domingo, 3 de novembro de 2019

Lição 6 - O Destino do Corpo





TEXTO ÁUREO
"Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora,
e agora é, em que os mortos
ouvirão a voz do Filho de Deus,
e os que a ouvirem viverão."
Jo 5.25

COMENTÁRIO

Palavra introdutória

Afinal, o que acontece com os seres humanos ao morrerem? O que nos aguarda do outro lado da sepultura? O corpo se separa de sua porção imaterial, para ser totalmente aniquilado? Haverá ressurreição? Que tipos de corpo receberão os justos e os ímpios na eternidade?

1. TODOS NÓS RESSUSCITAREMOS

A morte não é o fim. Morrer consiste, na realidade, na separação da parte material da existência (o corpo, que fica) da imaterial (alma e/ou espírito, que seguem para a eternidade).
Nos dias de sua carne, Jesus reafirmou que os mortos ressuscitarão (Jo 5.28,29). O Salvador também declarou que o que ressuscitará é aquilo que está no túmulo, ou seja, o corpo, de carne e osso.
Ainda sobre a ressurreição, Paulo afirmou que justos e injustos ressuscitarão (At 24.15); e este ato portentoso (a ressurreição da carne) acontecerá, futuramente, em duas etapas, a saber:

  • a primeira se dará no retorno de Jesus para arrebatar Sua Igreja (1 Ts 4.13-16);
  • a segunda ocorrerá após o Milênio, quando os cristãos reinarão com Cristo (Ap 20.4-6).

1.1. Como o corpo ressuscitará?

O texto bíblico permite-nos afirmar que todo ser humano ressurgirá sem qualquer deformidade. O corpo ressuscitado será reconstituído à sua forma original.


1.2. Gozo versus tormento eterno

Observe algumas passagens bíblicas que tratam dessa temática.
  • A alma e o corpo dos ímpios serão punidos no inferno: (...) temei aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o copro (Mt 10.28).
  • Tendo crido na pessoa de Jesus e sendo-lhe fiel, o justo ressuscitará para a vida, mas quem rejeitá-lo ressurgirá para a condenação eterna (Jo 5.29; Dn 12.2).
  • O corpo ressurreto do justo usufruirá do gozo eterno; por outro lado, o corpo do ímpio sofrerá tormentos eternos (Mt 25.46).
2. A RESSURREIÇÃO DOS JUSTOS

Nós os salvos, podemos descansar na promessa de que, um dia, seremos levantados dentre os mortos, assim como o nosso Salvador o foi (1 Co 6.14; 15.20-23).

2.1. Um novo corpo

Qual será a composição do corpo dos justos, após passarem desta vida terrena para a vida celestial? Será um corpo:

  • Incorruptível (1 Co 15.42);
  • Glorioso (1 Co 15.43)
  • Espiritual (1 Co 15.44);
  • Guardado até aquele Dia (2 Tm 1.12);
  • Eterno (2 Co 5.1);
  • Redimido (Rm 3.24);
  • Apto a comer e beber (At 10.41);
  • Semelhante ao do Senhor Jesus (Fp 3.21);
  • Transformado e glorificado (1 Co 15.51-54).

2.2. Uma nova casa

Em que lugar estará o justo após a morte?

  • No lugar de descanso (Ap 14.13);
  • No lugar de ouvir coisas indizíveis (2 Co 12.1-4);
  • No lugar da habitação eterna (2 Co 5.1);
  • No lugar alegria e gozo eterno (Lc 15.7);
  • No lugar o tesouro e das riquezas (Mt 6.20,21);
  • No lugar do trono de Deus (Sl 47.8);
  • No lugar onde Deus está (Sl 115.3);
  • No lugar onde milhões e milhões de anjos adorando o Cordeiro (Ap 5.11,12);
  • No lugar resplandecente (Ez 1.26-28);
  • No lugar belo e formoso (Sl 96.6);
  • No lugar santo e glorioso (Is 63.15);

3. A RESSURREIÇÃO DOS ÍMPIOS

No caso dos mortos em Cristo, seus corpos serão transformados (1 Co 15.35-38) conforme (semelhante) o corpo ressurreto de Cristo (Fp 3.21). Os injustos ressuscitarão para a vergonha e desprezo (Dn 12.2), porque quem semeia na sua carne da carne ceifará corrupção (Gl 6.8).

3.1. Para onde irão os ímpios?
Avalie as seguintes passagens bíblicas relacionadas a este tópico:
  • Ao morrer, o ímpio vai para o Sheol (hb. sheol) ou Hades, lugar destinado aos motos ímpios;
  • Os ímpios estão aprisionados (1 Pe 3.19), aguardando o dia do julgamento, quando serão condenados e lançados no lago de fogo ardente, e ali permanecerão eternamente (Ap 20.15).

CONCLUSÃO

Ser fiel até a morte é requisito obrigatório para usufruir a vida de gozo eterno, tanto quanto o é guardar a salvação que recebemos gratuitamente do Senhor Jesus (Ap 3.11).
Meditemos, pois, nas palavras do nosso Mestre e Senhor, as quais nos convocam à fidelidade: E o seu senhor lhe disse: Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor (Mt 25.21).

ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO

1. De acordo com o que foi exposto nesta lição, responda: Qual será a composição do corpo dos justos, após passarem desta vida terrena para a vida celestial?

                                                          Revista Lições da Palavra de Deus
                                                                     (Revista: Central Gospel - nº 60 )





CAPÍTULO

4

 A IMORTALIDADE DO CORPO


      A imortalidade do corpo é uma doutrina que aparece em toda a Bíblia, bem como a imortalidade do espírito e da alma. Diversos textos afirmam essa verdade. Deus fez o corpo do homem imortal para ser tabernáculo do espírito e da alma, que são imortais. O ser humano foi criado para viver para sempre no corpo, na alma e no espírito, e assim seria desde o tempo de Adão, se este não tivesse pecado. A ressurreição é necessária para trazer o corpo de volta do pó, para ser punido pelos seus pecados ou recompensado por sua retidão (Dn 12.2; Jo 5.28,29; Ap 20.4-6,11-15).


   Para a redenção contemplar o homem, ocorre a ressurreição do corpo, uma vez que é o corpo físico que ressurge. O mortal se revestirá de imortalidade (Rm 8.23; 1 Co 15.53,54). As almas imortais não precisam ser revestidas de imortalidade. Elas estão em um lugar de descanso ou de tormento (Lc 16.19-31). Na ressurreição, a alma volta a unir-se ao corpo, e o homem retorna à situação original de ser vivente (Rm 8.11).


     Observe o testemunho pessoal do Senhor Jesus sobre a imortalidade do corpo do ímpio ressuscitado e a existência real do inferno: E não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo (Mt 10.28). O comentário do teólogo Finis Jennings Dake é bem esclarecedor e contundente sobre a aniquilação do ser humano:


A palavra matar no grego apollumi (Mt 2.13; 12.14) [significa] atormentar (Mt 8.29), destruir (Mc 1.24), romper (Mc 2.22), perder (algo) (Mt 10.6,39,42), perder-se (pessoal) (Jó 17.12; 2 Co 4.3), perecer ou morrer (Mt 8.25), romper (Mt 9.17), mas nunca aniquilar.


       Paulo confirma a verdade bíblica da ressurreição dos justos e dos ímpios para o governador Félix, para autoridades romanas e judaicas, para grupos religiosos e para todo o povo, afirmando: Tendo esperança em Deus, como estes mesmos também esperam, de que há de haver ressurreição de mortos, tanto dos justos como dos injustos (At 24.15).

      A morte física refere-se à morte do corpo que vai para a sepultura até que ocorra a ressurreição física mencionada na Bíblia. Na cessação da vida física, o espírito e a alma, que são imortais, retiram-se do corpo até a ressurreição, quando retornarão para ele na condição de imortalidade. Na morte, há uma separação (Ec 12.7). Os corpos dos justos e dos ímpios ressuscitados serão eternos.

O corpo imortal do ímpio

       Lemos em 1 Coríntios 15.35: Mas alguém dirá: Como ressuscitarão os mortos? E com que corpo virão? Os crentes da igreja em Corinto perguntaram ao apóstolo Paulo que tipo de corpo os homens terão na ressurreição? Primeiro, todos os seres humanos mortos ressuscitarão, isto é, eles se levantarão de suas sepulturas.


E deu o mar os mortos 
que nele havia; e a 
morte e o inferno deram 
os mortos que neles 
havia; e foram julgados 
cada um segundo as 
suas obras.

Apocalipse 20.13

      O corpo do ímpio será corrupto, tenebroso, maldito, coberto de trevas, vergonhoso e desprezível (Dn 12.2), preparado para a escuridão eterna e atormentado pela acusação da consciência. Angústia, amargura, ira, ódio e indignação atormentarão injustos que praticam a iniquidade (Rm 2.8,9).

      Esse corpo será solitário, abandonado na prisão eterna inescapável, eternamente separado de Deus. A estrutura corporal do ímpio será indestrutível, pois, como não morrerá, jamais será aniquilada ou extinta (Is 1.6).

O corpo imortal do salvo

      A imortalidade do corpo do justo tem sua base fundamental na ressurreição incomparável do Senhor Jesus. A garantia da ressurreição dos salvos, que guardaram a fé, mantendo-se fiéis até o fim, centraliza-se nos ensinos de Cristo, que, inclusive, citam a imortalidade do corpo: Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá (Jo 11.25).

Todos os justos ressuscitarão para receber um corpo glorificado, que jamais morrerá. Essa ação sobrenatural será realizada pelo Senhor Jesus (Jo 6.39,40,44). O espírito e a alma deles habitarão eternamente no corpo glorificado sem corrupção (Rm 2.6,7; 1 Pe 1.3,4).

 A GLORIFICAÇÃO DO CORPO

      E, se nós
 somos filhos, somos, logo, herdeiros
 também, herdeiros de 
Deus e coerdeiros de 
Cristo; se é certo que
 com ele padecemos, para
 que também com ele
 sejamos glorificados.

Romanos 8.17

      O corpo se relaciona com o mundo físico mediante os sentidos naturais (audição, visão, olfato, paladar e tato). Por meio dele, o homem tem consciência do mundo que o cerca. A estrutura corporal foi criada para a felicidade ser humano e para refletir a glória de Deus. O cristão sabe a importância do corpo, porque entende que ele foi feito por Deus e, portanto, é bom. O Senhor disse que somos criados semelhantes à Sua imagem, e não à imagem de um animal ou do mundo (Gn 1.26,27).

...

      A verdade bíblica descreve claramente os benefícios dados por Deus ao ser humano: domínio sobre a terra (Gn 1.26-28; Sl 8.3-8; 72.8), ordem para multiplicar-se e encher a terra (Gn 9.1), responsabilidade de cuidar do jardim (2.15), plena liberdade, apenas com uma restrição (v. 16,17; 3.1-3) e vida eterna sob a condição de não pecar (2.16,17; Rm 3.23).

     Qual será o destino do homem? Será destruído e aniquilado para sempre? O espírito e a alma permanecerão nele? Como entender a frase bíblica: Porquanto és pó e em pó te tornarás (Gn 3.19)?

      A doutrina da glorificação indica que Cristo não redimiu apenas a nossa alma, mas também o nosso corpo. Sua obra redentora nos atingiu por completo. Porém, a aplicação dessa obra só alcançará sua plenitude quando nossos corpos forem totalmente libertos dos efeitos do pecado. É exatamente isso que a Bíblia chama de glorificação.

      A imagem da glória de Deus que o homem possuía antes da queda será totalmente restaurada no seu espírito, na sua alma e também no seu corpo. Essa é a suprema esperança dos filhos de Deus. Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifesto o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos (1 Jo 3.2).





O DESTINO ETERNO DO HOMEM


        As escrituras bíblicas, por meio da revelação divina, são o documento de maior credibilidade que apresenta claramente a doutrina do destino e estado final de todos os homens. O céu é para onde os justos irão e permanecerão eternamente na presença do Senhor que os criou para Sua glória (1 Ts 4.17). O destino dos ímpios é o inferno, futura morada de Satanás, onde todas as pessoas que se esqueceram de Deus permanecerão para sempre com o diabo e seus demônios (Sl 9.17).

      No universo da teologia, há escolas que oferecem ensinamentos discordantes da doutrina bíblica, tentando responder aos questionamentos acerca do destino do ser humano. Algumas delas defendem suas heresias (distorcem a fé), chegando ao absurdo da apostasia (negação da fé), conforme veremos a seguir.

Universalismo
      Universalismo, em sentido geral, é uma ideia ou crença na existência de algo universal, o objetivo ou a eterna verdade que determina tudo, que deve ser igualmente presente em todos os seres humanos. Um pensamento universalista garante a precisão de uma exibição de forma única ou específica para explicar ou organizar o mundo. Essa escola argumenta que não haverá castigo, punição nem perdição eterna, pelo contrário, haverá um final feliz para todas as pessoas.

     Uma revisão mais radical do inferno tem sido feita por universalistas o que reduzem a uma condição temporária de castigos graduados que, no fim, levam ao céu. Os universalistas creem que Deus, afinal, terá êxito em levar a todo ser humano a salvação e a vida eterna, de modo que ninguém será condenado no julgamento final ao tormento eterno ou ao aniquilamento. 

     Na verdade, várias passagens bíblicas ensinam claramente dois destinos na eternidade para todas as pessoas, observe: Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor (Rm 6.23; veja também Lc 16.19-31; Jo 3.36).

Restauracionismo

     Essa doutrina ensina que todas coisas serão restauradas e que o inferno não é eterno, e sim uma experiência temporária, que tem por finalidade purificar o pecador para que ele possa entrar no céu.

     Na verdade, o inferno, segundo as palavras do Senhor, é uma prisão eterna (Mt 5.25,26). Todas as pessoas que estiverem lá sofrerão eternamente. É também um lugar terrível, onde o tormento nunca termina, o fogo jamais se apaga, o bicho nunca morre, e pranto e o ranger de dentes são eternos (25.30).

Aniquilação

       A doutrina aniquilacionista defende a cessação total da vida no ato da morte. A alma, princípio vital, sucumbe com o corpo na sepultura. Ao descer ao pó, o homem desaparece por completo. Todavia, segundo essa teoria, os justos ressuscitarão no tempo oportuno e voltarão à condição original de alma vivente.

O respeitável teologo Meyer Pearlman comenta os argumentos dos aniquilacionistas: “ Os defensores dessa linha teológica afirmam que Deus aniquilará os ímpios. Os partidários dessa doutrina citam 2 Ts 1.9 e outras passagens que indicam que os ímpios serão destruídos. Contudo, o sentido da palavra , como usada nas Escrituras, não é ‘aniquilar’ , mas causar ruína.

       Na verdade, em 2 Tessalonicenses 1.9 ARA, Paulo explica o significado de sofrerão penalidade de eterna [aionios] destruição, adicionando banidos da face do Senhor — expressão que, por denotar exclusão, joga por terra a ideia de que destruição significa “extinção”. Somente aqueles que existem podem ser excluídos. Tem sido frequentemente demonstrado que, no grego, o significado natural das palavras relacionadas à destruição (substantivo: olethros; verbo: apollumi) é arruinar, de forma que o que foi destruído fica, a partir de então, inutilizado, em vez de propriamente aniquilado, de maneira que passa a não mais existir.

       Esse texto não se refere à aniquilação, já que a destruição é eterna e os que serão castigados eternamente são tão eternos quanto a destruição em si. Não haverá possibilidade de reconciliarem-se com Deus depois desta vida, já que estarão eternamente banidos da Sua presença e da glória do Seu poder (Hb 9.27). Isso por si só já seria um castigo terrível, mas, além disso, haverá o castigo no inferno eterno (Mt 8.12; 13.49-51; 25.41,46; Mc 9.43-49; Ap 14.9-11; 20.11-15; Is 66.22-24).

O destino eterno do justo


     Todos os justos têm como destino final o céu, no qual permanecerão eternamente. O céu é a morada do Altíssimo (Mt 5.16), onde os salvos em Cristo estarão para sempre na presença do Senhor (Ap 21.3). Essa presença manifesta a verdadeira alegria e faz desaparecer toda debilidade humana. Além disso, ela contempla descanso, paz e tranquilidade. 
dita do Senhor Jesus. Lá, não haverá nenhum tipo debilidade no corpo. Eis o convite o Espírito Santo: Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória, porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou (Ap 19.7).

      Será um lugar de descanso, onde todas as pessoas salvas de terão a tranquilidade eterna. Há repouso seguro para os justos na morada celestial preparada pelo Senhor Jesus: Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os sigam (Ap 14.13).

      Um dos temas que mais preocupam a humanidade é a segurança. Inclusive, o volume de recursos financeiros investidos nela alcança proporções inimagináveis. Apesar das estratégias sobre como gerenciá-la, não existem respostas satisfatórias que possam diminuir esse problema mundial.
  
      Porém, há um lugar de seguro e perfeito para os justos, onde todos estarão livres do medo (Mt 6.19-21). Os justos receberão seus galardões nas moradas eternas preparadas pelo Senhor (Jo 14.1-3; 1 Pe 1.4).

O destino eterno do ímpio

       A verdade precisa ser proclamada, sendo aceita ou não, acerca do futuro eterno das pessoas perversas praticantes do mal. Alguns intelectuais dizem que é loucura existir um inferno onde os humanos padecerão tormentos eternos. No entanto, eles precisam saber que loucura é um Pai entregar Seu único Filho unigênito para morrer em uma cruz, sem jamais ter praticado o mal.

       Compreendemos que a qualidade da semente determina a qualidade da colheita. Sendo assim , quem semeia vento colhe tempestade. Essa frase significa que quem planta algo ruim colhe algo ruim também, e vice-versa. Portanto, quando fazemos o mal , colhemos o mal. 

Não erreis: Deus não se 
deixa escarnecer; porque 
tudo o que o homem 
semear, isso também
 ceifará.
Porque o que 
semeia na sua carne, da 
carne ceifará a
 corrupção; mas o que
 semeia no Espírito, do 
Espírito ceifará a vida
 eterna.

                                                                                                                            Gálatas 6.7,8

                                                                                                                      
         A declaração do Senhor Jesus acerca desse assunto é clara: E irão estes para o tormento eterno, mas os justos, para a vida eterna (Mt 25.46).

O que Jesus disse sobre o inferno?

       A Bíblia ensina que os mortos ressuscitarão para serem julgados e condenados (Ap 20.12,13), e os que cometem iniquidades serão lançados no inferno (Mt 13.42). As palavras que Jesus utilizou para ilustrar esse lugar foram: trevas exteriores, fornalha de fogo, fogo eterno, local onde o bicho não morre e lugar de choro, ranger de dentes, vergonha, desprezo eterno e tormento, sem repouso (veja Dn 12.2; Mt 8.11,12; 13.49,50; 18.8,9; 22.13; 25.30,46; Mc 9.43,44; Lc 13.28; 2 Pe 2.17; Jd 1.13; Ap 14.11; 20.10).

       Frases como estes receberão maior condenação (Lc 20.47), sofrereis mais rigoroso juízo (Mt 23.14) e mais grave condenação (Mc 12.40) dão a entender que a condenação será mais rigorosa para aqueles que conhecem a verdade e não a praticam (Lc 12.46-48), e que tiveram mais oportunidades para arrependimento (Mt 11.23,24). Contudo, uma coisa é certa: o inferno será o destino de todos aqueles que não seguem Cristo nesta vida (Jo 3.18,36).

ETAPAS DA GLORIFICAÇÃO

     A glorificação do corpo é um processo formado de etapas, que começa durante a jornada terrestre de cada indivíduo e tem sua realização final no céu.
Os estágios desse processo estão registrados na Bíblia e são claramente configurados para o entendimento de qualquer pessoa. Além disso, a base inicial da glorificação provém da obra redentora, realizada de forma perfeita e completa pelo Senhor Jesus na cruz do Calvário.

Redenção 

Porque eu sei que o meu
 Redentor vive, e que por
 fim se levantará sobre a terra.
Jó 19.25


      Definida pelo dicionário Aurélio, a palavra resgate significa: “ato de livrar do cativeiro, ou de dívida, por meio de pagamento em dinheiro ou outro valor; remir; libertar”. Já a palavra redenção é definida como “o ato capaz de livrar ou salvar alguém de situação aflitiva ou perigosa; e, em sentido religioso, é a salvação oferecida por Jesus Cristo na cruz, com ênfase no aspecto da libertação da escravidão do pecado”.

     Ser redimido é ser livre do poder de algum domínio, com a liberdade daí resultante. No seu sentido original e em seu uso bíblico, a redenção está ligada às ideias de resgate e substituição. Com frequência, envolve o conceito de restauração.
O âmago da mensagem bíblica da redenção é o livramento do povo de Deus da servidão ao pecado, pelo perfeito sacrifício vicário de Cristo e sua subsequente restauração a Deus e ao Seu Reino celeste. Redentor é quem tem o poder de exercer o direito de redimir (Rm 8.23).

Salvação

     O estado de glória do corpo humano torna-se uma realidade bendita com a experiência da salvação. A pessoa que confessa que Jesus é o Senhor e crê que Deus o ressuscitou dentre os mortos será salva. Esses passos simples nos fazem receber a garantia da glorificação (Rm 10.9-11).

      A salvação é uma dádiva de Deus, como está escrito: Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie (Ef 2.8,9 NVI). Essa salvação é revelada pelo Espírito Santo, manifestando a misericórdia de Deus, que não deseja que nenhum humano se perca, ao contrário, que todos conheçam a verdade da salvação eterna (Tt 3.5).

        Para exemplificar que a salvação vem por meio da fé quando se crê em Cristo, vemos o testemunho dessa verdade em Jericó, quando o publicano Zaqueu foi salvo em sua própria casa (Lc 19.1-10). A plenitude da glorificação do corpo alcança a sua etapa maior na posse da vida eterna (Jo 3.16).

Libertação

       Após a queda, o ser humano tornou-se refém do pecado. A prática pecaminosa premeditada e deliberada é um poder que vem de dentro para fora. As palavras do Senhor Jesus evidenciam essa verdade ao declarar: Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é servo do pecado (Jo 8.34). A primeira missão de Cristo foi libertar o homem do pecado original herdado de Adão. Literalmente, cadeias foram destruídas pelo poder do Senhor, libertando vidas acorrentadas pelo pecado (Lc 4.18,19).

     Tudo de mal que existe no mundo é resultado da corrupção humana. A maldade acontece como fruto de um sentimento descontrolado. O homem, por mais livre que ele pensa ser, é, na verdade, escravo da sua própria vontade (carne), do mundo (sistema) e de Satanás (forças ocultas).

     O poder maligno do diabo, possuindo a vida de milhões de seres humanos, não foi suficiente para resistir à autoridade e ao poder libertador do Filho de Deus. Jesus libertou Maria Madalena de sete demônios (Mc 16.9) e o endemoninhado gadareno (5.20). A glorificação do corpo é antecipada pela obra de libertação total que Jesus pode realizar. Ele liberta o homem de todo mal para glorificá-lo eternamente (Rm 8.21).

Regeneração

      O passo seguinte em direção ao destino final da glorificação é a regeneração. A maravilhosa experiência da salvação ocorre no momento do novo nascimento, da regeneração ou do renascimento. Unicamente pessoas regeneradas, nascidas de novo, que permanecerem fiéis até o término da carreira cristã, terão seus corpos glorificados. A regeneração é uma mudança que afeta a vida toda e atinge o intelecto, a vontade e as emoções. As Escrituras falam que a pessoa regenerada tem um coração novo, isto é, uma vida nova.

A regeneração faz parte do que Deus faz por nós no momento da salvação, quando somos selados (Ef 1.14), adotados (Gl 4.5) e reconciliados (2 Co 5.18-20). Ela ocorre quando Deus dá vida espiritual a uma pessoa, como resultado da sua fé em Jesus Cristo. Antes da salvação, não éramos filhos de Deus (Jo 1.12,13), mas da ira (Rm 5.18-20; Ef 2.3).

      Antes da salvação, estávamos degenerados; depois dela, somos regenerados. O resultado da regeneração é a paz com Deus (Rm 5.1), a nova vida (2 Co 5.17; Tt 3.5) e a filiação eterna (Jo 1.12,13; Gl 3.26). A regeneração começa o processo de santificação, por meio do qual nos tornamos as pessoas que Deus pretende que sejamos (Rm 8.28-30).

Adoção

Após cumprir a etapa da salvação, o passo seguinte para a glorificação é a adoção. O dicionário define esse termo assim:

     Dizer que “somos todos filhos de Deus” não é verdade, porque todos os indivíduos são criaturas de Deus, e outros se tornam Seus filhos. Aprendemos à luz da antropologia bíblica que o ser humano foi formado pelas mãos divinas (Gn 2.7; Sl 139.13-16). Em seu coração, Deus estabeleceu um futuro maravilhoso para ele, coroa e glória de toda a criação. O corpo humano superior está destinado a ser glorificado. Assim, o Senhor decidiu adotá-lo (Jo 1.12; 3.2).

Justificação

     Devido à queda de Adão e Eva, o pecado tornou-os culpados diante de Deus. Assim, a justiça divina exigia o cumprimento da sentença condenatória do pecado. Porém, Deus não alterou Seu plano para a glorificação do corpo, uma vez que o pecado desfigurou a imagem divina no ser humano.

       Foi necessário um plano perfeito que justificasse o homem para habilitá-lo à glorificação. O autor desse plano foi o próprio Deus. Teologicamente, a justificação é o ato de Deus por meio do qual, devido ao mérito do sangue e da justiça de Cristo, um pecador arrependido é livre da penalidade da Lei, restaurado ao favor de Deus e considerado possuidor da justiça imputada de Jesus Cristo, em virtude de tudo o que recebe na adoção como filho.

O PROCESSO DE GLORIFICAÇÃO

      Estamos caminhando para o último estágio da fé cristã mencionado na Bíblia como glorificação. Dois eventos escatológicos importantíssimos sinalizam essa ação sobrenatural: ressurreição e transformação. Quando isso ocorrerá? Por ocasião da primeira fase da volta de Cristo para buscar os crentes salvos. Todos os mortos em Cristo ressuscitarão já em corpos glorificados. Os salvos que estiverem vivos serão transformados simultaneamente com os ressuscitados, recebendo um corpo de glória semelhante ao corpo do Senhor Jesus (1 Jo 3.2).

Ressurreição e glorificação

      A definição de ressurreição, no sentido geral, relaciona-se a duas palavras gregas, anastasis e egeiró, indicando claramente “tornar à vida”, “levantar-se”, “erguer-se”, “despertar”, “acordar”.

      No sentido doutrinário, ressurreição é a outorga da vida ao que se havia extinguido fisicamente. É o ato do levantamento daquilo que havia estado no sepulcro. Várias vezes nos deparamos com a expressão ressurreição dos mortos (1 Co 15.12,13,21,42), que se refere a uma ressurreição geral, de justos e ímpios. Porém, quando se refere aos justos, a expressão no original é restritiva e se traduz como “ressurreição de entre os mortos”. A expressão de entre os mortos quer dizer os mortos tirados do meio de outros mortos.

      A ressurreição dos mortos é uma doutrina bíblica que tem como base fundamental a ressurreição do Senhor Jesus e Seus ensinos acerca dela. Paulo informa que essa transformação ocorrerá num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta (1 Co 15.12-58; 2 Co 5.1-5; Fp 3.20,21). Escrevendo aos cristãos de Tessalônica, o apóstolo ensina que a alma dos crentes que já morreram está com Cristo, enquanto seus corpos estão na sepultura. Porém, Deus não deixará seus corpos mortos definitivamente. Quando Cristo voltar, Ele trará consigo aqueles que nele descansam (1 Ts 4.14). Por isso, seus corpos serão ressuscitados para serem unidos às suas respectivas almas (v. 16).

      Somente receberão corpos glorificados os crentes salvos, os justos na primeira ressurreição. A primeira ressurreição, denominada a ressurreição da vida, é também chamada pelo Senhor de ressurreição dos justos, como está escrito: Mas, quando fizeres convite, chama os pobres, aleijados, mancos e cegos e serás bem-aventurado; porque eles não têm com que to recompensar; mas recompensado serás na ressurreição dos justos (Lc 14.13,14).

     O teólogo escatólogo Norbert Lieth assim se expressa sobre a ressurreição do corpo: “O ‘dormir’ dos crentes ou a expressão ‘os que dormem’ dizem respeito aos corpos dos cristãos (At 13.36-37; Rm 8.10-11,23; 1 Co 15.35-46). A Bíblia não ensina o ‘sono’ da alma! Por exemplo, o homem rico e Lázaro, depois que morreram, estavam respectivamente no reino dos mortos (hades) e no paraíso, mas absolutamente conscientes (Lc 16.19-31)”.

      O corpo que deixamos por ocasião da morte “dorme”, mas o espírito do crente — sua personalidade, seu ser, sua consciência — encontra-se com Cristo a partir do momento da morte. O apóstolo Paulo estava totalmente convicto dessa realidade, motivo pelo qual escreveu: Tendo desejo de partir e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor (Fp 1.23; veja também Mt 22.31; Mc 12.26; At 4.2; 17.32; 23.6; 1 Co 15.12,13,21,42; Ap 20.5).

Transformação e glorificação

      Respondendo às questões dos crentes de Corinto quanto ao tempo do fim, especialmente sobre o estado do corpo humano, o apóstolo Paulo menciona a palavra mistério acerca da transformação que ocorrerá no processo da glorificação dos justos. Apenas ele trata desse assunto, conceituando-o como uma revelação que recebe do Senhor e ressaltando que os justos salvos vivos não morrerão fisicamente no momento do arrebatamento.

      Como ocorrerá essa transformação? Primeiro, por meio da ressurreição dos justos mortos que dormiram com Cristo, com um corpo glorificado para a imortalidade. Quase ao mesmo tempo, todos os justos vivos serão transformados e receberão o mesmo corpo glorificado (1 Co 15.51,53). Essa ação sobrenatural ocorrerá durante o toque da trombeta do arrebatamento, tempo necessário entre um abrir e fechar de olhos (v. 52). O vocábulo grego diz en átomo, que significa “em um átomo de tempo”.

      Antes de os justos ingressarem no estado de satisfação eterna, eles receberão um corpo glorificado para não haver choque de ambiente quando estiverem no céu (1 Co 15.50). Por tal razão, o poder de Deus operará a transformação extraordinária de todos os justos: os ressuscitados e os vivos. Esse será o grande milagre durante o processo do arrebatamento da Igreja.

Transformação do corpo segundo a Bíblia 


Corpo corruptível em corpo incorruptível
Corpo ignominioso em corpo glorioso
Corpo frágil em corpo vigoroso
Corpo animal em corpo espiritual
Corpo terreno em corpo celestial


Características do corpo glorificado


       Já sabemos que o corpo glorificado dos justos passará pela experiência da ressurreição. Na mesma ocasião, durante o arrebatamento, eles terão seus corpos transformados pelo poder do Senhor Jesus (Fp 3.20,21).


Impecabilidade

     Tudo que degrada o corpo e submete-o ao poder escravizador do pecado será banido para sempre. Essa é uma das competências maravilhosas do corpo glorificado (1 Jo 5.18). O mandamento de Paulo se cumprirá plenamente no estágio da glorificação: Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências (Rm 6.12).

Espiritualidade

      O corpo do justo será glorificado para viver em uma dimensão espiritual (Ez 36.26,27; 1 Co 15.44). Não há muita informação bíblica que defina o que é um corpo espiritual. Entretanto, podemos entender o significado dessa condição quando compreendemos que Deus é espírito e que Seus filhos glorificados terão a mesma natureza espiritual (Jo 4.24).

      No destino eterno, todos os justos permanecerão para sempre na presença de Deus. O texto bíblico afirma que, no céu, todos os salvos estarão ocupados, servindo ao Senhor (Ap 22.3). Servir, além de louvar a Deus, é adorá-lo. Para essa atividade, o crente salvo terá um corpo espiritual.

      Segundo o dicionário, corrupção [lt. corruptus] significa o “ato de quebrar aos pedaços”, “decompor”, “deteriorar algo”. A corrupção ainda pode significar o desvirtuamento e a devassidão de hábitos e costumes, tornando-os imorais ou antiéticos, por exemplo.

       Os corpos dos santos serão perfeitos e jamais corrompidos (1 Co 15.42). Eles estarão eternamente blindados contra toda prevaricação (ato que consiste em trair e desrespeitar uma ordem ou dever, agindo de má fé e contra os bons costumes, a ética e a moral). Nenhuma contaminação os atingirá.

        O assédio, a presença e o poder do pecado serão completamente neutralizados. Os santos estarão guardados em pureza, santidade e perfeição. Quando o Senhor Jesus voltar para buscar o Seu povo, todos os salvos viverão incorruptíveis com Deus, com os anjos e com todos os habitantes do céu.

Um corpo poderoso 

       Outra característica maravilhosa do corpo glorificado será o poder que ele terá (1 Co 15.43). Todas as debilidades que constantemente o atormentavam desaparecerão para sempre. Assim como a Trindade divina presente na criação do homem produziu seu corpo cheio de vigor, no arrebatamento dos salvos, Ela ultrapassará todos os limites das avaliações científico-humanas (Gn 1.26-30; 1 Co 2.9).

Um corpo glorioso


       É impossível descrever a plenitude do Espírito Santo na vida do apóstolo Paulo quando ele se refere ao futuro do corpo do crente salvo. Somos contemplados com as revelações espirituais que ele recebeu do Senhor nessa matéria que nenhum outro apóstolo abordou. Esse assunto era comentado na igreja em Corinto com muitos questionamentos.

       Parece que os coríntios eram influenciados por um dualismo pagão, que contrastava o espiritual com o físico, argumentando que o primeiro era bom, porém o último era sem importância, se não mau. Como resultado, esses cristãos desenvolveram indiferença e até mesmo desprezo pelo corpo humano, acreditando que o corpo era intrinsecamente mau e, portanto, que a doutrina da ressurreição implicava a ressurreição de corpos indignos.

      A glória do corpo será uma perfeita unidade nas três dimensões que formam o ser humano. Não haverá mais a batalha constante da carne contra o espírito, ou vice-versa. A ressurreição e a transformação do corpo significarão a submissão dele ao governo do Espírito, como Deus estabeleceu no princípio. A alma não será mais o alvo da conquista do corpo ou do espírito. Será a nova criação do homem perfeito, na nova ordem criada pelo Senhor (Rm 8.19-21).

Um corpo imortal

     O estágio final para os glorificados é a imortalidade, quando se cumprirá literalmente a declaração bíblica: Tragada foi a morte na vitória (1 Co 15.54). Todos os justos salvos têm a garantia de Jesus acerca da posse da imortalidade (Jo 5.24; 6.40).

       No sentido teológico, o termo imortalidade designa o estado do homem em que ele está livre da semente da decadência e da morte, como o era no princípio da criação e o será na regeneração, quando não somente será preservado o espírito, mas também o corpo, o qual se revestirá de uma composição diferente, até mesmo daquela do princípio original.

      Assim, o corpo da ressurreição será melhor que o que foi feito no início. Cremos na imortalidade da alma, porque Deus tudo fez formoso em seu tempo; também pôs o mundo no coração deles, sem que o homem possa descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até ao fim (Ec 3.11).

      Mente, espírito e alma não são coisas materiais, e, sim, espirituais. Eternidade e imortalidade são palavras sinônimas também. Ora, dizer que Deus pôs a eternidade no coração humano é o mesmo que dizer que Ele pôs a imortalidade na alma do homem. Portanto, tem razão o ser humano, seja cristão, judeu ou pagão, pensar que sua alma é imortal. E não há nenhum erro em pensar assim, pois isso é crença inata da natureza humana.



Bênçãos no corpo
 glorificado

Verá Deus (Mt 5.8; 1 Jo 3.2)
Será semelhante a Deus (Fp 3.20,21)
Desfrutará da presença e da comunhão com Deus (Mt 26.29; Ap 21.3)
Participará da grande ceia celestial (Mt 8.11)
Brilhará eternamente no Reino de Deus (Dn 12.1-3)


TRECHOS DO LIVRO CORPO ALMA E ESPIRITO 
AUTOR : JOÁ CAITANO


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Capítulo 44 – Os estados
finais dos justos e
dos ímpios

                                                                              T. P. Simmons 
Neste capítulo preocupar-nos-emos com a locação e a condição tanto dos justos como dos ímpios na eternidade. E tanto quanto a ressurreição e o julgamento de ambas as classes estão envolvidos nos seus estados finais, escolhemos considerar estes assuntos neste capítulo também.

I. A RESSURREIÇÃO DOS MORTOS

1. É PARA HAVER UMA RESSURREIÇÃO TANTO DOS JUSTOS COMO DOS ÍMPIOS
Isto está ensinado em Daniel 12:2 iniludível e inegavelmente.

2. MAS AS DUAS CLASSES NÃO SÃO PARA RESSURGIREM JUNTAS
(1). As Escrituras ensinam que haverá uma ressurreição separada dos justos.
As passagens que ensinam isto calham em duas classes:
A. Passagens que falam de uma ressurreição “dentre” os mortos. Há duas passagens tais: Luc. 20:35; Fil. 3:11.

A primeira passagem reza: “Mas os que forem havidos por dignos de alcançar aquele mundo e A RESSURREIÇÃO DOS MORTOS, nem hão de casar, nem ser dados em casamento”. Que este verso se refere a uma ressurreição em que só os justos falecidos participarão mostrado está de dois modos:
(a). A frase “ressurreição dos mortos” é a mesma como aquela que está sempre usada para designar a ressurreição de Cristo (Atos 17:31; Rom. 1:4; 1 Cor. 15:20; 1 Ped. 1:3) e é manifestamente diferente no sentido da frase genérica “ressurreição dos mortos”. A primeira frase não é nunca usada quando se alude tanto à ressurreição dos justos como à dos ímpios. Doutro lado da ressurreição de Cristo nunca se diz ser uma “ressurreição dos mortos”. Ele foi ressurgido dentre os mortos e assim será com os justos segundo a passagem em foco.
(b). Está este ensino confirmado pelo contexto da passagem. O verso em seguida ao em consideração conta-nos que aqueles que participam desta ressurreição não podem “morrer mais, porque são iguais aos anjos e são os filhos de Deus, sendo os filhos da ressurreição”. O autor foi uma vez abordado com estes versos como um argumento contra a ressurreição os ímpios. Sua resposta tomou o jeito do atual tratado. Francamente, se ela crera numa ressurreição geral, totalmente perdido estivera para responder ao argumento.

A segunda passagem acha Paulo dizendo: “Para ver se de alguma maneira posso chegar à RESSURREIÇÃO DOS MORTOS”. (Fil. 3:11). A teoria de uma ressurreição geral torna estas palavras sem sentido. Certamente Paulo não teria precisado de se preocupar com participar de uma ressurreição geral, pois ele creu tenazmente na ressurreição tanto dos justos como de ímpios. Vide Atos 24:15. Também a linguagem aqui é muito forte, empregando o ex, tem exanastasin tem ek nekron, significando, quando completamente traduzido, “a ressurreição fora de, que é dentre os mortos”. A linguagem não podia transmitir mais fortemente o sentido em que estamos aqui insistindo.

B. Passagens que descrevem a ressurreição dos justos somente. Tais passagens acham-se em 1 Cor. 15:21-23; 1 Tess. 4:14-16.

A primeira passagem aqui trata do assunto da ressurreição como se somente os justos serão ressuscitados (*). Isto é compreensível só sobre um fundamento e esse é que há uma ressurreição em que só os justos participam.
A segunda passagem fala da ressurreição dos justos somente e não deixa logar na ocasião para a ressurreição dos ímpios. Os justos falecidos são para produzirem-se em corpos vivos transladados a encontrarem o Senhor no ar. Não há indicação que Cristo vem a terra nesse tempo, como seria necessário, se os ímpios falecidos fossem para ser levantados e julgados neste ponto.
Apoc. 20:5,6 fala da “primeira” ressurreição, da qual só os justos participam. Nossos oponentes, sem dúvida, como já foi notado, buscam roubar a estes versos o seu sentido manifesto; mas note-se que a nossa interpretação deles ajusta-se exatamente ao sentido simples de outras passagens já citadas, ao passo que nossos oponentes devem tentar explicar cabalmente os versos sem amparo escriturístico específico.

(2). As Escrituras também descrevem a ressurreição em que ninguém senão os ímpios figuram.
A descrição a que se refere é achada em Apoc. 20:11-15. E notai que a afirmação de a “morte e o Hades foram lançados no lago de fogo” não pode significar menos que todos os ocupantes da morte e Hades foram neste tempo lançados no lago de fogo; implicando, distintamente, que os justos não se acharão entre os mortos na ocasião, tendo sido ressurgidos previamente. A presença do livro da vida neste julgamento não dá evidência que seja de qualquer escrito estar lá incluído. Estará lá como prova de que os ímpios não têm seus nomes nele.

(3). As passagens em que se amparam nossos oponentes como ensinando uma ressurreição geral são inconclusivas e cedem às passagens já citadas sem sofrerem violência
As passagens em que se amparam nossos oponentes são: Dan. 12:2; João 5:28,29; Atos 24:15. Nelas observamos:

A. A associação de justos e injustos juntos na ressurreição não prova que eles serão ressurgidos simultaneamente. A Bíblia muitas vezes associa coisas parecidas que estão separadas quanto ao tempo. Como um caso a calhar podemos nos referir outra vez à citação de Cristo de Isa. 61:1, onde Ele se deteve no meio do verso porque a outra parte não tinha que ver com o Seu ministério corrente senão com o Seu segundo advento. Vide Lucas 4:18,19. Assim, num breve verso, temos um intervalo que se estendeu já por mais de mil novecentos anos. Outra vez, podemos citar Mal. 3:1-5 como se referindo a ambos os adventos de Cristo, não obstante sua separação quanto ao tempo. Como João A. Broadus aptamente diz, a purificação mencionada nesses versos não “significa simplesmente que Ele purificaria indivíduos por consumir o que neles estivesse defeituoso, mas Mal. 4:1-3 mostra-o significando que Ele purificaria a nação por consumir os indivíduos ímpios como restolho e então os verdadeiros justos da nação regozijar-se-iam e prosperariam”. Assim a passagem não pode ser aplicada totalmente ao primeiro advento de Cristo. E mais ainda, em Mat. 3:11 João Batista associou o batismo “no Espírito Santo e no fogo”, onde o verso seguinte mostra que o batismo em fogo não alude às línguas de fogo no Dia de Pentecostes, mas ao fogo do julgamento. Assim, mais uma vez duas coisas separadas por séculos são mencionadas juntas como se ocorressem no mesmo tempo.

B. A tradução de Dan. 12:2 por Tregelles alivia completamente esta passagem de sua suposta alusão a uma ressurreição da geração ? “E muitos dentre os que dormem no pó da terra despertarão, estes que despertam, serão para a vida eterna; mas aqueles ? o resto dos que dormem, que não despertam neste tempo ? serão para vergonha e nojo eternos.”

C. João 5:28,29, pode ser entendido como se referindo a duas ressurreições tão facilmente como pode ser entendido como se referindo a uma. Estes versos mencionam “a ressurreição para a vida” e “a ressurreição para o julgamento”. E o emprego de “honra” no verso 28 não pode ser insistido como provando simultaneamente, desde que a “hora” da ressurreição espiritual, mencionada no verso 25, cobre este tempo inteiro. “Hora”, aqui, quer dizer simplesmente tempo ? o tempo está chegando, etc. Alvah Hovey observa muito justamente a respeito destes versos: “Se a ressurreição das duas classes aqui mencionadas terá logar ao mesmo, ou em tempos deferentes, é o que não está feito perfeitamente certo por esta linguagem; mas, se nada há noutros logares mais do Novo Testamento incoerente com a idéia que a ressurreição de ambos será no mesmo tempo, isto é, certamente, a interpretação mais obvia da linguagem aqui usada”. Concordamos; mas insistimos, e cremos que temos mostrado, que há isso em o Novo Testamento que é incoerente com uma ressurreição geral.

D. Interpretar Atos 24:15 como ensinando uma ressurreição geral é assentar a Paulo em variação consigo mesmo. Duas vezes ele descreve a ressurreição dos justos sem mencionar os ímpios. E uma vez ele fala do seu fervoroso desejo de “conseguir a ressurreição dos mortos” (Fil. 3:11), usando a linguagem mais forte possível para indicar que ele estava pensando numa ressurreição seletiva.

3. O TEMPO DA RESSURREIÇÃO DOS JUSTOS

Em 1 Tes. 4:15-17 Paulo torna-o claro que os justos serão ressurgidos no tempo da aparição de Cristo no ar ? a primeira fase de Sua vinda; nesse tempo os santos vivos serão transladados e raptados também. Conquanto o mesmo escritor, em 1 Cor. 15:23, liga a ressurreição com a parousia ou segunda fase da vinda de Cristo, que se deve, cremos, ao fato de Paulo, segundo um costume escriturístico já aludido, associar juntas as duas fases da vinda do Salvador, não obstante sua separação no tempo. Á luz de outros exemplos tais associação, nenhum argumento se pode achar aqui contra nossa posição quanto à separação temporal das duas fases do segundo advento. Esta associação torna-se ainda mais natural se, como cremos, a primeira ressurreição for contínua, principiando com a aparência de Cristo no ar e continuando ao passo que os santos morrem por toda a grande tribulação e até ao milênio. Notai no Apoc. 11:11 a ressurreição das duas testemunhas após três dias. Notai também, como já foi apontado, que nenhum dos justos será achado no Hades ao tempo da ressurreição dos ímpios. Apoc. 20:14.

II. O JULGAMENTO DOS VIVOS E DOS MORTOS


Todos os homens comparecerão perante Cristo no julgamento de alguma maneira e nalgum tempo, porém nem todos da mesma maneira e no mesmo tempo. Notai:

1. O JULGAMENTO DOS GENTIOS VIVOS

Mat. 25:31-46. Isto é para ter logar quando Cristo vier para reinar. Marcará o fim desta época ou era e o começo da era milenial. Haverá três classes presentes neste julgamento ? Ovelhas, bodes e irmãos, mas somente ovelhas e bodes serão envolvidos no julgamento. Estes serão separados na base de como trataram os irmãos de Cristo, não na base de como se trataram mutuamente. A única idéia sensível é que estes irmãos de Cristo são judeus crentes, que pregarão o Evangelho durante o período da grande tribulação. De baixo da besta ninguém pode favorecer a estes missionários judeus, exceto em risco de morte e ninguém ousará faze-lo exceto crentes. Assim será possível fazer uma separação infalível nesta base; não que o bom tratamento dos judeus é o que salvará os gentios, mas antes o que indicará que estão salvos. As ovelhas aqui são aqueles que deverão ser salvos durante a grande tribulação. Este julgamento é manifestamente de nações como indivíduos e não no agregado. Uma nação como tal, aparte dos indivíduos que a compõem, não pode ser lançada no “fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos” (vs. 41). Para referência do Velho Testamento a este julgamento vide Joel 3:2,11a14.

2. O JULGAMENTO DA NAÇÃO JUDAICA.

Acima apontamos que os “irmãos não são julgados com os gentios. Assim está implicado para eles um julgamento separado. A este julgamento as Escrituras fazem alusão definita. Vide Isa. 1:25,27,28; 4:4; Zac. 13:8,9; Mal. 3:3. Este julgamento terá logar em conexão com a conversão de Israel”.

3. O JULGAMENTO DAS OBRAS DOS CRENTES GLORIFICADOS.
Vide 2 Tim. 4:8; Fil. 2:16; 1 Ped. 5:4; Apoc. 22:12. Os pecados dos crentes já foram julgados. O crente não pode nunca entrar em condenação por eles. Mas suas obras serão julgadas. 1 Cor. 3:13-15. Nada há penal sobre este julgamento. O crente ou recebe recompensa ou perdas de acordo com o que ele fez e com a qualidade de sua obra.

4. O JULGAMENTO DOS PERDIDOS FALECIDOS.

Apoc. 20:11-15. Isto terá logar no fim da pequena sanção durante a qual Satanás será solto em seguida ao milênio. Logo antes deste julgamento os ímpios na terra serão mortos. Apoc. 20:9. Então todos os ímpios, incluindo talvez aqueles julgados em Mat. 25:31-46, serão ressurgidos, julgados e lançados no lago de fogo. Tentem como puderem, nossos oponentes não podem indicar um simples indício de que isto é para ser um julgamento geral. Eles tentam identificar este julgamento com o descrito em Mat. 25:31-46, mas notemos:

5. CONTRASTES ENTRE ESTE JULGAMENTO E O JULGAMENTO DOS GENTIOS VIVOS EM MAT. 25.
EM MATEUS 25:31-46 EM APOCALIPSE 20:11-15

¿¿¿¿¿
Cada um destes contrastes ajusta-se belamente ao sistema pré milenial, ao passo que cada um deles está morto contra a idéia de nossos oponentes. Muitos deles eles os ignoraram. Uns poucos deles eles tentam descartar. Agora, que será dito da lógica daqueles que rejeitam uma idéia em que entram estes contrastes e depois adotam uma teoria que está em variação com cada um deles?
Ainda mais, achamos que a besta e o falso profeta já estão no lago de fogo antes deste julgamento começar. Nossos oponentes não têm explicação para este fato, desde que a besta (sendo manifestamente a mesma que o homem do pecado) é para ser destruída na segunda vinda de Cristo. Se este julgamento ocorre na segunda vinda de Cristo, como explicar o fato de a besta e o falso profeta já estarem no lago de fogo?

6. PASSAGENS QUE SÃO TIDAS POR ENSINAREM UM JULGAMENTO GERAL.

As passagens usadas como textos provas pelos advogados de um juízo geral, são: Mat. 7:22; João 5:28,29; Atos 17:31; Rom. 2:5-9; 2:16; 14:10; 2 Cor. 5:10; 2 Tim. 4:1; 4:8; 2 Ped. 3:7; Apoc. 11:18. A respeito destas passagens observamos:

(1). Mat. 7:22; Atos 17:31; Rom. 2:5-9; 2:16; 2 Ped. 3:7 e Apoc. 1:18 todas se referem ao julgamento das nações como descrito em Mat. 25:31-46.

Objeta-se que Rom. 2:9 menciona os judeus, nós respondemos que o julgamento dos judeus (nação) ocorrerá em íntima conexão com este julgamento, provavelmente logo antes ou logo depois. Ambos virão como uma parte do “dia da ira e revelação do juízo justo” de Deus. Se disser que Rom. 2:5 implica que o povo então vivo estaria no julgamento aludido, o que não será o caso segundo nossa idéia, respondemos que isto é na base do fato que a segunda vinda de Cristo é comumente representada como um evento que podia ocorrer durante essa geração. Notai em 1 Tess. 4:17 como Paulo usa “nós” em conexão com o aparecimento de Cristo. As palavras “o tempo dos mortos para que sejam julgados”, em Apoc. 11:18 não significam que os ímpios falecidos serão ressurgidos e julgados nesse tempo referido. Este verso encontra sua simples explicação em Apoc. 6:10, onde as almas dos mártires debaixo do altar clamam “Até quando, ó Senhor, santo e verdadeiro, não JULGAS E VINGAS NOSSO SANGUE NOS QUE MORAM NA TERRA?” Os mártires trucidados são para neste tempo serem julgados no sentido de serem vingados na ira de Deus sobre as nações da terra.
(2). Quanto a João 5:28,29, já mostramos que esta passagem não é concludente em ensinar uma ressurreição geral.
O mesmo, portanto, é verdade com referência a um julgamento geral.
(3). Rom. 14:10; 2 Cor. 5:10 e 2 Tim. 4:1, cremos, podem ser adequadamente agrupadas juntas como ensinando que todos ? salvos e perdidos, vivos e mortos devem ser julgados, conforme dissemos em nossa declaração inicial sob a epígrafe de julgamento.
Mas, nem essas passagens, nem outras quaisquer, ensinam que todos devem ser julgados no mesmo tempo e da mesma maneira.
(4). 2 Tim. 4:8 refere-se ao julgamento das obras dos crentes.
Já tratamos deste julgamento. É para vir, segundo esta passagem, no aparecimento de Cristo ? primeira fase de Sua vinda.

III. A PUNIÇÃO FINAL DOS ÍMPIOS

1. SERÁ ETERNA.

Mat. 25:41; Apoc. 14:11. O sentido pleno destas passagens é que a punição dos ímpios será sem fim.

2. CONSISTIRÁ DE SOFRIMENTO CONSCIENTE.
Na última passagem a cima dada é nos dito que os ímpios “não terão descanso de dia nem de noite”. Isso envolve sofrimento consciente. Alguns contendem que a punição final dos ímpios consistirá somente de aniquilamento. A passagem precedente nega isto. Não obstante, examinaremos os fundamentos desta contenção. São:

(1). Malaquias 4:1-3

Esta passagem refere-se somente à destruição física dos ímpios logo prévia ao assentamento do reino milenial. Esta passagem, em substância, é paralela a Isa. 24:17-22, 26:20,21; 34:1,2; 66:15,16,24; Zac. 14:12-15; Mat. 25:41-46; 2 Ped. 3:7. Esta destruição terá logar em conexão com a batalha de Armagedon, mas aqui não há aniquilamento. Isto é claro de Isa. 24:22 e 66:24.

(2). A descrição desta punição como a “segunda morte”.
A “segunda morte” corresponde à morte da raça de Adão e não a morte física. Por esta morte o homem foi incapacitado para a comunhão de Deus e trazido sob a ira de Deus, mas não foi posto além da esperança ou alcance de Deus. A “segunda morte” traz a execução da ira de Deus pela “continuação da morte espiritual numa outra existência sem tempo”. (E. G. Robinson); um banimento completo da presença de Deus. Assim a “segunda morte” não implica inexistência mais do que o presente estado de morte espiritual do pecador. Marcos 9:48 mostra claramente que os ímpios no Geêna retêm existência consciente. “Salgados com fogo” pode significar que o fogo terá com o sal uma qualidade conservadora.

(3). A declaração que os incrédulos devem perecer.
Lucas 13:3; Atos 8:20; 1 Cor. 1:18. Mas, que este perecer não denota aniquilamento, está provado pelo fato que a palavra grega em Atos 8:20 é a mesma palavra usada para descrever a perdição da besta (Apoc. 17:8), e achamos que a besta ainda está no lago de fogo mil anos mais tarde (Apoc. 20:10). Um ser aniquilado não pode nunca estar em logar algum depois. A palavra grega nas outras duas passagens é a mesma palavra usada para “perdidos” em Mat. 10:6; Luc. 15:24; 19:10; 2 Cor. 4:3, onde aniquilação não pode ser o sentido.

(4). A representação da punição final dos ímpios como destruição
Rom. 9:22; 2 Tess. 1:9. A palavra grega em Rom. 9:22 é a mesma como perdição em Apoc. 17:8, que não expressa aniquilamento, como faz pouco apontamos acima. E a palavra grega em 2 Tess. 1:9 é a mesma usada para a destruição da natureza carnal em 1 Cor. 5:5; e sabemos que a natureza carnal não é aniquilada nesta vida.

Finalmente, o fato que há de haver graus de punição, por causa do qual ela será “mais tolerável” para uns do que para outros (Mat. 11:20-24) mostra que a punição final do pecador não é aniquilamento, porque, num caso tal todos os pecadores sofreriam a mesma penalidade e seria tolice falar de aniquilamento como sendo mais tolerável para uns do que para outros.

(5). A representação escriturística de imortalidade como algo a ser buscado pelo homem (Rom. 2:7), revelada pelo Evangelho (2 Tim. 1:10), é só conseguida na ressurreição dos justos (1 Cor. 15:53,54).
Destes fatos se argue que os ímpios, não tendo conseguido a imortalidade por meio do Evangelho, cessam de existir na morte ou subseqüentemente. Mas a imortalidade nestas passagens, à luz de Marcos 9:48; Lucas 16:22 e Apoc. 14:11, não pode ser entendida como significando mera existência sem fim ou isenção de aniquilamento; antes quer dizer completa imortalidade, incluindo o corpo bem como a alma. De fato, isto é o único sentido em que o Novo Testamento usa a palavra. Ele nunca faz a imortalidade significar mera existência sem fim da alma. (Contudo a palavra inglesa tem este sentido e a palavra grega foi assim empregada no grego clássico). Logo, não há absolutamente força no argumento que o homem deve conseguir isenção do aniquilamento por meio do Evangelho e da ressurreição.

3. SERÁ DE ACORDO COM O SEU MERECIMENTO.

Mat. 11:21-24; Luc. 12:47-48; Rom. 2:6,12; Apoc. 20:13. Estas passagens ensinam que haverá graus de punição baseada na luz possuída pelo indivíduo e segundo suas ações.

IV. A BEM AVENTURANÇA FINAL DOS JUSTOS.
Isto está descrito em Apoc. 21, onde se vê a Nova Jerusalém do céu para a nova terra. Os salvos formarão esta cidade celestial. Haverá para eles completa satisfação. Todo aborrecimento e causa de tristeza se acabam. À semelhança do seu Salvador os salvos aquentar-se-ão para sempre na luz solar do amor de Deus, adorando-O e servindo-O, regozijando-se na Sua comunhão e na de uns e outros.
Talvez “glória” é aquela palavra que melhor descreve a felicidade dos justos. Vide Rom. 8:18; 2 Cor. 4:17; Col. 1:27; Heb. 2:10; 1 Ped. 5:1. Esta glória consistirá em ser “glorificados juntamente” com Cristo, aquinhoando-se igualmente com Ele de toda a Sua glória adquirida, isto é, a glória que Lhe será conferida por causa de Sua obediência aqui na terra e Sua obra redentora. Somos co-herdeiros com Ele da Sua glória. Vide Rom. 8:17.

Capítulo 37 – O estado
 atual
 dos mortos

Que os homens não entram no estado final quando morrem bastante evidentes é para que se requeira provar minuciosa. As ressurreições, que ainda são futuras, provam um estado intermediário para os mortos atuais. A coisa com que estamos especialmente preocupados é a natureza do estado intermediário, matéria esta para a qual nos dirigimos agora.
Os adventistas do sétimo dia, russelitas e alguns outros ensinam o que é conhecido comumente por “sono dalma”. Mas a substância real deste falso ensino é que dos mortos não é inexistente entre a morte e a ressurreição. Isto é logicamente verdadeiro desta teoria e é assim admitido pelos adventistas, pelo menos. É logicamente verdadeiro, porque um espírito dormente (se tal fosse possível) seria um espírito inexistente. A idéia de o espírito estar vivo e estar incônscio quando livre do corpo é o limite do absurdo. É que este ensino vale pela inexistência do espírito mostrado está nas seguintes palavras de “Signs of the Times”, uma revista dos adventistas do sétimo dia (edição de 15 de dezembro de 1931): “Seguramente nenhuma expressão mais vigorosa podia ser possivelmente usada para mostrar a completa cessação da existência do que esta, – Na morte “eu não serei” (Comentário de Jó 7:21, por Carlyle B. Haines, um dos seus escritores notáveis)”.

I. OS MORTOS NÃO SÃO INEXISTENTES

Contra esta teoria afirmamos e nos comprometemos provar pelas Escrituras que o espírito do homem não cessa de existir na morte. Pelo termo “espírito” queremos dizer a natureza imaterial do homem no seu parentesco mais elevado. Empregamos o termo “espírito” de preferência ao termo “alma” porque cremos que espírito melhor expressa a parte imaterial do homem em distinção da vida corporal.
“A parte imaterial do homem encarada como uma vida individual e cônscia, capaz de possuir e animar um organismo físico é chamada psuche (alma); como um agente racional e moral, suscetível de influência e moradia divinas, esta mesma parte imaterial chama-se pneuma (espírito)” (A. H. Strong). O espírito é a natureza imaterial do homem olhando na direção de Deus. “O espírito é a parte mais elevada, mais profunda e nobre do homem. Por ele está o homem ajustado para compreender coisas eternas e é, em suma, a casa que residem à fé e a Palavra de Deus. A … alma é este espírito, segundo a natureza, mas com tudo outra espécie de atividade, nomeadamente, nisto, que ela anima o corpo e opera por meio dele” (Lutero). “A alma é o espírito modificado pela união com o corpo” (Hovey).

Algumas vezes as palavras para espírito, tanto no hebreu como no grego, denotam vento ou fôlego, mas que nem sempre são assim está evidenciado em Mat. 26:41; Lucas 23:46; Atos 7:59; 1 Cor. 2:11; 5:5; 7:34; 14:14 e 1 Tess. 5:23. Estudem os interessados estas passagens e substituam espírito por fôlego e vejam que sorte de sentido se forma. Então sabemos que espírito pode significar mais que fôlego, porque “Deus é espírito” (João 4:24).

1. A MORTE FÍSICA NÃO ACARRETA A INEXISTÊNCIA DO ESPÍRITO DO HOMEM, PORQUE O ESPÍRITO NÃO ESTÁ SUJEITO À MORTE FÍSICA.

Temos a prova disto em Mat. 10:28. Se o homem não pode matar o espírito, então a morte física não tem poder para dar cabo da existência do espírito. O homem pode matar qualquer coisa que esteja sujeita à morte física. Na morte física o corpo cessa de funcionar e começa a desintegrar-se, o homem cessa de ser uma “alma vivente” no sentido distinto do vocábulo “alma”. Ma o espírito não pode ser mata do e dele nunca se fala como cessar na morte. Em vez achamos Jesus, ao morrer, entregando o Seu espírito nas mãos de Deus e Estevão entregando o seu espírito nas mãos de Jesus (Lucas 23:46; Atos 7:59). A morte física é meramente a separação do espírito do corpo.

2. A REPRESENTAÇÃO DA MORTE COMO UM SONO NÃO ENSINA QUE O ESPÍRITO DORME E QUE É, PORTANTO, INEXISTENTE.

O sono é puramente um fenômeno físico. A morte é sono só por analogia, não atualmente. E a analogia está na aparência do corpo, não no estado quer do corpo quer do espírito. No sono o espírito ainda está unido com o corpo e, portanto, condicionado por ele. Mas, na morte, como todos são forçados a admitir, espírito e corpo estão separados e o espírito separado do corpo não está mais condicionado pelo corpo.

Estevão dormiu (Atos 7:59), mas o seu espírito não cessou de existir, porque Estevão o encomendou nas mãos de Jesus e um espírito inexistente não podia ser encomendado nas mãos de ninguém. Paulo descreveu a morte como um sono (1 Cor. 15:6; 1 Tess. 4:14), mas não ensinou a inexistência dos mortos. Paulo considerou a morte, não como uma cessação da existência, mas como uma partida para estar com Cristo (Fil. 1:23). Estando ausente do corpo, Paulo quis dizer, não inexistente, mas presente com o Senhor (2 Cor. 5:6). Aquilo que é inexistente não pode estar presente em logar algum ou com pessoa alguma.

3. A REFERÊNCIA AOS ÍMPIOS MORTOS COMO “ESPÍRITO EM PRISÃO” MOSTRA QUE OS MORTOS NÃO SÃO INEXISTENTES (1 PED. 3:20).

Um espírito inexistente é uma não entidade e uma não entidade não pode estar em qualquer logar, porque ser é existir.

4. MOISÉS NÃO CESSOU DE EXISTIR QUANDO ELE MORREU, PORQUE SÉCULOS DEPOIS ELE APARECEU COM Cristo NO MONTE DA TRANSFIGURAÇÃO (MAT. 17:3)
Dirão alguns que Moisés foi ressuscitado imediatamente depois do enterro? Se sim, por eles está esperando uma refutação em 1 Cor. 15:20. Sendo Cristo as primícias dos mortos proíbe a teoria de Moisés ter sido ressuscitado logo depois do seu enterro.

5. OS HABITANTES DE SODOMA E GOMORRA NÃO CESSARAM DE EXISTIR QUANDO MORRERAM (JUDAS 7).

Judas os descreve nos tempos do Novo Testamento como “sofrendo a vingança do fogo eterno”. A palavra sofrendo nesta passagem é um particípio presente, que expressa ação durativa progressiva. E que isto não é um presente histórico está mostrado pelo tempo presente do verbo “são postos.”

6. O RICO E O LÁZARO NÃO CESSARAM DE EXISTIR QUANDO MORRERAM (LUCAS 16:19-31).

Isto não é uma parábola, mas pouco importa que fosse. O Filho de Deus não recorreu a desvirtuamentos mesmo em parábolas. Todas as Suas parábolas são verdadeiras a fatos.

7. CRISTO E O LADRÃO PENITENTE NÃO CESSARAM DE EXISTIR QUANDO MORRERAM.

Cristo não estava dependendo do corpo para a vida, porque Ele viveu antes que tivesse um corpo (João 1:1, 2, 14). E, na cruz, Cristo asseverou que Ele e o ladrão estariam naquele dia juntos no paraíso. Espírito inexistente não podiam estar em logar algum, muito menos juntos.
8. OS ESPÍRITOS QUE JÃO VIU DEBAIXO DO ALTAR NÃO TINHAM CESSADO DE EXISTIR (APOC. 6:9).

9. A RESSURREIÇÃO PROVA QUE OS MORTOS AGORA NÃO ESTÃO INEXISTENTES.

Se fosse inexistente, então seria necessário haver uma recriação em vez de uma ressurreição. E isto destruiria totalmente a base de recompensas, porque os que surgissem da sepultura seriam indivíduos diferentes daqueles que trabalham obras aqui neste mundo.

10. O FATO DE OS MORTOS BEM AVENTURADOS NÃO TEREM ATINGIDO O SEU MAIS ALTO ESTADO DE BEATITUDE, E DEVEM AINDA PASSAR PELA RESSURREIÇÃO, NÃO PROVA QUE ELES SEJAM AGORA INEXISTENTES.

“Aquela bem aventurada esperança” (Tito 2:13; 1 João 3:2,3) é a união do espírito com o corpo glorificado. Somente isto trará a satisfação completa da aspiração do crente (Sal. 17:15). Mas Deus escolheu adiar a realização desta esperança até um tempo por vir. E enquanto o estado desencarnado não é o ideal, todavia é melhor do que continuar na carne (Fil. 1:23); e os eu estão neste estado estão presentes com o Senhor (2 Cor. 5:8).

11. O FATO QUE OS ÍMPIOS FALECIDOS AINDA ESTÃO PARA SER JULGADOS E LANÇADOS NO LAGO DE FOGO NÃO PROVA QUE ELES AGORA SEJAM INEXISTENTES.

Aprouve a Deus confirmar os espíritos dos ímpios falecidos em prisão (Isa. 24:22; 1 Ped. 3:19), finalmente trazê-los e destiná-los juntos ao lago de fogo (Apoc. 20:11-15); mas que os ímpios falecidos já estão em tormento cônscio de fogo mostramo-lo previamente (Lucas 16:19-31; Judas 7). A miséria final dos ímpios, como a felicidade dos justos, espera a ressurreição do corpo, em cujo tempo os ímpios serão lançados, tanto corpo como alma, no inferno (Mat. 10:28).

12. O FATO DE A VIDA ETERNA SER RECEBIDA PELA FÉ NÃO PROVA QUE OS QUE A NÃO POSSUEM NÃO TEM EXISTÊNCIA ETERNA.

A vida eterna nas escrituras quer dizer mais do que existência eterna. Está em contraste com morte espiritual (João 5:24; Efe. 2:1; Col. 2:13; 1 João 3:14). A morte espiritual é escravidão íntima num estado de pecado e separação de Deus, no qual alguém está privado de vida espiritual divina, conquanto possua vida do espírito humano. A vida eterna é liberdade e comunhão com Deus . “A morte espiritual faz alguém sujeito à segunda morte, a qual é uma continuação da morte espiritual numa outra existência sem tempo” (E. G. Robinson). E vida eterna é isenção da segunda morte.

13. A REPRESENTAÇÃO DA IMORTALIDADE COMO ALGO A SER ALCANÇADO NÃO PROVA QUE OS QUE NÃO A ALCANÇARAM NÃO TEM EXISTÊNCIA ETERNA

Rom. 2:7 e 1 Cor. 15:53 tem referência ao corpo. O corpo se descreve como sendo mortal, mas o espírito nunca. Revestir-se de imortalidade no sentido da Escritura supra é receber um corpo imortal e, portanto, passar aquele estado no qual não podemos mais ser afetado pela morte. Este se revestir de imortalidade é a junção de um corpo imortal com um espírito imortal.

14. A IMPUTAÇÃO DE IMORTALIDADE SÓ A DEUS (1 TIM. 6:16) NÃO QUER DIZER QUE OUTROS NÃO POSSUEM EXISTÊNCIA ETERNA.

A passagem acima quer dizer que só Deus é totalmente imortal em todas as partes do Seu Ser e não afetado pela morte, que só Ele possui imortalidade inderivada e independente. Ao passo que o homem é imortal quanto a uma só parte de sua natureza, sua imortalidade, tanto do espírito como do corpo, deriva-se de Deus. O caso de Elias é uma resposta suficiente ao argumento de “dormentes dalma” sobre esta passagem. Elias cessou de existir em qualquer tempo? Se não, ele tinha existência imortal.

15. OS ENUNCIADOS DE JESUS EM JOÃO 3:13 E 13:33 NÃO ENSINAM QUE OS JUSTOS FALECIDOS SÃO INEXISTENTES.

A escritura deve ser interpretada à luz da Escritura. Portanto, a primeira passagem supra não pode ser tomada com absoluta literalidade. Porque em 2 Reis 2:2,11 assevera-se duas vezes que Elias foi recebido no céu. O sentido da afirmação de Cristo aqui, então, não pode ser mais do que ter Jesus só ascendido ao céu e voltado para revelar os mistérios a Ele comunicados lá. A segunda passagem é explicada pelo verso 36. Cristo quis dizer, meramente, que, entrementes, aqueles a quem Ele estava falando não podiam seguir; não que eles nunca O seguiriam, porque nesse caso eles nunca podiam ir ao céu.

16. O ENUNCIADO DE PEDRO EM ATOS 2:34 NÃO QUER DIZER QUE DAVI ERA INEXISTENTE.

Este enunciado sobre Davi está elucidado pelo de Cristo a Maria Madalena a respeito de Si mesmo (João 20:17). Cristo disse: “Ainda não subi a meu Pai”. Mas o espírito de Cristo ascendera ao Pai (Lucas 23:43,46; Apoc. 2:7; 22:1,2). O significado então do enunciado de Pedro a respeito de Davi e o Cristo sobre Si mesmo é que eles não tinham ascendido em corpo.

17. AS ESCRITURAS DO VELHO TESTAMENTO NÃO PROVAM A INEXISTÊNCIA DOS MORTOS.

A Escritura deve ser explicado pela Escritura. As revelações incompletas e indistintas do Velho Testamento devem ser explicadas pelas revelações mais amplas e mais claras do Novo Testamento. E à luz destas últimas algumas afirmações no Velho Testamento concernentes ao estado dos mortos podem ser tomadas somente como a linguagem de aparência. Escritores do Velho Testamento, não tendo uma revelação clara concernente ao estado dos mortos, muitas vezes falaram dos mortos do ponto de vista desta vida. É neste sentido que devemos entender passagens tais como Jó 3:11-19; 7:21,22; Sal. 6:5; 88:11,12; 115:17; Ecles. 3:19,20; 9:10; Isa. 38:18.

II. OS JUSTOS FALECIDOS ESTÃO COM O SENHOR

Já aludimos ao estado tanto dos justos como dos ímpios falecidos. Mas, por causa da clareza, restabelecemos o ensino da Escritura sobre este assunto.
Os justos falecidos estão com o Senhor. Isto está provado pelas seguintes passagens:
“Enquanto estamos no corpo ausente do Senhor… porém temos confiança e desejamos muito deixar este corpo e habitar com o Senhor” (2 Cor. 5:6-8). Assim, para os justos, estar ausente do corpo, isto é, estar naquele estado ocasionado pela morte é estar na presença do Senhor.
“Estou apertado entre os dois, desejando partir e estar com Cristo” (Fil. 1:23). Paulo não podia decidir se ele preferia permanecer na carne, isto é, continuar a viver aqui na terra, ou morrer para estar com Cristo. Assim, para os justos, uma partida desta vida é uma entrada à presença de Cristo.
O ladrão arrependido moribundo ouviu de Jesus: “Hoje estarás comigo no paraíso”. O paraíso é o terceiro céu dos judeus, o logar do trono de Deus (2 Cor. 12:2,4). Mais prova disto encontra-se no fato de a árvore da vida estar no paraíso (Apoc. 2:7), e perto do trono de Deus (Apoc. 22:1,2).
Pode ser, como crêem alguns, que, até a morte de Cristo, os justos não foram à presença de Deus senão a um logar intermediário de felicidade. Conquanto isso possa ser, as passagens supra mostram que os justos agora vão imediatamente à presença do Senhor através da morte.

III. OS FALECIDOS ÍMPIOS ESTÃO EM TORMENTO CÔNSCIO E ARDENTE

Está isto mostrado na história do rico e Lázaro (Lucas 16:19-31). Respondem alguns que isto é somente uma parábola. Mas não há, sequer, um indício que o seja. E o fato se estar nomeado o nome de uma pessoa envolvida é incoerente com todas as outras parábolas. Mas suponde que é uma parábola, Cristo torceu fatos nas Suas parábolas? Que propósito podia Ele ter tido em assim fazer? Uma caricatura de fatos na passagem em foco não ensina um erro? Os que buscam fugir a isto com fundamento que é uma parábola mostram o desespero de sua teoria com uma semelhante miserável escapatória.

Este fato também está patente, como já o frisamos, nas palavras de Judas no verso 7 de sua epístola a respeito dos habitantes de Sodoma e Gomorra. Ele os descreve como “sofrendo (tempo presente) a vingança do fogo eterno”.
O lugar onde os ímpios estão confinados é chamado uma prisão (1 Ped. 3:19). São criminosos condenados esperando na prisão até ao tempo de serem colocados na eterna penitenciária de Deus, o lago de fogo (Apoc. 20:15). Isto é para ter logar no juízo do grande trono branco, tempo em que tanto o corpo como as almas dos ímpios serão lançados no fogo (Mat. 10:28).
IV. NENHUMA PROVAÇÃO DEPOIS DA MORTE
A noção que há provação depois da morte toma duas formas. Contém-se a primeira em:

1. O ENSINO CATÓLICO SOBRE O PURGATÓRIO.

“A Igreja Católica ensina a existência do Purgatório, onde aqueles que morrem com leves pecados nas suas almas, ou que não satisfazem a punição temporal devida aos seus pecados estão detidos até que se purifiquem suficientemente para entrar no céu” (O que a Bíblia protestante ensina sobre a Igreja Católica, Patterson).

As passagens dadas para substanciarem este ensino são: Mat. 5:26; 12:32; 1 Cor. 3:13-15; Apoc. 21:27; 1 Ped. 3:19.

Antes de abreviadamente cometer estas passagens, oportuno é observar a justificação e salvação totalmente de graça por meio da fé em Cristo. Vimos que Deus não cobra pecados ao crente (Rom. 4:8; 8:33). O crente foi eternamente quitado de todo pecado. Mais ainda, Heb. 9:27 implica claramente que não é possível nenhuma mudança entre a morte e o juízo. Estas passagens, para não mencionar muitas outras, mostram que o Purgatório é uma invenção humana.
Quanto às passagens empregadas para substanciarem a doutrina do Purgatório: Mat. 5:26 é para ser manifestamente considerada como se referindo à prisão romana. Mat. 12:32 faz simplesmente “uma declaração forte e expandida” que a blasfêmia contra o Espírito Santo não será jamais perdoada. Achar aqui a insinuação em que alguns pecados possam ser perdoados no porvir é fundar uma doutrina de longo alcance sobre uma inferência incerta. Semelhante doutrina, se verdadeira, acharia certamente afirmação mais clara do que a que esta passagem proporciona. Em 1 Cor. 3:13-15 temos apenas uma forte alusão ao teste das obras humanas nos dias de Cristo. Não há aqui nenhuma purificação ou purgamento, como os católicos supõem ocorrer no Purgatório, mas somente um desejo de obras inaceitáveis. Apoc. 21:27 declara somente que os ímpios não podem entrar em a Nova Jerusalém. O espírito e o corpo glorificado do crente não tem pecado. O espírito se purifica de todo pecado na regeneração. A última passagem (1 Ped. 3:19) será estudada no próximo título.
A segunda forma desta noção de provação depois da morte jaz principalmente em:

2. A CRENÇA QUE CRISTO PREGOU AOS ÍMPIOS FALECIDOS.

Baseia-se a crença em 1 Ped. 3:19,20. Esta forma da noção de provação depois da morte é diferente do ensino católico do purgatório, em que ela inclui somente incrédulos, ao passo que o ensino católico inclui somente crentes, como tendo provação. Segundo esta forma da doutrina de provação depois da morte, os incrédulos terão a oportunidade de se arrependerem e serem salvos depois da morte. Isto está discutido em extenso em What Happens After Death!(O Que Acontece Depois da Morte!) por William Striker, publicado pela Sociedade de Tratados Americana.
Deve ser admitido que as traduções comuns de 1 Ped. 3:19,20, emprestam encorajamento a esta crença; mas, mesmo nisso, estranho é que Jesus tivesse pregado somente aos que foram desobedientes durante os dias de Noé, ou que, se a todos foi pregado, apenas oito almas fossem mencionadas.

E não pode insistir-se sobre o verbo “foi” como indicando que Jesus veio em contato pessoal com os espíritos em prisão. “Grande peso se tem dado a esta palavra em sustento da idéia que Cristo foi em prisão a prisão dos perdidos; mas a palavra não implica necessariamente locomoção pessoal” (N. M. Williams, Comment. In loco). Acham-se em Gen. 11:5-7 e Efe. 2:17 casos de uma palavra igual em que não se indica locomoção pessoal.

Mas, ainda mais, não é em absoluto necessário traduzir o verso 20 como nas traduções comuns. A idéia de desobediência nesta passagem expressa-se em grego por um particípio aoristo sem o artigo, apiethesasi; e, enquanto é verdade que o particípio sem o artigo pode ser traduzido atributivamente, isto é, como livremente equivalente a uma clausula relativa, contudo, isto é a exceção mais que a regra. A regra é que o particípio sem o artigo é empregado predicativamente, exigindo uma clausula temporal para a sua tradução. Segundo a regra, então, a primeira clausula do v. 20 devera ser traduzida “quando primeiramente foram desobedientes”, indicando que a pregação ocorreu (pelo espírito de Cristo operando por Noé) no tempo da desobediência e não dois mil anos depois.
Pode ser perguntado porque a versão do Rei Tiago, a Revista e as versões da União Bíblia, todas traduzem esta construção com uma clausula relativa. Respondemos que isto, evidentemente, é por causa da influência da Vulgata e a parcialidade teológica da cristandade que tem favorecido a noção de provação depois da morte. Mas o Novo Testamento está em toda parte oposto à idéia de provação depois da morte, sem a qual esta suposta pregação aos ímpios falecidos foi inútil. Tal probação não é precisa para vindicar a justiça de Deus, porque mesmo os pagãos sem o evangelho estão “sem desculpa” (Rom. 1:20).
1 Pedro 4:6 , que é outra passagem empregada para ensinar a provação depois da morte, significa que o Evangelho foi pregado aos mortos enquanto estiveram vivos.


                                                           Autor: Thomas Paul Simmons, D.Th.
                                                         Fonte: www.PalavraPrudente.com.br


  



Milhões de pessoas não creem em vida após a morte ou em um tempo chamado eternidade — os suicidas estão entre tais pessoas, que se matam por acreditarem estar pondo um fim a tudo. Mas, a morte não é o fim. Morrer consiste, na realidade, na separação da parte material da existência (o corpo, que fica) da imaterial (alma e/ou espírito, que seguem para a eternidade).



 

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