Comentário de Hebreus 2.1-18
N
|
o capítulo
1, o autor mostrou a superioridade de Jesus em relação aos anjos. Neste
capítulo, o autor demonstrará as implicações práticas daquilo que ele afirmara.
Os intérpretes destacam que a superioridade de Jesus em relação aos anjos
acontece em três aspectos:
1. Nenhum dos anjos podia trazer a nova
relação entre irmãos (Hb 2.5-13)
2. Nenhum dos anjos podia livrar os homens
do temor da morte (Hb 2.14-16);
3. Nenhum dos anjos podia realizar a obra da
expiação pelos pecados (Hb 2.17-18).
“Portanto,
convém-nos atentar, com mais diligência, para as coisas que já temos ouvido,
para que, em tempo algum, nos desviemos delas” (v. 1). Aqui, o “portanto”
(gr. dia touto) tem o sentido de “acordo com o que acabei de mostrar”. Nesse
contexto, “portanto” é usado em referência à superioridade de Jesus sobre os
anjos. Uma verdade de tão grande magnitude deveria ter recebido uma maior
atenção por parte dos leitores. Eles deveriam ter atendido as verdades
ensinadas com maior diligência. O termo grego prosechein, traduzido aqui como
“atentar”, tem o sentido de “prestar atenção a, atender, dar ouvidos”.1 O termo
é usado no sentido de dar uma resposta positiva ou negativa a uma mensagem
recebida. É usado em Atos 8.6 para afirmar que as pessoas “atendiam” unânimes
as palavras pregadas por Filipe. Por outro lado, em Tito 1.13,14, é usado para
exortar os crentes a “não dar ouvidos” às fábulas judaicas. Em ambos os casos,
a participação do ouvinte é requerida. Pedro afirma que seus leitores faziam
bem em “atenderem” a palavra profética (2 Pe 1.19). Esse mesmo termo é usado
por Lucas para narrar a conversão de Lídia (At 16.14). “Certa mulher, chamada
Lídia, da cidade de Tiatira, vendedora de púrpura, temente a Deus, nos
escutava; o Senhor lhe abriu o coração para atender às coisas que Paulo dizia”
(At 16.14 – ARA). Enquanto Paulo falava acerca do Reino de Deus, Lídia escutava
a Palavra de Deus, e o Senhor abriu-lhe o coração para atentar (prosechein)
àquilo que o apóstolo dizia.2
As Escrituras exortam o cristão a ser
vigilante e batalhar pela fé que uma vez lhe foi dada (Jd 3). O autor não
queria que os crentes aos quais ele escrevia ficassem desviados da fé. A
palavra “desviar” (gr. pararreô) era usada em referência a um rio que corria
fora do seu leito. Podia ser usada também em referência a uma pessoa que perdia
a memória ou, então, a um navio que estava à deriva.3 Franz Delitzsch
(1813–1890) destaca que está presente o sentido de obter ou encontrar a si
mesmo em um estado de fluxo ou de passagem, isto é, em referência a um objeto
que requer muita atenção; perder a posse de qualquer coisa por não conseguir
segurar.4 Essas observações fazem-nos ver que a apostasia — um ensino que o
autor de Hebreus voltará a falar mais adiante — é uma realidade possível e
real. Se decair da fé ou se desviar não fosse uma possibilidade, essas
exortações perderiam o sentido.
“Porque, se a palavra falada pelos anjos permaneceu firme, e toda
transgressão e desobediência recebeu a justa retribuição” (v. 2). Como já havia assinalado no
versículo anterior, o autor refere-se, aqui, à Lei mosaica entregue no Sinai.
George Wesley Buchanan destaca que havia uma tradição judaica antiga na qual se
afirmava que a Lei fora entregue pelos anjos (Ant. XV. 136; Gl 3.19; Atos 7.53;
Targ. Dt 33.2).5 Por haver sido mediada por anjos, a Lei era vista e observada
meticulosamente pelos judeus. A conclusão a que o autor quer chegar é simples:
ora, se a Lei, que fora entregue por anjos, merecia tanta atenção, então não
merecia atenção maior ainda a palavra de Deus, que fora entregue por seu
próprio Filho, o qual é infinitamente superior aos anjos? Se a palavra entregue
por anjos provocou punição para quem a transgrediu, o que poderá acontecer com
quem quebra a palavra falada pelo Filho?
“Como
escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual,
começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos, depois, confirmada pelos que a
ouviram” (v. 3). Valendo-se de uma pergunta retórica, o autor indaga a seus
leitores se haveria alguma chance de escape para quem fosse negligente e não
atentasse para essa tão grande salvação. A resposta, evidentemente, é que não
haveria chance nenhuma. A palavra grega amelēsantes, traduzida como “atentar”,
“negligenciar”, é um particípio que ocorre quatro vezes no Novo Testamento
grego (Mt 22.5; 1 Tm 4.14; Hb 2.3; 8.9). Em Mateus, é usado no sentido de “não
dar atenção”; em 1 Tm 4.14, é usado para exortar Timóteo a não “negligenciar” o
dom de Deus; em Hebreus 8.9, é usado para dizer que Deus não “atentou” para os
desobedientes.6 A salvação do cristão está condicionada à sua permanência em
Cristo. Alguns creem que a salvação é dada por decreto. Nesse sentido, as
pessoas eleitas serão salvas sem importar muito o que fazem ou deixam de fazer.
No entanto, Richard Taylor destaca:
“A Bíblia
mostra que a prática do pecado e o Filho de Deus são totalmente incompatíveis;
e que a apostasia é uma possibilidade, ainda que não seja normal nem o que se
espera na experiência cristã. O Novo Testamento sublinha que a fé evangélica é
como um tempo presente, uma atitude contínua de confiança e obediência, ‘aquele
que crê no Filho tem a vida eterna, mas aquele que não crê no Filho não verá a
vida’ (Jo 3.36; Tg 2.14-26)”.7
“Testificando também Deus com eles, por sinais, e milagres, e várias
maravilhas, e dons do Espírito Santo, distribuídos por sua vontade?” (v. 4). O escritor F. Dattler
destaca:
“A insistência sobre os prodígios, Hb possui em comum
com o 4º Evangelho onde tais fatos formam argumentos essenciais em abono da
legitimidade de Jesus de Nazaré: Jo 1.14,51; 2.11,23; 3.2; 5.17-20,36; 6.14,26;
7.21,31; 9.3,16; 10.32,37,41; 11.47; 12.18,37; 14.10; 15.24. Com a morte de
Jesus, os milagres não desapareceram; os discípulos fariam maiores ainda (Jo
14.12); maiores se não em qualidade, pelo menos em quantidade, como se vê nos
Atos dos Apóstolos e na variedade imensa de carismas descritos em Rm 12 e 1 Cor
12.”8.
A Igreja Primitiva, formada por crentes
tanto da primeira como da segunda geração, estavam familiarizados com os
carismas do Espírito. Para o autor, a Salvação não ocorreu apenas no plano
subjetivo e teórico, mas também no objetivo e prático. O Espírito Santo,
através dos discípulos, deu testemunho dessa salvação. Os termos gregos:
semeiois (sinais), terasin (maravilhas) e dynamesin (poder, prodígios,
milagres) são frequentemente usados nos Atos dos apóstolos (At 4.30,33; 5.12;
14.3,8-10). No Velho Testamento, o Espírito vinha sobre algumas pessoas
especiais: o rei, o legislador, o profeta e o sacerdote. Todavia, na Nova
Aliança, Ele foi derramado sobre toda a carne (At 2.17). Os crentes Hebreus
possuíam consciência desses fatos, mas, mesmo assim, davam sinais de
esquecimento.
Como de costume, o autor mais uma vez recorre
a uma citação de um salmo (8.4-6) de natureza messiânica para validar sua
argumentação. No judaísmo, esse salmo era um cântico que celebrava a criação, a
tradição cristã; no entanto, devido à sua citação na carta aos Hebreus,
associou-o à redenção. “Em vários períodos, o salmo foi usado para expressar o
tema da imago dei no sentido de que a dignidade da humanidade é concedida e, em
seguida, restaurada pela salvação/redenção”.9 C. S. Keener destaca que era uma
crença do judaísmo antigo a de que Deus sujeitaria a seu povo o governo do
mundo vindouro.10 O judaísmo dos dias neotestamentários alimentava essa
esperança.
“Porque
não foi aos anjos que sujeitou o mundo futuro, de que falamos” (v. 5). O
fato em destaque pelo autor é que o mundo será, com efeito, submetido ao
governo não angélico, mas humano. O autor afirma essa crença, porém destacando
que essa promessa teve seu fiel cumprimento no Messias, que era divino e
humano. O autor passa a citar o Salmo 8.
“Mas, em
certo lugar, testificou alguém, dizendo: Que é o homem, para que dele te
lembres? Ou o filho do homem, para que o visites?” (v. 6). Valendo-se da
expressão “em certo lugar”, o autor não demonstra imprecisão na sua citação,
mas, sim, o uso do método hebraico de interpretação conhecido como gezerah
shavar, muito usado pelos escribas para unir duas porções das Escrituras.
“Tu o fizeste um pouco menor do
que os anjos, de glória e de honra o coroaste e o constituíste sobre as obras
de tuas mãos” (v.
7). Essa citação não é feita para depreciar o homem; pelo contrário, é usada
para mostrar sua grandeza.11 O autor avança para o desfecho do seu comentário.
“Todas as coisas lhe sujeitaste
debaixo dos pés” (v.
8). F. F. Bruce observa que
“Quando o
homem falha no cumprimento de seu propósito divino (como em alguma medida,
todos o fizeram na época do Antigo Testamento), Deus levanta outro para que
tome o seu lugar. Mas quem poderia tomar o lugar de Adão? Somente um que foi
capaz de desfazer os efeitos da queda de Adão e, portanto, iniciar uma nova
ordem do mundo”.12
“Vemos, porém, coroado de glória e de
honra aquele Jesus que fora feito um pouco menor do que os anjos, por causa da
paixão da morte, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos” (v.
9). A palavra grega brachy, traduzida como “menor”, é usada aqui em relação ao
tempo e significa temporariamente. Portanto, o texto afirma que, devido à sua
humilhação, Jesus temporariamente foi feito menor do que os anjos, e não que
Ele tornou-se menos digno do que os seres angélicos.13 Alguns autores interpretam
esse texto no sentido de que a glória precedeu o sofrimento. Nesse aspecto,
Jesus teria uma glorificação antecipada. Mas, como observa F. F. Bruce, essa
não é a leitura natural do texto. O autor de Hebreus põe a glorificação como um
evento que seguiu a humilhação de Cristo. Pela primeira vez, o autor cita aqui
o nome “Jesus”, o que é uma clara demonstração de sua humanização. “O Verbo se
fez carne e habitou entre nós” (Jo 1.14). O autor usa o termo grego “graça”
(gr. Xaris) pela primeira vez, e o seu sentido é de uma salvação para todos,
universal e ilimitada.14 Ele sacrificou-se por todos e, como resultado de sua
paixão e exaltação, sua morte é extensiva a todos os homens.15 Adam Clarke
(1760–1832), renomado teólogo britânico, vê aqui um paralelo com o cálice da
salvação a qual o Senhor Jesus referiu-se em Mateus 26.39:
“Meu Pai, se és possível, passa de mim este cálice.
Mas, sem bebê-lo, a salvação haveria sido impossível; portanto, com júbilo o
bebeu em lugar de cada alma humana, fazendo desta maneira sacrifício por todo o
pecado da totalidade do mundo; e isto Ele fez por graça, misericórdia ou
infinita bondade de Deus”.16
“Porque convinha que aquele, para quem são todas as coisas e mediante
quem tudo existe, trazendo muitos filhos à glória, consagrasse, pelas aflições,
o Príncipe da salvação deles” (v. 10). Esse versículo é uma referência à missão salvífica
do Filho e faz um paralelo com 2 Coríntios 5.19. O escritor Neil R. Lightfoot
observa que alguns comentaristas dizem que o texto quer dizer simplesmente que,
através da sua morte, Jesus completou sua obra na terra e que, por isso, teria
Ele superado todas as suas limitações. Todavia, Lightfoot destaca que “a
palavra aperfeiçoar (traduzida aqui como consagrar), que, com seus cognatos, é
característica da epístola, exige mais do que isso. No geral, ela significa
concretização ou inteireza; completar algo, pôr em efeito; acabar, por exemplo,
uma torre ou obra de arte. Mas o significado aqui é determinado pela
Septuaginta, que usa regularmente o termo no Pentateuco para referir-se à
consagração dos sacerdotes (Êx 29.9, 29.33,35, etc.). Da mesma forma que, no
Velho Testamento, os sacerdotes eram aperfeiçoados ou consagrados por vários
rituais, também Cristo, no Novo, foi aperfeiçoado, consagrado ou qualificado. A
ideia é que, em separado do sofrimento, Cristo não poderia ter-se tornado um
Líder inteiramente eficaz, perfeito, do seu povo”.17
“Porque, assim o que santifica como os que são santificados, são todos
de um; por cuja causa não se envergonha de lhes chamar irmãos” (v. 11). Aqui, o autor mostra a
fonte de santificação do crente: Cristo. É o sangue de Cristo que nos purifica
de todo pecado. Posteriormente, ele vai afirmar que, sem a santificação,
ninguém verá o Senhor.
“Dizendo: Anunciarei o teu nome a
meus irmãos, cantar-te-ei louvores no meio da congregação” (v. 12). O autor novamente recorre a
textos messiânicos para corroborar sua argumentação. No primeiro texto, ele usa
o Salmo 22.22. Os evangelistas relacionaram esse salmo com os eventos da
crucificação (Mc 15.34). A identificação de Cristo com a raça humana está
claramente demonstrada aqui na argumentação do autor de Hebreus. Jesus
identifica-se com seus irmãos.
“E outra vez: Porei nele a minha
confiança. E outra vez: Eis-me aqui a mim e aos filhos que Deus me deu” (v. 13). O versículo 13 é uma
citação de Isaías 8.17. No contexto do livro de Isaías, o profeta demonstra
confiança em Deus, mesmo o povo tendo perdido as esperanças. É exatamente essa
mesma confiança que o Filho de Deus demonstra. Por outro lado, o versículo 14 é
usado pelo autor para, de forma contundente, demonstrar a plena natureza humana
de Cristo.
“E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele
participou das mesmas coisas, para que, pela morte, aniquilasse o que tinha o
império da morte, isto é, o diabo” (v. 14). Fritz Laubach destaca:
“Cristo se tornou realmente humano. O Novo Testamento
enfatiza: O Filho de Deus não permaneceu na glória eterna, mas de forma
misteriosa unificou-se plenamente com nossa natureza humana. Cristo assumiu a
nossa natureza, para que nós pudéssemos participar de sua natureza divina (2 Pe
1.4)”.18
A palavra “aniquilar” não tem o sentido
de “destruir” no original grego, mas, sim, o de “tornar inoperante”, “anular”,
“fazer como se não mais existisse”.19 Através da morte e ressurreição de Jesus,
Satanás foi destronado (cf. Cl 2.15). A consequência imediata da vitória de
Jesus está demonstrada no versículo 15.
“E
livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à
servidão” (v. 15). O cristão não deve mais temer a morte, embora seja ainda
necessário passar por ela. Não há mais insegurança e incerteza, já que Jesus,
através de sua morte e ressurreição, destronou o poder que ela detinha (1 Co
15.55; 2 Tm 1.10). Cirilo de Alexandria (378–444 d.C.), em seu comentário de
Hebreus, escreveu: “Existindo essencialmente com vida, o Logos Unigênito de
Deus uniu-se Ele mesmo à carne terrena e mortal, para que a morte, que
perseguia o homem como um animal feroz, soltasse a sua presa”.20
“Porque, na verdade, ele não tomou os anjos, mas tomou a descendência de
Abraão” (v. 16). A
morte de Jesus foi pelos homens, e não pelos anjos caídos.
“Pelo que convinha que, em tudo, fosse
semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo
que é de Deus, para expiar os pecados do povo” (v. 17). A identificação de
Jesus com a humanidade é feita pelo autor através da expressão “em tudo, fosse
semelhante aos irmãos”. Para salvar os homens, era necessário Jesus tornar-se
como eles. Evidentemente, essas palavras do autor não devem ser tomadas em seu
sentido literal, pois Jesus não cometeu pecados como os demais homens. Aqui,
pela primeira vez nessa carta, o autor usa o termo “sumo sacerdote” em
referência à pessoa de Jesus. Trata-se de uma preparação para o que ele
tenciona dizer daqui para frente. Ao comentar esse texto, João Crisóstomo
(347–407 d.C.) escreveu:
“Não há nos honrado somente com a fraternidade, senão
também de diversas maneiras; assim quis se fazer sumo sacerdote ante o Pai,
pois acrescenta: ‘A fim ser misericordioso e sumo sacerdote fiel nas coisas que
se referem a Deus’. Por isso, afirma — assumiu nossa carne não somente por benevolência,
senão para ter misericórdia de nós. Certamente, não existe outra causa da
redenção; essa somente! Com efeito, nos vê abatidos na terra, pedidos,
tiranizados pela morte, e tem misericórdia”21.
“Porque, naquilo que ele mesmo, sendo
tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados” (v. 18). Aqui, o autor
mostra Jesus como Sumo Sacerdote. Muito mais do que os sacerdotes no Antigo
Testamento — que representavam os homens diante de Deus, fazendo intercessão e
expiação por seus pecados — Jesus pode socorrer os crentes. Ele conhece nossas
vidas e natureza e, por isso, está pronto a interceder por nós.
Uma Salvação Grandiosa
Russel Shedd - Comentário da Bíblia
2.1Desviemos.
Lit. "sermos levados pela correnteza".
2.2
A supremacia de
Cristo sobre os
anjos destaca a
superioridade da segunda
aliança sobre a primeira ministrada por anjos no Sinai.
2.3Negligenciarmos.
Os hebreus, destinatários
desta epístola, estavam
deixando a comunhão da
igreja e dos
cultos (10.25).Foi-nos depois
confirmada. Em contraste com Paulo, o autor de Hebreus não reivindica
alguma revelação: direta de Cristo (cf. GI 1.15-17e Lc 1.2).
2.4Distribuições.
Cf. aos dons doEspírito (1 Co 12.11;Gl 3.5).
2.5Mundo
(groikoumenen, "a sociedade organizada dos homens"). Baseando-se em
Dt 32.8 (LXX), o
autor nota que
ainda que a administração deste
mundo foi conferida
a anjos, não foi assim corri
a Nova Sociedade.
O mundo novo
será governado por
Cristo, junto com Seus seguidores (2 Tm 2.12).
2.6-8 Ohomem. A passagem
citada (Sl 8.4-6)
tem Adão em
vista. A ele
Deus deu soberania sobre tudo (Gn
1.26ss). Filho de homem. No primeiro século, sob a influência de Dn
7.13ss e do
livro apocalíptico de
Enoque este título
provavelmente denotava o Messias. No NT este termo é usado.
exclusivamente por Jesus, referindo-Se a Si mesmo (81 vezes).Exceções: At 7.56;
Ap 1.13 onde falta o artigo, "um filho de homem".
2.8Ainda não. A
soberania que Adão
devia ter exercido,
progressivamente, (com e por
meio dos seus descendentes) não se realizou. Ele mesmo foi conquistado pelo
diabo e a morte em castigo do pecado(14).
2.9Aquele.
Jesus, pela Sua encarnação, Se tornou homem, o último Adão (1 Co 15.45), para
poder padecer a morte substitutiva por todos.
2.10Cristo é
o Autor (lit.
"iniciador") e condutor
dos filhos de
Adão à glória
que Deus tencionou para
a humanidade. Autor (grarchegõn)também em
At 3.15, 5.31;
Hb 12.2.Aperfeiçoasse. Sópor meio
da Sua paixão
é que Cristo
pode Se tornar
nosso perfeito Salvador (18).
2.11Santifica.
A salvação (3)
consiste na separação
de homens da
natureza adâmica para Deus. De um
só. Cristo e os filhos de Deus surgem do mesmo estoque, que é Deus.
2.12Congregação (gr ekklesia). Só
"irmãos" de Cristo, participantes (14) de Sua natureza pelo Espírito,
são membros da Igreja.
2.13,14
Junto com o
termo "irmãos" (11,
12)"filhos" destaca a
solidariedade de Jesus com
os salvos. No
Seu nascimento, Ele
compartilhou nossa "carne
e sangue". Na Sua
morte, Ele levou nosso castigo. Destruísse. A cruz de Cristo marcou a derrota
do diabo e suas pretensões (1 Jo 3.8).
N. Hom.
O Redentor vinculou-Se aos Seus irmãos por:
1)
parentesco;
2)
substância ("carne e sangue");
3)
experiência (18).2.15 Pavor. O temor da morte escraviza os homens.
2.16
Socorre. Aos anjos caídos (demônios) não é concedida, a graça salvadora de
Deus. Não foram enganados como
Adão. Descendência de Abraão. São
todos os que se
entregam a Deus pela fé (Gl 3.7).
2.17 Propiciação. Significa
"cobrir",
"apagar"; Trata-se de
pecados absolvidos e-comunhão restaurada com Deus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário