TEXTO BÍBLICO BÁSICO
1
Coríntios 3.12-15
12 - E, se
alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras
preciosas, madeira, feno, palha,
13 - a obra
de cada um se manifestará; na verdade, o Dia a declarará, porque pelo fogo será
descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um.
14 - Se a
obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão.
15 - Se a
obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia
como pelo fogo.
2
Coríntios 5.7-10
7 - (Porque
andamos por fé e não por vista.).
8 - Mas
temos confiança e desejamos, antes, deixar este corpo, para habitar com o
Senhor.
9 - Pelo que
muito desejamos também ser-lhe agradáveis, quer presentes, quer ausentes.
10 - Porque
todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba
segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou mal.
SUBSÍDIOS
PARA O ESTUDO DIÁRIO
2ª feira – 1 Coríntios 4.1-5:
Despenseiros fiéis
3ª feira – 1 Coríntios 9.22-27: Coroa
incorruptível
4ª feira – Hebreus 11.24-27: Buscava uma
recompensa maior
5ª feira – Hebreus 12.1-11: Perseverança
na trajetória
6ª feira – Apocalipse 21.1-8: O vencedor
herdará todas as coisas
Sábado – Apocalipse 22.6-12: Galardão
segundo a sua obra
TEXTO ÁUREO
Mas tu, por
que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois todos
havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo. Romanos 14.10
OBJETIVOS
Ao
término do estudo bíblico, o aluno deverá:
-
estimular todos
os cristãos a dedicarem-se, intensamente, às boas obras;
-
desempenhar com
excelência as obras que glorificam a Deus, com aproveitamento das
oportunidades;
-
conscientizar os
crentes salvos que as recompensas, prêmios, galardões e coroas são destinados
aos servos fiéis na eternidade.
ORIENTAÇÕES
PEDAGÓGICAS
Caro
professor,
Preparar a
aula com antecedência revela o nível de dedicação e zelo de todo educador
cristão. Quando o professor age desta maneira, os alunos absorvem melhor o
conteúdo e, além disso, podem realizar novos exercícios, elaborar tarefas em
casa, ou fazer uma redação sobre o tema apresentado. Esse conjunto de medidas
melhora a organização do conteúdo e otimiza o tempo em sala de aula.
Tenha em
mente que uma aula não se restringe à quantidade de conhecimentos ou informações
passadas; uma aula deve ser, acima de tudo, transformadora.
A
aprendizagem sempre será seguida de mudança de conduta [...]. Uma transformação
sempre ocorre no nosso interior quando aprendemos algo novo [...]. O
aprendizado resulta [...] na abertura de um leque imenso de oportunidades para
que a pessoa, outrora relegada a uma existência sem sentido e deletéria, agora
tenha diante de si um futuro promissor (CHAVES, G. Central Gospel, 2012, p.
58,9).
Boa aula!
COMENTÁRIO
Palavra
introdutória
Os
julgamentos do Senhor foram estabelecidos tanto para o bem como para o mal. Do
Gênesis ao Apocalipse, encontramos Sua perfeita justiça em ação. Após a Queda,
no Éden, na condição de Juiz supremo, Deus declarou Seu primeiro juízo sobre a
serpente, a mulher e a Terra (Gn 3.14-19).
A linha dos
juízos divinos percorre toda a Escritura e culmina na realização do último
julgamento: o Juízo Final ou o Juízo do trono branco.
As
Escrituras destacam cinco juízos divinos que acontecerão no futuro: o juízo
sobre Israel e as nações gentias, antes do Milênio (Mt 25.31-46); o juízo sobre
os anjos, pela Igreja (1Co 6.3); o juízo sobre Satanás (Ap 20.3,10) e o juízo
da humanidade perdida diante do trono branco (Ap 20.11-15).
Nesta lição,
estudaremos o juízo da Igreja ou o Tribunal de Cristo (2 Co 5.10).
1. LUGAR E
TEMPO DO JULGAMENTO
Não
encontramos na Bíblia a localização exata deste tribunal. Não há referência que
indique um ponto específico;
porém,
acredita-se que este ocorrerá nas regiões celestiais (Ef 1.20; 2.6). Pode-se
afirmar que não se dará na terra, pois, nesta época, os que dele participarão
já terão sido arrebatados por Jesus para as moradas celestiais (Jo 14.2).
Com certeza,
será um lugar especial, preparado por Deus exclusivamente para avaliar as obras
de todos os crentes. Para muitos, será uma cerimônia de premiação, de
recompensas e galardões; todavia, para aqueles cujas obras forem queimadas,
quando julgadas, será lugar de vergonha (1 Co 3.12-15).
Acerca da
ocasião, ocorrerá após o arrebatamento da Igreja, preenchendo o panorama
profético dos últimos dias.
A cronologia
dos eventos escatológicos terá o seu cumprimento literal em todos os seus detalhes,
da mesma forma como se cumpriram todos os vaticínios messiânicos na pessoa
bendita do Senhor Jesus (Lc 24.44-48).
Deus tem um propósito para cada
cristão e as obras fazem parte desse plano. Contudo, nossa insensibilidade em
relação aos planos divinos e nossa preguiça são tão grandes, que nós sempre
tentamos escapar dessa obrigação (BOICE, J. Central Gospel, 2011, p. 435).
1.1. O
lugar está pronto
A palavra
tribunal remete a duas sentenças autoexcludentes: condenação e/ou absolvição. O
Tribunal de Cristo, entretanto, é o lugar em que a justiça — relacionada ao
serviço prestado ao Senhor — será feita. Nesse lugar santo, todos os presentes
estarão alegres e felizes.
A primeira
razão da alegria deve-se ao fato de, no Tribunal de Cristo, só estarem os
salvos e vitoriosos desta vida. Nosso Salvador, como Ele mesmo predisse, será
também o nosso Juiz (Jo 5.22). A segunda razão é que o Senhor Jesus,
pessoalmente, dará aos servos fiéis os seus respectivos galardões (Ap 22.12).
Significa dizer que o Tribunal de Cristo é um lugar de glória, festa e regozijo
pela premiação que os santos receberão.
1.2. A
hora está marcada
Não se sabe
exatamente quando se dará esse evento escatológico, mas podemos ter a certeza
de que ele se cumprirá no tempo determinado pelo Pai (At 1.7), como transcorreu
em todos os outros acontecimentos proféticos. O que o cristão precisa saber é
que, após o Arrebatamento, os fiéis irão com Cristo para o lugar desse
julgamento, ou seja, para o Tribunal do seu Senhor (2 Co 5.10).
Assim como
não sabemos quando Jesus virá outra vez — o próprio Senhor comparou Sua segunda
vinda à chegada de um ladrão, ou seja, ela se dará de forma inesperada (Mt
24.42-44) —, não sabemos a hora exata em que seremos julgados, só Ele sabe (Mc
13.35). Significa dizer que a vigilância é essencial ao crente.
Para não
sermos surpreendidos, devemos: vigiar; orar; pregar o evangelho; ganhar almas
para Jesus; e guardar o que Dele temos recebido, servindo-o com fidelidade e
integridade, para que ninguém, em absoluto, tome a coroa que Ele tem para nos
dar naquele dia e lugar (Ap 3.11).
O Tribunal de Cristo será um evento
escatológico, profético, que vai ocorrer em um lugar preparado por Deus, onde o
Senhor Jesus estará com Sua Igreja para julgar as obras de cada um na terra
(CAITANO, J. Central Gospel, 2010, p. 79).
1.3.
Todos os cristãos comparecerão perante o Tribunal de Cristo
Ao ensinar
sobre o Tribunal de Cristo, o apóstolo Paulo referiu-se a um julgamento pelo
qual a Igreja passará — ele mesmo incluiu-se neste evento, quando disse: todos devemos comparecer ante o Tribunal de Cristo
(2Co 5.10a).
Todos os
salvos, de todos os povos, tribos e nações; de todas as épocas e nacionalidades
— homens, mulheres ou crianças — estarão nesse tribunal para serem
recompensados.
DE QUE
MANEIRA OS FIÉIS SERVIRAM AO SENHOR PARA SEREM PREMIADOS?
1- Com
alegria (Sl 100.2)
2- Com
fervor (Rm 12.11)
3- Com
humildade (At 20.19)
4- Com todo
o coração (Js 22.5)
5- Com
lágrimas (At 20.19)
6- Com temor
(Dt 6.13)
7- Com
santidade (2 Cr 30.8)
2.
FINALIDADES DO TRIBUNAL DE CRISTO
Antes de
estudarmos sobre as finalidades do Tribunal de Cristo, precisamos estabelecer a
diferença entre o julgamento que se dará diante do Tribunal de Cristo (2 Co
5.10) e o julgamento que acontecerá diante do trono branco (Ap 20.11-15).
No Tribunal
de Cristo, o foco não é a condenação eterna, mas, como dito anteriormente, a
recompensa dos salvos.
Logo, esse
julgamento não está relacionado à salvação, mas às obras de cada crente, salvo.
O crente
recebe a salvação, com direito à vida eterna, no momento em que se encontra com
Cristo, arrepende-se dos seus pecados e, pela fé, recebe-o como Salvador. Neste
momento especial, ocorre o novo nascimento (Jo 3.36), ou seja, a salvação
acontece agora, pela graça, mediante a fé (Jo 6.47; Ef 2.8,9).
Quanto ao
galardão, é algo que ocorrerá no futuro, precisamente diante desse tribunal (Rm
3.8). Nessa ocasião, não haverá memória de falhas ou pecados (Hb 10.17), mas as
obras dos fiéis serão julgadas (1 Jo 4.17). Apesar de ninguém ser salvo pelas
obras praticadas (Ef 2.9), seremos devidamente recompensados por elas (Cl
3.24).
No trono
branco, em contrapartida, se dará o Juízo Final. Ali, os pecadores serão
sumariamente condenados (Ap 20.11-15).
2.1.
Julgar as obras
Pessoas não
serão julgadas diante do Tribunal de Cristo: nem os santos, nem os ímpios.
Nesse tribunal, os pecadores ímpios não estarão presentes, apenas a Igreja.
O primeiro
objetivo desse tribunal será julgar todas as obras praticadas pelos salvos,
durante sua peregrinação na terra: o que fizeram; como fizeram; suas intenções,
motivações e propósitos.
As obras
serão submetidas a julgamento, para fins de concessão
de galardões
ou recompensas pelo trabalho prestado ao Senhor.
2.2.
Recompensar os fiéis
A segunda
finalidade do Tribunal de Cristo será homenagear, honrar, recompensar,
gratificar e galardoar todos os que tomaram sua cruz e carregaram-na por onde
estiveram; todos os que receberam a semente, deixaram seus lares, sua zona de
conforto, e saíram pelas cidades, vilas, aldeias e caminhos inóspitos, semeando
a semente das boas-novas de Deus aos homens (Sl 126.6); todos os que ajudaram o
pobre, socorreram os necessitados, levantaram os caídos, restauraram o caráter
e edificaram o Corpo de Cristo; enfim, todos os que foram fiéis e trabalharam
incansavelmente na obra do Senhor (Sl 41.1-3).
3. JESUS
VIRÁ COM RECOMPENSAS E GALARDÕES PARA OS FIÉIS
E eis que
cedo venho, e o meu galardão está comigo para dar a cada um segundo as suas
obras (Ap 22.12). O Tribunal de Cristo será revestido de glória indescritível,
pois o Senhor Jesus estará presente; visível, acessível, poderoso!
Ele não
enviará um anjo, nem um querubim, nem um serafim, nem um arcanjo. Ele disse:
virei outra vez e vos levarei para mim mesmo (Jo 14.3), e Paulo confirmou: o
mesmo Senhor descerá do céu (1 Ts 4.16).
E o Senhor
Jesus não virá com as mãos vazias. Aquelas benditas, santas e poderosas mãos
que curaram os enfermos (Mc 1.41), levantaram os caídos, ressuscitaram os
mortos (Lc 7.14), receberam os pequeninos, fortaleceram os discípulos, partiram
o pão e alimentaram milhões (Jo 6.11); aquelas mãos que não rejeitaram o
madeiro, nem se esquivaram da maldição da cruz (Jo 19.71), mas, antes,
entregaram-se voluntariamente ao furor dos cravos, salvando milhões de seres
humanos (Zc 13.6); essas mesmas mãos coroarão o fiel, que trabalhou, fez o bem,
exaltou e glorificou o Senhor (2 Tm 4.8).
Enquanto as
mãos de Jesus estiverem colocando o galardão sobre a cabeça do fiel, os céus
irromperão em glórias, louvores e adoração (Sl 95.6).
3.1.
Coroas para os salvos
O Rei dos
reis e Senhor dos senhores, que recebeu uma coroa de espinhos por escárnio (Jo
19.2), agora, no Tribunal, com muitos diademas sobre Sua cabeça (Ap 19.12),
procederá à entrega dos prêmios e galardões, coroando pessoalmente todos os
crentes fiéis.
Eis as
principais coroas dos salvos:
1) a coroa
da vida, para aqueles que viveram como mártires (Tg 1.12);
2) a coroa
da glória, para os pastores fiéis (1 Pe 5.4);
3) a coroa
da justiça, para os que amaram a vinda do Senhor (2 Tm
4.7,8);
4) a coroa
da alegria, para os ganhadores de almas (1 Ts 2.19,20);
5) a coroa
da incorruptibilidade, para o autodomínio (1 Co 9.25-27).
A firmeza se destaca em
assumirmos um propósito específico na obra de Deus, não desistindo e nem
voltando atrás, mas sendo perseverantes [...], servir a Deus não é
um trabalho inútil. Todo serviço ao Reino de Deus gera resultados que, na
maioria das vezes, só serão plenamente medidos na eternidade (MALAFAIA, S. Central Gospel, 2012, p. 52,3).
CONCLUSÃO
Tudo o que
fazemos dentro da vontade Deus — social, material ou espiritualmente —, a
despeito de quantidade ou valor, será recompensado.
As obras dos
salvos aparecem na Bíblia como sendo de ouro, prata, pedras preciosas, madeira,
feno e palha (1 Co 3.11-15).
As obras
qualificadas como ouro, prata ou pedras preciosas receberão premiação; as que
forem qualificadas como madeira, feno ou palha, todavia, apesar de não
invalidarem a salvação, nem levarem o crente a sofrer o castigo de uma
eternidade sem Deus, farão com que ele perca o seu galardão, já que não
resultaram em valor duradouro.
Todos nós
recebemos do Senhor algum talento para ser investido em Sua obra; portanto,
meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do
Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor (1 Co15.58). E não nos
cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos [no Tribunal de Cristo];
se não houvermos desfalecido (Gl 6.9).
REVISTA CENTRAL GOSPEL
Lição 08 – O
Tribunal de Cristo (Dc. Ricardo Dantas)
Texto
Bíblico Básico: 1 Co 3.12-15 e 2 Co 5.7-10
Texto Áureo:
Rm 5.7-10
INTRODUÇÃO
Este
tribunal não tem nada a ver com o Julgamento das Nações nem com o Juízo Final
do Grande Trono Branco. São eventos diferentes. Esse Juízo não será para
condenar ninguém. Pessoas ímpias, pecadores não arrependidos, todos os que
rejeitam Cristo não poderão tomar parte nele (Mt 36.31-46).
Paulo
utiliza a expressão todos nós incluindo a si mesmo, devemos comparecer, o que significa
que ninguém estará ausente do tribunal de Cristo.
1. LUGAR E
TEMPO DO JULGAMENTO
Acerca da
ocasião, ocorrerá após o Arrebatamento da Igreja, preenchendo o panorama
profético dos últimos dias.
Não
encontramos na Bíblia a localização exata deste tribunal. Não há referência que
indique um ponto específico, porém se acredita que será nas regiões celestiais
(Ef 1.20; 2.6).
1.1. O lugar
está pronto
O Tribunal
de Cristo, entretanto, é o lugar em que justiça. Significa dizer que o Tribunal
de Cristo é um lugar de glória, festa e regozijo pela premiação que os
santosreceberão, onde o Senhor Jesus estará com sua igreja para julgar as obras
de cada um na terra (Jo 5.22; Ap 22.12).
1.2. A hora
está marcada
Em At 1.6,7,
Cristo disse a seus discípulos que não lhes compete saber o tempo (Mt 24.36; Mc
13.32; 1Ts 5.1-3); e antes da inauguração deste evento escatológico, profético,
que vai ocorrer, todo mundo deverá ter o testemunho apostólico acerca do
Evangelho.
1.3. Todos
os cristãos comparecerão perante o Tribunal de Cristo
Serão os
salvos ressuscitados, os crentes transformados que foram transladados no
Arrebatamento, os que combateram o bom combate, terminaram a carreira e
guardaram a fé (2Tm 4.7); os homens e mulheres, crianças, adolescentes e jovens
que guardaram a Palavra de Deus e não negaram o nome de Jesus (Ap 3.8).
2.
FINALIDADES DO TRIBUNAL DE CRISTO
O Tribunal
de Cristo não é assento judicial e que alguém será condenado, mas a vida cristã
é uma corrida, e o Árbitro Divino está observando cada competidor. Depois da
Igreja correr seu percurso, Ele irá ajuntar todos para examinar a cada um e dar
sua apropriada recompensa, como diz o Apóstolo Paulo em Hb 12.1.
2.1. Julgar
as obras
Os crentes
serão julgados no conjunto e na individualidade das obras práticas, com o
propósito de receberem galardões, ganhos, e também perdas, quando aplicáveis,
de privilégios e de honrarias (2Co 5.10).
2.2.
Recompensar os fiéis
Todos os que
tomaram Sua cruz e carregaram-na por onde estiverem serão homenageados,
honrados, recompensados, gratificados e galardoados. (1Co 3.11-15).
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2
3. JESUS
VIRÁ COM RECOMPENSA E GALARDÕES PARA OS FIÉIS
A salvação é
um dom que ninguém paga para receber, é inteiramente gratuito (1 Co 3.14); o
preço já foi pago quando Jesus Cristo derramou Seu sangue na cruz em favor de
todo gênero humano (1 Co 6.20; At 29.28). O galardão precisa ser conquistado
(Fp 3.12-14).
3.1 Coroas
para os Salvos
● Coroa de
Glória (Pv 4.9; Is 62.3; 1 Pe 5.4)
● Coroa de
Justiça (2Tm 4.8 )
● Coroa da
Vida (Tg 1.12 ; Ap 2.10)
● Coroa de
Alegria (Fp 4.1; 1Ts 2.19,20)
● Coroa
Incorruptível (1 Co 9.25)
CONCLUSÃO
Todos nós
recebemos algum talento para ser investido em Sua obra; portanto irmãos, sede
firmes e constante, sempre abundantes da obra do Senhor (1 Co 15.58). E não nos
cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos [no Tribunal de Cristo];
se não houvermos desfalecido (Gl 6.9).
FONTE : ADVEC
– ASSEMBLEIA DE DEUS VITÓRIA EM CRISTO | TAQUARA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL –
CLASSE DOS PROFESSORES LPD n.º 53 – Grandes Temas do Apocalipse 1.º Trimestre
de 2018
O Plano divino através dos séculos
C. O Tribunal de Cristo.
"Porque importa que todos nós
compareçamos perante o tribunal de Cristo para que cada um receba segundo o bem
ou o mal que tiver feito por meio do corpo". II Co 5.10.
Esse
julgamento não foi estabelecido para determinar se as pessoas que diante dele
comparecerem são culpadas ou inocentes, isto é, salvas ou perdidas, uma vez que
este julgamento é exclusivamente para os salvos. A questão da salvação
individual fá foi resolvida, há muito. Agora se trata da questão de
recompensas, que será resolvida conforme a fidelidade ou infidelidade do
crente, como mordomo na casa do Mestre. I Co 3.11-15.
Na sua primeira epístola (2.28), João
revela a possibilidade do crente sofrer grande vergonha nesse dia, dizendo:
"Filhinhos, agora, pois, permanecei nele, (.ara que, quando ' ele se
manifestar, tenhamos confiança e dele não nos afastemos envergonhados na sua
vinda". Sem dúvida, muitos crentes, perante esse tribunal ficarão
cabisbaixos, cheios de remorso e em pranto, pensando como durante seus poucos
dias no mundo foram tão preguiçosos e negligentes em obedecer às ordens do
Mestre. O Juiz será o próprio Senhor Jesus, Aquele cujo aspecto é descrito em
Ap 1.13-17, o "Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da
criação de Deus". Diante do Seu olhar coisa nenhuma será oculta. Bom será
então que a pessoa hoje muito utilize o seu privilégio de auto-juízo! ,
Na antiga Grécia realizavam-se muitos
jogos e corridas e outras provas desportivas. Ao término desses os atletas
reuniam-se defronte ao palanque ou "tribunal", chamado
"bema" na língua grega, onde estaria sentado o juiz, que então
distribuía os prêmios aos vencedores. As coroas eram de folhas de louro,
portanto "corruptíveis". Bem podemos imaginar o desapontamento dos
demais atletas que não ganharam o prêmio e tiveram que presenciar a entrega dos
lauréis aos competidores. I Co 9.24-27.
Na descrição de Paulo sobre este julgamento as
obras do crente feitas por motivos indignos comparam-se a feno, palha, e
madeira, substâncias de fácil combustão, enquanto as obras realizadas no amor
de Deus e pelo amor às almas são como ouro, prata e pedras preciosas que
resistem a prova de fogo. O sábio Salomão
afirma em Ec 2.1-11 que as obras
do homem são loucura ou vaidade, e isso em razão de tê-las realizado num
espírito egoísta, "para si" e para sua própria glória. Faz parte do
"feno, palha e madeira".
A Bíblia
menciona as coroas reservadas para o povo de Deus.
1) A Coroa da Vida. Tg 1.12; Ap 2.10.
É a coroa especial do mártir ou aquele que estiver tão consagrado ao Senhor que
alegremente daria a sua vida na causa de Cristo. A palavra
"testemunha" em Atos 1.8, no original grego, é "mártir",
fato que ensina que a verdadeira testemunha de Jesus é aquele que está pronto a
ser morto pelo nome de Cristo.
2) A Coroa de Glória, I Pe 5.2-4.
Esta coroa está reservada para os servos fiéis que trabalharam não por amor ao
lucro, nem para exercer domínio, mas trabalharam de boa vontade, pelo amor a
Deus e às almas. I Ts 2.19,20; Fl 4.1; Dn 12.3; Pv 11.30. As próprias almas que
ganhamos para Cristo são como "coroa". Fl 4.1.
3) A Coroa da Justiça. II Tm 4.8. Esta coroa
está reservada para aqueles que amam a vinda de Cristo. 4) A Coroa
Incorruptível. I Co 9.25-27. Esta coroa está reservada para aqueles que
venceram a carne, não vivendo segundo as cobiças da carne, mas sim vivendo no
Espírito. Gl 6.8. Que Deus nos ajude a nos esforçar para que ganhemos essas
coroas de tão alto valor.
Apresentamos agora o "Sonho do
Obreiro" que ilustra as verdades salientes do Juízo do Tribunal de Cristo.
Esse tal obreiro do Senhor certa noite
sentou-se no sofá, extremamente cansado dos seus muitos trabalhos. Muita gente
havia se convertido. O obreiro sentia realmente grande alegria em trabalhar
para Jesus! O trabalho ia bem, e estava coeso debaixo da sua orientação. Seus
sermões estavam fazendo grande efeito entre os ouvintes. A igreja estava
superlotada. Cansado assim, o obreiro passou a dormir e sonhou que uma pessoa
estranha entrou na sala sem se anunciar ou pedir licença. Ela trazia consigo
vários instrumentos para medir as
coisas, como certos químicos e aparelhos
diversos, que lhe dava um aspecto deveras estranho. O estranho aproximou-se do
obreiro a dormir, e, estendendo a mão lhe disse: "E como vai com o seu
zelo?" O obreiro no momento pensou que o estranho estivesse falando de sua
saúde. Mas não, a interrogação tinha a ver com o ZELO, a qualidade chamada
"zelo", com o qual qualquer obreiro trabalha. Assim ele logo
respondeu que o seu zelo era muito grande e não duvidou, nem por um minuto, que
o estranho aprovaria na Integra a sua afirmação. Esperava ver aquele sorriso de
aprovação total. No sonho o obreiro julgou que o zelo fosse uma coisa de
qualidade física. Assim meteu a mão contra o peito e retirou de si esse objeto,
o zelo, e o apresentou ao estranho para ele fazer um exame minucioso do mesmo.
O estranho procedeu a colocar o "zelo" primeiramente na balança,
dizendo, "o zelo do senhor pesa 100 quilos!" O obreiro logo sentiu
uma certa satisfação ao saber que pesava tanto, mas então notou que o estranho
mantinha um aspecto de pessoa um pouco atribulada. Ele não se definiu e se
notava que logo em seguida faria outros testes e pesquisas. Foi então que ele
dividiu o montante do zelo em átomos e pôs tudo isso num cadinho, o qual foi
posto no fogo. Quando a massa toda se fundiu, então o retirou do fogo e
deixou-o esfriar. Quando estava rio, notou-se que se havia separado em camadas
ou estratos. Quando o homem da ciência bateu de leve com o martelinho, tudo se
separou. Então cada camada foi novamente analisada e posta na balança para
verificar o seu peso. O estranho fazia muitas anotações enquanto se processava
a pesquisa. Quando terminada a pesquisa, o estranho entregou ao obreiro todas
as anotações, estando o seu semblante marcado por certa tristeza e apreensão, e
compaixão ao mesmo tempo. Contudo, não lhe disse nenhuma palavra a não ser:
"Que Deus tenha misericórdia de você!" Com isso saiu da sala e desapareceu!
As anotações diziam o seguinte:
ANALISE DO ZELO DO SENHOR JÚNIO
|
Peso
bruto
100 quilos
Intolerância religiosa
|
11 quilos Ambição pessoal
|
22 quilos Amor aos elogios
|
19 quilos Orgulho denominacional
|
15 quilos Orgulho dos talentos
|
14
quilos Espírito autoritário
|
12 quilos Amor a Deus
|
4 quilos Amor ao próximo
|
3
quilos
|
Total100 quilos
|
Naturalmente, o obreiro levou um susto
muito grande. Tentou encontrar algum erro nas anotações, mas convenceu-se que
estava tudo certo. Serviu para provocar nele uma atitude realmente positiva,
pois o estranho havia demorado um pouco no corredor. O obreiro soltou um grito,
dizendo, "Senhor, salva-me" e na mesma hora ajoelhou-se ao lado do
sofá, com o papel na mão, os olhos contemplando--o demoradamente. De repente o
papel transformou-se em espelho e o obreiro viu no mesmo o seu próprio coração
refletido. Estava tudo certo! Ele o reconheceu e o sentiu de perto. Confessou
que foi verdade mesmo! Deplorou esse estado de coisas e buscou a graça de Deus,
até às lágrimas, que Deus o ajudasse livrar-se do seu egoísmo. No meio daquela
angústia profunda, o Sr. Junio acordou! Para livrar-se do inferno, ele já havia
pedido ao Senhor, mas para se ver livre de si mesmo, essa foi a primeira vez
que pediu tal coisa. Ele continuou em oração até que sentiu aquele fogo
refinador ter feito a sua obra, queimando tudo que não é de Deus e
transformando o coração para a obediência total a Cristo. Assim, irmãos, todos
nós, lá no céu, estaremos aos pés de Jesus, o grande "Químico", para Lhe
agradecer ter revelado a nós os nossos defeitos e as nossas falhas. Jesus, o nosso Mestre, espera de nós, Seus
servos, uma mordomia fiel sobre as
coisas a nós confiadas, conforme a revelação de Sua Palavra.
Olson, Nels Lawrence
O Plano divino através dos séculos
Capítulo 6
O Tribunal de Cristo e os Galardões
“PORQUE
TODOS DEVEMOS COMPARECER ANTE O TRIBUNAL DE CRISTO, PARA QUE CADA UM RECEBA
SEGUNDO O QUE TIVER FEITO POR MEIO DO CORPO, OU BEM OU MAL” (2 CO 5.10)
Na primeira
fase da sua volta (arrebatamento), Jesus vem “para” os seus. Na segunda fase,
Ele virá “com” os seus para estabelecer o seu Reino, no Milênio, e implantar o
perfeito estado eterno.
Os cristãos,
em grande número, esperam a volta do Senhor como um evento “muito distante”, ou
bastante “remoto”, a ponto de não se preocuparem com sua vida, seu
comportamento e testemunho; não se importarem com suas atitudes e práticas,
como se, no final, tudo possa ser arranjado, ajustado e resolvido, perante
Deus. Mas essa visão pouco séria do que significa a volta de Cristo para buscar
a sua Igreja terá certamente conseqüências eternas de grande repercussão no
futuro de muita gente. Já vimos que a volta de Jesus encontrará o mundo,
incluindo os crentes, como “nos dias de Noé”, quando a humanidade só se
preocupava com as coisas da vida terrena, e não dava o menor valor às coisas
espirituais, “até que veio o dilúvio e consumiu a todos” (Lc 17.17).
Também sabemos
que, na volta do Senhor, a terra estará vivendo como “nos dias de Ló”, o velho
patriarca, que, em meio à corrupção de seu tempo, soube ficar vigilante,
mantendo sua comunhão com Deus, ainda que nem toda a sua família o acompanhou
em sua vida de santidade, e Deus destruiu Sodoma, Gomorra e cidades vizinhas,
mandando fogo do céu, como juízo sobre a impiedade daquela gente que debochava
de Deus, especialmente no que tange à sexualidade. Diante desses fatos, a
exortação de Cristo é para que seus servos vigiem: “Vigiai, pois, porque não
sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor” (Mt 24.42).
Mas há outro
motivo, de grande importância, diante do qual a Igreja de Jesus, formada pelos
salvos, em todos os tempos e lugares, esteja preparada, em termos espirituais,
morais e éticos. E que está prevista uma prestação de contas, à qual terão que
responder todos os crentes, desde o princípio do mundo até o dia do
arrebatamento da Igreja. Esse evento se dará no “Tribunal de Cristo”. Não se
trata do Juízo final, que será instaurado para o julgamento dos ímpios (Ler Ap
20.11-15). Será um tribunal para julgar as obras e os atos dos crentes, nas
igrejas, ao longo dos tempos. Diz Paulo: “Porque todos devemos comparecer ante
o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por
meio do corpo, ou bem ou mal” (2 Co 5.10; Rm 14.10).
I -
Definição e Conceituação
1. Os
Dois Tribunais
Haverá
dois julgamentos, em que as pessoas serão julgadas. No tribunal de Cristo,
serão avaliadas as obras dos salvos. No tribunal do Grande Trono Branco, ou no
Juízo Final, os ímpios serão julgados, segundo as suas obras (Jr 32.19). Até as
palavras serão julgadas. “Mas eu vos digo que de toda palavra ociosa que os
homens disserem hão de dar conta no Dia do Juízo. Porque por tuas palavras
serás justificado e por tuas palavras serás condenado” (Mt 12.36,37).
2. O que
Será o Tribunal de Cristo
Será o
julgamento das obras dos salvos, praticadas na terra, para receberem, ou não, o
galardão correspondente. Não se tratará de julgamento de pecados, pois já são
salvos. Os ímpios é que passarão pelo julgamento de suas obras e pecados, no
juízo do Trono Branco, após 0 Milênio (cf. Ap 20.11-15). “E o julgamento dos
servos de Deus, quanto às suas obras na terra (2 C o 5.10; Rm 14.10). [...] Não
seremos julgados quanto à nossa posição e condição de salvos que temos em
Cristo, e sim quanto ao nosso desempenho como servos do Senhor”.
Segundo
Olson, “Esse julgamento não foi estabelecido para determinar se as pessoas que
diante dele comparecerem serão culpadas ou inocentes, isto é, salvas ou
perdidas, uma vez que este julgamento é exclusivamente para os salvos. A
questão individual já foi resolvida, há muito. Agora se trata da questão de
recompensas, que será resolvida conforme a fidelidade ou infidelidade do
crente, como mordomo na casa do Mestre (1 Co 3.11-15)”.
3.
Nenhuma Condenação para os Salvos
Os salvos em
Cristo Jesus, desde que permaneçam fiéis, em santificação, não mais passarão
por qualquer tipo de condenação. “Portanto, agora, nenhuma condenação há para
os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o
espírito” (Rm 8.1). Estar “em Cristo Jesus” é a condição indispensável para ter
sido salvo e permanecer salvo. O salvo não perde a salvação, “se” estiver em
comunhão com Cristo, se viver em santificação. “[...] mas, como é santo aquele
que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver” (1 Pe
1.15). Diante desse fato incontestável, acerca da salvação em Cristo Jesus, os
salvos, que “em Jesus dormem” (1 Ts 4.14), serão ressuscitados, e os estiverem
vivos, em sua vinda, serão transformados para o encontro com Jesus nos ares (1
Ts 4.17). Esses comparecerão perante o Tribunal de Cristo, para serem
recompensados por suas obras, ações, atividades, alegrias e tristezas, êxitos e
sofrimentos. O Justo Juiz saberá avaliar as obras de cada um. “Desde agora, a
coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele
Dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda” (2 Tm
4.8). Os que amam a vinda do Senhor são conservados irrepreensíveis para
encontrar-se com Cristo (1 Ts 5.23).
II - O
Julgamento no Tribunal de Cristo
1. A
Natureza do Tribunal de Cristo
Aqui
na terra nenhum tribunal é instaurado para dar recompensas a ninguém. Via de
regra, todos os tribunais são estabelecidos para julgar casos de infração da
lei. Nesses julgamentos, comparecem pessoas acusadas de crimes ou infrações
contra a pessoa humana, contra a ordem pública, contra o patrimônio público ou
privado, e contra outros entes jurídicos, de acordo com o que é estabelecido
nas leis do país. Os que comparecem aos tribunais, de um lado, são os
reclamantes ou os autores de ações judiciais. De outro, são os réus, acusados
de delitos ou descumprimento das normas legais, acompanhados de seus advogados,
que os representam perante o juiz. O Tribunal de Cristo é o único, no universo,
que tem por finalidade fazer justiça, recompensando as obras dos salvos, com
maior ou menor galardão, ou recompensa. Jesus disse: “E eis que cedo venho, e o
meu galardão está comigo para dar a cada um segundo a sua obra” (Ap 22.12).
2. Quando
Acontecerá?
Logo
após o Arrebatamento da Igreja, os salvos comparecerão perante o Tribunal de
Cristo. Naquele tribunal celeste, os crentes terão o julgamento das obras. De
acordo com a Bíblia, o Tribunal de Cristo ocorrerá antes das Bodas do Cordeiro
(Ap 19.7-9), antes daquela que será a maior e mais gloriosa festa nupcial do
universo. Os salvos em Cristo serão reunidos com Jesus, nos ares, ou nas nuvens
(1 Ts 4.13- 17; 2 Ts 2.1). Ali, certamente, Jesus recepcionará a sua Noiva, lhe
dará as boas vindas, e se assentará no trono do seu Tribunal para julgar as
obras dos crentes, e lhes anunciar qual o prêmio ou galardão de cada um pelo
que tiver feito na terra.
3.
Quem Será o Juiz e quem Será Julgado?
O Juiz, como
indica a Bíblia, será nosso Senhor Jesus Cristo. “Desde agora, a coroa da
justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele Dia; e
não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda” (2 Tm 4.8; ver
Jo 5.22). Por isso será chamado o Tribunal de Cristo (2 Co 5.10). Serão julgados,
para receber a recompensa, todos os crentes: “Porque todos devemos comparecer
ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito
por meio do corpo, ou bem ou mal” (2 Co 5.10 - grifo nosso). A expressão “todos
devemos” indica que se refere aos cristãos fiéis que forem arrebatados, na
vinda de Jesus.
III - As
Obras e seu Julgamento
O cristão
deve ter cuidado com o que faz, pois seus atos serão julgados no tribunal de
Cristo. “E, tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor e
não aos homens, sabendo que recebereis do Senhor o galardão da herança, porque
a Cristo, o Senhor, servis. Mas quem fizer agravo receberá o agravo que fizer;
pois não há acepção de pessoas” (Cl 3.23-25).
1. Os Salvos
e as suas Obras
a) O
valor das obras do salvo. Jesus disse: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que
vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus” (Mt
5.16 - grifo nosso). São obras, vistas pelos homens, que demonstram a grande mudança
na vida do crente e contribuem para a glória de Deus. Mesmo assim, elas serão
julgadas. Será um julgamento individual (1 Co 3.13). A salvação do crente em
Jesus é pela graça. Não depende das obras (Ef 2.8,9). Mas as obras dos salvos
têm muito valor diante de Deus. As obras aperfeiçoam a fé (Tg 2.22); as obras
justificam a fé (Tg 1.21); e a fé sem as obras (de salvo) é morta (Tg 2.17) e
as obras (da lei, dos atos humanos, da carne - G1 5.19; 2 Tm 1.9) sem a fé são
mortas. A fé salvífica tem que andar lado a lado com as obras de salvo,
demonstradas pela obediência, pela “santificação, sem a qual ninguém verá o
Senhor” (Hb 12.14). No Tribunal de Cristo, serão avaliadas ou julgadas as obras
dos salvos, as quais poderão ser aprovadas ou reprovadas. As que forem
aprovadas darão direito ao galardão (cf. 1 Co 3.14,8). Não serão julgados os
pecados cometidos na terra. Esses já terão sido perdoados por Jesus (Hb 8.12;
10.17).
b)
O testemunho do salvo. As obras dos salvos falam de seu testemunho, comprovando que os
mesmos já morreram para o mundo e são novas criaturas em Cristo (Mt 5.16; 2 Co
5.17). Precisamos dar bom testemunho perante a igreja e o mundo. “Porque somos
feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou
para que andássemos nelas” (Ef 2.10). Somos salvos, tendo passado pelo processo
divino da regeneração. Paulo diz que foi Deus quem preparou “as boas obras
[...] para que andássemos nelas”. De forma mais abrangente, podemos dizer que
será julgado o nosso trabalho, ou a nossa administração, na casa do Senhor,
como mordomos, encarregados das coisas de Deus aqui na terra. É tarefa por
demais sublime para ser tratada de qualquer forma, sem zelo ou cuidado. Na
parábola do mordomo infiel, o seu senhor o chama à prestação de contas (Lc
16.2). Jesus também nos pedirá a prestação de contas do que nos entregou para
administrar como seus mordomos.
Deus nos
concede muitos bens ou talentos para que façamos a sua obra. No sermão
profético, Jesus proferiu a parábola dos dez talentos. E comparou o seu Reino a
um senhor que, tendo de ausentar-se, entregou todos os seus bens a seus três
servos ou mordomos. E deu a um dez talentos; a outro, cinco, e a outro, apenas
um talento (Mt 25.14-30). Essa parábola nos diz que Deus dá a cada parte dos seus
bens, espirituais, morais, físicos, ministeriais ou eclesiásticos, de acordo
com a capacidade de cada um (Mt 25.15). Os talentos representam nossos
recursos, nosso tempo, nossa vida, nossas habilidades, concedidas por Deus.
Notemos que o senhor não dá a todos a mesma responsabilidade. Desde o dia da
conversão, o salvo torna-se servo de Cristo, e tem o dever espiritual e moral
de cooperar na casa do Senhor. Uns de uma forma, outros, de outra. Cada um
conforme a sua capacidade.
2. Como as
Obras Serão Julgadas?
A
precisão do julgamento. O julgamento será tão preciso que é comparado à passagem de materiais
pelo fogo: “a obra de cada um se manifestará; na verdade, o Dia a declarará,
porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um.
Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão.
Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo,
todavia como pelo fogo” (1 Co 3.13-15). O Espírito Santo será o assistente
naquele julgamento. As obras serão comparadas a materiais, na linguagem humana.
Cada tipo de material simbólico mostra o tipo, a natureza e a forma com a qual
terão sido praticadas pelos crentes, em todos os lugares do mundo, em todas as
igrejas. Vejamos, na seqüência do texto, a comparação das obras com os
respectivos materiais.
2.1. Obras
que Serão Aprovadas
a) Obras
comparadas a ouro. Na
Bíblia, o ouro é símbolo das coisas de Deus, das coisas divinas (Jó 22.23-25;
Ap 22.18,22). São obras que são feitas para a glória de Deus, feitas em
comunhão com Ele, “feitas em Deus” (Jo 3.21), de pleno acordo com sua palavra.
O crente que glorifica a Deus com suas obras está praticando obras comparáveis
a ouro (Mt 5.16). São “as boas obras, as quais Deus preparou para que
andássemos nelas” (Ef 2.10). Se tratamos os irmãos e os outros com o amor de
Deus, isso é comparado a ouro. Quando usamos bem os talentos dados por Deus,
realizamos obras “de ouro” (Mt 25.14,20). São obras que glorificam a Deus:
“Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas
obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus” (Mt 5.16 - grifo nosso).
b) Obras
comparadas a prata. Na
tipologia bíblica, a prata é símbolo de redenção. No Antigo Testamento, a
redenção dos filhos de Israel era paga em prata (Êx 30.11-16; Lv 5.15; 27.3).
No Novo Testamento, simboliza a redenção feita por Cristo: “sabendo que não foi
com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã
maneira de viver que, por tradição, recebestes dos vossos pais” (1 Pe 1.18; 1
Co 6.20). São obras feitas em Cristo. O crente que ganha almas, que prega a
Palavra, que dá bom testemunho da sua fé em Jesus, está realizando obras de
prata. Os obreiros do Senhor que cuidam bem do rebanho realizam obras de prata.
Visitar os enfermos, os carentes, evangelizar, podem ser obras de prata.
c) Obras
comparadas a pedras preciosas. São símbolos do Espírito Santo, ou da glória de Cristo no
crente (ver Jo 17.22). Os crentes que possuem os dons espirituais (1 Co 12) têm
o adorno do Espírito Santo. São obras feitas pelo poder do Espírito Santo (Fp
3.3; Tt 3.5). É adorar a Deus “em Espírito e em verdade” 0o 4.23). São obras na
unção do Espírito Santo. Evangelizar, pregar, cantar na unção, podem ser pedras
preciosas. E o testemunho eloqüente do servo ou da serva de Deus, andando de
acordo com a sã doutrina (Tt 2.10). As obras que forem comparadas aos três
materiais acima serão aprovadas, e os seus praticantes terão galardão de Deus
(1 Co 3.13,14).
2.2. Obras
que Perecerão
“Se a obra
de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia como
pelo fogo” (1 Co 3.15). Esse texto mostra que haverá crentes cujas obras não
serão aprovadas no julgamento de Deus, no Tribunal de Cristo. São obras mortas,
obras que não têm valor diante de Deus. São obras que alguns crentes praticam,
para sua própria glória, mas não glorificam a Deus. São obras feitas por muitos
de modo relaxado, sem o zelo necessário a quem serve a Deus. As obras não serão
recompensadas, mas “o tal será salvo, todavia como pelo fogo”. Isso quer dizer
que, como não se trata de julgamento de pecados, quem pratica tais obras poderá
ser salvo, mas sem recompensas ou galardões. Não haverá inveja ou tristeza,
pois tais sentimentos são carnais e não entrarão no céu. Só o fato de chegar lá
já será motivo de grande alegria. Mas é melhor fazer o melhor para Deus.
a) Obras
comparadas a madeira.
Na Bíblia, madeira é símbolo das coisas humanas. E uma figura da árvore, que
cresce por si mesma. Há crentes que fazem muitas coisas, mas buscando a glória
humana. No fogo do julgamento, elas vão desaparecer. Há quem trabalha muito nas
igrejas, mas não o fazem para a glória de Deus. Não terão o reconhecimento por
parte do Senhor.
b) Obras
comparadas a feno. Feno
é capim, é erva seca. São obras aparentes, mas sem consistência, como erva seca
(Is 15.6). O capim precisa ser renovado. É coisa perecível (Is 51.12).
Representam obras de crentes que fazem muita coisa para aparecer. A preocupação
deles é com a quantidade, e não com a qualidade. Um monte de feno pode ser
muito grande, mas, no fogo, desaparece em segundos. Não haverá galardão para
esse tipo de obra. Pregar para aparecer; pregar por dinheiro; cantar para
aparecer, para ter a glória dos homens, buscando o aplauso das multidões, sem
dúvida alguma, são obras de feno; aparecem muito, mas não têm consistência, e
já receberam seu galardão, em termos de dinheiro; nada terão lá, no céu. “Já
receberam o seu galardão”, aqui mesmo (cf. Mt 6.2,5,16).
c) Obras
comparadas a palha.
A madeira tem certa consistência, mas a palha é muito fraca. Não resiste à
força do fogo. O vento leva com facilidade (SI 1.4; Jó 21.18; Os 13.3). É
instável. Não pode se misturar com o trigo (Jr 23.28). Segundo o Pr. Eurico
Bergstén, “Palha também fala de escravidão: foi palha que os israelitas tiveram
de colher no Egito (Ex 5.7). Devemos, portanto, servir a Deus na liberdade do
Espírito, e não numa escravidão imposta por nós mesmos ou por outros”. Palha
representa obras sem firmeza. Há crentes que não sabem o que querem na vida
cristã. Vivem mudando o tempo todo. Mudam de cargo, mudam de igreja com facilidade.
São levados por “todo vento de doutrina” (Ef 4.14).
As obras que
forem comparadas a esses três últimos tipos de materiais não ensejarão
galardões: “Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será
salvo, todavia como pelo fogo” (1 Co 3.15). Deus é um Deus de bondade, de amor,
e também de justiça. No seu julgamento, Ele não falhará: “[...] porque vem a
julgar a terra; com justiça julgará o mundo e o povo, com equidade” (SI 98.9).
Ninguém escapará do julgamento de Deus. No Juízo Final, os ímpios darão contas
de todas as suas obras de impiedade que cometeram (SI 9.17). “Porque está
escrito: Pela minha vida, diz o Senhor, todo joelho se dobrará diante de mim, e
toda língua confessará a Deus. De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo
a Deus” (Rm 14.11,12 - grifo nosso). Mais uma vez, Paulo usa o verbo de forma
inclusiva, em relação aos crentes - “cada um de nós”, mostrando que cada crente
dará contas a Deus de todas as obras que houverem praticado aqui. Sem dúvida, é
uma alusão ao Tribunal de Cristo.
III - Os
Galardões dos Salvos em Cristo
Galardão
significa prêmio, recompensa. Os salvos em Cristo, que participarem do
arrebatamento da igreja, serão reunidos nas regiões celestiais para receberem o
seu galardão, individualmente, conforme a avaliação de Cristo. A entrega dos
galardões é prevista por Jesus: “E eis que cedo venho, e o meu galardão está
comigo para dar a cada um segundo a sua obra” (Ap 22.12 - grifo nosso). Cada
crente é considerado um “despenseiro de Deus”, que deve trabalhar com
fidelidade para ser reconhecido por seu Senhor: “Que os homens nos considerem
como ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus. Além disso,
requer-se nos despenseiros que cada um se ache fiel. [...]
Portanto,
nada julgueis antes do tempo, até que o Senhor venha, o qual também trará à luz
as coisas ocultas das trevas e manifestará os desígnios dos corações; e, então,
cada um receberá de Deus o louvor” (1 Co 4.1,2,5). Cada crente receberá o
galardão e o louvor da parte de Deus pelo que houver realizado na igreja e em
sua vida pessoal. Na Bíblia, vemos alguns tipos de galardões e a quem se
destinam.
a) Coroa
da vida. E o
galardão previsto para todos os salvos, que permaneceram fiéis até à morte ou à
vinda de Jesus. “Bem-aventurado o varão que sofre a tentação; porque, quando
for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o
amam” (Tg 1.12; Ap 2.10).
b) Coroa
da vitória. E o
prêmio para todo o salvo, que vencer as lutas e tentações da vida terrena. “E
todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa
corruptível, nós, porém, uma incorruptível” (1 Co 9.25). O crente fiel se
abstém de tudo o que não agrada a Deus, mesmo com perda de vantagens, posições
ou lucros, por causa da coroa incorruptível que receberá no julgamento de suas
obras. A vitória é sua chegada aos céus, ao lado de todos os salvos, na vinda
de Jesus.
c) Coroa
de glória. E a
recompensa especial para os obreiros do Senhor, que labutam na sua obra, com
fidelidade, humildade, desprendimento e amor. “Apascentai o rebanho de Deus que
está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por
torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de
Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho. E, quando aparecer o Sumo Pastor,
alcançareis a incorruptível coroa de glória” (1 Pe 5.2-4). d) Coroa de gozo. É
o galardão do ganhador de almas, daquele que, além de ser fiel, vencer as
tentações e as barreiras da vida, esforça-se para ganhar almas para o Reino de
Deus (Pv 11.30; Dn 12.3). Não só pastores, evangelistas e dirigentes de
igrejas, mas muitos pregadores e evangelizadores anônimos, que fazem um
excelente trabalho, divulgando o evangelho de Cristo, nas casas, nas ruas, nos
hospitais, nas escolas, em toda a parte; principalmente em lugares, onde
arriscam a própria vida para tornar Cristo conhecido. “Porque qual é a nossa
esperança, ou gozo, ou coroa de glória? Porventura, não o sois vós também
diante de nosso Senhor Jesus Cristo em sua vinda? Na verdade, vós sois a nossa
glória e gozo” (1 Ts 2.19,20; Fp 4.1).
e) Coroa
da justiça. É o
prêmio ou recompensa dos que perseveram até o fim de sua jornada. Com o disse
Paulo: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa
da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele Dia;
e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda” (2 Tm
4.7,8). Jesus disse: “E sereis aborrecidos por todos por amor do meu nome; mas
quem perseverar até ao fim, esse será salvo” (Mc 13.13). E o coroamento da vida
do crente, “pelas veredas da justiça” (SI 23.3b). f) Galardão de servos São
recompensas que Jesus dará a todos os que servem a seus servos, na condição de
profeta, justo, pequeninos ou discípulos. “Quem recebe um profeta na qualidade
de profeta receberá galardão de profeta; e quem recebe um justo na qualidade de
justo, receberá galardão de justo. E qualquer que tiver dado só que seja um
copo de água fria a um destes pequenos, em nome de discípulo, em verdade vos
digo que de modo algum perderá o seu galardão” (Mt 10.41,42).
Esses
galardões, com poucas exceções, como no caso do galardão de obreiros ou de
ganhadores de almas, podem ser recebidos por todos os crentes fiéis e santos
que aguardam a vinda de Jesus. No Tribunal de Cristo, eles verão que valeu a
pena suportar as aflições do tempo presente: “Porque para mim tenho por certo
que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em
nós há de ser revelada” (Rm 8.18). Jesus é que fará a criteriosa avaliação das
obras dos salvos para dar a cada um conforme o seu trabalho (Ap 22.12).
O Final de Todas Coisas
Elinaldo-Renovato
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