segunda-feira, 20 de maio de 2019

Lição 8 O Lugar Santíssimo









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2º Trimestre de 2019
ESBOÇO
I – O VÉU DO LUGAR SANTÍSSIMO
II – O PROPÓSITO DO VÉU INTERIOR
III – COMO ERA O LUGAR SANTÍSSIMO
                                                    Elienai Cabral 
O Lugar Santíssimo era, indubitavelmente, o principal lugar de toda a estrutura do Tabernáculo. Lá estavam a Arca da Aliança com seu propiciatório e os dois querubins com forma humana e protegendo aquele lugar. Era o lugar da habitação de Deus. Figuradamente, estava naquela Arca o Trono de Deus. 
Depois da leitura do texto básico deste capítulo, podemos mentalmente descrever e pormenorizar todos os móveis contidos no Átrio, no Lugar Santo e no Lugar Santíssimo. Na parte exterior do Tabernáculo, a partir da porta do Átrio (ou Pátio), encontramos o altar do Holocausto e a Bacia do Lavatório. Em seguida, entramos no interior da Tenda do Tabernáculo e temos a primeira parte, que é o Lugar Santo, chamado Santuário. Nessa parte, deparamo-nos com a Mesa dos Pães da Proposição, o Castiçal de Ouro e o Altar de Incenso em frente ao Véu de entrada para o Lugar Santíssimo. Depois do véu desenhado com querubins, estava o Lugar Santíssimo, no qual estava a Arca do Concerto (ou da Aliança, ou do Testemunho). Esse último lugar, o Santo dos Santos (ou Lugar Santíssimo) era o símbolo da santidade de Deus, que tornava inacessível a entrada de pecadores, senão através do sumo sacerdote. 
I – O VÉU DO LUGAR SANTÍSSIMO 
O Véu Era uma Barreira ao Acesso à Presença de Deus 
O segundo compartimento ocidental do Tabernáculo onde estava a Arca da Aliança tinha um véu azul como uma cortina que separava as duas partes do Santuário; era um símbolo da santidade de Deus inacessível aos pecadores. Ninguém podia ousar entrar no “Lugar Santíssimo”, até que Jesus enfrenta o Calvário e faz-se o cordeiro expiador. 
Quando Cristo expirava lá fora na cruz, o seu espírito entra no Lugar Santíssimo com o seu próprio sangue expiador, porque Ele fez-se o Cordeiro divino e, com o seu próprio sangue, entra ante o Propiciatório e asperge-o sobre a Arca da Aliança, expiando a culpa do mundo todo (ver Hb 7.25-27). Então, o véu rasga-se de alto a baixo e escancara o acesso à presença do Altíssimo. Antes, uma vez por ano, o sacerdote entrava com o sangue da expiação; agora, em uma só vez por todas, Cristo fez-se o Sumo Sacerdote e ministra com o seu próprio sangue (ver Hb 9.6,7). 
O véu era uma cortina feita de linho fino branco tecido com fios que tinham as cores azul, púrpura e carmesim. Esse véu tinha o propósito de separar o Lugar Santo do Lugar Santíssimo, no qual estava a Arca da Aliança (Êx 26.33). Esse véu impedia a entrada de qualquer israelita, exceto a do sumo sacerdote, que podia entrar uma vez por ano, no dia da Grande Expiação. Esse véu, portanto, era uma barreira para o homem comum. Na língua hebraica, o vocábulo “véu” é paroketh, que advêm de uma raiz que significa “separar”.
O Significado do Véu Interior e seu Paralelismo com a Obra Expiatória de Jesus
No NT, esse mesmo vocábulo grego é katapetasma, que representa o véu interior, ou seja, a cortina entre o Lugar Santo e o Lugar Santíssimo. Quando Jesus estava na cruz — e depois de expirar —, Ele ministrou intercessoramente no Lugar Santo no Altar de Incenso (Hb 7.25) e, depois, com seu próprio sangue, entrou no Lugar Santíssimo para ministrar por todo o mundo (ver Hb 9.6,7). 
Um teólogo do passado chamado Truman fez um paralelo entre o Evangelho de João e o Tabernáculo, escrevendo assim:
Os capítulos 1 a 12 de João contêm o ministério público de Jesus, correspondendo ao Pátio, para o qual os israelitas traziam suas ofertas pelos seus pecados. Os versículos do capítulo 12.44-50 indicam as últimas palavras do seu ministério público.
O capítulo 13 tem relação com a necessidade de limpeza, e Cristo explicou-lhes essa necessidade dos seus discípulos passarem pela fonte de bronze (o lavabo de bronze) como preparação para o ministério do Espírito Santo na terra depois que Jesus cumprir sua missão expiatória.
Os capítulos 14 a 16 sugerem que Cristo entra no Lugar Santo e ensina aos seus discípulos a necessidade de orar e o papel do Espírito Santo nesse lugar na vida da igreja futura.
O capítulo 17 apresenta Cristo a sós no Lugar Santíssimo, intercedendo em favor dos seus discípulos diante do Pai. Esse capítulo se revela como a oração sumo sacerdotal.
O Véu Tinha um Bordado Especial com a Figura de Querubins (Êx 26.31)
Alguns teólogos opinam que os querubins não representam seres humanos, nem anjos. Eles opinam que esses querubins representam as obras e as manifestações gloriosas do Espírito Santo na vida de Cristo, envolvendo seu nascimento, vida, ministério terrestre, morte e ressurreição do Senhor Jesus. Entretanto, discordamos dessa opinião e entendemos que os querubins são uma classe de anjos que servem aos interesses de Deus, protegendo seu Trono e manifestando a sua glória. 
O que a Escritura do livro de Êxodo deixa claro é que os querubins são seres angelicais e independentes de qualquer forma física, mas que podem tomar a forma que quiserem para as manifestações do poder de Deus. 
Deus ordenou a Moisés que fosse bordada à mão a figura de querubins, que tinham uma mistura de figura de homens e seres alados. Pergunta-se, qual a razão desses querubins naquele véu? A história celestial conta que um querubim havia recebido do Criador poderes especiais delegados por Deus de liderança angelical. No entanto, esse querubim chamado Lúcifer encheu-se de presunção e orgulho, querendo ser igual a Deus. Ele, então, foi expulso da presença do Senhor, tornando-se arqui-inimigo da Divindade (ver Ez 28.14). Sua queda desonrou toda a classe angelical. Os querubins são uma classe de seres espirituais diretamente ligados ao Trono de Deus. A figura dos querubins pintados naquele véu interior lembra ao homem que o Trono de Deus está protegido de qualquer contaminação do pecado. Por isso, eles foram esculpidos sobre o Propiciatório com as asas voltadas para a Arca da Aliança para protegê-la (ver Êx 25.18-22).  
As quatro Cores do Véu Compreendidas na Escritura de Filipenses 2.5-11 
Essencialmente, o objetivo primário do Tabernáculo e seus móveis sagrados é tipificar a Cristo. Cada um dos tecidos que compunham o Véu entre o Lugar Santo e o Lugar Santíssimo apontava para uma faceta do caráter pleno de Jesus Cristo. As quatro cores falam, de fato, das glórias de Cristo segundo a compreensão que podemos ter da escritura de Paulo aos Filipenses 2.5-11. 
A cor azul indicava a fala de Jesus, “que, sendo em forma de Deus” (Fp 2.6), fez-se o Verbo divino que se fez carne, e isso revelava a Jesus como o Filho de Deus, a sua divindade. 
A cor carmesim é identificada com o Cristo que “tomou a forma de servo”. Ela fala de Cristo como aquEle que se identificou como “o Filho do homem” e “o Servo sofredor”, que “aniquilou-se a si mesmo, [...] sendo obediente até à morte” (Fp 2.7,8). 
A cor branca do linho branco revelava a imagem daquEle que se fez “semelhante aos homens” (Fp 2.7), sendo o servo perfeito de Deus no mundo dos homens. 
A cor púrpura indicava a sua realeza, identificando-se com a escritura que diz “que Deus o exaltou soberanamente” (Fp 2.9).  
Outrossim, o Véu representava a carne de Cristo e expressava a sua humanidade (ver Êx 36.35). O trançado dos fios que formava o véu fala da união da natureza divina com a natureza humana na pessoa de Jesus, indicando a sua perfeição absoluta como Deus e como Homem. O texto de Hebreus 10.19,20 consuma essa tipologia quando diz: “Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no Santuário, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne”.
Texto extraído da obra “O TABERNÁCULO”, editada pela CPAD. 


O TABERNÁCULO - ELIENAI CABRAL

 COMENTÁRIO:

Diante do lugar santíssimo encontrava-se o véu feito de fino linho torcido e recamado em escarlate, púrpura e azul e com um querubim em cima. Dentro do lugar santíssimo ninguém podia entrar, senão apenas o sumo sacerdote e num só dia do ano: o dia da expiação. Isto tinha lugar só depois da mais minuciosa preparação. Dentro do lugar santíssimo estava o arca do testemunho que continha três objetos: o recipiente de ouro do maná; a vara de Arão que tinha brotado e as tábuas da Lei. Era feita de madeira de acácia recoberta de ouro por dentro e por fora. Tinha 1,10 m de comprimento por 0,68 m de largura e 0,68 m de altura. A tampa chamava-se o propiciatório; sobre ele estavam os dois querubins de ouro maciço com suas asas estendidas por cima. Ali estava a própria presença de Deus, porque Deus havia dito: "E dali declararei a ti, e falarei contigo de sobre o propiciatório, dentre os dois querubins que estão sobre o arca do testemunho"
O autor de Hebreus pensa em toda esta beleza, que só era uma sombra da realidade. Mas ainda tem em mente outra coisa da qual voltará a falar. O israelita comum só podia entrar até o portal do átrio do tabernáculo; os sacerdotes e os levitas no átrio; somente os sacerdotes podiam entrar no lugar santo e ninguém senão o sumo sacerdote no lugar santíssimo. Havia beleza em tudo isto, mas uma beleza na qual o homem comum estava excluído da presença de Deus. Jesus Cristo eliminou as barreiras e abriu a todo homem o caminho ao segredo da presença de Deus. Em Cristo a porta fechada se havia totalmente aberto.

                                                                         Hebreus (William Barclay) 103

                           Imagem relacionada


                                          AS ENTRADAS DO TABERNÁCULO
               __________________Êxodo 26.31-37; 36.35-38___________________

O Santuário possuía duas entradas, sendo uma chamada “o véu” e a
outra “a porta”. Em nosso estudo, nós iremos considerá-las nesta ordem.
1. Faça um véu... (Êxodo 26.31).

A primeira entrada é aquela descrita em Hebreus 9.3 como o
segundo véu”. Assim como fez ao descrever a mobília para o Santuário,
Deus começa pela entrada mais próxima dele mesmo. Era através deste
véu que o sacerdote entrava uma vez por ano na própria presença ou
glória Shekinah de Deus. Este era o caminho para o Santo dos Santos ou
Lugar Santíssimo. Essa entrada é mencionada nas Escrituras de várias
outras maneiras. Vejamos alguns nomes:

Véu (Êxodo 26.31; Hebreus 6.19): Véu é uma espécie de divisória ou
cortina de separação geralmente usada para ocultar algo. Essa definição
pode ser relacionada a este véu.

Segundo véu (Hebreus 9.3): A porta do Santuário era considerada o
primeiro véu pelo qual se chegava ao Lugar Santo. Para se aproximar de
Deus, o véu colocado na frente do Lugar Santíssimo era o segundo véu
pelo qual o homem precisava passar.

Véu protetor (Números 4.5): Este véu era usado para cobrir a arca da
aliança enquanto em trânsito. A arca nunca era vista pelas pessoas.

Véu que esconde as tábuas da aliança (Levítico 24.3): Além de cobrir
a arca, o véu também cobria as tábuas da Lei que estavam na arca.
Véu do Santuário (Levítico 4.6): Este era o único véu dentro 40
Santuário que separava o sacerdote e o Lugar Santíssimo.

2. ... de linho fino trançado e de fios de tecidos azul, roxo e
vermelho... (Êxodo 26.31)
Este véu era semelhante às cortinas de linho fino colocadas sobre a
estrutura do Tabernáculo (veja capítulo anterior, referente às cortinas e
coberturas). Assim como as cortinas, também era confeccionado com
linho fino trançado em cores iguais. Temos, portanto, aqui simbolizadas
as mesmas verdades:

1. O linho fino trançado representa o Senhor Jesus, como aquele que
é “a nossa justiça” (Jeremias 23.6; 1Coríntios 1.30; 2 Coríntios 5.21;
Apocalipse 19.7,8). Ele é o homem justo descrito no Evangelho de Lucas.
2. Azul é a cor do céu, e Jesus é “... o segundo homem,... o Senhor dos
céus” (1 Coríntios 15.47 – KJV e João 3.13,31). Ele é o homem celestial
revelado no Evangelho de João.

3. Roxo é a cor da realeza, freqüentemente associada à majestade e
nobreza. Jesus é o Rei dos reis e o Senhor dos senhores. Ele é o herdeiro
legítimo do Trono de Davi (Lucas 1.30-33).
A mistura de azul (celestial) e vermelho (sacrifício terreno) produz o
roxo (realeza). Jesus é o Rei registrado pelo Evangelho de Mateus.

4. Vermelho é a cor do sangue do sacrifício. Jesus é o Cordeiro de
Deus, nosso sacrifício (João 1.29; Mateus 20.28). Ele veio para servir. O
Evangelho de Marcos demonstra o ministério de Jesus como servo.

Todas essas cores estavam presentes no véu. O véu era um trabalho
gracioso e feito com habilidade através da capacitação concedida pela
sabedoria e pelo Espírito de Deus. Ele deveria ser feito de acordo com o
padrão divino. Isso simboliza a riqueza de detalhes e o maravilhoso
trabalho que atuaram na pessoa, na vida e no ministério do Senhor Jesus
Cristo, a Palavra que se fez carne, pelo Espírito Santo.

3. ... e mande bordar nele querubins (Êxodo 26.31).
Assim como as cortinas de linho fino eram bordadas com figuras de
querubins, também o véu que separava o Lugar Santíssimo do restante do
Santuário deveria ter querubins bordados. Esta era a única diferença
entre o véu e a porta do Santuário. Querubins não eram meramente
anjos, como nós já vimos. Eles são vistos através das Escrituras como
representações da divindade. Nós observamos que foram os querubins
que guardaram o caminho para a árvore da vida com uma espada
flamejante (Gênesis 3.24). Na tampa da arca da aliança, os querubins
ficavam de frente um para o outro, com o rosto voltado para a tampa,
contemplando o propiciatório (trono de misericórdia) aspergido com o
sangue (Êxodo 25.18-22). Aqui, os querubins são bordados no véu, o qual
Paulo menciona como representativo da carne de Cristo, guardando o
Santíssimo Lugar contra qualquer tentativa de entrada indevida.

O véu era uma obra esmerada e seus fios eram trançados pela
sabedoria e pelo Espírito de Deus de acordo com o padrão divino,
representando detalhadamente o maravilhoso projeto realizado através
da vida e do ministério do Senhor Jesus Cristo, a Palavra que se fez
Carne, pelo Espírito Santo.

Assim como os querubins estavam bordados no tecido do véu,
também o Filho de Deus estava “trançado” ou junto com o Pai e o
Espírito Santo, “Pois em Cristo habita corporalmente toda a plenitude da
divindade” (Colossenses 2.9; 1.19; João 4.34; 14.10).

4. Pendure-o com ganchos de ouro em quatro colunas de madeira de
acácia revestidas de ouro (Êxodo 26.32).

O véu deveria ser pendurado com ganchos em quatro colunas de
madeira de acácia revestidas de ouro. Novamente, vemos o conceito das
duas naturezas em uma única pessoa (coluna). É interessante que havia
quatro colunas sustentando o véu, que Paulo afirma representar o corpo
de Cristo (Hebreus 10.20). A porta do Santuário era sustentada por cinco
colunas. As quatro colunas parecem sustentar o corpo de Cristo ou,
poderíamos dizer, o ministério de Cristo na carne. Essas quatro colunas
podem estar representando os quatro evangelhos. Há somente quatro
livros no Novo Testamento que tratam do ministério terreno de Jesus
Cristo, sua morte, sepultamento e ressurreição. O livro de Atos e as
epístolas tratam do ministério celestial de Cristo. Portanto, assim como as
quatro colunas sustentam o véu, os quatro evangelhos sustentam a
revelação de “Cristo segundo a carne” (2Coríntios 5.16,17 – ERA). Eles
mostram Deus “manifestado em corpo” (1Timóteo 3.16).

Nota: um estudo bastante interessante seria comparar os quatro
seres viventes encontrados em Ezequiel 1 e Apocalipse 4.6-8 com essas
quatro colunas.

5. ... fincadas em quatro bases de prata (Êxodo 26.32).
Como veremos mais adiante, as cinco colunas da porta eram
apoiadas em bases de bronze. Mas no segundo véu, as quatro colunas
eram apoiadas em bases de prata. Essa prata foi obtida através do
dinheiro do resgate” durante o recenseamento dos israelitas (vide
referência no capítulo que trata da estrutura do Tabernáculo). Essas
colunas se apoiavam no metal da redenção e representavam o preço de
24.000 almas redimidas. Vinte e quatro é o número dos turnos sacerdotais
visto no Tabernáculo de Davi e no Templo de Salomão. No livro de
Apocalipse nós vemos 24 anciãos representando os redimidos de cada
povo, nação, língua e tribo (Apocalipse 4.4; 5.9,10).

6. Pendure o véu pelos colchetes e coloque atrás do véu a arca da
aliança. O véu separará o Lugar Santo do Lugar Santíssimo (Êxodo
26.33).

Aqui nos é revelado o propósito do véu. O véu deveria ser uma
divisória ou separação entre o Lugar Santo e o Lugar Santíssimo. A
palavra “véu” literalmente significa “separação” ou “cortina” ou “aquilo
que oculta”. Este véu deveria ocultar a glória Shekinah da vista dos
homens. Ele agia como uma separação entre o homem pecador e o Deus
Santíssimo.

Este véu media 10 côvados quadrados, dando-nos uma figura dos
Dez Mandamentos. Qualquer homem que pretendesse vir à presença do
Santo de Israel tinha que se defrontar com a Lei. A guarda da Lei
conduziria a um relacionamento com Deus, mas ninguém foi capaz de
guardar totalmente a Lei. Ninguém, a não ser o Senhor Jesus Cristo. Ele é
o único que guardou perfeitamente a Lei. Ele foi o único totalmente sem
pecado, que pôde cumprir as condições da aliança mosaica. Somente
Jesus merecia receber tudo que esta aliança proporcionava (Salmo
40.7,8).

Este véu revela muito mais do que a Lei para o crente do Novo
Testamento. Paulo, o apóstolo, interpreta com clareza o significado do
véu de separação: “No entanto, somente o sumo sacerdote entrava no
Santo dos Santos, apenas uma vez por ano, e nunca sem apresentar o
sangue do sacrifício, que ele oferecia por si mesmo e pelos pecados que o
povo havia cometido por ignorância. Dessa forma o Espírito Santo estava
mostrando que ainda não havia sido manifestado o caminho para o Santo
dos Santos enquanto permanecia o primeiro tabernáculo. Isto é uma
ilustração para os nossos dias...” (Hebreus 9.7-9).

Este véu revela a todos os homens a “barreira, o muro de inimizade”
(Efésios 2.14), que separa Deus e o homem. Antes de qualquer pessoa
poder experimentar a restauração, deve avaliar qual sua condição diante
do nosso santo Deus. Enquanto o véu permanece, Deus declara um
enfático: “Entrada proibida!”. Somente uma vez por ano, no grande Dia
da Expiação, Arão, o sumo sacerdote atravessava o véu para fazer
expiação pelos pecados do povo.

Quando o Senhor Jesus Cristo morreu na cruz, derramou o seu
sangue como sacrifício e como sacerdote, como ofertante e como oferta.
Deus, então, milagrosamente, rasgou o véu do Templo: “Naquele
momento, o véu do santuário rasgou-se em duas partes, de alto a baixo”
(Mateus 27.51; Marcos 15.38; e Lucas 23.45).

Foi Deus quem fez realmente isso, pois o véu foi rasgado de alto a
baixo! Não foi algo feito pelo homem, mas sim um ato divino. Este foi, de
fato, um ato da graça de Deus. A graça é Deus se aproximando do
homem, e não o homem se aproximando de Deus. Se Deus não tivesse
aberto o caminho partindo o véu de separação através do sacrifício de
Jesus na Cruz, então a separação provocada pelo pecado permaneceria
para sempre. Quando Deus partiu o véu no Templo, isto simbolizava para
toda a nação o que Deus tinha feito através de seu Filho. Alguns dos
sacerdotes da ordem de Arão aceitaram o milagre do véu partido (Atos
6.7), mas a esmagadora maioria o rejeitou.

O véu partido representava o cumprimento e o fim da antiga aliança,
da aliança mosaica e de todos os rituais e cerimônias relativos ao
sacrifício de animais. O fim da aliança mosaica marcava o inicio da nova
aliança, para a qual todos os rituais da aliança mosaica apontavam,
revelando realidades espirituais ocultas nos formalismos e cerimônias
(Romanos 2.20).

O véu partido significa que o caminho para o Lugar Santíssimo está
agora aberto aos homens. Com a queda, o homem perdeu o caminho para
Deus. Em Cristo, o caminho é restaurado. O véu não mais permanece
como uma separação entre Deus e o homem. A parede de inimizade foi
removida de uma vez por todas. Deus nunca mais voltará para a antiga
aliança, a qual foi cumprida e abolida em seu Filho. Deus abriu o
caminho. Em Cristo, nós temos acesso à presença de Deus, e podemos
entrar “além do véu” para contemplar a glória do Senhor e sermos
transformados de glória em glória. “Portanto, irmãos, Redenção Resgate
Substituição Reconciliação temos plena confiança para entrar no Santo
dos Santos pelo sangue de Jesus, por um novo e vivo caminho que ele nos
abriu por meio do véu, isto é, do seu corpo. Temos, pois, um grande
sacerdote sobre a casa de Deus.sendo assim, aproximemo-nos de Deus...”
(Hebreus 10.19-22).

Jesus é nosso sumo sacerdote que atravessou o véu e permanece na
entrada à nossa espera. Jesus “nos precedeu e entrou em nosso lugar,
tornando-se nosso sumo sacerdote para sempre, segundo a ordem de
Melquisedeque”. (Hebreus 6.20. Veja também João 20.17; Atos 1.8-11; 1
João 2.1). Se Ele nos precedeu, isso indica que iremos segui-lo. Ele é o
primeiro da ma. Ele abriu o caminho para chegarmos ao Pai!

No Monte da Transfiguração, a glória Shekinah brilhou através do
véu da sua carne (Mateus 17.15; João 1.14-18).

As verdades relacionadas ao véu podem ser resumidas da seguinte
forma:
O trançado do véu: A beleza deste véu representa a encarnação, a
beleza e perfeição da vida do Senhor Jesus. Enquanto Ele estava na terra,
enquanto o véu da sua carne permanecia na terra, sua perfeição e sua
vida sem pecado nos condenavam. Enquanto Ele estava na terra ainda
não desfrutávamos do pleno acesso ao Pai.

O véu de separação: O véu como uma divisória representa o grande
muro de separação e inimizade entre Deus e o homem em conseqüência
do pecado. O homem não tinha acesso à presença de Deus enquanto a
questão do pecado não fosse resolvida. O “caminho” não havia ainda sido
aberto para o homem se aproximar de Deus.

O véu partido: Este véu partido simboliza o corpo partido do Filho de
Deus no Calvário. O véu precisava se romper. Cristo deveria morrer. Este
véu partido aponta para sua carne partida, através da qual o caminho
para o Pai foi restaurado. “Eu sou o caminho, a verdade e a vida.
Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim” (João 14.6). No véu partido
contemplamos o seu corpo, partido por nós. No trono de misericórdia nós
contemplamos o seu sangue, derramado por nós.

Em Cristo nós estaremos ricamente providos quando entrarmos no
reino eterno do Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (2Pedro 1.10-12).

7. Para estudo posterior
O tema do “véu” nas Escrituras é um rico campo de estudo. Aqueles
que desejarem aprofundar seus estudos poderão examinar as seguintes
passagens:

1. O véu do Tabernáculo (Êxodo 26.31-35).
2. O véu do Templo (2 Crônicas 3.14)
3. O véu sobre a face de Moisés (Êxodo 34.33-35)
4. O véu da carne de Cristo (Hebreus 10.19,20)
5. O véu da cegueira sobre Israel (2 Coríntios 3.13-16)
6. O véu sobre as nações (Isaias 25.6-9)

O tempo em que cada véu será removido se aproxima, e nós então
poderemos contemplá-la face a face (Apocalipse 22.4).

8. Para a entrada da tenda faça uma cortina de linho fino trançado e
de fios de tecidos azul, roxo e vermelho, obra de bordador... (Êxodo 26.36)

Na entrada do Lugar Santo havia uma cortina pendurada. Esta
cortina era muito semelhante ao véu acima descrito, mas nela faltavam os
querubins bordados. Através das Escrituras esta cortina é mencionada de
várias formas:
1. Cortina para a entrada da tenda (Êxodo 26.36)
2. A cortina (Êxodo 26.37)
3. Cortina para a entrada do Tabernáculo (Êxodo 36.37)
4. A entrada da Tenda do Encontro (Levítico 1.3).

O Lugar Santo media 10 x 10 x 20 = 2.000 côvados cúbicos,
remetendo aos 2.000 anos da Era da Igreja (veja o Apêndice). Esta porta
era a única entrada para esses 2.000 côvados cúbicos. O Lugar Santo era
exclusivamente reservado para o ministério sacerdotal. O Senhor Jesus
diz: “Eu sou a porta; quem entra por mim será salvo” (João 10.9). O
Senhor Jesus é o único caminho para Deus e para a Igreja. A Igreja é o
lugar do ministério sacerdotal, pois nós que estamos em Cristo somos
feitos reis e sacerdotes para Deus. O crente tem autorização, como rei e
sacerdote, de oferecer sacrifícios espirituais, através de um sacerdócio
espiritual, numa casa espiritual (1 Pedro 2.1-9; Apocalipse 1.6)
A porta, portanto, representa o Senhor Jesus Cristo. Os materiais
utilizados já revelam esta verdade (os materiais são os mesmos usados no
véu. Veja seção 2 deste mesmo capítulo).

Em Cristo encontramos o equilíbrio perfeito entre as quatro cores
aqui mencionadas. Ele era Justo (linho fino, branco – 1Coríntios 1.30),
celestial (1 Coríntios 15.47), Rei (Lucas 1.30-33) e derramou seu sangue
sacrificialmente (Mateus 26.28). Os quatro evangelhos apresentam Jesus
simbolicamente nessas cores.

9. Faça ganchos de ouro para essa cortina e cinco colunas de madeira
de acácia revestidas de ouro (Êxodo 26.37).
A cortina da porta do Tabernáculo era pendurada em quatro
ganchos de ouro, os quais estavam fixados em cinco colunas de madeira
de acácia revestidas de ouro. Novamente temos aqui os dois elementos:
madeira (humanidade perfeita) e ouro (plena divindade). Esses dois
elementos estavam juntos em Cristo, a Palavra (divindade) que se tornou
carne (humanidade). Essa porta deveria ser sustentada por cinco colunas. Cinco é o
número da graça de Deus. No Senhor Jesus Cristo nós temos a
personificação da graça de Deus, pois “a Lei foi dada por intermédio de
Moisés; a graça e a verdade vieram por intermédio de Jesus Cristo” (João
1.17). Estas cinco colunas podem ser interpretadas de várias formas.
Apresentamos as seguintes:

1. Para os santos do Antigo Testamento, o número cinco certamente
remetia aos cinco livros da Lei dados por Moisés, ou Pentateuco.

2. Isaías recebeu uma revelação dos cinco títulos incluídos no Nome
glorioso de Cristo. “E se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro,
Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Isaias 9.6 – ERC).

3. Para a Igreja do Novo Testamento o número cinco também tem
um significado especial, pois foi incumbida de sustentar a verdade do
Senhor Jesus assim como anunciar a graça de Deus através dos cinco
ministérios que lhe foram concedidos: apóstolo, profeta, pastor,
evangelista e mestre (Efésios 4.9-16).

4. Cinco é também o número de escritores das epístolas do Novo
Testamento: Pedro, Tiago, João, Judas e Paulo. Todos esses foram de fato
cinco colunas para a igreja primitiva, sustentando e revelando a verdade
sobre o glorioso Filho de Deus de acordo com a graça concedida à Igreja
do Novo Testamento (Gálatas 2.8,9).

Essas cinco colunas da porta do Tabernáculo tinham capitéis
(coroas) e ligaduras. Jesus Cristo e seus santos serão coroados com glória
e honra (Hebreus 2.9,10) e estarão unidos pelo plano de redenção.

10. Mande fundir para eles cinco bases de bronze (Êxodo 26.37).
Diferentemente das armações do Tabernáculo e das colunas que
sustentavam o véu, estas cinco colunas da porta eram fixadas em bases de
bronze. Como veremos adiante, o bronze era um elemento característico
do pátio, pois era ali que o pecado era julgado. O bronze simboliza o juízo
contra o pecado e a desobediência.

Por causa da desobediência de Israel, Deus ameaçou tornar os céus
como bronze sobre eles (Deuteronômio 28.23). No Lugar Santo e no
Lugar Santíssimo tudo era revestido de ouro. A porta estava localizada na
saída do pátio e na entrada do Lugar Santo, de modo que as bases de
bronze e as colunas revestidas de ouro permaneciam juntas.

Tudo isso aponta para Jesus, que foi julgado pelos nossos pecados.
Ele marca o fim da dispensação da Lei (bronze) e é a porta para a Igreja e
para apresente dispensação do Espírito Santo (ouro). As Escrituras dizem
que seus pés são como colunas de bronze (Apocalipse 1.15; 10.1; Daniel
10.6).
Da mesma forma, aqueles que eram os pilares da igreja primitiva
marcaram o fim da dispensação da antiga aliança, e se tornaram
instrumentos para o início da dispensação da nova aliança, na qual judeus
e gentios se tornam um só Corpo em Cristo.

11. Para o estudioso
Aqueles que têm interesse em se aprofundar nesse tema através das
Escrituras verão que se trata de um estudo recompensador. Todas as
portas citadas nas Escrituras são figuras de Cristo, que é a porta. Observe
os textos a seguir:

1. O sangue aspergido na porta (Êxodo 12.22,23)
2. A porta do Tabernáculo (Êxodo 26.36)
3. A porta do banquete nupcial (Mateus 25.10)
4. A porta aberta colocada diante da Igreja (Apocalipse 3.7,8)
5. Jesus Cristo, a porta (João 10.8,9).

12. Comparação entre as duas entradas

Apresentamos, a seguir, um quadro comparativo das duas entradas
do Tabernáculo com suas respectivas características:



A Porta 

Chamada “a porta”

Entrada do Lugar Santo

Israelitas eram impedidos de entrar

Permitida aos sacerdotes

Tinha cinco colunas de ouro

Tinha cinco bases de bronze

Tinha quatro cores: azul, roxo, Tinha quatro cores: azul, roxo,vermelho e branco (o linho fino)

Não tinha querubins bordados

Coroas e ligaduras

 Voltada para o lado oriental
O Véu

Chamado “O véu”

Entrada do Lugar Santíssimo

Sacerdotes eram impedidos de

Acesso permitido apenas ao sumos sacerdote

Tinha cinco colunas de ouro

Tinha cinco bases de prata

Tinha quatro cores: azul, roxo,
vermelho e branco (o linho fino)


Tinha querubins bordados

Não são mencionados

Voltado para o lado oriental

KEVIN J. CONNER - TABERNÁCULO DE MOISÉS




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