segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Lição 08 – O Tribunal de Cristo



                               
                              TEXTO BÍBLICO BÁSICO
1 Coríntios 3.12-15
12 - E, se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha,
13 - a obra de cada um se manifestará; na verdade, o Dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um.
14 - Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão.
15 - Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo.
2 Coríntios 5.7-10
7 - (Porque andamos por fé e não por vista.).
8 - Mas temos confiança e desejamos, antes, deixar este corpo, para habitar com o Senhor.
9 - Pelo que muito desejamos também ser-lhe agradáveis, quer presentes, quer ausentes.
10 - Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou mal.

SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO
2ª feira – 1 Coríntios 4.1-5: Despenseiros fiéis
3ª feira – 1 Coríntios 9.22-27: Coroa incorruptível
4ª feira – Hebreus 11.24-27: Buscava uma recompensa maior
5ª feira – Hebreus 12.1-11: Perseverança na trajetória
6ª feira – Apocalipse 21.1-8: O vencedor herdará todas as coisas
Sábado – Apocalipse 22.6-12: Galardão segundo a sua obra

TEXTO ÁUREO
Mas tu, por que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo. Romanos 14.10

OBJETIVOS

Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá:
- estimular todos os cristãos a dedicarem-se, intensamente, às boas obras;
- desempenhar com excelência as obras que glorificam a Deus, com aproveitamento das oportunidades;
- conscientizar os crentes salvos que as recompensas, prêmios, galardões e coroas são destinados aos servos fiéis na eternidade.


ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Caro professor,
Preparar a aula com antecedência revela o nível de dedicação e zelo de todo educador cristão. Quando o professor age desta maneira, os alunos absorvem melhor o conteúdo e, além disso, podem realizar novos exercícios, elaborar tarefas em casa, ou fazer uma redação sobre o tema apresentado. Esse conjunto de medidas melhora a organização do conteúdo e otimiza o tempo em sala de aula.

Tenha em mente que uma aula não se restringe à quantidade de conhecimentos ou informações passadas; uma aula deve ser, acima de tudo, transformadora.

A aprendizagem sempre será seguida de mudança de conduta [...]. Uma transformação sempre ocorre no nosso interior quando aprendemos algo novo [...]. O aprendizado resulta [...] na abertura de um leque imenso de oportunidades para que a pessoa, outrora relegada a uma existência sem sentido e deletéria, agora tenha diante de si um futuro promissor (CHAVES, G. Central Gospel, 2012, p. 58,9).
Boa aula!

COMENTÁRIO
Palavra introdutória
Os julgamentos do Senhor foram estabelecidos tanto para o bem como para o mal. Do Gênesis ao Apocalipse, encontramos Sua perfeita justiça em ação. Após a Queda, no Éden, na condição de Juiz supremo, Deus declarou Seu primeiro juízo sobre a serpente, a mulher e a Terra (Gn 3.14-19).

A linha dos juízos divinos percorre toda a Escritura e culmina na realização do último julgamento: o Juízo Final ou o Juízo do trono branco.

As Escrituras destacam cinco juízos divinos que acontecerão no futuro: o juízo sobre Israel e as nações gentias, antes do Milênio (Mt 25.31-46); o juízo sobre os anjos, pela Igreja (1Co 6.3); o juízo sobre Satanás (Ap 20.3,10) e o juízo da humanidade perdida diante do trono branco (Ap 20.11-15).

Nesta lição, estudaremos o juízo da Igreja ou o Tribunal de Cristo (2 Co 5.10).

1. LUGAR E TEMPO DO JULGAMENTO
Não encontramos na Bíblia a localização exata deste tribunal. Não há referência que indique um ponto específico;
porém, acredita-se que este ocorrerá nas regiões celestiais (Ef 1.20; 2.6). Pode-se afirmar que não se dará na terra, pois, nesta época, os que dele participarão já terão sido arrebatados por Jesus para as moradas celestiais (Jo 14.2).

Com certeza, será um lugar especial, preparado por Deus exclusivamente para avaliar as obras de todos os crentes. Para muitos, será uma cerimônia de premiação, de recompensas e galardões; todavia, para aqueles cujas obras forem queimadas, quando julgadas, será lugar de vergonha (1 Co 3.12-15).

Acerca da ocasião, ocorrerá após o arrebatamento da Igreja, preenchendo o panorama profético dos últimos dias.

A cronologia dos eventos escatológicos terá o seu cumprimento literal em todos os seus detalhes, da mesma forma como se cumpriram todos os vaticínios messiânicos na pessoa bendita do Senhor Jesus (Lc 24.44-48).

Deus tem um propósito para cada cristão e as obras fazem parte desse plano. Contudo, nossa insensibilidade em relação aos planos divinos e nossa preguiça são tão grandes, que nós sempre tentamos escapar dessa obrigação (BOICE, J. Central Gospel, 2011, p. 435).

1.1. O lugar está pronto
A palavra tribunal remete a duas sentenças autoexcludentes: condenação e/ou absolvição. O Tribunal de Cristo, entretanto, é o lugar em que a justiça — relacionada ao serviço prestado ao Senhor — será feita. Nesse lugar santo, todos os presentes estarão alegres e felizes.

A primeira razão da alegria deve-se ao fato de, no Tribunal de Cristo, só estarem os salvos e vitoriosos desta vida. Nosso Salvador, como Ele mesmo predisse, será também o nosso Juiz (Jo 5.22). A segunda razão é que o Senhor Jesus, pessoalmente, dará aos servos fiéis os seus respectivos galardões (Ap 22.12). Significa dizer que o Tribunal de Cristo é um lugar de glória, festa e regozijo pela premiação que os santos receberão.
1.2. A hora está marcada
Não se sabe exatamente quando se dará esse evento escatológico, mas podemos ter a certeza de que ele se cumprirá no tempo determinado pelo Pai (At 1.7), como transcorreu em todos os outros acontecimentos proféticos. O que o cristão precisa saber é que, após o Arrebatamento, os fiéis irão com Cristo para o lugar desse julgamento, ou seja, para o Tribunal do seu Senhor (2 Co 5.10).

Assim como não sabemos quando Jesus virá outra vez — o próprio Senhor comparou Sua segunda vinda à chegada de um ladrão, ou seja, ela se dará de forma inesperada (Mt 24.42-44) —, não sabemos a hora exata em que seremos julgados, só Ele sabe (Mc 13.35). Significa dizer que a vigilância é essencial ao crente.

Para não sermos surpreendidos, devemos: vigiar; orar; pregar o evangelho; ganhar almas para Jesus; e guardar o que Dele temos recebido, servindo-o com fidelidade e integridade, para que ninguém, em absoluto, tome a coroa que Ele tem para nos dar naquele dia e lugar (Ap 3.11).


Tribunal de Cristo será um evento escatológico, profético, que vai ocorrer em um lugar preparado por Deus, onde o Senhor Jesus estará com Sua Igreja para julgar as obras de cada um na terra (CAITANO, J. Central Gospel, 2010, p. 79).

1.3. Todos os cristãos comparecerão perante o Tribunal de Cristo
Ao ensinar sobre o Tribunal de Cristo, o apóstolo Paulo referiu-se a um julgamento pelo qual a Igreja passará — ele mesmo incluiu-se neste evento, quando disse: todos  devemos comparecer ante o Tribunal de Cristo (2Co 5.10a).

Todos os salvos, de todos os povos, tribos e nações; de todas as épocas e nacionalidades — homens, mulheres ou crianças — estarão nesse tribunal para serem recompensados.

DE QUE MANEIRA OS FIÉIS SERVIRAM AO SENHOR PARA SEREM PREMIADOS?
1- Com alegria (Sl 100.2)
2- Com fervor (Rm 12.11)
3- Com humildade (At 20.19)
4- Com todo o coração (Js 22.5)
5- Com lágrimas (At 20.19)
6- Com temor (Dt 6.13)
7- Com santidade (2 Cr 30.8)

2. FINALIDADES DO TRIBUNAL DE CRISTO
Antes de estudarmos sobre as finalidades do Tribunal de Cristo, precisamos estabelecer a diferença entre o julgamento que se dará diante do Tribunal de Cristo (2 Co 5.10) e o julgamento que acontecerá diante do trono branco (Ap 20.11-15).

No Tribunal de Cristo, o foco não é a condenação eterna, mas, como dito anteriormente, a recompensa dos salvos.

Logo, esse julgamento não está relacionado à salvação, mas às obras de cada crente, salvo.

O crente recebe a salvação, com direito à vida eterna, no momento em que se encontra com Cristo, arrepende-se dos seus pecados e, pela fé, recebe-o como Salvador. Neste momento especial, ocorre o novo nascimento (Jo 3.36), ou seja, a salvação acontece agora, pela graça, mediante a fé (Jo 6.47; Ef 2.8,9).

Quanto ao galardão, é algo que ocorrerá no futuro, precisamente diante desse tribunal (Rm 3.8). Nessa ocasião, não haverá memória de falhas ou pecados (Hb 10.17), mas as obras dos fiéis serão julgadas (1 Jo 4.17). Apesar de ninguém ser salvo pelas obras praticadas (Ef 2.9), seremos devidamente recompensados por elas (Cl 3.24).
No trono branco, em contrapartida, se dará o Juízo Final. Ali, os pecadores serão sumariamente condenados (Ap 20.11-15).

2.1. Julgar as obras
Pessoas não serão julgadas diante do Tribunal de Cristo: nem os santos, nem os ímpios. Nesse tribunal, os pecadores ímpios não estarão presentes, apenas a Igreja.

O primeiro objetivo desse tribunal será julgar todas as obras praticadas pelos salvos, durante sua peregrinação na terra: o que fizeram; como fizeram; suas intenções, motivações e propósitos.

As obras serão submetidas a julgamento, para fins de concessão
de galardões ou recompensas pelo trabalho prestado ao Senhor.

2.2. Recompensar os fiéis
A segunda finalidade do Tribunal de Cristo será homenagear, honrar, recompensar, gratificar e galardoar todos os que tomaram sua cruz e carregaram-na por onde estiveram; todos os que receberam a semente, deixaram seus lares, sua zona de conforto, e saíram pelas cidades, vilas, aldeias e caminhos inóspitos, semeando a semente das boas-novas de Deus aos homens (Sl 126.6); todos os que ajudaram o pobre, socorreram os necessitados, levantaram os caídos, restauraram o caráter e edificaram o Corpo de Cristo; enfim, todos os que foram fiéis e trabalharam incansavelmente na obra do Senhor (Sl 41.1-3).
3. JESUS VIRÁ COM RECOMPENSAS E GALARDÕES PARA OS FIÉIS
E eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo para dar a cada um segundo as suas obras (Ap 22.12). O Tribunal de Cristo será revestido de glória indescritível, pois o Senhor Jesus estará presente; visível, acessível, poderoso!

Ele não enviará um anjo, nem um querubim, nem um serafim, nem um arcanjo. Ele disse: virei outra vez e vos levarei para mim mesmo (Jo 14.3), e Paulo confirmou: o mesmo Senhor descerá do céu (1 Ts 4.16).

E o Senhor Jesus não virá com as mãos vazias. Aquelas benditas, santas e poderosas mãos que curaram os enfermos (Mc 1.41), levantaram os caídos, ressuscitaram os mortos (Lc 7.14), receberam os pequeninos, fortaleceram os discípulos, partiram o pão e alimentaram milhões (Jo 6.11); aquelas mãos que não rejeitaram o madeiro, nem se esquivaram da maldição da cruz (Jo 19.71), mas, antes, entregaram-se voluntariamente ao furor dos cravos, salvando milhões de seres humanos (Zc 13.6); essas mesmas mãos coroarão o fiel, que trabalhou, fez o bem, exaltou e glorificou o Senhor (2 Tm 4.8).

Enquanto as mãos de Jesus estiverem colocando o galardão sobre a cabeça do fiel, os céus irromperão em glórias, louvores e adoração (Sl 95.6).

3.1. Coroas para os salvos
O Rei dos reis e Senhor dos senhores, que recebeu uma coroa de espinhos por escárnio (Jo 19.2), agora, no Tribunal, com muitos diademas sobre Sua cabeça (Ap 19.12), procederá à entrega dos prêmios e galardões, coroando pessoalmente todos os crentes fiéis.
Eis as principais coroas dos salvos:
1) a coroa da vida, para aqueles que viveram como mártires (Tg 1.12);
2) a coroa da glória, para os pastores fiéis (1 Pe 5.4);
3) a coroa da justiça, para os que amaram a vinda do Senhor (2 Tm
4.7,8);
4) a coroa da alegria, para os ganhadores de almas (1 Ts 2.19,20);
5) a coroa da incorruptibilidade, para o autodomínio (1 Co 9.25-27).

A firmeza se destaca em assumirmos um propósito específico na obra de Deus, não desistindo e nem voltando atrás, mas  sendo perseverantes [...], servir a Deus não é um trabalho inútil. Todo serviço ao Reino de Deus gera resultados que, na maioria das vezes, só serão plenamente medidos na eternidade  (MALAFAIA, S. Central Gospel, 2012, p. 52,3).

CONCLUSÃO
Tudo o que fazemos dentro da vontade Deus — social, material ou espiritualmente —, a despeito de quantidade ou valor, será recompensado.

As obras dos salvos aparecem na Bíblia como sendo de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno e palha (1 Co 3.11-15).

As obras qualificadas como ouro, prata ou pedras preciosas receberão premiação; as que forem qualificadas como madeira, feno ou palha, todavia, apesar de não invalidarem a salvação, nem levarem o crente a sofrer o castigo de uma eternidade sem Deus, farão com que ele perca o seu galardão, já que não resultaram em valor duradouro.

Todos nós recebemos do Senhor algum talento para ser investido em Sua obra; portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor (1 Co15.58). E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos [no Tribunal de Cristo]; se não houvermos desfalecido (Gl 6.9).
                                                          
                                           REVISTA CENTRAL GOSPEL



Lição 08 – O Tribunal de Cristo (Dc. Ricardo Dantas)

Texto Bíblico Básico: 1 Co 3.12-15 e 2 Co 5.7-10

Texto Áureo: Rm 5.7-10

INTRODUÇÃO
Este tribunal não tem nada a ver com o Julgamento das Nações nem com o Juízo Final do Grande Trono Branco. São eventos diferentes. Esse Juízo não será para condenar ninguém. Pessoas ímpias, pecadores não arrependidos, todos os que rejeitam Cristo não poderão tomar parte nele (Mt 36.31-46).
Paulo utiliza a expressão todos nós incluindo a si mesmo, devemos comparecer, o que significa que ninguém estará ausente do tribunal de Cristo.

1. LUGAR E TEMPO DO JULGAMENTO
Acerca da ocasião, ocorrerá após o Arrebatamento da Igreja, preenchendo o panorama profético dos últimos dias.
Não encontramos na Bíblia a localização exata deste tribunal. Não há referência que indique um ponto específico, porém se acredita que será nas regiões celestiais (Ef 1.20; 2.6).
1.1. O lugar está pronto
O Tribunal de Cristo, entretanto, é o lugar em que justiça. Significa dizer que o Tribunal de Cristo é um lugar de glória, festa e regozijo pela premiação que os santosreceberão, onde o Senhor Jesus estará com sua igreja para julgar as obras de cada um na terra (Jo 5.22; Ap 22.12).
1.2. A hora está marcada
Em At 1.6,7, Cristo disse a seus discípulos que não lhes compete saber o tempo (Mt 24.36; Mc 13.32; 1Ts 5.1-3); e antes da inauguração deste evento escatológico, profético, que vai ocorrer, todo mundo deverá ter o testemunho apostólico acerca do Evangelho.
1.3. Todos os cristãos comparecerão perante o Tribunal de Cristo
Serão os salvos ressuscitados, os crentes transformados que foram transladados no Arrebatamento, os que combateram o bom combate, terminaram a carreira e guardaram a fé (2Tm 4.7); os homens e mulheres, crianças, adolescentes e jovens que guardaram a Palavra de Deus e não negaram o nome de Jesus (Ap 3.8).

2. FINALIDADES DO TRIBUNAL DE CRISTO
O Tribunal de Cristo não é assento judicial e que alguém será condenado, mas a vida cristã é uma corrida, e o Árbitro Divino está observando cada competidor. Depois da Igreja correr seu percurso, Ele irá ajuntar todos para examinar a cada um e dar sua apropriada recompensa, como diz o Apóstolo Paulo em Hb 12.1.
2.1. Julgar as obras
Os crentes serão julgados no conjunto e na individualidade das obras práticas, com o propósito de receberem galardões, ganhos, e também perdas, quando aplicáveis, de privilégios e de honrarias (2Co 5.10).
2.2. Recompensar os fiéis
Todos os que tomaram Sua cruz e carregaram-na por onde estiverem serão homenageados, honrados, recompensados, gratificados e galardoados. (1Co 3.11-15).
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3. JESUS VIRÁ COM RECOMPENSA E GALARDÕES PARA OS FIÉIS
A salvação é um dom que ninguém paga para receber, é inteiramente gratuito (1 Co 3.14); o preço já foi pago quando Jesus Cristo derramou Seu sangue na cruz em favor de todo gênero humano (1 Co 6.20; At 29.28). O galardão precisa ser conquistado (Fp 3.12-14).
3.1 Coroas para os Salvos
● Coroa de Glória (Pv 4.9; Is 62.3; 1 Pe 5.4)
● Coroa de Justiça (2Tm 4.8 )
● Coroa da Vida (Tg 1.12 ; Ap 2.10)
● Coroa de Alegria (Fp 4.1; 1Ts 2.19,20)
● Coroa Incorruptível (1 Co 9.25)

CONCLUSÃO
Todos nós recebemos algum talento para ser investido em Sua obra; portanto irmãos, sede firmes e constante, sempre abundantes da obra do Senhor (1 Co 15.58). E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos [no Tribunal de Cristo]; se não houvermos desfalecido (Gl 6.9).
FONTE : ADVEC – ASSEMBLEIA DE DEUS VITÓRIA EM CRISTO | TAQUARA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL – CLASSE DOS PROFESSORES LPD n.º 53 – Grandes Temas do Apocalipse 1.º Trimestre de 2018





O Plano divino através dos séculos
C. O Tribunal de Cristo.
 "Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo". II Co 5.10.
Esse julgamento não foi estabelecido para determinar se as pessoas que diante dele comparecerem são culpadas ou inocentes, isto é, salvas ou perdidas, uma vez que este julgamento é exclusivamente para os salvos. A questão da salvação individual fá foi resolvida, há muito. Agora se trata da questão de recompensas, que será resolvida conforme a fidelidade ou infidelidade do crente, como mordomo na casa do Mestre. I Co 3.11-15.
       Na sua primeira epístola (2.28), João revela a possibilidade do crente sofrer grande vergonha nesse dia, dizendo: "Filhinhos, agora, pois, permanecei nele, (.ara que, quando ' ele se manifestar, tenhamos confiança e dele não nos afastemos envergonhados na sua vinda". Sem dúvida, muitos crentes, perante esse tribunal ficarão cabisbaixos, cheios de remorso e em pranto, pensando como durante seus poucos dias no mundo foram tão preguiçosos e negligentes em obedecer às ordens do Mestre. O Juiz será o próprio Senhor Jesus, Aquele cujo aspecto é descrito em Ap 1.13-17, o "Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus". Diante do Seu olhar coisa nenhuma será oculta. Bom será então que a pessoa hoje muito utilize o seu privilégio de auto-juízo!  ,
       Na antiga Grécia realizavam-se muitos jogos e corridas e outras provas desportivas. Ao término desses os atletas reuniam-se defronte ao palanque ou "tribunal", chamado "bema" na língua grega, onde estaria sentado o juiz, que então distribuía os prêmios aos vencedores. As coroas eram de folhas de louro, portanto "corruptíveis". Bem podemos imaginar o desapontamento dos demais atletas que não ganharam o prêmio e tiveram que presenciar a entrega dos lauréis aos competidores. I Co 9.24-27.
        Na descrição de Paulo sobre este julgamento as obras do crente feitas por motivos indignos comparam-se a feno, palha, e madeira, substâncias de fácil combustão, enquanto as obras realizadas no amor de Deus e pelo amor às almas são como ouro, prata e pedras preciosas que resistem a prova de fogo.    O  sábio Salomão  afirma  em Ec 2.1-11 que as obras do homem são loucura ou vaidade, e isso em razão de tê-las realizado num espírito egoísta, "para si" e para sua própria glória. Faz parte do "feno, palha e madeira".
A Bíblia menciona as coroas reservadas para o povo de Deus.
1) A Coroa da Vida. Tg 1.12; Ap 2.10. É a coroa especial do mártir ou aquele que estiver tão consagrado ao Senhor que alegremente daria a sua vida na causa de Cristo. A palavra "testemunha" em Atos 1.8, no original grego, é "mártir", fato que ensina que a verdadeira testemunha de Jesus é aquele que está pronto a ser morto pelo nome de Cristo.

2) A Coroa de Glória, I Pe 5.2-4. Esta coroa está reservada para os servos fiéis que trabalharam não por amor ao lucro, nem para exercer domínio, mas trabalharam de boa vontade, pelo amor a Deus e às almas. I Ts 2.19,20; Fl 4.1; Dn 12.3; Pv 11.30. As próprias almas que ganhamos para Cristo são como "coroa". Fl 4.1.

 3) A Coroa da Justiça. II Tm 4.8. Esta coroa está reservada para aqueles que amam a vinda de Cristo. 4) A Coroa Incorruptível. I Co 9.25-27. Esta coroa está reservada para aqueles que venceram a carne, não vivendo segundo as cobiças da carne, mas sim vivendo no Espírito. Gl 6.8. Que Deus nos ajude a nos esforçar para que ganhemos essas coroas de tão alto valor.
      
      Apresentamos agora o "Sonho do Obreiro" que ilustra as verdades salientes do Juízo do Tribunal de Cristo. Esse tal obreiro do Senhor certa noite sentou-se no sofá, extremamente cansado dos seus muitos trabalhos. Muita gente havia se convertido. O obreiro sentia realmente grande alegria em trabalhar para Jesus! O trabalho ia bem, e estava coeso debaixo da sua orientação. Seus sermões estavam fazendo grande efeito entre os ouvintes. A igreja estava superlotada. Cansado assim, o obreiro passou a dormir e sonhou que uma pessoa estranha entrou na sala sem se anunciar ou pedir licença. Ela trazia consigo vários instrumentos para   medir as coisas,  como certos químicos e aparelhos diversos, que lhe dava um aspecto deveras estranho. O estranho aproximou-se do obreiro a dormir, e, estendendo a mão lhe disse: "E como vai com o seu zelo?" O obreiro no momento pensou que o estranho estivesse falando de sua saúde. Mas não, a interrogação tinha a ver com o ZELO, a qualidade chamada "zelo", com o qual qualquer obreiro trabalha. Assim ele logo respondeu que o seu zelo era muito grande e não duvidou, nem por um minuto, que o estranho aprovaria na Integra a sua afirmação. Esperava ver aquele sorriso de aprovação total. No sonho o obreiro julgou que o zelo fosse uma coisa de qualidade física. Assim meteu a mão contra o peito e retirou de si esse objeto, o zelo, e o apresentou ao estranho para ele fazer um exame minucioso do mesmo. O estranho procedeu a colocar o "zelo" primeiramente na balança, dizendo, "o zelo do senhor pesa 100 quilos!" O obreiro logo sentiu uma certa satisfação ao saber que pesava tanto, mas então notou que o estranho mantinha um aspecto de pessoa um pouco atribulada. Ele não se definiu e se notava que logo em seguida faria outros testes e pesquisas. Foi então que ele dividiu o montante do zelo em átomos e pôs tudo isso num cadinho, o qual foi posto no fogo. Quando a massa toda se fundiu, então o retirou do fogo e deixou-o esfriar. Quando estava rio, notou-se que se havia separado em camadas ou estratos. Quando o homem da ciência bateu de leve com o martelinho, tudo se separou. Então cada camada foi novamente analisada e posta na balança para verificar o seu peso. O estranho fazia muitas anotações enquanto se processava a pesquisa. Quando terminada a pesquisa, o estranho entregou ao obreiro todas as anotações, estando o seu semblante marcado por certa tristeza e apreensão, e compaixão ao mesmo tempo. Contudo, não lhe disse nenhuma palavra a não ser: "Que Deus tenha misericórdia de você!" Com isso saiu da sala e desapareceu! As anotações diziam o seguinte:
 
       ANALISE DO ZELO DO SENHOR JÚNIO
Peso  bruto
   100        quilos Intolerância religiosa
   11           quilos Ambição pessoal
   22           quilos Amor aos elogios
   19           quilos Orgulho denominacional
   15           quilos Orgulho dos talentos
   14           quilos Espírito autoritário
   12           quilos Amor a Deus
    4            quilos Amor ao próximo
    3             quilos

                Total100 quilos
     
        Naturalmente, o obreiro levou um susto muito grande. Tentou encontrar algum erro nas anotações, mas convenceu-se que estava tudo certo. Serviu para provocar nele uma atitude realmente positiva, pois o estranho havia demorado um pouco no corredor. O obreiro soltou um grito, dizendo, "Senhor, salva-me" e na mesma hora ajoelhou-se ao lado do sofá, com o papel na mão, os olhos contemplando--o demoradamente. De repente o papel transformou-se em espelho e o obreiro viu no mesmo o seu próprio coração refletido. Estava tudo certo! Ele o reconheceu e o sentiu de perto. Confessou que foi verdade mesmo! Deplorou esse estado de coisas e buscou a graça de Deus, até às lágrimas, que Deus o ajudasse livrar-se do seu egoísmo. No meio daquela angústia profunda, o Sr. Junio acordou! Para livrar-se do inferno, ele já havia pedido ao Senhor, mas para se ver livre de si mesmo, essa foi a primeira vez que pediu tal coisa. Ele continuou em oração até que sentiu aquele fogo refinador ter feito a sua obra, queimando tudo que não é de Deus e transformando o coração para a obediência total a Cristo. Assim, irmãos, todos nós, lá no céu, estaremos aos pés de Jesus, o grande "Químico", para Lhe agradecer ter revelado a nós os nossos defeitos e as nossas falhas.   Jesus, o nosso Mestre, espera de nós, Seus servos, uma mordomia fiel  sobre as coisas a nós confiadas, conforme a revelação de Sua Palavra.
                                                      Olson, Nels Lawrence 
                                                      O Plano divino através dos séculos


Capítulo 6
O Tribunal de Cristo e os Galardões

“PORQUE TODOS DEVEMOS COMPARECER ANTE O TRIBUNAL DE CRISTO, PARA QUE CADA UM RECEBA SEGUNDO O QUE TIVER FEITO POR MEIO DO CORPO, OU BEM OU MAL” (2 CO 5.10)
Na primeira fase da sua volta (arrebatamento), Jesus vem “para” os seus. Na segunda fase, Ele virá “com” os seus para estabelecer o seu Reino, no Milênio, e implantar o perfeito estado eterno.
Os cristãos, em grande número, esperam a volta do Senhor como um evento “muito distante”, ou bastante “remoto”, a ponto de não se preocuparem com sua vida, seu comportamento e testemunho; não se importarem com suas atitudes e práticas, como se, no final, tudo possa ser arranjado, ajustado e resolvido, perante Deus. Mas essa visão pouco séria do que significa a volta de Cristo para buscar a sua Igreja terá certamente conseqüências eternas de grande repercussão no futuro de muita gente. Já vimos que a volta de Jesus encontrará o mundo, incluindo os crentes, como “nos dias de Noé”, quando a humanidade só se preocupava com as coisas da vida terrena, e não dava o menor valor às coisas espirituais, “até que veio o dilúvio e consumiu a todos” (Lc 17.17).
Também sabemos que, na volta do Senhor, a terra estará vivendo como “nos dias de Ló”, o velho patriarca, que, em meio à corrupção de seu tempo, soube ficar vigilante, mantendo sua comunhão com Deus, ainda que nem toda a sua família o acompanhou em sua vida de santidade, e Deus destruiu Sodoma, Gomorra e cidades vizinhas, mandando fogo do céu, como juízo sobre a impiedade daquela gente que debochava de Deus, especialmente no que tange à sexualidade. Diante desses fatos, a exortação de Cristo é para que seus servos vigiem: “Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor” (Mt 24.42).

Mas há outro motivo, de grande importância, diante do qual a Igreja de Jesus, formada pelos salvos, em todos os tempos e lugares, esteja preparada, em termos espirituais, morais e éticos. E que está prevista uma prestação de contas, à qual terão que responder todos os crentes, desde o princípio do mundo até o dia do arrebatamento da Igreja. Esse evento se dará no “Tribunal de Cristo”. Não se trata do Juízo final, que será instaurado para o julgamento dos ímpios (Ler Ap 20.11-15). Será um tribunal para julgar as obras e os atos dos crentes, nas igrejas, ao longo dos tempos. Diz Paulo: “Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou mal” (2 Co 5.10; Rm 14.10).

I - Definição e Conceituação

1. Os Dois Tribunais

 Haverá dois julgamentos, em que as pessoas serão julgadas. No tribunal de Cristo, serão avaliadas as obras dos salvos. No tribunal do Grande Trono Branco, ou no Juízo Final, os ímpios serão julgados, segundo as suas obras (Jr 32.19). Até as palavras serão julgadas. “Mas eu vos digo que de toda palavra ociosa que os homens disserem hão de dar conta no Dia do Juízo. Porque por tuas palavras serás justificado e por tuas palavras serás condenado” (Mt 12.36,37).

2. O que Será o Tribunal de Cristo

Será o julgamento das obras dos salvos, praticadas na terra, para receberem, ou não, o galardão correspondente. Não se tratará de julgamento de pecados, pois já são salvos. Os ímpios é que passarão pelo julgamento de suas obras e pecados, no juízo do Trono Branco, após 0 Milênio (cf. Ap 20.11-15). “E o julgamento dos servos de Deus, quanto às suas obras na terra (2 C o 5.10; Rm 14.10). [...] Não seremos julgados quanto à nossa posição e condição de salvos que temos em Cristo, e sim quanto ao nosso desempenho como servos do Senhor”.
Segundo Olson, “Esse julgamento não foi estabelecido para determinar se as pessoas que diante dele comparecerem serão culpadas ou inocentes, isto é, salvas ou perdidas, uma vez que este julgamento é exclusivamente para os salvos. A questão individual já foi resolvida, há muito. Agora se trata da questão de recompensas, que será resolvida conforme a fidelidade ou infidelidade do crente, como mordomo na casa do Mestre (1 Co 3.11-15)”.

3. Nenhuma Condenação para os Salvos

Os salvos em Cristo Jesus, desde que permaneçam fiéis, em santificação, não mais passarão por qualquer tipo de condenação. “Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito” (Rm 8.1). Estar “em Cristo Jesus” é a condição indispensável para ter sido salvo e permanecer salvo. O salvo não perde a salvação, “se” estiver em comunhão com Cristo, se viver em santificação. “[...] mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver” (1 Pe 1.15). Diante desse fato incontestável, acerca da salvação em Cristo Jesus, os salvos, que “em Jesus dormem” (1 Ts 4.14), serão ressuscitados, e os estiverem vivos, em sua vinda, serão transformados para o encontro com Jesus nos ares (1 Ts 4.17). Esses comparecerão perante o Tribunal de Cristo, para serem recompensados por suas obras, ações, atividades, alegrias e tristezas, êxitos e sofrimentos. O Justo Juiz saberá avaliar as obras de cada um. “Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda” (2 Tm 4.8). Os que amam a vinda do Senhor são conservados irrepreensíveis para encontrar-se com Cristo (1 Ts 5.23).

II - O Julgamento no Tribunal de Cristo

1. A Natureza do Tribunal de Cristo

 Aqui na terra nenhum tribunal é instaurado para dar recompensas a ninguém. Via de regra, todos os tribunais são estabelecidos para julgar casos de infração da lei. Nesses julgamentos, comparecem pessoas acusadas de crimes ou infrações contra a pessoa humana, contra a ordem pública, contra o patrimônio público ou privado, e contra outros entes jurídicos, de acordo com o que é estabelecido nas leis do país. Os que comparecem aos tribunais, de um lado, são os reclamantes ou os autores de ações judiciais. De outro, são os réus, acusados de delitos ou descumprimento das normas legais, acompanhados de seus advogados, que os representam perante o juiz. O Tribunal de Cristo é o único, no universo, que tem por finalidade fazer justiça, recompensando as obras dos salvos, com maior ou menor galardão, ou recompensa. Jesus disse: “E eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo para dar a cada um segundo a sua obra” (Ap 22.12).

2. Quando Acontecerá?

 Logo após o Arrebatamento da Igreja, os salvos comparecerão perante o Tribunal de Cristo. Naquele tribunal celeste, os crentes terão o julgamento das obras. De acordo com a Bíblia, o Tribunal de Cristo ocorrerá antes das Bodas do Cordeiro (Ap 19.7-9), antes daquela que será a maior e mais gloriosa festa nupcial do universo. Os salvos em Cristo serão reunidos com Jesus, nos ares, ou nas nuvens (1 Ts 4.13- 17; 2 Ts 2.1). Ali, certamente, Jesus recepcionará a sua Noiva, lhe dará as boas vindas, e se assentará no trono do seu Tribunal para julgar as obras dos crentes, e lhes anunciar qual o prêmio ou galardão de cada um pelo que tiver feito na terra.

 3. Quem Será o Juiz e quem Será Julgado?
O Juiz, como indica a Bíblia, será nosso Senhor Jesus Cristo. “Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda” (2 Tm 4.8; ver Jo 5.22). Por isso será chamado o Tribunal de Cristo (2 Co 5.10). Serão julgados, para receber a recompensa, todos os crentes: “Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou mal” (2 Co 5.10 - grifo nosso). A expressão “todos devemos” indica que se refere aos cristãos fiéis que forem arrebatados, na vinda de Jesus.

III - As Obras e seu Julgamento

O cristão deve ter cuidado com o que faz, pois seus atos serão julgados no tribunal de Cristo. “E, tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor e não aos homens, sabendo que recebereis do Senhor o galardão da herança, porque a Cristo, o Senhor, servis. Mas quem fizer agravo receberá o agravo que fizer; pois não há acepção de pessoas” (Cl 3.23-25).
1. Os Salvos e as suas Obras

a) O valor das obras do salvo. Jesus disse: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus” (Mt 5.16 - grifo nosso). São obras, vistas pelos homens, que demonstram a grande mudança na vida do crente e contribuem para a glória de Deus. Mesmo assim, elas serão julgadas. Será um julgamento individual (1 Co 3.13). A salvação do crente em Jesus é pela graça. Não depende das obras (Ef 2.8,9). Mas as obras dos salvos têm muito valor diante de Deus. As obras aperfeiçoam a fé (Tg 2.22); as obras justificam a fé (Tg 1.21); e a fé sem as obras (de salvo) é morta (Tg 2.17) e as obras (da lei, dos atos humanos, da carne - G1 5.19; 2 Tm 1.9) sem a fé são mortas. A fé salvífica tem que andar lado a lado com as obras de salvo, demonstradas pela obediência, pela “santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14). No Tribunal de Cristo, serão avaliadas ou julgadas as obras dos salvos, as quais poderão ser aprovadas ou reprovadas. As que forem aprovadas darão direito ao galardão (cf. 1 Co 3.14,8). Não serão julgados os pecados cometidos na terra. Esses já terão sido perdoados por Jesus (Hb 8.12; 10.17).

 b) O testemunho do salvo. As obras dos salvos falam de seu testemunho, comprovando que os mesmos já morreram para o mundo e são novas criaturas em Cristo (Mt 5.16; 2 Co 5.17). Precisamos dar bom testemunho perante a igreja e o mundo. “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.10). Somos salvos, tendo passado pelo processo divino da regeneração. Paulo diz que foi Deus quem preparou “as boas obras [...] para que andássemos nelas”. De forma mais abrangente, podemos dizer que será julgado o nosso trabalho, ou a nossa administração, na casa do Senhor, como mordomos, encarregados das coisas de Deus aqui na terra. É tarefa por demais sublime para ser tratada de qualquer forma, sem zelo ou cuidado. Na parábola do mordomo infiel, o seu senhor o chama à prestação de contas (Lc 16.2). Jesus também nos pedirá a prestação de contas do que nos entregou para administrar como seus mordomos.
Deus nos concede muitos bens ou talentos para que façamos a sua obra. No sermão profético, Jesus proferiu a parábola dos dez talentos. E comparou o seu Reino a um senhor que, tendo de ausentar-se, entregou todos os seus bens a seus três servos ou mordomos. E deu a um dez talentos; a outro, cinco, e a outro, apenas um talento (Mt 25.14-30). Essa parábola nos diz que Deus dá a cada parte dos seus bens, espirituais, morais, físicos, ministeriais ou eclesiásticos, de acordo com a capacidade de cada um (Mt 25.15). Os talentos representam nossos recursos, nosso tempo, nossa vida, nossas habilidades, concedidas por Deus. Notemos que o senhor não dá a todos a mesma responsabilidade. Desde o dia da conversão, o salvo torna-se servo de Cristo, e tem o dever espiritual e moral de cooperar na casa do Senhor. Uns de uma forma, outros, de outra. Cada um conforme a sua capacidade.

2. Como as Obras Serão Julgadas? 

A precisão do julgamento. O julgamento será tão preciso que é comparado à passagem de materiais pelo fogo: “a obra de cada um se manifestará; na verdade, o Dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um. Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão. Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo” (1 Co 3.13-15). O Espírito Santo será o assistente naquele julgamento. As obras serão comparadas a materiais, na linguagem humana. Cada tipo de material simbólico mostra o tipo, a natureza e a forma com a qual terão sido praticadas pelos crentes, em todos os lugares do mundo, em todas as igrejas. Vejamos, na seqüência do texto, a comparação das obras com os respectivos materiais.

2.1. Obras que Serão Aprovadas

a) Obras comparadas a ouro. Na Bíblia, o ouro é símbolo das coisas de Deus, das coisas divinas (Jó 22.23-25; Ap 22.18,22). São obras que são feitas para a glória de Deus, feitas em comunhão com Ele, “feitas em Deus” (Jo 3.21), de pleno acordo com sua palavra. O crente que glorifica a Deus com suas obras está praticando obras comparáveis a ouro (Mt 5.16). São “as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.10). Se tratamos os irmãos e os outros com o amor de Deus, isso é comparado a ouro. Quando usamos bem os talentos dados por Deus, realizamos obras “de ouro” (Mt 25.14,20). São obras que glorificam a Deus: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus” (Mt 5.16 - grifo nosso).

b) Obras comparadas a prata. Na tipologia bíblica, a prata é símbolo de redenção. No Antigo Testamento, a redenção dos filhos de Israel era paga em prata (Êx 30.11-16; Lv 5.15; 27.3). No Novo Testamento, simboliza a redenção feita por Cristo: “sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que, por tradição, recebestes dos vossos pais” (1 Pe 1.18; 1 Co 6.20). São obras feitas em Cristo. O crente que ganha almas, que prega a Palavra, que dá bom testemunho da sua fé em Jesus, está realizando obras de prata. Os obreiros do Senhor que cuidam bem do rebanho realizam obras de prata. Visitar os enfermos, os carentes, evangelizar, podem ser obras de prata.

c) Obras comparadas a pedras preciosas. São símbolos do Espírito Santo, ou da glória de Cristo no crente (ver Jo 17.22). Os crentes que possuem os dons espirituais (1 Co 12) têm o adorno do Espírito Santo. São obras feitas pelo poder do Espírito Santo (Fp 3.3; Tt 3.5). É adorar a Deus “em Espírito e em verdade” 0o 4.23). São obras na unção do Espírito Santo. Evangelizar, pregar, cantar na unção, podem ser pedras preciosas. E o testemunho eloqüente do servo ou da serva de Deus, andando de acordo com a sã doutrina (Tt 2.10). As obras que forem comparadas aos três materiais acima serão aprovadas, e os seus praticantes terão galardão de Deus (1 Co 3.13,14).
2.2. Obras que Perecerão
“Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo” (1 Co 3.15). Esse texto mostra que haverá crentes cujas obras não serão aprovadas no julgamento de Deus, no Tribunal de Cristo. São obras mortas, obras que não têm valor diante de Deus. São obras que alguns crentes praticam, para sua própria glória, mas não glorificam a Deus. São obras feitas por muitos de modo relaxado, sem o zelo necessário a quem serve a Deus. As obras não serão recompensadas, mas “o tal será salvo, todavia como pelo fogo”. Isso quer dizer que, como não se trata de julgamento de pecados, quem pratica tais obras poderá ser salvo, mas sem recompensas ou galardões. Não haverá inveja ou tristeza, pois tais sentimentos são carnais e não entrarão no céu. Só o fato de chegar lá já será motivo de grande alegria. Mas é melhor fazer o melhor para Deus.

a) Obras comparadas a madeira. Na Bíblia, madeira é símbolo das coisas humanas. E uma figura da árvore, que cresce por si mesma. Há crentes que fazem muitas coisas, mas buscando a glória humana. No fogo do julgamento, elas vão desaparecer. Há quem trabalha muito nas igrejas, mas não o fazem para a glória de Deus. Não terão o reconhecimento por parte do Senhor.

b) Obras comparadas a feno. Feno é capim, é erva seca. São obras aparentes, mas sem consistência, como erva seca (Is 15.6). O capim precisa ser renovado. É coisa perecível (Is 51.12). Representam obras de crentes que fazem muita coisa para aparecer. A preocupação deles é com a quantidade, e não com a qualidade. Um monte de feno pode ser muito grande, mas, no fogo, desaparece em segundos. Não haverá galardão para esse tipo de obra. Pregar para aparecer; pregar por dinheiro; cantar para aparecer, para ter a glória dos homens, buscando o aplauso das multidões, sem dúvida alguma, são obras de feno; aparecem muito, mas não têm consistência, e já receberam seu galardão, em termos de dinheiro; nada terão lá, no céu. “Já receberam o seu galardão”, aqui mesmo (cf. Mt 6.2,5,16).

c) Obras comparadas a palha. A madeira tem certa consistência, mas a palha é muito fraca. Não resiste à força do fogo. O vento leva com facilidade (SI 1.4; Jó 21.18; Os 13.3). É instável. Não pode se misturar com o trigo (Jr 23.28). Segundo o Pr. Eurico Bergstén, “Palha também fala de escravidão: foi palha que os israelitas tiveram de colher no Egito (Ex 5.7). Devemos, portanto, servir a Deus na liberdade do Espírito, e não numa escravidão imposta por nós mesmos ou por outros”. Palha representa obras sem firmeza. Há crentes que não sabem o que querem na vida cristã. Vivem mudando o tempo todo. Mudam de cargo, mudam de igreja com facilidade. São levados por “todo vento de doutrina” (Ef 4.14).
As obras que forem comparadas a esses três últimos tipos de materiais não ensejarão galardões: “Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo” (1 Co 3.15). Deus é um Deus de bondade, de amor, e também de justiça. No seu julgamento, Ele não falhará: “[...] porque vem a julgar a terra; com justiça julgará o mundo e o povo, com equidade” (SI 98.9). Ninguém escapará do julgamento de Deus. No Juízo Final, os ímpios darão contas de todas as suas obras de impiedade que cometeram (SI 9.17). “Porque está escrito: Pela minha vida, diz o Senhor, todo joelho se dobrará diante de mim, e toda língua confessará a Deus. De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus” (Rm 14.11,12 - grifo nosso). Mais uma vez, Paulo usa o verbo de forma inclusiva, em relação aos crentes - “cada um de nós”, mostrando que cada crente dará contas a Deus de todas as obras que houverem praticado aqui. Sem dúvida, é uma alusão ao Tribunal de Cristo.

III - Os Galardões dos Salvos em Cristo

Galardão significa prêmio, recompensa. Os salvos em Cristo, que participarem do arrebatamento da igreja, serão reunidos nas regiões celestiais para receberem o seu galardão, individualmente, conforme a avaliação de Cristo. A entrega dos galardões é prevista por Jesus: “E eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo para dar a cada um segundo a sua obra” (Ap 22.12 - grifo nosso). Cada crente é considerado um “despenseiro de Deus”, que deve trabalhar com fidelidade para ser reconhecido por seu Senhor: “Que os homens nos considerem como ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus. Além disso, requer-se nos despenseiros que cada um se ache fiel. [...]
Portanto, nada julgueis antes do tempo, até que o Senhor venha, o qual também trará à luz as coisas ocultas das trevas e manifestará os desígnios dos corações; e, então, cada um receberá de Deus o louvor” (1 Co 4.1,2,5). Cada crente receberá o galardão e o louvor da parte de Deus pelo que houver realizado na igreja e em sua vida pessoal. Na Bíblia, vemos alguns tipos de galardões e a quem se destinam.

a) Coroa da vida. E o galardão previsto para todos os salvos, que permaneceram fiéis até à morte ou à vinda de Jesus. “Bem-aventurado o varão que sofre a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam” (Tg 1.12; Ap 2.10).

b) Coroa da vitória. E o prêmio para todo o salvo, que vencer as lutas e tentações da vida terrena. “E todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível, nós, porém, uma incorruptível” (1 Co 9.25). O crente fiel se abstém de tudo o que não agrada a Deus, mesmo com perda de vantagens, posições ou lucros, por causa da coroa incorruptível que receberá no julgamento de suas obras. A vitória é sua chegada aos céus, ao lado de todos os salvos, na vinda de Jesus.

c) Coroa de glória. E a recompensa especial para os obreiros do Senhor, que labutam na sua obra, com fidelidade, humildade, desprendimento e amor. “Apascentai o rebanho de Deus que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho. E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa de glória” (1 Pe 5.2-4). d) Coroa de gozo. É o galardão do ganhador de almas, daquele que, além de ser fiel, vencer as tentações e as barreiras da vida, esforça-se para ganhar almas para o Reino de Deus (Pv 11.30; Dn 12.3). Não só pastores, evangelistas e dirigentes de igrejas, mas muitos pregadores e evangelizadores anônimos, que fazem um excelente trabalho, divulgando o evangelho de Cristo, nas casas, nas ruas, nos hospitais, nas escolas, em toda a parte; principalmente em lugares, onde arriscam a própria vida para tornar Cristo conhecido. “Porque qual é a nossa esperança, ou gozo, ou coroa de glória? Porventura, não o sois vós também diante de nosso Senhor Jesus Cristo em sua vinda? Na verdade, vós sois a nossa glória e gozo” (1 Ts 2.19,20; Fp 4.1).

e) Coroa da justiça. É o prêmio ou recompensa dos que perseveram até o fim de sua jornada. Com o disse Paulo: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda” (2 Tm 4.7,8). Jesus disse: “E sereis aborrecidos por todos por amor do meu nome; mas quem perseverar até ao fim, esse será salvo” (Mc 13.13). E o coroamento da vida do crente, “pelas veredas da justiça” (SI 23.3b). f) Galardão de servos São recompensas que Jesus dará a todos os que servem a seus servos, na condição de profeta, justo, pequeninos ou discípulos. “Quem recebe um profeta na qualidade de profeta receberá galardão de profeta; e quem recebe um justo na qualidade de justo, receberá galardão de justo. E qualquer que tiver dado só que seja um copo de água fria a um destes pequenos, em nome de discípulo, em verdade vos digo que de modo algum perderá o seu galardão” (Mt 10.41,42).

Esses galardões, com poucas exceções, como no caso do galardão de obreiros ou de ganhadores de almas, podem ser recebidos por todos os crentes fiéis e santos que aguardam a vinda de Jesus. No Tribunal de Cristo, eles verão que valeu a pena suportar as aflições do tempo presente: “Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada” (Rm 8.18). Jesus é que fará a criteriosa avaliação das obras dos salvos para dar a cada um conforme o seu trabalho (Ap 22.12).
                                        O Final de Todas Coisas
                                            Elinaldo-Renovato


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