ADVEC
– ASSEMBLEIA DE DEUS VITÓRIA EM CRISTO | TAQUARA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL –
MATERIAL SUPLEMENTAR LPD n.º 60 – Corpo, Alma e Espírito 4.º Trimestre de 2019
1
- INTRODUÇÃO
Texto
básico – Mt 6.25-33 – A ansiosa solicitude pela nossa
vida Texto áureo – 2Co 5.15 – “E ele morreu por todos, para que os que vivem
não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou”.
2
– OBJETIVOS
2.1 – Entender
que Deus tem um plano para cada um de nós e que devemos cumpri-lo integralmente
para nossa felicidade;
2.2 – Submeter seus pensamentos, emoções e desejos, voluntariamente, à vontade do Senhor;
2.3 – Cumprir com alegria a sua missão, testemunhando para todas as pessoas, em todo o tempo e em todos os lugares, o que Deus tem realizado em sua vida.
2.2 – Submeter seus pensamentos, emoções e desejos, voluntariamente, à vontade do Senhor;
2.3 – Cumprir com alegria a sua missão, testemunhando para todas as pessoas, em todo o tempo e em todos os lugares, o que Deus tem realizado em sua vida.
3
– PARA QUE VIVEMOS?
Vivemos para o Reino
3.1 – Buscar o Reino Mt 6.33
“Mas buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça...”
3.1 – Buscar o Reino Mt 6.33
“Mas buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça...”
- Antes da comida ou da bebida: Hc 3.17,18
“Portanto, ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto
da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas da manada
sejam arrebatadas, e nos currais não haja vacas: Todavia eu me alegrarei no Senhor:
exultarei no Deus da minha salvação”. Mt 6.26 “Olhai para as aves do céu...” –
Nos momentos de falta, não devemos olhar para o chão, devemos olhar para o céu.
- Antes do vestido: Mt 23.5 “E fazem todas as
obras a fim de serem vistos pelos homens; pois trazem largos filactérios, e
alargam as franjas dos seus vestidos” (aparência religiosa) Filactérios – Faixa de pergaminho com
escritos religiosos presos aos braços ou fronte; Franjas ou desfiados
(tsitsiot) - Representam as leis de Deus – Nm 15.38,39); Mt 6.29 “... nem mesmo
Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles.” Mt 6.28 “...
Olhai para os lírios do campo, como eles crescem...” – Não sabemos como, mas
vemos crescer – milagre de Deus através da natureza.
Buscar o reino – Descobri-lo, deseja-lo e fazer
força para pertencer a ele – Rm 14.17 “Porque o reino de Deus não é comida nem
bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo”. É se santificar (1Pe
1.15,16; Hb 12.14b) procurar fazer justiça (Ap 22.11b), buscar a paz (Hb 12.14a,
Rm 12.18) e desfrutar da alegria no seu próprio espírito (Rm 8.16 “O mesmo
Espírito testifica com o nosso espírito...)
3.2 – Pertencer ao Reino - Como pertencer ao
reino? Nascer de novo - Jo 3.1-7 “... aquele que não nascer de novo, não pode
ver o reino de Deus... aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode
entrar no reino de Deus”. “Necessário vos é nascer de novo”. Tornar-se nova
criatura (2Co 5.17) - Novo pensar, novo sentir, novo agir (Fp 4.8,9).
3.3 – Expandir o Reino Lc 9.1,2 “E, convocando os
seus doze discípulos, deu-lhes virtude e poder sobre os demônios, e para
curarem enfermidades; E enviou-os a pregar o reino de Deus, e a curar os
enfermos”. At 1.8 “Mas recebereis a virtude do Espírito santo, ... e ser-me-eis
testemunhas ... até aos confins da terra”. Mt 28.19,20 “Ide, ensinai todas as
nações, batizando-as... Ensinando-as a guardar todas as coisas que vos tenho
mandado...”
4
– VIVEMOS PARA CRISTO
– Gl 2.20 (... e vivo, não mais eu, mas Cristo
vive em mim...) 4.1 – Jesus, nosso exemplo – “A minha comida é fazer a vontade
daquele que me enviou, e realizar a sua obra”. 4.2 – Jesus, nosso Mestre e
Senhor – Jo 13.13,15 “Vós me chamais de Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque
eu o sou”. ... Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais
vós também”. 4.3 – Fazer discípulos em nome do Mestre – Mt 28.19a “Ide, ensinai
(fazei discípulos)...
5
– VIVEMOS PARA O EVANGELHO
1Pe 2.9 “Mas vós sois a geração eleita, o
sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as
virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”.
5.1 – Geração eleita – Ef 1.4 “Como também nos
elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fossemos santos e
irrepreensíveis diante dele em amor”. 5.2 – Sacerdócio real – Ap 1.6 “E nos fez
reis e sacerdotes para Deus e seu Pai...”;
5.3 – Nação santa – 1Tm 2.8 “Quero pois que os homens orem em todo o
lugar, levantando mãos santas, sem ira nem contenda”. 5.4 – Povo adquirido –
1Co 6.20 “Porque fostes comprados por bom preço; glorificai pois a Deus no
vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus”. 5.5 – Para
anunciar as virtudes do Senhor – 1Pe 2.9b “...para que anuncieis as virtudes
daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”. Cl 1.13 “O qual
nos tirou da potestade das trevas, e nos transportou para o reino do Filho do
seu amor”.
6
– CONCLUSÃO
6.1 – Sal
da terra e luz do mundo – Mt 5.13a,14a “Vós sois o sal da terra... Vós sois a
luz do mundo...” Jo 8.12 “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em
trevas, mas terá a luz da vida”. 6.2 – Para dar fruto que permaneça – Jo 15.16
“Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que
vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em meu
nome pedires ao Pai ele vo-lo conceda”. 6.3 – Cooperando o Senhor – Mc 16.20 “E
eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o
Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que se seguiam. Amém”. 6.4 – Jesus
sempre conosco – Mt 28.20b “E eis que estou convosco até a consumação dos
séculos. Amém.”
O Senhor vos abençoe e vos guarde.
(Pr. Alexandre Ouverney)
"Buscai primeiro…"
Encontramos estas palavras ditas pelo Nosso Senhor
Jesus Cristo, em Mateus 6:33. Assim lemos:
Mateus 6:33
"Mas buscai primeiro o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas."
"Mas buscai primeiro o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas."
De acordo com Jesus Cristo, a primeira coisa que
devemos buscar, a prioridade máxima que devemos ter, é o Reino de Deus e Sua
Justiça. Isto, por outro lado, não se refere simplesmente a uma busca externa.
Nada pode ser manifestado exteriormente e ser genuíno se não estabelecido
primeiro internamente, no coração. É o coração que deveria primeiramente, acima
de tudo, buscar o Senhor e Seu Reino.
1. Mateus 6:19-20
Começando em Mateus 6:19-20, lemos:
Mateus 6:19-20
"Não ajunteis para vós tesouros na terra; onde a traça e a ferrugem os consomem, e onde os ladrões minam e roubam; mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem os consumem, e onde os ladrões não minam nem roubam."
"Não ajunteis para vós tesouros na terra; onde a traça e a ferrugem os consomem, e onde os ladrões minam e roubam; mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem os consumem, e onde os ladrões não minam nem roubam."
Embora exista tesouro terrenos, o verdadeiro
tesouro é celestial. É este – o tesouro celestial – que Jesus nos chama a
ajuntar. De fato, que vantagem se alguém é rico na terra, mas pobre no céu?
Como o próprio Jesus disse ao anjo da Igreja de Laodiceia no Livro do
Apocalipse, capítulo 3:
Apocalipse 3:17-18
"Porquanto dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um coitado, e miserável, e pobre, e cego, e nu; aconselho-te que de mim compres ouro refinado no fogo, para que te enriqueças; e vestes brancas, para que te vistas, e não seja manifesta a vergonha da tua nudez; e colírio, a fim de ungires os teus olhos, para que vejas."
"Porquanto dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um coitado, e miserável, e pobre, e cego, e nu; aconselho-te que de mim compres ouro refinado no fogo, para que te enriqueças; e vestes brancas, para que te vistas, e não seja manifesta a vergonha da tua nudez; e colírio, a fim de ungires os teus olhos, para que vejas."
É o Senhor Jesus Cristo quem tem o ouro real,
chamando-nos a irmos e comprarmos dele o verdadeiro ouro. Aceitaremos seu
chamado às riquezas celestiais, ouro refinado, ou compraremos as riquezas
perecíveis deste mundo? Conforme Timóteo 6:6-8 nos diz:
1 Timóteo 6:6-9
"Mas é grande ganho a piedade com contentamento. Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele. Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso, contentes. Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína."
"Mas é grande ganho a piedade com contentamento. Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele. Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso, contentes. Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína."
e Hebreus 13:5-6
"Sejam vossos costumes sem avareza, contentando-vos com o que tendes; porque ele disse: Não te deixarei, nem te desampararei. E assim com confiança ousemos dizer: O Senhor é o meu ajudador, e não temerei O que me possa fazer o homem?"
"Sejam vossos costumes sem avareza, contentando-vos com o que tendes; porque ele disse: Não te deixarei, nem te desampararei. E assim com confiança ousemos dizer: O Senhor é o meu ajudador, e não temerei O que me possa fazer o homem?"
O grande ganho é a piedade. A riqueza genuína é
celestial. A verdadeira riqueza é aquele ouro comprado do Senhor Jesus Cristo.
Que possamos ir e comprar dele ouro refinado que se converte em verdadeira
riqueza e não permitamos que o engano das riquezas e o cuidado deste mundo
tornem a semente da Palavra de Deus infrutífera em nossos corações. (Lucas
8:14).
2. Mateus 6:21
Continuando, Jesus Cristo deixa claro porque é tão
importante o que alguém considera como verdadeiro tesouro. Assim, no versículo
21 lemos:
Mateus 6:21
"Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração."
"Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração."
Onde estiverem nossos tesouros, aí estarão também
nossos corações. Em outras palavras, é impossível ter nosso coração apegado às
coisas terrenas e ao mesmo tempo ajuntar tesouros no céu. Tesouros nos céus
apenas são guardados por aqueles que têm seus corações no céu. Por isso Paulo
diz:
Colossenses 3:2
"Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra."
"Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra."
E conforme o próprio Senhor diz:
Mateus 6:24
"NINGUÉM pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom."
"NINGUÉM pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom."
É impossível servir a Deus e ao mundo. Um é
contrário ao outro. Conforme Tiago nos diz muito bem:
Tiago 4:4
"...não sabeis que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus."
"...não sabeis que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus."
Quanto mais alguém deseja o mundo, mais a chama de
Deus se inflamará contra ele e vice-versa. Claro, não estamos falando sobre
coisas materiais no mundo, pois todos vivemos no mundo e o Senhor nos
estabeleceu para sermos testemunhas nele. Estamos falando sobre mistura de
práticas e o espírito deste mundo. É impossível servir ao espírito
do mundo e o Santo Espírito.
E conforme o Senhor diz:
Mateus 6:25
" Por isso vos digo: Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestuário?"
" Por isso vos digo: Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestuário?"
A frase “Por isso vos digo”
conecta o que Jesus diz nesta passagem com o que disse anteriormente, isto é,
que não podemos servir a dois mestres. Em outras palavras, “por isso”, ou seja,
porque não podemos servir a dois mestres, nós não devemos nos preocupar com
nossa vida. De outra forma estaremos servindo ao mestre errado. “Não
vos preocupeis com vossa vida”, e isto inclui qualquer preocupação que
alguém possa ter: família, filhos, finanças, carreiras, saúde e geralmente
qualquer preocupação desta vida, pequena ou grande está incluída nesta
categoria. É claro que o fato de não nos preocuparmos com nossa vida não significa
que não tenha quem cuide dela. Contudo não somos nós que a cuidaremos. Conforme
I Pedro 5:6-7 diz:
I Pedro 5:7
"Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós."
"Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós."
É Deus quem cuida de nós e
o Único a quem devemos lançar nossas ansiedades. Isto não é apenas uma
exortação. Voltando ao que o Senhor disse: “por isso eu vos digo”, isto mostra
que o servir ao verdadeiro Senhor vai de mãos dadas com o lançar cada
preocupação nas mãos de Deus. Melhor dizendo, alguém pode servir a Deus apenas
se chegar ao nível de tirar as preocupações de si mesmo e entregá-las a Deus.
Referente ao tópico dos cuidados e as
consequências que elas podem causar quando não são entregues a Deus, Jesus
adverte:
Lucas 21:34
"E olhai por vós, não aconteça que os vossos corações se carreguem de glutonaria, de embriaguez, e dos cuidados da vida, e venha sobre vós de improviso aquele dia."
"E olhai por vós, não aconteça que os vossos corações se carreguem de glutonaria, de embriaguez, e dos cuidados da vida, e venha sobre vós de improviso aquele dia."
e outra vez Lucas 8:14
"E a que caiu entre espinhos, esses são os que ouviram e, indo por diante, são sufocados com os cuidados e riquezas e deleites da vida, e não dão fruto com perfeição."
"E a que caiu entre espinhos, esses são os que ouviram e, indo por diante, são sufocados com os cuidados e riquezas e deleites da vida, e não dão fruto com perfeição."
e 2 Timóteo 2:3-4
"Sofre, pois, comigo, as aflições, como bom soldado de Jesus Cristo. Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra."
"Sofre, pois, comigo, as aflições, como bom soldado de Jesus Cristo. Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra."
A consequência que as preocupações têm sobre o
homem de Deus é torná-lo infrutífero. Isto não é uma questão se os cuidados são
coisas concretas. O que realmente importa é o que fazemos com elas. Ocupamo-nos
com elas, tornando nossos corações pesados, abatidos, e assim incapazes de dar
frutos, ou depositamos em Deus, que como nos disse, cuida de nós?
Já que a palavra de Deus é a referência, mais uma vez está muito claro:
Filipenses 4:6-7
"Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus."
"Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus."
3. Mateus 6:31-32
Voltando a Mateus 6 e às palavras de nosso Senhor:
Mateus 6:31-32
"Não andeis, pois, inquietos, dizendo: “Que comeremos”?”, ou “que beberemos?” ou “com que nos vestiremos”? ”Porque todas estas coisas os gentios procuram.”
"Não andeis, pois, inquietos, dizendo: “Que comeremos”?”, ou “que beberemos?” ou “com que nos vestiremos”? ”Porque todas estas coisas os gentios procuram.”
O cuidar tem suas razões, assim também o amar a
quem te ama, resistir ao inimigo se defendendo e assim por diante. Tudo que o
mundo faz pode ser racional, mas NÃO É CRISTÃO. O fato de
caminharmos pela razão não necessariamente quer dizer que caminhamos pelo
espírito da Palavra. Ao contrário, eu diria que podemos caminhar pelo espírito
no mundo, o espírito da árvore do conhecimento do bem e do mal e é exatamente
com este espírito que o Senhor nos diz para NÃO nos prendermos ao jugo com
eles:
2 Coríntios 6:14-18
"Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; E não toqueis nada imundo, E eu vos receberei; E eu serei para vós Pai, E vós sereis para mim filhos e filhas, Diz o Senhor Todo-Poderoso."
"Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; E não toqueis nada imundo, E eu vos receberei; E eu serei para vós Pai, E vós sereis para mim filhos e filhas, Diz o Senhor Todo-Poderoso."
O jugo do qual a Palavra de Deus fala nesta
passagem, não é o jugo físico, mas o espiritual. O Senhor ama cada indivíduo
neste mundo e por cada um Ele deu Seu filho Jesus Cristo, “para que todo aquele
que nele crê não pereça, mas tenha a vida eternal." (João 3:16). É por
isso que ele nos estabeleceu neste mundo para sermos luzes (Mateus 5:14)
(Mateus 5:14). Entretanto, o problema de Deus não é a com as pessoas, mas
com o sistema deste mundo e o espírito, que rege, governa o mundo. A
frase “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis” não quer dizer que
temos que largar nossas atividades e nos isolarmos fisicamente do mundo. Em vez
disso, quer que abandonemos as práticas deste mundo, de estarmos unidos em
jugo com o espírito do mundo. Estamos em jugo juntos com os infiéis
quando nos sujeitamos ao mesmo espírito que eles estão sujeitos. Por
isso, Romanos nos diz:
Romanos 12:1-2
"Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus."
"Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus."
Há uma conformação, mas há também a transformação.
A qualquer momento, cada um de nós fará uma das opções: Conforma-se com o mundo
ou se é transformado com a renovação de seu entendimento. Ou vive para si mesmo
ou apresenta seu corpo como sacrifício vivo ao Senhor.
Voltando a Mateus 6 e os versículos os quais
iniciamos:
Mateus 6:31-34
"Não andeis, pois, inquietos, dizendo: “Que comeremos”?”, ou “que beberemos?” ou “com que nos vestiremos”? ”Porque todas estas coisas os gentios procuram. Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Não vos inquieteis, pois, pelo dia amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal."
"Não andeis, pois, inquietos, dizendo: “Que comeremos”?”, ou “que beberemos?” ou “com que nos vestiremos”? ”Porque todas estas coisas os gentios procuram. Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Não vos inquieteis, pois, pelo dia amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal."
A existência de cuidados é indisputável. Contudo,
não nos conformemos com o espírito do mundo, nos preocupando com eles, pois
Deus nos diz que Ele sabe do que necessitamos. Ao contrário, deixemo-nos “ser
transformados pela renovação de nosso entendimento” voltando nossos corações a
Deus, Seu Reino e justiça. É Ele nossa prioridade máxima, e o único que suprirá
mais abundantemente nossas necessidades. É o único tesouro que é genuíno, que
nunca perece, mas está reservado para nós no céu.
Anastasios Kioulachoglou
O NOVO TESTAMENTO William Barclay
A
PREOCUPAÇÃO PROIBIDA
Mateus 6:25-34 Devemos começar nosso estudo desta
passagem nos assegurando de que entendemos o que é o que Jesus proíbe e o que
autoriza. O que Jesus proíbe não é a prudência que prevê o futuro a fim de
tomar medidas necessárias para responder, oportunamente, a suas demandas.
Proíbe o afã, o angustiar-se pelo manhã antes de saber o que nos trará o manhã.
Jesus não recomenda uma atitude displicente, que não faz provisão para o futuro
nem reflete sobre o que o futuro pode significar concretamente em termos de
exigências e possibilidades. Proíbe, sim, o temor ansioso, doentio, que é capaz
de eliminar toda possibilidade de alegria da vida.
No original grego se usa o termo merimnan, que
significa preocupar-se ansiosamente. Em uma carta que se encontrou escrita em
um papiro, a esposa diz a seu marido, que está viajando: "Não posso dormir
nem de noite nem de dia, ansiosa (merimnan) como estou por seu bem-estar".
Em outra carta, a mãe, ao inteirar-se da boa saúde e prosperidade de seu filho,
responde-lhe: "Tal é minha oração e ansiedade (merimnan) todo o tempo."
Anacréon, o poeta, escreveu: "Quando bebo vinho, minhas preocupações
dormem." Em grego, a palavra merimnan denota ansiedade, preocupação, afã.
Os judeus conheciam perfeitamente esta atitude
frente à vida. O ensino dos grandes rabinos era que a atitude de todo crente
para com a vida devia estar constituída principalmente por uma combinação de prudência
e serenidade. Insistiam, por exemplo, em que todo homem devia ensinar um ofício
a seus filhos homens, porque, conforme afirmavam, não lhes ensinar um ofício
significava ensiná-los a roubar. Quer dizer, acreditavam que era necessário dar
todos os passos recomendáveis para um desempenho prudente na vida. Mas, ao
mesmo tempo, diziam: "Aquele que tem um pão em sua cesta e diz: 'O que
comerei amanhã?' é um homem de pouca fé."
A lição de Jesus era bem conhecida por seus
concidadãos que se deve combinar a prudência, a antecipação e a serenidade em
nossa atitude diante da vida.
A
ANSIEDADE E COMO SE CURA
Mateus 6:25-34 (continuação) Nestes dez versículos
Jesus apresenta sete argumentos contra a ansiedade.
(1) Começa assinalando (v. 25) que Deus nos deu a
vida, e que se tal foi a magnitude de seu dom, bem podemos confiar nEle com
respeito às coisas menores. Se Deus nos deu a vida, certamente também nos dará
o alimento que necessitamos para seu sustento. Se nos deu corpos, certamente
podemos confiar que terá que nos dar também roupa para que os cubramos e
abriguemos. Se alguém nos der um dom que não tem preço, podemos confiar que sua
generosidade será sempre magnânima, que não será mesquinho nem surdo ante nossa
necessidade. Portanto, o primeiro argumento é que se Deus nos deu a vida,
podemos confiar em que nos dará todas as coisas que necessitamos para
sustentá-la.
(2) Jesus prossegue falando das aves (v. 26). Sua
vida está desprovida de preocupação. Nunca armazenam o que podem chegar a
necessitar em um futuro imprevisível; e entretanto seguem vivendo.
Mais de um rabino se sentiu fascinado ante o modo
de vida dos animais. O Rabino Simeão disse:
"Jamais em minha vida vi um cervo que tirasse
figos, nem um leão que transportasse cargas, nem uma raposa que fosse
comerciante, e entretanto todos eles se alimentam, sem afã algum. Se eles, que
foram criados para me servir, vivem sem preocupações, quanto mais eu, que fui
criado para servir a meu Criador, deveria viver sem trabalhar em excesso por
meu alimento; mas eu corrompi minha vida, e desse modo, prejudiquei minha
substância."
Jesus não
quer dar ênfase ao fato de que as aves não trabalham; tem-se dito que
provavelmente o pardal seja um dos seres viventes que mais trabalha para comer;
no que insiste é em que estão desprovidos de afã. Não se poderia encontrar nos
animais esse afã do homem por vigiar um futuro que não pode ver; nem tampouco é
característico deles acumular bens a fim de desfrutar de uma certa segurança
para o futuro.
(3) No versículo 27 Jesus prossegue demonstrando
que, de todos os modos, a preocupação é inútil. Este versículo pode
interpretar-se de duas maneiras distintas. Pode significar que ninguém, por
mais que se preocupe, pode aumentar de estatura. Mas a medida que Jesus usa
como exemplo equivale a uns quarenta centímetros, e nenhum homem, por mais
baixo que seja, quereria acrescentar quarenta centímetros à sua estatura.
Também pode significar, por outro lado, que por mais que nos preocupemos não
podemos acrescentar nem um dia à nossa vida, e este significado é mais
provável. De todos os modos, o que Jesus quer dizer é que a preocupação é
inútil.
(4) Jesus
prossegue referindo-se às flores (vs. 28-30). Fala delas do modo como o faria
alguém capaz das amar.
Os lírios do campo a que faz referência são
provavelmente as papoulas e as anêmonas. Floresciam silvestres, durante um só
dia, nas serranias da Palestina. E entretanto, durante tão breve vida estavam
vestidas de uma beleza que ultrapassava a dos mantos reais. Quando morriam, não
serviam para outra coisa que para ser queimadas. O forno que se usava nos lares
palestinenses era feito de barro. Era uma espécie de cubo de barro que se
colocava sobre o fogo. Quando se desejava elevar a temperatura desses fornos de
modo rápido, adicionavam-se ao fogo molhos de ervas e flores silvestres secas e
uma vez acesos eram postos dentro do forno. As flores do campo viviam um só
dia, e depois somente serviam para ser queimadas e ajudar à mulher que queria
assar algo e tinha pressa. E entretanto, Jesus as vestia de uma beleza que o
homem, em seus melhores intentos, nem sequer pode imitar. Se Deus outorgar
tanta beleza a uma flor, que somente viverá umas poucas horas, quanto mais fará
a favor do homem? Certamente uma generosidade que é tão pródiga com uma flor de
um dia, não deve esquecer do homem, que é a coroa de toda a criação.
(5) Jesus
segue propondo um argumento fundamental contra a ansiedade. A ansiedade, diz
Ele, é característica dos pagãos e não de quem conhece a Deus tal qual Ele é
(v. 32). A ansiedade é essencialmente desconfiança com respeito a Deus. Tal
desconfiança é compreensível em um pagão, que acredita em deuses egoístas,
caprichosos e imprevisíveis, porém não se pode aceitar nos que aprenderam a
chamar a Deus com o nome de Pai. O cristão não pode trabalhar em excesso porque
aprendeu a acreditar no amor de Deus.
(6) Jesus prossegue sugerindo dois modos de
derrotar a ansiedade. O primeiro é concentrar-se acima de tudo na busca do
Reino de Deus. Já vimos que procurar o Reino de Deus e fazer a vontade de Deus
são a mesma coisa (Mateus 6:10). A aceitação da vontade divina, e o propósito
de pô-la em ação em nossas vidas, é a primeira maneira de derrotar a
preocupação. Sabemos muito bem, por nossa própria experiência, como um grande
amor pode eliminar de nossa mente qualquer outro interesse e preocupação. Tal
amor pode ser capaz de inspirar o trabalho, intensificar o estudo, purificar a
vida, dominar a totalidade do ser. A convicção de Jesus é que quando Deus se
torna o poder dominante de nossas vidas desaparece toda ansiedade.
(7) Por
último, Jesus afirma que a preocupação pode ser derrotada, aprendendo a arte de
viver um dia de cada vez (V. 34). Os judeus tinham um dito que afirmava:
"Não se preocupe com os males de amanhã, porque você não sabe o que lhe
pode trazer no dia de hoje. Amanhã talvez você não esteja vivo, e então você
terá ficado preocupado pelos males de um mundo que não lhe pertencerá."
Se vivermos cada dia tal como se nos apresenta, se
cumprirmos cada tarefa quando é o momento de fazê-lo, a soma de nossos dias
será necessariamente boa. A recomendação de Jesus é que deveríamos enfrentar
cada dia segundo suas próprias exigências, sem preocupar-se com um futuro que
não somos capazes de prever e por coisas que provavelmente nem sequer
aconteçam.
A
INSENSATEZ DA ANSIEDADE
Mateus 6:25-34 (continuação) Vejamos, agora, se
podemos sistematizar os argumentos de Jesus contra a ansiedade.
( 1) A
ansiedade é desnecessária, inútil e até nociva. Não pode afetar o passado,
porque ninguém pode modificar o que ficou para trás. Omar Khayám tinha razão
quando escreveu:
"O dedo que se move escreve e, tendo escrito,
continua escrevendo; nem toda a sua piedade e imaginação seriam incapazes de
convencê-lo a apagar sequer uma linha. Nem todas as suas lágrimas serão capazes
de apagar sequer uma palavra."
O passado passou. Isto não quer dizer que alguém
deva desentender-se de seu passado, mas sim que deveria usá-lo como incentivo e
guia para agir melhor no futuro, e não como objeto de uma ansiedade em que se
atrasa até ficar totalmente imóvel e incapaz de agir. Do mesmo modo, é inútil
trabalhar em excesso pelo futuro.
Alistair MacLean, em um de seus sermões, conta uma
história que tinha lido. O herói era um médico londrino. "Tinha ficado
paralítico, e não podia levantar-se da cama, mas todo o tempo o via alegre, e
sua alegria era quase ofensiva. Seu sorriso era tão valente e radiante que
todos esqueciam de compadecer-se dele. Seus filhos o adoravam, e quando um
deles estava por abandonar o ninho e lançar-se à aventura da vida, o doutor
Greatheart ("coração grande") deu-lhe a seguinte recomendação:
"Johnny", disse-lhe, "o que deve fazer é manter-se a si mesmo
firme em suas obrigações e objetivos, e fazê-lo como um cavalheiro. E lembre,
por favor, que a maioria dos problemas que terá que enfrentar são os que jamais
se apresentam."
Trabalhar em excesso pelo futuro é um esforço
inútil, e o futuro real nunca é tão desastroso como o futuro de nossos temores.
Mas a
ansiedade é pior que inútil; muito freqüentemente é direta e ativamente
daninha. As duas enfermidades típicas da vida moderna são a úlcera no estômago
e a trombose coronária, e em muitos casos ambas procedem da excessiva
preocupação. É um fato comprovado pela medicina que aqueles que riem mais,
vivem mais. A ansiedade, que desgasta a mente, também desgasta o corpo, junto
com ela. Afeta a capacidade de julgamento do homem, diminui seu poder de
decisão e o torna progressivamente cada dia mais incapaz de enfrentar a vida.
Que cada qual enfrente o melhor que possa cada situação – não pode fazer mais
que isso – e deixe o resto a Deus.
( 2) A
ansiedade é cega. Nega-se a aprender a lição que lhe oferece a natureza. Jesus
nos pede que olhemos às aves, toda a maravilhosa abundância e riqueza que
respalda a natureza, e que confiemos no amor que nos fala através dessa
riqueza. A ansiedade se nega a aprender a lição que a História lhe oferece.
Um salmista se alegrava recordando os
acontecimentos da história de seu povo. "Deus meu", exclama, “Sinto
abatida dentro de mim a minha alma”, e prossegue dizendo: “Lembro-me, portanto,
de ti, nas terras do Jordão, e no monte Hermom, e no outeiro de Mizar.” (Salmo
42:5, 6, cf. com Deuteronômio 3:9). Quando tudo se fazia insuportável ele
recebia conforto com a memória do que Deus tinha feito. O homem que alimenta
seu coração com a história do que Deus tem feito no passado, nunca temerá pelo
futuro. A ansiedade se nega a aprender a lição que a vida lhe ensina. Seguimos
vivendo, e ainda não temos a soga ao pescoço; e entretanto, se alguém nos
dissesse alguma vez que teríamos que passar os maus momentos que passamos, e
superado, nós lhe diríamos que seria impossível. A lição da vida é que, de
algum jeito, fomos capacitados para suportar o insuportável, e para ir mais à
frente do ponto de fratura, sem nos fraturar. A lição da vida é que a ansiedade
é desnecessária.
( 3) A
ansiedade é uma atitude essencialmente irreligiosa. Não é conseqüência de
circunstâncias exteriores. Em uma mesma situação um pode sentir-se totalmente
sereno e outro, em troca, morrer de preocupação. Tanto a preocupação como a paz
provêm, não das circunstâncias exteriores, mas sim do coração.
Alistair MacLean cita uma história de Tolero, o
místico alemão. Um dia Tolero se encontrou com um mendigo. "Deus lhe dê um
bom dia, amigo", disse-lhe. "Dou graças a Deus porque todos os meus
dias foram bons", respondeu-lhe o mendigo; "nunca fui infeliz."
Surpreso, Tolero lhe perguntou: "O que você quer dizer?" "Quando
faz bom tempo", disse o pobre homem, "dou graças a Deus; quando
chove, dou graças a Deus; quando tenho abundância, dou graças a Deus. E dou
graças a Deus quando passo fome. E desde que a vontade de Deus é minha vontade,
e tudo o que agrada a Deus, agrada a mim também, por que teria que dizer que
sou infeliz, quando em realidade não o sou?" Surpreso, Tolero voltou a lhe
perguntar: "Quem é você?" E o mendigo lhe respondeu: "Sou um
rei." "Onde está seu reino?", perguntou Tolero. E o mendigo lhe
respondeu, muito tranqüilo: "Em meu coração."
Isaías já o
havia dito, muito tempo antes: "Tu, SENHOR, conservarás em perfeita paz aquele
cujo propósito é firme; porque ele confia em ti" (Isaías 26:3). Como
sustentava aquela mulher nórdica da história: "Sempre sou feliz, e meu
segredo é navegar sempre pelos mares, mas deixar sempre meu coração no
porto."
É possível que haja pecados piores que a
ansiedade, mas certamente nenhum é tão prejudicial, nenhum tão paralisante.
"Não pensem no manhã com ansiedade", é o
mandamento de Jesus, e este é o caminho que há que nos levar não somente à paz,
mas também ao poder.
O
SAL DA TERRA Mateus 5:13
Quando Jesus pronunciou estas palavras usou uma
expressão que depois se tornou o maior elogio que se pode oferecer a homem
algum. Se desejamos sublinhar a solidez, utilidade e valor de alguém podemos
dizer: "Pessoas assim são o sal da Terra." Na antiguidade o sal
possuía um valor muito grande. Os gregos costumavam dizer que o sal era divino.
Os romanos, em uma frase que em latim era algo como uma das rimas comerciais da
atualidade, diziam: "Nada é mais útil que o sol e o sal" (Nil utilius
sole et sale). Na época de Jesus o sal era associado com três qualidades
especiais:
( 1) O
sal se relacionava com a idéia de pureza. Indubitavelmente sua faiscante
brancura fazia com que a associação fosse fácil. Os romanos diziam que o sal
era o mais puro do mundo porque procedia das duas coisas mais puras que
existem: o sol e o mar. O sal é a oferenda mais antiga dos homens aos deuses, e
até o final do culto sacrificial judeu toda oferenda era acompanhada de um
pouco de sal. Portanto, para que o cristão seja o sal da Terra, deve ser um
exemplo de pureza. Uma das características do mundo em que vivemos é a
diminuição das exigências morais. No que respeita à honradez, a diligência no
trabalho, a retidão, a moral, todas as normas estão sofrendo um processo de
relativização e rebaixamento. O cristão deve ser aquele que mantém no alto os
ideais de uma pureza absoluta na linguagem, na conduta e até no pensamento.
que o melhor seja verossímil". Nenhum cristão
pode apartar-se das normas de uma estrita honestidade. Nenhum cristão pode
aceitar a relativização das pautas morais em um mundo em que as ruas de
qualquer grande cidade são um permanente e deliberado convite ao pecado. Nenhum
cristão pode permitir ocorrências de duplo sentido que hoje formam parte da
conversação habitual em muitos meios sociais. O cristão não pode separar-se do
mundo mas, como o afirma Tiago, deve "guardar-se sem mancha do mundo"
(Sant. 1:27).
(2) No
mundo antigo o sal era o mais comum de todos os preservadores, Usava-se para
impedir que os mantimentos, e outras coisas, apodrecessem ou se corrompessem,
para deter o processo de putrefação. Plutarco diz tudo isto de uma maneira
extremamente curiosa: "A carne – afirma – é um corpo morto, e forma parte
de um corpo morto, e se for deixada entregue a si mesma muito em breve perde a
frescura; mas o sal a preserva e impede sua corrupção." Portanto, sempre
segundo Plutarco, o sal é como uma nova alma inserida no corpo morto. De
maneira que o sal impede a corrupção. Para que o cristão seja o sal da Terra
deve cumprir uma certa função anti-séptica na vida. Sabemos muito bem que há
certas pessoas em cuja companhia fica fácil ser bons, e que também há outras
junho às quais não é difícil rebaixar nosso comportamento. Há pessoas em cuja
presença fica fácil contar um "conto verde" e há outras em cuja
presencia a ninguém pensaria, sequer, fazer uma alusão de duplo sentido. O
cristão deve ser o elemento anti-séptico e purificador em qualquer grupo em que
se encontre presente. Deve ser a pessoa que por sua simples presença derrota a
corrupção e faz com que para outros seja mais fácil ser bons.
(2) Mas
a qualidade mais evidente e principal do sal é que dá sabor. A comida preparada
sem sal é tristemente insípida e até pode chegar a ser repulsiva. O
cristianismo é para a vida o que o sal é para a comida. Amadurece a vida. A
desgraça é que haja tantos que o associaram precisamente com as características
opostas. Associaram a fé de Cristo com tudo aquilo que tira o gosto à vida.
Assim o afirma, por exemplo, o poeta inglês Swinburne: "Venceste, pálido
galileo, o mundo tornou-se cinzento perante teu fôlego."
Depois que Constantino aceitou a
religião cristã como religião do Império Romano, outro imperador, Juliano, quis
voltar atrás e restituir a vigência dos antigos deuses. Sua queixa, tal como a
representa Ibsen, era:
"Você prestou atenção nestes
cristãos? Os olhos fundos, as bochechas pálidas, estão toda sua vida
refletindo, não os move ambição alguma; o sol brilha sobre suas cabeças mas não
o vêem nem se comovem, a Terra lhes oferece sua plenitude, mas não a desejam;
tudo o que ambicionam é ter que sacrificar-se e sofrer para morrer e ir ao
céu."
Segundo Juliano, o cristianismo
desprezava os dons da vida.
Oliver Wendell Homes disse, em
certa oportunidade: "Eu teria sido pastor, se a maioria dos pastores que
conheci em minha juventude não tivessem tido o aspecto de empregados de
funerárias e agido como tais."
Robert Louis Stevenson certa
ocasião declarou em seu jornal, como se se tratasse de um fato extraordinário:
"Hoje fui à Igreja e não me sinto deprimido."
Os homens precisam redescobrir o
brilho e a alegria perdidos da fé cristã. Em um mundo angustiado o cristão
deveria ser o único que consegue manter a serenidade. Em um mundo deprimido, o
cristão deveria seguir sendo o único inundado pelo prazer de viver. A vida
cristã deveria ser algo radiante. Infelizmente, com muita freqüência, o cristão
se veste como um dos parentes que assiste a um funeral, e em uma festa é como
um espectro vindo de outro mundo. Em qualquer lugar que o cristão esteja deve
ser o sal da Terra, o difusor da alegria.
Jesus prossegue dizendo que se o sal perder seu
sabor, somente serve para ser lançado fora para ser pisado pelos homens. Isto é
de difícil compreensão, porque o sal não perde seu sabor, nunca deixa de ser
salgado.
E. F. Bishop, em seu livro Jesus of Palestine
menciona uma explicação muito verossímil dada por uma senhorita F. E. Newton.
Na Palestina a maioria das casas têm um forno ao ar livre, perto da mesma,
construído com pedras sobre uma base de lajes. Nesses fornos, "a fim de
manter o calor, coloca-se uma grossa capa de sal, sobre as lajes. Depois de
algum tempo, esse sal deixa de servir ao seu propósito. Então se tiram as lajes
e o sal se atira e se derruba no caminho... perdeu seu poder servindo de
elemento refratário ao calor e portanto já não serve." É muito possível
que esta seja a imagem que Jesus tem em mente. Mas o ensino é independente da
imagem, sendo um tema que no Novo Testamento se repete uma e outra vez: a
inutilidade acarreta graves conseqüências. Se o cristão não cumprir o seu
objetivo como cristão, vai por mau caminho. Estamos destinados a ser o sal da
Terra; se não levarmos à vida a pureza, o poder anti-séptico, a alegria e o
esplendor que são nossa possibilidade e obrigação como crentes, devemos ater-nos
a sofrer as conseqüências.
Deve
notar-se, para terminar, que a Igreja primitiva fazia um uso muito estranho
deste texto. Na sinagoga, entre os judeus, existia o costume de que se um judeu
apostatava de sua fé e depois, arrependido, desejava voltar para ela, tinha que
deitar-se atravessado na porta e permitir que todos outros pisassem sobre ele,
como se fora uma soleira, quando entravam nela. Algumas Iglesias cristãs
adotaram este costume, e quando algum cristão era expulso disciplinarmente da
Igreja, para poder voltar para ela devia fazer quão mesmo o judeu apóstata e
dizer a seus irmãos: "Pisem-me, porque sou o sal que perdeu o seu
sabor."
A
LUZ DO MUNDO Mateus 5:14-15
Pode dizer-se perfeitamente que este é o maior
elogio que jamais se pronunciou com respeito ao cristão, pois nestas palavras
Jesus ordena a seu seguidor que seja o que ele mesmo afirmou ser. Ele disse:
"Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo" (João 9:5). E quando
ordenou a seus seguidores que fossem a luz do mundo não fez senão dizer-lhes
que deviam ser o que ele era, nada menos.
Ao usar
esta expressão, Jesus estava dizendo algo que devia ser familiar a seus
contemporâneos judeus. Costumava-se dizer que Jerusalém era "a luz dos
gentios", e havia um rabino famoso cujo apelido era "a lâmpada de
Israel". Mas a forma em que os judeus usavam esta expressão pode nos dar a
chave do que Jesus quis dizer ao usá-la. De uma coisa os judeus estavam seguros
– ninguém era capaz de acender sua própria luz. Jerusalém podia ser a luz dos
gentios, mas "Deus tinha aceso a lâmpada de Israel". A luz com que
brilhavam a nação ou o homem de Deus era luz emprestada. Do mesmo modo seria
com o cristão. A exigência de Jesus não é que nós produzamos nossa própria luz.
Devemos brilhar com o reflexo da Sua luz.
O resplendor que emana do cristão foi aceso pela
presença de Cristo em seu coração. Com freqüência dizemos que uma noiva
"está radiante". Mas essa "radiação" é a que nasce de seu
coração aceso em uma chama viva pelo amor que sente com relação ao seu noivo. O
que Jesus quis dizer ao afirmar que o cristão devia ser a luz do mundo?
(1) Uma
luz é, acima de tudo e em primeiro termo, algo cuja razão de ser é que seja
vista. O interior das casas palestinenses era muito escuro, pois tinham apenas
uma abertura circular, de uns trinta ou quarenta centímetros de diâmetro, como
única fonte de iluminação durante o dia. As lâmpadas que se usavam eram
recipientes de barro, com a forma de molheiras, cheias de azeite no qual
flutuava a mecha.
Antes de existissem
fósforos não era muito fácil reacender um abajur quando apagava. Quase sempre o
abajur estava colocado sobre um candelabro, que na maioria dos casos não era
mais que um tronco de madeira rusticamente trabalhado. Mas quando se saía da
casa, por razões de segurança, o abajur era colocado, aceso, debaixo de uma
vasilha, também de barro; deste modo se assegurava que não produziria um
incêndio durante a ausência dos donos de casa. A missão primitiva da luz do
abajur era ser vista por todos.
Do mesmo modo o
cristianismo está destinado a ser visto. Como foi dito com grande acerto,
"Não pode haver tal coisa como um discipulado secreto, porque ou o segredo
destrói o discipulado, ou o discipulado destrói o segredo." O cristianismo
de uma pessoa deve ser perfeitamente visível para todos os que a rodeiam. Mais
ainda, deve ser uma profissão de fé que não somente fique de manifesto na
Igreja. Um cristianismo cuja influência se detém na porta da igreja, não tem
grande valor para ninguém. Deve ser mais visível até nas atividades mundanas
que na Igreja. Nosso cristianismo deve ficar de manifesto na maneira de tratar
o empregado que nos atende em um escritório ou em um comércio, no modo de pedir
o que desejamos comer quando vamos a um restaurante, em nossas relações com os
que trabalham sob nossas ordens, ou com os que nos empregam ou ordenam, na
maneira de dirigir nosso automóvel e estacioná-lo, na atitude que assumimos
quando jogamos e nos divertimos. O cristão deve ser cristão na fábrica, na
oficina, no laboratório, na escola, no sala de cirurgia, na cozinha, na quadra
de esportes de futebol, na praia, ou na Igreja. Jesus não disse: "Vós sois
a luz da Igreja"; disse: "Vós sois a luz do mundo", e isto
significa que a fé que um homem ou mulher professa deve ser visível para todos
em sua vida no mundo.
(2) A
luz serve de guia. No estuário de qualquer rio pode ver-se a fila de luzes,
colocadas em bóias, que marcam o canal por onde os navios podem navegar sem
percalços durante a noite. Sabemos quão difícil era transitar mesmo pelas ruas
das cidades quando não tinha iluminação pública. A luz ilumina o caminho. Do
mesmo modo, o cristão deve iluminar o caminho de seus semelhantes. Isto
significa que necessariamente deve ser exemplo para os outros.
Uma das
coisas que este mundo em que vivemos necessita desesperadamente são pessoas que
estejam dispostas a concentrar em sua vida e atitudes a bondade e a virtude que
tanto escasseiam. Suponhamos que há um grupo de pessoas, e que alguém propõe
que se faça algo de duvidosa qualidade moral. A menos que outro dos membros do
grupo eleve sua voz de protesto não pode nos caber a menor dúvida de que a
maldade proposta se fará. Basta que um só diga: "Eu não participarei desta
ação", para que outro, e outros mais acrescentem: "Eu tampouco."
Se alguém não tivesse tomada a iniciativa, estes últimos teriam ficado calados.
Há muitas pessoas neste mundo que carecem da coragem e da postura moral para
defender sozinhos o que acreditam ser uma atitude correta. Mas se algum outro o
faz, eles o seguirão; se podem apoiar-se em alguém suficientemente forte,
procederão bem. É dever do cristão iniciar a ação justa e boa que seus irmãos
mais fracos possam imitar, erigir-se no guia que os menos valorosos possam
seguir. O mundo necessita luzes que guiem seu caminho. Há multidões que desejam
ver alguém disposto a dirigi-los naquelas coisas que eles mesmos não se animariam
a realizar por conta própria.
(3) Uma
luz freqüentemente serve como advertência. Quando há algum perigo no caminho, e
é de noite, acende-se uma luz para nos advertir e fazer com que nos detenhamos.
Muitas vezes o dever do cristão é advertir a outros do perigo que os espreita.
Isto é muito delicado, e às vezes é tremendamente difícil saber como transmitir
a advertência para que produza o bem desejado; mas uma das tragédias mais
amargas é quando um jovem, especialmente, aproxima-se de nós e nos diz: "Eu
nunca teria me encontrado na situação em que estou se alguém me tivesse
advertido a tempo do perigo."
Diz-se que Florence Allshorn, a famosa
professora, diretora de escola e mística cristã, quando tinha a obrigação de
repreender a alguma de suas alunas, o fazia "com seu braço sobre os ombros
da transgressora". Se transmitirmos nossas advertências sem nos zangar nem
nos mostrar irritados, sem a vontade de ferir, sem uma atitude crítica ou
condenatória, mas com amor, obteremos nosso objetivo.
A luz que fica visível, a luz que adverte do
perigo, a luz que indica o caminho, estas são as classes de luz que deve ser o
cristão.
BRILHEMOS
PARA DEUS Mateus 5:16
Aqui há duas coisas
de suma importância:
(1) Os homens devem ver nossas boas ações. No
idioma grego há duas palavras que designam o bem: a palavra agazós, mediante a
qual se define a bondade direta de alguma coisa; kalós, que quer dizer que algo
não somente é bom mas também belo, atrativo, elegante. A palavra que se usa neste
versículo é kalós. As boas ações do cristão não devem ser somente boas; também
devem ser atrativas. Deve haver uma certa superioridade na bondade cristã. O
mal de muitas pessoas que acreditam ser boas, é que sua atitude se apresenta
fria, dura e excessivamente austera. Há uma bondade que atrai e uma bondade que
repele. Há na bondade cristã certo encanto que a torna bonita.
( 3) Mas
também deve notar-se que nossas boas ações não têm o propósito de atrair a
atenção de outros sobre nós, e sim sobre Deus. Estas palavras de Jesus são uma
proibição absoluta do que alguém chamou "a bondade teatral".
Em uma conferência a qual tinha sido convidado
D.L. Moody havia também um grupo de jovens que tomavam muito a sério sua fé
cristã. Uma noite realizaram uma vigília de oração que durou a noite inteira.
Na manhã seguinte, quando se retiravam, encontraram-se com Moody, quem lhes
perguntou o que estiveram fazendo. Eles lhe disseram, agregando: "Não se
dá conta de como brilham nossos rostos?" Ao qual o grande pregador replicou:
"Moisés não estava tão ansioso como vocês de que seu rosto
brilhasse." A bondade teatral, ou seja aquela bondade que se anda
exibindo, não é uma bondade cristã.
Um dos antigos historiadores escreveu com respeito
a Henrique V depois da batalha do Agincourt: "Nem tampouco permitiu que os
trovadores cantassem estrofes de louvor por sua gloriosa vitória, porque queria
que todo o louvor e gratidão fossem dadas a Deus."
O cristão nunca pensa no que tem feito, e sim no
que Deus lhe permitiu fazer. Nunca procura fazer que o olhar dos homens se
concentre nele, mas sim o conduz para Deus. Enquanto alguém passe todo o tempo
pensando no louvor, na gratidão ou no prestígio que obterá por suas boas ações,
nem sequer começou a transitar pelo caminho de Cristo.
O NOVO TESTAMENTO
Comentado por William Barclay
O que fiz com a minha vida até agora? Minha vida fez ou está fazendo a diferença na vida de alguém? Nesta lição, como auxílio imprescindível das Escrituras, descobriremos o verdadeiro propósito da nossa existência (Gn 1.27,28).



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