domingo, 11 de março de 2018

Lição 11 - Mil Anos de Paz, Justiça e Prosperidade




 Lição 7 - Nossa Esperança na Vinda do Senhor

TEXTO BÍBLICO BÁSICO
Apocalipse 20.2-6
2 - Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o diabo e Satanás, e amarrou-o por mil anos.
3 - E lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e pôs selo sobre ele, para que mais não engane as nações, até que os mil anos se acabem. E depois importa que seja solto por um pouco de tempo.
4 - E vi tronos; e assentaram-se sobre eles aqueles a quem foi dado o poder de julgar. E vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta nem a sua imagem, e não receberam o sinal na testa nem na mão; e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos.
5 - Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram. Esta é a primeira ressurreição.
6 - Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte, mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele mil anos.
Isaías 11.6-9
6 - E morará o lobo com o cordeiro, e o leopardo com o cabrito se deitará, e o bezerro, e o filho de leão, e a nédia ovelha viverão juntos, e um menino pequeno os guiará.
7 - A vaca e a ursa pastarão juntas, e seus filhos juntos se deitarão; e o leão comerá palha como o boi.
8 - E brincará a criança de peito sobre a toca da áspide, e o já desmamado meterá a mão na cova do basilisco.
9 - Não se fará mal nem dano algum em todo o monte da minha santidade, porque a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar.
SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO
2ª feira – Isaías 32.14-20: O efeito da justiça será a paz
3ª feira – Ezequiel 47.1-12: O rio do Milênio produz vida e saúde
4ª feira – Joel 3.14-18: Uma fonte da casa do Senhor
5ª feira – Miqueias 4.2-7: De Sião sairá a Lei, e a Palavra do Senhor, de Jerusalém
6ª feira – Zacarias 6.12-15: Ele mesmo edificará o templo do Senhor
Sábado – Apocalipse 20.4: Reinaram com Cristo durante mil anos
TEXTO ÁUREO
E o Senhor será rei sobre toda a terra; naquele dia, um será o Senhor, e um será o seu nome. Zacarias 14.9

OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá:
- compreender as razões para a instauração do Milênio na terra;
- descrever as mudanças e/ou transformações feitas por
Deus no mundo na dispensação milenial;
- entender que todos aqueles que têm fome e sede de justiça serão plenamente satisfeitos na dispensação milenial, em razão das transformações que ocorrerão na Terra.

ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Esta lição trata de um tema difícil, por ser escatológico; porém, com estudo e dedicação, é possível que os conteúdos fiquem claros para o aluno, se você, professor, compreender o assunto em questão. Busque enfatizar o que está reservado para a Igreja gloriosa e triunfante nesta dispensação: a última, e aquela que antecede a criação de novos céus e terra (Ap 21.1).
Explique, sinteticamente, o significado da palavra dispensação, que quer dizer:  economia ou administração, ou seja, o modo como Deus trata a humanidade (Cl 1.25).
Enfatize as bênçãos no Milênio e a participação da Igreja na teocracia divina.

COMENTÁRIO
Palavra introdutória
Desde a Queda, no Éden, os homens sonham com um tempo de paz, segurança e prosperidade, em que as ruas da cidade se encherão de meninos e meninas, que nelas brincarão (Zc 8.5), e em que todos poderão estar em perene comunhão com Deus, o eterno Criador (Tg 4.8).
A humanidade sonha com uma nova era, em que as notícias de roubos, sequestros, fome, pestes, crimes hediondos, revoluções sanguinárias e guerras destruidoras serão substituídas por manchetes de altos índices de abundância, crescimento, estabilidade e tranquilidade entre todos os povos da terra (Mq 4.3).
Com esperança, aguardamos o dia em que o trigo crescerá mais depressa do que poderá ser colhido, e as parreiras produzirão uvas mais depressa do que se poderá fazer vinho (Am 9.13 NTLH).
Esse tempo de cumprimento de promessas (Gn 12.1-3; 17.8; 2 Sm 7.12-16; Is 42.6), que desde o tempo antigo nunca houve, nem depois dele haverá pelos anos adiante, é maravilhosamente descrito na Bíblia como Milênio (Is 11.1-9).
O Livro do Apocalipse é uma das principais fontes de escatologia ou estudo do fim dos tempos, e sua escatologia é consistente com o resto do Novo Testamento. Cada cristão pode ter a certeza da vida após a morte. Os cristãos também podem ter a certeza de sua ressurreição pessoal e da recompensa por uma vida justa vivida na terra (VARUGHESE, A. Central Gospel, 2012, p. 481).
1. TEMPO DE MILAGRES E TRANSFORMAÇÕES
Conforme destacado na Lição 2, entende-se por milagre a suspensão das leis naturais, para que as leis sobrenaturais interfiram no mundo físico. Isto significa que, diante da limitação humana, Deus intervém na linearidade presumível da Natureza, operando sinais e maravilhas (At 10.38; Hb 2.4).
Quando Jesus esteve entre os homens pela primeira vez, Seus milagres manifestaram a glória do Pai (Jo 9.3; 11.4; At 10.38); o mesmo ocorrerá na dispensação milenial (no Milênio).
Quando o Salvador comandar mil anos de paz, justiça e prosperidade, a humanidade testemunhará inúmeros milagres e profundas transformações para a glória de Deus (Is 65.17-25).
1.1. Milagres na Natureza
A Natureza será transformada pelo milagre da fertilidade; a Terra apresentará condições semelhantes às encontradas no Éden (Is 11.6-9): os lugares secos tornar-se-ão jardins verdejantes (Ez 34.26,27); a água será abundante (Is 30.25); a configuração geológica e hidrográfica do planeta será modificada (Is 2.2; Ez 47.8-12); a iluminação será suficiente (Is 30.26); e os frutos das árvores servirão de alimento, e suas folhas, de remédio (Ez 47.12).
1.1.1. Milagres no mundo animal
No Milênio, não haverá animais carnívoros, nem predadores, mas apenas herbívoros (Is 11.6-8). Como no princípio da Criação, as diferentes espécies coexistirão pacificamente.
1.2. Milagres nos corpos físicos
Não haverá deformidades físicas: os cegos terão os olhos abertos; os surdos ouvirão; os coxos saltarão; e o mudo poderá falar normalmente (Is 35.5,6; Zc 8.4).
Some-se a isto a longevidade dos indivíduos (Is 65.20-22): a sobrevida humana aumentará consideravelmente, ultrapassando com facilidade os cem anos de existência; a morte chegará depois de longa velhice, porque as doenças serão removidas (Is 33.24; Ez 34.16).

1.3. Milagres na vida material
Este será um tempo de grande prosperidade econômica (Am 9.13-15): as pessoas terão o suficiente para viver confortavelmente, sem qualquer prejuízo; não haverá necessidade ou necessitados (Is 65.21,22; Jl 2.21-27). Os homens serão fartos, porque o Rei atenderá pessoalmente aos Seus súditos (Ap 21.4).

1.4. Milagres na administração e governo
No Milênio, a forma de administração será teocrática (governo de Deus). Aquele que tem o principado sobre os seus ombros, o Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade e Príncipe da Paz (Is 9.6), não permitirá qualquer tipo de ditadura, opressão ou manipulação (Is 14.3-6; Zc 9.11,12).
Todos os povos desfrutarão de paz, segurança, justiça e compreensão (Is 11.13). Porém, apesar de tudo isso, como observou o Dr. René Pache: por mais belo que seja o Milênio, ele não será o céu (WILLMINGTON, H. L. Central Gospel, 2015, p. 572).

1.4.1. Milagres na vida militar
Os profetas veterotestamentários vaticinaram que a justiça divina reinaria sobre a terra, e, consequentemente, a paz (Mq 4.3; Os 2.18). A concórdia — individual e internacional — só será possível, porque os governos do mundo serão unificados em um único Reino: o de Cristo.

1.5. Milagres na vida espiritual
Um grande mover de Deus, o maior de todos os avivamentos, alcançará todo o mundo. O Espírito Santo será derramado abundantemente sobre os habitantes do reino milenar (Jl 2.28), especialmente sobre os judeus das casas de Davi e Israel (Ez 39.29; Zc 12.10).
Com a unificação do governo e a transformação militar, outro ponto importante será a unificação linguística nas relações interpessoais (Sf 3.19), o que possibilitará, acima de tudo, a adoração ao verdadeiro Deus e a Jesus Cristo, o Messias Regente (Is 66.17-23; Ml 1.11).

2. A CAPITAL DO MILÊNIO
O Milênio alcançará todos os povos, tribos e nações — desde os grandes centros até as áreas mais inóspitas do Globo. De Norte a Sul, de Leste a Oeste, todas as pessoas da terra serão abençoadas pelo Todo-poderoso (Gn 28.13-17). Todavia, a despeito do alcance universal deste evento escatológico, é preciso ressaltar que a capital do reino milenar será Jerusalém.
A terra dos profetas, a cidade escolhida, amada e protegida por Deus (Zc 2.5), a cidade histórica e sagrada, tanto para os cristãos, como para os judeus e muçulmanos — sem a presença abominável do incircunciso e do impuro —, vestirá suas vestes santas, esplendorosas e intocadas, para ser coroada a capital do Milênio (Is 52.1,2).

A alegoria da entronização — [...] os ressurretos reinam com Cristo durante mil anos (Ap 20.6) e para todo sempre (Ap 22.5). Aqueles perseguidos por sua fé seriam confortados para compreenderem que seu breve sofrimento de dez dias (Ap 2.10) não pode ser comparado a sua exaltação por mil anos (ROTZ, C. Central Gospel, 2015, p. 336).


2.1. Seu valor histórico e religioso
A história da humanidade estaria incompleta sem a presença da cidade de Jerusalém em seus registros. Seus filhos formam o povo escolhido do Senhor e foram estabelecidos por Ele como cabeça das nações (Dt 28.10,13).

Todos os fatos, objetos e elementos relacionados a esse espaço geográfico singular são fonte inesgotável de estudo, pesquisa e comentário. Jerusalém, a terra santa, a cidade mais citada em todo texto bíblico (1 Sm 17.54; 2 Sm 5.7; 6.1-19; 24.25; 2 Cr 3.1; Lc 2.22; Mt 21; 23.37; 24), atrai os olhares do mundo para si, não apenas por seu valor histórico, mas, sobretudo, por sua importância religiosa.

2.2. Sua posição estratégica
Geograficamente, o Senhor estabeleceu a nação de Israel no centro do planeta. A partir de um simples olhar no mapa mundial, pode-se identificar a cidade de Jerusalém: ela está no coração dos povos. Deus cercou a cidade de altos montes protetores, tornando-a uma fortaleza natural (Sl 125.2).

2.3. Sua importância espiritual
O lugar mais sagrado do mundo, para o judeu, é Jerusalém. Durante o Milênio, a terra dos antigos profetas tornar-se-á a capital religiosa do mundo.
Após o Armagedom, a cidade e o templo dos judeus serão restaurados, e os povos do mundo inteiro subirão a Jerusalém, todos os anos, para adorar o Rei, o Senhor dos Exércitos (Zc 14.16).
Jerusalém será chamada de trono do Senhor (Jr 3.17): um lugar de bênçãos para as nações gentílicas (Zc 8.22) e de honra para os judeus (Zc 8.23).

3. PARTICIPANTES DO MILÊNIO
As profecias bíblicas fazem-nos saber que os santos glorificados e os sobreviventes da Grande Tribulação participarão da dispensação milenial. A Escritura também nos dá ciência de que nenhum incrédulo participará dessa dispensação (Jr 31.33,34; Ez 20.37; Jo 3.3).

Terá destaque, neste cenário, a nação de Israel, pela reedificação do tabernáculo de Davi (At 15.16), e pelo cumprimento literal da promessa que o Senhor fez a Abraão, o primeiro judeu:
Em ti serão benditas todas as famílias da terra (Gn 12.1,2).
3.1. Os crentes glorificados
Participarão do Milênio todos os salvos — tanto do Antigo Testamento quanto do Novo Testamento — e os mártires de todas as eras — em especial os procedentes da Grande Tribulação —, com direitos a todas as bênçãos advindas dessa dispensação (Ap 20.4-6).
Seremos, segundo a Escritura, reis e sacerdotes (Ap 1.6,10; 11.15), e, por essa razão, reinaremos com Cristo sobre as nações (Ap 2.26-29).
3.2. Os sobreviventes da Grande Tribulação
Existirão outros tipos de corpos no Milênio, além dos glorificados (1 Co 15.51-53; Hb 11.35; Ap 20.5,6)?
Segundo Harold Willmington (2015, p. 572), a resposta é sim, e esses serão os corpos não glorificados dos que sobreviveram ao cataclismo da Grande Tribulação; dos crentes judeus (Mt 25.10); dos crentes gentios (Mt 25.34) e o dos filhos que nascerão durante o Milênio (Zc 8.5).
Muitos dos nascidos durante o Milênio (Zc 8.5) podem decidir desobedecer a Deus e a Cristo; isto explica a razão de o Messias reinar com vara de ferro (Zc 14.17-19; Ap 2.27; 12.5; 19.15) e o fato de haver uma rebelião final (a de Gogue e Magogue), quando Satanás for solto (Ap 20.7,8).
Muitos dos nascidos durante o Milênio (Zc 8.5) podem decidir desobedecer a Deus e a Cristo; isto explica a razão de o Messias reinar com vara de ferro (Zc 14.17-19; Ap 2.27; 12.5;19.15) e o fato de haver uma rebelião final (a de Gogue e Magogue), quando Satanás for solto (Ap 20.7,8).

CONCLUSÃO
Apesar de alguns segmentos teológicos atribuírem um sentido figurativo à duração deste evento, as profecias bíblicas indicam claramente que o Milênio será um período de mil anos literais — cada ano, com 365 dias.
No Milênio, Deus demonstrará, na terra, como será o céu. Jesus reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu Reino não terá fim (Lc 1.33).

Comentarista: Pr. Joá Caitano
EditoraCentral Gospel




ADVEC – ASSEMBLEIA DE DEUS VITÓRIA EM CRISTO | TAQUARA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL – CLASSE DOS PROFESSORES LPD n.º 53 – Grandes Temas do Apocalipse 1.º Trimestre de 2018



Texto Bíblico Básico: Ap 20:2-6; Is 11:6-9 Texto Áureo: Zc 14:9

1 – INTRODUÇÃO
O tópico Orientações Pedagógicas da Revista orienta os docentes explicarem aos alunos o significado da palavra dispensação e quais são as dispensações bíblicas.  Isto se deve ao fato do comentarista adotar a visão dispensacionalista. Nas palavras do mesmo no livro de apoio à Revista, “Deus configurou um plano de salvação parta a humanidade estabelecendo sete períodos ou etapas conhecidas na teologia como dispensações”. É importante destacar que no âmbito das igrejas pentecostais – em especial as Assembleias de Deus – é adotada esta mesma visão.
O Dispensacionalismo desenvolveu-se nos idos de 1830 pelo ministro anglicano John Nelson Darby (18001882) e aqueles que faziam parte do Movimento dos Irmãos ou Irmãos de Plymouth. Curiosamente, praticamente todos esses homens procediam de igrejas cuja soteriologia era calvinista. Este grupo foi o pioneiro na interpretação literal das Escrituras, e, conforme estudavam, passaram a compreender melhor os eventos a respeito segunda vinda de Jesus Cristo fisicamente, envolvendo o arrebatamento e um período de sete anos de tribulação, após o qual ocorrerá a batalha do Armagedon e o estabelecimento do reino de Deus na Terra.
Com o passar do tempo – principalmente com a Bíblia de Referência de Scofield – o pensamento dispensacionalista se popularizou nos círculos evangélicos. A partir da década de 1920, com o crescimento da perspectiva teológica liberal1, o Dispensacionalismo foi visto como uma resposta bíblica e conservadora aos movimentos fundamentalista2 e pentecostal.  No pós-guerra (1945 em diante), com o rápido crescimento destes movimentos nos EUA, cresceu também o pensamento dispensacionalista. Por outro lado, a grande maioria das igrejas reformadas rejeitaram completamente o Dispensacionalismo como base doutrinária.

2 – SIGNIFICADO DE “DISPENSAÇÃO” A palavra “dispensação” em si significa “administração” ou “mordomia” e é usada por Paulo no Novo Testamento (Ef 1:10; Ef 3:2; Cl 1:25). No Dispensacionalismo, o mundo é visto como um “lar” que é gerenciado por Deus.

3 – BASES DO DISPENSACIONALISMO 

3.1 – Interpretação literal e consistente da Bíblia (desde Gênesis até o Apocalipse) Pode ser definida como o entendimento dos conceitos com base na vida diária normal. As palavras recebem o mesmo significado que possuem numa comunicação usual. Trata-se de interpretar uma passagem bíblica da maneira normal ou óbvia. No entanto, é preciso entender que não se deve excluir figuras idiomáticas (“O Senhor é o meu pastor” – Sl 23:1), simbolismos na Bíblia (observando que estes sempre se referem figurativamente a algo literal), e o emprego de parábolas.

3.2 – Distinção entre Israel e a Igreja Há uma clara distinção entre Israel e a Igreja no Novo Testamento. O livro de Atos dos Apóstolos fala de Israel como povo 25 vezes e da Igreja 19 vezes. Os discursos escatológicos de Jesus foram proferidos dentro do Seu contexto étnico (para os judeus), assim como o Sermão do Monte. Em nenhum instante, Ele fez qualquer menção de punição ao Seu novo povo, a Igreja (1Ts 5:9). Ele não tem nada contra ela, mas tem contra aqueles que a rejeitaram.  A maioria dos teólogos reformadores afirma que a Igreja substituiu Israel. Segundo estes, todas as profecias que antes se aplicavam a Israel, agora, aplicam-se à Igreja. Alegam que Jesus declarou que o sangue de todos os justos “será requerido desta geração” (Lc 11:51). Afirmam que tudo foi passado para a Igreja, cujos membros, pela fé, gozam o privilégio de serem filhos de Abraão. A Igreja não deve entender que Deus abandonou Israel, mas que Ele está usando a sua atual situação como meio de trazê-lo de volta para si (Rm 11:11,12). 

3.3 – Glorificação de Deus como Seu propósito principal para o mundo Se no Jardim do Éden Adão e Eva tinham gozado comunhão ininterrupta com Deus, habitando na inocência, com a Queda tudo mudou: foram expulsos do jardim, uma profunda percepção de pecado e de vergonha passou a dominá-los, o homem teve de começar a ganhar a vida para si e para a sua família trabalhando arduamente, a mulher teve que ter filhos com dor. O pecado entrara no mundo, e a morte também entrara através do pecado. Certamente que tudo isto envolveu uma mudança nas responsabilidades dos homens para com Deus e para com os outros. Deste momento em diante as interações de Deus com os homens foram mudadas repetidas vezes. Enquanto os princípios de Deus nunca mudam, as Suas interações mudam de tempos em tempos. Assim, pode-se entender que a Bíblia está organizada em sete dispensações: Inocência ou Liberdade (Gn 1:13:7), Consciência ou Autodeterminação (Gn 3:8-8:22), Governo Humano ou Governo Civil (Gn 9:1-11:32), Promessa ou Patriarcal (Gn 12:1-Ex 19:25), Lei ou de Israel (Ex 20:1-At 2:4), Graça ou da Igreja (At 2:4-Ap 20:3) e o Reino Milenar (Ap 20:4-6).  Veja maiores informações sobre as dispensações nos links: As Sete Dispensações3 e Responsabilidade, Fracasso e Juízos4.

4 – O MILÊNIO  Localizada na última dispensação, o Milênio é um período de mil anos em que Jesus, juntamente com a Sua Igreja glorificada, governará a Terra. Ainda não será o princípio de um novo mundo, mas tão somente o fim de um mundo antigo.  O Milênio recebe os seguintes títulos: Mil Anos (Ap 20:1-6), Regeneração (Mt 19:28), Último Dia (Jo 6:40), Tempos de Refrigério (At 3:19-21), Tempos de Restauração de Tudo (At 3:20,21), Dispensação da Plenitude dos Tempos (Ef 1:10), Consolação ou Redenção de Israel (Lc 2:25-28), Dia de Cristo (Fp 1:6) e o Reino de Cristo (Ap 11:15).

5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS Deus fez um plano que é conhecido dele desde a eternidade (At 15:18). A Bíblia é a revelação deste plano. Deus, o arquiteto das eras, achou por bem confiar-nos Seu plano para o futuro e revelar-nos Seu propósito e programa em detalhes na Palavra. As dispensações bíblicas constituem a “espinha dorsal” das Escrituras. Devemos conhecer estas dispensações, suas características e objetivos principais, e, sobretudo, o principal propósito de Deus em ter um reino universal sobre o qual Ele reinará para sempre.  Deus tem os Seus planos e também irá executá-lo (Is 46:9-11). 

 1 A perspectiva teológica liberal, surgida no final do século XIX, entre outros aspectos, considera razoável a Teoria da Evolução de Charles Darwin e questiona a inspiração divina das Escrituras. 2 O fundamentalismo surgiu no início do século XX como uma resposta cristã evangélica à perspectiva teológica liberal, enfatizando os fundamentos bíblicos e constituído dos seguintes princípios: a Bíblia é infalível, Jesus nasceu da Virgem Maria, foi concebido pelo Espírito Santo e era e é o Filho de Deus, a salvação é obtida somente através da graça de Deus e a fé humana na crucificação de Cristo para os pecados da humanidade, Jesus ressuscitou dos mortos e agora está assentado à direita de Deus Pai, a autenticidade dos milagres de Jesus como registrados nas Escrituras e a literal e pré-milenar segunda vinda de Cristo à Terra.

ADVEC – ASSEMBLEIA DE DEUS VITÓRIA EM CRISTO | TAQUARA



                                     O MILÊNIO

 PRISÃO DE SATANÁS POR MIL ANOS
                                 JOÃO DE OLIVEIRA

Aprendemos durante o estudo da Grande Tribulação, que o mundo era dominado por uma "trindade satânica" composta pelo Dragão (Diabo), o Anti-Deus, a Besta que subiu do mar, o Anticristo e a Besta que subiu da terra, o Anti-Espírito Santo. Sabemos que todas as atrocidades ocorridas na Grande Tribulação foram feitas pelo Dragão, a Besta e o Falso-Profeta. Só que os dois últimos; isto é, a Besta e o Falso-Profeta foram lançados no "Lago de Fogo que arde com enxofre" (conforme Ap. 19.20). Porém, como fica o Dragão (o Diabo), que tinha dado poder e autoridade à Besta? (Conforme Ap. 13.2). O Diabo incita o homem contra Deus, e depois ele mesmo foge e deixa o homem morrer sozinho. Conforme Ap. 19.20, só estava na Batalha do Armagedom os dois: a Besta e o Falso-Profeta. O texto diz que os dois foram lançados no lago de fogo. Onde estava o Dragão? Por que Satanás não tem coragem de enfrentar Cristo cara à cara? Por que o Diabo deixou o Anticristo e o Falso-Profeta sozinhos em Armagedom e estava tentando escapulir? A resposta é que enquanto Cristo pelejava em Armagedom, o Pai estava agindo com a Prisão do Mafioso Chefe dos demônios. Quando ele tentava escapulir desceu um "Anjo Forte" com a chave do abismo e uma grande cadeia na mão (leia Ap. 20.1). "Ele prendeu o Dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e o amarrou por mil anos" conforme Ap. 20.2. "Lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e selou sobre ele, para que não enganasse mais as nações, até que os mil anos se completassem, depois disto é necessário que seja solto, por um pouco de tempo" Ap. 20.3. A destruição final de Satanás trataremos mais na frente, conforme Ap. 20.7-10.

7 - SÉTIMO PERÍODO DE OPORTUNIDADE G- DISPENSACÂO DA PLENITUDE DO REINO MILENAR

Nós já aprendemos, que a Dispensação da Igreja, preencheu a "Lacuna Profética" deixada pelo intervalo entre a 69a(sexagésima nona) Semana Profética de Daniel e a 70a(septuagésima) Semana Profética. O intervalo ocupado pela Igreja foi do ano 33 d.C. até o Arrebatamento ao encontro do Senhor nos ares. Ainda aprendemos que a Grande Tribulação corresponde a  70a(septuagésima) Semana Profética de Daniel, que a Segunda Vinda de Cristo em Glória se dará no final da Grande Tribulação em meio a grande batalha do Armagedom, para salvar Israel, destruir a Besta e o Falso Profeta, amarrar Satanás por mil anos e implantar o reino Milenar aqui na Terra. "BEM-AVENTURADO O QUE ESPERA E CHEGA ATÉ MIL TREZENTOS E TRINTA E CINCO DIAS" - Daniel 12.12 - Explicação: Do meio da Grande Tribulação, até a Segunda Vinda de Cristo em Glória, se passarão 1260 dias, ou 3/5(três anos e meio). "Quanto tempo haverá até o fim destas maravilhas?" - Daniel 12 => Resposta: "Depois de um tempo, de tempos e metade de um tempo" - Daniel 12.7 - 1260 dias da última metade da Grande Tribulação, mais 30 dias do julgamento das nações viventes, dará um total de 1290 dias, conforme Daniel 12.11. Computando os 1260 dias, mais 30 dias, e mais 45 dias da Purificação da Terra, para inaugurar o Milênio com a Natureza Restaurada, (1260+30+45) completará os 1335 dias mencionados em Daniel 12.12. É por isso que a Bíblia chama de "BEM AVENTURADO" quem chegar aos 1335 dias; porque logo em seguida à estes dias turbulentos, Israel e as Nações Viventes Absorvidas no Julgamento, desfrutarão das bênçãos do glorioso Reino Milenar. O Milênio é um Maravilhoso Reinado de Cristo na terra por 1000 anos (Ap. 20.1-6). Como já aprendemos, existem correntes de Teólogos que acham difícil Jesus vir novamente à terra para reinar 1000 anos. Isso é puro raciocínio humano. Ora, muito mais difícil seria Ele vir para ser humilhado, morrer e sofrer como homem por nossos pecados, levando sobre si a nossa maldição. E isso Ele já fez. Muito mais Virá Ele para reger às Nações com Vara de Ferro, como Rei dos reis e Senhor dos senhores (leia Ap. 19.15; SI. 2.7-12; Is. 11.1-10 etc). Esta época "Áurea de Ouro" é ansiosamente aguardada pelo Povo Israelita (Lc. 2.38; At. 1.6,7). Jesus não lhes tirou esta esperança, apenas não revelou o tempo. Existe milhares de promessas à respeito deste Reino Glorioso (leia Zc. 14.9-21; Mq. 4.8-13; Is. 11.1-13; Dn. 2.44,45; At. 15.16; Is. 60.1 e 66.20; Lc. 2.25-38; Ap. 20.1-6 etc). Este período é também chamado: "Consolação de Israel", "Tempo de Grandeza e Glória para Israel", "Redenção de Israel", "Reino Prometido à Davi". O Milênio será a resposta às milhões de orações do povo de Deus através dos tempos: "VENHA O TEU REINO".

PROPÓSITOS DO MILÊNIO  
No início do seu Ministério aqui na terra Jesus revelou a Plataforma do seu Governo, apresentando uma Legislação toda Superior. É o chamado Sermão do Monte, registrado em Mt. 5 à 7 - conhecido como "O Evangelho do Reino". Veja alguns propósitos do Reino Milenar: 1o - Fazer convergir em Cristo todas as coisas, isto é, toda Criação: "De fazer convergir NELE, na Dispensação da Plenitude dos Tempos, todas as coisas, tanto as do céu, como as da terra" - Ef. 1.10. A Criação também "geme" aguardando esse tempo para sua libertação das consequências do pecado à que ficou sujeita desde a queda do homem. Romanos 8.19-23.. O pecado trazido pelo Diabo trouxe toda a sorte de divergências. Porém, durante o Milênio ele ficará trancafiado; Pois, afinal de contas ele não é absoluto; 2o - Estabelecer a Justiça e a Paz na Terra, eliminando toda a rebelião contra Deus. (leia 1Co. 15.24-28);

3o - Fazer Israel ocupar toda a Terra que lhe pertence e Fazê-lo Cabeça das Nações (leia todo o capítulo 12 de Zacarias; Is. 11.10; Gn. 15.18 etc);
4o - Cumprir as Profecias à Respeito do Reino do Messias (leia Dn. 9.24; At. 3.21; Dn. 2.44,45 ). Nós já aprendemos que Jesus nasceu na época que o Império Romano dominava o mundo. Ele foi morto debaixo da Mão de Ferro desse Império Terrível (leia Dn. 9.26). Quando Jesus estava sendo julgado perante Pilatos, este perguntou se Jesus era Rei, Jesus lhe respondeu: "Eu para isso nasci e para isso vim ao mundo" (Jo. 18.37). Ainda respondeu Jesus à Pilatos: "Nenhum poder terias sobre mim, se de cima não te fosse dado" (Jo. 19.11). Quando Jesus vier implantar o seu Reino aqui na terra, encontrará esse mesmo poderio do Império Romano ressurgido. Porém Jesus destruirá definitivamente o poder deste Império e estabelecerá o Seu Domínio Eterno, (leia Dn. 2.44,45). Na Primeira Vinda de Cristo à terra Ele foi ferido no calcanhar pelo Império Romano. Porém, na Segunda Vinda de Cristo à terra Ele ferirá a Cabeça desse Império que é o Anticristo. Veja o Paralelo entre a 1ª Vinda de Cristo e a 2ª Vinda para implantar o Reino Milenar.
ÉPOCA DO NASCIMENTO ÉPOCA DO MILÊNIO Veio para morrer por nossos pecados Virá reinar por mil anos Veio como Servo Virá como Senhor dos senhores Veio como Príncipe Ungido Virá como Rei dos reis Veio Humilhado Virá Exaltado Veio montado num jumento Virá montado num Cavalo Branco Veio para servir Virá para reinar Veio como Cordeiro Virá como Leão da Tribo de Judá Nasceu numa manjedoura Se assentará no Trono de Glória Nasceu em Belém Reinará em Jerusalém Era desprezado dos homens Será adorado por todos . Pagou tributo à nação Regerá as Nações com Vara de Ferro Veio salvar os homens Virá Governar o Mundo

5o - O Milênio ocorrerá na terra. Em 1Co. 6.2 está dito que os santos hão de julgar o mundo, (leia SI. 2.8,9; Is. 65.21; Dn. 2.35b; Zc. 9.10 e 14.10; Ap. 5.10 e 11.15). No Milênio a Igreja atuará como Ministros do Governo de Cristo. Porém a Igreja estará em Corpo Glorificado, desempenhando cada um a sua função no Reino. Somente estará com corpo carnal e material Israel e as Nações Viventes que passaram pelo Julgamento das Nações (não confundir com o Juízo Final, que será após o Milênio). "O Senhor será Rei sobre toda a terra; naquele dia um só será o Senhor, e um só será o seu Nome" - Zc. 14.9. A Jerusalém Celestial, conhecida como nossa mãe (Gl. 4.26) será a Sede Espiritual do Governo de Cristo, onde também ficará a Igreja Arrebatada. A Jerusalém Terrena será a Sede Material do Governo de Cristo. Será a Capital Mundial na época do Milênio. Hoje cidades importantes como: Nova York, Paris, Roma, Moscou, etc. Lutam para terem o título de Capital Mundial. Porém isso está reservado para Jerusalém no Milênio. O Milênio será um reino proeminentemente judaico. As passagens bíblicas de Ez. 34.23,24 e 37.24,25; Jr. 30.9; Os. 3.5, indica que Davi reinará então, certamente apontado para o Grande Filho de Davi, como é chamado o Senhor Jesus (leia Is. 16.5; Lc. 1.32,33). Jesus reinará sobre Israel, através dos seus Apóstolos conforme sua promessa feita em Mt. 19.28; e reinará sobre os gentios, certamente através de sua Igreja, conforme ICo. 6.2.

FATOS IMPORTANTES DESTA SÉTIMA E ÚLTIMA DISPENSAÇÃO Governo Universal do Filho de Deus Jerusalém a Capital Mundial Israel como Cabeça das Nações Ausência do Mal (Satanás estará preso) A Redenção da Natureza Ausência de enfermidades, pragas, miséria e fome Inigualável Prosperidade e Riquezas Muita Fartura e Abundância Aumento da Qualidade de Vida; pessoas terão a idade das árvores Será o Último Período de Oportunidade da Raça Humana A Igreja estará Glorificada com Cristo na Jerusalém Celeste O Templo Milenar será construído Os Judeus possuirão toda a Terra Prometida A Jerusalém Celeste estacionará acima da Jerusalém Terrena Toda a Terra se encherá da Glória e do Conhecimento do Senhor Jesus .O Conhecimento de Deus será Universal
                        

                          Teologia Sistemática Pentecostal

Amilenarismo, pós-milenarismo e pré-milenarismo


Antes de discorrermos sobre o Milênio, faremos uma breve análise dos três principais sistemas teológicos (e seus subsistemas) de interpretação relacionados ao Milênio, a fim de que nos firmemos cada vez mais no que a Palavra de Deus assevera sobre as últimas coisas.

O que ê 0 amilenarismo? Ê uma escola de interpretação que espiritualiza boa parte das passagens bíblicas futuríveis. O amilenarismo (ou amilenismo) interpreta, a qualquer custo, as profecias sobre o Remo de Deus na Terra à luz da obra redentora de Cristo. Na cruz, ao dar o último brado, o Senhor teria prendido Satanás, simbolicamente. Esse aprisionamento significa que o Senhor limitou o poder do Inimigo de enganar as nações (cf. Ap 20.1-3). De acordo com esse sistema, a Segunda Vinda não terá duas etapas. Tudo acontecerá de uma vez só, “naquele dia”. Quanto aos “mil anos”, mencionados claramente em Apocalipse 20.1-7 por seis vezes, trata-se apenas de um número simbólico, que indica um período de tempo iniciado na primeira vinda de Cristo, o qual nunca terminará! Não haverá, pois, um Reino milenar e físico; afinal, o Reino Eterno e espiritual já está em plena atividade. Mas os próprios amilenaristas reconhecem, em suas obras, que é impossível ser dogmático quanto ao que significa a expressão “mil anos” em Apocalipse 20. Em outras palavras, eles têm preferido negar o que está clara e literalmente escrito, a fim defender uma teoria fundamentada em uma interpretação hipo- tética! Afinal, até que ponto o sistema amilenarista é verossímil e biblicamente fundamentado ?

 O que é 0 pós-milenarismo? Este sistema de interpretação tem semelhanças com a anterior, haja vista afirmar que não haverá um período de mil anos em que Cristo reinará naTerra, e que o Diabo já foi aprisionado quando o Senhor morreu, no Gólgota. No primeiro advento do Senhor teria acontecido o esma- gamento pactuai do Inimigo. Nesse caso, o anjo que o prendeu (cf. Ap 20.1) é o próprio Cristo. E os resultados disso estariam ocorrendo progressivamente ao longo da História. Entretanto, não há como interpretar, à luz das Escrituras, o texto de Apoca- lipse 20.1-3 como uma alusão ao suposto aprisionamento de Satanás ocorrido na cruz. Afinal, a própria Palavra de Deus assevera que ele é “o príncipe das
potestades do ar” (Ef 2.2); e pode, inclusive, opor-se hoje aos servos do Senhor (I Ts 2.18; I Pe 5.8,9; Ef 6.11,12). Se o Inimigo tivesse mesmo sido aprisionado quando Jesus foi crucificado, de que maneira teria conseguido encher o coração de Ananias, para que este mentisse ao Espírito Santo (At 5.3)? Por que Paulo afirmou que “o deus deste século [o Diabo] cegou os entendimentos dos incrédulos” (2 Co 4.4)? E por que o doutor dos gentios, ainda, afirmou que não ignorava os ardis de Satanás (2 Co 2.11)? O pós-milenarismo (e também o amilenarismo) afirma que Cristo está reinan- do, mas em espírito. Ele foi entronizado como Rei logo após a sua ressurreição e ascensão. E o fato de Ele estar hoje assentado à mão direita de Deus, nas regiões celestiais, denota que o Reino “milenar” está em plena atividade. Pouco a pouco, o Rei conquistará o mundo pela vitória do evangelho. Para essa escola de interpretação, o Milênio é uma extensão do período da Igreja que ocasionará uma grande disseminação do evangelho. Os “mil anos”, pois, são simbólicos e correspondem ao período entre a morte de Cristo e a evangelização total do mundo. O que isso significa? Que os “mil anos” de Apo- calipse 20.1-7 já são, hoje, mais de dois mil anos! A interpretação preterista. Tanto o amilenarismo como o pós-milenarismo fazem uma leitura preterista das Escrituras. Nesse caso, a Grande Tribulação já teria acontecido, na geração contemporânea de Cristo, e o Anticristo, se manifes- tado, no século I. Como apoio à sua interpretação, empregam passagens do livro de Apocalipse que tratam da iminência das últimas coisas (cf. Ap 1.1,3; 22.7,10,12). Entretanto, se acreditarmos que já estamos no Milênio — sendo este suposta- mente um período indefinido entre a morte de Cristo e a evangelização mundial, ou um Reino Eterno inaugurado na primeira vinda do Senhor— , o Arrebatamento não será o primeiro evento escatológico, e sim o fim de todas as coisas. E isso implica adaptar toda a mensagem da Bíblia ao raciocínio humano evidenciado nesse sistema preterista, além de ignorar a clara seqüência cronológica de Apocalipse 19 a 22:

1) A Igreja glorificada no Céu: I9.I-I0.
 2) A Manifestação de Cristo em poder e grande glória: I9.II-I6.
3) O Armagedom: 19.17-19.
4) A vitória de Cristo sobre o império do Anticristo: Ap 19.20,21.
5) A prisão de Satanás: 20.1-3.
 6) A ressurreição dos mártires da Tribulação: 20.4,5
 7) O Milênio: 20.4-6.
8) A liberação de Satanás após o Milênio: 20.7-9.
9) A destinação eterna do Diabo: 20.10.
10) O Juízo Final: 20.11-15.
11) Novo Céu e Nova Terra: 21-22.

 Como explicar o fato de que haverá duas ressurreições e vários julgamentos? Todos os eventos mencionados após o Arrebatamento se darão num só instante? Tentemos imaginar como seria isso. O Arrebatamento, as ressurreições de justos e injustos, o Tribunal de Cristo, o Julgamento das Nações, o Juízo Final. Enfim, tudo ocorreria num só momento?! A pregação do evangelho em todo 0 mundo. Os pós-milenaristas apegam-se ao texto de Mateus 24.14 para afirmar que Jesus só voltará depois de toda a Terra ter sido evangelizada. Mas isso, além de refletir má exegese, retardaria a Segunda Vinda por mais alguns milhares de anos. Em Mateus 24.3, os discípulos de Jesus lhe fizeram uma pergunta tríplice: “Dize-nos quando serão essas coisas e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?” E quem lê atentamente todo o capítulo percebe que a resposta do Senhor também foi tríplice, mas não necessariamente em ordem cronológica. Jesus falou de eventos que ocorreriam num futuro próximo (a destruição de Jerusalém, no ano 70) e de outros dois tipos de acontecimentos que se dariam num futuro mais remoto. No versículo 24, Ele disse: “E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim”. O termo “fim”, aqui, tendo em vista a tríplice pergunta dos discípulos, não dizem respeito à Segunda Vinda, e sim ao “fim do mundo”. Quando, pois, o evangelho será pregado em todo o mundo? Somente no Milê- nio; a Terra então se encherá do conhecimento do Senhor (Is 2.3), e o próprio Cristo estará reinando. Daí a ênfase “evangelho do Reino”, se bem que esta expressão também é empregada em referência ao evangelho pregado hoje (cf. Mc I.I4). O texto de I Coríntios 15.24,25 corrobora a explicação acima: “Depois, virá o fim, quando tiver entregado o Remo a Deus, ao Pai, e quando houver aniquilado todo império e toda potestade e força. Porque convém que reine até que haja posto a todos os inimigos debaixo de seus pés”. Observe que o fim só virá depois que Cristo reinar (cf. Dn 2.36-44)! Aqui temos uma clara alusão ao Milênio.
Explicação pós-mílenarista para os “mil anos”. Pós-milenaristas e amilenaristas apre- sentam inúmeros argumentos contra o Milênio como fato literal, baseados em passagens extraídas do contexto. Apesar disso, reconhecem que é difícil negar a lite- ralidade da expressão “mil anos”, mencionada seis vezes em Apocalipse 20.1-7. Numa tentativa de justificarem o seu sistema, os pós-milenaristas têm afirma- do que a palavra “mil”, em Apocalipse 20, é simbólica. Que autoridade eles têm para afirmar isso? Como mil é o cubo de dez (IOx 10x10), e este é um número de perfeição quantitativa, os “mil anos” (dizem eles) é uma descrição simbólica da glória permanente do Reino que Cristo estabeleceu quando veio ao mundo. O pós-milenarismo, aliás, afirma que o livro de Apocalipse deve ser inter- pretado, em geral, de maneira simbólica, e isso lhe oferece base para defender a infundada argumentação acima, que espiritualiza várias passagens bíblicas literais. Curiosamente, os defensores dessa escola se valem das parábolas de Jesus e das profecias do Antigo Testamento, e as interpretam simbolicamente para funda- mentarem as suas teorias! Na verdade, por mais que o pós-milenarismo tente negar a literalidade do Milênio, só conseguiria isso se, de fato, a Palavra de Deus não dissesse, com todas as letras, que ele não é literal. Contudo, não há como negar um evento escatológico apresentado nas Escrituras com tantas riquezas de detalhes.

O que é 0 pré-milenarismo? Ê uma escola de interpretação que, em geral, honra as Escrituras, afirmando que Cristo voltará antes do Milênio. Por outro lado, dependendo de seu subsistema de interpretar o período tribulacionista, pode se mostrar contraditória. Haja vista o pós-tribulacionismo e o mesotribulacionismo, correntes pré-milenaristas que defendem a idéia (já refutada neste capítulo) de que a Igreja enfrentará a Grande Tribulação ou a primeira parte dela. O sistema de interpretação que se harmoniza com as Escrituras é o pré- milenarismo pré-tribulacionista. De antemão saibamos que a Palavra de Deus é eterna, soberana e final ante escolas de pensamento, sistemas e argumentos humanos. Que direito tem o barro de questionar o oleiro? (Rm 9.20,21). Ela simplesmente é a verdade; cabe a nós aceitá-la, despojando-nos de todo pre- conceito. O que está escrito nas Escrituras é a verdade, concordem ou não os teólogos, com as suas escolas. Nesse caso, não é a Bíblia que é pré-milenarista pré-tribulacionista; é esta escola que é bíblica.


As Grandes Doutrinas da Bíblia - Raimundo de Oliveira - CPAD.

VIII. O MILÊNIO 

Ao aprisionamento de Satanás seguir-se-ão mil anos de paz e de governo perfeito sob o reinado de Sua Majestade, o Senhor Jesus Cristo, assinalando o começo duma nova dispensação. Esse período de mil anos de governo de Jesus Cristo ainda não é o princípio de um mundo novo, mas tão somente o fim de um mundo antigo. O que o sábado judaico é para a semana, assim será o Milênio para a era presente. Haverá um governo perfeito durante o reino milenial de Cristo e seus santos; mas não haverá um mundo perfeito (Ef 1.10). No seu aspecto mais abrangente, o Milênio terá os seguintes propósitos: - Fazer convergir em Cristo todas as coisas, isto é, toda a criação (1 Co 15.24-28). -Estabelecer a justiça e a paz na terra, eliminando toda rebelião contra Deus (Is 2.3; 60.20; Zc 8.3,22,23; 14.16; Jr 3.17). -Fazer convergir nele (o Milênio) todas as alianças da Bíblia.  -Fazer Israel ocupar toda a terra que lhe pertence e fazê-lo cabeça das nações.  -Cumprir as profecias a respeito do Messias.  -Satisfazer o anseio dos filhos de Deus que estão continuamente a orar: "Venha o teu reino". 

1. Quem Participará do Milênio  Dois grupos de povos distintos tomarão parte no Milênio: os crentes glorificados, consistindo dos santos do Antigo e do Novo Testamento, da Igreja triunfante, dos santos oriundos da Grande Tribulação; e os povos naturais, em estado físico normal, vivendo na terra, a saber: judeus salvos saídos da Grande Tribulação, gentios poupados no julgamento das nações, e o povo nascido durante o Milênio propriamente dito. No estado glorificado, os salvos não estarão limitados à terra. Seus corpos ressurretos não estarão sujeitos às limitações do tempo e do espaço como quando estavam em seus corpos mortais. Pelo contrário, serão como os anjos, dotados de corpos espirituais, não sujeitos às limitações da matéria.

  2. O Milênio em Relação a Israel  Uma vez que um grande e majestoso templo deverá ser construído em Jerusalém durante o Milênio, é admissível que alguns dos sacrifícios do Antigo Testamento ve nham a ser oferecidos a Deus aí. A diferença básica entre esses sacrifícios a serem oferecidos e os oferecidos nos dias do Antigo Testamento, é que esses apontavam para o que Jesus haveria de fazer, enquanto que aqueles são um memorial do que Jesus já fez. Além da restauração e revigoramento do culto a Deus, em Jerusalém, Israel alcançará muitas outras bênçãos no Milênio, dentre as quais se destacam a plena posse da terra prometida, e o privilégio da nação vir a ser uma bênção para todo o mundo da época. Jerusalém será a sede do governo milenial e mundial de Cristo (Is 22; Mq 4.2). De Jerusalém sairão tanto as diretrizes religiosas como as leia civis para o mundo. Os grandes centros de decisões políticas do mundo atual, caso ainda existam no Milênio, cederão ao poder e ao esplendor emanentes de Jerusalém. Pois, diz a Bíblia que tanto a "lei" como "a palavra do Senhor" sairão de Jerusalém (Is 2.3; Zc 8.20-23).  

3. O Milênio em Relação à Igreja  No Milênio a Igreja estará glorificada com Cristo na Jerusalém celeste. A Igreja exercerá a co-regência com Cristo durante esse período áureo da história da humanidade. Revestidos dum corpo glorioso e glorificado, os salvos estarão acima das limitações do tempo e do espaço sujeitos quando ainda em seus corpos mortais. Terão um corpo como o de Cristo ressurreto, que se locomove sem obstáculos e sem barreiras. Assim como na transfiguração de Cristo, Moisés e Elias não estavam sujeitos às limitações físicas, de igual modo os componentes da igreja, no Milênio não estarão sujeitos a essas limitações. Em todas as passagens que aludem à Igreja no Milênio, os salvos são sempre designados como em glória, glorificados e em lugares sublimes com o Senhor. Evidentemente tudo quanto imaginarmos e dissermos acerca da glória futura da Igreja, está mui aquém do que isso realmente significa. 

4. O Milênio em Relação ao Mundo em Geral  Durante o Milênio o mundo será saturado do conhecimento de Deus. Caravanas procedentes das mais diferentes nações irão a Jerusalém buscar a lei do Senhor (Ez 39.29; 36.27). Certamente que o pecado não será de todo erradicado da terra. Não. A natureza humana continuará a mesma, porém, devido ao aprisionamento de Satanás e às bênçãos do reinado e da presença pessoal de Cristo, ninguém estará impossibilitado de se submeter ao senhorio de Jesus Cristo. Serão tantas as facilidades e condições e obediência a Cristo, que ninguém poderá se desculpar em não lhe obedecer. Quanto à maneira como os habitantes da terra nesse tempo serão visitados pelo Senhor, diz o próprio Deus: "Já não esconderei deles o meu rosto, pois derramarei o meu Espírito sobre a casa de Israel, diz o Senhor Deus ... Porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis" (Is 2.4). Durante o Milênio, o antagonismo será removido de entre os homens. A ciência e o progresso atingirão o seu apogeu e alcançarão o fim a que se propuseram. Fronteiras já não existirão como  obstáculos à penetração de estrangeiros. As casas já não precisarão de fechaduras e cadeados. Moléstias tais como o câncer, a lepra e a AIDS já não ceifará vidas na proporção que conhecemos hoje. Não haverá mortandade entre as crianças. As nações já não necessitarão de exércitos armados para guarnecer as suas fronteiras, pois "estes converterão as suas espadas em relhas de arados, e suas lanças em podadeiras: uma nação não levantará a espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra" (Rm 8.19-22). No Milênio, a própria terra, como habitat do homem, passará por transformações que alterarão sensivelmente, para melhor, o seu clima e a sua produtividade. De igual modo os animais sofrerão mudança na sua natureza durante essa época áurea. A ferocidade deles será removida para dar lugar à docilidade. Não mais se atacarão, nem representarão qualquer ameaça ao homem. Toda a criação, afetada que foi pela queda do homem, de igual modo participará das bênçãos decorrentes do governo milenar de Cristo (Ap 20.7)..


FONTE : EBD ADVEC - TESOURO



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