segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

LIÇÃO 13- A velhice de Davi




I. UMA VISÃO GERAL SOBRE A VELHICE

Concepções Antigas e Atuais Há que se dizer, sem rodeio, que o envelhecimento é um processo natural no seu aspecto biológico, na vida de todo ser humano, mas é imperioso destacar que nesse sentido acompanha também o peso cultural e social. Assim, é preciso atentar para o envelhecimento biológico e como cada sociedade trata a questão, se com amor ou com desprezo.

 Toda sociedade tem uma forma, no seu aspecto social, dependendo da valorização humana, uma forma de olhar e tratar a pessoa da terceira idade, isso vai depender de como os mais velhos são inseridos no convívio social, como é que as leis daquele país atentam para tal questão e qual é definitivamente o papel que lhe é atribuído.

Que a velhice é um processo biológico natural não se tem dúvidas, pois toda pessoa está sujeita ao nascimento, crescimento e morte, mas esse processo se vive em um contexto social. Por isso, pode-se falar em construção histórica da velhice.

Historicamente, sabe-se que na China e no Japão, os velhos, além de serem símbolos de sabedoria, são tratados com muito respeito, carinho e atenção, pois se valorizam os anos acumulados, o que é considerado símbolo de sabedoria, experiência, vivência. Os filhos jovens se orgulham dos idosos ou mais velhos por entenderem que eles são a causa de sua existência, como também de sua sobrevivência, pois fizeram de tudo para lhes dar uma vida digna. Os japoneses, por exemplo, não tomam qualquer decisão sem antes consultar uma pessoa de idade avançada, o que prova que eles valorizam a experiência dos mais velhos.

Apelando para tempos mais remotos, citamos o filósofo Confúcio (551-479 a.C.), que dizia que era dever da família respeitar, valorizar e consultar os mais velhos. Como sinal de respeito e consideração, os japoneses comemoram o Dia do Idoso (Keiro no hi). Nesse dia, homenagens são feitas e se pede mais longevidade para eles, inclusive que se agradem pelos trabalhos que prestam à sociedade. Enquanto no Brasil é deselegante perguntar a idade de uma mulher, na China e no Japão, a mulher idosa responde com muito orgulho ao dizer a idade que tem.

Alan Pallister 61 escreve tratando como as sociedades têm mudado em relação ao tratamento para com os mais velhos; por exemplo, em Portugal as mudanças têm sido rápidas, alterando radicalmente a forma do tratamento que se dá aos idosos. Muitos filhos, por causa da vida pós-moderna, optam por colocar os pais em uma casa de terceira idade, alegando que as muitas atividades não permitem que estejam ao seu lado. O que se percebe com isso é certo desprezo e ingratidão, pois o filho deve entender o quanto o pai e a mãe fizeram para que ele pudesse crescer e se desenvolver na vida. Desse modo, qualquer esforço de sua parte valeria a pena para compensar tudo que eles fizeram.

 Filhos, netos, sobrinhos, todos devem se empenhar para tratar com amor os mais idosos, e isso não pode ser alterado simplesmente por causa de uma imposição de contexto, atual, pois gratidão cabe em qualquer lugar. Por mais que se alegue que uma casa de terceira idade com acompanhamento de assistente social, médico, etc. seja bom, não negamos, mas tudo isso ainda não substitui o amor e o carinho que um filho, um neto pode dedicar aos pais ou avós na velhice.

Mais que um espaço físico, os velhos querem ser amados, cuidados, respeitados, e receber um mínimo de gratidão por tudo o que fizeram. Por não ter a presença de um filho, de sua amizade, de carinho, muitos idosos sofrem depressão, tristeza profunda, pois sentem-se desprezados por aqueles que colocaram no mundo.

 Nos dias atuais, nota-se que a Inglaterra e os Estados Unidos entenderam que os mais velhos precisam do seu espaço no seio familiar; por isso, têm dado apoio social para que tenham em suas casas suporte, incluindo atendimento médico e refeições em domicílio. Em Portugal existem os “Centros de Dia”, onde os mais velhos podem conviver com outros sem qualquer obrigação, mas por prazer e vontade própria. É importante ressaltar que, ainda que na atualidade alguns tratem as pessoas da terceira idade com menosprezo, muitas mudanças estão acontecendo e para melhor, para que as crianças e a juventude valorizem os mais velhos.

É desde cedo envolverem-se com eles para que possam valorizálos como pessoas, como gente, desmistificando os falsos conceitos sobre a velhice de que são pessoas desinteressantes e difíceis de conviver.

Concepção Bíblica

No aspecto bíblico, a velhice é descrita como um processo natural, mas crê-se quem em certo momento alguns idosos foram desprezados. Pode-se crer nisso pelo pedido que o salmista faz a Deus, que não o abandone na velhice (Sl 71.18). Todavia, o peso escriturístico é certo em tratar os mais velhos como pessoas de grande sabedoria (Jó 12.12).

A velhice, segundo Eclesiastes 12.1-6, traz consigo diversos problemas, pois à pessoa falta a força, fica por vezes ociosa; audição, visão, paladar, tudo diminui; e vem o grande temor da morte. Mas há que se dizer que é possível a qualquer pessoa ter uma boa velhice, segundo a Bíblia, procurando viver sempre no temor e na dependência divina. Há, da parte de Deus, à luz dos textos bíblicos, lugar tanto para os jovens como para os velhos em sua obra. O profeta Joel deixou isso bem claro, pois, enquanto os jovens são valorizados por sua força, inteligência, capacidade, disposição, energia, os mais velhos são honrados e valorizados por sua experiência e sabedoria conquistada ao longo do tempo (Lv 19.32; Pv 16.31; 20.19).

Para que a velhice não se torne um peso, os mais velhos devem seguir as recomendações paulinas e, se assim o fizerem, terão uma velhice feliz (Tt 2.2,3). Na verdade, afirma-se que quase em nenhum lugar um texto como esse, tratando acerca da velhice, havia sido escrito com tanto brilhantismo. No tocante aos cuidados com os pais em sua velhice, é dever dos filhos cuidar deles com amor e carinho, não transferindo essa responsabilidade a outros, lembrando que há promessa de Deus para os que assim procedem (Ef 6.3). No mais, os que não valorizam os seus familiares, conforme escreve Paulo, é pior do que os incrédulos e negou a fé (1 Tm 5.8).

A Bíblia não nega os problemas que a velhice traz. Dentre eles podemos destacar os seguintes:

• No aspecto físico. O corpo vai sofrendo diversas mudanças, passando a padecer fraquezas.

• Aparência física. Rugas, cabelos branqueados, perda de dentes, diminuição do tamanho, rugas, flacidez da pele, isso pode acontecer antes dos 65 anos. • Sensação. Vai perdendo a capacidade de ouvir bem, diminui o olfato e também a capacidade de visão.

• Movimentação. Não tem mais a mesma agilidade como antes e passa a ter um andar mais lento.

• Capacidade sexual. Os mais velhos não perdem o prazer de estar com alguém que amam e necessitam de contato físico; é claro, na relação sexual, há mais dificuldade para a satisfação plena.

• Aumento de doenças. Com a idade, pode acontecer de os mais velhos ficarem vulneráveis a doenças, tais como: artrite, hipertensão, doenças cardíacas, diabetes, catarata.

• Autoestima. Por vezes os mais velhos se sentem sem ânimo, coragem, não somente por causa da idade, mas pelo desprezo que vem dos mais novos, usando conceitos e preconceitos de que eles são idosos demais para atuarem em algo ou tomarem certa decisão.

• Questões existenciais. Os mais velhos temem a velhice não somente por medo da morte, mas por se preocuparem com a saúde, com a questão financeira, em não ficar dependendo dos outros.

II. PROBLEMAS NA VELHICE DE DAVI

A Velhice de Davi

Mesmo na velhice, Davi ainda terá alguns problemas. Apesar de sua vida ter sempre sido marcada por grandes batalhas, ele agora terá um problema consigo mesmo. O texto de 1 Reis 1.1 descreve um problema que acometia o rei Davi em sua velhice: ele não se aquecia, ainda que se colocasse sobre ele qualquer veste.

 É importante entender ao ler esse texto que, como já dissemos, o homem é uma criatura, que seus dias vão chegar, e é isso que se percebe em Davi, que a velhice não faz exceção, ela alcança quem quer que seja, inclusive um rei.

Davi, com aproximadamente 70 anos de idade, veio a falecer (2 Sm 5.4). Sua força física havia definhado, ele não estava bem de saúde. Crê-se que tudo isso foi devido aos sofrimentos que teve que enfrentar nos últimos dias de sua vida, como a rebelião de Absalão, inclusive sua morte agora chega sob o impacto disso.

 Dorothy Johns, 62 falando das lutas que travamos na vida, esclarece que a cada momento que vivemos, os impactos vão sendo sentidos aos poucos e que grande peso disso se revelará na velhice. Observe: quando um cônjuge falece, o impacto é de 100; em um divórcio, 73; falecimento de um membro da família, 63; ofensa pessoal e enfermidade, 53; casamento, 50; perda do emprego, 47; mudança de responsabilidade no serviço, 29; saída de um filho de casa, 29; realização pessoal, 28; mudança de casa, 20; mudança de atividade na igreja, 19; férias, 12; Natal, 12. O salmista disse que os demais dias de nossa vida podem ser canseira e enfado (Sl 90.10), mas o essencial é viver cada momento glorificando a Deus, em tudo dando graças (1 Ts 5.17).

Havia certa dificuldade para que o corpo do rei Davi estivesse em uma temperatura adequada. Baseado nos costumes da época, buscou-se uma virgem para que colocassem ao lado do rei, a fim de que pudesse, através dela, transmitir calor do seu corpo físico ao rei que estava enfermo. O nome da jovem era Abisaque, de Suném, localizada no noroeste de Jebel ad-dahy. Crê-se que ela ficava bem perto de Nazaré, talvez 11 quilômetros.

Enfrentando mais um Filho Rebelde

Não bastasse tudo o que Davi tinha enfrentado durante a peregrinação de sua vida, ainda na velhice terá que lutar contra outro filho rebelde, Adonias. Sem sombra de dúvidas, Adonias tinha consciência da profecia de que Salomão seria o próximo rei, inclusive os súditos do rei, mas o jovem não atentou para isso; antes, montou seu próprio esquema para reinar, contrariando dessa forma a vontade de Deus e de seu pai, Davi.

O texto diz que Adonias era filho de Hagagite, que era uma das esposas de Davi (2 Sm 3.4). Sendo agora um dos filhos mais velhos e tendo direito à primogenitura, entendeu que deveria reinar, o que era de direito, mas Deus mudou tudo, ignorando o sistema da época, e vai escolher outro para assumir a nação de Israel no lugar de Davi.

 O que domina o coração de Adonias é a sede de poder. Ele exalta a si mesmo e segue o modelo de seu irmão, Absalão. Em seu projeto para reinar, deseja se apresentar como um ser real, tendo seus carros e homens que corressem adiante dele. Observe que o texto diz duas coisas sobre esse rapaz: ele não fora bem disciplinado e era belo; assim entendeu ele que, mediante seus planos, o pai não iria se incomodar ou refutá-lo, pois nunca o havia contrariado.

 Esperto, Adonias tinha conhecimento daqueles que não estavam mais satisfeitos com seu pai, no caso de Joabe, que era comandante do exército (2 Sm 2.13). Alguns supõem que já há algum tempo havia lampejos de certo sentimento de conflito entre Joabe e Davi, o que apontava para a decisão que ele vai ter de voltar-se para Adonias (2 Sm 3.23-39; 19.1-18; 24.3,4). Outro nome que vai apoiar Adonias é Abiatar, que por muitos anos tinha apoiado Davi e se manteve sempre fiel a ele (2 Sm 22.20), mas não se sabe ao certo a causa de sua rebelião.

Adonias sabia também quem eram aqueles que não abririam mão da fidelidade a Davi: Zadoque, que era sumo sacerdote, maior que Abiatar (1 Cr 24.1-6), e Benai, que era capitão da guarda (2 Sm 23.20-23). Outro que se manteve fiel foi Natã, sempre exercendo sua voz profética, e, apesar de saber dos fracassos de Davi, tinha-o em grande estima e honra (2 Sm 12.1-15). Ainda se fala em Simei e Reí, seus soldados valentes (2 Sm 20.7). O não apoio desses a Adonias já era um mau presságio para ele.

 O fim de Adonias será a morte, visto que, quando ele pede para que BateSeba interceda junto ao rei a fim de que pudesse tomar Abisague como esposa, Salomão entendeu o que estava por trás daquele pedido: o trono. Nesse caso, ele sempre iria ser uma ameaça ao rei, por isso é sentenciado à morte. Esse é o destino de todos quantos têm sede de poder, que, a qualquer custo, sem disciplina, honra, respeito, contrariando a todos e a tudo, busca alcançar destaque.

Constituindo Salomão como Rei

Os versículos 32-34 do capítulo 1 de 1 Reis falam da unção pública de Salomão para reinar. É claro, para que isso acontecesse, era necessário agir e foi isso o que fizeram Zadoque, Natã e Benaia, sob as orientações do rei Davi, que, diante da rebelião de Adonias, procurou logo assegurar o trono ao seu filho Salomão. Isso foi feito diante de uma ação pública. Salomão foi escoltado até Giom pelos valentes de Davi. Giom era chamado por Fonte da Virgem, que ficava fora dos muros da cidade, em um certo declive rumo ao Vale de Cedrom.

Notamos que, além do anúncio público por parte do rei, o comandante Benaia aprovou a coroação do novo rei dizendo amém (1 Sm 1.36), entendendo claramente que tudo estava segundo o querer divino. Da parte do sacerdote Zadoque vem a unção com o óleo do Tabernáculo (1 Rs 2.29), assim, diante de todos os servos do rei e perante a multidão, Salomão foi declarado rei em lugar de seu pai, Davi. A realização dessa cerimônia ratificava a aprovação divina e que o novo rei iria desfrutar da graça de Deus para reinar; fora isso se desenrolaram outros elementos da festa: toque da trombeta, a música de gaitas e os gritos de aclamação, o que fez com que a terra retumbasse. Depois de tudo isso, Salomão é introduzido na cidade e passa a ocupar o torno real.

Nesses versículos fica claro que na vida de um grande líder pode acontecer que no final alguns dos seus liderados se desertem dele; que com a velhice sempre vêm alguns fracassos na administração, o que pode gerar certa insatisfação, mas que sempre homens chamados por Deus, até perto da morte, reagem para colocar as coisas em ordem.

 As Palavras de Davi a Salomão e sua Morte

As últimas palavras de Davi estão em 1 Reis 2.1-9. Nelas se observa que ele tem consciência plena do fim de todo ser humano: a morte. O escritor aos Hebreus diz que ao homem está ordenado morrer uma só vez (Hb 9.27) e, quando essa morte se aproxima desse ser vivente, ou seja, quando ele passa a ter consciência de que seus dias estão chegando ao fim, pode evidenciar pensamentos nobres ou então ser dominado por preocupações, arrependimento sincero de tudo o que fez.

Para o cristão, a morte não é o fim e, se ele for consciente de que está preparado, que viveu conforme a Palavra do Senhor, entenderá, como escreveu o salmista em Salmos 116.15, que, à vista do Senhor, é preciosa a morte dos seus santos. Em Apocalipse, está escrito que são bem-aventurados os que morrem no Senhor (Ap 14.13).

Estudiosos afirmam que o final da vida de Davi foi marcado por muitas preocupações, frente à morte premente. A princípio, ele se preocupou com a política, ou seja, a estabilidade do reino, e acrescendo a isso, manifestou preocupação com a questão espiritual e moral de seu reino, por isso passa a dar, no fim de sua vida, conselhos brilhantes, edificantes, ao filho Salomão.

Davi pede ao novo rei que procure viver em santidade plena, pois, procedendo dessa forma, seria um bom exemplo espiritual e moral para o povo, conduzindo-o a um viver santo. Observe que Davi diz ao seu filho que esse viver em santidade só acontece por meio da obediência irrestrita à Palavra de Deus, ou seja, a tudo aquilo que Moisés havia escrito. Tendo ciência da revelação que recebera de Moisés, Salomão e toda a nação de Israel tinham que andar conforme a Palavra, pois elas tratavam da maneira correta de alguém trilhar os caminhos do Senhor (1 Rs 2.3; Dt 29.9; Js 1.7). No mais, vejamos as instruções que o rei deu para que Salomão tivesse sucesso em tudo:

 • Andar nos estatutos. Estatuto no hebraico é mishpat; fala de justiça, ordenação, ato de decidir um caso (Êx 24.3-4; Dt 4.14; 6.1). Alguns estudiosos dizem que se tratava de algo pré-escrito e que posteriormente se tornou uma prática costumeira (Êx 30.21; Lv 10.13,14), mas no geral falam realmente das instruções de Moisés ao povo.

 • Mandamentos. É claro, primeiramente a referência é direta aos Dez Mandamentos; no aspecto geral, pode englobar as instruções da Lei de Moisés.

• Juízos. Tratava-se de julgamentos, decretos, e, nesse sentido, a corte decidia sobre alguns casos (Êx 21.1; 23.5).

• Testemunhos. Especificamente pode ser aplicado aos Dez Mandamentos

(Êx 31.18), porém, de modo geral, alude ao comportamento de um israelita sincero, que poderia servir como testemunho a Deus (Sl 19.7; 119.98).

Se Salomão se conduzisse segundo esses conselhos que o rei Davi estava lhe dando, procurando ser obediente às revelações divinas para ter um viver santo, uma vida moral e equilibrada, tanto ele como o povo poderiam viver na mais bela e perfeita harmonia. No mais, as ricas bênçãos do Senhor estariam sobre todos eles, pois, horando a Deus, seriam honrados por Ele (1Sm 2.30). Para Salomão estava claro que, se assim procedesse, nunca faltaria sucessor ao trono de Israel (2Sm 7.12-16.). O verdadeiro cristão deve procurar proceder também conforme as Escrituras Sagradas, pois tão somente assim poderá viver uma vida repleta das bênçãos do Senhor (Ef 1.3).

III. AS PALAVRAS FINAIS DE DAVI EM SUA VELHICE

O Reconhecimento da Ação do Deus de Jacó

A vida do ser humano, em cada momento propiciado por Deus, é marcada por altos e baixos, dias ruins e dias bons. Jacó falou a Faraó que os dias de sua vida foram poucos em relação ao tempo de vida de seus pais, e que foram também maus (Gn 47.9). Contudo, o importante não é viver muito ou pouco, mas, sim, viver cada momento da vida com Deus, pois, mais tarde, na velhice, não haverá qualquer descontentamento (Ec 12.1). O salmista esclarece que até à velhice sempre haverá lutas, canseiras, mas o certo é ter na mente que tudo vai passar e que brevemente estaremos para sempre com o Senhor, quando nosso corpo mortal se revestir da imortalidade (1 Co 15.53).

Lembrando-se de que Deus é fundamental, que Ele é o Criador, a vida será bem vivida, jamais pautada na infelicidade, na insegurança, posto que não há qualquer resquício de ceticismo. Nesse sentido, podemos recorrer às palavras do Novo Comentário da Bíblia (1997, p. 666), que diz:

Lembra-te do teu criador. É notório como Eclesiastes mostra sua mão aqui. A visão da idade e da morte produz nele não memento morti (lembra-te que deves morrer), mas memento creatoris (lembra-te do teu Criador). Por esse conceito ele se distingue claramente de todos os céticos, cínicos e epicureus, com quem ele frequentemente tem sido confundido.

Como criatura do tempo chegará o fim do homem. Sua fragilidade se vê quando esse momento chega. Reconhecer esse estado de criatura é o que faz com que sempre nos voltemos para o Dono da Vida, Deus (Jo 5.26). Juventude ou velhice, sem Deus não tem qualquer valor.

Davi chega ao fim de sua vida e, apesar de ter sido marcada por altos e baixos, na sua velhice é dito algo importante sobre ele. Observe que o texto o descreve com alguns títulos importantes: o homem que foi levantado em altura, o ungido do Deus de Jacó, o suave em Salmos de Israel. Interessante é que, ao usar a expressão “o Deus de Jacó”, ele queria simplesmente dizer que era um material humano quase imprestável, que precisava do agir divino em sua vida. Assim, deixava claro que era um homem normal, pecador, e que só estava ali por causa da misericórdia do Deus, que transforma material pervertido em coisas boas.

No tocante à expressão “últimas palavras”, trata-se na verdade de palavras inspiradas. Entenda que a expressão diz no hebraico se tratar de um pronunciamento profético, um oráculo; na verdade, essas suas últimas palavras foram inspiradas. Davi escreveu alguns salmos, aproximadamente 73, que fazem parte da Palavra de Deus. Então ele foi inspirado pelo poder do Espírito Santo ricamente e, por essa razão, afirmou que a Palavra de Deus esteve em sua boca (2 Pe 1.21).

Davi diz que Deus lhe revelou o seu ideal em se tratando da monarquia. Haveria de surgir um justo que dominasse sobre os homens, que reinasse com justiça e no temor de Deus (Dt 32.4,31).

Esse rei viria e seria como uma luz do sol em uma manhã de nuvens, como erva nutritiva da terra. Davi entendeu claramente que sua vida, por causa de seus pecados, se desarmonizara; que ele havia falhado em relação ao ideal divino e que, mesmo assim, colocou sua vida, seus lábios, para louvar ao Deus Criador. Foi maravilhoso para esse homem, na velhice, ainda poder ser um instrumento através do qual Deus falasse.

 Davi fez uma análise de sua peregrinação nesta vida, que poderia ter sido mais útil para Deus, mas pecou. Entendeu que, se tivesse andado completamente no ideal que Deus propusera, muitas outras bênçãos alcançaria. Mesmo assim ele se sente grato por tudo e, ademais, porque o Senhor firmou uma aliança com a sua casa, denominada de as firmes beneficências de Davi (Is 55.3; At 13.34).

Na velhice Davi revela seu prazer e contentamento em Deus, por isso diz que toda salvação e prazer estava nEle. Entendemos então que Davi, no fim da vida, sentiu-se alguém que foi grandemente favorecido, engrandecido pelo favor divino. O que bastaria seria abrir a boca e pronunciar palavras inspiradas. Quem vive sempre em comunhão com Deus, apesar das falhas e erros que comete nesta vida, mas se nunca se afastar dEele, na velhice poderá dizer como Paulo: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé” (2 Tm 4.7).

O Davi Inspirado

A forma poética mencionada por Davi nos versículos 1-3 de 2 Samuel 23, na verdade, se tratava de oráculos, como já pontuamos. Isso quer dizer que ele estava plenamente inspirado por Deus para fazer esse pronunciamento. Para certos estudiosos, alguns salmos poderiam ter vindo desse poema e que este aqui se tratava especificamente de um tipo de apêndice. Mas outros escritores afirmam que essas últimas palavras de Davi não têm paralelo com os salmos que ele escreveu.

O importante, ao lermos esses versículos, é que Davi, inspirado, tem consciência de que era um simples rapaz, um pastor do campo, e que sua família vivia no anonimato, mas que, pelo poder e graça divinos na sua vida, foi exaltado para ser o rei de Israel em momento de grande crise. Note que a ideia de exaltar, levantar, abater, conforme se lê nos dois livros de Samuel, só se realiza pelo poder de Deus (1 Sm 2.7). Davi tem consciência de que era o que era por causa do poder operante do Senhor na sua vida.

O Davi inspirado escreveu salmos, poesias, os quais eram enternecedores, suaves aos ouvidos e consolavam a alma de quem estava em momento de aflições. Importante ressaltar que esses escritos não eram meramente letras, mas neles havia elementos proféticos, como as profecias messiânicas e a vinda do grande ungido de Israel, Jesus Cristo.

 Esse pequeno poema foi inspirado pelo Espírito de Deus. O que ele recebeu do Senhor escreveu, como aconteceu com Paulo (1 Co 15.3). Desse modo, podemos dizer que o que ele escreveu era inspirado, e o seu propósito era que as pessoas pudessem ter acesso a esse escrito e serem abençoadas ao lerem-no (2 Tm 3.16). Por fim, Davi, apresentando-se como uma pessoa inspirada, anunciava ter sido nesta vida um instrumento a serviço do Grande Deus.

61 PALLISTER, Alan. Ética Cristã Hoje: Vivendo um Cristianismo Coerente em uma Sociedade em Mudança Rápida. São Paulo: Shedd Publicações, 2005, p. 122. 62 JOHNS, Dorothy. Ética Cristã. ICI, Global University, 2007, p. 193


O Governo Divino em Mãos Humanas — 
                                    Osiel Gomes


                                  

                          I-e-II-Samuel-

                              Joyce-G-Baldwin




II SAMUEL 23.3c-4
O clímax do poema celebra o vínculo entre o Senhor Deus vivo, em cujas mãos está toda autoridade e poder, e seu rei {cf. 2 Sm7.16). Davi recebera, por intermédio de Natã, a promessa de uma di­nastia duradoura, mas, uma vez que não viveria para sempre, ela pas­saria para sua posteridade — um substantivo coletivo singular {cf. G13.16) — e aponta para a frente, para o Cristo que viria. As bênçãos deque Davi tomara conhecimento em sua experiência se tornariam ainda mais específicas e inconfundíveis em Cristo {cf. v. 29 com Jo 8.12; v.30 com Fp 4.13; v. 31 com Jo 16.23, 24). C1. As últimas palavras de Davi (23.1-7). “Oráculo de Davi”(BJ, PIB; rí ’um Dãwid) indica que Davi está falando como profeta e pronunciando uma palavra divina. Isso é claramente dito nos versícu­los 2 e 3. O poema foi estudado em certa profundidade por H. Neil Richardson, que chama a atenção para sua estrutura e suas figuras de linguagem, sua posição “dentro do arcabouço da teologia da aliança de Davi, tal como a conhecemos desde suas mais antigas expressões”, e para “um número limitado de formas... o que é coerente com o que sa­bemos da poesia antiga de Israel” .1O tema do oráculo é o governo dorei justo e a aliança do Senhor com Davi (2 Sm 7.4-16). 1. A introdução do poema é uma descrição quádrupla do escrito Ele não se apresenta em termos de conquistas humanas, mas em re­lação com seu Deus, que fez com que ele se tomasse rei. O ungido do Deus de Jacó diz muito em poucas palavras: o “Deus de Jacó” é aquele que transforma material humano pervertido, de modo que Davi pensa em si mesmo como alguém que precisa de transformação (não,por exemplo, como os reis do Egito, que se consideravam divinos); no entanto, ele é “ungido” (nfsíah) como governante nomeado pelo Se­nhor, cujos atributos devem se equiparar aos de seu Deus: o mavioso salmista de Israel, ou melhor, “ o cantor querido de Israel” (NIV mg.).2 2-3b. Antes de ser citada a palavra divina, um título quádruplo assegura que todos saibam que o Senhor é sua fonte. Na LXX, a ter­ceira linha traz “Deus de Jacó”, e a quarta, “Rocha de Israel”, um possível e atraente paralelo com o final do versículo 1 (cf. BJ). 3c-4. O Senhor exalta aquele que domina com justiça sobre os homens, que é “justo” (saddiq) como o próprio Deus (SI 11.7), que domina no temor de Deus, defendendo com todo seu poder tudo o que Deus defende. Tal governante, diz o Senhor, deve ser comparado a três sublimes experiências comuns à humanidade em todo lugar: o ama­nhecer, ou alvorada, o calor do sol numa manhã de céu limpo e a chuva que permite que o capim brote depois de uma longa estiagem(cf. SI 72.6). Esses três elementos são necessários para o crescimento saudável das plantas, sem as quais toda vida cessaria; para a sociedade,o governante justo tem um papel igualmente vital: “Domine ele de mar a mar”, diz o salmista, e “viva, pois, ele” (IBB SI 72.8, 15). Paz e segurança duradouras, bem como a conservação dos recursos naturais,1. H. N. Richardson, “ The Last W ords o f David: Some Notes on II Samuel 23:1-7” , JBL 40 (1971), p. 257-266. Citações feitas das p. 265-266.2. Richardson, “ Last Words o f David” , p. 261, refere-se a estudos sobre termos paralelos em ugarítico e sugere a tradução “ o amado do Guardião de Israel” , que continua a apontar para seu Deus e evita qualquer insinuação de auto-en- grandecimento. 327


I I SAMUEL 23.5-7dependem de justiça e misericórdia a longo prazo, exercidas por líderes piedosos. Eles encontram a fonte de seus recursos em Deus e em seu Cristo, que de fato “reinará pelos séculos dos séculos” (Ap11.15). 5-7. Davi, meditando na palavra divina, enxerga-a à luz da pro­fecia de Natã (2 Sm 7.12-16). A casa, o reino e o trono de Davi foram declarados como algo para sempre certo e seguro, em aliança eterna,em tudo bem definida e segura, tal como um documento legal, porque depende da palavra do Senhor, a qual não pode absolutamente ser falsa. Então, visto que Davi procura governar com justiça, toda sua salvação (yis‘i, proveniente de yesa \ “bem-estar” , “salvação”) e es­perança (hêpes, “os mais profundos” anseios) se cumprirão de acordo com a promessa do Senhor. Quando Jesus saiu proclamando “o reino de Deus está próximo” (Mc 1.15), as aspirações de Davi estavam fi­nalmente para se cumprir; o próprio nome “Jesus” falava de salvação(Mc 1.21). “Porém os ímpios todos serão como os espinhos, que se lançam fora” (IBB): assim como o lavrador tinha de manter as mãos afastadas dos espinheiros e, sem se machucar, fazer uma fogueira com eles, de igual forma Davi contemplava as implicações do juízo para aqueles que se opunham à causa de Deus. À semelhança de espinhos, ele serão não apenas inúteis, mas perigosos, e atrapalhavam o crescimento de tudo o que era bom (Mt 13.7, 22; cf. Is 33.12; Hb 6.8). À luz da palavra de Deus a ele proclamada, em sua velhice Davi percebeu clara­mente como o destino das pessoas fica polarizado ou a favor de Deus ou contra Ele. Esse poema constitui “as últimas palavras” de Davi, seu derradeiro legado. B1. Mais menções de bravura (23.8-39). Era bastante justo queos nomes daqueles que se distinguiram na defesa de Israel e do reiDavi fossem registrados no relato sobre seu reinado. O rei jamais teria conseguido tantas realizações sem a participação de seus homens leais e valorosos. A passagem correspondente de Crônicas (1 Cr 11.10-47)às vezes elucida o texto de Samuel.11. Para maiores detalhes, veja B. Mazar, “ The Military Elite o f King D avid” , VT 13 (1963), p. 310-320. 328
                                        Joyce-G-Baldwin


                                         

Semeadura e da colheita (Gl 6.7).
REPARTA COM AQUELE. É dever de todos que recebem o ensino da Palavra de DEUS ajudar a sustentar materialmente àqueles que lhes ensinam a Palavra (1 Co 9.14; 1 Tm 5.18). Dentre os que são dignos desse sustento estão os fiéis pastores, obreiros, mestres, evangelistas e missionários (1 Co 9.14; 3 Jo 6-8). Deixar de prover seu sustento, quando há recursos disponíveis, é semear egoísmo na carne e ceifar a corrupção (vv. 7-9). Dar àqueles que ministram a Palavra faz parte do cumprimento desta ordem: "fazei bem aos domésticos da fé" (v. 10); "porque a seu tempo ceifaremos" (v. 9), tanto o galardão (Mt 10.41,42) como a vida eterna (v. 8).
Quantos têm se esquecido daqueles que lhes ensinaram os primeiros passos na fé? Quantos pastores estão passando por necessidades financeiras depois que acabaram seu ministério pastoral? A Igreja, formada por membros do corpo de CRISTO deve cuidar não só de seu ex-pastor como também de sua esposa e seus filhos menores de idade, é um dever bíblico.
Quantos filhos se esqueceram do trabalho que deram aos seus pais, quantos apertos, quantas noites mal dormidas, quanta necessidade financeira para educá-los e sustentá-los! Agora é hora de retribuir o amor demonstrado, não só com palavras, mas também com atos de misericórdia.

I. O QUE É A TERCEIRA IDADE
“A duração da nossa vida é de setenta anos, e se alguns, pela sua robustez, chegam a oitenta anos, o melhor deles é canseira e enfado, pois passa rapidamente, e nós voamos” (Sl 90.10).
90.12 ENSINA-NOS A CONTAR OS NOSSOS DIAS. Nossos dias neste mundo, que na maioria das pessoas não chegam a mais de setenta ou oitenta anos (cf. v. 10), são poucos em relação à eternidade. Devemos orar por uma sábia compreensão da brevidade da nossa vida, para termos diante de DEUS um coração sábio no emprego de cada dia que Ele nos concede (cf. 39.4). Considerando que esta vida é uma preparação para a outra, devemos entender o que DEUS deseja realizar para si mesmo, para nossa família e para o próximo, através do nosso serviço fiel. Quando terminar aqui o nosso tempo, e chegarmos ao céu, será avaliado como foi (ou deixou de ser) a nossa dedicação a DEUS. Com isto em vista, devemos orar pedindo um coração sábio e um santo temor de DEUS (v. 11), e o seu favor em nossa vida e em nosso trabalho para Ele (vv. 13-17).

II. AS LIMITAÇÕES DA TERCEIRA IDADE
Não são poucas as limitações em decorrência da Terceira Idade: sociais, econômicas, físicas, psicológicas e até espirituais. Por isto, devem os ministérios de nossa igreja, voltados para a Terceira Idade, estar atentos a todas elas, objetivando proporcionar aos idosos uma melhor condição para se viver.
 
1. Limitações sociais. (1 Sm 8.1-9).
8.1-3 SEUS FILHOS. Samuel nomeou seus filhos juízes, na parte sul de Israel, mas eles não seguiram o bom exemplo do seu pai (v. 3). Eles decidiram proceder erradamente, e a Bíblia, neste caso, não culpa Samuel, como culpou Eli (2.29). Percebe-se que Samuel não lhes permitiu exercer o sacerdócio. O procedimento dos filhos de Samuel ensina que os filhos de pais convertidos devem ser levados a decidir quanto à sua vida espiritual.8.5 CONSTITUI-NOS... AGORA, UM REI. O reinado fazia parte das promessas do concerto entre DEUS e Abraão (Gn 17.6); e na bênção que Jacó proferiu sobre seus filhos, destinou a monarquia à tribo de Judá (Gn 49.10). Moisés previu o dia em que Israel ficaria descontente com o governo direto de DEUS (Dt 17.14,15; 28.36). Tal profecia cumpriu-se no incidente aqui registrado, quando Israel demandou um rei humano. DEUS considerou o pedido dos israelitas como eles o rejeitando como seu rei (v. 7) e como sua precipitação em pôr em jogo sua missão de povo especial de DEUS. (1) Os israelitas pediram um rei humano, para que fossem "como todas as outras nações; e o nosso rei nos julgará, e sairá adiante de nós, e fará as nossas guerras" (v. 20). Criam, erroneamente, que a razão das suas aflições e derrotas vinham da incompetência do governo, quando, na realidade, o problema era o pecado deles. Daí, eles conformarem-se com o modo de vida dos povos ímpios ao seu redor, ao invés de confiarem em DEUS. (2) Embora aquele não fosse o momento de DEUS, para eles terem um rei, e fosse injusta a sua motivação, DEUS os atendeu no que pediram. Apesar de tudo, DEUS se propôs a guiar o povo, apesar dos fracassos do governo monárquico de Israel (12.14,15; 19-25). Isso revela o amor de DEUS e a sua paciência com a fraqueza humana.
8.7 A MIM ME TEM REJEITADO. Até a época de Samuel, o governo de Israel fora uma teocracia, i.e., o próprio DEUS governava Israel como seu Rei. DEUS governava através da orientação direta, da revelação especial, da Palavra escrita e por intermédio de dirigentes escolhidos e ungidos. Quando Israel pediu um governo monárquico, seus reis passaram a assumir o cargo por sucessão hereditária e não pela escolha direta de DEUS. Surgiram, como resultado, reinados iníquos e imorais, prejudicando o senhorio de DEUS sobre o seu povo. No final da história, DEUS voltará a assumir o governo direto do seu povo, por intermédio de JESUS  CRISTO, e "o seu Reino não terá fim" (Lc 1.33; 1 Tm 1.17; Ap 20.4-6; 21.1-8).

2. Limitações econômicas. “Não me rejeites no tempo da velhice; não me desampares, quando se for acabando a minha força” (Sl 71.9).
71.9 NO TEMPO DA VELHICE. Quando as forças físicas começarem a falhar e os males do envelhecimento se tornarem evidentes, devemos recordar a providência de DEUS nos dias passados, nEle confiar como nosso Protetor, Ajudador e Sustentador no ocaso da nossa vida. E, na hora da morte, quando cessam as forças físicas, devemos saber que Ele não nos abandonará, mas estará perto (vv. 12,18), quando então nos conduzirá pelos santos anjos, à sua presença celestial (Lc 16.22).
É humano recear o abandono e a solidão na velhice, Davi teve esses sentimentos e pedia a DEUS para não o desamparar quando velho ( Sl.71:9,18 ). Mas o nosso DEUS é Misericordioso e Ele afirma em Isaías 46:3,4 "(...) Vós, a quem trouxe nos braços desde o ventre e levei desde a madre. E até á velhice eu serei o mesmo, e ainda até ás cãs eu vos trarei: eu fiz, e eu vos levarei, eu vos trarei e vos guardarei."

3. Limitações físicas. Ec 12.1-9).  (Sl 90.10).  (Gn 27.1). (Gn 17.17).

4. Limitações psicológicas.  2 Samuel 19.34-37. Salomão discorre sobre os problemas psicológicos enfrentados na Terceira Idade: “como também quando temerem o que está no alto, e houver espantos no caminho, e florescer a amendoeira, e o gafanhoto for um peso, e perecer o apetite; porque o homem se vai à sua eterna casa, e os pranteadores andarão rodeando pela praça” (Ec 12.5).

5. Limitações espirituais. 
DEUS também diz que a velhice não é sinônimo de improdutividade espiritual "Os que estão plantados na casa do Senhor florescerão... na velhice ainda darão frutos." (Sl. 92:13-14). Aos idosos o Senhor atribui a sabedoria e o entendimento ( Jó 12:12).

III. AS POSSIBILIDADES DA TERCEIRA IDADE


Jovem maduro
Velhice
Enquanto o jovem se lança briosamente na escalada da montanha,
A velhice já está no cume, usufruindo a façanha.
A juventude é a idade do prazer da conquista;
A velhice é a idade do prazer do conquistado.
A juventude é a aventura do fazer;
A velhice , o usufruto do feito.
A juventude se estriba na dimensão física;
A velhice na dimensão mental.
A juventude vibra com o caminho a ser percorrido;
A velhice comemora o caminho percorrido.
A juventude quer ser;
A velhice já o é.
 Enquanto o homem maduro é premido pelo horário,
O idoso é dono do tempo.
Enquanto a juventude está escrevendo o primeiro livro,
A velhice se deleita na enciclopédia.



Velhice, em resumo, é o patamar grandioso, prazeroso, tranqüilo, liberto e auto-suficiente. Contém todas as outras idades.
Na verdade, a velhice é a contemplação mais alta da vida, a paz de espírito, o bom humor, a sabedoria da experiência, o descompromisso, o tempo disponível, alias produto raro em outras idades.
Grande idade , bela idade, feliz idade. Do alto da sua sabedoria e experiência, o idoso é mestre das artes à qual se dedica, podendo dispor de todo o tempo do mundo para tal.
Velhice é idade da confraternização, do carinho, da condescendência, da bondade e da generosidade.
E, em ultima análise, a idade plena, agradável, positiva, desejada. Velhice é a idade que tem luz própria. PENSANDO BEM, VELHICE NÃO É VELHICE; É A JUVENTUDE MELHORADA.

Vejamos como poderemos aproveitar melhor nossos idosos. Podem eles atuar como:



UTILIDADE DOS IDOSOS
a- Auxiliar na educação dos netos.  (Rt 4.13-17). Estão sempre dispostos a cuidarem de seus netos dispensando aos mesmos tudo de amor que têem, sublimes lições de vida.
b- Conselheiros dos mais jovens.  (1 Rs 12.1-15). (Êx 4.29; 19.7; At 15.2). Feliz são aqueles que ouvem os conselhos dos mais velhos. Na multidão dos conselhos se acha sabedoria (Pv 24.6)
c- Intercessores.  (Lc 2.36-38). Estão sempre dispostos a orarem reunidos na Igreja (Círculo de oração que pode ser dividido em masculino e feminino). Permanecem de joelhos para que os mais jovens possam ficar de pé.
d- Voluntários.  (Pv 23.18). Estão sempre dispostos a ajudar em alguma tarefa para o bem comum, querem ser úteis, não é por algum pagamento.

 














IV. AS OBRIGAÇÕES DA FAMÍLIA E DA IGREJA COM A TERCEIRA IDADE
Tanto a família quanto a igreja, tudo devem fazer para proporcionar aos idosos uma ótima qualidade de vida.
1. Obrigações da família.


 O IDOSO E A FAMÍLIA
a- Tributar-lhe as devidas honras, os mais velhos são vistos pela bíblia como pessoas que merecem nosso respeito. “Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa” (Ef 6.2),
"Diante das cãs te levantarás, e honrarás a face do velho, e terás temor do teu DEUS. Eu sou o Senhor” (Lv 19.32).
b- Não roubar os mais velhos, eles trabalharam a vida inteira para que agora possam desfrutar de suas aposentadorias e não para sustentar seus netos  e até mesmos filhos preguiçosos e exploradores.
Aquele que faz isto é companheiro do destruidor(Satanás) - Pv 28.24
c- Não impedir-lhe a segunda núpcias, pois ela(e) tem direito a um(a) companheira(o) para cuidar dele(a) e com quem dividir seu carinho e amor; os idosos possuem também as suas expectativas e necessidades.
d- Sustentar o idoso. A palavra utilizada pela bíblia "honrar" significa também dar o devido sustento e auxílio para que não haja sofrimento físico por parte do idoso. Será que precisa haver uma lei para que isto seja feito? Honrar é sustentar. Em Mateus 15.5,6 JESUS fala sobre o assunto: Mas vós dizeis: Qualquer que disser ao pai ou à mãe: É oferta ao Senhor o que poderias aproveitar de mim, esse não precisa honrar nem a seu pai nem a sua mãe, E assim invalidastes, pela vossa tradição, o mandamento de DEUS.
e- Proporcionar-lhe acompanhamento acompanhamento médico adequado à sua idade e necessidade.
É necessário para que possam ainda desfrutar suas ultimas possibilidades.
























2. Obrigações da igreja. Deve a igreja, o mais depressa possível, organizar um ministério voltado
exclusivamente à Terceira Idade. Eis algumas sugestões: 


O IDOSO E A IGREJA
a- Classe de Escola Bíblica Dominical voltada à terceira idade, é só separar esta classe por faixa etária de 60 anos para cima, é aí que o idoso vai compartilhar suas experiências, ajudando a um outro que necessite.
b-  Curso para a terceira idade. Pode-se usar até os cursos do SENAC e também pode-se fazer parceria com a prefeitura em alfabetização e em cursos de orientação profissional, isso ajudará o idosos a remir o seu tempo.
c- Trabalho espiritual para o idoso é importante, pois o mesmo já possui uma intimidade com DEUS que os mais jovens não possuem, ele poderá ajudar a Igreja intercedendo, evangelizando, visitando e aconselhando.
d- Mantendo o idoso amparado o filho(a) poderá ter em sua vida a promessa de bênçãos dada por DEUS. (Ef 6.2) Será que precisa haver uma lei para que isto seja feito? Honrar é sustentar também, quando necessário.
e- Fazendo um levantamento consciente das condições de seus idosos a Igreja estará ajudando a detectar os problemas que eles estão enfrentando e poderá ajudá-los aconselhando seus familiares a proporcionar-lhes um modo de vida consoante às recomendações bíblicas.


a) A classe da Escola Dominical voltada à Terceira Idade. 
Todas as EBD's devem possuir uma classe especial para a faixa etária de Idosos, com um professor que fale alto e claro (devido ao problema de audição de seus alunos), que possa ter bons testemunhos e bastante experiência no evangelho, bem como bom testemunho de vida cristã. Os mais idosos devem ter oportunidade de dar testemunhos e de participarem ativamente das aulas para que se sintam à vontade e com desejo de aprenderem sempre.

b) Cursos para a Terceira Idade. 
Cursos como do SENAC podem ser ministrados na própria congregação, bem como cursos bíblicos podem ser ministrados especificamente para idosos, como por exemplo como evangelizar em filas, em hospitais, em presídios, em vizinhos idosos, etc...

c) Trabalho espiritual. 

d) Mantendo os idosos amparados. 

                                    A imagem pode conter: texto

   Constituições da República Federativa do Brasil.

· Código Civil Brasileiro.
· Lei Nº 8.842, de 04 de Janeiro de 1994 - Dispõe sobre a política nacional do idoso, cria o Conselho Nacional do Idoso e dá outras providências.
ANEXO
"O justo florescerá como a palmeira; crescerá como cedro no Líbano. Na velhice ainda darão frutos: serão viçosos e florescentes." (Salmos 92:12 e 14).

PRINCÍPIOS DAS NAÇÕES UNIDAS EM FAVOR DAS PESSOAS DE IDADE
Para dar mais vida aos anos que são acrescentados à vida

A ASSEMBLÉIA GERAL DA ONU:
Reconhecendo a contribuição das pessoas idosas às suas sociedades, Reconhecendo que na Carta da ONU os países membros das Nações Unidas expressam, entre outras coisas, a determinação de reafirmar sua fé nos direitos fundamentais do homem, na dignidade e valor da pessoa humana, e na igualdade de direitos de homens e mulheres, das nações maiores e menores e de promover o progresso social e elevar o nível de vida dentro de um conceito mais amplo de liberdade,
Registrando a inclusão dos direitos na Declaração Universal dos Direitos Humanos, no Acordo Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais e no Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos, e de outras declarações com o objetivo de garantir a aplicação de normas universais a grupos determinados,
Em cumprimento do Plano de Ação Internacional sobre o Envelhecimento, aprovado pela Assembléia Mundial do Envelhecimento e convertido em documento seu pela Assembléia Geral na Resolução 37/51 de 3 de dezembro de 1982,
Reconhecendo a enorme diversidade das situações das pessoas de idade, não só entre os diferentes países, como também dentro de cada país e entre as pessoas mesmo, problema que necessita respostas políticas diferenciadas,
Consciente de que em todos os países é cada vez maior o número de pessoas que alcançam uma idade avançada e em melhor estado de saúde do que vinha acontecendo até agora,
Consciente de que a ciência já esclareceu a falsidade de muitos estereótipos sobre a inevitável e irreversível decadência que envolve a idade,
Convencida de que há procedimentos que permitam às pessoas de idade que desejam e podem proporcionar maior participação e contribuição às atividades de sua sociedade.
Consciente de que as pressões que pesam sobre a família tanto nos países em desenvolvimento como nos desenvolvidos, é indispensável oferecer apoio àqueles que se ocupam do atendimento das pessoas idosas que requerem cuidados,
Tendo presentes as normas fixadas no Plano de Ação Internacional sobre o Envelhecimento e os convênios, recomendações e resoluções da OIT - Organização Internacional do Trabalho, da OMS - Organização Mundial da Saúde e de outras entidades das Nações Unidas,
Propõe aos governos que introduzam o quanto antes possível os seguintes princípios em seus programas nacionais:

INDEPENDÊNCIA
1. As pessoas de idade devem ter acesso à alimentação, água, moradia, vestimenta e atenção à saúde adequados, através de recursos (renda), apoio de suas famílias e da comunidade e sua própria auto-suficiência.
2. As pessoas de idade devem ter a possibilidade de trabalhar ou ter acesso a outras oportunidades de obter renda.
3. As pessoas de idade devem participar do momento, e em que medida deixarão de trabalhar (aposentar-se).
4. As pessoas de idade devem ter acesso a programas educativos e de formação adequados às suas condições.
5. As pessoas de idade devem ter a possibilidade de viver em ambiente seguro e adaptado às suas preferências pessoais e suas capacidades em contínuas transformações.
6. As pessoas de idade devem poder residir em seu próprio domicílio, tanto quanto lhes seja possível.

PARTICIPAÇÃO
7. As pessoas de idade devem permanecer integradas à sociedade, participando ativamente na formulação e aplicação das políticas que afetam diretamente seu bem-estar, e compartilhar seus conhecimentos e habilidades com as gerações mais novas.
8. As pessoas de idade devem buscar e aproveitar oportunidades de prestar serviços à comunidade e trabalhar como voluntários em setores apropriados a seus interesses e capacitação.
9. As pessoas de idade devem poder formar movimentos ou associações de idosos.

CUIDADOS
10. As pessoas de idade devem poder desfrutar dos cuidados e da proteção da família e da comunidade, de acordo com o sistema de valores culturais de cada sociedade.
11. As pessoas de idade devem ter acesso aos serviços de atenções à saúde que as ajudem a manter ou recuperar um bom nível de bem-estar físico, mental e emocional, assim como prevenir ou retardar o aparecimento de qualquer enfermidade.
12. As pessoas de idade devem poder usar os serviços sociais e jurídicos que lhes assegurem maiores níveis de autonomia, proteção e cuidados.
13. As pessoas de idade devem ter acesso a meios apropriados de atenção institucional, capazes de lhes proporcionar proteção, reabilitação e estímulo social e mental, num ambiente humano e seguro.
14. As pessoas de idade devem desfrutar de seus direitos humanos e das liberdades fundamentais quando residirem em lares ou instituições (asilos) onde lhes ofereçam cuidados ou tratamento, com pleno respeito à sua dignidade, crenças, necessidades e intimidades, assim como ao seu direito de adotar decisões sobre atenções que lhes proporcionem e sobre a qualidade de vida no local.

AUTO-REALIZAÇÃO
15. As pessoas de idade devem poder aproveitar as oportunidades para desenvolver plenamente seu potencial.
16. As pessoas de idade devem ter acesso aos recursos educativos, culturais, espirituais e recreativos da sociedade.

DIGNIDADE
17. As pessoas de idade devem poder viver com dignidade e segurança, e ver-se livres de exploração e maus tratos físicos e mentais.
18. As pessoas de idade devem receber um tratamento digno, independentemente da idade, sexo, raça ou origem étnica, dependência/incapacidade e outras condições, e serem valorizadas sem que isto dependa de sua contribuição (ou capacidade) econômica.

  
INTERAÇÃO
Professor, ao iniciar esta aula, comente com os alunos o significado bíblico do vocábulo "velhice". Na cultura hebraica, o termo "velhice" é "zaqan", cujo sentido literal é "barba". O texto grego do Antigo Testamento traduziu "zaqan" por "presbyteros", como aparece no Novo Testamento. Em função de os idosos usarem suas barbas crescidas é que a palavra passou a designar "velhice" ou "ancião". Boa aula!


RESUMO DA REVISTA DA CPAD:
COMENTÁRIO - INTRODUÇÃO:
Palavra ChaveVelhice
Fase de maturidade e transformações psicológicas e físicas que acompanham o processo da vida humana.
I. A TERCEIRA IDADE - TEMPO DE FRUTIFICAÇÃO
1. Tempo da maturidade.
2. Tempo da colheita.
3. Tempo de compartilhar.
II. A TERCEIRA IDADE - TEMPO DE RENOVAÇÃO ESPIRITUAL
1. Renovação pela comunhão com DEUS.
2. Renovação pelo senso do serviço cristão.
III. A TERCEIRA IDADE - TEMPO DE CUIDAR DA HERANÇA
1. A herança do exemplo.
2. A herança da fé.
CONCLUSÃO
Podemos desfrutar de uma velhice feliz e igualmente viver
em segurança em mundo inseguro.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO
Subsídio Devocional
"Ancião
Entre os israelitas havia dois tipos de anciãos: os 'anciãos de Israel' que eram os chefes de famílias ou clãs nas várias tribos, e os 'anciãos' das cidades construídas e habitadas depois da Conquista.
O termo hebraico zaqem, não significa necessariamente um homem velho, mas implica alguma pessoa com maturidade e experiência que tenha assumido a liderança entre seus compatriotas e na sua cidade ou tribo (Nm 11.16). Embora os anciãos não fossem eleitos, durante a maior parte dos períodos de Moisés até Esdras, e também na era intertestamentária, eles eram reconhecidos como o grupo de mais elevada autoridade sobre o povo. Eles agiam como representantes das nações (Jr 19.1Jl 1.142.16) e também administravam muitos assuntos políticos e resolviam disputas entre as tribos (por exemplo, Finéias e os dez chefes tribais ou anciãos, Js 22.13-33).
Os anciãos da cidade formavam uma espécie de conselho municipal cujos deveres incluíam a função de juízes com a finalidade de mandar prender assassinos (Dt 19.12), conduzir as investigações e inquéritos (Dt 21.2) e resolver conflitos matrimoniais (Dt 22.1525.7). Os "anciãos de Israel", conhecidos primeiramente em Êxodo 3.16-18, foram reunidos por Moisés para receber o anúncio de DEUS sobre a libertação do Egito. O pacto foi ratificado no Monte Sinai na presença de 70 dos anciãos de Israel (Êx 24.1,9,14cf.19.7)."  (PFEIFFER, C. F. (et al) Dicionário bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro:
( CPAD, 2006, p. 100-1.)

FONTE : APAZDOSENHOR.ORG





Resumo da Lição 13 - A Velhice de Davi Apresentado pelo Comentarista das Revistas Lições Bíblicas Adultos da CPAD, pastor Osiel Gomes.


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