domingo, 2 de junho de 2019

LIÇÃO 10 : O Sistema de Sacrifícios






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                                                                   O TABERNÁCULO - ELIENAI CABRAL
                                                 
                                             ESBOÇO
I – A OFERTA VOLUNTÁRIA: O HOLOCAUSTO (Lv 1.1-3)
II – A OFERTA DE MANJARES (Lv 2.1-3)
III - A OFERTA PACÍFICA, O SACRIFÍCIO PELO PECADO E O DIA DA EXPIAÇÃO (Lv 3.1,2; 7.1,2)
Elienai Cabral 
A necessidade e a importância dos sacrifícios pelos pecados tornaram-se indispensáveis à vida do homem, começando com Adão e Eva. Depois que eles pecaram, Deus estabeleceu em sua infinita sabedoria que o seu trono de justiça requeria a punição pelo pecado (ver Rm 5.12). Por sua perfeita justiça, Deus criou o sistema de sacrifícios para punição e perdão dos pecadores e, por esse modo, satisfazer a justiça de Deus e promover a paz entre Ele e o homem (Rm 5.1).  
O sistema de sacrifícios adotado por Israel, antes de ser uma ideia de Moisés, foi ordenado por Deus e colocado na mente e no coração da nação israelita. Os livros de Êxodo e Levítico são os livros que apresentam com precisão as práticas dos sacrifícios a Deus pelos pecados do povo. Os sacrifícios e ofertas eram tomados tanto do reino vegetal quanto do reino animal. Do reino vegetal, empregavam-se alguns alimentos como, por exemplo, farinha, cevada, trigo, bolos e incenso, e as libações eram feitas com vinhos nas ofertas de bebidas. Do reino animal, traziam-se bois, cabras, carneiros e pombos. Não se ofereciam peixes e nem sacrifícios humanos (ver Lv 18.21; Lv 20.2). Os sete primeiros capítulos levíticos falam-nos de cinco tipos de ofertas (sacrifícios) para chegar-se ao sacrifício supremo, que foi o sacrifício de Cristo (Rm 5.8-10). Em termos de tipologia, as cinco ofertas — sem falar na oferta do Grande Dia da Expiação — apontam para Jesus, o Filho de Deus, que se fez carne para identificar-se com os homens e que fez o sacrifício maior na cruz do Calvário. Cada uma das ofertas constitui figura do sacrifício maior e único do Senhor Jesus Cristo.   
A OFERTA VOLUNTÁRIA – HOLOCAUSTO (Lv 1.1,2)
Todas as ofertas levíticas eram essenciais para representar a obra de Cristo. Cada tipo de oferta era relativo às prescrições divinas em termos de qualidade e natureza da oferta. A primeira de todas as ofertas tinha um caráter vicário, e, a partir de então, todas as demais ofertas dependem dessa primeira. Não se podia oferecer uma oferta pelo pecado a menos que houvesse sido feita uma oferta de expiação. Não se oferecia uma oferta de paz a menos que se tivesse sido feita uma oferta expiatória. 
Num capítulo anterior, foi dito que o Altar de Sacrifícios é o mesmo utilizado para as outras ofertas feitas com fogo. Esse Altar tinha na sua estrutura interna madeira de cetim (acácia) e era recoberto com bronze (ou cobre). Havia uma grelha ou tela de bronze colocada no fundo do Altar para assar as carnes ou queimá-las. Para essa oferta, Deus estabeleceu leis que orientariam os ofertantes e, especialmente, os sacerdotes quanto a sua efetivação. Os rituais seriam executados pelos sacerdotes, Arão e seus filhos; por isso, o fogo no altar deveria ser mantido o tempo todo aceso (Lv 6.9). As ofertas de holocausto eram chamadas “ofertas queimadas” porque o animal oferecido era queimado por inteiro até virar cinza (Lv 6.12,13). 
A palavra “holocausto” vem de Olah, no hebraico, que significa “levantar, fazer subir, que ascende”. Era uma peça impressionante, quadrada, em forma de baú e cheia de terra até a metade. Nos seus quatro cantos, havia quatro chifres cobertos com bronze (ou cobre), que significavam segurança e autoridade. Quando o sacerdote colocava a vítima do sacrifício sobre o altar, “o cheiro suave” do sacrifício subia até chegar às “narinas de Deus”. Esse é um modo antropomórfico de referir-se a Deus, atribuindo a Ele coisas típicas humanas.
Os holocaustos eram oferecidos a cada manhã e ao cair da tarde. Nos dias comuns, era oferecido apenas um cordeiro com um ano de idade, sem defeito algum. Aos sábados, eram oferecidos dois cordeiros, um pela manhã e outro pela tarde (ver Nm 28.9,10). Os animais oferecidos podiam ser bois, ovelhas, cabras, pombinhos ou rolas. Cada um desses animais tipifica o sacrifício de Jesus, que foi chamado servo de Jeová (ver Is 52.13-15; Hb 12.2,3). 
A oferta era voluntária, da própria vontade do ofertante (Lv 1.3) e tinha por objetivo aproximar-se de Deus para conquistar sua aceitação. Antes de o sacerdote imolar o animal perante os olhos do ofertante, este colocava as mãos sobre a cabeça do animal, dando a entender que aquele animal para o sacrifício era o seu substituto (Lv 1.4). A aceitação do ofertante dependia da aceitação da oferta perante o Senhor. O animal era imolado fora da tenda e, em seguida, conduzido ao Altar de Sacrifícios. O animal inteiro, com exceção do seu sangue, era queimado, e a fumaça do holocausto subia como cheiro suave ao Senhor. O próprio ofertante, com a ajuda dos levitas, tinha que degolar a sua vítima (Lv 1.4-11).  
O sacrifício de Cristo no NT, assim como o holocausto no AT, foi uma oferta agradável ao Pai. Dois textos exprimem essa verdade. Um está em Efésios 5.2: “[...] Cristo vos amou e se entregou a si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave”. O outro está em Hebreus 9.14: “[...] pelo Espírito Eterno, se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus”. O mérito infinito de seu sacrifício é atribuído por Deus ao pecador que recebe a Cristo como Senhor e Salvador de sua vida. 
Texto extraído da obra “O TABERNÁCULO”, editada pela CPAD. 



                                        Texto extraído da obra “O TABERNÁCULO”, editada pela CPAD. 




Levítico 1:1-17
(1:1-17)


Gênesis – os começos, as origens, a semente no jardim.

Romanos – A verdade fundamental do Cristianismo. Como Deus pode receber pecadores e ainda assim permanecer santo e verdadeiro.

Êxodo – A saída. A Redenção pelo sangue de um cordeiro. Libertação do poder do Egito através da água do Mar Vermelho.

Atos – A saída. os crentes foram separados deste mundo pelo sangue de Cristo. O poder de Satanás contra nós foi destruído (a menos que o Senhor o permita).

Levítico – No deserto, Deus disse a Moisés para construir para Ele um tabernáculo onde poderia ser adorado. Ele dá instruções sobre sacrifícios, ofertas, festas e, em geral, a adoração dada a Deus pelos sacerdotes. A adoração a Deus é o primeiro motivo de sermos salvos.
os oito primeiros capítulos nos falam de diferentes sacrifícios de animais.

Cada oferenda é uma figura individual da obra de Cristo na cruz (exceto a oferta de manjares).
No capítulo 1, versículo 1 deste livro, vemos que nada era deixado para o sacerdote decidir. Era um caso de obediência. Todo crente hoje é um sacerdote (1 Pe 2:5). Portanto este livro é uma instrução, fisicamente para eles, espiritualmente para nós. Possamos desejar aprender os significados (Ex 11:2).
Levítico é um livro fechado para quem não possui a “chave” divina para ele. Essa chave é Cristo, a quem encontramos aqui em todos os aspectos do Seu sacrifício e Seu sacerdócio. O crente possui apenas um sacrifício oferecido “uma vez para sempre”, totalmente suficiente (Hb 10:10). Mas, para descrevê-lo em todas as suas diferentes características, o Espírito de Deus nos dá várias figuras que se completam entre si.

Em primeiro lugar, a oferta queimada. Ela é uma figura da cruz de Cristo, como vista por Deus, não de Cristo morrendo por nossos pecados. Ele se entregou completamente a Deus como sacrifício (Jo 13:31-32). O animal era completamente queimado (exceto a pele, Lv 1:6). É chamado de “oferta de cheiro suave”. A morte de Cristo para Deus foi a delícia de Deus Pai (Fl 2:9-10). Ela representa a parte na obra de Cristo que é para Deus. Ela é expressa no Novo Testamento por passagens como Jo 10:17, Ef 5:2, Fl 2:8. Queridos amigos cristãos, quando pensamos na cruz, em vez de ver a nossa salvação em primeiro lugar, vamos considerar a satisfação que Deus encontrou na pessoa e obra de Seu Santo Filho.

A primeira seção (versículos 3 a 9) nos fala de uma pessoa que trouxe um animal grande para a oferta queimada. Uma ilustração do crente hoje que entende bem que Cristo veio morrer para Deus em primeiro lugar. Ele entende que Deus agora encontra todo o seu prazer neste Homem… Jesus. Ele pode ser um crente de longa data, que cresceu neste conhecimento. Este é um aspecto da morte de Cristo. Na verdade, trata-se do aspecto de Deus. Não como aquele que levou o pecado aqui, mas que morreu para a glória de Deus. Há ricas recompensas para você se chegar a entender o que significa a oferta queimada.

Três diferentes tipos de animais ou pássaros podiam ser oferecidos, dependendo da riqueza da pessoa que desejava trazer a oferta. Ele não era forçado a trazê-la. Nos dias do Antigo Testamento entre os Israelitas, quanto mais fiel era um homem, mais rico ele se tornava. (Quanto mais fiel e obediente um crente é à Palavra de Deus, mais ele a compreende. Não podemos entender as escrituras por nossa inteligência (1 Co 1:21). É só através da consciência e do coração (Rm 10:10, 2 Co 4:6). Entre as oferendas, algumas diferenças ficam evidentes na maneira de sua oferta. Por exemplo, apenas ofertas de gado eram cortadas em pedaços e dispostos sobre o altar. Mas em todos os casos surgiu um “cheiro suave ao Senhor”. Tal foi o efeito do fogo do julgamento que passou sobre a Vítima santa na cruz: é mostrada nos mínimos detalhes a excelência da oferta “imaculada” (Hb 9:14).
“Seja um gado ou uma pequena rolinha”, em entendimento, uma pessoa que talvez tenha chegado recentemente ao conhecimento do Senhor como Salvador, entendendo muito pouco dos profundos significados do que Cristo é para Deus; todavia é feliz em conhecer mesmo que um pouco deste significado. Repare mais uma vez que Deus Se apraz até quando entendemos apenas um pouco desta grande verdade. O mesmo que nos versículos 9 e 13.

Levítico 2:1-16
(2:1-16)
Se a oferta queimada chama a atenção para o doce perfume de Cristo na Sua morte, a oferta de manjares (ou alimento), geralmente de flor de farinha, é bem diferente e corresponde à perfeição de Sua vida como um homem na terra.

Para Cristo ser um sacrifício perfeito para Deus, Ele precisou viver uma vida perfeita e sem pecado. A flor de farinha é uma figura da vida pura e uniforme de nosso bendito Senhor. O sacerdote podia tomar um punhado da farinha, derramar azeite e incenso sobre ela, e então queimá-la sobre o altar. O azeite é uma figura do Espírito Santo. O incenso, uma figura das graças, da bondade de Cristo. O Senhor Jesus “Se ofereceu a Si mesmo imaculado (sem mancha) a Deus” (Hb 9:14).
Esta oferta não exige nenhuma vítima ou sangue, apenas farinha, azeite, incenso e sal. A humanidade do Senhor corresponde ao grão de trigo moído finamente; Seu nascimento e batismo pelo Espírito Santo para ser amassado e ungido com azeite; Seu teste pelo sofrimento de modo visível ou oculto no calor da caçarola, panela ou no forno. Estas coisas eram para o Pai um perfume do mais alto valor. O crente apresenta a Deus esta vida perfeita de Jesus e faz dela o seu próprio alimento. Vamos olhar para este Homem maravilhoso nos evangelhos. Sua dependência, Sua paciência, Sua confiança em Deus, Sua mansidão, Sua sabedoria, Sua bondade e dedicação – não disso mudou mesmo através de todos os Seus sofrimentos. Estas são algumas das maravilhosas lembranças que vemos na oferta de farinha polvilhada com incenso. É “coisa santíssima” (versículo 3, 10). Fermento, uma imagem do pecado, não fazia parte dela, nem mel, um símbolo dos afetos humanos.
Para deixar bem claro, nenhuma oferenda aqui mencionada poderia conter qualquer fermento, geralmente uma figura do mal (pecado). O mel é uma figura da belas coisas ou qualidades naturais das pessoas. As pessoas costumam dizer que se agirem com doçura ou bondade para com outros, isto se torna uma oferta a Deus. Aqui aprendemos que nenhum mel devia ser incluído. As coisas bonitas da vida não podem ser oferecidas a Deus como um sacrifício.
Em contraste, o sal, uma imagem da separação para Deus, que preserva da corrupção, marcou a vida de Jesus e nunca deve faltar em nossas vidas (Mc 9:50; Cl 4: 6).

Levítico 3:1-17
(3:1-17)
É ainda sobre a obra de Cristo que o sacrifício pacífico representa. Mas desta vez ele é considerado no aspecto de comunhão, da alegria e paz que ele produz. Jesus não veio somente para glorificar o Pai em Sua vida (a oferta de manjares), em sua morte (a oferta queimada) e expiar nossos pecados (o sacrifício do capítulo 4). Ele também veio para nos colocar em uma nova relação de comunhão com Deus. Nosso amado Salvador não Se agrada em nos entregar ao juízo eterno. Ele queria nos alegrar, e isso desde já. Assim como os outros sacrifícios, a gordura é para o Senhor e era queimada sobre o altar. Ela é o símbolo da energia interior, da vontade que o coração governa. Em Jesus, esta energia foi inteiramente para Deus. Sua vontade era sempre fazer as coisas que agradavam ao seu Pai (Jo 6:38; Jo 8:29). Tal sacrifício só podia ter um cheiro suave, infinitamente agradável para Deus (versículos 5 e 16). Que privilégio para aqueles de nós que conhecem a Jesus para termos o mesmo “manjar” com o Pai (versículos 11 e 16), sermos convidado à sua mesa para compartilhar de Sua alegria e Seus pensamentos sobre Seu Filho amado! O apóstolo João diz: “Nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo” (1 João 1:3).

Levítico 16:1-14
(16:1-14) Já vimos
  1. Alimento puro e limpo no capítulo 11,
  2. Corpos puros no capítulo 12,
  3. Pessoas puras no capítulo 13,
  4. Casas puras no capítulo 14,
  5. Hábitos puros no capítulo 15, e agora lemos de
  6. uma adoração pura.
Trata-se de um assunto de grande importância… para Deus, e para qualquer um de nós que, com um coração puro, deseje conhecer a Sua vontade a este respeito. No capítulo 10 lemos da morte dos dois filhos de Aarão por se aproximarem de Deus de um modo errado. Hoje lemos das consequências dessa ofensa contra Deus. até a morte deles, Aarão podia entrar na presença de Deus no “Santo dos santos” no Tabernáculo, a qualquer tempo. AGORA NÃO. Aarão morreria se o fizesse! Ele recebe aqui instruções para uma ocasião especial: o grande Dia da Expiação (ver Lv 23:27). É a este evento que Hb 9 se refere (leia Hb 9:7, 12, 25). Uma vez por ano, depois de ter oferecido um sacrifício para si mesmo, o sumo sacerdote oferecia outro sacrifício por todos os pecados do povo cometidos durante o ano. Em seguida, ele trazia o sangue deste sacrifício dentro do véu, e o aspergia sobre o propiciatório. “É o sangue que fará expiação pela alma” (Lv 17:11). As reivindicações do trono de Deus foram atendidas e Ele podia ser “propício” ao seu povo. Não que o sangue de um bode teria poder para acabar com um pecado sequer que o povo havia cometido durante um ano inteiro, mas falava de antemão à Deus do precioso sangue de Seu Cordeiro. Dois bodes para uma “oferta pelo pecado”. Ele lançava sortes (deixava Deus escolher) sobre os dois bodes. “Uma pelo Senhor”, e o outro para “bode emissário”, para ser levado embora para o deserto. O significado disso? Uma gloriosa figura de Cristo morrendo na cruz com dois objetivos… (1) (o bode “pelo Senhor”). Ele atendeu todas as reivindicações de um Deus santo, da própria natureza de Deus. De Seu caráter e de Seu trono. E (2) (o bode emissário) atendendo perfeitamente toda a culpa do homem e tudo o que este necessitava. O lado de Deus, e o nosso lado. Os versículos 11 a 14 “Por si e pela sua casa”. Qual o significado? Estes quatro versículos formam uma magnífica figura de Cristo e Sua assembleia (a Igreja). Ao contrário do que podemos pensar, não era com vestes magníficas que Aarão se apresentava perante o Senhor. Ele despojava-se de toda a sua glória na presença da glória de Deus, e só poderia aparecer em sua presença com vestes de linho fino, símbolo da justiça prática (versículo 4, Ap 19:8). De quem é isto uma figura? Nenhum outro além de nosso Senhor Jesus, Deus vindo ao mundo, um Homem sem mácula, puro e santo, (sua encarnação) para viver para a glória de Deus, e morrer O cheiro suave do incenso acompanhava Aarão dentro do véu; da mesma forma que Cristo entrou no Santo dos Santos, oferecendo a Deus o cheiro suave de todos as suas excelentes glórias.

Levítico 16:15-22
(16:15-22) O sacerdote entrava dentro do véu, cercado por uma nuvem de incenso, enquanto o povo esperava do lado de fora com medo. Será que o Senhor aceitaria o sacrifício? Se algo não estivesse em ordem, Aarão pereceria como seus dois filhos mais velhos? Que alívio quando ele reaparecia, seu serviço estava cumprido! Profeticamente, esta cena será cumprida quando, vindo em glória para Israel, Cristo “aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para a salvação” (Hb 9:28). A expiação se aplicava a todo o tabernáculo… desde o mais elevado (o interior do santuário) até o altar (fora, logo após o portão). Isto por causa da impureza do povo. Qual o significado? É tão maravilhoso para nós saber que não importa quão descuidados e fracos nós sejamos, temos uma posição perfeita para com um Deus santo. Tudo por causa da obra de Cristo… primeiro para Deus, depois para nós. Podemos assim desfrutar de uma ADORAÇÃO PURA. Faltava se ocupar com o bode vivo. O primeiro bode, aquele em que a sorte do Senhor havia caído, morria como um sacrifício (versículos 8 e 9), uma oferta pelo pecado diante de Deus. O outro era chamado de bode emissário. Sobre sua cabeça, Aarão colocava ambas as mãos, e confessava sobre o bode vivo todos os pecados do povo, ele levava o pecado que estava na consciência das pessoas. É por isso que todos os pecados eram confessados sobre sua cabeça e ele os levava para sempre para uma terra não habitada (leia Salmo 103:12 e Hb 8:12, citado Jr 31:34). O bode vivo levava para o deserto todos os pecados, e nunca mais era visto. Cristo é visto em ambos os bodes. O primeiro bode servia para fazer expiação, era para todos. O segundo nos fala de substituição, uma vítima levando os pecados de muitos (Hb 9:28), isto é, apenas para aqueles que confessam os seus pecados (versículo 21) pela fé no valor da vítima. O sacrifício de Cristo tem esse duplo caráter. O bode morto é uma figura da morte de Cristo. O outro bode é uma figura de nossos pecados levados por Cristo, para nunca mais serem novamente lembrados por Deus.

Levítico 16:23-34
(16:23-34 ) Veja quão grande e complexo para o sumo sacerdote e seus filhos era o trabalho necessário para tirar os pecados. E todo esse serviço era eficaz apenas por um ano. Na verdade, a fonte dos pecados, o coração do homem, não era purificada, e este coração maligno não deixaria de produzir ações más ao longo do novo ano. Era sempre necessário repetir novamente estes sacrifícios. O sumo sacerdote passava seu ofício de pai para filho, “porque, pela morte, foram impedidos de permanecer” (Hb 7:23-25). Tudo era feito cuidadosamente e tudo nos fala da perfeição da obra de Deus. Quão maior é a obra de Cristo em toda a sua realidade, em toda a sua abrangência, exigindo Seu próprio sacrifício! Para tirar o pecado do mundo e anular todas as suas consequências, mas também para alcançar sua fonte – o coração do homem – e purificá-lo, Jesus estava completamente só. Ninguém tem a menor participação em Sua obra. O que o povo fazia durante esta grande obra do sumo sacerdote? Não podiam e não faziam nada além de afligir sua alma. A seu favor, uma obra foi realizada e sobre essa obra eles descansaram. Isso também é tudo que temos que fazer! Repousar sobre a obra plenamente suficiente e perfeita do Senhor Jesus.


Jean Koechlin/Norman Berry https://stempublishing.com/authors/koechlin/dbd/  


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                            COMENTÁRIO

I. Como Alguém Se Achega a Deus. 1:1- 16:34.
A. As Leis do Sacrifício. 1:1 - 7:38.
1) Regras Gerais. 1:1 – 6:7.
                                     Levítico 1
a) Introdução. 1:1, 2.

1. Chamou o Senhor a Moisés. O ambiente está explicado em
Êxodo 40. Deus fala a Moisés da tenda da congregação, 'ohelmo'ed,
"tenda da reunião", isto é, no lugar onde Deus se encontra com o Seu
povo. Este não era um lugar de reunião no sentido da posterior sinagoga,
pois só os Sacerdotes e levitas tinham permissão de se aproximar dele.

2. Oferta. O hebraico qorbein, vem da raiz qrb, "aproximar-se". É
aquilo com que alguém se aproxima de Deus. Um homem trazia alguma
coisa como preparativo para se apresentar diante de Deus. O que estas
ofertas eram está explicado nos capítulos de 1 a 7.

b) Ofertas Queimadas. 1:3-17.

3. Se a sua oferta for holocausto. O holocausto ou oferta
queimada ('olei) podia consistir de uru grande animal macho, beiqeir (v.
3), ou de um animal pequeno, sob (v.10). O pensamento central aqui é
que nem o ofertante (cons. caps. 13; 14) nem a oferta podiam ter defeito.
A oferta era trazida para que ambos, oferta e ofertante, fossem aceitos
por Deus.

4. E porá a mão. No hebraico (seimak yeido) implica em
pressionar com força a cabeça do animal. Não conhecemos todo o ritual
envolvido, mas a intenção era provavelmente a de mostrar a energia
física e mental envolvida na transferência, e no que ela implicasse. O
propósito final era a expiação ou cobertura (kapper) do pecado.

6. Ele esfolará. Depois que a vítima era sangrada, o ofertante
tirava-lhe a pele e a dividia pelas juntas. Em prática posterior (II Cr. 29;
35) os sacerdotes e os levitas é que esfolavam a carcaça.

10. Sua oferta . . . de gado miúdo. Não eram só os animais
grandes que podiam ser usados mas também os pequenos, isto é,
carneiros ou cabritos. O mesmo ritual devia ser observado pelo ofertante
e pelos sacerdotes. Acrescenta-se aqui que o animal devia ser morto no
lado setentrional do altar.

14. A pequenez das aves exigia algumas alterações no ritual usado
com os animais maiores. O ritual foi manejado somente pelo sacerdote.

17. Aroma agradável. Deus achava bom o aroma, isto é, ele Lhe
agradava.

Levítico 2

c) Ofertas de Manjares. 2:1-16.

1. Oferta de manjares. A palavra hebraica minhei aqui usado
significa "um presente", e algumas vezes, "tributo". Quando usado em
relação a um sacrifício, pode indicar tanto um animal como oferta de
cereais (como no caso de Abel e Caim., Gn. 4). Comumente significa
uma oferta de cereais (em espiga), farinha fina ou alimento cozido. A
oferta de farinha fina, solet, era misturada com azeite, incenso e sal.

3. O que ficar. Depois que os sacerdotes queimavam a flor de
farinha no altar, o que sobrava era deles. Era queimada como um
memorial. 'azkarei – para que Deus fosse lembrado (cons. Atos 10:4).

4-10. Oferta. É o hebraico qorbein (cons. 1, 2). Esta oferta podia
ser assada no forno, numa assadeira (mahabat, v. 5), ou numa frigideira

Levítico (Comentário Bíblico Moody) 6
(marheshet, v. 7). O que sobrava depois da cerimônia era para
alimentação do sacerdote.

11. Nenhuma oferta de manjares... com fermento. O manjar era
feito sem fermento. O uso do mel também não era permitido. Fermento e
mel, ambos são sujeitos à fermentação. O fermento como sinal de
corrupção era usado nas ofertas sobre os altares pagãos. Só as ofertas
feitas aos sacerdotes (7:13,14) podiam conter fermento.

12. Primícias. O re'shit, "primeiros" (frutos), aqui contrasta com o
bikkurim do versículo 14. Ambos significam o mesmo. O primeiro não
devia ser oferecido sobre o altar, enquanto aquele que está mencionado
no versículo 14 era queimado sobre o altar.

13. Toda oferta . . . temperarás com sal. O sal era considerado
uma preciosidade no Oriente Próximo da antiguidade. Era considerado
um acessório necessário ao alimento oferecido a Deus como também
usado pelo homem.

14. Espigas verdes. . . grão esmagado. O grão, tanto na espiga
como debulhado (geres karmel) era tostado e oferecido como um
memorial, ficando o restante para os sacerdotes.

Levítico 3

d) Ofertas Pacíficas. 3:1-17.

1. Oferta de.. . sacrifício pacifico. O hebraico zebah sheleimim
poderia ser traduzido para "o sacrifício da unidade ou inteireza".
Inteireza dá idéia de um relacionamento íntimo ou comunhão entre Deus
e o homem. No ritual esta oferta era quase idêntica à oferta queimada
(cap. 1), exceto que, enquanto na primeira toda a oferta era queimada, na
oferta pacífica o adorador reunia-se ao sacerdote na refeição sacrificial
daquilo que restava. Nas outras ofertas – manjares, pecado e sacrilégio –
só o sacerdote participava da refeição sacrificial (cons. 7:11-38).
4. O redenho sobre o fígado. O hebraico yoteret, provavelmente "o
dedo do fígado" (lobus caudatus).
Levítico (Comentário Bíblico Moody) 7
6. De gado miúdo, seja macho ou fêmea. Uma ovelha ou carneiro
sem defeito era o sacrifício costumeiro do gado miúdo, para diferenciar
do "gado" (v, 1).

12. Se . . . uma cabra. Uma cabra também podia ser sacrificada.
Nem a gordura nem o sangue devia ser comido. Não se faz menção de
uma oferta de aves, devido, sem dúvida, ao fato de pouco restar para
uma refeição sacrificial, os pobres deviam participar dos sacrifícios do
gado miúdo que os outros traziam.
e) Sacrifícios pelos Pecados. 4:1 - 5:13.

Levítico 4

2. Quando alguém pecar por ignorância. A palavra hebraica
hattei't pode significar "pecado" ou "oferta pelo pecado". Este fato
esclarece a declaração de Paulo referente a Cristo em II Co. 5:21a: " . . .
o fez pecado por nós (isto é, oferta pelo pecado) . . . " A oferta pelo
pecado aqui se aplica apenas àqueles que pecam (bishegeigu) "por
ignorância", sem intenção. Para o pecado cometido conscientemente (ou
rebeldemente), nenhum sacrifício expiador existia (Nm. 15:30,31). À luz
disso, considere o lamento do Salmista (Sl. 51) e o clamor dos profetas
contra os pecados do povo (Mq. 6:6-8 por exemplo). Quanto mais Cristo,
nossa Oferta pelo Pecado, faz por nós! (Hb. 7:26, 27).

3-7. Se o sacerdote . . . pecar. O sacerdote ungido ou o sumo
sacerdote representava a comunidade e portanto a culpa do seu pecado
recaía sobre toda a comunidade. Um novilho sem defeito era a oferta. A
cerimônia era muito parecida com a da oferta queimada, exceto que o
sangue era usado para aspergir diante do véu do santuário e sobre os
chifres do altar (cons. Vs. 14-18).
8-12. Toda gordura. . . tirará dele. Observe que depois da queima
da gordura e certos órgãos sobre o altar, a carcaça era levada a uru lugar
limpo, fora do campo para ser queimada. Cons. Hb. 13:10-13.

13. Mas, se toda a congregação. . . pecar. O pecado da
congregação de Israel era coberto em um ritual muito parecido ao do
pecado do sumo sacerdote. A cerimônia pode ser um pouco diferente
desta descrição, como a narrativa da cerimônia em Nm. 15:22-26 parece
indicar.

22. Quando um príncipe pecar. O príncipe, como ungido de Deus,
é responsável por um comportamento piedoso diante do seu povo. A
oferta pelo pecado prescrita para o príncipe era um bode. O sangue não
era introduzido na tenda da congregação, como nos casos acima citados,
mas colocado sobre os chifres do altar da oferta queimada e derramado
sobre a base do altar.

27. Se qualquer pessoa do povo da terra pecar. O cidadão
particularmente também era responsável diante de Deus. Ele não podia
se esconder no grupo e fingir inocência. Ele devia trazer uma cabra ou
ovelha. O ritual era o mesmo do príncipe.

Levítico 5

5:1-5. Agora são apresentados três exemplos de oferta pelo pecado.

l. Quando alguém pecar . . . tendo ouvido . . . não o revelar. O
primeiro exemplo é o da testemunha que se recusa a falar. É O caso de
um homem que temia visto um crime sendo cometido ou tenha ouvido
algo que ajude na solução de um crime. Ele deve pagar a penalidade do
Silêncio se escondeu o que sabia. Isto não faz pensar no castigo do
cristão por sua falta de testemunho?

2. Quando alguém tocar em alguma coisa imunda. O segundo
exemplo é a contaminação cerimonial acidental. Alguém que
acidentalmente tocasse em um animal imundo, selvagem ou
domesticado, ou em alguma coisa rastejante era culpado. A imundícia do
homem também não devia ser tocada. Isto está mais explicado nos
capítulos 12-15.


4. Quando alguém jurar. O terceiro exemplo é o caso de um
homem que faz um juramento ou uru voto precipitado em qualquer
ocasião. Embora o homem possa no momento não perceber que errou, é
culpado quando a verdade se lhe descortina.

6-13. Diversas ofertas eram permitidas para a expiação. Há alguma
dúvida sobre se a oferta pelo pecado e a oferta pelos pecados ocultos
(5:14,15) não se sobrepõem. Há, contudo, algumas diferenças as quais o
leitor cuidadoso notará. Uma ovelha ou cabra devia ser oferecida pelos
pecados mencionados em 5:1-4. Para aqueles que não tinham
possibilidade de oferecer um animal, duas rolas ou pombinhos (v. 7)
eram os prescritos. Para os muito pobres uma medida de flor de farinha
(v. 11) era o suficiente.

O Sacrifício pelo Sacrilégio. 5:14 - 6:7.



15. Quando alguém cometer ofensa. A oferta pelo pecado (cap. 4)
destacava o pecado do qual alguém tomava consciência. A oferta pelo
sacrilégio enfatizava aquela situação na qual alguém se sentia culpado,
mas não era capaz de especificar sua culpa exatamente. Aqui na oferta
pelo sacrilégio ('eisheim), caso parte daquilo que era devido ao Senhor
fosse retido – tal como o dízimo, era preciso restituí-lo em dobro.
Também se oferecia um carneiro no valor mínimo de dois siclos. O ato
do pecado é chamado no hebraico de ma'cal, 'lidar com mentira".

17. Se alguma pessoa pecar. .. ainda que o não soubesse. Se alguém
fizer inadvertidamente o que Deus ordenou ao Seu povo que não fizesse,
trazia um carneiro como oferta pelo pecado (como acima). Mas não fazia
restituição, uma vez que o pecado exato era desconhecido. Esta oferta
voluntária ajudava a aliviar mentes e corações perturbados.

Levítico 6

6:1-7. Quando alguma pessoa pecar, e cometer ofensa. Esta seção
faz parte do capítulo 5 no texto hebraico. O pecado neste caso é um dano
Levítico (Comentário Bíblico Moody) 10
à propriedade de outrem por fraude ou violência. Este é o caso em que o
pecado se toma conhecido por meio da confissão. Os aspectos legais de
tais pecados são discutidos em Êx. 22:7, 8.

2) Regras Mais Específicas sobre Estas Ofertas. 6:8 – 7:38.

O comentário sobre as ofertas na seção anterior foi da perspectiva
do adorador que se aproxima do altar com o seu sacrifício. A perspectiva
agora considerada é a do sacerdote, conforme a Lei instrui Arão e seus
filhos, a exercerem devidamente, o seu ofício no que se referia ao ritual
do sacrifício.

8-13. Instruções para a Apresentação da Oferta Queimada. A
oferta de dois cordeiros, um ao nascer do sol e outro ao pôr-do-sol (Êx.
29; Nm. 28), foi ordenada – em benefício de todo o povo mais o uso das
vestimentas adequadas pelos sacerdotes no cumprimento do seu serviço.

14-18. Instruções para a Apresentação da Oferta de Manjares. Este
comentário das ofertas de manjares é uma reiteração de 2:2 e segs. As
especificações são sobre a alimentação dos sacerdotes com os manjares
remanescentes depois do sacrifício. O átrio da tenda da congregação é o
lugar da refeição.

19,20. Oferta de maniates contínua. A provisão para uma oferta
de manjares continua foi feita, na qual Arão dava início a uma refeição
que continuaria através dos seus sucessores. Por ocasião do segundo
Templo, a oferta foi oferecida diariamente. Era totalmente queimada.
Nada era comido.

24,25. A lei da oferta pelo pecado. O restante deste capitulo é uma
discussão da oferta pelo pecado conforme já anteriormente apresentada
de 4:1 a 5:13.

Levítico 7

7:1. A lei da oferta pela culpa. Os dez primeiros versículos do
capitulo 7 recapitulam as leis relacionadas com a oferta pela culpa dadas
de 5:14 a 6:7. Aqui, contudo, são, acrescentados mais detalhes.
Levítico (Comentário Bíblico Moody) 11
2. No lugar onde imolam o holocausto. As ofertas pela culpa e
pecado deviam ser imoladas no mesmo lugar da oferta queimada (cons.

6:25; 1:11), isto é, do lado setentrional do altar.
6. No lugar santo se comerá. O ritual da refeição da oferta de igual
modo segue a da oferta pelo pecado (cons. 6:26, 29).

8. O sacerdote . . . terá o couro. O couro ('or) da oferta queimada
ficava em poder do sacerdote oficiante. Com base na declaração do
versículo 7, o Mishna estendia este privilégio aos sacerdotes ofertantes
de ambas as ofertas, pelo pecado e pela culpa.

9. Como também toda oferta de maniates. Os sacerdotes deviam
receber a oferta de manjares.

11-36. Instruções para a Apresentação da Oferta Pacífica. A oferta
pacífica podia ser feita como um ato de gratidão, toda, ou como
resultado de um voto, neder, ou como oferta voluntária, nedeiba.

12. Por ações de graça. A toda, ação de graça, era suplementada
por três tipos de bolos preparados com azeite. Um bolo de cada tipo era
uma oferta alçada, teruma, levantada em direção do céu à vista da
congregação e então apresentada ao sacerdote oficiante.

15. A toda tinha de ser totalmente comida no dia do sacrifício, mas
permitia-se que uma porção do neder e nedeiba ficasse e fosse comida
no dia seguinte. Qualquer porção que restasse então devia ser queimada.

19. A carne que tocar alguma carne imunda. A carne sacrificial
não podia tocar qualquer coisa imunda nem ser comida por uma pessoa
imunda. O que tornava um indivíduo imundo está comentado nas leis da
pureza, capítulos 11-15.

22,13. Não comereis gordura. Gordura e sangue estavam proibidos
como alimento. Os regulamentos referentes à gordura só se aplicavam às
porções de gordura dos animais sacrificados, a qual era reservada como
oferta a Deus. A restrição foi estendida às mesmas porções de gordura de
animais considerados inadequados para o sacrifício por terem morrido de
morte natural ou por terem sido mortos por feras. O sangue de animais e
aves não devia ser comido de forma nenhuma.

28,29. Quem oferecer . . . trará a sua oferta. O indivíduo
ofertante devia trazê-la ao altar. Esta porção que servia de oferta movida,
tenupa, era levantada e movida na direção do altar e então afastada do
altar e oferecida aos sacerdotes. Os versículos seguintes (30-34) falam
dos elementos do sacrifício da oferta pacifica que deviam ser separados
para os sacerdotes.

37. A lei do holocausto. Os dois últimos versículos do capítulo
concluem a seção das Leis do Sacrifício.

B. O Testemunho da História. 8:1 - 10:20.

Levítico 8

1) A Inauguração das Ofertas. 8:1-36.

2. Toma a Arão e a seus filhos. Os antecedentes deste material
encontram-se em Êxodo 28 e 29, onde se apresenta o procedimento do
vestir e ungir dos sacerdotes, seguido pelo sacrifício a ser feito por
ocasião de sua consagração. Em Lv. 8:1-4 somos informados de que
Moisés devia reunir todo o material exigido, junto com os sacerdotes, à
porta da tenda da congregação na presença do povo.

8,9. O Urim e o Tumim. Não se sabe qual era a natureza do Urim e
do Tumim, nem qual o seu exato significado, embora haja indicações de
que podia ser um meio primitivo de se determinar a vontade do Senhor
(cons. I Sm. 28:6; Ed. 2:63; Ne. 7:65; e a LXX de I Sm. 14: 41).

10. O óleo da unção. A investidura dos sacerdotes com as
vestimentas prescritas era seguida pela unção com o óleo santo (vs. 10-
13, 30). O óleo santo (shemen hammishha) era símbolo da unção com o
Espírito de Deus e o resultante poder espiritual (cons. I Sm. 16:13; Is.
61:1; Atos 10:38). Do mesmo modo separava pessoas e objetos ungidos,
consagrando-os para o serviço de Deus.
14. Novilho da oferta pelo pecado. O novilho da oferta pelo
pecado era sacrificado de acordo com Êx. 29:10-14.

15. Derramou o resto do sangue à base do altar. A reconciliação
(kaper) ou expiação para o altar era necessária para remover dele a
profanação dos sacerdotes que faziam os sacrifícios sobre ele.
18. Fez chegar o carneiro. O carneiro da oferta queimada era
sacrificado de acordo com Êx. 29:15-18 e Lv. 1:3-9, implicando assim
em completa dedicação dos sacerdotes para o serviço do Senhor.

22. Fez chegar o outro carneiro. O carneiro da consagração ou
"enchimentos" (millu'im) era sacrificado como no caso da oferta pacífica,
exceto quanto ao uso do sangue, conforme descrito em 8:23,24. Nesta
oferta, o sangue do carneiro era colocado sobre certas extremidades: a
orelha que ouve as palavras do Senhor, a mão que realiza as tarefas do
Senhor, e o pé que se apressa a cumprir as ordens do Senhor.

27. E tudo isto pôs nas mãos de Arão. Os "enchimentos" (millu'im)
começavam quando os elementos do sacrifício eram colocados nas mãos
dos participantes. O termo usado para a consagração ou designação do
sacerdote era "encher a mão" (Jz. 17:5, 12).

31. Arão e seus filhos a comerão. Certas porções da carne e do pão
tinham de ser comidas pelos sacerdotes. Assim eles se alimentavam
enquanto guardavam os sete dias consecutivos do procedimento da
consagração, que era repetido, sem que deixassem a tenda da
congregação.
Levítico 9

2 ) Quando Foi Oferecida Pela Primeira Vez. 9:1-24.

2. Toma um bezerro. Embora Arão fosse consagrado durante sete
dias, período em que a oferta pelo pecado e a oferta queimada foram
oferecidas repetidamente, havia necessidade de mais sacrifícios. A
perfeição ainda não fora alcançada (Hb. 10:1-4). Arão tinha de fazer
sacrifícios adicionais por si mesmo e, além desses, sacrifícios pelo povo.


22. Arão levantou as mãos. Antes de descer da saliência que
rodeava o altar do sacrifício, Arão abençoou o povo com as mãos
levantadas.

23. Entraram Moisés e Arão na tenda da congregação. A entrada de
Moisés e Arão na tenda da congregação podia ser com o propósito de instruir
o novo sumo sacerdote em seus deveres. Saindo da tenda, o mediador da lei de
Deus e o sumo sacerdote uniram-se para abençoar o povo.

24. E eis que saindo fogo de diante do Senhor. A glória do
Senhor apareceu como um fogo milagroso (cons. Êx. 3:2-4; 13:21;

19:18, etc.) que se juntou ao que já estava queimando sobre o altar e
completou a consumição do sacrifício. O povo reagiu à manifestação
divina prostrando-se em admiração e humildade.
Levítico 10

3) O Abuso das Ofertas (Nadabe e Abiú). 10:1-20.

1. Nadabe e Abiú ... trouxeram fogo estranho. O fogo estranho
('esh zeira) não está explicado. Os elementos usados, ou o procedimento
adotado, ou ambos podem ter contrariado a prescrição. Fosse qual fosse
a motivação e o abuso, o ato aos olhos de Deus foi merecedor do castigo
da morte.

3. Mostrarei a minha santidade. Oferecimento impróprio de
sacrifício da parte do sacerdote aviltaria a glória de Deus, e esta glória
Deus determinara manter.

4. Então Moisés chamou. Cons. Êx. 6:18, 22, 23 sobre os
mencionados membros da família de Abraão.

6. Não desgrenheis os vossos cabelos. Fica melhor: Não deixem
seus cabelos despenteados. As costumeiras expressões de luto foram
negadas ao sumo sacerdote e seus dois filhos remanescentes, neste caso
para que não desse a impressão da insatisfação com o juízo divino.
Antes, deviam permanecer recolhidos no santuário, enquanto outros
realizavam o sepultamento e expressavam a dor.

9. Vinho nem bebida forte . . . bebereis. Os que estavam
consagrados ao serviço divino deviam realizar suas obrigações com a
mente clara, não anuviada pelo álcool. A presença deste versículo não
implica necessariamente em que Nadabe e Abiú estivessem, segundo a
opinião de alguns, exercendo suas obrigações em estado de embriaguez.

12. Tomai a oferta de manjares. Moisés recapitulou com Arão e
seus filhos as leis referentes ao comer dos sacrifícios.

16. E eis que já era queimado. A porção da oferta pelo pecado que
deveria ter sido comida pelos sacerdotes fora queimada. A explicação de
Arão parece implicar que o juízo imposto sobre seus dois filhos,
implicava em que ele e seus outros dois filhos não estavam
suficientemente livres do pecado para merecerem comer a porção
designada da oferta pelo pecado. Moisés ficou satisfeito com a
explicação.

C. As Leis da Pureza. 11:1 - 15:33.

Os meios de manutenção e restauração da pureza cerimonial são
apresentados nos capítulos seguintes. As instruções referem-se ao comer
da carne dos animais, contato com os mortos (tanto seres humanos como
animais), parto e imundícia das pessoas, vestimentas, mobiliário e casas.
Embora um dos resultados de todos esses regulamentos fosse a
preservação da saúde, não é a mesma coisa que dizer que a preservação
da saúde fosse a motivação. As leis não podem ser assim racionalizadas.
Em todas as nações e religiões da antiguidade encontra-se um contraste
divisório entre a pureza e a imundícia de certas criaturas, substâncias e
situações. Havia uma propriedade relacionada com algumas e uma
impropriedade relacionada com outras. Não se declara nenhuma razão
para tal especificação e ao que parece não havia necessidade disso. Não
muitas destas restrições se aplicam aos dias de hoje, mas podem ser lidas
com interesse e pode-se reconhecê-las como regulamentos que ajudavam
a manter tanto a saúde física de Israel quanto, ao mesmo tempo, separá-

la na qualidade de nação diferente das outras nações idólatras ao seu
redor.

Levítico 11

1. O Que Podia ser Comido ou Tocado. 11:1-47.

2. São estes os animais que comereis. Cons. Dt. 14:3-8. Embora a
passagem em Deuteronômio apresente uma lista dos animais limpos
(teihor) como também dos imundos (teime), a passagem correspondente
em Levítico apresenta apenas a lista dos imundos. O critério da pureza,
contudo, está indicado em ambas as passagens; o animal tinha de possuir
casco fendido e também ser ruminante.

5. O arganaz (sheipein) é um coelho ou texugo encontrado em
lugares rochosos, um animal muito tímido, que habita em cavernas ou
fendas. Nem o coelho nem a lebre (v. 6) são ruminantes, embora o
constante movimento de seus maxilares dê esta impressão.

8. Da sua carne não comereis. O animal imundo não devia ser
comido, nem o seu cadáver devia ser tocado (v. 39 inclui o cadáver de
animais limpos que morreram de causa natural).

9. De todos os animais que há nas águas, comereis. Cf. Dt. 14:9,

10. As restrições nos versículos seguintes referentes a criaturas que
vivem nas águas, ao que parece excluem todos os mariscos e as enguias.

13. Das aves estas abominareis. Cons. Dt. 14:11-18. Certas aves
são proibidas, sendo citadas por nome, mas sem a explicação do fator
que as desqualifica. Nem todas as aves mencionadas podem ser
identificadas com certeza.

20. Todo inseto que voa, que anda sobre quatro pés, embora os
insetos na realidade andem sobre seis pés. Cons. Dt. 14:19,20.

21. Mas de todo inseto que voa, que anda sobre quatro pés. O
grilo, a locusta e o gafanhoto são permitidos. Em algumas partes do
mundo continuam sendo usados como alimento.

24. Qualquer que tocar os seus cadáveres. Contato com as carcaças
dos animais proibidos, criaturas aquáticas e criaturas aladas produzia
contaminação até o fim daquele dia, e exigia a lavagem das vestes.

29. Estes vos serão imundos. Animais imundos de tamanho menor
são acrescentados à lista.

32. Será imundo até a tarde. Qualquer objeto se tornava imundo
quando entrava em contato com as criaturas imundas enumeradas, e
tinha de ser lavado para poder ser novamente usado.

33. E todo vaso de barro. Se o objeto fosse de cerâmica,
entretanto, não bastava ser lavado. Tinha de ser destruído.

36. A fonte . . . será limpa. O poço ou fonte tinha um suprimento
continuo de água limpa que tendia a purificá-los.

39. Cons. comentário sobre o versículo 8.

44. Eu sou o Senhor vosso Deus. A motivação para a observância
das restrições enumeradas acima era a glória de Deus, que fora visto por
Israel em atos poderosos realizados em seu beneficio. Tinham de ser um
povo peculiar, guardando uma aliança que lhes lembraria sempre o seu
relacionamento com Deus. Através de Jesus Cristo ficou inteiramente
revelado que o espírito de um individuo determina a sua obediência. (Mt.
15:11).

Levítico 12

2) Parto. 12:1-8.

2. Se uma mulher conceber. Através de todo o capítulo é a mulher
e não a criança recém-nascida que é considerada imunda.

3. E no oitavo dia se circuncidará. Cons. instruções em Gn. 17:12.
Este ritual era um sinal externo indicando que uru relacionamento
contratual ficava estabelecido entre o indivíduo e o Senhor, com todos os
privilégios e responsabilidades resultantes desse relacionamento.

4. Nenhuma coisa santa tocará. O estado de sua imundícia proibia
o contato com todos os objetos santos e a sua presença na casa de
adoração durante o período designado.
Levítico (Comentário Bíblico Moody) 18

5. Mas, se tiver uma menina. O período da imundícia tinha o
dobro de duração no caso do nascimento de uma criança do sexo
feminino. Isto pode se atribuir a uma crença antiga de que o período de
recuperação para a mãe era mais longo no caso do nascimento de uma
menina.

8. Se as suas posses não lhe permitirem trazer um cordeiro.
Maria, a mãe de Jesus, usou do privilégio que era dado aos que tinham
meios limitados (Lc. 2:24).

3) A Lepra. 13:1 – 14:57.
A condição designada por lepra (seira'at) neste capítulo e no
próximo nem sempre se refere à doença conhecida por este nome na
atualidade. Por outro lado, a verdadeira lepra certamente está incluída
nas irregularidades físicas descritas. Com os diagnósticos limitados no
tempo de Moisés, os regulamentos registrados tratavam com a maior
eficiência possível dos problemas que surgiam com a verdadeira lepra e
condições análogas. Hoje em dia não se dá menos importância do que
naquele tempo ao isolamento e acurada observação das vitimas suspeitas
de lepra.

Levítico 13

Levítico 13 trata da identificação da lepra e condições análogas no
homem e suas roupas. O capítulo 14 trata dos métodos de purificação a
serem seguidos quando o seira'at era constatado no homem e nas
paredes de sua casa.

13:2. Será levado a Arão, o sacerdote. Arão ou um dos seus filhos
foi designado para examinar o indivíduo suspeito de lepra. Se houvesse
um inchaço, erupção ou mancha sobre a pele, seria designado como lepra
se o cabelo crescendo sobre o local estivesse branco e se o local
aparentasse uma depressão. Se o pelo não tivesse mudado de cor e a
lesão fosse superficial, impunha-se uma quarentena para observação. Se
a condição não piorasse no tempo designado, o individuo era

considerado limpo; se, contudo, houvesse um progresso na erupção, a
condição era declarada de lepra pelo sacerdote.

11. É lepra inveterada. Se o sacerdote fosse capaz de determinar,
pela aparência do homem, que sofria de uma lepra antiga, este poderia
ser declarado imundo sem quarentena ou qualquer observação adicional.

12. Se a lepra se espalhar de todo na pele. Se a doença da pele
tiver se espalhado por todo o corpo, o homem deveria ser considerado
limpo até que aparecesse carne viva. Então seria declarado imundo. Se a
carne viva sarasse, seria declarado limpo novamente. Não sabemos se
esta é uma referência à lepra verdadeira.

18. A carne, em cuja pele houver uma úlcera. O estado de lepra
poderia aparecer no local de uma ferida recentemente curada. Se
houvesse dúvida quanto ao diagnóstico, empregava-se a quarentena e a
observação.

24. Queimadura de fogo. O local de uma queimadura também
podia ser o ponto onde a lepra viesse a se manifestar. O sacerdote devia
tomar medidas apropriadas para fazer o diagnóstico correto.

29. Praga na cabeça ou na barba. Se uma coceira ou sarna (neteq)
aparecesse na cabeça ou na barba, devia ser observada pelo sacerdote.
Se, após um certo período, não se espalhasse e não contivesse pelo amarelo,
o individuo era declarado limpo. Empregava-se então uma lavagem.

35. Se tiver espalhado muito. Se, depois da lavagem, a sarna
tivesse aparentemente avançado, o homem devia ser declarado imundo,
quer houvesse nela pelos amarelos, quer não.

38. Manchas lustrosas. Se a pele (bohaq) apresentasse uma
inflamação com manchas brancas opacas, a imundície não estava
envolvida.

40. Quando os cabelos . . . caírem. A queda de cabelo propriamente
dita não implicava em imundície. Se, contudo, a condição fosse
acompanhada de inflamação, a pessoa devia ser declarada leprosa.

45. O leproso, em quem está a praga. A situação do leproso era
angustiante. Ficava em completo exílio fora da cidade (Nm. 5:2-4),

sendo considerado como morto (Nm. 12:10-12). Contudo, como nem
todas as doenças de pele que obrigavam esse exílio fossem realmente
lepra, havia ao que parece, aqueles que se restauravam, eram declarados
limpos e tinham permissão de retomar ao seu lugar na sociedade.

47. Em alguma veste houver praga de lepra. Ao que parece a
referência aqui é a algum tipo de mofo ou a vestes que foram usadas por
um leproso. O primeiro caso é o mais provável.

49. Se a praga for esverdinhada ou avermelhada. Se as manchas
fossem verdes ou vermelhas, as vestes deviam ser deixadas de lado
durante sete dias. Se elas aumentassem de tamanho, o tecido sobre o qual
se apresentava devia ser destruído pelo fogo, porque era uma praga
"corrosiva", isto é, maligna.

54. E o encerrará por mais sete dias. Se a praga não se espalhasse
durante os primeiros sete dias de observação, as vestes deviam ser
lavadas e colocadas à parte por mais sete dias.

55. Com fogo a queimarás. Se a lavagem não fizesse desaparecer a
praga, as vestes deviam ser queimadas. Lepra roedora se refere à
tendência do bolor ou mofo de "comer" o couro ou o tecido, quer se
espalhe por todo ele, quer não.

56. Então a rasgará da veste. Se a mancha tivesse diminuído de
intensidade, o sacerdote devia remover aquela parte do tecido contaminado.

57. Com fogo queimará aquilo em que está a praga. Se a remoção
da mancha não viesse a evitar que a praga se espalhasse, toda a veste
contaminada devia ser queimada.

58. . . . se lavará segunda vez. Se a lavagem removesse a praga, o
item devia tornar a ser lavado e então considerado limpo.
Levítico 14

14:1-57. Purificação de Leprosos e Coisas Leprosas. A primeira
parte do capítulo (vs. 1-32) foi dedicada à purificação do leproso. A
segunda parte (vs. 33-57) apresenta o processo a ser seguido no caso da
lepra existir nas casas.

2. Será levado ao sacerdote. Quando o leproso apresentava-se
aparentemente curado e buscava sua restauração na sociedade, devia ser
levado ao sacerdote, que se encontraria com ele fora da cidade.

4. Duas aves vivas. Para mais referências a estas aves (sipporim),
veja Gn. 15:10, onde está registrado que Abraão usou tais aves para
sacrifício, e Êx. 2:21, onde a esposa de Moisés foi chamada de Zípora
('sippora). A espécie das aves não foi declarada. Carmesim (shenit to
la'at), literalmente, "estofo carmesim", um pequeno pedaço de fazenda
vermelha.

5. Mandará também o sacerdote que se imole uma ave. O sangue
da ave imolada devia ser misturado com água no vaso de barro.

6. Tomará a ave . . . e o estofo carmesim. A fazenda vermelha
provavelmente era usada para manter juntos o pau de cedro e o hissopo
com o fim de mergulhá-los na mistura de água e sangue.

7. E soltará a ave viva. Talvez significasse que assim como uma
das aves dava sua vida como símbolo e em lugar do leproso, a outra
simbolizava a liberdade recém-adquirida do homem de retomar ao seu
lugar entre o povo e na casa de adoração, de onde fora excluído. No
versículo 53 o mesmo ritual é chamado de "expiação" (kipper).

8. Aquele que tem de se purificar. O homem não tinha ainda
permissão de entrar na comunidade. Depois de se lavar completamente e
às suas vestes e de remover o seu cabelo, devia ficar fora mais sete dias.
Depois desse período a lavagem e a raspagem do cabelo tinham de ser
repetidas.

10. No oitavo dia. No oitavo dia devia trazer os elementos
necessários para uma oferta pela culpa, uma oferta pelo pecado, uma
oferta queimada e uma oferta de maniates. Quantidade de farinha era de
cerca de três décimos de uma efa. O sextário continha cerca de um
quartilho de azeite.

11. E o sacerdote. A oferta pela culpa devia ser feita pelo sacerdote
representando o homem na maneira indicada.

15. O sextário de azeite. O azeite, depois de aspergido diante do
altar para ser consagrado ao Senhor e santificado para uso posterior,
devia ser empregado de modo idêntico ao sangue no versículo 14.

18. O restante do azeite. O azeite restante devia ser usado para
unção da cabeça do homem.

19. O sacerdote fará a oferta. A oferta pelo pecado, a oferta
queimada e a oferta de manjares, todas as três eram feitas.

21-32. Provisão especial pelos pobres. Estes versículos explicam
como se providenciavam todos os elementos indicados em 14:10 para
aqueles que não tinham posses para obtê-los. Permitia-se uma redução
no caso da oferta pelo pecado, na oferta queimada e na oferta de
manjares; mas a oferta pela culpa permanecia a mesma, isto é, um
cordeiro. Os versículos 23-32 simplesmente repetem o procedimento
descrito nos versículos 11-20 a ser observado na oferta dos sacrifícios,
indicados para a restauração do homem ao estado de pureza.

34. A praga da lepra a alguma casa. A presença de uma praga nas
paredes internas de uma casa exigia o exame de um sacerdote. Poderia
ser uma espécie de mofo ou alguma forma de podridão, mas indicava
ação específica da parte de Deus e não podia ser ignorada nem tratada
sem a supervisão e instrução sacerdotal. Problemas sanitários deviam
estar envolvidos, mas o acontecimento não deixava de ter também um
significado religioso.

36. Que despejem a casa. Ao que parece aqueles que moravam na
casa e o mobiliário podiam estar contaminados pela praga que se
apresentava nas paredes. Conseqüentemente a casa tinha de ser
esvaziada antes da inspeção sacerdotal.

37,38. E examinará a praga. Sob certas condições a casa tinha de
ser fechada por sete dias para se observar o desenvolvimento da praga.
Em caso positivo, as porções contaminadas das paredes tinham de ser
removidas e aquelas partes deviam ser completamente reparadas.

43. Se a praga tornar a brotar. Se, contudo, a praga continuasse a
se espalhar pelas paredes, devia-se tomar medidas mais rigorosas. Toda a
estrutura devia ser derrubada e o material abandonado.

46. Aquele que entrar na casa. Durante o período de observação,
qualquer pessoa que entrasse na casa tulha de ser considerada imunda, e
medidas adequadas de limpeza tinham de ser adotadas.

48. Porém, tornando o sacerdote a entrar. Se depois da reforma da
sessão atingida, a praga não se espalhasse, a casa podia ser considerada limpa.

49. Para purificar a casa. Na purificação da casa deviam ser
usados os mesmos elementos sacrificiais e o mesmo procedimento
seguido na purificação do leproso curado (vs. 4 -7).

Levítico 15

4) Pureza Sexual. 15:1-33.

2. Fluxo (zeib), ou "emissão", do verbo zub, "fluir". A emissão do
seu corpo (mibbeseiro) subentende-se que é dos órgãos genitais, embora
a natureza exata da doença discutida não seja conhecida.

3. Esta, pois, será a sua imundícia. A imundícia existia se a
emissão fosse contínua ou se o estado desenvolvesse uma obstrução que
causava cessação temporada do fluxo.

4. Tudo . . . será imundo. Qualquer um que tocasse o homem
imundo, a emissão ou qualquer coisa sobre a qual ele se assentasse ou
deitasse durante a sua imundícia, teria de se lavar e também as suas
vestes e se considerar imundo até a tarde.

11. Todo aquele em quem tocar. Se o imundo tocava em alguma
pessoa sem ter lavado as mãos antes, a imundícia era transferida para a
pessoa tocada.

13. Contar-se-ão sete dias. No final da enfermidade e depois de
sete dias adicionais, o homem devia se lavar, como também as suas
roupas para ser considerado limpo novamente.

14. Ao oitavo dia. Depois deste procedimento devia levar duas aves
ao sacerdote para oferecê-las como oferta pelo pecado e oferta queimada.


16. Banhará todo o seu corpo em água. Enquanto os versos 2-15
referem-se a uma enfermidade, os versículos 16-18 referem-se a uma
secreção natural. Embora o homem ficasse imundo por algum tempo,
não tinha de fazer um sacrifício. A imundícia proibia a participação nos
serviços religiosos (cons. v. 31).

19. A mulher, quando tiver o fluxo. Outro fluxo natural discutido
nos versículos 19-24. Durante o período da separação da mulher,
aplicavam-se as mesmas regras de 15:2-10. Não havia necessidade de
ofertas sacrificiais neste caso.

25. Muitos dias fora do tempo da sua menstruação. Mais de
acordo com os versículos 2-15 está a condição de enfermidade descrita
em 15:25-30. Neste caso a mulher devia trazer duas aves ao sacerdote,
que as oferecia como oferta pelo pecado e oferta queimada.

Levítico 16

D. O Dia da Expiação. 16:1-34.
Apesar de todos os sacrifícios feitos durante o ano pelos membros
da congregação de Israel e pelos próprios sacerdotes, ainda ficavam
pecados e imundícias que exigiam expiação para que houvesse um
relacionamento adequado entre Deus e o Seu povo. Por isso um dia
particular foi inaugurado, no qual o ritual executado pelo sumo sacerdote
realizaria a reconciliação da nação com o seu Deus. Hebreus 9 dá o
significado da cerimônia para o cristão dum quadro claro que Lv. 16 pode
verdadeiramente ser chamado de pináculo do sistema sacrificial do V.T.

2. Não entre no santuário em todo tempo. Arão não tinha
permissão de freqüentes entradas no Lugar Santo por trás do véu
(paraket) ou "divisor", diante do propiciatório (kapporet) descrito em
Êx. 25:17-21. Este kapporet vem do verbo keipar, "cobrir, perdoar ou
expiar". Por isso a tampa da arca, ou propiciatório, podia ser assim
chamada. Conforme prescrito nos versículos 29, 30, a entrada só devia
acontecer uma vez por ano. E só devia ser feita de acordo com o que fora
prescrito.

3. Entrará Arão no santuário com isto. Uma vez que o próprio
sacerdote tinha de ser purificado antes de poder oferecer sacrifício pelo
povo, tinha de trazer um novilho como oferta pelo pecado e um carneiro
como oferta queimada. Do povo (v. 5) tinha de tomar dois bodes para
uma oferta pelo pecado e um carneiro para uma oferta queimada, a serem
oferecidas pelo povo.

4. Vestirá ele a túnica de linho. Depois de se lavar, o sacerdote
devia vestir as vestes sacerdotais.

6. Arão trará o novilho da sua oferta. O novilho devia ser uma
oferta pelo pecado do sacerdote e sua família (cons. v. 11). Compare esta
descrição com a de Jesus em Hb. 7:26, 27.

7. Também tomará ambos os bodes. Os dois bodes, depois de
serem "apresentados ao Senhor" eram escolhidos por sorte, uru para o
Senhor e outro como "bode emissário" ('azei'zel). A identidade e
significado de 'azei'zel não são explicados, mas as referências tornam
claro que era alguma espécie de demônio que representava para o povo
judeu aquilo que se opunha a Jeová. Deve-se notar, contudo, que
enquanto um bode devia ser sacrificado ao Senhor (vs. 9,15), o outro não
devia ser sacrificado a 'azei'zel, mas simplesmente solto no deserto
depois de ter sido apresentado vivo diante do Senhor (cons. vs. 20-22).
Outra interpretação do 'azei'zel é que a palavra hebraica é um
substantivo abstrato significando "remoção completa" (cons. ASV
tradução marginal). Neste caso 'azei'zel é formado de um radical
intensivo da raiz verbal 'azal encontrado na linguagem árabe cognata
com o significado de "remover". Levítico 17:7 proíbe expressamente
qualquer sacrifício aos demônios. A função real do bode vivo era levar
para longe todos os pecados de Israel e tornar evidente o efeito da grande
obra da expiação. Esta cerimônia única envolvendo o segundo bode
ensina a remoção completa dos pecados expiados pelo sacrifício (cons.
Sl. 103:12; Is. 38:17; 43:25; Jr. 31:34; Mq. 7:19; Jo. 1:29; Hb. 9:26).

12. Tomará também o incensário. A primeira entrada do sumo
sacerdote no Santíssimo Lugar era com o propósito de introduzir o
incensário com brasas vivas e dois punhados de incenso.

13. O testemunho (hei'edut) é um termo usado com referência às
duas tábuas dadas a Moisés no Sinai e subseqüentemente colocadas na
arca (cons. Êx. 25:16; 31:18; 32:15). A nuvem resultante do incenso
tinha o intuito, talvez, de esconder aos olhos do sacerdote a manifestação
de Deus sobre o propiciatório para que não morresse (Êx. 33:20).

14. Tomará do sangue. Entende-se aqui que o sumo sacerdote
devia sair do Santíssimo Lugar a fim de buscar o sangue do novilho,
voltando então uma segunda vez para aspergir o sangue sobre e diante do
propiciatório conforme indicado.

15. Depois imolará. Depois devia sair novamente, matar o bode da
oferta pelo pecado do povo, entrando no Lugar Santíssimo uma terceira
vez, repetindo com o sangue do bode o procedimento descrito no
versículo 14.

16. Fará expiação. Assim o sumo sacerdote expiaria os pecados do
povo, e a conseqüente imundícia do Lugar Santo e do Tabernáculo, que
exigia uma purificação periódica.

20. Fará chegar o bode vivo. O bode vivo do versículo 10 devia
ser trazido, depois do que, Arão colocada as duas mãos sobre ele, e
confessaria todos os pecarias do povo de Israel. Considerava-se que este
ato simbolizava a transferência dos pecados para o bode, o qual era
depois solto no deserto, presumivelmente para morrer. Já dissemos (v. 8)
que 'azei'zel representava para os judeus aquilo que se opunha ao Senhor.
Assim como o primeiro bode era o meio de expiação dos pecados de
Israel com referência ao Senhor, o segundo bode era um meio de
expiação com referência ao que se opunha ao Senhor, fazendo voltar
para ele, com o bode, os pecados pelos quais era responsável. Mas,
enquanto o bode designado para o Senhor era sacrificado, o bode
designado para 'azei'zel não era. Se, na realidade, considerava-se o
Levítico (Comentário Bíblico Moody) 27
segundo bode portador de todos os pecados (isto é, os pecados arbitrários
como também os involuntários) dos filhos de Israel não está claro.

23-25. Depois Arão virá à tenda da congregação. Arão devia
entrar no Tabernáculo, remover suas vestes de linho, lavar-se, e vestir
outra roupa. As vestes usadas a esta altura não são descritas, embora
pareça que eram as vestes formais do sumo sacerdote (cons. Êx. 28).
Depois devia sacrificar sobre o altar um carneiro como oferta queimada
pelo povo, depois do que a gordura da oferta pelo pecado. (cons. Lv.
16:11, 19) devia ser queimada.

26. Aquele que tiver levado o bode. O homem que se tornara
imundo ao levar o bode para o deserto (v. 21) tinha de lavar suas roupas
e banhar-se antes de retomar à comunidade.

27. O novilho e o bode . . . serão levados. As partes restantes do
novilho e do bode usados nas ofertas pelos pecados deviam ser levadas
para fora do acampamento e destruídas pelo fogo. Aqueles que
tomassem esta providência deviam lavar suas vestes e corpos antes de
retornar.

29. Afligireis as vossas almas. O estabelecimento perpétuo do Dia
da Expiação, yom hakkippurim (cons. 23 : 27), e sua comemoração pelo
sumo sacerdote e o povo é o que se segue nos demais versículos do
capítulo. O dia décimo do sétimo mês foi indicado para a comemoração,
e nesse dia o povo devia se humilhar (te'annu) e abster-se de todo
trabalho. Este humilhar-se ou afligir-se costumava ser feito através do
jejum (cons. Sl. 35:13 ; Ez. 8:21; Is. 58:3, 5 ), subjugando os apetites
terrenos a fim de manifestar-se penitente pelos erros cometidos.

31. Sábado de descanso. As palavras shabbat shabbaton significam
"um sábado de solene descanso" (RSV), isto é, um sábado importante,
um sábado especial

32. Quem.. . fará a expiação. Devia-se seguir o ritual prescrito
uma vez por ano (v. 34) pelo indivíduo que ocupava o posto de sumo
sacerdote. Todo o ritual, imperfeito e sujeito à repetição como era, tinha
apenas o objetivo de tornar o devoto ansioso pela vinda do Sumo
Levítico (Comentário Bíblico Moody) 28
Sacerdote e do Mediador Perfeito que cumpriria, de uma só vez para
todo o sempre, todas as exigências necessárias para efetuar a perfeita
reconciliação com o Pai.

II. Como Manter-se em Contato com Deus. 17:1 - 27:34.

Uma vez estabelecido o desejado relacionamento com Deus, este
devia ser mantido. Os capítulos restantes apresentam claramente o meio
do judeu individualmente andar, a fim de ser diferente dos pagãos e
aceitável ao Senhor.


                                                           Levítico (Comentário Bíblico Moody) 



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