segunda-feira, 29 de abril de 2019

Lição 05 - A autoridade suprema das Escrituras



LIÇÃO 5 CENTRAL GOSPEL


___/___/____      A Autoridade Suprema das Escrituras


TEXTO BÍBLICO BÁSICO

Ne 8.1-6

1 - E chegado o sétimo mês, e estando os filhos de Israel nas suas cidades, todo o povo se ajuntou como um só homem, na praça, diante da porta das águas; e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da lei de Moisés, que o SENHOR tinha ordenado a Israel.
2 - E Esdras, o sacerdote, trouxe a lei perante a congregação, tanto de homens como de mulheres, e todos os que podiam ouvir com entendimento, no primeiro dia do sétimo mês.
3 - E leu no livro diante da praça, que está diante da porta das águas, desde a alva até ao meio-dia, perante homens e mulheres, e os que podiam entender; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da lei.
4 - E Esdras, o escriba, estava sobre um púlpito de madeira, que fizeram para aquele fim; e estava em pé junto a ele, à sua mão direita, Matitias, Sema, Anaías, Urias, Hilquias e Maaséias; e à sua mão esquerda, Pedaías, Misael, Melquias, Hasum, Hasbadana, Zacarias e Mesulão.
5 - E Esdras abriu o livro perante à vista de todo o povo; porque estava acima de todo o povo; e, abrindo-o ele, todo o povo se pôs em pé.
6 - E Esdras louvou ao Senhor, o grande Deus; e todo o povo respondeu: Amém, Amém! levantando as suas mãos; e inclinaram suas cabeças, e adoraram ao Senhor, com os rostos em terra.

TEXTO ÁUREO
"Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho."
 Sl 119.105

Palavra introdutória

Nesta lição vamos descobrir porque devemos dar às Escrituras o valor e o direito de nortear nossa vida. também aprenderemos a diferença entre revelação, inspiração e iluminação espiritual, para entender como Deus é o autor da Bíblia - sua Palavra, mesmo que homens tenha sido usados por Ele para escrevê-la.

1. A ORIGEM DAS ESCRITURAS

1.1 O material utilizado
Um dos materiais usados na produção da Bíblia é o papiro.
Além do papiro (2 Jo 1.12), dois outros materiais foram empregados para compor os textos originais sagrados: a pedra e o pergaminho.

1.2. Da oralidade à escrita
 Antes da invenção da escrita, as pessoas transmitiam as histórias bíblicas oralmente. Por muito tempo foi assim (Sl 44.1). Com o desenvolvimento da linguagem escrita, porém, as revelações de Deus adquiriram um formato literário. Moisés (Ex 17.14; Dt 31.24), Samuel (1 Sm 10.25), Isaías (Is 30.8) e tantos outros escritores formam o grupo de autores inspirados por Deus para essa tarefa.

1.3 Gêneros discursivos
Vejamos suas características:

1.3.1. Narração
Há um plano maior por detrás de cada história bíblica (1 Sm 10.25). São histórias que descrevem aspectos da vida na sociedade israelita dos tempos antigos e servem de parâmetro para entendermos as exigências de Deus, o protagonista da narração, em relação aos Seus filhos (Dt 10.12; Mq 6.8). 

1.3.2. Leis
São as leis bíblicas que orientam a relação do homem com Deus (Êx 20.3-11), com o próximo (Êx 20.12-17) e capacitam-no para a obediência perfeita: aquela que é produzida pela fé em Cristo (Hb 8.10).

1.3.3. Poesia
A coleção de poesias mais conhecidas da Bíblia são os Salmos, os quais eram declamados e cantados durante as reuniões dos judeus no templo e nas sinagogas (Ne 7.44; Hb 3.19). São também poéticos os livros de Salomão: Provérbios, Eclesiástes e Cantares.



1.34  Profecia
As profecias são mensagens de Deus ao povo, por meio de um homem inspirado por Ele (Nm 11.29; Dn 9.10). Estas mensagens propõem atitudes de arrependimento e confissão de pecados, de volta à Deus e à Sua vontade e de manifestação da fé na aliança com o Salvador (Jr 26.1-3; Am 3.7).

1.3.5. Evangelhos

Neste gênero literário, encontram as passagens acerca da vida, das obras e das palavras de Jesus, as quais apontam para a essência da pregação: a obra redentora de Deus por intermédio de Jesus Cristo.

1.3.6. Epístolas
As cartas escritas pelos apóstolos Paulo, Pedro, Tiago, João e Judas formam grande parte do material revelado por Deus que compõe o Novo Testamento (2 Pe 3.16). Esses escritos foram endereçados a pessoas e a igrejas espalhadas pelo império romano.

2. INSPIRAÇÃO DAS ESCRITURAS

2.1. Teorias insensatas
Há teorias falsas sobre a inspiração das Escrituras, as quais devem ser evitadas porque apresentam um conteúdo cético em relação à autoridade da Bíblia:
Teoria do ditado verbal: entende a inspiração como se o texto bíblico tivesse sido verbalmente ditado por Deus aos escritores da Bíblia.
Teoria da inspiração natural: argumenta que a Bíblia foi apenas escrita por homens dotados de gênio e força intelectual especiais, negando-se a ação sobrenatural de Deus.
Teoria da inspiração das ideias: defende que Deus teria inspirado as ideias da Bíblia, mas não as suas palavras; estas teriam ficado a cargo dos escritores.
2.2. Teoria coerente

 O modo correto de entender a inspiração da Bíblia é expresso pela teoria verbal e plenária, a qual esclarece que todas as palavras da Escritura bem como os livros e os processos de transmissão são inspirados por Deus.


3. O PODER DAS ESCRITURAS
Esdras descreve três fatos sobre a autoridade e o poder das Escrituras em favor do povo de Deus.

3.1. A Lei é ouvida
 Esdras desempenha a atividade sacerdotal, com a responsabilidade de ler a Lei e ensiná-la criteriosamente aos israelitas (Ne 8.1-6).
Merece destaque o fato de o pedido para ouvir a Lei, vir do povo. Todos queriam entendê-la (Ne 8.1).

3.2. A reverência do povo
O poder da Palavra provocou nos que a ouviam a consciência do pecado com profundo arrependimento (Ne 8.9). Certamente a Bíblia continua a ser autoridade única em matéria de religião, fiel padrão pelo qual devem ser aferidas a doutrina e a conduta dos homens, exercendo os mesmo efeito sobre o povo de Deus, hoje (Sl 19.7-9; Is 8.20).

3.3. Adoração consciente
Esdras louvou o Senhor, isto é, identificou-o como fonte de bênçãos para o povo (Ne 8.6a; Sl 103.1). O povo respondeu amém e levantou as mãos, indicando concordância com Esdras na oração. Então, os judeus inclinaram a cabeça e adoraram ao Senhor com o rosto em terra, um ato de submissão voluntária ao seu Criador.


CONCLUSÃO

Precisamos sempre estar dispostos à transformação e ao aperfeiçoamento proporcionados pelo conhecimento bíblico, a fim de que sejamos, cada dia, mais parecidos com Jesus. Portanto, não nos esqueçamos da leitura e meditação nas Escrituras, pois somente a Palavra de Deus pode mudar, para melhor, o rumo de nossa existência.


                     Fonte: Revista Lições da Palavra de Deus n° 58

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                                  A AUTORIDADE DAS ESCRITURAS

A investigação do caráter das Escrituras se constitui num esforço no sentido de descobrir a verdadeira base da sua autoridade. As Escrituras do Antigo e Novo Testamento formam um cânon devido ao fato de que estas são pala¬vras ou oráculos autorizados. A autoridade das Escrituras é inerente, sendo como é, nada menos que um edito impe¬rial: “Assim diz o Senhor”.

  Bases da Autoridade das Escrituras

O mundo moderno, que se encontra vacilante entre a influência desmoralizadora dos ideais satânicos e das filo¬sofias de homens sem Deus não aprecia nem respeita a Bíblia. Podemos dizer, porém, que até mesmo essa mani¬festa hostilidade que o mundo tem para com a Bíblia, se constitui, dalgum modo, numa prova do caráter sobrena¬tural dela, positivamente analisado é uma prova insofis¬mável da autoridade das Escrituras.
  
a) A Bíblia Emana de Deus

Declarar das Escrituras como elas fazem de si mes¬mas, que são de origem divina (2 Tm 3.16), é reconhecer a autoridade suprema que só pertence a Deus e que elas procedem dire¬tamente de Deus. Isto significa que, em seu caráter plenário, as Escrituras são, em sua totalidade, a Palavra de Deus. Elas possuem a peculiaridade indiscutível de ser nada menos que o decreto real divino – “Assim diz o Se¬nhor”.

  b) A Bíblia foi Escrita por Homens Escolhidos

Este aspecto da autoridade bíblica está estranhavelmente relacionada com o fato de que a mensagem que es¬ses homens escolhidos receberam e registraram, era inspirada por Deus (2 Pd1. 20,21). A contribuição específica que isto dá ao estudo da autoridade bíblica é que garante que a partici¬pação humana na autoria da Bíblia não afeta em nada a perfeição e valor infinito da mensagem divina através do Livro Sagrado. As Escrituras são inerrantes, acima de tu¬do, porque procedem de Deus.Prova evidente de que a autoridade da Bíblia inde¬pende dos homens inspirados que a escreveram, reside no fato de que mesmo aqueles livros cujos nomes dos autores são ignorados, são inspirados por Deus tanto quanto os de¬mais que compõem o cânon sagrado.
  
c) A Bíblia foi Crida Pelos que a Receberam

No caso do Antigo Testamento, a congregação de Is¬rael, sob a liderança de seus anciãos, reis, sacerdotes e pro¬fetas, deu sua aprovação àqueles escritos como sendo divi¬namente inspirados e inerrantes. No caso do Novo Testa¬mento, a Igreja primitiva deu sua sanção aos escritos aí contidos, completando, assim, o cânon das Escrituras. Sem terem consciência, tanto num caso como no outro, de que estavam sendo usados por Deus para realizar um obje¬tivo tão importante aprovaram o cânon da Bíblia como algo de singular valor para todos os homens, em todos os lugares e em todos os tempos.

  d) A Bíblia foi Autenticada por Jesus

Os quatro Evangelhos contêm nada menos do que trinta e cinco referências diretas do Antigo Testamento, citadas diretamente por Jesus. Estas, como se pode notar, não apenas registram seu testemunho no tocante ao caráter divino da inspiração plenária das Escrituras, mas também, tomadas como um todo completam o Antigo Testamento e certificam os aspectos plenários da sua perfeição.
Quando Cristo declarou: “Eu sou… a verdade” (Jo 14.6). Ele estava declarando ser algo mais que a verdadeiro. Ele se declarou como sendo a verdade no sentido em que Ele é o tema central da Palavra da Verdade. Ele é o Amém, a testemunha Fiel e Verdadeira (Ap 1.5; 3.14; Is 55.4).

2.        Os Antigos Atestaram as Escrituras

Os profetas do Antigo Testamento foram divinamente incumbidos de transmitir ao povo os oráculos de Deus, do mesmo modo também os escritores do Novo Testamento. Quando falava com o apóstolo João na ilha de Patmos, o anjo disse:’’…eu sou conservo teu e de teus irmãos, os profetas…” ( Ap 22.9). A lei mosaica  designou responsabilidades específicas a vários grupos e ofíciosdo Antigo Testamento com respeito às escrituras.

  a) As Escrituras com Relação ao Povo Israelita

À congregação de Israel foi dito: “Não acrescentarás à Palavra que vos mando, nem diminuíres dela, para que guardais os mandamentos do Senhor vosso Deus, que eu vos mando” (Dt 4.2). Está entendido que o povo não possuía autoridade para questionar o valor da Palavra de Deus, nada podendo aumentar ou omitir dela. Cabia-lhe apenas obedecer-lhe.

  b) As Escrituras em Relação ao Rei

A obrigação do rei de Israel para com as Escrituras era como se segue: “Será também que, quando se assentar sobre o trono do seu reino, então escreverá para si um traslado desta lei num livro, do que está diante dos sacerdotes levitas. E terá consigo, e nele lerá todos os dias da sua vida, para que aprenda a temer ao Senhor seu Deus, para guardar todas as palavras desta lei, e estes estatutos, para fazê-los” (Dt 17.18,19). O rei possuía autoridade governamental para matar ou manter vivo a quem ele quisesse, porém, em relação à Palavra de Deus ele tinha o dever de obedecer a ela. Nesta particular, o rei em nada era superior ao mais humilde de seus súditos.
  
c) As Escrituras em Relação aos Juízes

Os juízes eram mediadores em assuntos comuns, domésticos, dentro da nação de Israel, porém se fosse trazido perante eles algum assunto muito difícil de resolver, apelavam para o sacerdote, que servia como suprema corte entre os juízes. O juiz era instruído da seguinte maneira: “Quando alguma coisa te for dificultosa em juízo…então te levantarás, e subirás ao lugar que escolher o Senhor teu Deus; e virás aos sacerdote levitas, e ao juiz que houver naqueles dias, e inquirirás, e te anunciarão a palavra que for do juízo. E farás conforme ao mandado da palavra que te anunciarão do lugar que escolher o Senhor; e terás cuidado de fazer conforme a tudo que te ensinaram” (Dt 16.18-20; 17.8-12). Os juízes eram constituídos sobre o povo para exercer o juízo conforme a Lei, conforme a Palavra do Senhor.

  d) As Escrituras em Relação aos Levitas
Aos levitas foi a custódia das Escrituras. Deste modo eles foram instruídos a procederem da seguinte maneira: “Tomai este livro da Lei e ponde-o ao lado da arca do concerto do Senhor, vosso Deus, para que ali esteja por testemunha contra ti ” (Dt 31.26).

  e) As Escrituras em Relação aos Profetas
Aos profetas foi confiada a sublime responsabilidade de receber e comunicar a Palavra de Deus. A prova entre o verdadeiro e o falso profeta era tanto razoável como natural. As instruções eram: “E se disseres no teu coração: Como conheceremos a palavra que o Senhor não falou? Quando o tal profeta falar em nome do Senhor, e tal palavra se não cumprir, nem suceder assim, esta é palavra que o Senhor não falou; com soberba a falou o tal profeta; não tenhas temor dele.

FONTE: AS GRANDES DOUTRINAS DA BÍBLIA – RAIMUNDO DE OLIVEIRA





                      AULA 1 –A BÍBLIA É A PALAVRA DE DEUS / A TRINDADE

A Bíblia é a Palavra de Deus Toda a Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir,   para   instruir   em   justiça;   para   que   o   homem   de   Deus   seja   perfeito,   e perfeitamente instruído para toda a boa obra(2 Tm 3.16,17).

A    palavra Bíblia não    aparece    nas Escrituras.  Este  termo originou-se  da palavra   grega biblos,   nome   dado   à folha  de  papiro  usada  para  a  escrita. Um    pequeno    rolo    de    papiro    era chamado biblione bíblia era  o  nome dado  ao  conjunto  destes  rolos.  Sendo assim, a palavra Bíblia significa coleção de  pequenos  livros. Com  o  surgimento do   papel, os   rolos   deixaram   de   ser usados   e   a   palavra biblos passou   a significar livro.

Ela    contém    sessenta   e    seis    livros separados  de  várias  formas  literárias, tais  como  cartas,  história,  narrativas, poesia     épica,     canções     líricas     e apocalipse, mas com um só tema. Deus  compilou  este  livro  durante  um período  de  1500  anos –desde  1400 a.C.   a   100   d.C.   Os   seus   quarenta autores  incluíram  pastores  de  ovelhas, pescadores,     guerreiros,     sacerdotes, profetas,     reis,     um     médico,     um estudioso    e    um    copeiro.

A    tão diversificada  verdade  bíblica  que  vem impactando    cada    geração    e    cada cultura,  nação  e  tribo  só  poderia  ter sido  colocada  em  conjunto  pela  mão de Deus.

A Bíblia é diferente de todos os demais livros   do   mundo   em   razão   da   sua inspiração  divina  (2  Pe  1.21;  Jó  32.8). Por  isso,  ela  é  chamada  a  Palavra  de Deus.   O   vocábulo   inspirada   significa soprada      para      dentro,      ou      seja, comunicada  aos  escritores  por  Deus, por   meio   do   seu   Santo   Espírito   (Jo 14.26).  Os  escritores  da  Bíblia  foram inspiradosa    escrever    Sua    Palavra, tocados profundamente, orientados na escolha e interpretação dos fatos (1 
Co 2.13)

(CHAVES,   Gilmar;   MAGNO,   Jefferson. Autoridade    Espiritual.    Revista    Lições    da Palavra  de  Deus,  n.33.  Rio  de  Janeiro:  Central Gospel, Ano 9, p.41).


1.A Bíblia é inspirada por Deus(Jr 1.9).

A Bíblia é verdadeira, porque vem de Deus (Dt 4.2,5-14).
As  palavras do Antigo e do Novo  Testamento foram  inspiradas  por Deus(2  Pe1.20,21).2.A Bíblia é o guia para o viver do cristão(Sl 78.5; Dt 4.40), pois:
estabelece como os homens devem viver e desfrutar a vida(1 Rs 2.3; 1Cr 28.8; Sl 119.32);
é imprescindível para a formação do homem de Deus (Pv 2; 3.1-23);
representa a  mais  alta  autoridade  em  todos  os  assuntos para  a  Igreja(Sl 119.66,98; Pv 1.7).3.A Bíblia é o livro dos pensamentos de Deus (Is 55.7-11).
Deus e Sua Palavra são um (Jo 1.1).
Deus e Sua Palavra são imutáveis (1Pedro 1.24,25; Sl33.10,11).
A Escritura Sagrada, como a Palavra de Deus escrita, é perfeita (Sl12.6; Sl19.7-10).
A Palavra de Deus oferece soluções para todos os problemas da vida(Sl 111.10; Pv 8.14).4.A Palavra de Deus:
tem poder(Is 55.11; 1Co 1.18;Hb 4.12);
proporciona crescimento espiritual (1Pe 2.2);
forma discípulos de Jesus(Jo 8.31);faz-nos livres quando nós a conhecemos (Sl 119.45);produz fé (Rm10.17);
muda o pensamento e transforma as vidas dos que nela creem(Rm12.1,2).5.A  Palavra  de  Deus  fornece  tudo que o  cristão  necessita para desenvolvimento  da vida espiritual (Mt 4.4).
A Palavra de Deus contém promessas para vida eterna(1Pe1.3,4).
Deus se  expressa através  da  Sua  Palavra, trabalhando no  coração  e na mente dos cristãos(1 Ts2.13).

A Trindade

Portanto  ide,  fazei  discípulos  de  todas  as  nações,  batizando-os  em  nome  do  Pai,  e  do Filho, e do Espírito Santo (Mt 28.19).A   natureza   divina   é   uma   unidade   de   três pessoas. Mas como Deus pode ser uno e trino ao  mesmo  tempo?  A  palavra Trindade não  se encontra   no   texto   bíblico,   no   entanto   a doutrina  da Trindade está  revelada  de  forma clara na Palavra de Deus. O nosso Deus é uno, mas também trinitário, um único Deus que se manifesta   em   três   pessoas   diferentes:   Pai, Filho   e   Espírito   Santo.   Eles   são   iguais   em substância, porém diferentes nas funções que exercem

(CHAVES,   Gilmar   Vieira. Manual    de Educação  Cristã.  Rio  de  Janeiro:  Central  Gospel,  2012, p.114,115)

6.Os cristãos creem num único Deus(1 Co 8.6; 1Tm 1.17).

“Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor”(Dt 6.4; Is 43.10-11; 44.8).
 Há somente um Deus verdadeiro. Todos os outros deuses e ídolos são falsos(Lv 26.1; Dt 32.21). 

7.Um Deus que se expressa em três pessoas distintas(2Co 13.13).

No tempo da criação,Deus disse:“Façamos...” (Gn1.26).
Deus refere-se a si mesmo no plural(Gn11.6,7; Is 6.8).
A Trindade inclui: Deus, o Pai; Deus, o Filho; Deus, o Espírito Santo (Mt28.19).
As três pessoas divinas presentes de forma distinta (Lc3.22). 8.A Bíblia refere-se a cada uma das três pessoas da Trindade como Deus(Jd 20,21).
Deus é Deus (Êx 3.14).Jesus é Deus (Jo1.1,14; 14.6-11; Is 9.6).O Espírito Santo é Deus (At 5.3,4).

Texto 1-Quão verdadeira é a Bíblia?

Desde o início da Igreja cristã até boa parte do século 18, a grande maioria dos cristãos de   todas   as denominações   reconhecia   que   as   Escrituras   do   Antigo   e   do   Novo Testamento eram unicamente a Palavra de Deus.
Nesses livros Deus fala. E porque Deus fala nas Escrituras –como não faz em nenhum outro lugar da mesma forma –todos os que alegavam ser cristãos reconheciam a Bíblia como uma autoridade divina trazendo a todos um conjunto de verdades objetivas que transcendem a compreensão subjetiva.

Nesses  livros,  os  atos  de  salvação  de  Deus  na  história  são  revelados  a  nós  para  que 
possamos  crer.  E  os  eventos  dessa  história  são  divinamente  interpretados  para  que homens e mulheres possam entender o evangelho e responder a ele com inteligência, tanto  em  pensamentos  como  em  ações.  A  Bíblia  é  a  Palavra  de  Deus  escrita.  Como  a Bíblia  é  a  Palavra  de  Deus,  as  Escrituras  do  Antigo  e  do  Novo  Testamento  têm autoridade e não falham.

A visão dos primeiros 16 séculos Há   muitas   declarações   que   substanciam   a   existência   desta   visão   estimada   das Escrituras nos documentos da Igreja primitiva.
Ireneu,  que  vivera  em  Lyon  no  início  do  segundo  século  [em  Contra  Heresias,  II,  xxvii, 1ª  edição  1885],  escreveu  que  “deveríamos  estar  plenamente  convencidos  de  que  as Escrituras são de fato perfeitas, uma vez que foram ditas pela Palavra de Deus e de Seu Espírito”(Roberts e Donaldson, p. 399).

Cirilo de Jerusalém, que viveu no quarto século, disse:Nem  mesmo  uma  declaração  casual  pode  ser  feita  sem  as  Escrituras  Sagradas; nem devemos ser levados para outro lado por meras possibilidades e artifícios do discurso  [...]  Porque  essa  salvação  na  qual  cremos  não  depende  de  argumentos ingênuos, porém da demonstração das Sagradas Escrituras. (Schaff e Wace, 1893, p. 23)

Em carta a Jerônimo, o tradutor da Vulgata Latina, Agostinho revelou:

Eu  [...]  acredito  com  firmeza  que  nenhum  desses  autores  errou  ao  escrever qualquer  coisa  que  fosse.  Se  porventura  encontro  algo  nesses  livros  que  pareça contrário à  verdade,  decido  que  o  texto  é  ora  corrompido,  ora  o  tradutor  não seguiu  o  que  realmente  foi  dito,  ou  que  eu  falhei  ao  entender  [...]  Os  livros canônicos são livres de falsidade. (Pais da Igreja, 1951, p. 392, 409)
E em seu tratado Sobre a Trindade, Agostinho advertiu:

 Não  se  disponham  a  render-se  a  meus  escritos  como  às  Escrituras  canônicas; porém nessas, quando vós tiverdes descoberto até mesmo o que vós outrora não críeis, crede sem hesitação. (Schaff, 1887, p. 56)

A mesma posição é mantida por Lutero. Alguns consideram que a referência de Lutero à Bíblia como “o berço de Cristo” provaria que ele acreditava numa revelação na Bíblia, não numa idêntica a ela, e que ele tinha as Escrituras em menor estima do que o Cristo da  qual  ela  falava.  Para  alguns,  isso  significaria  que  nem  toda  a  Bíblia  é  a  Palavra  de Deus. Contudo, isso não é correto.
A  expressão  de  Lutero,  o  berço  de  Cristo,  ocorre  no  fim  do  terceiro  parágrafo  de  seu Prefácio  ao  Antigo  Testamento.  E  ali,  como  o  falecido  estudioso  luterano J.  Theodore Mueller   demonstrou,   Lutero   estava   na   verdade   defendendo   o   valor   do   Antigo Testamento  para  os  cristãos.  Longe  de  estar  condenando  as  Escrituras,  Lutero  estava na  verdade  preocupado  em  “expressar  sua  mais  reverente  estima  às  Escrituras Sagradas,que oferecem aos homens a bênção suprema da salvação eterna em Cristo” (Cristianismo hoje, 24/10/1960, p. 11).

O próprio Lutero disse em seu Prefácio ao Antigo Testamento:

 Rogo  e  de  forma  verdadeira  exorto  que  cada  Cristão  piedoso  não  seja  ofendido pela simplicidade  da  linguagem  e  das  histórias  que  encontrará  aqui  no  Antigo  Testamento. Permita  que  ele  não  duvide  que,  por  mais  simples  que  possam  parecer,  são  as  próprias palavras,  obras,  julgamentos  e  atos  da  grande  majestade,  poder  e  sabedoria  de  Deus. (Plass, 1959, p. 71)
Em Aquelas doutrinas de homens que devem ser rejeitadas, Lutero afirmou:

As escrituras, embora tenham sido também escritas por homens, não são de homens nem vêm de homens, mas de Deus. (Plass, 1959, p. 63)
Em Conversa de mesa, Lutero assinalou que: Precisamos diferenciar muito bem a Palavra de Deus da palavra de homens. A palavra do homem  é  um  pequeno  som,  que  ecoa  pelo  ar,  e  logo  se  esvai,  entretanto  a  Palavra  de Deus é maior que os céus e a terra, sim, maior que a morte e o inferno, pois faz parte do poder de Deus, e perdura para sempre. (Kerr, 1943, p. 10)
Em alguns momentos, Calvino é ainda mais direto. Comentando sobre 2 Timóteo 3.16, o reformista de Genebra afirmou:

Esse é o princípio que distingue nossa religião de todas as outras, pois sabemos que Deus falou  conosco  e  estamos  totalmente  convencidos  de  que  os  profetas  não  falaram  de  si mesmos,  todavia  por  intermédio  do  Espírito  Santo,  pronunciavam  apenas  aquilo  que haviam  sido  comissionados  para  declarar.  Todos  aqueles  que  desejam  beneficiar-se  das Escrituras   precisam   primeiro   aceitá-las   como   princípio   estabelecido,   a   Lei   e   os ensinamentos dos profetas não são transmitidos ao bel-prazer de homens, ou elaborados a  partir  de  doutrinas  terrenas,  foram  escritos  por  homens,  contudo  inspiradas  pelo Espírito Santo. Devemos  às  Escrituras  a  mesma  reverência  que  devemos  a  Deus,  uma  vez  que  Ele  é  sua única fonte e não há nada de origem humana misturado a elas. (Calvino, 1964, p. 330)

Em  seus  comentários  de  Salmos,  Calvino  falou  da  Bíblia  como  aquela regra  certa  e infalível(Sl 5.11). Em Um catecismo romano, John Wesley disse algo parecido:
A  Escritura  é,  por  isso,  regra  suficiente  em  si  mesma,  e  foi  por  homens  divinamente inspirados ao mesmo tempo entregue ao mundo. (Wesley, 1872, p. 90).Se houver erros na Bíblia, pode ser que haja milhares. Se houver falsidade nesse Livro, não veio do Deus da verdade. (Wesley, 1872, p.82)

Nos séculos 16 e 17, a glória de Cristo resplandecia em todos os cristãos, em diversos lugares, apesar das diferenças do entendimento sobre teologia ou em questões sobre a  Igreja.Naquela  época,  os  cristãos  eram  fiéis  às  verdades  bíblicas.  As  Sagradas Escrituras  eram  autoridade  suprema  e  inerrante  em  todos  os  aspectos  para  os seguidores  de  Cristo.  A  Palavra  podia  ser  negligenciada  e  até  contestada,  havendo discordância  sobre  o  que  o  Livro  realmente  ensinava,  no  entanto,  mesmo  assim,  a Bíblia  era  aceita  comoa  Palavra  de  Deus.  E  essa  era  a  única  regra  de  fé  e  prática infalível dos cristãos.

BOICE, James Montogomery.Fundamentos da fé cristã. Rio de Janeiro: Central Gospel, 2011, p.62-64.

Texto 2 -A inspiração divina

A  inspiração  divina  desempenhou  um  papel  ativo  no  recebimento  e  registro  da revelação  pelos  escritores  bíblicos  da  antiguidade.  Muito  embora  não  possamos explicar adequadamente o método e o processo de inspiração, as Escrituras testificam que  Deus  teve  participação  ativa  em  seu  processo  de  escrita  (2  Tm  3.16,17;  2  Pe 1.20,21).

Alguns cristãos entendem a inspiração como se o texto bíblico tivesse sido ditado por Deus  aos  escritores  da  Bíblia  (teoria  da  inspiração  ditada).  Teólogos  evangélicos wesleyanos reconhecem o envolvimento ativo do Espírito Santo no processo de escrita das Escrituras (teoria da inspiração dinâmica).

O Espírito Santo preparou os escritores bíblicos para receber e comunicar a revelação. Os escritores bíblicos  receberam  entendimento  especial  em  relação  às  atividades  de Deus  na  História,  as  quais  eles  interpretaram  aos  olhos  de  suas  tradições  de  fé  e comunicaram-nas por meio da escrita.

A teoria dinâmica se concentra no real envolvimento do Espírito de Deus na vida e na obra desses escritores. Uma vez que o Espírito Santo é o Agente ativo na comunicação da  revelação  por  meio  das  Escrituras,  precisamos  submeter-nos  à  autoridade  e  à direção do Espírito para o entendimento correto da Palavra de Deus.VARUGHESE, Alex. Descobrindo a Bíblia. Rio de Janeiro: Central Gospel, 2012, p. 26


FONTE: PROGRAMA DE FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO TEOLÓGICO CENTRAL GOSPEL


Capítulo I: As Escrituras


"O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de
passar" (Mat. 24:35).

"Seca-se a erva, e caem as flores, porém a palavra de nosso
Deus subsiste eternamente" (Isa. 40:8).

"Quem destruísse este Livro, como já tentaram fazer os inimigos da felicidade humana, nos deixaria profundamente desconhecedores do nosso Criador, da criação do mundo que habitamos, da origem e dos progenitores da raça, como também do nosso futuro destino, e nos subordinaria para sempre ao domínio do capricho, das dúvidas e da concepção visionária. A destruição deste Livro nos privaria da religião cristã, com todos os seus confortos espirituais, esperanças e perspectivas animadoras, e no lugar desses, nada nos deixaria a não ser a penumbra triste da infidelidade e as monstruosas sombras do paganismo. A destruição deste Livro despovoaria o céu, fechando para sempre suas portas contra a miserável posteridade de Adão, restaurando ao rei dos terrores o seu aguilhão; enterraria no mesmo túmulo que recebe os nossos corpos, todos os que antes de nós morreram, e deixando a nós o mesmo triste destino. Enfim, a destruição deste Livro nos roubaria de uma vez tudo quanto evita que a nossa existência se tome a maior das maldições; cobriria o sol; secaria o oceano e removeria a atmosfera do mundo moral, e degradaria o homem a ponto de ele ter ciúmes da posição dos próprios animais."

I. A necessidade das Escrituras

"Que é a verdade?" perguntou Pilatos, e o tom de sua voz inferiu que em vão se buscaria essa qualidade.
Se não houvesse um meio de chegar ao conhecimento de Deus, do homem e do mundo, Pilatos então teria razão.
Mas não há razão de andar às apalpadelas nas dúvidas e no ceticismo, porque existe um livro — as Sagradas Escrituras — que "podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus" (2 Tim. 3:15).

1. Essa revelação é desejável.

O Deus que criou o universo só pode ser um Deus sábio, e um Deus sábio certamente terá um propósito para suas criaturas. Negligenciar esse propósito é loucura e contrariá-lo constitui pecado. "Mas, como se verifica com certeza o propósito divino? A história prova que os homens chegam a conclusões muito diversas e muitas pessoas não chegam a conclusão nenhuma! A experiência demonstra que esse problema não se resolve somente pelos estudos. Alguns não dispõem de tempo suficiente, e outros, ainda que tenham o desejo, não possuem a habilidade; mesmo que alcançassem êxito, suas conclusões seriam alcançadas lentamente e com grande desconfiança. Os sábios são capazes de levantar escadas de pensamentos no esforço de alcançarem as verdades celestiais, mas a escada mais elevada ainda estaria muito aquém da necessidade. "O mundo pela sabedoria (filosofia) não conheceu a Deus." As verdades que informam o homem como passar da terra para o céu devem ser enviadas do céu à terra. Em outras palavras, o homem precisa de uma revelação.

2. Essa revelação é de se esperar.

A natureza é a revelação de Deus que se alcança pela razão. Mas quando o homem está algemado pelos seus pecados e sobrecarregada a alma, a natureza e a razão são impotentes para esclarecer e aliviar a situação. Vamos permitir que os homens da razão testifiquem. Disse Kant, um dos maiores pensadores de todos os tempos, acerca dos cristãos: "Fazem bem em basear a sua paz e piedade nos Evangelhos porque somente neles está a fonte das verdades profundas e espirituais, depois de a razão haver explorado em vão todas as possibilidades." Outro físico de renome, Hegel, quando estava no leito de morte, não permitiu que se lesse nenhum outro livro para ele a não ser a Bíblia. Ele disse que no caso de se prolongar a sua vida ele faria desse Livro o seu único estudo, pois nele encontrara o que a razão não lhe pudera proporcionar.
Se existe um bom Deus, como cremos, é razoável crer que ele conceda às suas criaturas uma revelação pessoal de si mesmo. Assim escreveu David S. Clarke:" não podemos crer que um pai se oculte para sempre de seu filho, sem nunca se comunicar com ele. Nem tampouco podemos imaginar um Deus que retivesse o conhecimento do seu ser e de sua vontade, ocultando-o às suas criaturas que ele criara à sua própria imagem.
Deus fez o homem capaz e desejoso de conhecer a realidade das coisas. Será que ele ocultaria uma revelação que satisfizesse esse anelo? A mitologia egípcia antiga conta a história da fabulosa Esfinge que propunha enigmas aos transeuntes e como os matava quando não lhe podiam decifrá-los. Não é de crer que um Deus amoroso e sábio permita que o homem pereça por falta de conhecimento, perplexo diante do enigma do universo.E o Dr. Hodges escreve: "A inteligência divina nos leva a crer que Deus tenha adaptado os meios ao fim, e que ele, enfim, coroará essa natureza religiosa com uma religião sobrenatural. A benevolência de Deus nos conduz a esperar que ele solucione a grave perplexidade e evite o perigo para as suas criaturas. A justiça de Deus nos conduz à esperança de que falará ele em tons claros e com autoridade à nossa consciência."

3. Essa revelação deveria estar em forma escrita.

É razoável que sua mensagem tomasse forma de livro. Como disse o Dr. Keyser: "Os livros representam o melhor meio de preservar a verdade em sua integridade e transmiti-la de geração a geração. A memória e a tradição não merecem confiança. Portanto, Deus agiu com a máxima sabedoria e também dum modo normal dando ao homem a sua revelação em forma de livro. De nenhuma outra maneira, pelo que podemos ver, podia ter ele entregue aos homens um ideal infalível que estivesse acessível a todos os homens e que continuasse intacto através dos séculos e do qual todos os povos pudessem obter a mesma norma de fé e prática."
É razoável concluir que Deus inspirasse os seus servos a arquivarem essas verdades, verdades que não poderiam ser descortinadas pela razão humana. E, finalmente, é razoável crer que Deus tivesse preservado, por sua providência, os manuscritos das escrituras bíblicas e que tivesse influenciado a sua igreja a incluir no cânon sagrado somente os livros que fossem divinamente inspirados.

II. A inspiração das Escrituras

É possível que haja uma religião divina sem uma literatura inspirada. O professor Francis L. Patton observa: Se o simples testemunho histórico prova que Jesus operou milagres, pronunciou profecias e proclamou a sua divindade — se pode ser demonstrado que ele foi crucificado para redimir os pecadores, e que foi ressuscitado dentre os mortos e que fez com que o destino dos homens dependesse de aceitá-lo como o seu Salvador então, sejam inspirados ou não os registros, aí daquele que descuidar de tão grande salvação."
Todavia, não tomaremos mais tempo com isso, pois não existe nenhuma dúvida quanto à inspiração da Bíblia. "Toda a Escritura é divinamente inspirada" (1iteralmente: "é dada pelo sopro de Deus"), declara Paulo. (2 Tim. 3:16.) "Porque a profecia não foi antigamente produzida por vontade de homem algum", escreve Pedro, "mas os homens santos de Deus falaram, inspirados pelo Espírito Santo" (2 Pedro 1:21).
Assim define Webster a inspiração: "A influência sobrenatural do Espírito de Deus sobre a mente humana, pela qual os profetas, apóstolos e escritores sacros foram habilitados para exporem a verdade divina sem nenhuma mistura de erro."
Segundo o Dr. Gaussen, "é o poder inexplicável que o Espírito Divino exerce sobre os autores das Escrituras, em guiá-los até mesmo no emprego correto das palavras e em preservá-los de todo erro, bem como de qualquer omissão".
Assim escreveu o Dr. William Evans: "A inspiração divina, como é definida por Paulo nesta passagem (2 Tim. 3:16), é a forte inspiração espiritual de Deus sobre os homens, capacitando-os a expressarem a verdade; é Deus falando pelos homens, e, por conseguinte, o Antigo Testamento é a Palavra de Deus. é como se o próprio Deus houvesse falado cada palavra do livro. As Escrituras são o resultado da divina inspiração espiritual, da mesma maneira em que o falar humano é efetuado pela respiração pela boca do homem." Podemos dizer que a declaração de Pedro revela que o Espírito Santo estava presente duma maneira especial e milagrosa sobre os escritores das Escrituras, revelando-lhes as verdades que antes não conheciam e guiando-os também no registro dessas verdades e dos acontecimentos, dos quais eram testemunhas oculares, de maneira que as pudessem apresentar com exatidão substancial ao conhecimento de outrem.
Alguém poderia julgar, pela leitura dos vários credos do Cristianismo, tratar-se de assunto bastante complexo, cheio de enigmas teológicos e tumultuado por definições obscuras. Mas esse não é o caso. As doutrinas no Novo Testamento, como originalmente expostas, são simples e se podem definir de maneira simples. Mas, com o passar dos tempos, a igreja teve de enfrentar doutrinas e opiniões erradas e defeituosas e, por conseguinte, se viu obrigada a cercar as doutrinas certas e protegê-las com definições. Deste processo de definições exatas e detalhadas surgiram os credos. As declarações doutrinárias ocuparam uma parte importante e necessária na vida da igreja, e constituíram impedimento a seu progresso unicamente quando uma aquiescência formal a essas doutrinas veio substituir a viva fé.
A doutrina da inspiração, como é apresentada na Palavra, é relativamente simples, mas o surgimento de idéias errôneas criou a necessidade de proteger a doutrina certa com definições completas e detalhadas. Contra certas teorias, é necessário afirmar que a inspiração das Escrituras é a seguinte:

1. Divina e não apenas humana.

O modernista identifica a inspiração das Escrituras Sagradas com o mesmo esclarecimento espiritual e sabedoria de que foram dotados tais homens como: Platão, Sócrates, Browning, Shakespeare e outros gênios do mundo literário, filosófico e religioso. A inspiração, dessa forma, seria considerada apenas uma coisa puramente natural. Essa teoria rouba à palavra inspiração todo o seu significado e não combina, em absoluto, com o caráter sobrenatural e único da Bíblia.

2. Única e não comum.

Alguns confundem a inspiração com o esclarecimento. Refere-se à influência do Espírito Santo, comum a todos os cristãos, influência que os ajuda a compreender as coisas de Deus. (1 Cor. 2:4; Mat. 16:17.) Eles mantêm a opinião de que esse esclarecimento espiritual seja a explicação adequada sobre a origem da Bíblia. Existe uma faculdade nos homens, assim ensinam eles, pela qual se pode conhecer a Deus — uma espécie de olho da sua alma. Quando os homens piedosos da antiguidade meditavam em Deus, o Espírito Divino vivificava essa faculdade, dando-lhes esclarecimentos dos mistérios divinos.
Tal esclarecimento é prometido aos crentes e tem sido experimentado por eles. Mas este esclarecimento não é o mesmo que inspiração. Sabemos, segundo está escrito em 1Ped. 1:10-12, que às vezes os profetas recebiam verdades por inspiração e lhes era negado esclarecimento necessário à sua compreensão dessas mesmas verdades. O Espírito Santo inspirou-lhes as palavras mas não achou por bem conceder-lhes a compreensão do seu significado. Descreve-se Caifás como sendo o veículo duma mensagem inspirada (se bem que o foi inconscientemente), apesar de não estar ele pensando em Deus. Nesse momento ele foi inspirado mas não esclarecido. (João 11:49-52.)
Notemos duas diferenças especificas entre o esclarecimento e a inspiração:
1) Quanto à duração, o esclarecimento é, ou pode ser, permanente. "Porém a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito" (Prov. 4:18). A unção que o crente recebeu do Espírito Santo permanece nele, diz o apóstolo João (1 João 2:20-27). Por outro lado, a inspiração também era intermitente; o profeta não podia profetizar à vontade, porém estava sujeito à vontade do Espírito. "Porque a profecia não foi antigamente produzida por vontade de homem algum", declara Pedro, "mas os homens santos de Deus falaram, inspirados pelo Espírito Santo" (2 Pedro 1:21). Que a inspiração profética viesse repentinamente está implícita na expressão comum: "A palavra do Senhor veio" a este ou àquele profeta. Uma distinção clara se faz entre os verdadeiros profetas, que profetizam unicamente quando lhes vem a palavra do Senhor, e os profetas falsos que proferem uma mensagem de sua própria invenção. (Jer. 14:14; 23:11, 16; Ezeq. 13:2, 3.)
2) O esclarecimento admite a graduação, enquanto a inspiração não admite graduação alguma. Varia de pessoa para pessoa o grau de esclarecimento, mas no caso da inspiração, no sentido bíblico, a pessoa ou recebeu ou não recebeu a inspiração.

3. Viva e não mecânica.

A inspiração não significa ditado, no sentido de que os escritores fossem passivos, sem que tomassem parte as suas faculdades no registro da mensagem, embora sejam algumas porções das Escrituras ditadas, como por exemplo os Dez Mandamentos e a Oração Dominical. A própria palavra inspiração exclui o sentido de ação meramente mecânica, e a ação mecânica exclui qualquer sentido de inspiração. Por exemplo, um homem de negócios não inspira sua secretária ao ditar-lhe as cartas. Deus não falou pelos homens como quem fala por um alto falante. Antes seu Divino Espírito usou as suas faculdades mentais, produzindo desta maneira uma mensagem perfeitamente divina, e que, ao mesmo tempo, conservasse os traços da personalidade do autor. Embora seja a Palavra do Senhor, é ao mesmo tempo, em certo sentido, a palavra de Moisés, ou de Paulo.
"Deus nada fez a não ser pelo homem; o homem nada fez, a não ser por Deus. é Deus quem fala no homem, é Deus quem fala pelo homem, é Deus quem fala como homem, é Deus quem fala a favor do homem."
O fato de haver cooperação divina e humana na produção duma mensagem inspirada é bastante conhecido; mas "como" se processa esta cooperação é mais difícil de explicar. Se o entrosamento de mente e corpo já é um mistério demasiado grande, mesmo para o homem mais sábio; quanto mais não é o entrosamento do Espírito de Deus e o espírito do homem!

4. Completa e não somente parcial.

Segundo a teoria da inspiração parcial, os escritores seriam preservados do erro em questões necessárias à salvação dos homens, mas não em outras matérias como sejam: história, ciência, cronologia e outras semelhantes. Portanto, segundo essa opinião, seria mais correto dizer que "A Bíblia contém a Palavra, em lugar de dizer que é a Palavra de Deus".
Essa teoria nos submergiria num pântano de incertezas, pois quem pode, sem equívoco, julgar o que é e o que não é essencial à salvação? Onde está a autoridade infalível que decida qual parte é a Palavra de Deus e qual não o é? E se a história da Bíblia é falha, então a doutrina também o é, porque a doutrina bíblica se baseia na história bíblica. Finalmente, as Escrituras mesmas reivindicam para si a inspiração plenária. Cristo e seus apóstolos aplicaram o termo "Palavra de Deus" a todo o Antigo Testamento.

5. Verbal e não apenas de conceitos.

Segundo outra teoria, Deus inspirou os pensamentos mas não as palavras dos escritores. Isto é, Deus inspirou os homens, e deixou ao critério deles a seleção das palavras e das expressões. Mas a ênfase bíblica não está nos homens inspirados, mas sim nas palavras inspiradas. "Havendo antigamente falado aos pais pelos profetas" (Heb. 1:1). "Homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo" (2 Pedro 1:21). Ainda mais, é difícil separar a palavra do pensamento; um pensamento é uma palavra antes de ser ela proferida. ("não comeceis a dizer em vossos corações"; "o tolo disse em seu coração"); uma palavra é um pensamento ao qual se deu expressão. Pensamentos divinamente inspirados naturalmente teriam sua expressão em palavras divinamente inspiradas. Paulo nos fala de "palavras ensinadas pelo Espírito" (1Cor. 2:13). Finalmente, uma simples palavra é citada como sendo o fundamento de doutrinas básicas. (João 10:35; Mat. 22:42-45; Gál. 3:16; Heb. 12:26, 27.)
Precisamos fazer distinção também entre a revelação e a inspiração. Por revelação queremos dizer aquele ato de Deus pelo qual ele dá a conhecer o que o homem por si mesmo não podia saber; por inspiração queremos dizer que o escritor é preservado de qualquer erro ao escrever essa revelação. Por exemplo, os Dez Mandamentos foram revelados, e Moisés foi inspirado ao registrá-los no Pentateuco.
A inspiração nem sempre implica revelação; por exemplo, Moisés foi inspirado a registrar eventos que ele mesmo havia presenciado e que dessa maneira estavam dentro do âmbito do seu próprio conhecimento.Distingamos também entre as palavras inspiradas e os registros inspirados. Por exemplo, muitos dizeres de Satanás são registrados nas Escrituras e sabemos que o diabo certamente não foi inspirado por Deus ao proferi-los; mas o registro dessas expressões satânicas foi inspirado.

III. A verificação das Escrituras

1. Elas reivindicam inspiração.

O Antigo Testamento declara-se escrito sob uma inspiração especial de Deus. A expressão "e Deus disse", ou equivalente, é usada mais de 2.600 vezes. A história, a lei, os salmos e as profecias são declarados escritos por homens sob inspiração especial de Deus. (Vide Êxo. 24:4; 34:28; Jos, 3:9; 2 Reis 17:13; Isa.34:16; 59:21; Zac. 7:12; Sal. 78:1; Prov. 6:23.) Cristo mesmo sancionou o Antigo Testamento, citou-o e viveu em harmonia com os seus ensinos. Ele aprovou a sua veracidade e autoridade (Mat. 5:18; João 10:35; Luc. 18:31-33; 24:25, 44; Mat.23:1, 2; 26:54). E o mesmo fizeram os apóstolos. (Luc. 3:4; Rom. 3:2; 2 Tim. 3:16; Heb. 1:1; 2 Pedro 1:21; 3:2; Atos 1:16; 3:18; l Cor. 2:9-16.)
Arroga-se o Novo Testamento uma inspiração semelhante? Quanto à inspiração dos Evangelhos é garantida pela promessa de Cristo de que o Espírito traria à mente dos apóstolos todas as coisas que ele lhes havia ensinado, e que o mesmo Espírito os guiaria em toda verdade. Em todo o Novo Testamento ele se declara uma revelação mais completa e clara de Deus do que aquela dada no Antigo Testamento, e com absoluta autoridade declara a ab-rogação das leis antigas. Portanto, se o Antigo Testamento é inspirado, a mesma inspiração deve ter o Novo. Parece que Pedro procura colocar as epístolas de Paulo no mesmo nível dos livros do Antigo Testamento, (2 Ped. 3:15,16), e Paulo e os demais apóstolos afirmam falar com a autoridade divina, (1 Cor. 2:13; 14:31; 1Tess. 2:13; 4:2; 2 Ped. 3:2; l João 1:5; Apoc. 1:1.)

2. Dão a impressão de serem inspiradas.

As Escrituras se dizem inspiradas; um exame delas revelará o fato de que seu caráter sustenta essa posição. A Bíblia, ao se apresentar em juízo, o faz com bom testemunho! Quanto a seus autores, foi ela escrita por homens cuja honestidade e integridade não podem ser postas em dúvida; quanto ao seu conteúdo, há nele a mais sublime revelação de Deus ao mundo; quanto à influência, tem trazido a luz salvadora às nações e indivíduos, e possui um poder infalível para guiar os homens a Deus e transformar-lhes o caráter; quanto à sua autoridade, desempenha o papel dum tribunal supremo em assuntos religiosos, de maneira que até mesmo os cultos falsos são obrigados a citar suas palavras para poderem impressionar o público.
Falam sobre coisas especificas. Notemos:
1) Sua exatidão. Nota-se a ausência total dos absurdos que se encontram em outros livros "sagrados". não lemos, por exemplo, que a terra saísse dum ovo, tendo transcorrido certo número de anos para a sua incubação, descansando ele sobre uma tartaruga; a terra rodeada por sete mares de água salgada, suco de cana, bebidas alcoólicas, manteiga pura, leite coalhado, etc. Escreve o Dr. D. S. Clarke: "Há uma diferença insondável entre a Bíblia e qualquer outro livro. Essa diferença deve-se à sua origem."
2) Sua unidade. Contendo sessenta e seis livros, escritos por uns quarenta diferentes autores, num período de mais ou menos mil e seiscentos anos, abrangendo uma variedade de tópicos, ela, no entanto, demonstra uma unidade de tema e propósito que só se explica como tendo ela uma mente diretriz.
3) Quantos livros suportam serem lidos mesmo duas vezes? Mas a Bíblia pode ser lida centenas de vezes sem se poder sondar suas profundezas ou sem que se perca o interesse do leitor.
4) A sua assombrosa circulação, estando já traduzida em milhares de idiomas e dialetos, e lida em todos os países do mundo.
5) O tempo não a afeta. é um dos livros mais antigos do mundo e ao mesmo tempo o mais moderno. A alma humana nunca a pode dispensar. O pão é um dos alimentos mais antigos, e ao mesmo tempo o mais moderno. Enquanto os homens tiverem fome, desejarão o pão para o corpo; e enquanto anelarem por Deus e as coisas eternas, desejarão a Bíblia.
6) Sua admirável preservação em face de perseguição e a oposição da ciência. "Os martelos se gastam mas a bigorna permanece."

3. Sente-se que são inspiradas.

"Mas será que você crê naquele livro?" disse um professor de um colégio de Nova York a uma aluna que havia assistido às classes bíblicas. "Oh, sim," ela respondeu; "acontece que conheço pessoalmente o Autor." Ela declarou a mais ponderável razão de crer na Bíblia como a Palavra de Deus; a saber, o seu apelo ao nosso conhecimento pessoal, falando em tom que nos faz sentir sua origem divina.
A Igreja Romana assevera que a origem divina das Escrituras depende, em última análise, do testemunho da igreja, a qual se considera o guia infalível em todas as questões de fé e prática. "Como se a verdade eterna e inviolável de Deus dependesse do juízo do homem!" declarou João Calvino, o grande Reformador.
Ainda, declarou ele: Assevera-se que a igreja decide qual a reverência que se deve às Escrituras, e quais os livros que devem ser incluídos no cânone sagrado. Esta interrogação: "Como saberemos que vieram de Deus as Escrituras, a não ser que haja uma decisão da igreja?" é tão tola quanto a seguinte pergunta:"como discerniremos a luz das trevas, o branco do negro, o amargo do doce?"O testemunho do Espírito é superior a todos os argumentos.
Deus, na sua Palavra, é a única testemunha fidedigna concernente a si mesmo: da mesma maneira a sua Palavra não achará crença verdadeira nos corações dos homens enquanto não for selada pelo testemunho do seu Espírito. O mesmo Espírito que falou pelos profetas deve entrar em nossos corações para convencer-nos de que esses profetas fielmente entregaram a mensagem que Deus lhes confiara. (Isa. 59:21.)
Que este então seja um assunto resolvido: aqueles que são ensinados internamente pelo Espírito Santo depositam confiança firme nas Escrituras; que as Escrituras são a sua própria evidência; que elas não podem legalmente estar sujeitas às provas e aos argumentos, mas sim que obtenham, pelo testemunho do Espírito, a confiança que merecem.
Sendo assim, por que aduzimos evidências externas da exatidão das Escrituras e de seu merecimento geral? Fazemos isto primeiramente, não para poder crer que são certas, mas sim porque sentimos que são certas; em segundo lugar, é natural motivo de alegria poder apontar evidências externas das coisas que cremos no coração; finalmente, estas provas servem de veiculo e receptáculo, por assim dizer, pelos quais podemos expressar em palavras a nossa convicção íntima, e dessa maneira "estando sempre preparados para responder a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vos" (1 Ped. 3:15).

4. Provam ser inspiradas.

O Dr. Eugene Stock disse: Quando em menino, li uma história que me mostrou os diferentes meios pelos quais podemos ter certeza de que esta grande biblioteca de Livros Sagrados, a que chamamos bíblia, é realmente a Palavra de Deus, e sua revelação aos homens.
O escritor da história havia explicado três classes de evidências — a histórica, a interna e a experimental. Então ele contou como certa vez enviou um menino a um químico para comprar uns gramas de fósforo. O menino voltou com um pacotinho; seria mesmo fósforo? O menino relatou que foi à drogaria e pediu fósforo. O químico foi às prateleiras, tirou uma substância dum frasco, colocou-a num pacotinho e lho deu. O menino o levou diretamente à casa. Esta foi então a evidência histórica de que no pacotinho havia fósforo. Ao abrir-se o pacotinho, notava-se que o conteúdo parecia ser fósforo e cheirava também a fósforo. Essa foi a evidência interna. Quando ateou fogo à substância houve fortíssima combustão! Essa foi a evidencia experimental!
As defesas intelectuais da Bíblia têm seu lugar; mas, afinal de contas, o melhor argumento é o prático. A Bíblia tem produzido resultados práticos. Tem influenciado a civilização, transformado vidas, trazido luz, inspiração e conforto a milhões e sua obra ainda continua.







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