)
O Pai Celeste tem uma lâmpada em nós: nosso espírito. Contudo, muitos de nós, por não desenvolvermos a sensibilidade de nosso próprio espírito, ficamos sem ouvir a voz de Deus. Muitas vezes Deus quer falar conosco através de um testemunho interior, mas nem sequer percebemos que Ele está querendo nos dirigir. É claro que o Senhor fala de muitas maneiras, inclusive espetaculares, como sonhos, visões, profecia, e outras, mas a forma comum de falar conosco é mediante o testemunho de nosso próprio espírito.
ATÉ COM JESUS
Ao se fazer homem, o Senhor Jesus esvaziou-se de sua glória (Fl 2.5-8), bem como de alguns atributos da divindade. O Mestre não estava em vários lugares ao mesmo tempo, pois era limitado pelo corpo. Portanto, mesmo como Deus, viveu na terra sem lançar mão da onipresença. Também viveu sem fazer uso da onipotência, pois precisou do poder do Espírito para fazer a obra que fez. E ele também se limitou a crescer em sabedoria e conhecimento e quando revelava segredos e pensamentos dos corações dos homens, precisava ouvir o Espírito Santo, pois não se movia no atributo divino da onisciência e sim na dependência do Espírito de Deus.
Jesus viveu nesta terra como um homem cheio do Espírito Santo, e é por isso que podemos imitá-lo; se ele tivesse andado nesta terra como Deus (entenda-se: usando tais atributos da divindade), jamais poderia dizer que faríamos as mesmas obras que fez e até maiores! Mas ele dependia do Espírito Santo… e sabe onde o Espírito falava com ele? No mesmo lugar que fala conosco: em nosso espírito. Veja o relato do evangelho:
“Mas Jesus logo percebeu em seu espírito que eles assim arrazoavam dentro de si, e perguntou-lhes: Por que arrozais desse modo em vossos corações?” (Mc 2.8)
Os fariseus estavam apenas pensando, e o Espírito Santo transmitiu uma informação ao espírito de Jesus (como homem) do que aqueles homens cogitavam em seu íntimo, pois é exatamente assim que Deus fala com o homem. Temos em Jesus o exemplo perfeito de uma vida no Espírito; se com ele Deus falava assim, não espere nada diferente; algo distinto desta forma de Deus falar pode nos ocorrer ocasionalmente, mas o dia-a-dia será marcado pelo testemunho do Senhor em nosso espírito.
Nas vezes em que uso o termo “o Espírito Santo fala”, não me refiro a uma voz audível. Às vezes Ele fala assim, mas na maioria das ocasiões é apenas um testificar interior. Por exemplo, como podemos saber que somos filhos de Deus? A Bíblia diz que é o Espírito Santo que testifica, testemunha com nosso espírito que de fato o somos. E como se dá esta testificação? Simplesmente sabemos que somos filhos; algo em nós o diz. É uma certeza no coração e não na mente; não se trata de ser convencido pela razão, mas de ter uma convicção interior. Considere uma outra área de atuação do Espírito Santo, que é trazer a revelação da Palavra de Deus a cada um de nós. Como Ele faz isto? As Escrituras respondem:
Nas vezes em que uso o termo “o Espírito Santo fala”, não me refiro a uma voz audível. Às vezes Ele fala assim, mas na maioria das ocasiões é apenas um testificar interior. Por exemplo, como podemos saber que somos filhos de Deus? A Bíblia diz que é o Espírito Santo que testifica, testemunha com nosso espírito que de fato o somos. E como se dá esta testificação? Simplesmente sabemos que somos filhos; algo em nós o diz. É uma certeza no coração e não na mente; não se trata de ser convencido pela razão, mas de ter uma convicção interior. Considere uma outra área de atuação do Espírito Santo, que é trazer a revelação da Palavra de Deus a cada um de nós. Como Ele faz isto? As Escrituras respondem:
“Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque para ele são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente”. (1 Co 2.14)
Gosto da versão da Bíblia de Jerusalém, que em lugar da expressão “homem natural” traduz “homem psíquico”. Ou seja, o homem não pode compreender as coisas de Deus com seu psique, pois elas se discernem com o espírito; é no nosso próprio espírito que o Espírito Santo ensina as coisas espirituais, e não na nossa mente (I Co.2:15).
Percebemos mais uma vez, portanto, qual é o lugar onde Deus fala, seja por um testificar ou por revelação da Palavra: o nosso espírito.
Percebemos mais uma vez, portanto, qual é o lugar onde Deus fala, seja por um testificar ou por revelação da Palavra: o nosso espírito.
EXERCITANDO O ESPÍRITO
Muitos de nós já aprendemos que é possível exercitar o corpo e até a alma (mente). Assim como exercitamos o corpo com ginástica, nossa mente também é exercitada mediante a prática da leitura, cálculo, jogos, etc. Mas e o espírito? Pode ser exercitado? Ora, se corpo e alma se exercitam, porque não o espírito? Certamente que sim! Nossa dificuldade em ouvir Deus começa na insensibilidade do nosso espírito. E a razão de nosso espírito permanecer insensível deve-se ao fato de o usarmos muito pouco. Mas à medida em que o exercitamos, uma nova sensibilidade surgirá.
Nas minhas experiências no sentido de ouvir Deus, percebo que houve crescimento à medida em que o meu espírito foi sendo exercitado pela meditação na Palavra e pela oração em línguas. Quando você está orando em línguas, é seu espírito falando e não sua mente. E o que acontece, se por exemplo você ora duas horas ininterruptas na linguagem do Espírito? Seu espírito terá duas horas de exercício, de atividade intensa e você estará mais consciente dele.
O que acontece conosco se não exercitarmos o corpo? Nossos músculos certamente atrofiarão se não houver exercício físico algum. Recordo-me de certa ocasião na minha adolescência, em que caí de bicicleta e trinquei a rótula do joelho esquerdo; foi necessário passar mais de um mês com a perna imobilizada, e ao fim deste período quando o gesso foi tirado, a perna não dobrava. Levei um bom tempo exercitando-me aos poucos para poder recuperar o movimento e liberdade necessária para voltar às atividades físicas. Isto é atrofia. Com nosso homem espiritual não é diferente; também existe atrofia espiritual. Assim como a diferença entre o físico de um atleta em constante preparo é gritante em relação ao de alguém que veio a conhecer a atrofia, também no reino espiritual há “atletas espirituais” em constante exercício e gozando de boa forma, e há aqueles atrofiados que nunca ouvem o Senhor em nada.
Sei que para muitos é estranho quando falamos sobre ouvir Deus em nosso espírito, uma vez que, na prática, não possuem nenhum referencial do que é isto. Mas nunca exercitaram seu espírito e de repente querem ser atletas espirituais! Isto é muito difícil, pois a sensibilidade é algo que se adquire gradualmente; a atrofia só será removida mediante fisioterapia; lenta e progressivamente. Às vezes, alguns irmãos me perguntam como consigo memorizar versículos e textos bíblicos, como se fosse necessário aprender alguma fórmula; mas a verdade é que eu não me esforço para isto. Sempre investi na leitura, de modo que tenho facilidade para memorizar o que leio, devido ao contínuo exercício nesta área.
Há pessoas que tem grande habilidade com números e cálculos; outros, com certos jogos e raciocínios. Mas o fato é que com tempo e prática cada um exercita sua mente naquilo em que se dedica. Com isso quero exemplificar que com nosso espírito não é diferente; podemos torná-lo mais sensível e consciente através do falar em línguas.
A leitura e meditação na Palavra também tem o seu lugar no fortalecimento do espírito, pois é o alimento espiritual indispensável para a boa saúde e vigor. Contudo, um atleta não adquire um bom físico apenas se alimentando e tomando vitaminas; é necessário combinar isto ao exercício. Semelhantemente, devemos nos alimentar da Palavra, mas também devemos exercitar nosso espírito.
Se você deseja uma vida intensa em Deus, exercite paciente e dedicadamente seu espírito, dia após dia, mediante a meditação na Palavra e a prática do falar em línguas e as mudanças se manifestarão. Aprendi estes princípios há muitos anos atrás lendo os livros de Kenneth Hagin, e decidi pratica-los. Eram-me estranhos a princípio e não foi fácil me dedicar a eles no começo, mas perseverei e eles fizeram toda a diferença! Posso testemunhar que o entendimento deste princípio se tornou uma revolução em minha vida, e esta é a razão que me impulsiona a repartir este estudo com você: funciona e vai leva-lo a um nível mais elevado no seu andar em Deus. Que o Senhor te abençoe!
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Autor: Luciano P. Subirá.
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Autor: Luciano P. Subirá.



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