terça-feira, 14 de maio de 2019

Lição 7 O Lugar Santo

















                             O TABERNÁCULO - ELIENAI CABRAL

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Lição 7 - O Lugar Santo 
2º Trimestre de 2019

ESBOÇO

I – LUGAR SANTO: UM LOCAL DE SERVIÇO E COMUNHÃO COM DEUS
II – AS TRES PEÇAS QUE COMPUNHAM O INTERIOR DO LUGAR SANTO
III – O VÉU QUE DEMARCA O LUGAR SANTO E O LUGAR SANTÍSSIMO (Êx 26.31-36)

Elienai Cabral 

   sumo sacerdote para descobrir que, para chegar ao Lugar Santíssimo, a caminhada é progressiva. O homem também descobre que o Tabernáculo foi projetado para passar ao povo uma noção de relacionamento progressivo com Deus. Dentro dessa conscientização, o homem descobre ainda que, quanto mais próximo de Deus, maior é a responsabilidade, porque Deus é Santo, e nenhuma possibilidade de sujeira entra na sua presença. Também veremos que o Senhor deseja uma relação íntima com o seu povo, de tal modo que a ordem para construir o Tabernáculo era para que Ele pudesse habitar com o seu povo e no meio dele. 
O texto neotestamentário em Hebreus 9.2,3 mostra a distinção dos dois compartimentos do Tabernáculo e chama ao primeiro “Santuário” e ao segundo “Santo dos Santos”. O texto bíblico diz: “Porque um tabernáculo estava preparado, o primeiro, em que havia o candeeiro, e a mesa, e os pães da proposição; ao que se chama o Santuário. Mas, depois do segundo véu, estava o tabernáculo que se chama o Santo dos santos” (Hb 9.2,3). Os dois compartimentos do Tabernáculo também eram identificados como “Lugar Santo” e “Lugar Santíssimo”.

I – LUGAR SANTO: UM LOCAL DE SERVIÇO E COMUNHÃO COM DEUS 
1. Que Lugar É esse?

O “Lugar Santo” era um lugar de serviço, onde somente os sacerdotes podiam entrar para ministrar (Hb 9.6). Os israelitas apenas podiam trazer suas ofertas ao Altar de holocaustos e não podiam passar dali. O povo tinha acesso ao Pátio (Átrio), mas a entrada para o Tabernáculo era proibida. Porém, quando Cristo entrou no Lugar Santo e no Lugar Santíssimo com o seu próprio sangue, todos os crentes em Cristo, havendo sido redimidos e santificados, têm o privilégio de entrar na presença de Deus e exercer uma nova posição em Cristo como “sacerdotes de Deus” (ver Ef 2.18,19; Hb 10.19-22).

2. Um Lugar de Serviço e Adoração

O Modelo Divino do Tabernáculo

A morada terrenal levantada chamada “Tabernáculo” (do hebraico, misklan = “morada”) não ficava exposta, mas tinha uma cobertura de peles que a protegia do sol causticante do deserto. Era a casa que Deus ordenou a Moisés construir para sua morada do Altíssimo (ver Êx 25.8). A parte interna tinha um caráter bem particular. Era um lugar especial, de privilégio e com exclusividade para o serviço dos sacerdotes diante de Deus.  
Esse modelo foi dado a Moisés quando subiu ao Sinai. Era a revelação do lugar no qual Deus habitaria com o seu povo, ou seja, a primeira morada de Deus sobre a terra (ver Êx 25.8). Durante os quarenta dias em que Moisés esteve no alto do monte, aquela montanha alta tornou-se um lugar santo, de exclusividade divina, pois Deus mostraria sua glória a Moisés no ponto mais alto. Imaginem um lugar ermo e de pedras esquecidas dos homens que, de repente, se torna num lugar da manifestação da glória de Deus. 
Naquele monte, Moisés recebeu a planta de tudo quanto o Senhor queria no Tabernáculo. Deus foi o arquiteto e concedeu a ajuda do seu Espírito na seleção das pessoas habilitadas em várias atividades que envolviam habilidade com madeira e metais. Nesse modelo divino do Tabernáculo, está revelado tipologicamente que Jesus Cristo edificou sua Igreja, o Tabernáculo espiritual aqui na terra. Na verdade, todos os detalhes do Tabernáculo demonstram em seu conjunto a revelação de Jesus Cristo, em sua pessoa, em seu sacrifício e em seu sacerdócio eterno. 

3. O Propósito do Lugar Santo 

Antes de adentrar no Santuário, do lado de fora, dentro da cerca de linho fino retorcido, estava o Altar de Sacrifícios, que representa a Cruz de Cristo, na qual Ele, como verdadeira vítima expiatória, seria oferecido por nossos pecados (ver 1 Jo 2.2). Isso significa que, antes de entrar no Santuário, o pecador precisa passar pelo Altar de Sacrifícios. 
Outrossim , os móveis e outros materiais utilizados no Tabernáculo possuem um significado simbólico para cada elemento. A sua distribuição nos lugares certos passa a ter um sentido espiritual simbólico. A partir do Pátio (ou Átrio) até entrar no Santuário, todos os objetos do Tabernáculo, tanto os que estão fora quanto os que estão dentro, servem de “exemplar e sombra das coisas celestiais” (Hb 8.5). O autor da carta aos Hebreus reconhece o significado simbólico e diz: “Olha, faze tudo conforme o modelo que, no monte, se te mostrou” (Hb 8.5). O Novo Testamento reforça o projeto celestial do Tabernáculo para fortalecer o fato de que a Igreja seria a demonstração da presença de Deus na terra e que Jesus Cristo foi a manifestação do “Verbo [que] se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1.14). A palavra “habitou”, de João 1.14, aparece na língua grega do NT como “skenoo”, que significa “tenda, habitação, tabernáculo”. O apóstolo João, portanto, declara que Jesus foi o verbo que se encarnou, habitou entre nós e que fez da Igreja o seu Tabernáculo, isto é, o lugar onde Ele habita. 

4. Lições da Tipologia do Tabernáculo em Relação a Israel e à Igreja 

Em relação a Israel, aprendemos que apenas Arão e seus filhos, da tribo de Levi, eram sacerdotes escolhidos por Deus para essa função na vida religiosa de Israel (Êx 28.1; Nm 3.5-10). Para ser um sacerdote em Israel, era preciso ser nascido na família de Levi e pertencer a sua tribo.
Em relação à Igreja, nenhuma pessoa por nascimento natural tem direito a um sacerdócio espiritual (ver Rm 3.23; Ef 2.12). A Igreja, porém, é fruto de um nascimento espiritual, que, na linguagem neotestamentária de Jesus, se refere ao novo nascimento, que torna filhos de Deus todos quantos aceitam a Cristo Jesus como Senhor e Salvador (ver Jo 1.12,13; Ef 2.13; 1 Pe 2.9), tornando-se, assim, “sacerdotes para com Deus”. 
Em relação a Israel, a aceitação dos israelitas diante de Deus era mediante os sacrifícios do Altar de Sacrifícios e, depois, lavados pela água límpida da Pia Lavatório, bem como a unção com azeite da Santa Unção (ver Êx 30.25-30). 
Em relação à Igreja, nossa aceitação para com Deus, o Pai, foi feita no Amado, limpos pela regeneração do Espírito Santo e da Palavra de Deus e ungidos com o Espírito Santo. Esse direito de aceitação diante de Deus foi, portanto, conquistado pelo sangue de Cristo Jesus (Hb 10.17-25).   
Para entendermos a importância do “Lugar Santo” e a sua tipologia na vida cristã, precisamos entender que, na esfera celestial, os objetos do Lugar Santo são tipificados pelas coisas que estão no céu. Precisamos, portanto, descobrir a tipologia dos objetos que estavam na parte interna do Lugar Santo (ver Êx 26.35; Hb 9.1,2). 
Texto extraído da obra “O TABERNÁCULO”, editada pela CPAD.  



                             O VÉU DO TABERNÁCULO ÊXODO 26.31-37


Entendendo que Deus já Se agradou, completamente, do sacrifício de Cristo, que é bem constado pelo Novo Testamento, por que voltar ao passado e estudar as figuras que apontam a este sacrifício de Cristo no Velho Testamento? É útil estudar sobre o tabernáculo para aprender mais de nossa Salvação por Cristo. A lei (o Pentateuco) tem “a sombra dos bens futuros” (a Pessoa e Obra de Cristo) e conhecendo essas sombras perceberemos melhor o real (Hebreus 10.1). Por isso, convém estudar o que diz a Bíblia sobre o tabernáculo.

 Introdução

 O titulo dessa mensagem, sobre o véu do Tabernáculo, poderia ser:
Da Separação À Entrada Ousada.

O véu era posicionado entre o santuário, onde o sacerdote ministrava pelos outros, e o lugar santíssimo, onde Deus habitava entre os querubins sobre o propiciatório da arca do testemunho ou da aliança. Fazia separação entre o que não era santo e Aquele que é santíssimo. O Tabernáculo, com todas as cerimônias ritualísticas, não passou a ser nada mais além de “a sombra dos bens futuros” (Hb 1.1; 10.1). Por mais bela que a sombra esteja, ela não é a Verdadeira. O véu do Tabernáculo representava uma triste verdade: o homem é pecador e é vedado O caminho para ele ir sozinho a Deus (Ex 26.33; Lv 16.2, “que não entre no santuário em todo o tempo, para dentro do véu, diante do propiciatório que está sobre a arca, para que não morra; porque Eu aparecerei na nuvem sobre o propiciatório”; Is 59.1-3, “Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o Seu rosto de vós, para que não vos ouça”; Rm 3.23, “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”). Enquanto o véu ficava no seu lugar a consciência pesada do homem existia. Enquanto o véu separava o homem pecador do Deus santo, o pecador tinha medo do julgamento do seu pecado por Este Deus que é um fogo consumidor (Hb 10.2,3). A entrada ousada na presença dEste Deus é uma realidade, hoje, através de umas condições que foram preenchidas completamente e somente por Jesus Cristo. O Material Usado na Construção do Véu do Tabernáculo – Ex 26.31 O véu do Tabernáculo era feito de linho fino torcido com azul, púrpura, carmesim, com a imagem de querubins de obra prima bordada nele. Desde que tudo no Tabernáculo eram sombras ou tipos simbólicos de Cristo, esse material apontava para Cristo.

O azul representava: Natureza Celestial de Cristo, Cristo O Espiritual, ou homem celestial, I Coríntios 15.47,48; João 1.18; Hebreus 7.26; a origem celestial de Cristo. A púrpura representava: Realeza, Soberania de Cristo, o “Rei dos reis, e Senhor dos senhores”, Apocalipse 19.16; Marcos 15.17-18.
O carmesim representava: Sacrifício, Apocalipse 5.9-10; Números 19.6; Levítico 14.4; Heb 9.11-14, 19, 23, 28.

O linho fino representava: Justiça, Cristo é o Justo, e os que são dEle tem a Sua justiça, II Coríntios 5.21; Apocalipse 19.8; I Coríntios 1.30. Sendo torcido, era dobrado o fio seis vezes fazendo o véu grosso e pesado (Gill).

O branco, do linho fino torcido representava: perfeição, pureza e santidade de Deus em Cristo, e aos que são lavados no sangue de Cristo (Ap 7.9-17; Sl 132.9). Os que representam os querubins: somando tudo que fala dos querubins pela Bíblia podemos resumir que eles representam a autoridade e o poder judicial de Deus (Gn 3.24). Não há como chegar a Deus sem responder pelo julgamento dos pecados. Pelos querubins terem presença no véu do Tabernáculo entendese que a entrada à presença de Deus é somente através do julgamento dos pecados. Assim aponta para Cristo: O Espiritual com natureza celestial (azul), O Soberano (púrpura), O Sacrifício idôneo (carmesim), O Justo (linho fino) e O Perfeito (branco do linho fino). Cristo, nessas qualidades, deu-Se a Si mesmo na cruz, recebendo assim o julgamento do pecado de todo pecador arrependido (II Co 5.21; Tt 3.5; I Pd 1.18-21) e repassando a estes as Suas justiças (II Co 5.21; I Pe 3.18).

A Posição do Véu no Tabernáculo – Ex 26.32-35

O véu do Tabernáculo fazia separação entre o santuário e o lugar santíssimo. Dentro do véu estava a Arca do Testemunho. Fora do véu estavam a mesa e o candelabro. O véu do Tabernáculo foi pendurado debaixo dos colchetes sobre quatro colunas de madeira de Acácia, representando a humanidade incontaminável de Cristo. Essas colunas eram cobertas de ouro, representando a divindade pura de Deus. Cristo é tanto homem quanto Deus, fatos declarados pela simbologia destas colunas que existem para que o véu do tabernáculo fosse pendurado.

As bases que fixava as colunas no lugar eram de prata. Prata representa a redenção por ser ela a moeda da expiação (Levítico 5.15; 27.3; 6,16; Êxodo 30.12-16; Números 18.16).

O fundamento destas bases era a redenção. A redenção, representada pela prata, é a base da encarnação de Cristo, representada pelas colunas. A entrada à presença terrível de Deus é somente pelo julgamento dAquele que é Celestial, Soberano, o Puro Sacrifício Eterno e Justo, o Único que pode agradar a Deus, o Seu Filho Unigênito, O Jesus Cristo.

A Representação do Véu do Tabernáculo – Hb 10.1-23; Is 53.10- 12

O véu mostrava a todos a separação do homem do Santo Deus. Por Deus ser santo, e o homem ser destituído da glória de Deus, ou seja, da glória da santidade, há separação (Is 59.1-3).

O véu mostrava a maneira de aproximação do homem pecador para o Santo e Glorioso Deus. Essa aproximação era somente por um sacerdote idôneo e somente com sangue (Lv 16.14; Jo 9.7, 14).

Cristo é Quem foi representado pelo véu do Tabernáculo (Hb 10.19, 20, “Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus, Pelo novo e vivo caminho que Ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela Sua carne,”; Ef 2.12-16; Cl 2.13-15; 3.7-11). Cristo é a Entrada – Isa 53.10, 11. Por Ele, o pecador arrependido e crente pela fé em Cristo Jesus, não apenas tem entrada à presença de Deus, mas ousadia para entrar no santuário pelo sangue de Jesus (Hb 10.19). Cristo, em Hb 10.10-23, é o grande Sacerdote que se ofereceu a Si mesmo como o verdadeiro sacrifício aceitável, Que purifica os nossos corações da má consciência (v. 12-14, 21, 22). Ele é o sangue que abriu o caminho pelo véu (v. 19), sendo Ele mesmo o próprio véu e o Caminho novo e vivo a Deus (v. 20; Jo 1.29; 14.6). Tudo o que Ele é foi aceito pelo Pai e percebemos isso na Sua morte (Mc 15.38, “E o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo”), na Sua ressurreição (At 17.30,31, v. 31, “Porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do Homem que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-O dentre os mortos), e na Sua ascensão (Jo 7.39; At 2.31-36, v. 33, “De sorte que, exaltado pela destra de Deus, e tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vós agora vedes e ouvis”).

Por Cristo ser tudo na aproximação do pecador remido a Deus, somos incentivados a reter firme a confissão da nossa esperança, a estimular uns aos outros às boas obras e congregar sempre que temos oportunidade; porque fiel é Ele que prometeu tais bênçãos (v. 23-25).

Conclusão

Cristo é a gloriosa e única entrada à presença de Deus. Ele é somente a entrada para os que se arrependeram dos seus pecados e creram nEle pela fé. Como está a sua situação com Deus? Você está ainda separado, ou tem ousadia para entrar? O diferencial é Cristo, o próprio véu e o caminho para Deus.

                                                                                Calvin G Gardner


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Adam Clarke


Um enforcamento para a porta da tenda - Isto pode ser chamado o primeiro véu, como ocupou a porta ou entrada para o tabernáculo; o véu que separa o lugar santo do santo dos santos é chamado de segundo véu, e é usado o segundo véu, hebraico 9: 3. Esses dois véus e a coberta interna do tabernáculo eram todos do mesmo material e da mesma obra. Veja Êxodo 27:16 .
1. Para o significado e design do tabernáculo, veja a nota de Clarke sobre Êxodo 25:40 ; e, enquanto o leitor fica impressionado com a natureza curiosa e cara deste edifício, como descrito por Moisés, considere quão pura e santa deve ser aquela Igreja da qual foi um tipo muito expressivo; e que tipo de pessoa ele deve ser em todo santo diálogo e piedade, que professa ser membro daquela Igreja para a qual, está escrito, Cristo se deu, para que pudesse santificá-lo e purificá-lo; que ele possa apresentar a si mesmo uma gloriosa Igreja, não tendo mancha, nem ruga, nem qualquer coisa semelhante; mas que deve ser santo e sem defeito. Veja Efésios 5: 25-27 .
2. No tabernáculo judaico quase todas as coisas foram colocadas fora da vista do povo. O santo dos santos era inacessível, o testemunho era comparativamente oculto, como também o propiciatório e a glória Divina. Sob o Evangelho todas estas coisas estão abertas, o caminho para o mais santo é manifesto, o véu é rasgado, e nós temos uma entrada para o santuário pelo sangue de Jesus, por um caminho novo e vivo, que ele consagrou para nós, através do véu, isto é, sua carne; Hebreus 10:19 , Hebreus 10:20 . Quão abundantemente Deus trouxe vida e imortalidade para iluminar pelo Evangelho! A terrível distância é abolida, o ministério da reconciliação é proclamado, o reino dos céus é aberto a todos os crentes e o Senhor está em seu santo templo. O pecador, cansado de ti mesmo e de tuas transgressões, desmaiando sob o peso de tuas iniqüidades, olha para Jesus; ele morreu por ti e te salvará. Crente, permaneça firme na liberdade com a qual Deus o libertou e não se enrede novamente no jugo da escravidão.


O Único Lugar de Encontro
     A arca e o propiciatório, considerados em conjunto como um todo, são para nós uma figura admirável de Cristo, em Sua Pessoa e Sua obra. Havendo engrandecido a lei, na Sua vida, e tornando-a honrosa, veio a ser, por meio da morte, a propiciação ou propiciatório para todo aquele que crê. A misericórdia de Deus só podia repousar numa base de perfeita justiça:".. .a graça reina pela justiça para a vida eterna, por Jesus Cristo, nosso Senhor" (Rm5:21). O único lugar próprio para o encontro entre Deus e o homem é aquele onde a graça e a justiça se encontram e se harmonizam perfeitamente. Nada senão a justiça perfeita podia agradar a Deus; e nada senão a graça perfeita pode convir ao pecador. Mas onde poderiam estes atributos encontrar-se4 Somente na cruz. E ali que a misericórdia e a verdade se encontraram; a justiça e a paz se beijaram (SI 85:10). E assim que a alma do pecador crente encontra paz. Vê que a justiça de Deus e a sua justificação repousam sobre o mesmo fundamento, isto é: a obra consumada por Cristo. Quando o homem, sob a influência poderosa da verdade de Deus, toma o seu lugar como pecador, Deus pode, no exercício da graça, tomar o Seu como Salvador, e então toda a questão se acha solucionada, porque havendo a cruz respondido a todas as exigências da justiça divina, os rios da graça podem correr sem impedimento. Quando o Deus justo e o pecador se encontram sobre uma plataforma salpicada de sangue tudo está solucionado para sempre — solucionado de maneira a glorificar Deus perfeitamente e salvar o pecador para toda a eternidade. Seja Deus verdadeiro, ainda que todo o homem seja mentiroso; e quando o homem é levado inteiramente ao ponto mais baixo da sua condição moral diante de Deus e está pronto a aceitar o lugar que a verdade de Deus lhe designa, então reconhece que Deus Se revelou como o Justo justificador. Isto deve dar paz à consciência; e não apenas paz, mas concede a capacidade de comungar com Deus e de ouvir os Seus santos preceitos no conhecimento daquela relação em que a graça divina nos introduziu.
     Por isso, "o lugar santíssimo" oferece-nos uma cena verdadeiramente admirável. A arca, o propiciatório, os querubins, a glória! Que espetáculo para o sumo sacerdote de Israel quando entrava dentro do véu! Que o Espírito de Deus abra os olhos do nosso entendimento de modo a podermos compreender melhor o profundo significado destes símbolos preciosos.

A Mesa do Pão da Proposição

     Moisés recebe em seguida instruções quanto "à mesa dos pães da proposição", ou pães de apresentação. Sobre esta mesa estava disposto o alimento dos sacerdotes de Deus. Durante sete dias os doze pães de "flor de farinha com incenso" estavam dispostos na presença do Senhor, depois do que, sendo substituídos por outros, eram o alimento dos sacerdotes, que comiam deles no lugar santo (veja-se Lv 24:5-9).
       Escusado será dizer que esses doze pães simbolizam "o homem Cristo Jesus". A "fiorde farinha" da qual eram compostos, mostra a Sua perfeita humanidade, enquanto que "o incenso" indica a inteira consagração dessa humanidade a Deus. Se Deus tem os Seus sacerdotes ministrando no lugar santo, terá certamente uma mesa para eles, e uma mesa bem fornecida também. Cristo é a mesa e o pão sobre ela. A mesa pura e os doze pães mostram Cristo, presente incessantemente diante de Deus em toda a excelência da Sua imaculada humanidade e como alimento para a família sacerdotal. Os "sete dias" mostram a perfeição do gozo divino em Cristo; e os "doze pães" exprimem este gozo no homem e pelo homem. É possível que exista também a ideia de ligação de Cristo com as doze tribos de Israel e os doze apóstolos do Cordeiro.

O Candelabro

    O castiçal de ouro puro vem a seguir, porque os sacerdotes de Deus têm necessidade de Luz bem como de alimento: e têm tanto uma coisa como a outra em Cristo. Neste castiçal não se faz menção de outra coisa que não seja ouro. "Tudo será de uma só peça, obra batida de ouro puro" (versículo 36). "As sete lâmpadas", as quais se "acenderão para alumiar defronte dele", exprimem a perfeição da luz e energia do Espírito, baseadas e ligadas com a eficácia perfeita da obra de Cristo. A obra do Espírito Santo nunca poderá ser separada da obra de Cristo. Isto é indicado, de um modo duplo, nesta magnífica imagem do castiçal de ouro. As sete lâmpadas estando ligadas à cana de ouro batido indicam-nos a obra cumprida por Cristo como a única base da manifestação do Espírito na Igreja. O Espírito Santo não foi dado antes de Jesus ter sido glorificado (comparem-se João 7:39 com Atos 19:2 a 6). Em Apocalipse, capítulo 3, Cristo é apresentado à igreja de Sardes como Aquele que tem "os sete espíritos". Quando o Senhor Jesus foi exaltado à destra de Deus, então derramou o Espírito Santo sobre a Sua Igreja, a fim de que ela pudesse brilhar segundo o poder e a perfeição da sua posição no lugar santo, a sua própria esfera de ser, de ação e de culto.
      Vemos, também, que uma das funções particulares de Arão consistia em acender e espevitar essas sete lâmpadas. "E falou o SENHORa Moisés, dizendo: Ordena aos filhos de Israel que te tragam azeite de oliveira puro, batido, para a luminária, para acender as lâmpadas continuamente. Arão as porá em ordem perante o SENHOR continuamente, desde a tarde até à manhã, fora do véu doTestemunho, na tenda da congregação; estatuto perpétuo é pelas vossas gerações. Sobre o castiçal puro porá em ordem as lâmpadas, perante o SENHOR, continuamente" (Lv 24:1-4). Desta maneira, podemos ver como a obra do Espírito Santo na Igreja está ligada com a obra de Cristo na terra e a Sua obra no céu. "As sete lâmpadas" estavam no tabernáculo, evidentemente, mas a atividade e diligência do sacerdote eram necessárias para as manter acesas e espevitadas. O sacerdote necessitava continuamente dos "espevitadores" e dos "apagadores" para remover tudo que pudesse impedir o livre curso do "azeite batido". Esses espevitadores e apagadores eram igualmente feitos de "ouro batido" porque todas essas coisas eram o resultado imediato da operação divina. Se a Igreja brilha, é unicamente pela energia do Espírito, e esta energia está fundada em Cristo, que, em virtude do desígnio eterno de Deus, veio a ser, em Seu sacrifício e sacerdócio, o manancial e poder de todas as coisas para a Sua Igreja. Tudo é de Deus. Quer olhemos para dentro desse véu misterioso e contemplemos a arca com a sua coberta e as duas figuras significativas, ou admiremos o que está da parte de fora desse véu, a mesa pura e o castiçal puro, com os seus vasos e respectivos utensílios — tudo nos fala de Deus, quer seja revelando-Se em ligação com o Filho ou o Espírito Santo.
     A chamada celestial coloca o leitor cristão no próprio centro de todas estas preciosas realidades. O seu lugar não está apenas no meio das" figuras das coisas que estão no céu", mas no meio das "próprias coisas celestiais". Tem "ousadia para entrar no santuário pelo sangue de Jesus". É sacerdote para Deus. O pão da proposição lhe pertence. O seu lugar é à mesa pura, para comer o pão sacerdotal, na luz. do Espírito Santo. Nada o poderá privar desses privilégios divinos. São seus para sempre. Esteja em guarda contra tudo que possa privá-lo do gozo deles. Guarde-se contra toda a irritabilidade, a cobiça, de todo o sentimento e imaginações. Domine a sua natureza, lance o mundo fora de seu coração, afugente Satanás. Que o Espírito Santo encha inteiramente a sua alma de Cristo. Então será praticamente santo e sempre ditoso. Dará fruto, e o Pai celestial será glorificado, e o seu gozo será completo.


Os Véus que Fecharam as Entradas
     O tabernáculo estava dividido em três partes distintas: "O lugar santíssimo", "o santuário" e "o pátio do tabernáculo". A entrada para cada uma destas partes era feita dos mesmos materiais, "azul, púrpura, carmesim e linho fino torcido" (compare-se o capítulo 26:31 e 36 com 27:16). A sua interpretação é simples: Cristo é a única porta de entrada aos vários campos de glória que hão de ser ainda revelados, quer seja na terra, no céu ou no céu dos céus.
      "Toda a família nos céus e na terra" (Ef 3:15) será posta sob a Sua autoridade e introduzida na felicidade e glória eternas, em virtude da expiação que Ele fez. Isto é bem claro e não exige esforço de imaginação para ser compreendido. Sabemos que é verdadeiro, e quando conhecemos a verdade que é simbolizada, o símbolo é facilmente compreendido. Se os nossos corações estivessem cheios de Cristo, não nos perderemos na nossa interpretação do tabernáculo e seus acessórios. Não é de um intelecto cheio de criticismo que precisamos neste estudo, mas de um coração cheio de amor por jesus e uma consciência em paz pelo sangue da cruz. Que o Espírito Santo nos prepare para o estudo destas coisas com um maior interesse e inteligência!
      Que Ele abra os nossos olhos para que contemplemos as maravilhas da lei.
                                                                                     
                                                                 Exodo - C-H-Mackintosh





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