Lição 7 - Nossa Esperança na
Vinda do Senhor
TEXTO BÍBLICO
BÁSICO
Apocalipse
20.2-6
2 - Ele
prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o diabo e Satanás, e amarrou-o por
mil anos.
3 - E
lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e pôs selo sobre ele, para que mais não
engane as nações, até que os mil anos se acabem. E depois importa que seja
solto por um pouco de tempo.
4 - E vi
tronos; e assentaram-se sobre eles aqueles a quem foi dado o poder de julgar. E
vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus e pela
palavra de Deus, e que não adoraram a besta nem a sua imagem, e não receberam o
sinal na testa nem na mão; e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos.
5 - Mas os
outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram. Esta é a primeira
ressurreição.
6 -
Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre
estes não tem poder a segunda morte, mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo e
reinarão com ele mil anos.
Isaías
11.6-9
6 - E morará
o lobo com o cordeiro, e o leopardo com o cabrito se deitará, e o bezerro, e o
filho de leão, e a nédia ovelha viverão juntos, e um menino pequeno os guiará.
7 - A vaca e
a ursa pastarão juntas, e seus filhos juntos se deitarão; e o leão comerá palha
como o boi.
8 - E
brincará a criança de peito sobre a toca da áspide, e o já desmamado meterá a
mão na cova do basilisco.
9 - Não se
fará mal nem dano algum em todo o monte da minha santidade, porque a terra se
encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar.
SUBSÍDIOS
PARA O ESTUDO DIÁRIO
2ª feira
– Isaías
32.14-20: O efeito da justiça será a paz
3ª feira – Ezequiel 47.1-12: O rio do
Milênio produz vida e saúde
4ª feira – Joel 3.14-18: Uma fonte da
casa do Senhor
5ª feira – Miqueias 4.2-7: De Sião sairá
a Lei, e a Palavra do Senhor, de Jerusalém
6ª feira – Zacarias 6.12-15: Ele mesmo
edificará o templo do Senhor
Sábado – Apocalipse 20.4: Reinaram com
Cristo durante mil anos
TEXTO ÁUREO
E o Senhor será rei sobre toda a terra; naquele dia, um será o Senhor, e
um será o seu nome. Zacarias 14.9
OBJETIVOS
Ao
término do estudo bíblico, o aluno deverá:
-
compreender as
razões para a instauração do Milênio na terra;
-
descrever as
mudanças e/ou transformações feitas por
Deus no
mundo na dispensação milenial;
-
entender que
todos aqueles que têm fome e sede de justiça serão plenamente satisfeitos na
dispensação milenial, em razão das transformações que ocorrerão na Terra.
ORIENTAÇÕES
PEDAGÓGICAS
Esta lição trata de um tema difícil,
por ser escatológico; porém, com estudo e dedicação, é possível que os
conteúdos fiquem claros para o aluno, se você, professor, compreender o assunto
em questão. Busque enfatizar o que está reservado para a Igreja gloriosa e
triunfante nesta dispensação: a última, e aquela que antecede a criação de
novos céus e terra (Ap 21.1).
Explique,
sinteticamente, o significado da palavra dispensação, que quer
dizer: economia
ou administração, ou seja, o modo como Deus trata a humanidade (Cl 1.25).
Enfatize as
bênçãos no Milênio e a participação da Igreja na teocracia divina.
COMENTÁRIO
Palavra
introdutória
Desde a
Queda, no Éden, os homens sonham com um tempo de paz, segurança e prosperidade,
em que as ruas da cidade se encherão de meninos e meninas, que nelas brincarão
(Zc 8.5), e em que todos poderão estar em perene comunhão com Deus, o eterno
Criador (Tg 4.8).
A humanidade
sonha com uma nova era, em que as notícias de roubos, sequestros, fome, pestes,
crimes hediondos, revoluções sanguinárias e guerras destruidoras serão
substituídas por manchetes de altos índices de abundância, crescimento,
estabilidade e tranquilidade entre todos os povos da terra (Mq 4.3).
Com
esperança, aguardamos o dia em que o trigo crescerá mais depressa do que poderá
ser colhido, e as parreiras produzirão uvas mais depressa do que se poderá
fazer vinho (Am 9.13 NTLH).
Esse tempo
de cumprimento de promessas (Gn 12.1-3; 17.8; 2 Sm 7.12-16; Is 42.6), que desde
o tempo antigo nunca houve, nem depois dele haverá pelos anos adiante, é
maravilhosamente descrito na Bíblia como Milênio (Is 11.1-9).
O Livro do Apocalipse é uma das
principais fontes de escatologia ou estudo do fim dos tempos, e sua escatologia
é consistente com o resto do Novo Testamento. Cada cristão pode ter a certeza
da vida após a morte. Os cristãos também podem ter a certeza de sua
ressurreição pessoal e da recompensa por uma vida justa vivida na terra
(VARUGHESE, A. Central Gospel, 2012, p. 481).
1. TEMPO DE
MILAGRES E TRANSFORMAÇÕES
Conforme
destacado na Lição 2, entende-se por milagre a suspensão das leis naturais,
para que as leis sobrenaturais interfiram no mundo físico. Isto significa que,
diante da limitação humana, Deus intervém na linearidade presumível da
Natureza, operando sinais e maravilhas (At 10.38; Hb 2.4).
Quando Jesus
esteve entre os homens pela primeira vez, Seus milagres manifestaram a glória do
Pai (Jo 9.3; 11.4; At 10.38); o mesmo ocorrerá na dispensação milenial (no
Milênio).
Quando o
Salvador comandar mil anos de paz, justiça e prosperidade, a humanidade
testemunhará inúmeros milagres e profundas transformações para a glória de Deus
(Is 65.17-25).
1.1.
Milagres na Natureza
A Natureza
será transformada pelo milagre da fertilidade; a Terra apresentará condições
semelhantes às encontradas no Éden (Is 11.6-9): os lugares secos tornar-se-ão
jardins verdejantes (Ez 34.26,27); a água será abundante (Is 30.25); a
configuração geológica e hidrográfica do planeta será modificada (Is 2.2; Ez
47.8-12); a iluminação será suficiente (Is 30.26); e os frutos das árvores
servirão de alimento, e suas folhas, de remédio (Ez 47.12).
1.1.1.
Milagres no mundo animal
No Milênio,
não haverá animais carnívoros, nem predadores, mas apenas herbívoros (Is
11.6-8). Como no princípio da Criação, as diferentes espécies coexistirão
pacificamente.
1.2.
Milagres nos corpos físicos
Não haverá
deformidades físicas: os cegos terão os olhos abertos; os surdos ouvirão; os
coxos saltarão; e o mudo poderá falar normalmente (Is 35.5,6; Zc 8.4).
Some-se a
isto a longevidade dos indivíduos (Is 65.20-22): a sobrevida humana aumentará
consideravelmente, ultrapassando com facilidade os cem anos de existência; a
morte chegará depois de longa velhice, porque as doenças serão removidas (Is
33.24; Ez 34.16).
1.3.
Milagres na vida material
Este será um
tempo de grande prosperidade econômica (Am 9.13-15): as pessoas terão o
suficiente para viver confortavelmente, sem qualquer prejuízo; não haverá
necessidade ou necessitados (Is 65.21,22; Jl 2.21-27). Os homens serão fartos,
porque o Rei atenderá pessoalmente aos Seus súditos (Ap 21.4).
1.4.
Milagres na administração e governo
No Milênio,
a forma de administração será teocrática (governo de Deus). Aquele que tem o
principado sobre os seus ombros, o Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da
Eternidade e Príncipe da Paz (Is 9.6), não permitirá qualquer tipo de ditadura,
opressão ou manipulação (Is 14.3-6; Zc 9.11,12).
Todos os
povos desfrutarão de paz, segurança, justiça e compreensão (Is 11.13). Porém, apesar
de tudo isso, como observou o Dr. René Pache: por mais belo que seja o Milênio,
ele não será o céu (WILLMINGTON, H. L. Central Gospel, 2015, p. 572).
1.4.1.
Milagres na vida militar
Os profetas
veterotestamentários vaticinaram que a justiça divina reinaria sobre a terra,
e, consequentemente, a paz (Mq 4.3; Os 2.18). A concórdia — individual e
internacional — só será possível, porque os governos do mundo serão unificados
em um único Reino: o de Cristo.
1.5.
Milagres na vida espiritual
Um grande
mover de Deus, o maior de todos os avivamentos, alcançará todo o mundo. O
Espírito Santo será derramado abundantemente sobre os habitantes do reino
milenar (Jl 2.28), especialmente sobre os judeus das casas de Davi e Israel (Ez
39.29; Zc 12.10).
Com a
unificação do governo e a transformação militar, outro ponto importante será a
unificação linguística nas relações interpessoais (Sf 3.19), o que
possibilitará, acima de tudo, a adoração ao verdadeiro Deus e a Jesus Cristo, o
Messias Regente (Is 66.17-23; Ml 1.11).
2. A CAPITAL
DO MILÊNIO
O Milênio
alcançará todos os povos, tribos e nações — desde os grandes centros até as
áreas mais inóspitas do Globo. De Norte a Sul, de Leste a Oeste, todas as
pessoas da terra serão abençoadas pelo Todo-poderoso (Gn 28.13-17). Todavia, a
despeito do alcance universal deste evento escatológico, é preciso ressaltar
que a capital do reino milenar será Jerusalém.
A terra dos
profetas, a cidade escolhida, amada e protegida por Deus (Zc 2.5), a cidade
histórica e sagrada, tanto para os cristãos, como para os judeus e muçulmanos —
sem a presença abominável do incircunciso e do impuro —, vestirá suas vestes
santas, esplendorosas e intocadas, para ser coroada a capital do Milênio (Is
52.1,2).
A alegoria da entronização —
[...] os ressurretos reinam com Cristo durante mil anos (Ap 20.6) e para todo
sempre (Ap 22.5). Aqueles perseguidos por sua fé seriam confortados para
compreenderem que seu breve sofrimento de dez dias (Ap 2.10) não pode ser comparado
a sua exaltação por mil anos (ROTZ, C. Central Gospel, 2015, p. 336).
2.1. Seu
valor histórico e religioso
A história
da humanidade estaria incompleta sem a presença da cidade de Jerusalém em seus
registros. Seus filhos formam o povo escolhido do Senhor e foram estabelecidos
por Ele como cabeça das nações (Dt 28.10,13).
Todos os
fatos, objetos e elementos relacionados a esse espaço geográfico singular são
fonte inesgotável de estudo, pesquisa e comentário. Jerusalém, a terra santa, a
cidade mais citada em todo texto bíblico (1 Sm 17.54; 2 Sm 5.7; 6.1-19; 24.25;
2 Cr 3.1; Lc 2.22; Mt 21; 23.37; 24), atrai os olhares do mundo para si, não
apenas por seu valor histórico, mas, sobretudo, por sua importância religiosa.
2.2. Sua
posição estratégica
Geograficamente,
o Senhor estabeleceu a nação de Israel no centro do planeta. A
partir de um simples olhar no mapa mundial, pode-se identificar a
cidade de Jerusalém: ela está no coração dos povos. Deus cercou a
cidade de altos montes protetores, tornando-a uma fortaleza natural
(Sl 125.2).
2.3. Sua
importância espiritual
O lugar mais
sagrado do mundo, para o judeu, é Jerusalém. Durante o Milênio, a terra dos
antigos profetas tornar-se-á a capital religiosa do mundo.
Após o
Armagedom, a cidade e o templo dos judeus serão restaurados, e os povos do
mundo inteiro subirão a Jerusalém, todos os anos, para adorar o Rei, o Senhor
dos Exércitos (Zc 14.16).
Jerusalém
será chamada de trono do Senhor (Jr 3.17): um lugar de bênçãos para as nações
gentílicas (Zc 8.22) e de honra para os judeus (Zc 8.23).
3.
PARTICIPANTES DO MILÊNIO
As profecias
bíblicas fazem-nos saber que os santos glorificados e os sobreviventes da
Grande Tribulação participarão da dispensação milenial. A Escritura também nos
dá ciência de que nenhum incrédulo participará dessa dispensação (Jr 31.33,34;
Ez 20.37; Jo 3.3).
Terá
destaque, neste cenário, a nação de Israel, pela reedificação do tabernáculo de
Davi (At 15.16), e pelo cumprimento literal da promessa que o Senhor fez a
Abraão, o primeiro judeu:
Em ti serão
benditas todas as famílias da terra (Gn 12.1,2).
3.1. Os
crentes glorificados
Participarão
do Milênio todos os salvos — tanto do Antigo Testamento quanto do Novo
Testamento — e os mártires de todas as eras — em especial os procedentes da
Grande Tribulação —, com direitos a todas as bênçãos advindas dessa dispensação
(Ap 20.4-6).
Seremos,
segundo a Escritura, reis e sacerdotes (Ap 1.6,10; 11.15), e, por essa razão,
reinaremos com Cristo sobre as nações (Ap 2.26-29).
3.2. Os
sobreviventes da Grande Tribulação
Existirão
outros tipos de corpos no Milênio, além dos glorificados (1 Co 15.51-53; Hb
11.35; Ap 20.5,6)?
Segundo
Harold Willmington (2015, p. 572), a resposta é sim, e esses serão os corpos
não glorificados dos que sobreviveram ao cataclismo da Grande Tribulação; dos
crentes judeus (Mt 25.10); dos crentes gentios (Mt 25.34) e o dos filhos que
nascerão durante o Milênio (Zc 8.5).
Muitos dos
nascidos durante o Milênio (Zc 8.5) podem decidir desobedecer a Deus e a
Cristo; isto explica a razão de o Messias reinar com vara de ferro (Zc
14.17-19; Ap 2.27; 12.5; 19.15) e o fato de haver uma rebelião final (a de
Gogue e Magogue), quando Satanás for solto (Ap 20.7,8).
Muitos dos
nascidos durante o Milênio (Zc 8.5) podem decidir desobedecer a Deus e a
Cristo; isto explica a razão de o Messias reinar com vara de ferro (Zc
14.17-19; Ap 2.27; 12.5;19.15) e o fato de haver uma rebelião final (a de Gogue
e Magogue), quando Satanás for solto (Ap 20.7,8).
CONCLUSÃO
Apesar de
alguns segmentos teológicos atribuírem um sentido figurativo à duração deste
evento, as profecias bíblicas indicam claramente que o Milênio será um período
de mil anos literais — cada ano, com 365 dias.
No Milênio,
Deus demonstrará, na terra, como será o céu. Jesus reinará eternamente na casa
de Jacó, e o seu Reino não terá fim (Lc 1.33).
Comentarista: Pr. Joá Caitano
Editora: Central Gospel
ADVEC – ASSEMBLEIA DE DEUS VITÓRIA EM CRISTO | TAQUARA ESCOLA BÍBLICA
DOMINICAL – CLASSE DOS PROFESSORES LPD n.º 53 – Grandes Temas do Apocalipse 1.º
Trimestre de 2018
Texto Bíblico
Básico: Ap 20:2-6; Is 11:6-9 Texto Áureo: Zc 14:9
1 –
INTRODUÇÃO
O tópico
Orientações Pedagógicas da Revista orienta os docentes explicarem aos alunos o
significado da palavra dispensação e quais são as dispensações bíblicas. Isto se deve ao fato do comentarista adotar a
visão dispensacionalista. Nas palavras do mesmo no livro de apoio à Revista,
“Deus configurou um plano de salvação parta a humanidade estabelecendo sete
períodos ou etapas conhecidas na teologia como dispensações”. É importante destacar
que no âmbito das igrejas pentecostais – em especial as Assembleias de Deus – é
adotada esta mesma visão.
O
Dispensacionalismo desenvolveu-se nos idos de 1830 pelo ministro anglicano John
Nelson Darby (18001882) e aqueles que faziam parte do Movimento dos Irmãos ou
Irmãos de Plymouth. Curiosamente, praticamente todos esses homens procediam de
igrejas cuja soteriologia era calvinista. Este grupo foi o pioneiro na
interpretação literal das Escrituras, e, conforme estudavam, passaram a
compreender melhor os eventos a respeito segunda vinda de Jesus Cristo
fisicamente, envolvendo o arrebatamento e um período de sete anos de
tribulação, após o qual ocorrerá a batalha do Armagedon e o estabelecimento do
reino de Deus na Terra.
Com o passar
do tempo – principalmente com a Bíblia de Referência de Scofield – o pensamento
dispensacionalista se popularizou nos círculos evangélicos. A partir da década
de 1920, com o crescimento da perspectiva teológica liberal1, o
Dispensacionalismo foi visto como uma resposta bíblica e conservadora aos
movimentos fundamentalista2 e pentecostal.
No pós-guerra (1945 em diante), com o rápido crescimento destes
movimentos nos EUA, cresceu também o pensamento dispensacionalista. Por outro
lado, a grande maioria das igrejas reformadas rejeitaram completamente o
Dispensacionalismo como base doutrinária.
2 –
SIGNIFICADO DE “DISPENSAÇÃO” A palavra “dispensação” em si significa
“administração” ou “mordomia” e é usada por Paulo no Novo Testamento (Ef 1:10;
Ef 3:2; Cl 1:25). No Dispensacionalismo, o mundo é visto como um “lar” que é
gerenciado por Deus.
3 – BASES DO
DISPENSACIONALISMO
3.1 –
Interpretação literal e consistente da Bíblia (desde Gênesis até o Apocalipse)
Pode ser definida como o entendimento dos conceitos com base na vida diária
normal. As palavras recebem o mesmo significado que possuem numa comunicação
usual. Trata-se de interpretar uma passagem bíblica da maneira normal ou óbvia.
No entanto, é preciso entender que não se deve excluir figuras idiomáticas (“O Senhor
é o meu pastor” – Sl 23:1), simbolismos na Bíblia (observando que estes sempre
se referem figurativamente a algo literal), e o emprego de parábolas.
3.2 –
Distinção entre Israel e a Igreja Há uma clara distinção entre Israel e a
Igreja no Novo Testamento. O livro de Atos dos Apóstolos fala de Israel como
povo 25 vezes e da Igreja 19 vezes. Os discursos escatológicos de Jesus foram
proferidos dentro do Seu contexto étnico (para os judeus), assim como o Sermão
do Monte. Em nenhum instante, Ele fez qualquer menção de punição ao Seu novo
povo, a Igreja (1Ts 5:9). Ele não tem nada contra ela, mas tem contra aqueles
que a rejeitaram. A maioria dos teólogos
reformadores afirma que a Igreja substituiu Israel. Segundo estes, todas as
profecias que antes se aplicavam a Israel, agora, aplicam-se à Igreja. Alegam
que Jesus declarou que o sangue de todos os justos “será requerido desta
geração” (Lc 11:51). Afirmam que tudo foi passado para a Igreja, cujos membros,
pela fé, gozam o privilégio de serem filhos de Abraão. A Igreja não deve
entender que Deus abandonou Israel, mas que Ele está usando a sua atual
situação como meio de trazê-lo de volta para si (Rm 11:11,12).
3.3 –
Glorificação de Deus como Seu propósito principal para o mundo Se no Jardim do
Éden Adão e Eva tinham gozado comunhão ininterrupta com Deus, habitando na
inocência, com a Queda tudo mudou: foram expulsos do jardim, uma profunda
percepção de pecado e de vergonha passou a dominá-los, o homem teve de começar
a ganhar a vida para si e para a sua família trabalhando arduamente, a mulher
teve que ter filhos com dor. O pecado entrara no mundo, e a morte também
entrara através do pecado. Certamente que tudo isto envolveu uma mudança nas
responsabilidades dos homens para com Deus e para com os outros. Deste momento
em diante as interações de Deus com os homens foram mudadas repetidas vezes.
Enquanto os princípios de Deus nunca mudam, as Suas interações mudam de tempos
em tempos. Assim, pode-se entender que a Bíblia está organizada em sete
dispensações: Inocência ou Liberdade (Gn 1:13:7), Consciência ou
Autodeterminação (Gn 3:8-8:22), Governo Humano ou Governo Civil (Gn 9:1-11:32),
Promessa ou Patriarcal (Gn 12:1-Ex 19:25), Lei ou de Israel (Ex 20:1-At 2:4),
Graça ou da Igreja (At 2:4-Ap 20:3) e o Reino Milenar (Ap 20:4-6). Veja maiores informações sobre as
dispensações nos links: As Sete Dispensações3 e Responsabilidade, Fracasso e
Juízos4.
4 – O
MILÊNIO Localizada na última
dispensação, o Milênio é um período de mil anos em que Jesus, juntamente com a
Sua Igreja glorificada, governará a Terra. Ainda não será o princípio de um
novo mundo, mas tão somente o fim de um mundo antigo. O Milênio recebe os seguintes títulos: Mil
Anos (Ap 20:1-6), Regeneração (Mt 19:28), Último Dia (Jo 6:40), Tempos de
Refrigério (At 3:19-21), Tempos de Restauração de Tudo (At 3:20,21),
Dispensação da Plenitude dos Tempos (Ef 1:10), Consolação ou Redenção de Israel
(Lc 2:25-28), Dia de Cristo (Fp 1:6) e o Reino de Cristo (Ap 11:15).
5 –
CONSIDERAÇÕES FINAIS Deus fez um plano que é conhecido dele desde a eternidade
(At 15:18). A Bíblia é a revelação deste plano. Deus, o arquiteto das eras,
achou por bem confiar-nos Seu plano para o futuro e revelar-nos Seu propósito e
programa em detalhes na Palavra. As dispensações bíblicas constituem a “espinha
dorsal” das Escrituras. Devemos conhecer estas dispensações, suas
características e objetivos principais, e, sobretudo, o principal propósito de
Deus em ter um reino universal sobre o qual Ele reinará para sempre. Deus tem os Seus planos e também irá
executá-lo (Is 46:9-11).
1 A perspectiva teológica liberal, surgida no
final do século XIX, entre outros aspectos, considera razoável a Teoria da
Evolução de Charles Darwin e questiona a inspiração divina das Escrituras. 2 O
fundamentalismo surgiu no início do século XX como uma resposta cristã
evangélica à perspectiva teológica liberal, enfatizando os fundamentos bíblicos
e constituído dos seguintes princípios: a Bíblia é infalível, Jesus nasceu da
Virgem Maria, foi concebido pelo Espírito Santo e era e é o Filho de Deus, a
salvação é obtida somente através da graça de Deus e a fé humana na
crucificação de Cristo para os pecados da humanidade, Jesus ressuscitou dos
mortos e agora está assentado à direita de Deus Pai, a autenticidade dos
milagres de Jesus como registrados nas Escrituras e a literal e pré-milenar
segunda vinda de Cristo à Terra.
ADVEC –
ASSEMBLEIA DE DEUS VITÓRIA EM CRISTO | TAQUARA
O MILÊNIO
PRISÃO
DE SATANÁS POR MIL ANOS
JOÃO DE OLIVEIRA
Aprendemos
durante o estudo da Grande Tribulação, que o mundo era dominado por uma
"trindade satânica" composta pelo Dragão (Diabo), o Anti-Deus, a
Besta que subiu do mar, o Anticristo e a Besta que subiu da terra, o
Anti-Espírito Santo. Sabemos que todas as atrocidades ocorridas na Grande
Tribulação foram feitas pelo Dragão, a Besta e o Falso-Profeta. Só que os dois
últimos; isto é, a Besta e o Falso-Profeta foram lançados no "Lago de Fogo
que arde com enxofre" (conforme Ap. 19.20). Porém, como fica o Dragão (o
Diabo), que tinha dado poder e autoridade à Besta? (Conforme Ap. 13.2). O Diabo
incita o homem contra Deus, e depois ele mesmo foge e deixa o homem morrer
sozinho. Conforme Ap. 19.20, só estava na Batalha do Armagedom os dois: a Besta
e o Falso-Profeta. O texto diz que os dois foram lançados no lago de fogo. Onde
estava o Dragão? Por que Satanás não tem coragem de enfrentar Cristo cara à
cara? Por que o Diabo deixou o Anticristo e o Falso-Profeta sozinhos em
Armagedom e estava tentando escapulir? A resposta é que enquanto Cristo
pelejava em Armagedom, o Pai estava agindo com a Prisão do Mafioso Chefe dos
demônios. Quando ele tentava escapulir desceu um "Anjo Forte" com a
chave do abismo e uma grande cadeia na mão (leia Ap. 20.1). "Ele prendeu o
Dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e o amarrou por mil
anos" conforme Ap. 20.2. "Lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e
selou sobre ele, para que não enganasse mais as nações, até que os mil anos se
completassem, depois disto é necessário que seja solto, por um pouco de
tempo" Ap. 20.3. A destruição final de Satanás trataremos mais na frente,
conforme Ap. 20.7-10.
7 - SÉTIMO
PERÍODO DE OPORTUNIDADE G- DISPENSACÂO DA PLENITUDE DO REINO MILENAR
Nós já
aprendemos, que a Dispensação da Igreja, preencheu a "Lacuna Profética"
deixada pelo intervalo entre a 69a(sexagésima nona) Semana Profética de Daniel
e a 70a(septuagésima) Semana Profética. O intervalo ocupado pela Igreja foi do
ano 33 d.C. até o Arrebatamento ao encontro do Senhor nos ares. Ainda
aprendemos que a Grande Tribulação corresponde a 70a(septuagésima) Semana Profética de Daniel,
que a Segunda Vinda de Cristo em Glória se dará no final da Grande Tribulação
em meio a grande batalha do Armagedom, para salvar Israel, destruir a Besta e o
Falso Profeta, amarrar Satanás por mil anos e implantar o reino Milenar aqui na
Terra. "BEM-AVENTURADO O QUE ESPERA E CHEGA ATÉ MIL TREZENTOS E TRINTA E
CINCO DIAS" - Daniel 12.12 - Explicação: Do meio da Grande Tribulação, até
a Segunda Vinda de Cristo em Glória, se passarão 1260 dias, ou 3/5(três anos e
meio). "Quanto tempo haverá até o fim destas maravilhas?" - Daniel 12
=> Resposta: "Depois de um tempo, de tempos e metade de um tempo"
- Daniel 12.7 - 1260 dias da última metade da Grande Tribulação, mais 30 dias
do julgamento das nações viventes, dará um total de 1290 dias, conforme Daniel
12.11. Computando os 1260 dias, mais 30 dias, e mais 45 dias da Purificação da
Terra, para inaugurar o Milênio com a Natureza Restaurada, (1260+30+45) completará
os 1335 dias mencionados em Daniel 12.12. É por isso que a Bíblia chama de
"BEM AVENTURADO" quem chegar aos 1335 dias; porque logo em seguida à
estes dias turbulentos, Israel e as Nações Viventes Absorvidas no Julgamento,
desfrutarão das bênçãos do glorioso Reino Milenar. O Milênio é um Maravilhoso
Reinado de Cristo na terra por 1000 anos (Ap. 20.1-6). Como já aprendemos,
existem correntes de Teólogos que acham difícil Jesus vir novamente à terra
para reinar 1000 anos. Isso é puro raciocínio humano. Ora, muito mais difícil
seria Ele vir para ser humilhado, morrer e sofrer como homem por nossos
pecados, levando sobre si a nossa maldição. E isso Ele já fez. Muito mais Virá
Ele para reger às Nações com Vara de Ferro, como Rei dos reis e Senhor dos
senhores (leia Ap. 19.15; SI. 2.7-12; Is. 11.1-10 etc). Esta época "Áurea
de Ouro" é ansiosamente aguardada pelo Povo Israelita (Lc. 2.38; At.
1.6,7). Jesus não lhes tirou esta esperança, apenas não revelou o tempo. Existe
milhares de promessas à respeito deste Reino Glorioso (leia Zc. 14.9-21; Mq.
4.8-13; Is. 11.1-13; Dn. 2.44,45; At. 15.16; Is. 60.1 e 66.20; Lc. 2.25-38; Ap.
20.1-6 etc). Este período é também chamado: "Consolação de Israel",
"Tempo de Grandeza e Glória para Israel", "Redenção de
Israel", "Reino Prometido à Davi". O Milênio será a resposta às
milhões de orações do povo de Deus através dos tempos: "VENHA O TEU
REINO".
PROPÓSITOS
DO MILÊNIO
No início do
seu Ministério aqui na terra Jesus revelou a Plataforma do seu Governo,
apresentando uma Legislação toda Superior. É o chamado Sermão do Monte,
registrado em Mt. 5 à 7 - conhecido como "O Evangelho do Reino". Veja
alguns propósitos do Reino Milenar: 1o - Fazer convergir em Cristo todas as
coisas, isto é, toda Criação: "De fazer convergir NELE, na Dispensação da
Plenitude dos Tempos, todas as coisas, tanto as do céu, como as da terra"
- Ef. 1.10. A Criação também "geme" aguardando esse tempo para sua
libertação das consequências do pecado à que ficou sujeita desde a queda do homem.
Romanos 8.19-23.. O pecado trazido pelo Diabo trouxe toda a sorte de
divergências. Porém, durante o Milênio ele ficará trancafiado; Pois, afinal de
contas ele não é absoluto; 2o - Estabelecer a Justiça e a Paz na Terra,
eliminando toda a rebelião contra Deus. (leia 1Co. 15.24-28);
3o - Fazer
Israel ocupar toda a Terra que lhe pertence e Fazê-lo Cabeça das Nações (leia
todo o capítulo 12 de Zacarias; Is. 11.10; Gn. 15.18 etc);
4o - Cumprir
as Profecias à Respeito do Reino do Messias (leia Dn. 9.24; At. 3.21; Dn. 2.44,45
). Nós já aprendemos que Jesus nasceu na época que o Império Romano dominava o
mundo. Ele foi morto debaixo da Mão de Ferro desse Império Terrível (leia Dn.
9.26). Quando Jesus estava sendo julgado perante Pilatos, este perguntou se
Jesus era Rei, Jesus lhe respondeu: "Eu para isso nasci e para isso vim ao
mundo" (Jo. 18.37). Ainda respondeu Jesus à Pilatos: "Nenhum poder
terias sobre mim, se de cima não te fosse dado" (Jo. 19.11). Quando Jesus
vier implantar o seu Reino aqui na terra, encontrará esse mesmo poderio do
Império Romano ressurgido. Porém Jesus destruirá definitivamente o poder deste
Império e estabelecerá o Seu Domínio Eterno, (leia Dn. 2.44,45). Na Primeira
Vinda de Cristo à terra Ele foi ferido no calcanhar pelo Império Romano. Porém,
na Segunda Vinda de Cristo à terra Ele ferirá a Cabeça desse Império que é o
Anticristo. Veja o Paralelo entre a 1ª Vinda de Cristo e a 2ª Vinda para
implantar o Reino Milenar.
ÉPOCA DO
NASCIMENTO ÉPOCA DO MILÊNIO Veio para morrer por nossos pecados Virá reinar por
mil anos Veio como Servo Virá como Senhor dos senhores Veio como Príncipe
Ungido Virá como Rei dos reis Veio Humilhado Virá Exaltado Veio montado num
jumento Virá montado num Cavalo Branco Veio para servir Virá para reinar Veio
como Cordeiro Virá como Leão da Tribo de Judá Nasceu numa manjedoura Se
assentará no Trono de Glória Nasceu em Belém Reinará em Jerusalém Era
desprezado dos homens Será adorado por todos . Pagou tributo à nação Regerá as
Nações com Vara de Ferro Veio salvar os homens Virá Governar o Mundo
5o - O
Milênio ocorrerá na terra. Em 1Co. 6.2 está dito que os santos hão de julgar o
mundo, (leia SI. 2.8,9; Is. 65.21; Dn. 2.35b; Zc. 9.10 e 14.10; Ap. 5.10 e
11.15). No Milênio a Igreja atuará como Ministros do Governo de Cristo. Porém a
Igreja estará em Corpo Glorificado, desempenhando cada um a sua função no
Reino. Somente estará com corpo carnal e material Israel e as Nações Viventes
que passaram pelo Julgamento das Nações (não confundir com o Juízo Final, que
será após o Milênio). "O Senhor será Rei sobre toda a terra; naquele dia
um só será o Senhor, e um só será o seu Nome" - Zc. 14.9. A Jerusalém
Celestial, conhecida como nossa mãe (Gl. 4.26) será a Sede Espiritual do
Governo de Cristo, onde também ficará a Igreja Arrebatada. A Jerusalém Terrena
será a Sede Material do Governo de Cristo. Será a Capital Mundial na época do
Milênio. Hoje cidades importantes como: Nova York, Paris, Roma, Moscou, etc.
Lutam para terem o título de Capital Mundial. Porém isso está reservado para
Jerusalém no Milênio. O Milênio será um reino proeminentemente judaico. As
passagens bíblicas de Ez. 34.23,24 e 37.24,25; Jr. 30.9; Os. 3.5, indica que
Davi reinará então, certamente apontado para o Grande Filho de Davi, como é
chamado o Senhor Jesus (leia Is. 16.5; Lc. 1.32,33). Jesus reinará sobre
Israel, através dos seus Apóstolos conforme sua promessa feita em Mt. 19.28; e
reinará sobre os gentios, certamente através de sua Igreja, conforme ICo. 6.2.
FATOS
IMPORTANTES DESTA SÉTIMA E ÚLTIMA DISPENSAÇÃO Governo Universal do Filho de
Deus Jerusalém a Capital Mundial Israel como Cabeça das Nações Ausência do Mal
(Satanás estará preso) A Redenção da Natureza Ausência de enfermidades, pragas,
miséria e fome Inigualável Prosperidade e Riquezas Muita Fartura e Abundância
Aumento da Qualidade de Vida; pessoas terão a idade das árvores Será o Último
Período de Oportunidade da Raça Humana A Igreja estará Glorificada com Cristo
na Jerusalém Celeste O Templo Milenar será construído Os Judeus possuirão toda
a Terra Prometida A Jerusalém Celeste estacionará acima da Jerusalém Terrena
Toda a Terra se encherá da Glória e do Conhecimento do Senhor Jesus .O
Conhecimento de Deus será Universal
Teologia Sistemática Pentecostal
Amilenarismo, pós-milenarismo e pré-milenarismo
Antes de
discorrermos sobre o Milênio, faremos uma breve análise dos três principais
sistemas teológicos (e seus subsistemas) de interpretação relacionados ao
Milênio, a fim de que nos firmemos cada vez mais no que a Palavra de Deus
assevera sobre as últimas coisas.
O que ê 0
amilenarismo? Ê uma escola de interpretação que espiritualiza boa parte das
passagens bíblicas futuríveis. O amilenarismo (ou amilenismo) interpreta, a
qualquer custo, as profecias sobre o Remo de Deus na Terra à luz da obra
redentora de Cristo. Na cruz, ao dar o último brado, o Senhor teria prendido
Satanás, simbolicamente. Esse aprisionamento significa que o Senhor limitou o
poder do Inimigo de enganar as nações (cf. Ap 20.1-3). De acordo com esse
sistema, a Segunda Vinda não terá duas etapas. Tudo acontecerá de uma vez só, “naquele
dia”. Quanto aos “mil anos”, mencionados claramente em Apocalipse 20.1-7 por
seis vezes, trata-se apenas de um número simbólico, que indica um período de
tempo iniciado na primeira vinda de Cristo, o qual nunca terminará! Não haverá,
pois, um Reino milenar e físico; afinal, o Reino Eterno e espiritual já está em
plena atividade. Mas os próprios amilenaristas reconhecem, em suas obras, que é
impossível ser dogmático quanto ao que significa a expressão “mil anos” em
Apocalipse 20. Em outras palavras, eles têm preferido negar o que está clara e
literalmente escrito, a fim defender uma teoria fundamentada em uma
interpretação hipo- tética! Afinal, até que ponto o sistema amilenarista é
verossímil e biblicamente fundamentado ?
O que é 0 pós-milenarismo? Este sistema de
interpretação tem semelhanças com a anterior, haja vista afirmar que não haverá
um período de mil anos em que Cristo reinará naTerra, e que o Diabo já foi
aprisionado quando o Senhor morreu, no Gólgota. No primeiro advento do Senhor
teria acontecido o esma- gamento pactuai do Inimigo. Nesse caso, o anjo que o
prendeu (cf. Ap 20.1) é o próprio Cristo. E os resultados disso estariam
ocorrendo progressivamente ao longo da História. Entretanto, não há como
interpretar, à luz das Escrituras, o texto de Apoca- lipse 20.1-3 como uma
alusão ao suposto aprisionamento de Satanás ocorrido na cruz. Afinal, a própria
Palavra de Deus assevera que ele é “o príncipe das
potestades
do ar” (Ef 2.2); e pode, inclusive, opor-se hoje aos servos do Senhor (I Ts
2.18; I Pe 5.8,9; Ef 6.11,12). Se o Inimigo tivesse mesmo sido aprisionado
quando Jesus foi crucificado, de que maneira teria conseguido encher o coração
de Ananias, para que este mentisse ao Espírito Santo (At 5.3)? Por que Paulo
afirmou que “o deus deste século [o Diabo] cegou os entendimentos dos
incrédulos” (2 Co 4.4)? E por que o doutor dos gentios, ainda, afirmou que não
ignorava os ardis de Satanás (2 Co 2.11)? O pós-milenarismo (e também o
amilenarismo) afirma que Cristo está reinan- do, mas em espírito. Ele foi
entronizado como Rei logo após a sua ressurreição e ascensão. E o fato de Ele
estar hoje assentado à mão direita de Deus, nas regiões celestiais, denota que
o Reino “milenar” está em plena atividade. Pouco a pouco, o Rei conquistará o
mundo pela vitória do evangelho. Para essa escola de interpretação, o Milênio é
uma extensão do período da Igreja que ocasionará uma grande disseminação do
evangelho. Os “mil anos”, pois, são simbólicos e correspondem ao período entre
a morte de Cristo e a evangelização total do mundo. O que isso significa? Que
os “mil anos” de Apo- calipse 20.1-7 já são, hoje, mais de dois mil anos! A
interpretação preterista. Tanto o amilenarismo como o pós-milenarismo fazem uma
leitura preterista das Escrituras. Nesse caso, a Grande Tribulação já teria
acontecido, na geração contemporânea de Cristo, e o Anticristo, se manifes-
tado, no século I. Como apoio à sua interpretação, empregam passagens do livro
de Apocalipse que tratam da iminência das últimas coisas (cf. Ap 1.1,3;
22.7,10,12). Entretanto, se acreditarmos que já estamos no Milênio — sendo este
suposta- mente um período indefinido entre a morte de Cristo e a evangelização
mundial, ou um Reino Eterno inaugurado na primeira vinda do Senhor— , o
Arrebatamento não será o primeiro evento escatológico, e sim o fim de todas as
coisas. E isso implica adaptar toda a mensagem da Bíblia ao raciocínio humano
evidenciado nesse sistema preterista, além de ignorar a clara seqüência
cronológica de Apocalipse 19 a 22:
1) A Igreja
glorificada no Céu: I9.I-I0.
2) A Manifestação de Cristo em poder e grande
glória: I9.II-I6.
3) O
Armagedom: 19.17-19.
4) A vitória
de Cristo sobre o império do Anticristo: Ap 19.20,21.
5) A prisão
de Satanás: 20.1-3.
6) A ressurreição dos mártires da Tribulação:
20.4,5
7) O
Milênio: 20.4-6.
8) A
liberação de Satanás após o Milênio: 20.7-9.
9) A
destinação eterna do Diabo: 20.10.
10) O Juízo Final: 20.11-15.
11) Novo Céu
e Nova Terra: 21-22.
Como explicar o fato de que haverá duas ressurreições e
vários julgamentos? Todos os eventos mencionados após o Arrebatamento se darão
num só instante? Tentemos imaginar como seria isso. O Arrebatamento, as
ressurreições de justos e injustos, o Tribunal de Cristo, o Julgamento das
Nações, o Juízo Final. Enfim, tudo ocorreria num só momento?! A pregação do
evangelho em todo 0 mundo. Os pós-milenaristas apegam-se ao texto de Mateus
24.14 para afirmar que Jesus só voltará depois de toda a Terra ter sido
evangelizada. Mas isso, além de refletir má exegese, retardaria a Segunda Vinda
por mais alguns milhares de anos. Em Mateus 24.3, os discípulos de Jesus lhe
fizeram uma pergunta tríplice: “Dize-nos quando serão essas coisas e que sinal
haverá da tua vinda e do fim do mundo?” E quem lê atentamente todo o capítulo
percebe que a resposta do Senhor também foi tríplice, mas não necessariamente
em ordem cronológica. Jesus falou de eventos que ocorreriam num futuro próximo
(a destruição de Jerusalém, no ano 70) e de outros dois tipos de acontecimentos
que se dariam num futuro mais remoto. No versículo 24, Ele disse: “E este
evangelho do Reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as
gentes, e então virá o fim”. O termo “fim”, aqui, tendo em vista a tríplice
pergunta dos discípulos, não dizem respeito à Segunda Vinda, e sim ao “fim do
mundo”. Quando, pois, o evangelho será pregado em todo o mundo? Somente no
Milê- nio; a Terra então se encherá do conhecimento do Senhor (Is 2.3), e o
próprio Cristo estará reinando. Daí a ênfase “evangelho do Reino”, se bem que
esta expressão também é empregada em referência ao evangelho pregado hoje (cf.
Mc I.I4). O texto de I Coríntios 15.24,25 corrobora a explicação acima:
“Depois, virá o fim, quando tiver entregado o Remo a Deus, ao Pai, e quando
houver aniquilado todo império e toda potestade e força. Porque convém que
reine até que haja posto a todos os inimigos debaixo de seus pés”. Observe que
o fim só virá depois que Cristo reinar (cf. Dn 2.36-44)! Aqui temos uma clara
alusão ao Milênio.
Explicação
pós-mílenarista para os “mil anos”. Pós-milenaristas e amilenaristas apre-
sentam inúmeros argumentos contra o Milênio como fato literal, baseados em
passagens extraídas do contexto. Apesar disso, reconhecem que é difícil negar a
lite- ralidade da expressão “mil anos”, mencionada seis vezes em Apocalipse
20.1-7. Numa tentativa de justificarem o seu sistema, os pós-milenaristas têm
afirma- do que a palavra “mil”, em Apocalipse 20, é simbólica. Que autoridade
eles têm para afirmar isso? Como mil é o cubo de dez (IOx 10x10), e este é um
número de perfeição quantitativa, os “mil anos” (dizem eles) é uma descrição
simbólica da glória permanente do Reino que Cristo estabeleceu quando veio ao
mundo. O pós-milenarismo, aliás, afirma que o livro de Apocalipse deve ser
inter- pretado, em geral, de maneira simbólica, e isso lhe oferece base para
defender a infundada argumentação acima, que espiritualiza várias passagens
bíblicas literais. Curiosamente, os defensores dessa escola se valem das
parábolas de Jesus e das profecias do Antigo Testamento, e as interpretam
simbolicamente para funda- mentarem as suas teorias! Na verdade, por mais que o
pós-milenarismo tente negar a literalidade do Milênio, só conseguiria isso se,
de fato, a Palavra de Deus não dissesse, com todas as letras, que ele não é
literal. Contudo, não há como negar um evento escatológico apresentado nas
Escrituras com tantas riquezas de detalhes.
O que é 0
pré-milenarismo? Ê uma escola de interpretação que, em geral, honra as
Escrituras, afirmando que Cristo voltará antes do Milênio. Por outro lado,
dependendo de seu subsistema de interpretar o período tribulacionista, pode se
mostrar contraditória. Haja vista o pós-tribulacionismo e o
mesotribulacionismo, correntes pré-milenaristas que defendem a idéia (já
refutada neste capítulo) de que a Igreja enfrentará a Grande Tribulação ou a
primeira parte dela. O sistema de interpretação que se harmoniza com as Escrituras
é o pré- milenarismo pré-tribulacionista. De antemão saibamos que a Palavra de
Deus é eterna, soberana e final ante escolas de pensamento, sistemas e
argumentos humanos. Que direito tem o barro de questionar o oleiro? (Rm
9.20,21). Ela simplesmente é a verdade; cabe a nós aceitá-la, despojando-nos de
todo pre- conceito. O que está escrito nas Escrituras é a verdade, concordem ou
não os teólogos, com as suas escolas. Nesse caso, não é a Bíblia que é
pré-milenarista pré-tribulacionista; é esta escola que é bíblica.
As Grandes Doutrinas da Bíblia - Raimundo de Oliveira - CPAD.
VIII. O
MILÊNIO
Ao
aprisionamento de Satanás seguir-se-ão mil anos de paz e de governo perfeito
sob o reinado de Sua Majestade, o Senhor Jesus Cristo, assinalando o começo
duma nova dispensação. Esse período de mil anos de governo de Jesus Cristo
ainda não é o princípio de um mundo novo, mas tão somente o fim de um mundo
antigo. O que o sábado judaico é para a semana, assim será o Milênio para a era
presente. Haverá um governo perfeito durante o reino milenial de Cristo e seus
santos; mas não haverá um mundo perfeito (Ef 1.10). No seu aspecto mais abrangente,
o Milênio terá os seguintes propósitos: - Fazer convergir em Cristo todas as
coisas, isto é, toda a criação (1 Co 15.24-28). -Estabelecer a justiça e a paz
na terra, eliminando toda rebelião contra Deus (Is 2.3; 60.20; Zc 8.3,22,23;
14.16; Jr 3.17). -Fazer convergir nele (o Milênio) todas as alianças da
Bíblia. -Fazer Israel ocupar toda a
terra que lhe pertence e fazê-lo cabeça das nações. -Cumprir as profecias a respeito do
Messias. -Satisfazer o anseio dos filhos
de Deus que estão continuamente a orar: "Venha o teu reino".
1. Quem Participará do Milênio Dois grupos de povos distintos tomarão parte
no Milênio: os crentes glorificados, consistindo dos santos do Antigo e do Novo
Testamento, da Igreja triunfante, dos santos oriundos da Grande Tribulação; e
os povos naturais, em estado físico normal, vivendo na terra, a saber: judeus
salvos saídos da Grande Tribulação, gentios poupados no julgamento das nações,
e o povo nascido durante o Milênio propriamente dito. No estado glorificado, os
salvos não estarão limitados à terra. Seus corpos ressurretos não estarão
sujeitos às limitações do tempo e do espaço como quando estavam em seus corpos mortais.
Pelo contrário, serão como os anjos, dotados de corpos espirituais, não
sujeitos às limitações da matéria.
2. O
Milênio em Relação a Israel Uma vez que
um grande e majestoso templo deverá ser construído em Jerusalém durante o
Milênio, é admissível que alguns dos sacrifícios do Antigo Testamento ve nham a
ser oferecidos a Deus aí. A diferença básica entre esses sacrifícios a serem
oferecidos e os oferecidos nos dias do Antigo Testamento, é que esses apontavam
para o que Jesus haveria de fazer, enquanto que aqueles são um memorial do que
Jesus já fez. Além da restauração e revigoramento do culto a Deus, em
Jerusalém, Israel alcançará muitas outras bênçãos no Milênio, dentre as quais
se destacam a plena posse da terra prometida, e o privilégio da nação vir a ser
uma bênção para todo o mundo da época. Jerusalém será a sede do governo
milenial e mundial de Cristo (Is 22; Mq 4.2). De Jerusalém sairão tanto as
diretrizes religiosas como as leia civis para o mundo. Os grandes centros de
decisões políticas do mundo atual, caso ainda existam no Milênio, cederão ao
poder e ao esplendor emanentes de Jerusalém. Pois, diz a Bíblia que tanto a
"lei" como "a palavra do Senhor" sairão de Jerusalém (Is
2.3; Zc 8.20-23).
3. O Milênio em
Relação à Igreja No Milênio a Igreja
estará glorificada com Cristo na Jerusalém celeste. A Igreja exercerá a
co-regência com Cristo durante esse período áureo da história da humanidade.
Revestidos dum corpo glorioso e glorificado, os salvos estarão acima das
limitações do tempo e do espaço sujeitos quando ainda em seus corpos mortais.
Terão um corpo como o de Cristo ressurreto, que se locomove sem obstáculos e
sem barreiras. Assim como na transfiguração de Cristo, Moisés e Elias não
estavam sujeitos às limitações físicas, de igual modo os componentes da igreja,
no Milênio não estarão sujeitos a essas limitações. Em todas as passagens que
aludem à Igreja no Milênio, os salvos são sempre designados como em glória,
glorificados e em lugares sublimes com o Senhor. Evidentemente tudo quanto
imaginarmos e dissermos acerca da glória futura da Igreja, está mui aquém do
que isso realmente significa.
4. O Milênio
em Relação ao Mundo em Geral Durante o
Milênio o mundo será saturado do conhecimento de Deus. Caravanas procedentes
das mais diferentes nações irão a Jerusalém buscar a lei do Senhor (Ez 39.29;
36.27). Certamente que o pecado não será de todo erradicado da terra. Não. A
natureza humana continuará a mesma, porém, devido ao aprisionamento de Satanás
e às bênçãos do reinado e da presença pessoal de Cristo, ninguém estará
impossibilitado de se submeter ao senhorio de Jesus Cristo. Serão tantas as
facilidades e condições e obediência a Cristo, que ninguém poderá se desculpar
em não lhe obedecer. Quanto à maneira como os habitantes da terra nesse tempo
serão visitados pelo Senhor, diz o próprio Deus: "Já não esconderei deles
o meu rosto, pois derramarei o meu Espírito sobre a casa de Israel, diz o
Senhor Deus ... Porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus
estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis" (Is 2.4). Durante o
Milênio, o antagonismo será removido de entre os homens. A ciência e o
progresso atingirão o seu apogeu e alcançarão o fim a que se propuseram. Fronteiras
já não existirão como obstáculos à penetração
de estrangeiros. As casas já não precisarão de fechaduras e cadeados. Moléstias
tais como o câncer, a lepra e a AIDS já não ceifará vidas na proporção que
conhecemos hoje. Não haverá mortandade entre as crianças. As nações já não
necessitarão de exércitos armados para guarnecer as suas fronteiras, pois
"estes converterão as suas espadas em relhas de arados, e suas lanças em
podadeiras: uma nação não levantará a espada contra outra nação, nem aprenderão
mais a guerra" (Rm 8.19-22). No Milênio, a própria terra, como habitat do
homem, passará por transformações que alterarão sensivelmente, para melhor, o
seu clima e a sua produtividade. De igual modo os animais sofrerão mudança na
sua natureza durante essa época áurea. A ferocidade deles será removida para
dar lugar à docilidade. Não mais se atacarão, nem representarão qualquer ameaça
ao homem. Toda a criação, afetada que foi pela queda do homem, de igual modo
participará das bênçãos decorrentes do governo milenar de Cristo (Ap 20.7)..
FONTE : EBD ADVEC - TESOURO
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