domingo, 21 de julho de 2019

Lição 04: Os Cônjuges e Suas Responsabilidades








 TEXTO BÍBLICO BASE


Colossenses – 3 :18-25

18 Esposas, sede submissas ao próprio marido, como convém no Senhor.
19 Maridos, amai vossa esposa e não a trateis com amargura.
20 Filhos, em tudo obedecei a vossos pais; pois fazê-lo é grato diante do Senhor.
21 Pais, não irriteis os vossos filhos, para que não fiquem desanimados.
22 Servos, obedecei em tudo ao vosso senhor segundo a carne, não servindo apenas sob vigilância, visando tão-somente agradar homens, mas em singeleza de coração, temendo ao Senhor.
23 Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor e não para homens,
24 cientes de que recebereis do Senhor a recompensa da herança. A Cristo, o Senhor, é que estais servindo;
25 pois aquele que faz injustiça receberá em troco a injustiça feita; e nisto não há acepção de pessoas.

                                                          TEXTO ÁUREO
                                 "Assim não são mais dois, mas uma só carne. 
                          Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem." 
                                                          Mt 19.6




                          Estudo Bíblico 
                  Os Deveres dos Cônjuges

O casamento traz consigo direitos e deveres. Tanto o marido como a mulher devem algo a seu cônjuge. O ensino das Escrituras é muito claro acerca disto:

“O marido pague a sua mulher o que lhe deve, e da mesma maneira a mulher ao marido”. (1 Coríntios 7.3)

Embora o texto acima fale de algo pertencente à vida sexual, é inegável que este conceito envolve um princípio existente no casamento como um todo. Os que se casaram tem deveres dos quais foram incumbidos por Deus na relação matrimonial. Na Nova Tradução na Linguagem de Hoje, este texto é apresentado assim: “O homem deve cumprir o seu dever como marido, e a mulher também deve cumprir o seu dever como esposa” (1 Coríntios 7.3 – NTLH).

UMA DÍVIDA A SER PAGA

A palavra usada pelo apóstolo, no original grego, que foi traduzida como “o que lhe deve” (ou, em outras versões, “o que lhe é devido”), de acordo com o Léxico da Concordância de Strong, é “opheilo” e significa “dever; dever dinheiro; estar em débito com; aquilo que é devido; dívida”. Portanto, temos uma dívida a ser paga no casamento. Porém, convido-o a colocar o foco na sua própria dívida, e não na de seu cônjuge, uma vez que, em matéria de relacionamento, temos a inclinação natural de sermos melhores credores do que pagadores. Quase sempre que falo a casais sobre os deveres dos cônjuges percebo que eles sempre dão mais atenção ao que vão cobrar do outro do que à aquilo que eles deveriam fazer… E o que vemos nestes cônjuges é algo muito parecido com a parábola que Jesus contou acerca do credor incompassivo: na hora de cobrar a dívida de outros nunca usam da mesma compreensão e misericórdia que querem que outros tenham com eles.

Como Jesus ensinou, temos a capacidade de ver o cisco no olho do irmão e não reparar na trave que está em nosso próprio olho (Lc 6.41); vemos os “pequenos” defeitos dos outros e não queremos enxergar os nossos próprios grandes defeitos. O fato é que deveríamos focar primeiro em nossa parte dos deveres, até por que assim seria bem mais fácil não somente cobrar, mas estimular o parceiro a também fazer sua parte. Quem dera todo marido e esposa pensasse mais no que ele deve ao seu cônjuge do que naquilo que lhe é devido!

Nosso foco principal na relação conjugal jamais deveria ser os nossos direitos (que de fato possuímos – e pelos quais tanto reclamamos) e sim os nossos deveres! Precisamos viver em função de nossos cônjuges, não em função de nós mesmos. O problema de muitos é que eles entram no matrimônio atrás de um nível de realização que desejam mais para si mesmos do que para o seu companheiro de aliança.

A MENTALIDADE PARASITA

Talvez não haja nada tão destrutivo para um relacionamento como o que chamo de “mentalidade parasita”. No livro de Provérbios lemos acerca disto:

“A sanguessuga tem duas filhas, a saber: Dá, Dá. Há três coisas que nunca se fartam, sim, quatro que não dizem: basta Elas são a sepultura, a madre estéril, a terra, que não se farta de água, e o fogo, que nunca diz: basta!”. (Provérbios 30.15,16)

A sanguessuga é um verme parasita. Ela estabelece uma associação onde não oferece nada ao hospedeiro e tira dele tudo o que puder. Mas este texto do livro de Provérbios fala da sanguessuga e suas filhas não apenas como quem só quer receber e não nada tem a oferecer; além desta atitude – que já é tão nociva – o texto bíblico acrescenta que, não importa o quanto receba, a pessoa que tem a mentalidade parasita nunca está satisfeita e sempre quer mais!

A definição de parasitas encontrada na Wikipédia é a seguinte: “Parasitas são organismos que vivem em associação com outros dos quais retiram os meios para a sua sobrevivência, normalmente prejudicando o organismo hospedeiro, um processo conhecido por parasitismo. Todas as doenças infecciosas e as infestações dos animais e das plantas são causadas por seres considerados, em última análise, parasitas. O efeito de um parasita no hospedeiro pode ser mínimo, sem lhe afetar as funções vitais, como é o caso dos piolhos, até poder causar a sua morte, como é o caso de muitos vírus e bactérias patogênicas”.

É como diz o antigo ditado (muito bem explorado por Craig Hill em seu livro de mesmo título): os que se casam com a mentalidade parasita são “duas pulgas e nenhum cachorro”. A maioria, ao casar-se, age como uma pulga que encontrou um cachorro, com o desejo de sugar do outro tudo que o satisfaça. Porém, normalmente o outro cônjuge também é uma pulga esperando a vida toda por seu cachorro e não demora muito tempo para que descubram a relação na qual entraram: duas pulgas e nenhum cachorro! Se queremos um casamento abençoado devemos abandonar esta atitude parasita e procurar entender a visão bíblica de servir ao cônjuge. Mais do que compreender os direitos, necessitamos entender os deveres da aliança!

Devemos focar os direitos do outro (que são os nossos deveres) e não os nossos direitos (que são os deveres do outro). É assim que Deus vê o casamento. Ninguém deveria casar para SER feliz; este é um mito acerca do casamento que tem sido propagado, erroneamente, há muito tempo – mesmo nas igrejas (que deveriam estar ensinando a visão correta do matrimônio). O princípio bíblico fala de casar para FAZER seu cônjuge feliz. Veja o que a Palavra de Deus diz acerca do objetivo do homem recém-casado (e de como mesmo as coisas mais importantes tornavam-se secundárias diante deste propósito):

“Homem recém-casado não sairá à guerra, nem se lhe imporá qualquer encargo; por um ano ficará livre em casa e promoverá felicidade à mulher que tomou.” (Deuteronômio 24.5)

Gosto desta frase: “promoverá felicidade à mulher que tomou”. É o que todo marido deve promover para sua esposa! É claro que isso não significa que somente a mulher deva ser feita feliz nesta relação. Em Gênesis 2.18 lemos que Deus criou a mulher por causa do homem. O Senhor viu que o homem estava só; percebeu o quanto ele precisava não só de companhia, mas de uma ajudadora. Então. por causa de Adão, fez a Eva! Logo, na revelação bíblica o homem vive em função da mulher e vice-versa! Foi isso que Paulo ensinou aos irmãos de Corinto:

“Quem não é casado cuida das coisas do Senhor, de como agradar ao Senhor; mas o que se casou cuida das coisas do mundo, de como agradar à esposa, e assim está dividido. Também a mulher, tanto a viúva como a virgem, cuida das coisas do Senhor, para ser santa, assim no corpo como no espírito; a que se casou, porém, se preocupa com as coisas do mundo, de como agradar ao marido”. (1 Coríntios 7.32b-34)

Se cada um dos cônjuges procurar a felicidade do outro, então ambos serão realizados. Porém, se cada um buscar apenas a sua própria felicidade e realização, o seu relacionamento desmoronará e só restará decepção e tristeza. Esta é a razão de ensinarmos sempre que, ao entrar na aliança matrimonial, cada um deve estar ciente da necessidade de morrer para si mesmo e procurar agradar ao seu cônjuge. É uma instrução bíblica muito clara:

“Ninguém busque o proveito próprio, antes cada um o de outrem.” (1 Coríntios 10.24)

O apóstolo Paulo ensinava constantemente estas verdades, e não somente por preceitos mas, principalmente, por meio do seu próprio exemplo (que, por sua vez, era uma extensão do exemplo dado pelo Senhor Jesus):

“Não vos torneis causa de tropeço nem a judeus, nem a gregos, nem a igreja de Deus; assim como também eu em tudo procuro agradar a todos, não buscando o meu próprio proveito, mas o de muitos, para que sejam salvos. Sede meus imitadores, como também eu o sou de Cristo.” (1 Coríntios 10.32,33 e 11.1)

A Palavra de Deus nos ensina que, no processo de transformação, devemos passar por uma renovação de mente (Rm 12.2), o que inclui o abandono da mentalidade parasita. Precisamos aprender a viver em função de nosso cônjuge se queremos viver o melhor de Deus em nosso matrimônio. A Bíblia gira em torno de relacionamentos. No Antigo Testamento, o que encontramos nos Dez Mandamentos é ordem para os relacionamentos: os quatro primeiros falam de nossa relação com Deus e os demais falam de nossa relação com as pessoas… No Novo Testamento o Senhor Jesus ordenou um novo mandamento: o AMOR.

“Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que são meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros.” (João 13.34,35)

É lógico que a ordem de amar em si mesma não era novidade, pois o maior de todos os mandamentos já determinava que deveríamos amar a Deus de todo o coração e ao próximo como a nós mesmos. Mas a expressão de amor do Antigo Testamento era um tanto quanto egoísta: amar ao próximo como a nós mesmos. Já o ensino neo-testamentário orienta-nos a amar aos outros como Cristo nos amou: de forma sacrificial, ou seja, em detrimento de si mesmo!

FOCANDO NO INTERESSE DOS OUTROS

A Palavra de Deus nos ensina – como já vimos nas afirmações anteriores do apóstolo Paulo – a buscar os interesses dos outros, não os nossos próprios:

“Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros”. (Filipenses 2.4)

A palavra traduzida do original grego para “ter em vista” é “skopeo” e significa: 1) olhar, observar, contemplar; 2) marcar; 3) fixar os olhos em alguém, dirigir a atenção para alguém. Fala do nosso foco, de onde colocamos a nossa atenção. A Nova Tradução da Linguagem de Hoje traduziu esSe texto assim: “Que ninguém procure somente os seus próprios interesses, mas também os dos outros” (NTLH).

Foi depois de falar que devemos focar os interesses dos outros que Paulo destacou o exemplo dado por Jesus (lembre-se que devemos amar aos outros como Cristo também nos amou):

“Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.” (Filipenses 2.5-8)

Precisamos aprender a servir nosso cônjuge! É uma clara ordenança bíblica e, como toda ordem divina, é para o nosso próprio bem. Gary Chapman, um extraordinário estudioso e observador do comportamento conjugal, afirmou (via twitter): “Se me pedissem para dar uma chave que abre um casamento feliz esta seria a atitude de serviço mútuo. Praticar o serviço.”

A mentalidade correta de cada cônjuge deveria ser a de servir, e não a de ser servido. Infelizmente a forma errada de pensar tem afetado todos os níveis de relacionamento. Jesus ensinou aos seus discípulos a importância de ser servo em vez de, como dita o comportamento egoísta, querer colocar-se no centro:

“Mas Jesus, chamando-os para junto de si, disse-lhes: Sabeis que os que são considerados governadores dos povos têm-nos sob seu domínio, e sobre eles os seus maiorais exercem autoridade. Mas entre vós não é assim; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será servo de todos. Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.” (Marcos 10.42-45)

O padrão divino para os relacionamentos está claramente revelado na Bíblia: eu não exijo (dos outros) aquilo que desejo (para mim mesmo). Eu primeiramente ofereço (aos outros) aquilo que desejo e, então, como consequência, eu mesmo recebo de volta o que dei! Foi o que o Senhor Jesus ensinou-nos a fazer:

“Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles; porque esta é a Lei e os Profetas.” (Mateus 7.12)

O egoísmo, que tenta centralizar o relação somente em torno dos nossos próprios interesses, tem sido um fator de grande dano não apenas para o casamento como também para toda e qualquer forma de relacionamento. E meus deveres, de acordo com Jesus – e até para o perverso (Mt 5.39-41), incluem: dar a outra face; entregar a capa junto com a túnica e andar a segunda milha.

Compreendendo tudo isto, devemos viver os relacionamentos não apenas removendo a mentalidade parasita (de só querer receber), mas indo muito além e adotando a mentalidade divina (de que dar é mais importante). Como declarou Paulo aos presbíteros de Éfeso:

“Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é mister socorrer os necessitados e recordar as palavras do próprio Senhor Jesus Mais bem-aventurado é dar que receber.” (Atos 20.35)

E o lucro de cultivar este tipo de atitude não é só fazer ao cônjuge feliz (o que já deveria ser suficiente para nos motivar a isto), como também envolve a lei espiritual de semeadura e ceifa – uma vez que tudo que faço aos outros volta para mim:

“Não julgueis, para que não sejais julgados. Pois, com o critério com que julgardes, sereis julgados; e, com a medida com que tiverdes medido, vos medirão também.” (Mateus 7.1,2)

Se este princípio, de buscar – altruisticamente – o interesse dos outros, e não – egoisticamente – o nosso próprio, já deveria estar presente em qualquer relacionamento de um cristão, o que não dizer do seu relacionamento mais importante – que é o conjugal? Isto me faz recordar uma frase de Walter J. Chantry que li certa vez: “Como terminariam logo as sessões de aconselhamento matrimonial se maridos e esposas competissem seriamente em negar-se a si mesmos!”

Por que tantos casamentos se desfazem hoje? Porque quem só quer receber, vivendo da mentalidade parasita, na hora difícil (quando o cônjuge talvez nada tenha a oferecer) acaba “abandonando o barco”. Por outro lado, quem procura a felicidade de seu marido ou esposa, alcança sua própria felicidade! O apóstolo Paulo declarou aos efésios que “quem ama a esposa a si mesmo se ama”. Logo, é justo declarar que quem alegra seu cônjuge, a si mesmo se alegra:

“Assim também os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama a esposa a si mesmo se ama. Porque ninguém jamais odiou a própria carne; antes, a alimenta e dela cuida, como também Cristo o faz com a igreja.” (Efésios 5.28,29)

Quando falamos de amor, alguns tem apenas aquela ideia vaga de um sentimento romântico, mas o amor é mais do que isto! O amor não depende do “clima” que há entre o casal. A mentalidade de amor é o oposto da mentalidade parasita: dá mesmo quando não recebe, pois “não procura seus interesses”. O que Deus ensina sobre o amor é muito mais intenso e profundo do que normalmente dimensionamos. Vamos refletir um pouco sobre a definição bíblica do amor:

“O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca perece; mas as profecias desaparecerão, as línguas cessarão, o conhecimento passará.” (1 Coríntios 13.4-8 – NVI)

A maioria dos casais (mesmo os cristãos) não entendem o nível de amor em que deveriam caminhar. Já ouvi muitos dizerem – justificando o motivo da separação que estavam buscando – que “o amor acabou”. Mas se acabou é porque não era amor. As Escrituras declaram que “o amor nunca perece”, ou seja, nunca acaba! Talvez os sentimentos se deterioraram, talvez a paixão tenha acabado, mas se um casal andar no amor do Senhor, este amor nunca irá acabar!

Na Epístola aos Romanos, o apóstolo Paulo também ensinou que, os que alcançaram a maturidade espiritual, não devem viver apenas em função de si mesmos:

“Ora, nós que somos fortes devemos suportar as debilidades dos fracos e não agradar-nos a nós mesmos. Portanto, cada um de nós agrade ao próximo no que é bom para edificação”. (Romanos 15.1,2)

O casamento envolve suportar fraquezas um do outro. Não se trata apenas do que cada um vai usufruir de bom, mas das boas coisas que vai oferecer ao seu cônjuge!

Portanto, antes de detalhar os papéis, as responsabilidades do marido e da esposa no matrimônio, entendemos ser importantíssimo estabelecer o maior dever de cada cônjuge: viver para amar, agradar, servir e promover a felicidade do outro. Precisamos olhar para os deveres do matrimônio sob este prisma. Procure focar a sua parte e ore (e até peça gentilmente) para que seu cônjuge faça o mesmo.

Para não deixar o estudo tão extenso, resolvi dividí-lo em mais duas partes. Para poder entender a visão geral dos deveres dos cônjuges, acesse e leia os seguintes artigos:



Estudo Bíblico Os Deveres das Esposas

A mulher também tem deveres a cumprir no casamento. Suas responsabilidades matrimoniais incluem:

1. Ser ajudadora
2. Ser submissa
3. Ser administradora do lar
4. Ser amante

A ESPOSA DEVE SER AJUDADORA DE SEU MARIDO
Destacaremos, como primeiro dever da esposa, a responsabilidade de ser uma ajudadora de seu marido, uma vez que esta é a primeira menção que o próprio Criador faz acerca de seu papel no matrimônio:

“Disse mais o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea.” (Gênesis 2.18)

Isso não apenas reforça o fato de que a liderança do lar pertence ao homem na condição de cabeça, como também ressalta a importância da mulher no contexto matrimonial. Quando ensino (ou mesmo apenas comento) o fato do homem ser o cabeça do lar, lamentavelmente percebo que, aos olhos de alguns, tanto homens como mulheres, isso soa com um certo tom depreciativo, quase como se a mulher fosse uma mera espécie de “serviçal”. E o fato é que esta visão distorcida tem roubado não apenas aqueles que a possuem, como também ao seu próprio matrimônio! Creio que, ao definir a mulher como ajudadora, Deus não a estava rebaixando; pelo contrário, Ele estava justamente exaltando-a. Gosto de um termo que meu pai, ao pregar sobre família, usava em relação a este assunto; ele dizia que a mulher ocupa a função de “vice-presidente” do lar. Ou ainda, usando a analogia de um avião (onde agora escrevo este capítulo), ela poderia ser qualificada como “co-piloto” e não apenas como uma “comissária de bordo” (também não estou desmerecendo esta função, só destacando a distinção hierárquica que encontramos entre estas duas funções).

Ao reconhecer que o homem precisava de uma ajudadora, Deus definiu não apenas a incapacidade do homem de fazer tudo sozinho como também revelou que não havia ninguém mais qualificada para exercer este papel de ajudadora do que a mulher. Em outras palavras, Deus estava declarando que a mulher tem algo a oferecer para o andamento do lar que o homem não tem!

Estar sob um cabeça (uma autoridade) não desmerece ninguém! O marido tem como seu cabeça a Cristo e o próprio Cristo tem como cabeça a Deus Pai (1 Co 11.3) e, embora haja clara distinção na cadeia de comando e distribuição de tarefas entre a Trindade, nem Jesus e nem o Espírito Santo são apresentados como “menos-Deus” do que o Pai. Pelo contrário, a Bíblia os apresenta como um só Deus (Ef 4.4), assim como também diz que o marido e sua esposa são um.

Ajudando na tomada de decisões
Embora muitos maridos de “cabeça-dura” não entendam isto, Deus criou a mulher para ajudá-lo em tudo, até no governo do lar – obviamente não usurpando sua autoridade, mas contribuindo com a sugestão de bons conselhos. Precisamos desenvolver no lar a visão de equipe. Além da própria Trindade (modelo para nós nesta questão), vemos no Novo Testamento que as igrejas eram governadas pelos presbíteros (1 Tm 5.17) que compunham as equipes ministeriais; note o aspecto plural quando as Escrituras mencionam os presbíteros e você vai descobrir que ninguém estava no governo de uma igreja sozinho. Os lugares onde isto parece ter acontecido sempre demonstravam ter distorções (3 Jo 9). Contudo, vemos nos capítulos dois e três do livro de Apocalipse que, ao tratar com aquelas sete igrejas da Ásia, o Senhor Jesus se dirigia ao “anjo”, ao “mensageiro” da igreja. Este fato nos faz perceber que dentro de uma equipe ministerial há sempre o que chamamos de uma “voz maior”, alguém encarregado de uma responsabilidade maior (e que também será cobrado por Deus em um nível diferenciado). Em nossas igrejas, denominamos esta pessoa como o “presbítero-sênior”. Ele não governa sozinho, porque sabe que isto é contrário à sabedoria divina (Pv 18.1) que nos ensina que a sábia direção está na multidão de conselheiros” (Pv 11.14). Contudo, nenhum dos conselheiros podem usurpar sua autoridade e a responsabilidade de tomar a decisão correta será cobrada do líder, não de seus ajudadores.

Entendo que no casamento temos algo parecido. A visão bíblica do homem como cabeça do lar não é algo do tipo “o homem sabe tudo e a mulher fique de boca fechada”. Pelo contrário, a Palavra de Deus nos mostra claramente que o homem não está sempre certo, e precisa de conselhos (obviamente não de uma mulher que “tome as rédeas” do lar). Se Nabal tivesse ouvido sua mulher Abigail, não teria experimentado o fim trágico que teve por ser tão cabeça-dura (1 Sm 25.37,38). Penso que esta é a razão pela qual temos tantos exemplos bíblicos neste sentido que nos foram registrados.

Veja a questão de Pilatos, por exemplo. Tirando o fato de que a farsa de seu julgamento nos proporcionou o sacrifício de Cristo (o que nenhum de nós jamais achará ruim), vemos como Deus foi justo com ele. Sua mulher mandou-lhe um recado importantíssimo na hora do julgamento:

“E, estando ele no tribunal, sua mulher mandou dizer-lhe: Não te envolvas com esse justo; porque hoje, em sonho, muito sofri por seu respeito”. (Mateus 27.19)

Aquele governador romano estava para cometer o que, talvez, possa ser chamada de a maior injustiça não só da história dos tribunais de Roma, mas de toda a humanidade (e em todos os tempos) e, ainda assim, Deus procura usar a esposa deste homem para adverti-lo! O fato dela dizer que sofreu nos sonhos, chamar Jesus Cristo de justo, pedir ao esposo que não se envolvesse, tudo me faz entender que ela recebeu uma advertência divina. Paulo diz aos coríntios que, se os poderosos deste mundo (o que é clara referência às autoridades judaicas e romanas) tivessem conhecido ao Senhor da Glória, jamais o teriam crucificado. Isso mostra que, mesmo a Escritura prevendo como estes homens errariam, não foi Deus quem os induziu a isto. Ao contrário, Ele até mesmo advertiu Pilatos quanto ao que ele estava por decidir.

Mas o ponto principal que destacar neste ocorrido é o seguinte: se a mulher aconselhar e advertir seu esposo, quanto a uma decisão a ser tomada, ela está errando? Ela está desrespeitando sua autoridade? É claro que não! Se fosse errado Deus não teria falado com ela! E há outros exemplos na Palavra de Deus sobre a mulher participar (com sua opinião e conselho) da decisão a ser tomada pelo marido. É o caso de Abraão e Sara, por exemplo. Na hora de tomar a decisão de mandar Agar e Ismael para longe de Isaque, o patriarca fica com o coração pesado e sua esposa o encoraja a tomar a decisão; então Deus fala com ele acerca do assunto:

“Disse, porém, Deus a Abraão: Não te pareça isso mal por causa do moço e por causa da tua serva; atende a Sara em tudo o que ela te disser; porque por Isaque será chamada a tua descendência”. (Gênesis 21.12)

Ao dizer “atende a Sara em tudo o que ela te disser”, o Altíssimo, em outras palavras, estava dizendo a Abraão: “sua mulher está certa, está coberta de razão; e você deve ouvir seu sábio conselho”. Se fosse inaceitável que a mulher ajudasse ao marido, com sábios conselhos, quanto a tomar a decisão correta em seu governo do lar, você acredita que o Criador da família falaria assim com Abraão?

Isso não significa que a esposa tenha sempre a razão, da mesma forma como o marido também não tem, pois nenhum ser humano, em sua limitação e falibilidade, tem esta capacidade! O que estou dizendo é que há uma clara sinalização bíblica de que, no mínimo, a mulher possa opinar para ajudar seu marido nas escolhas. Falarei mais adiante acerca da importância do acordo entre o casal, mas aqui quero apenas destacar a participação da mulher como ajudante-conselheira do marido.

O papel de ajudadora da mulher é mais do que participar na distribuição de tarefas. Envolve também, além da função de conselheira, o aspecto de encorajadora. O marido não pode edificar seu lar sozinho, isso é algo muito claro na Palavra de Deus:

“A mulher sábia edifica a sua casa, mas a insensata, com as próprias mãos, a derriba”. (Provérbios 14.1)

Algo que a mulher, na condição de ajudadora, deve entender é que ela tem uma grande capacidade de edificar ou derrubar sua casa (não o prédio onde moram, mas o lar). Infelizmente, algumas esposas não tem sabedoria alguma – nem reconhecem que deveriam estar buscando por sabedoria através de conselhos de pessoas mais experientes (Tt 2.3-5) e mediante oração (Tg 1.5).

Muitos maridos não recebem nenhum encorajamento e motivação para nada na vida por parte de suas esposas; elas são, mulheres insensatas que estão, aos poucos, levando seu lar abaixo! Por outro lado, a mulher sábia sempre ajudará na edificação do seu lar, fazendo jus ao célebre ditado: “por trás (eu prefiro a expressão ‘ao lado’) de um grande homem, sempre há uma grande mulher”. O que me faz lembrar a declaração de Matthew Henry: “A mulher foi feita de uma costela tirada do lado de Adão; não de sua cabeça para governar sobre ele, nem de seu pé para ser pisada por ele; mas de seu lado, para ser igual a ele, debaixo de seu braço para ser protegida, e perto de seu coração para ser amada.”

A ESPOSA DEVE SER SUBMISSA A SEU MARIDO
Um dos deveres claramente abordados na Palavra de Deus é o de que a esposa deve submeter-se ao seu marido. E isto envolve mais do que respeito, reflete o entendimento de governo do lar e da cadeia de comando estabelecida pelo Senhor:

“As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor; porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo. Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo submissas ao seu marido.” (Efésios 5.22-24)

A expressão “cabeça” aponta para a questão da liderança. E nós, que tememos a Deus e sabemos que devemos andar na Sua Palavra, não podemos nos amoldar aos valores mundanos de nossos dias de que não há distinção entre o homem e a mulher no casamento. Há uma forma correta de andar no Senhor:

“Esposas, sede submissas ao próprio marido, como convém no Senhor”. (Colossenses 3.18)

É lógico que, do ponto de vista do valor que cada um de nós tem aos olhos de Deus, não há distinção alguma entre homem e mulher (Gl 3.28). Entretanto, as autoridades foram instituídas por Deus (Rm 13.1) e devemos respeitá-las! E isto não significa que, diante de Deus, as autoridades sejam pessoas de maior valor. Significa apenas que, em matéria de governo, elas estão numa posição diferenciada das demais (que são tão valiosas aos olhos de Deus como as que estão investidas de autoridade).

E, em matéria de governo do lar, o homem é e será sempre o cabeça, não a mulher. Esta ordem na cadeia de comando nunca pode ser quebrada. O apóstolo Paulo ensinava e determinava que a mulher não exercesse autoridade sobre o marido:

“A mulher deve aprender em silêncio, com toda a sujeição. Não permito que a mulher ensine, nem que tenha autoridade sobre o homem. Esteja, porém, em silêncio”. (1 Timóteo 2.11,12 – NVI)

Apesar da Versão Revista e Atualizada de Almeida apresentar a frase “não permito que a mulher exerça autoridade DE homem”, dando a entender que só o homem pode fazer isto, as versões em português NVI (Nova Versão Internacional), as versões de Almeida REVISADA (IBB) e CORRIGIDA (SBB), a versão espanhola de Reina Valera, a versão italiana de Giovanni Diodati, as versões inglesas King James, American Standard, Webster e várias outras enfatizam a mulher não poder exercer autoridade SOBRE o marido, o que permite que as mulheres ensinem e exerçam autoridade sobre os que não são seus maridos. Se a mulher nunca pudesse ensinar ou exercer autoridade sobre nenhum homem, seria contraditório o que a Bíblia revela acerca de Débora, profetiza e que foi juíza em Israel.

Entendemos que a afirmação de Paulo a Timóteo significa, portanto, que em hipótese alguma, nem mesmo no exercício do ministério, a mulher pode usurpar a autoridade do marido – que é o cabeça do lar. Esta é a razão pela qual, ainda que eu creia no ministério das mulheres e as reconheça no pastorado, NUNCA, em nosso ministério estabelecemos uma mulher com autoridade pastoral sem que o marido também o seja estabelecido. Não é bíblico, nem mesmo na Igreja, estabelecer uma mulher em posição de autoridade sobre seu esposo!

Mesmo se o marido não é cristão, o apóstolo Pedro ainda o reconhece como cabeça do lar, a quem a mulher deve ser submissa (assim como os homens devem se submeter aos governantes mesmo que eles não sejam cristãos):

“Mulheres, sede vós, igualmente, submissas a vosso próprio marido, para que, se ele ainda não obedece à palavra, seja ganho, sem palavra alguma, por meio do procedimento de sua esposa.” (1 Pedro 3.1)

Penso que a palavra submissão deva ser melhor entendida. A palavra “submissão” que foi traduzida do original grego é “hupotasso”, e significa: 1) organizar sob, subordinar; 2) sujeitar, colocar em sujeição; 3) sujeitar-se, obedecer; 4) submeter ao controle de alguém; 5) render-se à admoestação ou conselho de alguém; 6) obedecer, estar sujeito. E, de acordo com o Léxico de Strong, ainda há uma importante observação acerca do uso desta palavra na época: “Um termo militar grego que significa ‘organizar [divisões de tropa] numa forma militar sob o comando de um líder’. Em uso não militar, era ‘uma atitude voluntária de ceder, cooperar, assumir responsabilidade, e levar um carga’.”

Quando olhamos para o conceito da palavra submissão, pode parecer exagerado e até assustador (mais para as mulheres do que para os homens). Mas devemos lembrar que a mulher deve se sujeitar ao marido como a Igreja se sujeita à Cristo (Ef 5.22-24). Em contrapartida, o marido deve governar e exercer sua autoridade como Cristo! E quando olhamos para a liderança de Jesus não vemos uma atitude de domínio, mas uma liderança servidora. Assim como Pedro advertiu os presbíteros a não serem dominadores do povo que governam (1 Pe 5.3), entendo que também o marido não deve ser um controlador. Autoridade é liderança funcional, não domínio (já detalhamos isto no capítulo anterior).

No entanto, mesmo que o marido não levante um cetro de domínio em sua casa, sua autoridade deve ser respeitada. Paulo advertiu que quem resiste à autoridade traz sobre si condenação (Rm 13.2). Assim como os filhos devem honra aos pais, e isto traz bênçãos sobre suas vidas (Ef 6.1-3), também a esposa deve respeito ao seu marido (Ef 5.33) e isto também trará bênçãos sobre sua vida!

A MULHER DEVE SER ADMINISTRADORA DO LAR
Nesta parceria do casamento temos o homem como cabeça e a mulher como sua ajudadora. Isto significa não apenas o auxilio da esposa por meio de conselhos, como também envolve distribuição de tarefas a cada um dos cônjuges. O fato do homem ser o responsável pelas decisões não significa que ele tenha que centralizar as tarefas. Algumas delas são claramente designadas às mulheres. Por exemplo, de quem é a responsabilidade de administrar o lar?

A Bíblia refere-se às mulheres como “donas de casa”; encontramos este tipo de afirmação tanto no Antigo Testamento como no Novo Testamento. A viúva que hospedou Elias foi chamada assim (1 Re 17.17) e na epístola de Paulo a Tito, as mulheres, de forma generalizada também são assim denominadas (Tt 2.5). Isto não quer dizer que a casa seja só delas, mas que o dever e a responsabilidade do cuidado e condução do lar (com suas tarefas) pertence à esposa.

Encontramos textos bíblicos que falam do homem cuidando dos “trabalhos de fora” (Pv 24.27), que na época envolviam a lavoura, a caça e os negócios a serem feitos. É por isso que a mulher adúltera mencionada no Livro de Provérbios refere-se ao marido que foi viajar (Pv 7.19,20), porque isto era dever do homem e não da mulher. E quem cuidava da casa e dos filhos na ausência do marido (que tem como um dos seus deveres ser o provedor do lar) era a mulher.

O trabalho da mulher sempre foi uma parceria com o homem. Ele caça e pesca, ela cozinha. Ele apascenta o rebanho e ela cuida da tosquia e de recolher o leite. Ele colhe o fruto da terra e ela prepara. Ele traz tecido ou couro e ela confecciona as roupas. Os detalhes da economia, do funcionamento da industria e do ganho do pão diário mudaram muito, mas a ideia divina de parceria permanece a mesma!

O Livro de Provérbios apresenta uma mulher que conduz com maestria a administração de seu lar:

“Mulher virtuosa, quem a achará? O seu valor muito excede o de finas jóias. O coração do seu marido confia nela, e não haverá falta de ganho. Ela lhe faz bem e não mal, todos os dias da sua vida. Busca lã e linho e de bom grado trabalha com as mãos. É como o navio mercante: de longe traz o seu pão. É ainda noite, e já se levanta, e dá mantimento à sua casa e a tarefa às suas servas. Examina uma propriedade e adquire-a; planta uma vinha com as rendas do seu trabalho. Cinge os lombos de força e fortalece os braços. Ela percebe que o seu ganho é bom; a sua lâmpada não se apaga de noite. Estende as mãos ao fuso, mãos que pegam na roca. Abre a mão ao aflito; e ainda a estende ao necessitado. No tocante à sua casa, não teme a neve, pois todos andam vestidos de lã escarlate. Faz para si cobertas, veste-se de linho fino e de púrpura. Seu marido é estimado entre os juízes, quando se assenta com os anciãos da terra. Ela faz roupas de linho fino, e vende-as, e dá cintas aos mercadores. A força e a dignidade são os seus vestidos, e, quanto ao dia de amanhã, não tem preocupações. Fala com sabedoria, e a instrução da bondade está na sua língua. Atende ao bom andamento da sua casa e não come o pão da preguiça”. (Provérbios 31.10-27)

Penso que a frase “atende ao bom andamento da sua casa” deixa muito claro este papel da administração do lar. Fico cansado só de ler esta lista de trabalho! É por isso que o texto diz acerca da mulher virtuosa: “e não come o pão da preguiça”. O trabalho do lar não é leve e nem tampouco insignificante. Não é tarefa para alguém despreparada. Se a mulher ajudar o marido na administração financeira, certamente fará com os ganhos familiares se multipliquem!

A mulher ser boa dona de casa é algo que se aprende. E também era parte da mensagem pregada pela Igreja do Senhor Jesus desde o seu início:

“Quanto às mulheres idosas, semelhantemente, que sejam sérias em seu proceder, não caluniadoras, não escravizadas a muito vinho; sejam mestras do bem, a fim de instruírem as jovens recém-casadas a amarem ao marido e a seus filhos, a serem sensatas, honestas, boas donas de casa, bondosas, sujeitas ao marido, para que a palavra de Deus não seja difamada”. (Tito 2.3-5)

Alguns grupos cristãos são contrários à ideia das mulheres trabalharem fora. Não estou advogando isto, em hipótese alguma. A parceria de trabalho do casal, que apresentamos há pouco, mostra as mulheres desempenhando tarefas de alta responsabilidade e, com a mudança de configuração atual do modelo de trabalho e sustento, é justo que o envolvimento da mulher num mercado de trabalho também mude. Por exemplo, é evidente que elas já não tecem com as mãos toda a roupa da casa!

Penso que a questão a ser abordada não é a esposa trabalhar ou não fora, e sim se o fato de trabalhar fora irá interferir em seus deveres como esposa (e mãe). Ao falar sobre o dever dos maridos, como provedores do lar, comentei que há muitas situações em que a mulher também trabalha fora e coopera com o sustento da casa. Não creio que isto seja errado desde que o cuidado do marido e dos filhos não seja comprometido (o que, infelizmente, não tem acontecido com muitos casais que trabalham fora).

Quando Kelly e eu nos casamos, ela cursava a faculdade pelas manhãs, trabalhava às tardes e me ajudava no ministério às noites. E é lógico que eu, por outro lado, a auxiliava nas tarefas do lar, limpando a casa, fazendo compras, cozinhando (muito pouco), lavando a louça e as roupas (a exceção ficava por conta de passar a roupa que, antes de casar, prometi a ela só fazer em situações de extrema emergência). Acredito que se é correto a mulher ajudar o marido a trazer o sustento para o lar, também é correto que o marido a auxilie com os filhos e as tarefas da casa. Embora vale ressaltar que nossos acordos nesta distribuição de tarefas sempre se ajustou em períodos em que pudemos contratar alguém para trabalhar em nossa casa ajudando-nos principalmente com as questões da limpeza.

Porém, quando nossos filhos nasceram, ajustamos algumas coisas para que a Kelly não negligenciasse seu papel de mãe (o que ela sempre fez fantasticamente bem); ela concluiu seus estudos e passou a trabalhar somente às tardes e sair bem menos do que antes às noites. Como minha esposa é pedagoga e trabalhava sempre no horário em que matriculamos as crianças na escola, seu tempo fora de casa nunca interferiu no cuidado das crianças (aliás as crianças só estudavam na escola em que ela trabalhava, portanto sempre estavam indo e voltando juntos). Mesmo hoje, no ministério em tempo integral, salvo raras exceções, a Kelly dedica as manhãs para os filhos e a casa.

A MULHER DEVE SER AMANTE DE SEU MARIDO
Na Lei de Moisés houve permissão tanto para o divórcio como para a poligamia (embora esta permissão envolvia o curioso fato de um homem ter mais de uma esposa mas nunca uma esposa ter mais de um marido). Porém, já vimos que Jesus declarou que Moisés permitiu estas coisas pela dureza do coração do homem e enfatizou que não foi assim no começo (nem seria mais assim a partir de então). O fato é que quando Deus criou Adão o presenteou com uma única esposa.

O plano divino é que cada marido tenha sua esposa e que casa esposa tenha seu marido, pois o que foge disto é prostituição (1 Co 7.1,2). Porém, vale destacar que, justamente depois de estabelecer este fundamento de monogamia (e derrubar a prática da poligamia mostrando ser ela nada menos que prostituição), o apóstolo Paulo ensina uma das coisas mais importantes para proteger o matrimônio (agora do adultério, outra forma de impureza): uma vida sexual saudável, com fidelidade e também com intensidade – com qualidade e também com quantidade!

Falarei mais adiante (em dois capítulos) sobre este dever conjugal do sexo. Mas quero deixar aqui uma palavra de advertência às esposas. É claro que, sempre que generalizamos, acabamos sendo injustos com alguns. Mas, se o conselho serve para a maioria, deve ser dito. Se não servir para você, pessoalmente, pode ao menos ajuda-lo a entender e ajudar os outros. O recado é o seguinte: muitas mulheres (cristãs) estão “empurrando” seus maridos (cristãos) para o adultério! Paulo declarou algo importante sobre a intensidade e frequência do ato conjugal que muitos casais não tem dado atenção:

“Não vos priveis um ao outro, salvo talvez por mútuo consentimento, por algum tempo, para vos dedicardes à oração e, novamente, vos ajuntardes, para que Satanás não vos tente por causa da incontinência.” (1 Coríntios 7.5)

Deus mandou suprir esta necessidade de seu cônjuge, não mandou você boicotá-lo! Negligenciar a intimidade é dar brecha para que o inimigo entre num casamento. Mas muitas mulheres acham que devem decidir se o marido merece o momento de intimidade… Sexo é dever, é dívida! Se fluir em amor e romantismo, melhor. Se não, com o perdão da expressão, que seja o cumprimento do dever!

Deixe-me dizer-lhe uma coisa: muitas mulheres que acham que o sexo deve ser uma recompensa ao comportamento do marido estão, na verdade, se prostituindo. Sei que isto parece muito chocante para algumas irmãs, mas deixe-me expor o raciocínio antes de você se defender. Ao agir assim, estas esposas estão se vendendo em troca de um presente, de um favor, de uma atitude… Pode não ser por dinheiro, mas elas estão se vendendo! O sexo não é um negócio, mesmo que a “moeda” de troca seja emocional. Não pode ser fruto de uma mentalidade sanguessuga; é uma entrega, é uma expressão de amor (sacrificial, se for o caso), é uma doação – não uma venda (pois a partir do momento que tem haver algum tipo de pagamento, ainda que emocional, tornou-se uma venda).

Sei que há exceções, mas via de regra, as mulheres se omitem mais nesta área do que os homens. A explicação pode ser só natural, como diz o casal australiano Alan e Bárbara Pease (“Porque os homens fazem sexo e as mulheres fazem amor” – Editora Sextante) que afirmam o hipotálamo (região neurológica ligada ao apetite sexual) do homem chega, em alguns casos, a ser dez vezes mais desenvolvido que o da mulher.

De qualquer forma, independentemente de ser homem ou mulher, ou mesmo de qual seja o “ritmo” de cada um, a frequência da vida sexual deveria ser determinada não pelo seu próprio desejo, e sim pela necessidade de seu cônjuge. Lembrando também de outro valor bíblico:

“A alma farta pisa o favo de mel, mas à alma faminta todo amargo é doce.” (Provérbios 27.7)

Se você mantém seu cônjuge saciado, suprido, pode surgir as mais tentadoras propostas de infidelidade e ele certamente vai pisá-las. Entretanto, para aquele que não tem sido suprido, qualquer oportunidade de pecado que surgir, e digo qualquer mesmo, pode ser muito atraente e sedutora!

A palavra hebraica traduzida para a alma “farta” é “ebs”, e significa: “saciado, satisfeito, empanturrado, farto”. A mulher deve proteger seu marido de outras mulheres e da tentação maligna não só orando por ele, mas servindo-o muito bem nesta área.

                                                                    | Autor: Luciano Subirá
               

       A  Ajudadora e Seu Ministério Espiritual Dentro do Lar

         Selma e Maurício são um casal presbiteriano típico, de terceira geração. Ambos foram criados em lares crentes, onde desde a mais tenra infância aprenderam as sagradas letras. Conheceram-se num encontro de jovens das diversas igrejas evangélicas da cidade, namoraram e se casaram depois que Maurício terminou os estudos e começou a trabalhar. Como dois filhos chegassem logo em seguida, Selma dedicou-se à família por alguns anos antes de concluir seus próprios estudos e pensar em exercer outra atividade. Agora que os filhos já não dependem tanto dela, abriu um pequeno negócio e está amando a oportunidade de fazer o que tanto gosta e ainda ajudar nas finanças da família.
Uma situação comum
         A vida corre mansa e tranquila, mas alguma coisa inquieta o coração de Selma. Embora a família toda participe dos trabalhos da igreja em várias posições de liderança, ela tem alguns questionamentos com relação à maneira como vivem o evangelho dentro de casa. Parece que sempre é ela que está procurando fazer acontecer as coisas que considera parte normal da vida religiosa no lar. Ela se lembra de como seu pai fazia o culto doméstico regularmente no lar em que crescera, antes de as crianças irem para a cama e acha que Maurício estava sendo um tanto relapso por não assumir a mesma responsabilidade. Além disso, nas vezes em que tentou ela mesma reunir a família para isso, não sentiu que tinha mais do que a aquiescência formal do marido e sentiu-se lutando contra a apatia de todos.
         Diante dessa situação, Selma se pergunta o que deve fazer. Não é papel do marido, o cabeça do lar, assumir a responsabilidade pela vida espiritual da esposa e dos filhos? Será que ela pode fazer alguma coisa sem usurpar o lugar e a responsabilidade dele? Deve ficar de lado, olhando enquanto os filhos crescem sem ouvir falar muito em Deus dentro de sua própria casa? O que ela pode fazer se o marido não mudar?
A nossa responsabilidade individual
         O dilema de Selma é um dilema vivido por muitas mulheres dentro de seus lares. Talvez seja até mais difícil para ela do que para algumas esposas cujos maridos não são crentes. Essas já não esperam mesmo nada da parte deles no aspecto espiritual a não ser que tenham uma mudança de coração. Mas as esposas de maridos crentes que não correspondem ao que elas acham que deveria ser a liderança espiritual da parte deles vêem-se de mãos atadas por não quererem passar adiante deles e ao mesmo tempo desejarem ver neles um exemplo de espiritualidade pujante e ativa, especialmente e a começar dentro de casa. Acontece que as mulheres são pessoas com algumas características especiais que Deus usa muitas vezes para conduzir toda a família mais perto de Si. Isso não é passar adiante do marido, mas, sim, ajudá-lo, com os dons diferentes que Deus nos deu, até na área espiritual Quer ver um bom exemplo disso? É a história de Ana, mãe de Samuel. Ana sentia uma grande carência dentro de si. Aparentemente era por não poder ter filhos, pois, na sua época, a infertilidade era considerado uma maldição, mas essa era apenas a circunstância penosa de sua vida. Ela tinha o amor do marido, mas sofria as picuínhas de sua rival dentro do lar. Para nós, hoje, é quase impossível imaginar o que seria ser "uma das esposas", mas na época de Ana isso era comum e aceitável. Pelo visto, não era esse o seu grande dilema, mas, sim, o fato de que "o Senhor lhe havia cerrado a madre". Ela tinha uma reclamação a fazer com o Dono da vida. Mais do que de filhos, Ana precisava aprender a depender totalmente de Deus, mesmo que nada viesse a mudar. É interessante notar que Elcana, embora amasse extremadamente a esposa e fizesse tudo para demonstrar isso, causando os ciúmes de Penina, não entendia as necessidades de Ana, chegando mesmo a repreendê-la por continuar triste:

"Ana, por que choras? e por que não comes? e por que estás de coração triste? Não te sou eu melhor do que dez filhos?" (1 Samuel 1:8).
        Mas Ana continuava sofrendo. Seu problema era com o Senhor e o que Ele desejava para sua vida; portanto, foi diante Dele que buscou a solução. Ela Lhe expôs toda a sua dor de maneira insistente e veemente e saiu do templo com o coração em paz, pois havia entregue seu problema Àquele que o podia solucionar. Mais do que de um filho, Ana precisava aprender a depender inteiramente de Deus. Depois que ela aprendeu isso, o Senhor lhe abriu a madre e ela teve um filho que iria ser o homem mais importante da nação por muito tempo. Mudar as circunstâncias, por mais complicadas que sejam, é fácil para Deus. Mas acima de tudo, Ele quer mudar o nosso coração, e para isso precisa muitas vezes nos levar a uma impotência total, ao fim de nós mesmas, de todos os recursos que temos e sabemos usar, para aprendermos que só Nele temos aquilo por que mais ansiamos.
         Levar a Deus algum problema nos aflige pessoalmente é algo que podemos e devemos fazer. A família toda será abençoada através da nossa maneira especial de enxergar a dificuldade e da nossa intercessão.
         Em Cristo, escreveu o apóstolo Paulo em Gálatas 3:28,

"não pode haver nem judeu nem grego; nem escravo, nem liberto; nem homem, nem mulher".   Gálatas 3.28
        O senhorio de Cristo em nossas vidas nos responsabiliza individualmente, em qualquer situação em que nos encontremos. Em Cristo, não há limites para o nosso crescimento espiritual, mesmo dentro de um casamento que deixe a desejar. Somos responsáveis por nós mesmas diante de Deus (Romanos 14:12).
         Portanto, se sentimos falta de envolvimento espiritual de nossos maridos dentro de casa, precisamos buscar a Deus com mais intensidade para termos para nós e podermos repartir com os nossos queridos. Por mais que Deus honre e valorize os relacionamentos, e especialmente os laços conjugais, não vamos chegar ao céu de mãos dadas, aos pares ou em grupos. Vamos chegar lá um a um pois a salvação depende da decisão de cada pessoa em aceitar o perdão que Deus proveu através da cruz de Cristo. Sua graça é imensa e irrevogável, mas a salvação depende de um "se".

"Eis que estou à porta, e bato. Se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e cearei com ele e ele comigo" (Apocalipse 3:20).
        Ele só entra em nossas vidas se abrirmos a porta. E a decisão é pessoal e intransferível.
         Qualquer que seja a situação que estejamos vivendo, continua sendo pessoal a responsabilidade de nos aprofundarmos no nosso relacionamento com Deus. Se a esposa está se sentindo tocada a buscar mais intimidade com Deus, não pode ficar esperando que o marido também sinta o mesmo para ambos o buscarem juntos. Ela pode mencionar seu desejo, favorecer as circunstâncias, e pode até ser que o marido a atenda, mas se não for o caso, a responsabilidade é dela.
A verdadeira maturidade espiritual
         O papel da mulher como ajudadora do seu marido na vida espiritual é mostrado no ensino do apóstolo Pedro às esposas em sua primeira carta. Ele se dirige a todas as esposas, embora focalize primeiro a mulher casada com um homem não crente. A esposa vai ajudar seu marido sem falar nada! E sabe por quê? Porque nossas ações falam mais alto do que qualquer coisa que possamos dizer. Pedro está dizendo que não é para ficarmos cutucando nossos maridos com o que o pastor falou no sermão de domingo, com o que o professor da escola dominical ensinou, com o que lemos naquele livro maravilhoso sobre a vida cristã dentro do lar. Devemos, isto sim, viver uma vida de tanta intimidade com Deus que transpareça em nós algo que nossos maridos desejarão ter também: aquele espírito manso e tranquilo que têm as mulheres que esperam no Senhor, que dependem primeiro Dele! Quando levamos primeiro ao Senhor todas as nossas frustrações, as nossas decepções e amarguras de espírito — o marido que não nos ama como gostaríamos, que não assume suas responsabilidades como achamos que deveria fazer, a filha que está permitindo muita intimidade no seu namoro, o filho retraído que não quer mais saber da igreja nem de Deus, e tantas coisas que fazem parte da vida da maioria de nós — e as deixamos a Seus pés, nosso coração fica cheio da paz que só Ele pode dar. Mesmo no meio das circunstâncias mais tristes e assustadoras, refletimos essa paz nos nossos rostos, na nossa postura, no nosso comportamento.
         A mulher cujo espírito é manso e tranquilo não envelhece mesmo quando vierem as rugas e os cabelos brancos, pois sua beleza cresce com o avançar da idade, tornando-se cada vez mais irresistível. O marido dessa esposa se apaixonará cada vez mais por ela, e pode até ser que se apaixone por ela de verdade pela primeira vez. E, segundo o apóstolo Pedro, a beleza da esposa ajudará o marido a enxergar mais claramente o poder de Deus e a desejar buscá-lo para si também.
O ministério pró-ativo
         Quando nos disse para não pregar para os nossos maridos, o apóstolo Pedro não estava dizendo que, nessa área, não há nada que possamos fazer em favor deles. O ministério da boca fechada diz respeito somente aos maridos. Entretanto, temos o melhor dos recursos para abençoar a vida deles — o ministério da intercessão. Como em tudo o mais, vamos buscar primeiro a Deus e levar a Ele as nossas inquietações e desejos.
         É muito especial para qualquer marido, crente ou não, saber que sua esposa ora por ele. Pergunte-lhe se há alguma coisa que ele deseja que você ore em favor dele. Nada demonstra para ele mais claramente que você é sua aliada, que está do lado dele para o que der e vier do que quando intercede em seu favor diante de Deus.
         Além disso, quando oramos por alguém, acolhemos essa pessoa no nosso coração e passamos a enxergar o que é realmente melhor para ele. Quando nossos maridos estiverem convencidos de que somos ativamente a seu favor, como suas aliadas, terão mais disposição para se abrir conosco e colheremos o benefício de uma maior intimidade e união entre nós.
         Ore por seu marido. Ore especificamente. Ore dentro do que a Bíblia ensina que Deus deseja ver na vida de seus filhos — crescimento, maturidade, amor, probidade, retidão. Fazendo isso, você estará se aliando a Deus a favor do seu marido. Quer uma aliança mais irresistível?

                                                                   Autor: Wanda de Assumpção


                                      Papel do Homem no Casamento

Infelizmente, vemos hoje uma quantidade cada vez maior de casamentos destruídos. É claro que existem várias razões para isso, mas uma delas é pelo fato de que tanto os homens como as mulheres perderam de vista o seu papel dentro do relacionamento.
Um time de futebol só alcança a vitória quando cada jogador sabe o seu lugar dentro de campo, e o desempenha o seu papel no grupo corretamente. Da mesma forma, não podemos esperar que uma família seja bem sucedida se os seus integrantes nem ao menos sabem quais são suas responsabilidade perante Deus. É necessário, portanto, buscarmos compreender através da Bíblia o que Deus espera de cada um. Comecemos com o papel do marido.
Texto: 1 Pedro 3.7
Do mesmo modo vocês, maridos, sejam sábios no convívio com suas mulheres e tratem-nas com honra, como parte mais frágil e co-herdeiras do dom da graça da vida, de forma que não sejam interrompidas as suas orações.
Pedro ensina que o marido contribui para a glória de Deus no casamento através de um relacionamento amoroso com sua esposa.
O texto acima nos mostra duas palavras-chave para os maridos cumprirem adequadamente o seu papel dentro do casamento.
  • CONVIVÊNCIA: O marido deve conviver no lar com sabedoria (v.7a).
Do mesmo modo vocês, maridos, sejam sábios no convívio com suas mulherese tratem-nas com honra, como parte mais frágil e co-herdeiras do dom da graça da vida, de forma que não sejam interrompidas as suas orações.
Algo que, infelizmente, é comum a vários maridos no casamento é a ausência. Muitos maridos são ausentes no relacionamento por causa do trabalho ou apenas por falta de interesse. Existem aqueles que trabalham o dia inteiro e quando saem do trabalho preferem ir a um bar ou assistir futebol na casa dos amigos. Mas existem aqueles que, apesar de estarem presentes fisicamente no lar, estão ausentes emocionalmente, pois vivem diante da televisão e não se relacionam com sua esposa e filhos.
A expressão “do mesmo modo” pode significar que, de certa forma, o homem debe agir com submissão, da mesma forma que a mulher e os servos mencionados anteriormente no texto bíblico. Dentro do contexto, esta atitude demonstra não ser de obediência, mas de conceder à mulher o valor necessário. O texto afirma que o marido deve dar “honra” à mulher, que é a mesma palavra usada para indicar a atitude do cristão em relação ao rei (2.17).
A idéia que Pedro quer transmitir aos maridos é que eles devem conviver com suas esposas. Mas não se trata apenas de estar junto, mas também de se relacionar com elas com conhecimento ou sabedoria (vamos ver o que isso significa mais tarde). Então, Pedro está ensinando que os maridos devem ter quantidade e qualidade de tempo com suas esposas. Não é só estar junto sem dar atenção, mas também não dar atenção só de vez em quando. Isso deve ser uma prática comum e regular dos maridos.
Não vale a pena conquistar o mundo (negócios) e perder a sua esposa e família. Dedique tempo à sua esposa. Não precisa ser horas do seu dia, mas planeje-se para sempre ter tempo para ela. Aqui vão algumas sugestões:

1. Tempo de sofá: Pode ser apenas quinze a vinte minutos do seu dia para você sentar com sua esposa e perguntar como foi o dia dela e ouvi-la.
2. Tempo devocional: O marido também é o líder espiritual da família. Separe um tempo para orar e ler a Bíblia com sua esposa para que vocês possam crescer juntos.
3. Tempo de lazer com a esposa: De vez em quando, saia com sua esposa para passear sem os filhos. Pode ser algo simples. 
  • HONRA: O marido deve tratar a esposa com honra (v.7b).
Do mesmo modo vocês, maridos, sejam sábios no convívio com suas mulherese tratem-nas com honra, como parte mais frágil e co-herdeiras do dom da graça da vida, de forma que não sejam interrompidas as suas orações.
Pedro explica aqui o que significa conviver com a esposa com conhecimento. Significa que os maridos devem tratá-las com honra, como parte mais frágil. O grego usa a expressão “como vaso frágil”. Existem vasos que são verdadeiras obras de arte. Eles são valiosos e delicados, e por isso precisam ser manuseados com muito cuidado. Recentemente encontrei na internet um vaso chinês antigo para vender. Ele custava quarenta mil reais. Com certeza ele é manuseado com extremo cuidado pelos seus donos, pois é frágil de grande valor. Nossas esposas são assim também: frágeis e preciosas, e precisam ser tratadas desta forma.
Assim, quando Pedro afirma que os maridos devem viver a vida comum do lar com conhecimento, ele está dizendo que, no relacionamento com sua esposa, o marido deve tratá-la com honra levando em conta algumas verdades: 1. A mulher é a parte mais frágil da relação. 2. A esposa (cristã) compartilha da mesma graça de Deus (salvação).

1. A mulher é a parte mais frágil da relação: Isso não significa que a mulher é inferior, mas simplesmente que, em certos sentidos, a mulher é mais delicada que o marido. Existem pelo menos duas áreas em que isso é verdade. A mulher é mais delicada fisicamente e emocionalmente. Por isso, ao se relacionar com sua esposa lembre-se sempre disso. Não a trate com agressividade física. A mulher também é mais frágil emocionalmente. Normalmente elas são mais emotivas. O homem não é assim e por isso ele trata sua esposa como se fosse um outro homem. Não dá demonstrações de carinho e afeto, fica bravo quando a mulher chora. É aí que os conflitos surgem e os homens adquirem o rótulo de “insensíveis”.
2. A esposa compartilha da mesma salvação: o marido deve conviver com sua esposa (cristã) lembrando-se que ela compartilha, junto com ele, da graça de Deus agindo em sua vida. Mais uma vez a Bíblia está mostrando que as esposas não são inferiores aos maridos no casamento. Pedro destaca a igualdade das mulheres no que se refere ao relacionamento com Deus. Elas igualmente defrutam desta graça. Devemos tratá-las, portanto, como alguém que tem os mesmos privilégios.
Portanto, honre sua esposa. Dê a ela o devido valor dentro da família.

AS CONSEQÜÊNCIAS ESPIRITUAIS (v.7c)

Do mesmo modo vocês, maridos, sejam sábios no convívio com suas mulheres e tratem-nas com honra, como parte mais frágil e co-herdeiras do dom da graça da vida, de forma que não sejam interrompidas as suas orações.
Os maridos são verdadeiros pastores de suas esposas. Isso é verdade porque Pedro nos mostra que a forma pela qual o marido se relaciona com sua esposa tem sérias conseqüências espirituais.
Quando o marido não valoriza a esposa e não a trata com o respeito e dignidade adequados, a comunhão entre o casal é prejudicada e, conseqüentemente, a vida espiritual (comunhão com Deus) é afetada.
Isso pode ser especialmente percebido na interrupção da vida de oração do casal. Pedro mostra que a conseqüência de não tratar a esposa adequadamente é a interrupção das orações. A idéia é que, quando o marido não cumpre corretamente seu papel no casamento, a comunhão com a esposa é quebrada, e conseqüentemente, a comunhão com Deus, pois as suas orações serão impedidas.
Todo o ensinamento de Pedro que vimos até agora pode ser resumido no que diz Colossenses 3.19:
Cl 3.19-Maridos, ame cada um a sua mulher e não a tratem com amargura.
Os maridos devem amar suas esposas. O amor na Bíblia não se trata de um sentimento. Sentimentos são instáveis. Para a Bíblia o amor é a disposição para fazer o que é o melhor para o outro, e este é o compromisso que precisamos ter com Deus e com nossas esposas.
Nós, maridos, precisamos periodicamente relembrar nosso papel dentro do lar. Se cada um de nós cumprirmos adequadamente nossa responsabilidade, com a ajuda de Deus, seremos um número a menos no porcentual de famílias destruídas.

Autor: Ivis Fernandes





                         Estudo Bíblico O Que Devo Ensinar aos Meus Filhos

Quando eu era novo e recém-casado, tive a oportunidade de dar uma aula sobre a instrução de filhos. Eu me senti incapaz por não ter nenhuma experiência como pai. Segui o conselho de uma pessoa mais experiente e sábia – ensine o que a Bíblia diz sobre o assunto. Estudei e procurei fazer exatamente isso.

Agora, sou pai e avô, e vejo a necessidade de ensinar sobre a instrução de filhos. Quando olho para as minhas próprias imperfeições e para os erros que tenho cometido na criação dos meus filhos, ainda me sinto incapaz. Mas, sabendo que o assunto é importante, volto ao mesmo conselho. Vamos examinar algumas coisas que a Bíblia diz sobre a instrução dos filhos. São orientações divinas importantes para todos os pais.
A Importância da Instrução
Tanto no Antigo como no Novo Testamento, Deus frisou a importância da instrução dos pais para os filhos. Na época dos Patriarcas, Deus confiou na determinação de homens fiéis para repassar suas instruções às gerações posteriores. Ele disse sobre Abraão: “Porque eu o escolhi para que ordene a seus filhos e a sua casa depois dele, a fim de que guardem o caminho do Senhor e pratiquem a justiça e o juízo” (Gênesis 18:19). A confiança de Deus em Abraão não foi baseada na experiência deste homem como pai. Deus sabia que Abraão era fiel ao Senhor, e que faria o melhor possível como pai.

Quando Moisés resumiu a vontade de Deus para os israelitas, nas últimas semanas de sua vida, ele disse: “Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te” (Deuteronômio 6:6-7).

Asafe, um dos salmistas de Israel, escreveu: “O que ouvimos e aprendemos, o que nos contaram nossos pais, não o encobriremos a seus filhos; contaremos à vindoura geração os louvores do Senhor, e o seu poder, e as maravilhas que fez” (Salmo 78:3-4).

O livro de Provérbios contém muito ensinamento prático dos pais para os filhos. Consideremos alguns versículos que frisam a importância de dar e receber esta orientação: “Ouvi, filhos, a instrução do pai e estai atentos para conheceredes o entendimento” (4:1); “Filho meu, atenta para as minhas palavras; aos meus ensinamentos inclina os ouvidos” (4:20); “Filho meu, guarda o mandamento de teu pai e não deixes a instrução de tua mãe” (6:20); “O filho sábio alegra a seu pai, mas o filho insensato é a tristeza de sua mãe” (10:1); “O filho sábio ouve a instrução do pai, mas o escarnecedeor não atende à repreensão” (13:1); “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele” (22:6).

O Novo Testamento, também, fala da importância da instrução pelos pais. Paulo comentou sobre a fé que Timóteo aprendeu da sua mãe e avó (2 Timóteo 1:5). O mesmo apóstolo escreveu: “E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor” (Efésios 6:4). O autor de Hebreus comentou sobre a importância da disciplina na instrução dos filhos (Hebreus 12:4-11). A Bíblia toda enfatiza a importância da educação dada pelos pais aos filhos.
Algumas Coisas que os Pais Devem Ensinar aos seus Filhos
Um pequeno estudo como este não é suficiente para falar de tudo que os pais precisam comunicar aos seus filhos. Qualquer pai ou mãe poderia parar aqui e se dedicar ao estudo da própria Bíblia para achar uma orientação muito mais ampla. Aprenda a ser fiel a Deus e procure ensinar os mesmos princípios aos seus filhos.

As sugestões que seguem servem para iniciar ou orientar o seu estudo, mas não são uma lista completa das instruções que os filhos precisam. Vamos considerar algumas coisas que os filhos devem aprender dos seus pais.

- Respeitar autoridade. Aprender a respeitar a autoridade absoluta do Senhor é de suma importância para a salvação eterna dos filhos (Mateus 28:18-20; 2 Tessalonicenses 1:7-9). Mas esta lição começa antes da criança desenvolver a capacidade para compreender a idéia de um Ser espiritual e invisível. Quando a criança aprende a respeitar a autoridade da mãe e do pai terrestre, toma um passo importante na direção da submissão a Deus. Se não respeitar o pai visível, como vai obedecer o Pai celeste? O princípio de respeito deve abranger outras figuras de autoridade – professores na escola, supervisores no serviço, oficiais do governo e guias espirituais (cf. Romanos 13:1-7; 1 Pedro 2:13,18; 3:1; Hebreus 13:17).

- Reconhecer limites e conseqüências. Os pais precisam ensinar o princípio da colheita: “Aquilo que o homem semear, isso também ceifará” (Gálatas 6:7); “O que semeia a injustiça segará males…o generoso será abençoado” (Provérbios 22:8-9). Desobediência precisa ser castigada: “Castiga o teu filho, enquanto há esperança” (Provérbios 19:18; cf. 23:13). “Disciplina rigorosa há para o que deixa a vereda, e o que odeia a repreensão morrerá” (Provérbios 15:10).

- Conhecer o Senhor. Quando trazemos um filho para este mundo, damos vida à uma pessoa com um espírito que vai existir para a eternidade – ou na presença de Deus na glória do céu, ou banido da presença dele no tormento do inferno (João 5:29; Mateus 25:46; 2 Tessalonicenses 1:8-9). Aquele filho cresce, se torna responsável pelos próprios atos e, infelizmente, peca contra Deus (Romanos 3:23). Para alcançar a vida eterna e evitar o castigo eterno, ele precisa conhecer o Senhor. Precisa crer em Jesus Cristo (João 8:24), arrepender-se (Lucas 13:3) e ser batizado para remissão dos seus pecados (Atos 2:38; Marcos 16:16). Os pais devem ensinar seus filhos sobre Deus e sobre a salvação em Jesus.

- Conhecer a Bíblia. Para conhecer o Senhor, é necessário conhecer a palavra que ele nos revelou. Salmo 78 fala da importância do ensinamento baseado na História bíblica. Crianças pequenas gostam de ouvir as histórias de Noé, Abraão, Moisés, Davi, Daniel, etc. São capazes de aprender muitos fatos importantes sobre Deus. Aproximando a adolescência, desenvolverão uma capacidade maior para compreender os ensinamentos (doutrinas) da Bíblia, já com uma base sólida de compreensão histórica. Comece cedo, e continue ajudando seus filhos a crescerem no conhecimento da palavra.

- Distinguir entre o certo e o errado. O primeiro filho a nascer na história do mundo pecou quando não escolheu o bem (Gênesis 4:7). Os nossos filhos terão que decidir entre dois caminhos com destinos opostos (Mateus 7:13-14; Hebreus 5:14). Esta capacidade de distinguir entre o bem e o mal definirá diversas decisões na vida: “O que justifica o perverso e o que condena o justo abomináveis são para o Senhor, tanto um como o outro”(Provérbios 17:15).

- Trabalhar e ser responsável. O homem foi criado para trabalhar, e deve ser responsável em todos os seus compromissos. Deus sempre condenou a preguiça (Provérbios 6:6-11; 19:15,24). Paulo disse: “Se alguém não quer trabalhar, também não coma” (2 Tessalonicenses 3:10). Tratando da responsabilidade financeira em relação à família, ele disse: “Ora, se alguém nãotem cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente” (1 Timóteo 5:8).

- Ser responsável pelos próprios atos. Desde o pecado do primeiro casal, as pessoas têm tentado fugir da responsabilidade pelos próprios atos (veja Gênesis 3:11-13). A mulher culpou a serpente que a tentou. O homem culpou a mulher e até tentou jogar uma parte da culpa em Deus por ter criado sua companheira! Muitas pessoas hoje preferem dizer que “aconteceu” para não admitir que “eu fiz”. É mais fácil culpar o governo ou a sociedade do que assumir responsabilidade pelos próprios atos. Ninguém nunca conseguiu justificar o pecado. Deus justifica pecadores arrependidos!

- Cumprir seus deveres na família. Pais fiéis a Deus, fiéis aos cônjuges e fiéis aos filhos ajudam os filhos a aprenderem seus papéis na família (Efésios 5:22-6:4). Pais precisam ser homens de verdade que sustentam e guiam suas famílias. Mães precisam ser submissas aos seus maridos, mostrando amor para eles e para os filhos. Filhos precisam ser obedientes, respeitando e honrando os pais. E os pais devem ensinar aos filhos, ajudando-os a crescer para ser homens e mulheres fiéis a Deus e dedicados às suas famílias.

- Aprender uma perspectiva eterna. Todos nós precisamos aprender a olhar para tudo ao nosso redor de uma perspectiva eterna. Pessoas materialistas se preocupam com as coisas passageiras. Pessoas espirituais olham para as coisas eternas. Nós, e nossos filhos, precisamos aprender que “acabam-se os nossos anos como um breve pensamento…. porque tudo passa rapidamente” (Salmo 90:9,10). Como Moisés, devemos pedir: “Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio” (Salmo 90:12). Precisamos ensinar e viver de uma maneira que os nossos filhos possam aprender a acumular seus tesouros no céu, não aqui na terra (Mateus 6:19-21; Lucas 12:15-21). A vida passa como neblina (Tiago 4:13-15). Depois desta vida, vem o julgamento e a eternidade (Hebreus 9:27). Vamos ensinar a palavra de Deus para ajudar os nossos filhos olharem para a eternidade e se prepararem para a vida eterna na presença de Deus!

Ser pais é uma grande bênção e uma responsabilidade enorme que alcança a eternidade. Vamos fazer o melhor possível para guiar os nossos filhos no caminho do Senhor.
                                                                 Autor: Pr Flávio Nunes |   


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   Estudo A Necessidade e a Urgência do Culto Doméstico


Texto Áureo: Dt. 11.19 – Leitura Bíblica: Dt. 11.18-21; II Tm. 3.14-17

INTRODUÇÃO
O lar e a igreja são parte de um todo, por isso, o culto doméstico, como extensão do culto no templo, deve ser uma prática constante. Na aula de hoje trataremos a respeito do valor do culto doméstico, mas antes, mostraremos sua base bíblica, e ao final, apresentaremos algumas orientações prática para a realização do culto no lar. Esperamos que através dessa aula as famílias cristãs sejam despertadas para a necessidade e a urgência do culto doméstico.

1. CULTO DOMÉSTICO, A BASE BÍBLICA
A família precisa ter oportunidade de cultuar a Deus não apenas no templo, mas também em casa, no ambiente do lar cristão. O fundamento bíblico para o culto doméstico se encontra em Dt.11, mais especificamente no versículo 19, no qual está escrito: “E ensinai-as a vossos filhos, falando delas assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te”. A influência dos pais, na formação espiritual dos filhos, é atestada por Josué, ao declarar: “Mas se vos parece mal servirdes ao Senhor, escolhei hoje a quem haveis de servir; se aos deuses a quem serviram os vossos pais, que estavam além do Rio, ou aos deuses dos amorroeus, em cuja terra habitais. Porém, eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Js. 24.15). A palavra servir, em hebraico, é abad, e significa trabalhar, atuar, dando ideia que os pais devam se esforçar para repassar para os filhos os valores divinos. O próprio Abraão foi escolhido pelo Senhor “a fim de que ele ordene a seus filhos e a sua casa depois dele, para que guardem o caminho do Senhor” (Gn. 18.19). O verbo guardar, em hebraico, é shamar, com o sentido de “dar atenção”, mostrando, assim, que o ensinamento é fundamental no processo de formação da visão cristã dos filhos. Em consonância com esse princípio, em Dt. 6.6,7, o povo de Deus recebe a seguinte instrução: “E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as ensinarás a teus filhos, e delas falarás sentado em tua casa e andando pelo caminho, ao deitar-te e ao levantar-te”. No Novo Testamento, Paulo instruiu aos pais, para que esses, criem seus filhos na disciplina e admoestação do Senhor” (Ef. 6.4). Disciplina, em grego, é paideia, que tem a ver com tutoria, ou instrução. Isso quer dizer que os pais precisam educar, e se for o caso, corrigir seus filhos para que esse aprendam a temer, e sobretudo, amar a Deus. A palavra admoestação, em grego, é nouthesia, que reforça a necessidade de adverti-los mediante a Palavra de Deus, para que eles vivem de acordo com as orientações do Senhor. Timóteo, o jovem pastor, é um exemplo de uma criança que foi instruída, desde a tenra idade, nas Sagradas Letras, que o fizeram sábio para a salvação (II Tm. 3.15), tal ensinamento partiu da sua avó, Lóide, e da sua mãe, Eunice (II Tm. 1.2-5).

2. A IMPORTÂNCIA DO CULTO DOMÉSTICO
O culto doméstico tem grande valor, o principal deles é a comunhão que proporciona no lar, na medida em que os membros da família se unem para adorar a Deus. A família moderna está sendo solapada pela inversão de valores, dentre eles o isolamento. Pais e filhos já não conseguem mais se relacionar, cada um se isola em seu espaço, seja ele físico ou virtual. Por isso é urgente que pais e filhos passem a ter momentos juntos na presença de Deus, a fim de lerem a Bíblia, orarem e cantarem hinos de louvor. Outro valor do culto doméstico é que esse deixa marcas indeléveis para toda vida dos filhos. Como está escrito em Pv. 22.6, quando o filho é ensinado na Palavra, é menos provável que esse venha a se desviar quando adulto. E, se isso vier a acontecer, ele carregará, por toda vida, as instruções que recebeu na infância. Esse é também um momento de partilha, não apenas de problemas, mas também de conquistas, e uma oportunidade singular para tirar dúvidas. O culto doméstico tem um papel fundamental no contexto familiar a fim de espiritualizar as relações. Não podemos esquecer que vivemos em uma época marcada pelo secularismo. A programação televisiva, e até mesmo as escolas, estão pautadas em valores contrários à Palavra de Deus. Através da realização do culto domestico, pais e filhos podem dialogar a respeito dos valores do Reino. Nesse momento todos param suas atividades para ficarem juntos, somente esse motivo já é suficiente, tendo em vista que as pessoas não conseguem mais se relacionarem, nem mesmo dentro do mesmo ambiente físico. A tecnologia está roubando o tempo das famílias, é muito tempo dedicado à televisão e à internet, e quase nada à meditação na Palavra de Deus. Os momentos de adoração, no culto doméstico, favorecem um clima de piedade no lar. Os poucos minutos destinados ao culto doméstico contribuíram para que a família, não apenas dentro, mas também fora do lar, possam ter atitudes mais piedosas (I Tm. 4.7).

3. ORIENTAÇÕES PARA O CULTO DOMESTICO
O culto doméstico não precisa ser demorado, na verdade, é bom que tenha curta duração, não mais que meia hora. É preciso considerar que vivemos em meio a uma sociedade agitada, as pessoas estão assoberbadas de tarefas, inclusive os filhos. Por isso, é melhor fazer um culto doméstico com a duração de 10 minutos diários do que fazer uma vez apenas com uma hora de duração. O horário deve ser apropriado à participação de todos, a fim de que, na maioria das vezes, os membros da família estejam presentes. Se não tiver como realizar o culto doméstico todos os dias, todo o esforço deve ser empreendido para que esse seja feito pelo menos uma vez por semana. A escolha do(s) hino(s) que ser(ão) cantado(s) é fundamental, é importante que seja do agrado de todos, principalmente das crianças. A leitura da Bíblia também deve ser bem pensada, é importante que seja um texto curto, de fácil compreensão, e que tenham caráter tanto instrutivo quanto devocional. A alternância na leitura é um aspecto importante, respeitando inclusive as diferentes versões que são utilizadas. Dependendo mesmo da faixa etária dos filhos, pode ser necessário a utilização de uma versão mais simples, com uma linguagem mais contemporânea. Comentários rápidos poderão ser acrescentados ao texto, evidentemente os pais poderão dar início à exposição, mas é produtivo ouvir o que os filhos têm a dizer a respeito do texto. A oração é um elemento essencial no culto doméstico, cada membro da família deve ter a oportunidade para fazer seu pedido. Nenhum pedido de oração deve ser motivo de reprovação. O respeito pelas necessidades individuais é condição necessária para o êxito no culto doméstico. Essa é uma oportunidade para aprender a colocar os mais simples problemas na presença do Senhor. É importante também que os membros da família se alternem na oração, que todos tenham a oportunidade de elevar sua voz a Deus, através de uma oração simples, sem palavras muito difíceis, sobretudo com sinceridade de coração.

CONCLUSÃO
O culto doméstico está sendo esquecido em muitos lares cristãos. Por causa da correria desses dias, muitos já não mais têm tempo para reunir a família para cultuar a Deus. É importante que pais e mães sejam despertados para a realização do culto doméstico, mesmo que esse tenha curta duração, pelo menos uma vez com semana. Que essa seja uma oportunidade para crescer no temor, sobretudo no amor ao Senhor. O culto doméstico não precisa ser um espaço apenas de repreensão, mas também de edificação, de alegria na presença de Deus (Mt. 19,20).

BIBLIOGRAFIA
MARCELLINO, J. Redescobrindo o tesouro perdido do culto familiar. São José dos Campos: Fiel, 2004.
MERKH, D. 1001 ideias criativas para o culto doméstico. São Paulo: Voxlitteris, 2003.

                                                              | Autor: Prof. José Roberto A. Barbosa



A RESPONSABILIDADE DOS PAIS

DEUTERONÔMIO 6.1-9


 “E as intimarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e
andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te"
(Deuteronômio 6. 7).

1 - Estes, pois, são os mandamentos, os estatutos e os juízos que
mandou o SENHOR, vosso Deus, para se vos ensinar, para que os fizésseis
na terra a que passais a possuir;
2 - para que temas ao SENHOR, teu Deus, e guardes todos os seus
estatutos e mandamentos, que eu te ordeno, tu, e teu filho, e o filho de
teu filho, todos os dias da tua vida; e que teus dias sejam prolongados.
3 - Ouve, pois, ó Israel, e atenta que os guardes, para que bem te
suceda, e muito te multipliques, como te disse o SENHOR, Deus de teus
pais, na terra que mana leite e mel.
4 - Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR.
(O papel paterno e materno na criação de filhos)


INTRODUÇÃO

I - 1ª RESPONSABILIDADE: CONHECER A PALAVRA

Não dá para praticar e educar naquilo que não se conhece. Por essa razão, a primeira responsabilidade dos pais é versar-se na palavra de Deus. A Bíblia assim ordena:
"conheçamos e prossigamos em conhecer o Senhor"  (Os 6.3a). Mas, afinal, o que a palavra revela sobre Deus?

Vejamos:
1. A palavra revela que Deus é o Senhor da família - "Estes, pois, são os mandamentos, os estatutos e os juízos que mandou o Senhor" (Dt 6.1). Sendo Deus o Senhor da família é Ele que deve traçar as diretrizes comportamentais de seus membros. A ela não pode ser regida pelos ditames mundanos. Em matéria de família, a última palavra não é da psicologia ou da psicoterapia familiar, é de Deus. Como feitor cabe tão somente a Ele a confecção do manual do proprietário. Deus fala, manda, aponta o caminho, cabe à família ouvir, obedecer e andar nele. É responsabilidade dos pais conhecerem a voz, o mandado, e o caminho de Deus a fim de nortear a sua descendência.


2. A palavra revela os mandamentos e estatutos de Deus para a família - "Estes, pois, são os mandamentos, os estatutos..."  (Dt 6.1).
Além de conhecer a Deus como Senhor da família, os pais devem familiarizar-se com os seus mandamentos. No texto lido, Deus ordena aos pais que: amem ao Senhor (v 5); guardem a sua palavra no coração  (v 6); inculque a palavra nos filhos (v 7). Em outros textos, é ordenado que os pais: não provoquem a ira dos filhos, mas crie-os na doutrina e admoestação do Senhor (Ef 6.4), e não irritem aos filhos, para que não percam o ânimo (Cl 3.21).


3. A palavra revela os juízos de Deus sobre a família - "Estes, pois, são os mandamentos, os estatutos e os juízos..."  (Dt 6.1). Mais do que revelar o senhorio e os mandamentos de Deus para a família, a Bíblia revela os juízos que recaem sobre os pais quando estes mandamentos são violados. Acã violou os preceitos do Senhor levando toda a sua família à ruína (Js 7.1-26). O sacerdote Eli não repreendeu a sua casa, sendo alvo da ira divina (1Sm 3.11-14; 4.11,18). Os mandamentos de Deus para a família são sérios, não podem ser tratados com desprezo.


II - 2ª RESPONSABILIDADE: VIVER A PALAVRA

Não basta aos pais apenas o conhecimento intelectual quanto ao senhorio de Deus, e quanto aos seus mandamentos e juízos. Espera-se que traduzam na prática o que conhecem na teoria. Os pais precisam urgentemente viver a palavra.

1. Pais que vivem a palavra são aqueles que temem a Deus - "Para que temas ao Senhor, teu Deus..."  (Dt 6. 2). Viver a palavra é a única forma de expressarmos temor ao Senhor, pois não se trata de um sentimento, mas se traduz pela obediência incansável de pais que desejam uma família segundo o coração de Deus. É na vivência da palavra que o temor dos pais é incutido nos filhos. O temor a Deus baseia-se em um relacionamento onde se reconhece sua santidade, justiça e retidão.
Portanto, os pais que temem a Deus se separaram do pecado, aborrecendo-o. Enquanto o pecado separa-nos de Deus, o temor nos atrai.

2. Pais que vivem a palavra são aqueles que amam a Deus -
"Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu poder"
. Amar a Deus é o principal dentre todos os mandamentos. Quem ama a Deus cumpriu toda a lei, pois que a lei da obediência se resume no amor. Jesus disse que, se o amar-mos, guardaremos os seus mandamentos (Jo 14.15). Devemos amá-lo de todo o coração, isto é, sem hipocrisia, mas em verdade (Jo 15.7-8); de toda a alma, ou seja, enquanto o nosso fôlego de vida soprar (Gn 2.7); de todo o entendimento, isto é, com toda a compreensão que temos Dele.

3. Pais que vivem a palavra são aqueles que dão o exemplo - "E estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração"  (Dt 6.6). O texto é claro, antes de a palavra ser inculcada na cabeça dos filhos, ela tem que estar no coração dos pais, afinal cada um só pode dar aquilo que tem. Os pais têm que ser exemplo no que diz respeito à oração, a leitura da Bíblia e à obediência a Deus. Paulo diz em Fl 4.9:  "O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso praticai; e o Deus da paz será convosco"
. Ou seja, os pais não podem adotar o discurso do  "faça o que eu mando, mas não faça o que eu faço"
.
III - 3ª RESPONSABILIDADE: EDUCAR NA PALAVRA


A terceira responsabilidade dos pais aqui destacada é a de educar os filhos na palavra de Deus. Vejamos então neste tópico os agentes, os instrumentos e o propósito da educação cristã.

1. Os agentes da educação: o pai e a mãe - "E as intimarás a teus filhos"  (Dt 6.7a). Deus responsabiliza de forma direta, pessoal e intransferível os pais pela educação cristã em seus respectivos lares. O ensino religioso dos filhos não é responsabilidade direta do ministério da igreja (pastores, superintendentes e ministros), muito menos da escola secular. Enquanto aqueles são agentes cooperadores na medida em que seus talentos favorecem o aperfeiçoamento dos santos, estes contribuem na formação acadêmica. Nossos filhos aprendem ciências humanas e exatas com seus professores seculares, mas relacionamento com Deus e com a Sua palavra aprende-se dentro de casa. Esta função cabe aos genitores.

2. Os instrumentos da Educação
- Os pais devem fazer uso de todos os recursos disponíveis na educação cristã. Na presente lição, destacaremos basicamente três. Quais sejam:

a) - A instrução verbal:
"e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te" (Dt 6. 6);

b) - O castigo físico:
"Castiga o teu filho, e te fará descansar e dará delícias à tua alma"
(Pv 29. 17);

c) - A afetividade:
"E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão, e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço, e o beijou"
 (Lc 15. 20).


3. O propósito da educação: inculcar a palavra - "E as intimarás a teus filhos"  (Dt 6.7a). A finalidade da educação cristã não é fazer com que o filho saiba de cor e salteado versículos bíblicos. Muitos alunos tiram nota 10 em suas provas seculares não porque aprenderam, mas porque decoraram a matéria. A educação crista não se presta a isto. Deus ordena que a palavra seja inculcada. A ideia é a de abrir a cuca (cabeça) do filho, colocar a palavra dentro e costurar por fora. Os pais inculcam a palavra quando o filho reproduz fora, aquilo que foi colocado dentro. O inculcamento se dá quando transcende o conhecimento intelectual e passa
a ser conhecimento prático e cotidiano.


CONCLUSÃO

A responsabilidade dos pais não é tarefa fácil, visto que precisam educar não apenas para esta vida, mas, sobretudo para a eternidade. Entretanto, os pais podem e devem contar com aquele que nos ensina todas as coisas, que nos faz lembrar as palavras de Jesus, e que nos guia em toda a verdade: o Espírito Santo (Jo 14.26; 16.13). Com o Espírito Santo, a educação cristã torna-se não apenas possível, mas prazerosa. Certamente podemos contar com Ele.

                          Revista de Estudo Crescimento Bíblico                23
COMENTÁRIO:
Arnaldo Ribeiro Dias Filho
Líder de Grupo “Casados Para Sempre”
Direitos autorais reservados à Igreja Assembléia de Deus do Setor Oeste do Gama - Área Especial 2/4 - DF
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CRISTO Esposo Esposa Filhos
            Entretanto existem mais coisas aqui; esses versículos nos mostram como essa autoridade deve ser exercida no contexto familiar. O padrão é o relacionamento entre Cristo e a Igreja. É o exemplo de Cristo no que diz respeito à autoridade, à liderança, e ao amor que deve ser seguido por aqueles que exercem autoridade na família. Ele jamais agiu como um líder ditatorial ou arbitrário; pelo contrário, instruía e orientava os seus discípulos de forma amorosa, oferecendo sua vida como um exemplo.   
Acima de tudo, é necessário que todos os membros da família reconheçam que Cristo é a autoridade máxima no lar. Somente assim a família cristã poderá viver conforme os planos de Deus para ela. Na verdade, é impossível imaginar que uma família possa ser verdadeiramente cristã,se não considerar Cristo como a autoridade máxima no lar.

1.3 OS DEVERES DOS MEMBROS
Objetivo 3: Identificar afirmações bíblicas sobre o relacionamento entre os membros da família.        Para que uma família viva conforme a vontade de Deus, é necessário que cada um de seus membros cumpra seus deveres.

O Marido e a Esposa
            Para iniciar a formação da família conforme planejara, Deus realizou a primeira união conjugal. Ele afirmou: “... Não é bom que o homem esteja só: far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea” (Gn 2.18).Então, criou a mulher a partir do corpo do próprio homem; depois determinou que o homem e a mulher deveriam se tornar novamente um só corpo por meio do casamento (Gn 2.24). Que grande mistério existe em tudo isso (Ef 5.32,33)! 126

Para preservar essa unidade, Deus estabeleceu os seguintes preceitos,que devem ser seguidos por ambos os cônjuges:

1. Não se recusar um ao outro. Em 1 Coríntios 7.3-5, essa é uma das colocações que Paulo faz a respeito do relacionamento sexual no casamento.Será que você fica surpreso com isso? A Bíblia tem muito a dizer sobre as práticas sexuais pecaminosas. Contudo, essa é uma das raras passagens que nos falam da prática das relações sexuais conforme Deus aprova. E,naturalmente, essa prática se restringe ao casamento.        
Na verdade, o casamento começa no momento da união física do casal(Gn 2.24). Portanto é muito natural que a Bíblia tenha estabelecido uma diretriz para a continuidade dessa união. Segundo essa diretriz, cada cônjuge deve satisfazer as necessidades sexuais do outro, pois o corpo de cada um não pertence mais a si mesmo e, sim, ao seu cônjuge. Se o casal observar esse princípio e seguir a diretriz que dele advém, terá um casamento bem mais feliz, e a possibilidade de uma infidelidade conjugal será muito menor.          
2. Serem fiéis um ao outro. Quando um homem e uma mulher se unem em matrimônio perante o Senhor, ambos prometem ser fiéis um ao outro,e Deus quer que essa promessa seja cumprida no decorrer de toda a sua vida de casados. Tanto o marido quanto a mulher precisam ter em menteque seu corpo pertence primeiramente ao Senhor e, depois, ao seu cônjuge.    
O apóstolo Paulo deixa claro que, se um cristão se une a uma prostituta,ele estará, na verdade, fazendo com que uma parte do corpo de Cristo se una ao corpo daquela prostituta! Afinal, o seu corpo é parte do corpo de Cristo (1 Co 6.15-17). De igual modo, se o marido ou a mulher se relacionar sexualmente com um outro alguém, estará unindo o corpo de seu cônjuge àquela pessoa! Isso acontece porque ambos se tornaram um só corpo por meio do casamento; e cada corpo é um com o seu cônjuge.           
A infidelidade é uma anomalia. É unir uma parte do corpo de um casal ao corpo de um estranho. Não é de se admirar, portanto, que a infidelidade produza tanta angústia dentro do casamento.     
3. Não separar o que Deus uniu. Jesus afirmou que a partir do momento em que um homem e uma mulher se casam, não são mais duas pessoas. A partir daí eles se tornam uma só pessoa, porque foi Deus mesmo quem os uniu (Mt 19.6). Assim, o divórcio também é uma anomalia por ser uma interferência humana em assuntos da competência de Deus. Os cônjuges não devem se divorciar porque não têm o direito de separar aquilo que Deus uniu. Embora o divórcio fosse permitido na época do Velho Testamento,devemos nos lembrar de que Jesus explicou que tal permissão só era concedida por causa da dureza do coração humano (Mt 19.8). Os preceitos estabelecidos por Deus desde o princípio jamais foram anulados.
4. Amar um ao outro. A idéia de que um homem e uma mulher se casam movidos pelo amor romântico tem sido largamente aceita nos últimos tempos. O amor é considerado uma atração mútua entre um homem e uma mulher. Se essa atração um dia termina, decidem que é hora de pôr fim ao casamento. Muito pelo contrário, porém, a Bíblia ordena ao casalque amem um ao outro (Ef 5.25; Tt 2.4). Desse modo, se o casal achar que o casamento está chegando ao fim porque não existe mais amor, então chegou a hora de começarem a se amar um ao outro; isto é, obedecer a ordem de Deus a eles.           
Afinal, qual é o conceito bíblico do amor? Certamente não se trata meramente de uma atração física e sentimental. Aliás, esse tipo de amor tende a ser muito egoísta. Ao contrário, a Bíblia nos apresenta o amor altruísta, o qual leva alguém a pensar no bem-estar do outro antes de pensar em si próprio. É desse amor que Paulo fala em 1 Co 13.4-7, e é somente esse amor que poderá impedir que o casamento naufrague em meio às tempestades do mar da vida.

5. Assumir um compromisso mútuo. O compromisso é fundamental no casamento cristão. Ele engloba o compromisso mútuo entre os cônjuges e o compromisso de ambos para com Deus, permitindo que o Senhor faça parte da vida deles juntos. Isso significa um compromisso de encontrar alternativas que deve levar ambos a buscarem soluções para os problemas que envolvem a dificuldade de compreender um ao outro, e de se relacionar um com o outro. Afinal, em algum momento da vida de casado, todo casal é afligido por esse tipo de problema. Somente quando os elementos básicos do casamento incluem esse compromisso é que o casal terá um alicerce sólido para construir a harmonia e a estabilidade conjugal. No compromisso de Jesus para com os seus podemos ver um exemplo maravilhoso da natureza inabalável desse tipo de compromisso (Jo 13.1). 128


6. Respeitar um ao outro. O marido e a mulher devem respeitar-se mutuamente, até mesmo naqueles momentos em que um acha que o outro não merece ser respeitado (Ef 5.33; 1 Pe 3.7). O casal deve ter uma elevada consideração um pelo outro. Nenhum dos dois deve achar que é superior ao outro, uma vez que ambos são “uma só pessoa”. Isso seria o mesmo que depreciar a si mesmo. A mulher deve respeitar o marido, porque Deus o colocou como autoridade sobre ela. O marido deve respeitar a mulher, porque ela é a auxiliadora idônea que Deus lhe deu e, além disso, herdará, juntamente com ele, “o dom da graça da vida” (1 Pedro 3.7 – Nova Versão Internacional).

A Esposa     
   
A Bíblia destaca dois deveres específicos da esposa cristã.           
1. Submeter-se ao marido. Nos tempos antigos, a mulher era praticamente uma escrava do marido, embora em Israel ela ocupasse uma posição bem mais digna. Entretanto, é através de Jesus que a mulher é elevada a uma posição de dignidade verdadeira, pois em Cristo “não há diferença...entre homens e mulheres” (Gl 3.28 – A Bíblia na Linguagem de Hoje).Para a vida conjugal, porém, Deus estabeleceu um padrão específico de relacionamento, responsabilidade e autoridade.      
   Em Efésios 5.22,23, vemos que ao marido é dada a responsabilidade de liderar e orientar o lar, ao passo que a mulher tem o dever de se submeter à liderança e à autoridade do marido do mesmo modo como a igreja se submete à autoridade de Cristo (Ef 5.22, 24; Cl 3.18; Tt 2.5; 1 Pe 3.1,5).      
    É muito difícil para algumas mulheres compreenderem corretamente o que significa ser submissa. Muitas acham que deve haver igualdade absoluta entre elas e os homens em todas as áreas da vida. Essa idéia,porém, não é realista, pois o homem e a mulher têm características muito diferentes. Também é verdade que, perante Deus, ambos têm os mesmos direitos e deveres de natureza espiritual. Por outro lado, é também verdade que aqueles que têm direitos iguais, como num governo democrático,possuem a prerrogativa de escolher livremente o seu líder, a quem se submeterão. De igual modo, no casamento, a mulher voluntariamente escolhe se tornar esposa e mãe e, conseqüentemente, submete-se à autoridade do marido, conforme o desígnio de Deus para a família. O Senhor não deseja que o homem e a mulher fiquem competindo entre si, mas sim que se completem e se complementem mutuamente (1 Co 11.11,12). A felicidade e a harmonia só poderão reinar no lar quando isso for verdade.        
2. Ser uma boa dona-de-casa. O outro dever dado por Deus à mulher consiste em cuidar da casa (Tt 2.5). Observe como a mulher que procede assim é altamente elogiada em Provérbios 31.10-31.O Marido
            O principal dever que Deus coloca para o marido é amar a sua esposa(Ef 5.25; Cl 3.19). Mas quais são as características desse amor? Vamos analisá-las à luz das Escrituras.        
1. O amor do marido pela esposa é um amor altruísta. Ele está disposto até mesmo a dar a própria vida por ela, da mesma forma como Cristo,por seu imenso amor, se sacrificou pela Igreja (Ef 5.25). É certamente um amor corajoso e que já atingiu a sua expressão máxima. 2. O marido que ama a sua esposa ama a si mesmo. Essa afirmação parece estranha, não é mesmo? E vou mais além: parece contrariar a afirmação anterior; porém, é exatamente o que a Bíblia diz: “Quem ama a sua esposa a si mesmo se ama” (Ef 5.28). Ele não ama uma outra pessoa, como alguém que ama ao vizinho; ama a si mesmo. Ele cuida de sua esposa como cuida de si próprio; dá-lhe alimento e proteção como faz consigo mesmo; afinal, ambos são, na verdade, uma só pessoa (Ef5.29). Ele se importa com as necessidades e preocupações da esposa, do mesmo modo como Cristo dá atenção às necessidades e preocupações da Igreja. Agindo assim, o marido estará seguindo o exemplo de Cristo ao cuidar de sua Igreja, que é o seu corpo.
3. O amor do marido pela esposa é um amor terno. O marido não trata a sua mulher de maneira rude (Cl 3.19), mas com ternura, respeitando a fragilidade feminina (1 Pe 3.7). Ele a lidera demonstrando amor e carinho. O marido que ama sua mulher desse modo não encontra dificuldade em que ela lhe seja submissa. Ou, em outras palavras, a mulher que tem um marido que a ame dessa maneira não terá nenhuma dificuldade em submeter-se a ele. Observe que a Bíblia coloca diante da esposa a obrigação de ser submissa ao marido, e diante do marido a obrigação de amar a esposa. É muito importante para o marido e para a esposa cumprirem voluntariamente seus respectivos deveres, e não tentar impor que o outro cônjuge cumpra suas responsabilidades. Isso é, o marido não deve tentar obrigar sua mulher a ser submissa a ele, e nem tem condições de fazê-lo. Isso nunca dá resultado! A mulher também não tem o poder de fazer o marido amá-la à força. Portanto,cada cônjuge deve assumir sua própria responsabilidade e deixar que seu companheiro faça o mesmo. Do contrário, a esposa pode recusar-se a se submeter ao marido até que ele demonstre amor por ela, ou o marido poderá ficar esperando que primeiro sua esposa demonstre submissão para só depois dar amor a ela. Essa situação de “primeiro você” acaba impedindo a ambos de obedecer à vontade de Deus em sua vida conjugal.Os Filhos      De acordo com a ordem divina, os filhos têm o dever de obedecer aos seus pais (Ef 6.1-3; Cl 3.20). A autoridade dos pais está alicerçada na autoridade do próprio Deus, a quem eles representam no lar. As passagens que mencionamos acima nos mostram quatro razões pelas quais os filhos devem ser obedientes:

1.         A obediência é seu dever como cristãos.    
2.         A obediência é a atitude correta.    
3.         A obediência agrada a Deus.
4.         Deus promete vida longa e próspera aos que honram seus pais.  
O próprio Jesus Cristo é o nosso referencial máximo de obediência:Ele não somente obedeceu ao Pai celeste (Fp 2.8), como também aos pais humanos (Lc 2.51).
Os Pais           
Deus ordena aos pais que instruam, disciplinem e amem os filhos(Ef 6.4; Tt 2.4).
1. Instruir os filhos. Os pais devem ensinar os filhos a viverem com retidão (Pv 22.6). As instruções dos pais precisam conter os seguintes elementos:
a. A Palavra de Deus (Dt 6.7), que é o alicerce de toda a instrução paterna. 131
b. A obediência (Gn 18.19), que leva os filhos a aprenderem o princípio da autoridade, e a crescerem para ser cidadãos obedientes à lei.
c. O trabalho, que os manterá ocupados de maneira saudável, evitando que venham a se tornar delinqüentes.
d. A mordomia cristã, que fará deles cristãos responsáveis perante Deus e a sociedade.           Para que o ensino seja realmente eficaz, é necessário colocá-lo em prática. Uma das maneiras de fazê-lo é estabelecer certas regras a serem cumpridas pelos filhos. Mas é preciso cautela! Os pais nunca devem impor regras que eles próprios não são capazes de cumprir (Rm 2.21,22). Seus ensinamentos devem ser coerentes com o seu exemplo. Se você não fizer assim, estará simplesmente confundindo e irritando seus filhos (Cl 3.21).  
2. Disciplinar os filhos. Se os filhos não obedecem as regras que os pais estabelecem, devem ser disciplinados (Pv 19.18; 29.17). A correção é uma demonstração de amor para com a criança (Pv 13.24). Por outro lado, os que deixam seus filhos impunes revelam falta de amor por eles.        
A Bíblia permite o castigo físico (Pv 23.13,14), porém os pais devem se acautelar para não abusar desse castigo e nem utilizá-lo sempre que forem disciplinar os filhos. Isso poderá causar amargura, ira e rancor contra os pais (Ef 6.4). A disciplina envolve aconselhamento amoroso ao filho, e só se deve recorrer ao castigo físico quando todas as outras tentativas não tiverem êxito. Porém, um erro que os pais devem evitar é o de esperar que os filhos cometam o mesmo ato de desobediência várias vezes, até fazê-los perder a paciência, para só então discipliná-los. Nessas circunstâncias, os pais acabam castigando os filhos somente para dar vazão à própria raiva, e não para corrigir os erros dos filhos. A disciplina deve ser aplicada no exato momento da desobediência. Isso evitará que os filhos transformem a desobediência num hábito.  
Na questão da disciplina dos filhos, é muito importante que eles percebam que existe uma uniformidade disciplinar por parte dos pais. Se um dos cônjuges estiver corrigindo os filhos, o outro não deve cometer o erro de querer defendê-los. Quando isso ocorre, a autoridade no lar vai se enfraquecendo e os filhos não saberão exatamente a quem devem obedecer, pois se forma uma duplicidade de comando. Outro aspecto a ser lembrado: o cônjuge que presenciar o ato de desobediência deve também ser o responsável pela aplicação do castigo. Os pais não devem fazer ameaças tais como “quando seu pai (ou mãe) chegar, você vai ver!”Se a atitude exige punição, faça-o imediatamente.     
  Quando a aplicação do castigo for realmente necessária, é importante explicar ao filho os motivos daquele castigo e dizer-lhe como deve se comportar futuramente para evitá-lo. Após aplicar a disciplina, os pais devem demonstrar ao filho que o amam, o perdoam e o aceitam. Mesmo durante a aplicação do castigo, jamais devemos fazer com que o filho sinta que ele, pessoalmente, está sendo rejeitado. E por que deveríamos agir de outro modo, se quando nós pecamos o Senhor demonstra uma atitude de perdão para conosco? (Ne 9.17; Mq 7.18; Lc 7.36-50).    
Certifique-se de manter o diálogo com os filhos. Prontifique-se a ouvi-los expressarem suas necessidades, suas opiniões, e até mesmo suas queixas.Um canal de comunicação aberto com os filhos é essencial para que os pais possam “prevenir para não ter que remediar”. Disponha-se a ouvir os seus filhos, e reflita e ore a respeito de seus pontos de vista. Você vai ver que,às vezes, eles percebem as coisas tão bem quanto nós, ou até melhor!       
3. Amar os filhos. O apóstolo Paulo orienta os cristãos a amarem seus filhos (Tt 2.4). Já aprendemos que a disciplina é uma forma de manifestar amor pelos filhos; porém, não é a única. Nenhuma criança deve crescer num clima sombrio de severidade inflexível. A mesma mão que levantamos para disciplinar a criança, deve ser também a que trata com carinho.    Às vezes, os filhos cometem atos de desobediência somente para chamar a atenção para si. Os pais precisam ficar atentos a isso e procurar dar mais atenção a seus filhos. Devem reservar momentos para ficarem juntos. Quando os pais são demasiadamente ocupados a ponto de não ter tempo algum para os filhos, terminam por descobrir, tarde demais, que já não exercem mais nenhuma influência sobre eles. E, talvez, os filhos já se encontrem no caminho da marginalidade.  
Os obreiros de Deus não estão isentos de cometer esse erro mencionado acima. Existem alguns que amam fervorosamente ao Senhor, e trabalham arduamente pela salvação dos perdidos, mas não se dão conta de que estão perdendo seus próprios filhos. E isso acontece porque estão mais empenhados na salvação dos outros do que na salvação dos de sua própria casa. Quão verdadeiro foi o comentário que certo irmão fez sobre um jovem que estava vivendo em pecado: “Ele é pior que um filho de pastor”.Se você é ministro do Senhor, não permita que tal coisa aconteça no seio de sua família.

1.4 O PAPEL DO CHEFE DE FAMÍLIA
Objetivo 4:     
Observar exemplos de homens que estejam cumprindo suas responsabilidades como mordomos de sua família.
            Deus está especialmente interessado na salvação das famílias (At11.14; 16.31-33). Quando os membros de uma família são salvos, é o chefe quem, como mordomo cristão, deve assumir a liderança do lar,zelando para que todos continuem a servir ao Senhor.        
    Conforme já vimos, o chefe de uma família cristã desempenha uma dupla função: ele é tanto o marido de sua esposa, como o pai de seus filhos. A responsabilidade do mordomo, especialmente do obreiro cristão,é administrar a família (1 Tm 3.4,12). Vamos refletir sobre três aspectos desse dever: 
1. O chefe de família é responsável perante Deus pela integridade do lar. Na maioria das vezes em que um lar é destruído, a causa da destruição é a má administração.   
2. O chefe de família é responsável pelo comportamento de seus filhos. Assim como Ana, ele precisa reconhecer que foi Deus quem lhe deu os seus filhos e que, por essa razão, deve consagrá-los a Ele e fazer o 134
possível para encaminhá-los ao Senhor (1 Sm 1.27,28). Deus certamente quer que esses filhos sejam cristãos e que tenham uma conduta íntegra (1Tm 3.4; Tt 1.6). Ele repreendeu Eli por não haver corrigido os seus filhos mesmo tendo conhecimento da conduta pecaminosa deles (1 Sm 2.22-36;3.11-14). O caso do rei Davi foi ainda mais grave. Ele sabia governar uma nação com justiça, mas não soube governar a própria casa.     
 3. E, por último, o chefe de família é responsável pelo suprimento das necessidades da mesma. Deus, como um Pai justo, zela pelo bem-estar de seus filhos. Eis, então, uma razão a mais para que o chefe de família faça o mesmo em prol dos seus (Mt 24.45). Se ele não agir assim, estará negligenciando-a, e isso equivale a negar a fé e a agir de modo pior que um descrente (1 Tm 5.8).

2- O LAR DO CRISTÃO
Objetivo 5:     
Seguindo as sugestões dadas nesta lição, faça uma lista de algumas maneiras específicas de glorificar a Deus através de seu lar.
2.1 UM LUGAR PARA A PRESENÇA DE DEUS        
Existem algumas casas onde encontramos um quadro com os seguintes dizeres: “Cristo é o Senhor desta casa; o convidado invisível à mesa em cada refeição; o ouvinte silencioso de cada conversa”. O valor maior dessa mensagem é nos relembrar o fato de que Jesus está sempre presente em nosso lar. Por isso, devemos nos empenhar para que a casa esteja limpa e em ordem,os filhos se portem bem, e todos os diálogos sejam sadios e edificantes.   
  Como deve ter sido intensa a alegria de Zaqueu e o seu anseio em acolher Jesus em sua casa, pois para ele era uma honra indizível que Jesus desejasse visitá-lo (Lc 19.5,6). Hoje, nossa alegria deve ser ainda maior,pois Jesus está constantemente conosco. Assim, nossa casa deve ser um oásis de júbilo e de paz. É triste constatarmos que há crentes que parecem não crer nisso. Agem como se Jesus só se fizesse presente no templo, e ali eles têm uma conduta impecável. Os filhos não conseguem compreender por que os pais não são tão virtuosos em casa, como o são na igreja.   
     Uma das formas de tornar a presença de Cristo mais perceptível no lar é realizar cultos domésticos. Num horário pré-estabelecido, pais e filhos se reúnem para estudar a Palavra de Deus e adorá-lo juntos. A prática do culto doméstico incentivará o casal a permanecer unido, bem comoajudará os filhos a obedecerem a seus pais no Senhor.

2.2 UM ABRIGO PARA OS HÓSPEDES        
A Bíblia nos ensina que quando acolhemos hóspedes em nossa casa somos abençoados, pois alguns, por serem hospitaleiros, sem o saber acolheram anjos em seu lar (Hb 13.2).           
Após sua conversão, Mateus realizou um banquete em sua casa e convidou Jesus, os discípulos e vários amigos. Obviamente sua intenção era fazer com que seus amigos conhecessem a Jesus. E nós podemos fazer a mesma coisa. Podemos convidar um amigo para lhe falar de Cristo, um novo convertido para fortalecê-lo na fé, um grupo de jovens para compartilharmos com eles as nossas experiências e, ainda, os irmãos em Cristo em geral a fim de estreitarmos nossos laços cristãos de amor e companheirismo.Havia uma senhora cristã, já viúva, que estava se sentindo muito solitária e angustiada porque perdera também sua filha única. Num certo domingo,ela resolveu convidar para o jantar uma jovem que viera de muito longe e estava sofrendo com saudade da família. Esse encontro foi tão agradável para ambas que, com o tempo, acabou se tornando rotina aos domingos. A convivência as transformou em amigas verdadeiras e, no devido tempo,a jovem veio a aceitar Jesus como o seu Salvador.
            Como mordomos de Deus, temos não só o dever, mas o privilégio de hospedar pastores, evangelistas e outros servos de Deus em nosso lar (1 Pe4.9; Rm 12.13). Acima de tudo, o obreiro do Senhor deve ser caracterizado pela hospitalidade (1 Tm 3.2; Tt 1.8). A mulher de Suném, que mandou construir outro cômodo em sua casa especialmente para hospedar o profeta Eliseu, é um belo exemplo bíblico de hospitalidade (2 Rei 4.8-11). Também Lídia, no Novo Testamento, dá um grande exemplo de hospitalidade (At16.14,15). Ela ofereceu sua casa para Paulo e seus companheiros de viagem se hospedarem, demonstrando assim seu cuidado para com eles. 136

2.3 UM TESTEMUNHO PARA A COMUNIDADE
            O lar do cristão deve servir de exemplo no bairro em que ele mora.Sua casa deve ser um testemunho vivo daquilo que Jesus opera na vida familiar. Sua família precisa demonstrar as virtudes cristãs perante a comunidade (Mt 5.16).      
Na época dos apóstolos, os lares dos cristãos desempenharam um papel fundamental na expansão da igreja. Grupos de cristãos se reuniam nas casas para comerem juntos (At 2.46), para orar (At 12.12) ou para realizarem cultos (Rm 16.5, 23; 1 Co 16.19; Cl 4.15). Pode-se dizer que a igreja começou nas casas dos crentes. Da mesma forma, o lar cristão ainda hoje pode ser como uma lãmpada em meio às trevas, irradiando a luz do evangelho para as circunvizinhanças (Fp 2.15,16). Assim como ocorreu nos tempos antigos, muitas igrejas existentes hoje se originaram a partir de reuniões num lar cristão. Você pode abrir as portas de sua casa para a realização de reuniões de oração, cultos evangelísticos ou escola dominical. Alguns de seus vizinhos que jamais foram à igreja poderão estar mais dispostos a ouvirem o evangelho em sua casa.
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                                   Mordomia Crista - ICI










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