TEXTO ÁUREO
Que o próprio Deus da paz os santifique inteiramente.
Que todo o espírito,
alma e corpo de vocês
seja conservado irrepreensível
na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.
COMENTÁRIO
Palavra introdutória
Somos obra de Deus; fomos criados com uma natureza tridimensional; portanto, somos plenamente capazes de cumprir nosso propósito aqui na Terra (1 Pe 2.9,10).
Nesta lição, analisaremos o que a antropologia judaico-cristã tem a dizer a respeito da natureza e da criação do homem (Ef 2.10).
1. CONCEITOS ACERCA DO HOMEM
No estudo acerca da natureza humana, encontramos três
principais correntes de pensamento: o monismo, a dicotomia e a tricotomia.
Vejamos a seguir.
1.1 Monismo
Na contramão do que apregoam outras doutrinas, que admitem duas espécie de realidade (dualismo), ou várias (pluralismo), o monismo - enquanto sistema filosófico - defende a existência de apenas uma espécie de realidade: a matéria.
1.2. Dicotomia
A expressão dicotomia indica uma divisão em duas partes (gr. dikhotomía = a divisão em dois). Tal termo a plica-se à Teologia, baseando-se no conceito de que o homem possui duas partes fundamentais: o corpo e a alma.
1.3. Tricotomia
A expressão tricotomia indica uma divisão em três partes; cada qual com sua função específica. O termo também se aplica à Teologia para designar a interpretação de que o homem compõe-se de três partes distintas: o espírito, a alma e o corpo (1 Ts 5.23).
2. NATUREZA BIOLÓGICA: O CORPO
1.1 Monismo
Na contramão do que apregoam outras doutrinas, que admitem duas espécie de realidade (dualismo), ou várias (pluralismo), o monismo - enquanto sistema filosófico - defende a existência de apenas uma espécie de realidade: a matéria.
1.2. Dicotomia
A expressão dicotomia indica uma divisão em duas partes (gr. dikhotomía = a divisão em dois). Tal termo a plica-se à Teologia, baseando-se no conceito de que o homem possui duas partes fundamentais: o corpo e a alma.
1.3. Tricotomia
A expressão tricotomia indica uma divisão em três partes; cada qual com sua função específica. O termo também se aplica à Teologia para designar a interpretação de que o homem compõe-se de três partes distintas: o espírito, a alma e o corpo (1 Ts 5.23).
2. NATUREZA BIOLÓGICA: O CORPO
2.1. Casa terrestre versus edifício celeste
Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus. (2 Co 5.1). Nesse texto, empregamos figuras de conhecimento geral, o apóstolo Paulo doutrina a igreja com firmeza e convicção, mencionando os termos "casa" e "edifício" em referência ao corpo do homem e da mulher salvos em Cristo, nos estados presente e futuro. O Senhor Jesus ao ser interrogado pelos fariseus reafirma esta verdade bíblica: Vocês não leram que no princípio o Criador os fez homem e mulher (...) (Mt 19.4 NVI).Vejamos, no quadro a seguir, algumas diferenças entre casa terrestre e edifício celeste:
3. NATUREZA PSICOLÓGICA
3.1. Definição de alma
A alma:
- é a identidade do indivíduo;
- é o princípio inteligente que anima o corpo;
- utiliza dos órgãos e sentidos para comunicar-se com o mundo exterior;
- é a sede da nossa personalidade;
- é o resultado da criação imediata de Deus;
- suspira pela proteção, comunhão e provisão do Senhor.
3.2. As faculdades da alma
A Palavra de Deus aponta-nos a alma como sendo composta de três partes: emoção, vontade e razão. Observe:
- a emoção é parte da alma onde se abrigam os sentimentos, como o amor (1 Sm 18.1) e a angústia (1 Rs 1.29), por exemplo;
- a vontade é a sede dos desejos da alma (Ec 6.2; Is 26.9);
- a razão é também conhecida como mente ou intelecto.
3.3. Como lidar com as emoções da alma
A palavra emoção tem origem no latim (ex-movere) e significa mover para fora. As emoções exercem influência direta sobre os pensamentos e as ações do indivíduo (de forma negativa e/ou positiva); por esta razão, precisam ser controladas.
Deus registra nas páginas do Seu Livro como o ser humano deve proceder diante dos desafios emocionais para um viver saudável; observe: ansiedade (1 Pe 1.3-5;5.7); desânimo (1 Co 15.58); medo (Sl 91); impaciência (Tg 5.7-11); ódio e ira (Pv 15.1); depressão (Is 61.1-4); frustração e engano (Jr 20.7-18); solidão (Sl 42.5); inveja (Pv 23.17).
4. NATUREZA TEOLÓGICA: ESPÍRITO
4.1. Definição de espírito
Tendo criado o ser humano à sua imagem e semelhança (Gn 1.26,27), pode-se dizer que o homem é um espírito, que possui uma alma e habita um corpo físico (Jo 4.24).
O espírito é a parte superior da natureza humana e a sede da inteligência. Por meio dele conhecemos e raciocinamos; através dele, recebemos instrução de Deus e a comunicação da verdade e vontade divinas.
4.2. Funções essenciais do espírito
4.2.1. Receber iluminação e revelações diretamente de Deus
A iluminação e as revelações divinas começam a ocorrer unicamente no espírito do homem. Ele é a lâmpada do Senhor; nele está o lugar mais profundo onde nenhuma ciência alcança; ali, Deus brilha a Sua luz e a essência da Sua glória e poder. É no espírito humano que Deus ilumina o caminho da vida e contempla o entendimento das revelações divinas (Pv 20.27).
4.2.2. Reverenciar Deus
Reverenciar é uma atitude de profundo respeito, submissão, amor e obediência ao Senhor. O espírito humano reverencia o Altíssimo por quem Ele é; por Sua santidade e presença constante (Ap 15.4).
4.2.3. Adorar a Deus
Adorar implica honrar a Deus com expressões de gratidão. Em outras palavras, significa dizer que, na adoração, o espírito humano reconhece, de forma grata, a sua origem e o propósito da sua existência. Os verdadeiros adoradores exercem em seu espírito a adoração autêntica que agrada ao Senhor (Jo 4.24).
4.2.4. Percepção espiritual
Parte da natureza divina foi soprada no homem, formando, assim, o seu espírito. A percepção espiritual é, portanto, um atributo do espírito regenerado por Deus.
4.2.5. Refletir Deus
Deus revela-se no espírito do homem, precisamente no lugar mais íntimo, santo e divino, onde a imagem do Senhor foi estabelecida.
CONCLUSÃO
Ao fim desta lição, alguns ponto precisam ser destacados e
por nós acolhidos, a saber: (1) necessitamos apresentar o nosso corpo em
sacrifício vivo, santo e agradável a Deus (Rm 12.1,2); amar a Deus de todo
nosso coração, alma e entendimento (Mt 22.37) e purificarmos de toda impureza,
da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus (2 Co
7.1).
ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO
1. A Palavra de Deus aponta-nos a alma como sendo composta de três partes.
ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO
1. A Palavra de Deus aponta-nos a alma como sendo composta de três partes.
Quais são elas?
Fonte: Revista Lições da Palavra de Deus n° 59
15 Os Elementos Constitutivos da
Natureza Humana
As diferentes opiniões que foram comuns na história:
dicotomia e tricotomia É costume, especialmente
nos círculos cristãos,
entender que o
homem consiste de duas
partes distintas, e
de duas somente,
a saber, corpo e
alma.
Esta concepção
é tecnicamente denominada dicotomia. Ao lado dela, porém, apareceu
outra, segundo a qual a natureza
humana consiste de
três partes, corpo,
alma e espírito.
É designada pelo termo tricotomia.
O conceito do
homem tripartido originou-se
na filosofia grega, que entendia a relação mútua entre o
corpo e o espírito do homem segundo a analogia da mútua relação entre o
universo material de Deus. Pensava-se que, justamente como estes só
podiam ter comunhão
um com o
outro por meio
de uma terceira
substância ou de um ser intermediário, assim aqueles só podiam entrar em
relações mútuas vitais por meio de um terceiro elemento, ou de um elemento
intermediário, a saber, a alma. Por
um lado, a
alma era considerada
como imaterial e, por outro, como adaptada
ao corpo. Na medida em que se adapta ao nous ou ao pneuma, era tida como
imortal, mas na medida em que se relaciona com o corpo, como carnal e mortal.
A mais
conhecida, e também
a mais crua
forma de tricotomia,
é a que
toma o corpo como
a parte material
da natureza humana,
a alma como
o princípio da
vida animal, e o
espírito como o
elemento humano racional,
imortal e relacionado
com Deus.
A concepção tricotômica
do homem recebeu
considerável apoio dos
“pais” da igreja grega ou
Alexandrina dos primeiros séculos da era cristã. Encontra-se, embora nem sempre
exatamente da mesma
forma, em Clemente
de Alexandria, Orígenes
e Gregório de Nissa.
Mas, depois que
Apolinário a empregou
de maneira ofensiva
à perfeita humanidade de Jesus, foi ficando gradativamente
desacreditada. Alguns dos “pais” gregos ainda aderiam a ela, apesar de
explicitamente repudiada pro Atanásio e Teodoreto.
Na igreja latina,
os principais teólogos
apoiavam, diversamente, a
dupla divisão da natureza
humana. Foi especificamente a
psicologia de Agostinho que
deu proeminência a este modo de ver. Durante a Idade Média, tornou-se
objeto de crença comum.
A Reforma não
trouxe mudança alguma,
quanto a isso, conquanto
uns poucos luminares menores
defendessem a teoria
tricotômica.
A Igreja
Católica Romana aderiu ao
veredicto do escolasticismo, mas
nos círculos do
protestantismo ouviram-se
outras vozes. Durante
o século dezenove a
tricotomia foi revivida
numa ou noutra forma por certos teólogos alemães e ingleses, como Roos,
Olshausen, Beck, Delitzsch,
Auberlen, Oehler, White
e Heard; mas
não encontrou muito
apoio no mundo teológico.
Os recentes advogados
dessa teoria não
concordam quanto à natureza
da psyque, nem quanto
à sua relação
com os outros
elementos da natureza humana. Delitzsch
a concebe como
uma exaltação do pneuma,
enquanto que Beck, Oehler
e Heard a
consideram como o
ponto de união
entre o corpo
e o espírito. Delitzsch não
é bem coerente
e ocasionalmente parece
oscilar, e Beck e Oehler admitem que
a descrição bíblica
do homem é
fundamentalmente dicotômica.
Dificilmente se pode dizer que a sua defesa de uma tricotomia implica a
existência de três elementos distintos
no homem. Além
dessas duas concepções
teológicas, houve também, principalmente no
último século e
meio, os conceitos filosóficos
do materialismo absoluto e
do idealismo absoluto,
aquele sacrificando a
alma em favor do corpo, e este, o corpo em favor da
alma.
Um dos aspectos mais importantes da visão cristã do homem é
a de que devemos vê-lo em sua unidade,
como uma pessoa
total.
Os seres humanos
têm sido imaginados
como consistindo de partes
separadas e, algumas
vezes, de partes
distintas, que são,
dessa forma, abstraídas da totalidade. Assim, nos círculos cristãos, tem
sido falado do homem como se constituindo tanto de “corpo” e “alma” como de “corpo”, “alma” e “espírito”.
Os cientistas seculares
e os teólogos
cristãos, contudo, estão
reconhecendo gradativamente
que tal entendimento
dos seres humanos
está errado, e
que o homem deve
ser visto como
uma unidade. Visto
que nosso objeto
de estudo é
a doutrina cristã do
homem, devemos nos
voltar para o
ensino bíblico a respeito
da constituição do homem.
O que devemos
observar em primeiro
lugar é que a
Bíblia não descreve
o homem cientificamente; na
verdade, o julgamento
(dos teólogos) é que a Bíblia
não nos dá nenhum ensino científico a respeito do
homem, nenhuma “antropologia” que deveria ou poderia estar
em competição com
uma investigação científica
do homem nos
vários aspectos de sua existência ou com a antropologia filosófica.Além
disso, a Bíblia não usa uma linguagem científica exata. Ela usa termos como
alma, espírito e coração mais ou menos indistintamente. Isto é por causadas
partes do corpo que são tidas, não primariamente do ponto de vista de suas
diferenças ou de suas inter-relações com outras partes, mas como significando
ou enfatizando os diferentes aspectos do homem total em relação a Deus. Embora
não derivemos uma
antropologia ou psicologia
científica exata da
Bíblia, podemos aprender da Escritura muitas verdades importantes a
respeito do homem. Deveríamos nos
lembrar novamente que
a coisa mais
importante que a
Bíblia diz a respeito do homem é que ele está inescapavelmente
relacionado a Deus. Berkouwer coloca
este assunto da
seguinte maneira: “Podemos dizer
sem medo de contradição que a coisa mais notável no
retrato bíblico do homem repousa nisto: que nunca chama a atenção para o homem
em si mesmo, mas exige a nossa atenção mais plena para o homem em sua relação
com Deus”. Podemos acrescentar que a Bíblia também dirige nossa atenção para o
homem à medida em que ele se relaciona com os outros seres humanos e com a
criação. Em outras palavras,
as Escrituras não
estão primariamente interessadas
nas “partes” constituintes do homem ou
na sua estrutura
psicológica, mas nos
relacionamentos que ele mantém
seja com seu semelhante ou com Deus
A Pessoa Total, Tricotomia ou Dicotomia?
Tricotomia
Vez por outra, tem sido sugerido que o homem deveria ser entendido como consistindo de certas “partes” especificamente distintas. Um desses entendimentos é usualmente conhecido como tricotomia — a idéia que, segundo a Bíblia, o homem consiste de corpo, alma e espírito. Um dos proponentes mais antigos da tricotomia, como vimos, é Irineu, que ensinava que enquanto os incrédulos possuíam somente almas e corpos, os crentes adquiriam espíritos adicionais, que eram criados pelo Espírito Santo. A tricotomia foi ensinada no século XIX por Franz Delitzsch,J. B. Heard,J. T. Beck,e G. F. Oehler.Mais recentemente tem sido defendido por escritores como Watchman Nee,Charles R. Solomon (que afirma que através do seu corpo, o homem relaciona-se com o ambiente, através de sua alma com os outros, e do seu espírito com Deus),e Bill Gothard.É interessante observar que a tricotomia é também defendida na antiga e na nova Scofield Reference Bible.A despeito deste apoio, devemos rejeitar a visão tricotomista da natureza humana. Para alguns, ela deveria ser rejeitada porque ela parece fazer violência à unidade do homem.
Tricotomia
Vez por outra, tem sido sugerido que o homem deveria ser entendido como consistindo de certas “partes” especificamente distintas. Um desses entendimentos é usualmente conhecido como tricotomia — a idéia que, segundo a Bíblia, o homem consiste de corpo, alma e espírito. Um dos proponentes mais antigos da tricotomia, como vimos, é Irineu, que ensinava que enquanto os incrédulos possuíam somente almas e corpos, os crentes adquiriam espíritos adicionais, que eram criados pelo Espírito Santo. A tricotomia foi ensinada no século XIX por Franz Delitzsch,J. B. Heard,J. T. Beck,e G. F. Oehler.Mais recentemente tem sido defendido por escritores como Watchman Nee,Charles R. Solomon (que afirma que através do seu corpo, o homem relaciona-se com o ambiente, através de sua alma com os outros, e do seu espírito com Deus),e Bill Gothard.É interessante observar que a tricotomia é também defendida na antiga e na nova Scofield Reference Bible.A despeito deste apoio, devemos rejeitar a visão tricotomista da natureza humana. Para alguns, ela deveria ser rejeitada porque ela parece fazer violência à unidade do homem.
A palavra em
si mesma sugere
que o homem
pode ser separado
em três “partes”:
a palavra tricotomia é formada de
duas palavras gregas, tricha, “tríplice” e temnein, “cortar. Alguns
tricotomistas, incluindo Irineu,
até sugeriram que
certas pessoas tinham
os seus espíritos cortados,
enquanto que outras não. Herman
Bavinck levanta uma
discussão útil deste
assunto no seu
livro Biblical Psychology. Ele assinala que em Platão e em outros
filósofos gregos havia uma aguçada antítese entre as coisas visíveis e as
invisíveis. O mundo como substância
material não teria sido criado por Deus,
diziam os gregos,
mas sempre esteve
contra ele. Um
poder intermediário se
fazia necessário para que pudesse haver ligação entre o mundo e Deus, e,
assim, haver harmonia entre eles — neste caso a alma. Segundo
os opositores da
tricotomia deveríamos também
rejeita-la porque ela faz uma aguda distinção entre o espírito e a alma
que segundo eles não encontraria suporte algum nas Escrituras.
Segundo essa idéia,
quando observamos que as palavras hebraica e grega traduzidas como alma e espírito,
se constata que
elas são freqüentemente usadas
indistintamente nas Escrituras.
O homem
seria então descrito
na Bíblia tanto
como alguém que é
corpo e alma como alguém que é
corpo e espírito: “Não temais
aqueles que matam
o corpo mas
não podem matar a alma” (Mt
10.28); “Também a mulher, tanto a viúva como a virgem, cuida das coisas do Senhor,
de como agradar
ao Senhor, assim
no corpo como
no espírito” (1
Co 7.34); “Como o corpo sem o
espírito está morto, assim a fé sem as obras é morta” (Tg 2.25). A dor seria
atribuída tanto à alma como ao espírito: “Levantou-se Ana e, com amargura de
espírito, orou ao
Senhor, e chorou
abundantemente” (1 Sm
1.10); “Porque o
Senhor te chamou como
a mulher desamparada
e de espírito
abatido; como a
mulher da mocidade, que
fora repudiada, diz
o teu Deus”
(Is 54.6); “Agora
está angustiada a
minha alma” (Jo 12.27);
“Ditas estas cousas,
angustiou-se Jesus em espírito”
(Jo 13.21); “Enquanto
Paulo os esperava em Atenas, o
seu espírito se revoltava, em face da idolatria dominante na cidade” (At 17.16);
“(Porque este justo
[Ló], pelo que
via e ouvia quando
habitava entre eles, atormentava a sua alma justa, cada dia,
por causa das obras iníquas daqueles)” (1 Pe 2.8).
O louvor e o amor a Deus seriam atribuídos tanto a alma como
ao espírito: “A minha alma engrandece
ao Senhor e
o meu espírito
se alegra em Deus
meu Salvador” (lc
1.46-47); “Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração e de
toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força” (Mc 12.30).
A salvação seria
associada tanto à alma
como ao espírito: “Acolhei
com mansidão a palavra
implantada em vós,
a qual é
poderosa para salvar
as vossas almas”
(Tg 1.21); “...entregue a
Satanás, para a destruição da carne, a fim de que o espírito seja salvo, no dia
do Senhor” (1 Co 5.5). O morrer seria descritivo tanto como uma partida daalma
como do espírito: “Ao sair-lhe a alma (porque morreu), deu-lhe o nome de
Benoni” (Gn 35.18); “E estendendo-se
três vezes sobre o menino,
clamou ao Senhor,
e disse: Ó
Senhor meu Deus,
que faças a
alma deste menino tornar a entrar
nele” (1 Rs 17.21); “Não temais os que matam o corpo e não podem matar alma;
temei antes aquele
que pode fazer
perecer no inferno
tanto a alma
como o corpo” (Mt 10.28); “Nas
tuas mãos entrego o meu espírito” (Sl 31.5); “E Jesus clamando outra vez com
grande voz, entregou
o espírito” (Mt
27.50);
“Voltou-lhe o
espírito, ela imediatamente se
levantou”(Lc 8.55); “Então
Jesus clamou em
alta voz: Pai,
nas tuas mãos entrego o meu espírito!” (Lc 23.46);
“E apedrejavam a Estevão que invocava e dizia: Senhor Jesus,
recebe o meu espírito!” (At 7.59). Aqueles que já haviam morrido eram algumas
vezes chamados tanto de almas e outras vezes de espíritos: Mt
10.28, citado acima;
“Quando ele abriu
o quinto selo,
vi debaixo do altar
as almas daqueles
que tinham sido mortos por causa
da palavra de
Deus e por
causa do testemunho que
sustentavam” (Ap 6.9);
“e a
Deus, o juíz
de todos, e
aos espíritos dos justos aperfeiçoados “ (Hb 12.23);
“Pois também Cristo morreu...para conduzir-vos a Deus; morto,
sim, na carne, mas vivificado em espírito, no qual também foi e pregou aos
espíritos em prisão, os
quais noutro tempo
foram desobedientes quando
a longanimidade de
Deus aguardava nos dias de Noé” (1 Pe 3.18-20).
Dicotomia
A outra idéia
usualmente sustentada a
respeito da constituição
do homem é
a chamada dicotomia —
a idéia de
que o homem
consiste de corpo
e alma. Esta
visão tem sido
mais largamente sustentada do
que a tricotomia.
Nossa rejeição de
tricotomia significa que devemos optar pela dicotomia? Um
número de teólogos afirma esta crença.
Louis Berkhof, por exemplo, crê
que “a representação
dominante da natureza do
homem na Escritura
é claramente dicotômica”.É
de convicção de Anthony Hoekema,
contudo, que nós
deveríamos rejeitar tanto
a dicotomia como a tricotomia.
Como cristãos deveríamos
certamente repudiar a
dicotomia no sentido
em que os
antigos gregos a ensinaram. Platão, por exemplo, formulou a idéia de que
o corpo e a alma devem ser tidos como
duas substâncias distintas:
a alma pensante,
que é divina,
e o corpo.
Visto que o corpo é composto de substância inferior chamada matéria, ele
é de um valor inferior à da alma. Na
morte simplesmente o
corpo se desintegra,
mas a alma
racional (ou nous) retorna “aos
ceús”, se o
seu curso de ação foi
justo e honrado,
e continua a
existir para sempre.
A alma é
considerada uma substância
superior, inerentemente indestrutível, enquanto que
o corpo é
inferior à alma,
mortal, e condenado
à destruição total.
Não há no pensamento grego, portanto, lugar algum
para a ressurreição do corpo.
Mas mesmo à
parte do entendimento
grego da dicotomia,
que é claramente
contrário à Escritura, devemos
rejeitar o termo dicotomia como
tal, visto que
ele não é
uma descrição exata da visão
bíblica do homem. A palavra em si mesma é objetável. Ela vem de duas raízes gregas:
diche, significando “dupla”
ou “em duas”;
e temnein, significando “cortar”.
Ela, portanto, sugere que
a pessoa humana
pode ser cortada
em duas “partes”.
Mas o homem nesta presente vida não pode ser
separado dessa maneira. Como veremos, a Bíblia descreve a pessoa humana como
uma totalidade, um todo. O melhor modo de determinar a visão bíblica do homem
como uma pessoa total é examinar os termos usados para descrever os vários
aspectos do homem.
Antes de fazer isso, contudo, duas observações devem ser
feitas:
1) Como foi
dito, a preocupação
primária da Bíblia não
é a constituição
psicológica ou antropológica do
homem mas a sua capacidade inescapável de relacionar-se com Deus;
2) devemos sempre Ter em mente que J. A. T. Robinson diz a
respeito do uso que o Antigo Testamento
faz destes termos:
“Qualquer parte pode ser
tomada pelo todo”,e
o que G. E.
Ladd afirma a
respeito do uso
que o Novo
Testamento faz dessas
palavras:
“A recente erudição tem
reconhecido que termos
como corpo, alma
e espírito não
são diferentes, faculdades
separadas do homem mas diferentes modos de ver a totalidade do homem.”
As palavras do Antigo
Testamento
Começamos com a palavra hebraica nephesh, mais comumente
traduzida como “alma”. O léxico Hebraico de Brown, Driver e Briggs dá dez
significados para essa palavra, da qual os
mais importantes para
o nosso propósito
são: “o ser mais
interior do homem”,
“o ser vivo” (usado
a respeito de
homens e animais)
“o homem em
si mesmo” “o
lugar dos apetites”, “o assento
das emoções”. A palavra pode, algumas vezes, se referir a uma pessoa falecida,
com ou sem meth (“morta”). É algumas vezes dito que a nephesh morre. Está claro, portanto, que a palavra nephesh
pode significar a pessoa total. Edmond Jacob diz o seguinte: “Nephesh é o termo
usual para a natureza total do homem, para o que ele é e não apenas pelo que
tem. Por isso a melhor tradução para nephesh em muitos casos é ‘pessoa’”.A
palavra hebraica seguinte é ruach, usualmente traduzida como “espírito”.
O significado da raíz desta palavra é “ar em movimento”; ela
é freqüentemente usada para descrever o vento. Brown-Driver-Briggs listam
nove significados, incluindo
os seguintes: “espírito”, “animação”, “disposição”,
“espírito de vida e ser que respira morando na carne de homens e animais” (somente
um exemplo deste
último: Ec 3.21),
“assento das emoções”,
“órgão de atos mentais”, “órgão
da vontade”. Ruach, portanto, sobrepõe-se em significado a nephesh. W. D. Stacey diz: “Quando a referência é
feita ao homem em sua relação com Deus, ruach é o termo mais provável para ser
usado. mas quando referência é feita ao homem em relação a outros homens, ou o
homem vivendo a vida comum dos homens, então nephesh é mais provável, se um
termo psíquico é exigido”.
Em ambos os casos a
totalidade do homem está envolvida.Portanto, não deve ser pensado de ruach como
um aspecto separado do homem, mas como a pessoa total vista de determinada
perspectiva. Olhamos a
seguir para as
palavras do Antigo
Testamento usualmente traduzidas
como “coração”: lebh e lebhabh.
Brown-Driver-Briggs
dá dez significados
para estas duas palavras,
incluindo os seguintes: “o
homem mais interior
ou alma”, “mente”,
“resoluções da vontade”,
“consciência”, “caráter moral”, “o homem em si mesmo”, “o lugar dos
apetites”, “o assento das emoções”, “o assento da coragem”.
F. H.
Von Meyenfeldt, em
seu estudo final
da palavra, conclui
que lebh ou lebhabhusualmente
representa a pessoa total e tem uma significação predominantemente religiosa.A palavra coração não
somente é usada
no Antigo Testamento
para descrever o
assento do pensamento, do
sentimento e da vontade; é também a sede do pecado (Gn 6.5; Sl 95.8, 10; Jr
17.9), a sede da renovação espiritual (Dt 30.6; Sl 51.10; Jr 31.33; Ez 36.26),
e o lugar da fé (Sl 28.7; 112.7; Pv 3.5). Mais
do que qualquer
outro termo do
Antigo Testamento, a
palavra coração significa o homem
no mais profundo
centro de sua
existência, e como ele
é no mais
profundo do seu ser.
A filosofia
que o filósofo
holandês Herman Dooyeweerd
desenvolveu, enfatiza que o
coração é o centro e a fonte de toda a atividade religiosa, filosófica e moral
do homem. Ray Anderson chama o coração
de “o centro do eu subjetivo”. Ele é “a unidade do corpo e da alma na
verdadeira ordem deles — ele é a pessoa”.Todos esses três termos examinados do
Antigo Testamento, portanto, descrevem o homem em sua unidade e totalidade,
embora olhando-o de aspectos ligeiramente diferentes. H. Wheeler Robinson comenta: “Não
é possível fazer
uma diferenciação exata
das províncias cobertas
pelo ‘coração’ (lebhabh), nephesh e ruach, pela simples
razão de que tal diferenciação exata nunca foi feita”.A próxima
palavra é basar, usualmente
traduzida como “carne”.
Brown-Driver-Briggs lista
seis significados, incluindo
os seguintes: “”carne”
(para o corpo),
“parentesco de sangue”, “homem contra Deus como fraco e
errante”, “raça humana”.
N. P.
Bratsiotis diz que basar
é mais freqüentemente
usado no Antigo
Testamento para “o aspecto
externo e carnal
da natureza humana”.Ele
continua a dizer
que quando basar é distinto do aspecto externo do homem e
nephesh é entendido como sendo o aspecto interno, mesmo assim nunca
devemos pensar destas
palavras como descrevendo
um dualismo de alma e corpo no sentido platônico. Ao contrário, basar e nephesh
devem ser entendidos
como aspectos diferentes
da existência do homem como uma entidade
dual. A
palavra basar é freqüentemente usada
para descrever o
homem em sua
fraqueza. H. W. Wolff observa que freqüentemente basar
descreve a vida humana como débil e fraca, dando como exemplo
deste uso Jeremias
17.5 – “Maldito
o homem que
confia no homem,
faz da carne mortal o seu
braço”.Basar pode algumas vezes denotar a pessoa total, não apenas o aspecto
físico.Mas ela pode também ser juntada com nephesh em maneiras que referem ao
homem total. Basar, portanto,
também é freqüentemente usado
no Antigo Testamento
para denotar a pessoa total, embora com ênfase no lado
exterior. Assim, o mundo do pensamento
do Antigo Testamento exclui totalmente qualquer espécie de dicotomia ou
dualismo que pinte o homem como feito de duas substâncias distintas. Como H. Wheeler Robinson diz:
“A ênfase final
deve cair sobre
o fato de
que os quatro
termos: nephesh, ruach,lebh
e basar), simplesmente apresentam
aspectos diferentes da unidade da personalidade.”As palavras do Novo
Testamento A primeira
palavra do Novo
Testamento que examinaremos
é psyche, a palavra
grega equivalente a nephesh, usualmente
traduzida como “alma”.
O léxico
do Novo Testamento Grego de
Arndt-Gingrich lista um
número de significados
para esta palavra,
alguns dos quais são:
“princípio de vida”,
“vida terreal”, “assento
da vida mais
interior do homem” (incluindo sentimentos
e emoções), “a
sede e o
centro da vida que transcende
o que é terreno”, “aquilo que possui vida: uma
criatura viva”. Eduard Schweizer afirma que psyche é usado freqüentemente nos
Evangelhos para descrever o homem total,para representar a verdadeira vida em
distinção da vida puramente física,e
para referir-se à existência dada por Deus que sobrevive à morte.Schweizer diz
que Paulo usa psyche quando se refere à vida natural e à vida verdadeira; ele
freqüentemente usa a palavra para descrever a pessoa.No Livro do Apocalipse
psyche pode ser usada para denotar a vida após a morte (como em 6.9).Está
claro, portanto, que psyche, como nephesh, freqüentemente significa a pessoa
total. Agora nos voltamos para a palavra pneuma, o equivalente do Novo
Testamento a ruach, que quando se refere
ao homem é
mais usualmente traduzida
como “espírito”.
O léxico de Arndt-Gingrich dá
oito significados, incluindo
os seguintes: “o
espírito como parte
da personalidade humana”, “o ego de uma pessoa”, “uma disposição ou
estado de mente”. Schweizer diz
que Paulo usa pneuma
para as funções
físicas do homem,
que ele é freqüentemente um
paralelo de psyche, e que pode
denotar o homem
como um todo,
com ênfase mais forte sobre o seu psíquico do que sobre a sua natureza
física. George Ladd, numa discussão da psicologia paulina, diz-nos que no
pensamento de Paulo o homem serve a Deus
com o espírito e experimenta a renovação no espírito. Paulo algumas
vezes contrasta o pneuma com o corpo como a dimensão mais interior em contraste
com lado exterior do homem (2 Co 7.1; Rm 8.10).
Pneuma pode descrever a autoconsciência do homem (1 Co 2.11). W. D.
Stacey argumenta que
Paulo não vê o
pneuma como algo
que somente o
regenerado tem: “Todos os
homens têm pneuma
desde o nascimento,
mas o pneuma cristão,
na comunhão com o
Espírito de Deus,
assume um novo
caráter e uma
nova dignidade” (Rm 8.10).É
interessante observar que pneuma
pode se referir
à vida após
a morte. Como
já vimos, Hebreus 12.23
descreve santos mortos
como “os espíritos dos
justos aperfeiçoados”, e ambos, Cristo (Lc 23.46) e Estevão (At
7.59), como moribundos encomendando seus espíritos a Deus o Pai ou Deus o
Filho. Pneuma também
é em grande
parte sinônimo de psyche,
as duas palavras
freqüentemente usadas indistintamente no
Novo Testamento. Ladd,
contudo, sugere uma
distinção entre elas: “O
espírito é freqüentemente usado
a respeito de
Deus; a alma
nunca é usada
dessa forma. Isto sugere
que pneuma representa o
homem em seu lado voltado
para Deus, enquanto que psyche
representa o homem em seu lado humano.”
A próxima palavra que olharemos é kardia, a palavra do Novo
Testamento equivalente a lebhe lebhabh, usualmente traduzida como
“coração”. Arndt-Gingrich dá o seguinte
sentido principal da palavra: “a sede da vida física, espiritual e mental”. Ele
é também descrito como o centro e a fonte da totalidade da vida mais interior
do homem, com
seu pensamento, sentimento
e vontade.
O coração é
também dito ser o
lugar de morada do Espírito Santo. Johannes Behm semelhantemente descreve o
coração no Novo Testamento como o principal órgão da vida
psíquica e espiritual, o
lugar no ser humano
no qual Deus
testemunha de si mesmo.
O coração é
o centro da
vida mais interior
de uma pessoa:
de seus sentimentos, entendimento, e vontade. O
coração significa a totalidade do ser interior do homem, a parte mais profunda
dele; ele é
sinônimo de ego, a
pessoa. Kardia é supremamente
o centro no homem para o qual Deus se volta, no qual a
vida religiosa está enraizada, e que determina a conduta moral. Anteriormente
já observamos que lebh no Antigo Testamento é também usado para indicar o coração
como a sede do pecado, a sede da renovação espiritual e o lugar da fé. Isto
também se aplica a kardia. Além disso, podemos observar que as outras virtudes
cristãs são descritas como kardia. O amor é associado com o coração em 2 Tessalonicenses 3.5 e 1 Pedro 1.22.
A obediência é ligada
ao coração em
Romanos 6.17 e
em Colossenses 3.22.
O perdão é associado ao coração em Mateus 18.35. O
coração é ligado com humildade em Mateus 11.29, e é descrito como o assento da
pureza em Mateus 5.8 e Tiago 4.8. A gratidão é associada com o coração em
Colossenses 3.16. Em uma seção de sua Dogmatics na qual ele trata com “o homem
como alma e corpo”, Karl Barth, falando do coração no Novo e no Antigo
Testamento, diz: Assim, novamente aqui
vemos a ênfase
bíblica na totalidade
do homem. Kardia significa
a pessoa total em sua essência mais interior. No coração a atitude
básica do homem para com Deus é determinada, seja de fé ou de incredulidade, de
obediência ou de rebelião. Embora
estritamente falando, o
Antigo Testamento não
tenha uma palavra
para corpo, ele usa basar para
descrever o aspecto físico do homem, sua carne. No Novo Testamento há duas
palavras para corpo: sarx e soma.
Arndt-Gringrich lista oito
significados para sarx, usualmente traduzidos
como “carne”; entre outros
significados estão: “corpo”, “um ser humano”, “natureza humana”, “limitação
física”, “o lado
exterior da vida”,
e “o instrumento
desejoso do pecado”
(particularmente nos escritos de Paulo). Sarx no Novo Testamento, então
possui dois significados principais:
1) O aspecto externo, físico da existência do homem — neste
sentido ele pode ser usado do homem como um todo;
2) Carne
como a tendência
dentro do homem
caído para desobedecer
a Deus em
todas as áreas da vida.Neste segundo
sentido, encontrado principalmente nas
epístolas de Paulo,
não devemos restringir o
sentido de sarx como
se referindo somente
ao que usualmente
chamamos de “pecados da
carne” (pecados do
corpo); ao contrário,
deveríamos entendê-lo como referindo-se aos pecados cometidos pela
pessoa total. Na lista das “obras da carne” (ta erga tes sarkos) encontrada em
Gálatas 5.19-21, onde cinco de quinze dizem respeito aos pecados do corpo; o
restante diz respeito
ao que chamamos
de “pecados do
espírito”— como ódio, discórdia e ciúme. Assim, mesmo quando
a palavra sarks é usada neste segundo sentido, ela diz respeito à pessoa total,
e não apenas a uma parte dela. Agora nos voltamos para a palavra soma,
usualmente traduzida como “corpo”.
Arndt-Gingrich dá cinco
significados, incluindo os seguintes:
“o corpo vivo”,
“o corpo da ressurreição”, e “a comunidade cristã ou
igreja”. Clarence B. Bass, num artigo sobre o corpo nas Escrituras,
também lista cinco
definições da palavra soma:
“a pessoa total
como uma entidade diante
de Deus”, “o locus
do espiritual no
homem”, “o homem
total como destinado para a
membrezia no reino de Deus”, “o veículo para a ressurreição”, e “o lugar
do teste
espiritual em termos
do qual o
julgamento acontecerá”.Ele
chega à seguinte conclusão:
“Assim, está claro que o corpo é usado para representar a totalidade do homem, e milita contra qualquer idéia da visão bíblica do homem como existindo à parte da manifestação corporal”. Podemos resumir nossa discussão das palavras bíblicas usadas para descrever os vários aspectos do homem, como segue: o homem deve ser entendido como um ser unitário. Ele tem um lado físico e um lado mental ou espiritual, mas não devemos separar esses dois. A pessoa humana deve ser entendida como uma alma corporificada ou um corpo “espiritualizado” (“animado”).
“Assim, está claro que o corpo é usado para representar a totalidade do homem, e milita contra qualquer idéia da visão bíblica do homem como existindo à parte da manifestação corporal”. Podemos resumir nossa discussão das palavras bíblicas usadas para descrever os vários aspectos do homem, como segue: o homem deve ser entendido como um ser unitário. Ele tem um lado físico e um lado mental ou espiritual, mas não devemos separar esses dois. A pessoa humana deve ser entendida como uma alma corporificada ou um corpo “espiritualizado” (“animado”).
A pessoa humana
deve ser vista
em sua totalidade,
não como uma composição
de diferentes “partes”.
Este é o ensino
claro de ambos
os Testamentos. O homem como uma unidade psicossomática Embora
a Bíblia veja
o homem como
uma totalidade, ela
também reconhece que
o ser humano possui
dois lados: o
físico e o
não-físico. Ele possui um
corpo físico, mas
ele também é uma
personalidade. Ele tem
uma mente com
a qual ele
pensa, mas também
um cérebro que é
parte do seu corpo, e sem o
qual ele não pode
pensar. Quando as
coisas andam erradas com ele, é necessária uma cirurgia, mas outras
vezes ele pode precisar de um aconselhamento. O homem é uma pessoa que pode,
contudo, ser vista de dois ângulos. Como,
então, haveremos de
expressar esses “dois
lados” do homem?
Já observamos
as dificuldades relacionadas com
o termo dicotomia. Alguns
têm falado de um
dualismo,enquanto outros preferem o termo dualidade, fazendo maior justiça à
unidade do homem. A preferência
de alguns teólogos,
contudo, é falar do
homem como uma unidade
psico-somática.
A vantagem
desta expressão é
que ela faz
plena justiça aos
dois aspectos do homem, ao mesmo tempo em que enfatiza a
sua unidade. O homem, então, existe num estado de unidade psico-somática.
Assim, fomos criados, assim somos agora, e assim seremos após a ressurreição do
corpo. Porque a redenção plena inclui a
redenção do corpo
(Rm 8.23; 1
Co 15.12-57), visto
que o homem
não é completo
sem o corpo. O futuro glorioso
dos seres humanos em Cristo inclui ambos, a ressurreição do corpo e uma nova
terra purificada e aperfeiçoada.
ESUTES
– Escola Superior de Teologia do ES
II. A natureza do homem
Meyer Pearlman
1. A tri-unidade humana.
Segundo Gên. 2:7, o homem se
compõe de duas substâncias — a substância material, chamada corpo, e a
substância imaterial, chamada alma. A alma é a vida do corpo e quando a alma se
retira o corpo morre. Mas, segundo 1 Tess. 5:23 e Heb. 4:12, o homem se
compõe de três substâncias — espírito, alma e corpo; alguns estudantes da
bíblia defendem essa opinião de três partes da constituição humana versus
doutrina de duas partes apenas, adotada por outros. Ambas as opiniões são
corretas quando bem compreendidas. O espírito e a alma representam os dois
lados da substância não-física do homem; ou, em outras palavras, o
espírito e a alma representam os dois lados da natureza espiritual. Embora
distintos, o espírito e a alma são inseparáveis, são entrosados um no
outro. Por estarem tão interligados, as palavras "espírito" e
"alma" muitas vezes se confundem (Ecl. 12:7; Apoc. 6:9);
de maneira que em um trecho a substância espiritual do homem se descreve
como a alma (Mat. 10:28), e em outra passagem como espírito (Tia. 2:26). Embora
muitas vezes os termos sejam usados alternativamente, têm significados
distintos. Por exemplo: "A alma" é o homem como o vemos em relação a
esta vida atual. As pessoas falecidas descrevem-se como "almas"
quando o escritor se refere à sua vida anterior. (Apoc. 6:9, 10; 20:4.)
"O espírito" é a descrição comum daqueles que passaram para a outra
vida. (Atos 23:9; 7:59; Heb. 12:23; Luc. 23:46; 1 Ped. 3:19.) Quando alguém for
"arrebatado" temporariamente fora do corpo (2 Cor. 12:2) se descreve
como "estando no espírito".(Apoc. 4:2; 17:3.) Sendo o homem
"espírito", é capaz de ter conhecimento de Deus e comunhão com
ele; sendo "alma", ele tem conhecimento de si próprio; sendo
"corpo", tem, através dos sentidos, conhecimento do mundo. —
Scofield.
2. O espírito humano.
Habitando a carne humana,
existe o espírito dado por Deus em forma individual. (Num. 16:22; 27:16.)
O Espírito foi formado pelo Criador na parte interna da natureza do homem,
capaz de renovação e desenvolvimento. (Sal. 51:10.) Esse espírito é o centro e
a fonte da vida humana; a alma possui e usa essa vida e lhe dá expressão
por meio do corpo.
No princípio Deus soprou o espírito de vida no corpo inanimado e o homem "foi feito alma vivente". Assim a alma é um espírito encarnado, ou um espírito humano que recebe expressão mediante o corpo. A combinação desses dois elementos constitui o homem em "alma". A alma sobrevive à morte porque o espírito a dota de energia; no entanto, a alma e o espírito são inseparáveis porque o espírito está entrosado e confunde-se com a substância da alma. O espírito é aquilo que faz o homem diferente de todas as demais coisas criadas. é dotado de vida humana (e inteligência, Prov. 20:27; Jo 32:8) que se distingue da vida dos irracionais. Os irracionais têm alma (Gên. 1:20, no original) mas não têm espírito. Em Ecl. 3:21 a referência trata aparentemente do princípio de vida, tanto no homem como no irracional. Salomão registrou uma pergunta que fez quando se afastou de Deus. Assim, dessemelhante dos homens, os irracionais não podem conhecer as coisas de Deus (1 Cor. 2:11; 14:2; Efés. 1:17;4:23) e não podem ter relações pessoais e responsáveis com ele. (João 4:24.) O espírito do homem, quando se torna morada do Espírito de Deus (Rom. 8:16), é centro de adoração (João 4:23,24); de oração, cântico, bênção (1 Cor. 14:15), e de serviço (Rom. 1:9; Fil. 1:27).
O espírito humano, representando a natureza suprema do homem, rege a qualidade de seu caráter. Aquilo que domina o espírito toma-se atributo de seu caráter. Por exemplo, se o homem permitir que o orgulho o domine, ele tem um "espírito altivo". (Prov. 16:18.) Conforme as influências respectivas que o dominem, um homem pode ter um espírito perverso (Isa. 19:14); um espírito rebelde (Sal. 106:33); um espírito impaciente (Prov. 14:29); um espírito perturbado (Gên.41:18); um espírito contrito e humilde (Isa. 57:15; Mat. 5:3). Pode estar sob um espírito de servidão (Rom. 8:15), ou ser impelido pelo espírito de inveja (Num.5:14). Assim é que o homem deve guardar o seu espírito (Mal. 2:15), dominar o seu espírito (Prov. 16:32), pelo arrependimento tornar-se um novo espírito (Ezeq. 18:31) e confiar em Deus para transformar o seu espírito (Ezeq. 11:19). Quando as paixões vis exercerem o domínio e a pessoa manifestar um espírito perverso, significa que a alma (a vida egocêntrica ou vida natural) destronizou o espírito.
O espírito lutou e perdeu. O homem é vitima de seus sentimentos e apetites naturais; e é "carnal". O espírito já não domina mais, e essa impotência se descreve como um estado de morte. Dessa maneira há necessidade de receber um espírito novo (Ezeq. 18:31; Sal. 51:10); e somente aquele que originalmente soprou no corpo do homem o fôlego da vida poder soprar na alma do homem uma nova vida espiritual — isto é, regenerá-lo. (João 3:8; 20:22; Gal. 3:10.) Quando assim sucede, o espírito do homem novamente ocupa lugar de ascendência, e chega a ser homem "espiritual". Entretanto, o espírito não pode viver de si mesmo, mas deve buscar a renovação constante mediante o Espírito de Deus.
No princípio Deus soprou o espírito de vida no corpo inanimado e o homem "foi feito alma vivente". Assim a alma é um espírito encarnado, ou um espírito humano que recebe expressão mediante o corpo. A combinação desses dois elementos constitui o homem em "alma". A alma sobrevive à morte porque o espírito a dota de energia; no entanto, a alma e o espírito são inseparáveis porque o espírito está entrosado e confunde-se com a substância da alma. O espírito é aquilo que faz o homem diferente de todas as demais coisas criadas. é dotado de vida humana (e inteligência, Prov. 20:27; Jo 32:8) que se distingue da vida dos irracionais. Os irracionais têm alma (Gên. 1:20, no original) mas não têm espírito. Em Ecl. 3:21 a referência trata aparentemente do princípio de vida, tanto no homem como no irracional. Salomão registrou uma pergunta que fez quando se afastou de Deus. Assim, dessemelhante dos homens, os irracionais não podem conhecer as coisas de Deus (1 Cor. 2:11; 14:2; Efés. 1:17;4:23) e não podem ter relações pessoais e responsáveis com ele. (João 4:24.) O espírito do homem, quando se torna morada do Espírito de Deus (Rom. 8:16), é centro de adoração (João 4:23,24); de oração, cântico, bênção (1 Cor. 14:15), e de serviço (Rom. 1:9; Fil. 1:27).
O espírito humano, representando a natureza suprema do homem, rege a qualidade de seu caráter. Aquilo que domina o espírito toma-se atributo de seu caráter. Por exemplo, se o homem permitir que o orgulho o domine, ele tem um "espírito altivo". (Prov. 16:18.) Conforme as influências respectivas que o dominem, um homem pode ter um espírito perverso (Isa. 19:14); um espírito rebelde (Sal. 106:33); um espírito impaciente (Prov. 14:29); um espírito perturbado (Gên.41:18); um espírito contrito e humilde (Isa. 57:15; Mat. 5:3). Pode estar sob um espírito de servidão (Rom. 8:15), ou ser impelido pelo espírito de inveja (Num.5:14). Assim é que o homem deve guardar o seu espírito (Mal. 2:15), dominar o seu espírito (Prov. 16:32), pelo arrependimento tornar-se um novo espírito (Ezeq. 18:31) e confiar em Deus para transformar o seu espírito (Ezeq. 11:19). Quando as paixões vis exercerem o domínio e a pessoa manifestar um espírito perverso, significa que a alma (a vida egocêntrica ou vida natural) destronizou o espírito.
O espírito lutou e perdeu. O homem é vitima de seus sentimentos e apetites naturais; e é "carnal". O espírito já não domina mais, e essa impotência se descreve como um estado de morte. Dessa maneira há necessidade de receber um espírito novo (Ezeq. 18:31; Sal. 51:10); e somente aquele que originalmente soprou no corpo do homem o fôlego da vida poder soprar na alma do homem uma nova vida espiritual — isto é, regenerá-lo. (João 3:8; 20:22; Gal. 3:10.) Quando assim sucede, o espírito do homem novamente ocupa lugar de ascendência, e chega a ser homem "espiritual". Entretanto, o espírito não pode viver de si mesmo, mas deve buscar a renovação constante mediante o Espírito de Deus.
III. A imagem de Deus no homem
"Façamos o homem … nossa
imagem, conforme a nossa semelhança." (Vide Gên. 5:1; 9:6; Ecl. 7:29; Atos
17:26,28,29; 1 Cor. 11:7; 2 Cor. 3:18; 4:4; Efés. 4:24; Col. 1:15; 3:10;
Tia. 3:9; Isa. 43:7; Efés. 2:10.) O homem foi criado à semelhança de Deus, foi
feito como Deus em caráter e personalidade. E em todas as Escrituras
o ideal e alvo exposto diante do homem é o de ser semelhante a Deus.
(Lev. 19:2; Mat. 5:45-48; Efés. 5:1.) E ser como Deus significa ser como
Cristo, que é a imagem do Deus invisível.
Consideremos alguns dos
elementos que constituem a imagem divina no homem:
1. Parentesco com Deus.
A relação de Deus com as
primeiras criaturas viventes consistia em essas, de maneira inflexível,
obedecerem aos instintos implantados pelo Criador; mas a vida que inspirou ao
homem foi resultado verdadeiro da personalidade de Deus. O homem, na
verdade, tem um corpo feito do pó da terra, mas Deus soprou nas narinas o
sopro da vida (Gên. 2:7); dessa maneira dotou-o de uma natureza capaz de
conhecer, amar e servir a Deus. Por causa dessa imagem divina todos os
homens são, por criação, filhos de Deus. Mas, desde que essa imagem
foi manchada pelo pecado, os homens devem ser recriados ou nascidos
de novo (Efés. 4:24) para que sejam em realidade filhos de
Deus.Um erudito da língua grega aponta o fato de uma das palavras
gregas traduzidas por "homem" (anthropos) ser uma combinação
de palavras significando literalmente "aquele que olha para
cima". O homem é criatura de oração, e há ocasião na vida dos
mais perversos quando eles invocam a algum Poder Supremo para socorrê-los.
O homem pode não entender a grandeza da sua dignidade, e assim se tornar
semelhante aos irracionais que perecem (Sal. 49:20), mas ele não é
irracional. Mesmo na sua degradação, o homem é testemunha da sua origem
nobre, pois o animal não pode degradar-se. Por exemplo, ninguém pensaria
em ordenar a um tigre dizendo: "Sê tigre!" Ele sempre foi e sempre
ser tigre! Mas a ordem, "Sê homem", leva um verdadeiro
significado àquele que se degradou. Por mais que se tenha o homem
degradado, ainda ele reconhece que deveria estar em plano mais elevado.
2. Caráter moral.
O reconhecimento do bem e do
mal pertence somente ao homem. A um animal pode-se ensinar a não fazer certas
coisas, mas é porque essas coisas são contrárias à vontade do dono e não porque
o animal saiba que estas coisas são sempre corretas e outras sempre
erradas. Em outras palavras, os animais não possuem natureza religiosa ou moral;
não são capazes de ser instruídos nas verdades concernentes a Deus e à
moralidade. Assim escreve um grande naturalista: Concordo plenamente com a
opinião dos escritores que asseguram ser o sentido moral, ou seja, a
consciência, a mais importante de todas as diferenças entre o homem e
os animais inferiores. Esse sentido está resumido naquele curto
mas imperioso "deve", tão cheio de significação. É o mais nobre
de todos os atributos do homem.
3. Razão.
O animal é meramente uma
criatura da natureza; o homem é senhor da natureza. Ele é capaz de
refletir sobre si próprio e arrazoar a respeito das causas das coisas.
Pensem nas invenções maravilhosas que surgiram da mente do homem — o relógio, o
microscópio, o vapor, o telégrafo, o rádio, a máquina de somar, e outras
numerosas demais para se mencionar. Olhem a civilização construída pelas
diversas artes. Considerem os livros que foram escritos, a poesia e a música
que foram compostas. E então adorem ao Criador por esse dom maravilhoso da
razão! A tragédia da história é esta: que o homem tem usado esse dom para
propósitos destrutivos, até mesmo para negar o Criador que o fez uma criatura
pensante.
4. Capacidade para a imortalidade.
A existência da árvore da
vida no Jardim do Éden indica que o homem nunca teria morrido se não
tivesse desobedecido a Deus. Cristo veio ao mundo para colocar a Alimento
da Vida ao nosso alcance, para que não pereçamos, mas vivamos para sempre.
5. Domínio sobre a terra.
O homem foi designado para
ser a imagem de Deus com respeito à soberania; e como ninguém pode ser monarca
sem súditos e sem reino, Deus deu-lhe tanto um "império" como um
"povo". Deus os abençoou, e lhes disse: "Frutificai,
multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do
mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se arrastam sobre a
terra" (Gên. 2:28.Vide Sal. 8:5-8.) Em virtude dos poderes implícitos em
ser o homem formado à imagem de Deus, todos os seres viventes sobre
a terra estavam entregues na sua mão. Ele devia ser o representante visível
de Deus em relação às criaturas que o rodeavam. O homem tem enchido a terra com
as suas produções. É um privilégio especial do homem subjugar o poder da
natureza à sua própria vontade. Ele, o homem, obrigou o relâmpago a ser o seu mensageiro,
tem circundado o globo, subido até às nuvens e penetrado as profundezas do
mar. Ele tem jogado as forças da natureza umas contra as outras, mandando os
ventos ajudá-lo em enfrentar o mar. Se é tão maravilhoso o domínio do
homem sobre a natureza externa e inanimada, mais maravilhoso ainda é o seu
domínio sobre a natureza animada. Vejam o falcão treinado derribar a presa
aos pés do seu dono e voltar quando os grandes espaços o convidam à
liberdade; vejam o cão usar a sua velocidade a serviço do dono, tomar a presa
que não será sua; vejam o camelo transportar o homem através do deserto,
sua própria habitação. Todos eles mostram a capacidade criadora do homem e a
sua semelhança com Deus o Criador.
A queda do homem resultou na perda e no desfiguramento da imagem divina. Isto não quer dizer que os poderes mentais e psíquicos (a alma) foram perdidos; mas que a inocência original e a integridade moral, nas quais foi criado, foram perdidas por sua desobediência. Portanto, o homem é absolutamente incapaz de salvar-se a si mesmo e está sem esperança, a não ser por um ato de graça que lhe restaure a imagem divina.Este assunto será tratado mais detalhadamente no capítulo seguinte.
A queda do homem resultou na perda e no desfiguramento da imagem divina. Isto não quer dizer que os poderes mentais e psíquicos (a alma) foram perdidos; mas que a inocência original e a integridade moral, nas quais foi criado, foram perdidas por sua desobediência. Portanto, o homem é absolutamente incapaz de salvar-se a si mesmo e está sem esperança, a não ser por um ato de graça que lhe restaure a imagem divina.Este assunto será tratado mais detalhadamente no capítulo seguinte.
CONHECENDO AS DOUTRINAS DA BÍBLIA
B. Quem é o homem?
Responder a essa pergunta é,
de fato, muito mais simples, pois trata de nós mesmo. É válido
lembrar que o homem foi
criado por Deus de maneira especial, como já foi estudado. Entretanto, este
estado original já foi
corrompido. Por isso, três conclusões podem ser lançadas:
O homem é totalmente depravado
“O homem, devido à sua queda
num estado de pecado, perdeu completamente toda capacidade para querer algum bem espiritual que acompanhe
a salvação. É assim que, como homem natural que está inteiramente oposto ao bem
e morto no pecado, não pode,
por sua própria força converter-se ou preparar-se para isso”. Sobre isso, a confissão de
Westminster é clara, não existe mérito ou dignidade no homem que o faça merecer a salvação. O
homem por si só está perdido, morto em seus delitos e pecados. E nada pode fazer, por suas próprias
forças, para sair dessa situação. (Ef.4.17-19).
O homem é totalmente incapaz de agradar a
Deus
Além de totalmente
corrompido, o homem natural, não regenerado, é incapaz de agradar a
Deus. Nada que, porventura,
ele venha a fazer seja suficiente para conseguir a aprovação de Deus. A
inconformidade do homem com
as exigências morais da Lei de Deus faz com que ele seja impossibilitado de agradar a Deus (Rm.8.8;
Hb.11.6).
O homem não é livre, é escravo do pecado
Se absolutamente todos os
homens estão corrompidos, e essa corrupção atinge cada aspecto
do seu ser, é impossível que
o homem seja livre. Enquanto o homem está debaixo do pecado, sujeito a
ele, escravizado por ele, não
pode ser livre. Apenas quando este conhece a verdade, ele é retirado, pela verdade, da escravidão para a
liberdade (Jo.8.32; cf. 14.6; 17.17). Paulo diz que na salvação o homem muda de senhorio: do pecado
para Deus (Rm.6.18, 22). Contudo, a submissão a Deus não aprisiona ninguém, muito pelo
contrário, abre portas para a liberdade (Gl.5.1, 13).
O homem é totalmente responsável por sua
condição
A Bíblia nunca coloca sobre
Deus a responsabilidade da prática ou da culpa do pecado, mas
antes, sobre aqueles que
praticam o mal é que sobrevém a culpa, a punição e o peso dessa infração da lei moral de Deus. Isso se chama
responsabilidade. Assim, o homem natural, não regenerado, além de
desprovido da Graça, de ser
incapaz de agradar a Deus, escravo do pecado, é responsável por cada uma de suas ofensas a Deus. Nunca
uma ação individual pecaminosa pode ter sua culpa ou responsabilidade lançada sobre outro dentro da
perspectiva bíblica. Isso pode ser claramente observado no Texto de Rm.1.18-32, onde todos os verbos
relacionados às práticas dos homens são ativos.
Teologandomarceloberti
DEUS OS ABENÇOE !






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