TEXTO BÍBLICO BÁSICO
João 14.1-3
1 - Não se turbe o vosso coração; credes em Deus,
crede também em mira.
2 - Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse
assim, eu vo-lo teria dito, pois vou preparar-vos lugar.
3 - E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez e vos
levarei para mim mesmo, para que, onde eu estiver, estejais vós também.
Apocalipse 22.12-17
12 - E eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo para
dar a cada um segundo a sua obra.
13 - Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim, o
Primeiro e o Derradeiro.
14 - Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no
sangue do Cordeiro, para que tenham direito à árvore da vida e possam entrar na
cidade pelas portas.
15 - Ficarão de fora os cães e os feiticeiros, e os que se
prostituem, e os homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e comete a
mentira.
16- Eu, Jesus, enviei o meu anjo, para vos testificar estas
coisas nas igrejas. Eu sou a Raiz e a Geração de Davi, a resplandecente Estrela
da manhã.
17 - E o Espírito e a esposa dizem: Vem! E quem ouve diga:
Vem! E quem tem sede venha; e quem quiser tome de graça da água da vida.
TEXTO ÁUREO
Sede vós também pacientes, fortalecei o vosso coração,
porque já a vinda do Senhor está próxima. Tiago 5.8
OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá:
• descrever, com fundamentação bíblica, as
duas fases da vinda de Cristo;
• relatar, detalhadamente, a forma como o
Senhor Jesus virá em Sua segunda vinda;
• anunciar para todas as pessoas, em todos
os lugares, de todas as maneiras, o significado da morte de Jesus até que Ele
volte.
ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Caro professor,
O trabalho do educador cristão é oferecer ao educando
orientações para sua aprendizagem. Neste sentido, ele é alguém que aponta o
caminho para que outros empreendam uma trajetória de conquista pessoal do
conhecimento, porque ninguém pode aprender contra sua própria vontade ou se não
o desejar. Desse modo, podemos afirmar que o educador não é aquele que ensina,
mas sim aquele que desempenha o papel de orientador da aprendizagem (CHAVES, G.
Central Gospel, 2012, p. 25).
Neste primeiro encontro, promova uma campanha de leitura
bíblica simultânea nos livros de Daniel e Apocalipse, pois em ambos os livros
sagrados encontramos predições escatológicas. Diga à turma que um estudo
aprofundado no Livro Daniel permite-nos compreender melhor as 70 semanas
proféticas — pesquise gráficos ou tabelas que falem sobre este assunto; no
decorrer das lições, apresente-os à turma, sempre que necessário.
Boa aula!
Palavra introdutória
Desde o momento memorável em que Deus criou o mundo
e tudo que nele existe com o poder maravilhoso de Sua palavra (Gn
1.1-25), formando também o ser humano com Suas próprias mãos, soprando nele o
fôlego da vida (Gn 2.7), houve muitos dias importantes que se tornaram
inesquecíveis na história da humanidade. Porém, desde a Queda (Gn 3.1-15), há
grande expectativa no coração humano sobre o futuro que o aguarda.
As Escrituras registram a volta do Senhor Jesus a este mundo.
Este será um dos mais significativos e extraordinários eventos humanos. A
importância dessa doutrina bíblica é avaliada pelo número de vezes em que
aparece no texto sagrado e também pelos personagens a ela ligados.
As promessas infalíveis e inconfundíveis sobre a vinda do,
Senhor são citadas 1.527 vezes no Antigo Testamento e 319 vezes no Novo
Testamento. Reis, sacerdotes, profetas, pessoas comuns, evangelistas, apóstolos
e até anjos mencionam a vinda de Jesus a este mundo. Do mesmo modo, cerimonias,
parábolas e ilustrações sinalizam fortemente que Jesus virá outra vez (Gn 3.15;
Jd 14).
Sobre este tema, instigante e desafiador, discorreremos
nesta lição.
1. A VERDADE BÍBLICA ACERCA DA VOLTA DO SENHOR JESUS
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A doutrina da volta do Senhor Jesus, de igual modo, tem! fundamentos
profundos na palavra profética, oferecendo certeza e segurança aos que creem no
retorno do Senhor a este mundo.
1.1. Duas etapas distintas
A volta do Senhor Jesus se dará em duas etapas distintas,
divididas em um período de sete anos. Precisamos deixar bem claro o que diz as
Escrituras a esse respeito, evitando interpretações antibíblicas.
1.1.1. Primeira etapa
Na primeira etapa, acontecerá o Arrebatamento: o Senhor
Jesus voltará para levar consigo todos quantos morreram salvos e todos os que estiverem
vivos e preparados, ou seja, aqueles que estiverem, em vida, servindo-o
fielmente (1Ts 4.15-18; Hb 9.28).
Nesta etapa, a vinda do Senhor será invisível aos olhos do
mundo, pois este não serve a Deus. Jesus virá nas nuvens e não pisará na terra;
Ele será contemplado apenas pelos salvos — os mortos ressuscitados e os vivos
que serão transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos (1Co
15.52). Os dois grupos, juntos, irão ao encontro do Senhor e serão trasladados
por Ele às mansões celestiais. A maioria dos salvos será composta de gentios
(não judeus); estes subirão com Cristo nos ares (1Ts 4.17,18).
1.1.2. Segunda etapa
A segunda etapa da volta de Cristo ao mundo, entretanto,
acontecerá sete anos mais tarde, já no final da Grande Tribulação. Cristo
voltará com poder e grande glória, acompanhado de todos os santos que subiram
no Arrebatamento, isto é, com a Igreja glorificada, que passou pelas bodas do
Cordeiro e pelo Tribunal de Cristo (Ap 19.7; 2 Co 5.10).
Esta vinda do Senhor será contemplada por todos os
habitantes da terra (Ap 1.7) - isto etc, possível, devido a tecnologia da
comunicação e da informação, extremamente desenvolvida no final dos tempos (Dn
12.4). As palavras do Senhor fazem referência ao sinal que aparecerá no céu,
reafirmando este vaticínio profético (Mt 24.30).
Será um retorno majestoso, glorioso e revestido de poder.
Sinais espantosos no céu, na terra e entre os seus habitantes — com destaque
especial nos territórios habitados pelos judeus, descendentes de Abraão.
Somos alertados a levantar a cabeça para ver os
sinais da figueira — a nação de Israel (Lc 21.28-31); o sinal das trevas — o
pecado
(Is 60.2); e, finalmente, o sinal da chuva — o derramamento
do Espírito Santo (Jl 2.28). Esses sinais proféticos indicam o vitorioso
retorno de Cristo (Jd 14,15).
1.2. O soar das trombetas
No Antigo Testamento, observamos que as trombetas eram
utilizadas nos ajuntamentos de Israel (Êx 19.13-19; Lv 25.9; 1Sm
13.3;2Sm2.28).No Novo Testamento, somos informados que, na segunda fase da
vinda de Cristo, o clamor das trombetas será ouvido no céu, na terra, no
inferno e em todos os lugares (Mt 24.31) — essas trombetas não são as sete
trombetas de juízo, mencionadas no Apocalipse (Ap 8.6,7); também não se trata
da trombeta do Arrebatamento, citada pelo apóstolo Paulo (1Ts 4.16).
1.3. Revelação
Este termo é utilizado nos círculos teológicos para indicar
o caráter público, transparente e visível da segunda etapa da volta de Jesus.
Este evento apocalíptico é descrito, figurativamente, como um relâmpago que
cobre todo o universo (Mt 24.27). De acordo com as visões de João (Ap
19.11-16), o céu se abrirá, e dele surgirá um cavalo branco (não confundir esse
cavalo com o cavalo branco descrito no capítulo seis de Apocalipse), cujo
cavaleiro é a pessoa bendita do Senhor Jesus, o Fiel e Verdadeiro, o Rei dos
reis e Senhor dos senhores.
2. COMO VIRÁ O SENHOR JESUS?
A pessoa bendita do Senhor Jesus está presente
em todo texto bíblico. No Gênesis, Ele é a semente da mulher (Gn 3.15). No
Êxodo, o cordeiro pascal (Gn 12.3-14). Em Levítico, nosso sumo sacerdote (Lv
16). Em Josué, o capitão da nossa salvação (Js 1.2). Em Salmos, o nosso Pastor
(SI 23). Nos livros de Provérbios e Eclesiastes, a nossa sabedoria. Em Isaías,
o Príncipe da Paz (Is 9.6). Em Mateus, o Messias. Em Lucas, o Filho do Homem.
Em Atos, o Espírito Santo. Nas três epístolas de João, o amor. Na carta de
Judas, o Senhor vindo com os anjos e milhares dos seus santos.
Mas, como virá o Senhor nos dias finais? As profecias
bíblicas fornecem-nos, também, esta descrição.
A Igreja é comparada a uma noiva que está sendo
preparada para o casamento com Cristo; e é o próprio Noivo quem se encarrega
deste procedimento. Por meio da Palavra de Deus, Ele lava, purifica e santifica
integralmente a Igreja, para, por fim, unir-se eternamente
a ela (Ef 5.25-27).
2.1. O Senhor Jesus virá como Noivo
Isto ocorrerá durante a primeira etapa da volta do Senhor.
Esta vinda não será virtual ou espiritual; também não será para juízo,
destruição ou castigo sobre a humanidade. Ela atenderá à esperança da Noiva, a
Igreja verdadeira que vem sendo edificada pelo Senhor Jesus durante a
dispensação que estamos vivendo (dispensação da graça ou dispensação do
Espírito Santo; conf. Mt 16.18). No capítulo 5 da Carta de Paulo aos
Efésios, aliás, encontramos verdades maravilhosas a respeito do relacionamento
presente e futuro entre o Senhor Jesus Cristo e Sua Igreja. Observe o quadro a
seguir.
FATOS BÍBLICOS SOBRE CRISTO E SUA IGREJA
|
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Cristo é o Cabeça da Igreja (Ef 5.23)
|
Cristo é o Salvador da Igreja (Ef 5.23)
|
A Igreja deve ser submissa a Cristo (Ef 5.24)
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Cristo deu-se a si mesmo por ela (Ef 5.25)
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Cristo santifica a Igreja (Ef 5.26)
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Cristo purifica a Igreja (Ef 5.26)
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Cristo receberá a Igreja para si mesmo (Ef 5.27)
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Cristo está tomando a Igreja gloriosa (Ef 5.27)
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Cristo está tomando a Igreja sem mácula (Ef 5.27)
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Cristo está tomando a Igreja perfeita (Ef 5.27)
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Cristo está tomando a Igreja santa (Ef 5.27)
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Cristo está tomando a Igreja irrepreensível (Ef 5.27)
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Cristo está alimentando a Igreja (Ef 5.29)
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Cristo está sustentando a Igreja (Ef 5.29)
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A Igreja é parte de Cristo (Ef 5.30-32)
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A Igreja é uma com Cristo (Ef 5 30-32)
|
2.2. O Senhor Jesus virá como Juiz
Diferentemente da primeira etapa da segunda vinda quando Ele
virá como um ladrão em oculto, invisível, surpreendendo a todos (2 Pé i. 10) —,
na segunda etapa, Cristo virá como um guerreiro preparado para a batalha final,
acompanhado dos exércitos celestiais (Ap 19.11-14); dos santos (a Igreja
glorificada; conf. Jd 14,15); e de um número incontável de anjos (Ap 5.11).
Jesus voltará com as nuvens (literais; conf. Ap 1.7), em
glória, no fim da Grande Tribulação, para estabelecer justiça sobre a terra.
Ele voltará da mesma maneira como subiu, sendo contemplado por muitas pessoas,
na presença dos anjos (At 1.9-12).
2.2.1. O justo Juiz em ação
Cristo virá na glória do Pai, juntamente com Seus anjos,
para julgar e recompensar a cada um de acordo com as obras praticadas (Mt
16.27; Ap 22.11,12), pois foi constituído por Deus Juiz dos vivos e dos mortos
(At 10.42). Todas as nações serão reunidas diante de Cristo, que estará
assentado no trono da Sua glória para julgar os homens (2Co 5.10). O justo Juiz
fará justiça aos salvos e aos ímpios (representados pelas figuras de ovelhas e
bodes, respectivamente; conf. Mt 25.32,33).
As sentenças serão proferidas, quando o Senhor Jesus
declarar a razão da salvação dos justos e da condenação dos ímpios (Mt
25.31-46). Não haverá delação premiada, nem prorrogação de forma alguma. Nada
permanecerá escondido, pois Ele trará à luz as coisas ocultas das trevas (1Co
4.5). Os segredos de todas as pessoas serão julgados pelo Senhor Jesus, de
forma imparcial, no dia pré-determinado por Deus, segundo a Sua vontade (Rm
2.15,16). De outra parte, todas as pessoas que praticaram boas obras receberão
prémios e galardões (1Co 3.14).
2.3. O Senhor Jesus virá como Rei
As profecias mencionam claramente os três principais ofícios
de Cristo: profeta (Mt 21.10,11); sacerdote (Hb 3.1; 7.26-28); e rei (Mt 2.1-6;
1Tm 6.13-15).
Em Seu ministério público, o Senhor Jesus atuou como
profeta, ao transmitir ao povo as instruções divinas; e como sacerdote, ao
oferecer-se como único mediador entre Deus e os homens (1Tm 2.5). Quando
voltar, na segunda fase, entretanto, Ele virá como Rei, e Seu reinado terá
início na batalha doArmagedom, que continuará durante a dispensação
real, conhecida como Milênio.
Os judeus e todos os moradores de Jerusalém contemplarão o
Senhor Jesus em forma corporal humana, pisando! no monte das Oliveiras, que se
partirá em duas porções (Zc 14.4). Após a estrondosa vitória sobre o diabo, o
Anticristo o Falso Profeta, os demónios e todos os ímpios — bem como sobre os exércitos
inimigos [que ultrapassam o número de 200 milhões de soldados (Ap 9.16)]
—, o Senhor Jesus estabelecerá o Seu reinado sobre a terra (Dn 2.44,45).
A volta do Senhor Jesus, em sua segunda etapa,
será exatamente como a sua ascensão: real, corporal, literal e visível; os
homens o verão novamente com os olhos da carne (Dn 7.13,14; Zc 14.1-5; Mt
24.29-31; 25.31-46; 2 Ts 1.7-10; Ap 1.7; 19.11-21).
3. ASPECTOS DA VINDA DO SENHOR JESUS
Todos os que estudam a escatologia cristã destacam os
diversos detalhes relacionados às duas fases da vinda de Jesus. Mais de uma
vez, os discípulos ouviram o Senhor descrever, com minúcias, o que ocorrerá nos
tempos do fim, exortando-os quanto à necessidade de estarem preparados.
Através das profecias bíblicas, podemos visualizar como
estará o mundo e seus habitantes nos aspectos político, social, científico,
económico e religioso; e podemos compreender o importante papel da nação de
Israel nos dois períodos da volta de Cristo.
3.1. O mistério da Hora
Segundo as palavras bíblicas, ninguém, absolutamente ninguém
— no céu, na terra, no inferno ou em qualquer outro lugar —, sabe o dia ou a
hora em que Cristo voltará (Mt 24.36,37,42,44).
Todos que tentaram determinar dia e hora para a segunda
vinda do Senhor à terra foram envergonhados, desacreditados e, até,
ridicularizados. Os sinais preditos nas Escrituras indicam que esse tempo
aproxima-se com celeridade (Ap 2.16; 3.11; 16.15; 22.7,12,20); e Ele aparecerá
de súbito, de repente, surpreendendo a humanidade e confirmando que ninguém
conhece a agenda do Senhor. Estejamos prontos!
3.2. Como devemos esperar
Em primeiro lugar, devemos crer na vinda do Senhor de todo
coração (1Ts 4.14; 1Co 1.8). Além disso, devemos estar vigilantes (Mt
24.45-47); orar continuamente (1Pe 4.7); amar a volta de Jesus (2Tm 4.8);
anunciar Sua vinda em todos os lugares (2Tm 4.1,2); observar, à luz da Bíblia,
os sinais indicadores de Seu regresso (Mc 13.35; 2Ts 2.1,3) e despertar nossa
consciência, a todo instante, para o glorioso advento de Jesus (Rm 13.11; 2 Pé
1.13).
CONCLUSÃO
O samaritano que salvou o judeu semimorto na estrada para
Jericó afirmou ao dono da pousada, para a qual o judeu fora levado, que
voltaria por ele (Lc 10.35). Figurativamente, pode-se dizer que o bom
samaritano é Jesus, pois, quando esteve neste mundo, encontrou-nos roubados,
abusados, violentados, feridos e quase mortos na estrada da vida.
O sempiterno Senhor desceu da Sua glória, chegou bem perto
de cada um de nós e compadeceu-se de nosso estado lamentável, ligando a Sua
alma e o Seu coração afável ao que restava de nossa amarga existência. Em Sua
infinita misericórdia, Ele nos deu o Seu vinho (Mt 10.34) — simbolizado em Seu
sangue puro e inocente derramado na cruz — e o Seu azeite — símbolo do Espírito
Santo —; limpou nossas feridas; estancou o sangue que se esvaía; levantou-nos e
levou-nos para a estalagem — a Sua Igreja —, onde estamos sendo cuidados na
expressão maior do grande amor do Pai (Jo 3.16)!
Jesus prometeu voltar para nos buscar.
E
isto vai acontecer!
Capítulo 9
O século presente
( O Plano divino através dos
séculos )
A segunda vinda de
Cristo
F. A Igreja e a Segunda Vinda de Cristo. (O leitor deve
localizar este período no Mapa das Dispensações).
1. O Destino da
Igreja rapidamente aproxima-se do seu glorioso desfecho, e bem assim o destino
do mundo de modo geral, neste fim do “Século Presente ”.
O plano divino da redenção chegará à sua conclusão
exatamente como Deus o havia planejado e do modo como está revelado nas
Escrituras. Esse plano prevê que todos os crentes falecidos, em Cristo, serão
ressuscitados dentre os mortos, e na mesma ocasião os crentes que estiverem
vivos, serão trasladados ou raptados para se encontrarem com Cristo nos ares,
ao soar da trombeta. I Ts 4.13-17; I Co 15.51,52. Em Sua palestra com Marta, na
ocasião da ressurreição de Lázaro, Jesus indicou que haveria essas duas
classes, ao dizer, "Eu sou a ressurreição e a vida". Para aqueles que
já faleceram, possuídos da fé em Cristo, Ele é a RESSURREIÇÃO, i.e, o poder
suficiente para libertá-los do reino da morte e, para aqueles que estiverem
vivos e crentes no Evangelho, Cristo será a VIDA, a energia que transformará,
num abrir e fechar de olhos, seus corpos materiais em corpos glorificados.
No Velho Testamento aconteceram dois casos de arrebatamento,
de homens que, estando na terra, subitamente acharam-se no céu: Enoque, dos
tempos ante-diluvianos (Gn 5.24; Hb 11.5) e o profeta Elias (II Rs 2.11),que
foi elevado num carro de fogo.
Em Lucas 9.28-31 encontramos uma espécie de ensaio quanto ao
tempo em que Cristo voltará à terra em glória, ensaio esse pelo qual conhecemos
o tipo de pessoas que integrarão o Seu reino. No Monte da Transfiguração, junto
com Cristo, cuja deidade resplandeceu sobre a Sua humanidade nessa hora, foram
vistos Moisés e Elias. Moisés representava aqueles que haviam falecido e Elias
aqueles que não experimentarão a morte, ambos participantes da mesma glória que
se há de revelar.
Quanto à ressurreição dos crentes Paulo informa em l Co
15.22-24 que "cada um, porém, (será ressuscitado) por sua ordem: Cristo,
as primícias; depois os que são de Cristo, na sua vinda". A palavra
"ordem" no original é "tagmati", que é um termo militar
significando tropa militar formada com suas diferentes ordens, indicando, a
nosso ver, que haverá distintos grupos de ressuscitados no dia da vinda de
Cristo. Os santos ressuscitados após a ressurreição de Cristo (Mt 27.52,53), a
grande multidão de salvos durante a Grande Tribulação (Ap 6.9-11)e a
ressurreição e rapto das duas testemunhas mártires (Ap 11.7-11), são casos que
ilustram essa verdade.
2. O Tempo do
Arrebatamento da Igreja é um assunto de elevada importância.
A Segunda Vinda de
Cristo consiste de um só evento, contudo, o mesmo se manifestará em duas fases.
Primeiramente, ocorrerá o rapto da Igreja que será a trasladação dos crentes,
tanto vivos como falecidos, para estarem na presença de Cristo, nos ares, como
Paulo explica em I Ts 4.13-18. Após o rapto haverá um período de tempo que
durará pelo menos três anos e meio ou mais provavelmente sete anos, durante o
qual terá lugar o juízo da Igreja,
no chamado "Tribunal de Cristo" (II Co 5.10;
I Co 3,10-17), onde ela receberá os galardões do Senhor. Também estará presente
às bodas do Cordeiro, no céu, na qualidade de "Noiva". Ap 19.6-10.
Durante este período o Anti-cristo reinará sobre a terra e a Grande Tributação
se desencadeará sobre Israel e as nações. Depois disso dar-se-á a
"Revelação" de Cristo, em forma visível, sobre as nuvens do céu,
quando Ele descerá à terra no Monte das Oliveiras, de onde ascendeu. At
1.11,12; Mt 24.30; Zc 14.4,5; Cl 3.4; I Ts 3.13; Jd 14; Mt 24.27-30. Essa será
a Sua manifestação em poder e grande glória a Israel e às nações do mundo. O
rapto será um evento secreto enquanto a revelação terá a mais ampla divulgação,
todo o mundo tomando conhecimento da mesma. Logo em seguida, Cristo
estabelecerá Seu reino de 1.000 anos de paz sobre a terra. (O estudante deve
localizar esses eventos no Mapa das Dispensações, vendido em separado). Em Ap
19.8,14 está declarado que Cristo trará consigo "os exércitos que há no
céu... com vestiduras de linho finíssimo branco e puro". Esses só podem
ser os santos previamente arrebatados. Logicamente, esses santos não poderiam
voltar com ele a não ser que fossem primeiro reunidos a Ele, fato que deverá
ocorrer no momento do rapto da Igreja. Esses santos então reinarão com Cristo
sobre a terra durante o período milenial. Nosso lugar nesse reino, sem dúvida,
será estabelecido enquanto estivermos com Ele no céu, durante o período entre o
Rapto e a Revelação. Contrário a esta opinião do rapto pré--Tribulação, alguns
ensinam que a Igreja terá que passar pela Tribulação e ser arrebatada depois.
Passamos a apresentar
3. As Razões Por Que Opinamos que a Igreja não
Passará pela Tribulação.
a. Nenhuma passagem bíblica declara explicitamente que a
Igreja passará pela Grande Tribulação. Israel, sim, está identificado com a
Tribulação e bem como as nações e os ímpios em todo o mundo, mas a verdadeira Igreja não
é mencionada em conexão com a
Tribulação.
b. O livro do Apocalipse trata em geral dos
derradeiros sete anos do século atual, a "Septuagésima Semana"
revelada a. Daniel. Dn 9.27. O apóstolo João, tendo registrado sua visão de
Cristo glorificado, no cap. 1, e das sete igrejas, nos caps. 2 e 3, que
representam a história da Igreja universal, desde o Pentecoste até ao Rapto,
ele, a partir do capítulo quarto, começou a revelar o que aconteceria
"depois destas coisas", (4.1), isto é, depois do período da Igreja.
Os capítulos 9 a 19 descrevem os tempos da Grande Tribulação. É significativo
que em todo esse trecho a Igreja não é mencionada uma só vez, direta ou
indiretamente. No capítulo 4 os 24 Anciãos sentados sobre tronos em volta do
trono de Deus, como representantes da Igreja arrebatada que já recebera seus
galardões e que já se sentara com Cristo em tronos. Portanto, tudo isso indica
que durante a Tribulação a Igreja estará com Jesus nos céus. No capítulo 19.8
vemos a Igreja voltando à Terra com Cristo para aqui reinar. Naturalmente, para
poder voltar, seria necessário primeiro ter subido com Cristo.
c. A Promessa à
Igreja em Tiatiraiox esta: "... dar--Ihe-ei ainda a estrela da
manhã". Ap 2.28. Jesus fez referência à Sua Pessoa como "a brilhante
estrela da manhã". Ap 22.16. Não duvidamos que a promessa ao crente, neste
caso, de receber a "estrela da manhã", significa ser recolhido à
presença do Senhor antes do "levantar do sol", que neste caso
representaria o início do reino milenial. A estrela da alva sempre é vista de
madrugada, antes da aurora. Em Malaquias 4.1,2 encontramos uma promessa a
Israel referente a esse período milenial, que diz: "Mas para vós outros
que temeis o meu nome nascerá o sol da justiça, trazendo salvação nas suas
asas..." Esse "nascer do sol" ocorrerá justamente após a noite
mais escura em toda a história do povo de Israel, a Grande Tribulação. Assim
quando esse novo dia, o Milênio, despontar, a estrela da manhã já terá aparecido
e a Igreja terá sido recolhida à presença de Cristo para participar com Ele da
administração do reino que será inaugurado ao aparecer o "Sol da Justiça".
d. A Promessa à
Igreja em Filadélfia, a cidade do "amor fraternal", a Igreja
verdadeira dos últimos dias da presente dispensação. "Porque guardaste a
palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que
há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a
terra”. Ap 3.10. A expressão "hora da provação", da qual a igreja
será guardada, a nosso ver, só pode ser a Grande Tribulação, pois trata-se de
algo de âmbito internacional. O estudo do texto no grego original permite a
interpretação no sentido de que a Igreja será literalmente "extraída'
dessa hora, "guardada" de tal
maneira que ela não estará envolvida nos eventos dessa hora difícil.
e. A Grande
Tribulação representa um período de juízo ou ira sobre um mundo ímpio, a
"igreja" apóstata e Israel em rebeldia. Os juízos mais terríveis
desse período são justamente os sete "flagelos". Em Ap 15.1 e 16.1,19
nota-se as seguintes fortíssimas expressões: "fla-gelos... com estes se
consumou a cólera de Deus". "Derramai pela terra as sete taças da
cólera de Deus". "Lembrou-se Deus da grande Babilônia para dar-lhe o
cálice do vinho do furor da sua ira". Em contraste com esse castigo que
Deus manda sobre a terra, temos a pro-messa de Jesus em João 5.24 que
"Quem ouve a minha palavra... não entra em juízo..." "Porque
Deus não nos destinou para a ira,
mas para alcançar
a salvação..." 1 Ts 5.9.
"Sendo justificados pelo seu sangue seremos por ele salvos da ira."
Rm 5.9. Paulo declara que "Jesus... nos livra da ira vindoura." I Ts
1.10. O ímpio está destinado a sofrer o flagelo de Deus, mas o crente dele
escapará.
f. A Grande
Tribulação, embora afetando o mundo inteiro tem a ver especialmente com Israel.
Jr 30.4-9; Dn 12.1; Mt 24.15,21.
g. A Promessa à Igreja concernente o a r
rebata-mento não dispõe de nenhum sinal pelo qual
podemos determinar a hora exata
da vinda de Cristo. Jesus disse que ninguém sabe em que hora o Filh*o do homem
há de voltar. Por outro lado, há vários sinais de medidas cro-nológicas que se
aplicam a Israel, como sejam "semanas", "tempo",
"tempos" e "metade de tempo"; "quarenta e dois
meses"; "1.260 dias"; "2.300 dias", etc. Mas tais
expressões não se referem à Igreja nem ao seu destino. Outra razão por que
cremos que o Apocalipse se refira à Grande Tribulação é a menção de tantos
sinais e simbolismos nitidamente judaicos, e bem assim esses elementos
cronológicos nele encontrados.
h. O Período da Igreja é o período entre a 69a. e a 70a.
"semana" (de anos) mencionada em Dn 9.25-27. A morte de Cristo (o
Ungido) deu-se depois da 69a. "semana" (vers. 26). Neste ponto teve
início a Igreja, o povo "chamado para fora" de todas as nações, como
foi falado no Concilio em Jerusalém. At 15.14-17; Am 9.11,12. A 70a.
"semana" (7 anos) é o período da Grande "Tribulação de
Jacó", Dn 12.1; Jr 30.7; Ap 12.7-9. Sem dúvida, quando se iniciar essa
"semana", a Igreja já terá sido arrebatada para estar com o Senhor.
i. O Ensino de Jesus
em Lucas 21.25-36 deixa bem claro que o destino de Sua Igreja é escapar do
castigo que o mundo sofrerá. No vers..28 diz: "Ora, ao começarem estas
coisas (os sinais no sol, na luz, e nas estrelas, a angústia entre as nações, a
perplexidade, o terror, etc.) a suceder, exultai e erguei as vossas cabeças;
porque a nossa redenção se aproxima." Esta "redenção" refere-se
à "redenção do corpo" mencionada em Rm 8.22,23, que é a trasladação
do crente no
momento do arrebatamento.
j. O Ensino de Paulo também enfatiza que a
salvação da Igreja inclui o ser salva da ira vindoura. I Ts 1.10; 5.9.
Conseqüentemente, devemos esperar a vinda de Cristo e não a vinda da
Tribulação. Para o mundo, a vinda de Cristo será uma surpresa, como a chegada
dum ladrão. I Ts 5.1-8. Notemos o contraste entre os homens do mundo e os
crentes pelo uso das expressões "mas vós" e "nós, porém",
nos versículos 4 e 8.
I. A Trombeta de I Co
15.52 e a Sétima Trombeta de Ap 10.7 e Ap 11. 15-19 não são idênticas. A
"trombeta" de I Co 15.52 tem a ver com o mistério do arrebatamento da
Igreja, assunto que Paulo tratou ao escrever a primeira carta aos
Tessalonicenses 4.16,17. O soar dessa trombeta é coisa instantânea, ao passo
que a "trombeta" mencionada em Ap 10.7 e 11.15-19 é uma
"trombeta" de juízo sobre a terra. É relacionada ao "mistério de
Deus", de amplitude muito vasta, abrangendo até o desfecho final do grande
plano milenar de Deus, que reúne o reino milenial de Cristo, o juízo das
nações, o galardão dos crentes, a ressurreição dos últimos grupos de
ressuscitados durante a Grande Tribulação, e mesmo a ressurreição dos
incrédulos, ou seja "a segunda ressurreição". O que se nota a
respeito dessa "trombeta" é que ela representa um período de tempo e
não apenas um toque instantâneo como é o
caso da outra "trombeta" em I Co 15.52. A referência Ap 10.7 diz:
"... nos dias da voz do sétimo anjo..." Esses "dias"
incluem realmente as sete "taças" da ira de Deus e levam--nos até ao
cap. 20 do Apocalipse. Mas a "trombeta" de I Co 15.52 soa antes da
Grande Tribulação. O grande comentador Adam Clarke sugere que Paulo, ao
descrever a ressurreição, lançou mão duma fraseologia puramente judaica, pois
os rabinos ensinavam que a ressurreição realizar-se-ia numa série de toques de
trombeta. O sétimo seria o último quando os mortos levantar-se-iam revestidos
de corpos celestiais.
Por essas razões
opinamos que seria forçar a interpretação dessas passagens dizer que a
"última trombeta","mencionada por Paulo em I Co 15.52, seja a
mesma "trombeta" de que fala João em Ap 10.7 e 11.15-19, ensino que
teria como alvo indicar que o arrebatamento da Igreja e a ressurreição dos
mortos crentes (a primeira ressurreição) realizar-se-iam no meio da Tribulação
ou mesmo depois da mesma.
m. O Ensino Típico do Velho Testamento apresenta José como
tipo de Cristo. Ele casou-se com Asená, uma gentia, durante o tempo de sua
rejeição por parte dos seus irmãos e antes dos sete anos de fome. Gn 41.45.
Semelhantemente, Cristo receberá a sua "noiva", que na sua maioria
também é gentílica, durante o tempo de sua rejeição por parte dos seus irmãos
segundo a carne, isto é, Israel, e acontecendo isto antes dos sete anos da
Grande Tribulação.
Enoque sempre foi considerado como tino dos crentes
arrebatados antes da Tribulação, pois a sua trasladação deu-se antes do
Dilúvio. Jd 14-16; Gn 5.24.
Em Lucas 17.26-30
Jesus fez a analogia entre os dias de Noé no tempo do Dilúvio e os dias de Ló
quando Deus subverteu as cidades de Sodoma e Gomorra. Esses juízos não
ocorreram enquanto os ieus servos de Deus não estivessem em lugar seguro, b 'is
considerou tanto um homem como Ló, um crente relativamente fraco, certamente
Ele usará de misericórdia para com Seus verdadeiros santos no fim do tempo, não
permitindo que a Noiva de Cristo receba o castigo destinado a um mundo ímpio.
Jr 30.7; Ap 7.4-8; 14.1-5. A Igreja é o "sal" preservante do mundo.
Quando for tirado do meio dos homens, como é previsto em II Ts 2.7-10, então é que
o mundo entrará em estado de "putrefação" moral e espiritual. Então
será revelado o mistério da iniqüidade, o Anti-cristo, e toda sua operação do
erro, que culminará com o juízo direto de Deus sobre esse homem e sobre Satanás
que lhe dará esse estranho poder.
O Plano divino através dos
séculos
Capítulo XIX
1. “E, DEPOIS destas coisas, ouvi no céu como uma grande
multidão, que dizia: Aleluia, Salvação, e glória, e honra, e poder pertencem ao
Senhor nosso Deus”.
I. “...depois destas coisas”. O presente capítulo, reassume
o quadro cronológico do futuro, a partir do ponto que foi deixado no capítulo
16.16 deste livro. após tantos acontecimentos sombrios observados nos capítulo
anteriores, agora, os céus se manifestam com um brado de “Aleluia”.
1. A palavra “aleluia” (jalai jah) é uma transliteração da
expressão hebraica litúrgica: hallel~u-yâh = “louvai vós Yah”, forma abreviada
de Yahweh: “Louvai ao Senhor”. A palavra “Aleluia” está também associada com o
nome pessoal de Deus, como pode bem ser contemplado no Salmo 68.4, onde o nome
de Deus é citado em conexão com o louvor. O vocábulo, “Aleluia”, tem o sufixo
“jah”, e significa “Louvai ao Senhor”. No Novo Testamento, esta forma – Aleluia
– aparece quatro vezes, e, todas, somente neste capítulo. A forma “Louvor ao
Senhor” é muito freqüente nos Salmos: (106, 112, 113, 117, 135, 148, e 150). Os
rabinos ensinam que os salmos 113 e 118 (chamados também de “O Louvor”), são
parte da educação escolar primária de todo menino hebreu.
2. O quinto versículo deste mesmo capítulo dá sua tradução
grega: sim a palavra “Aleluia” é, na realidade, a mais breve de todas as
doxologias.
CXXVIII
2. “Porque verdadeiros e justos são os seus juízos, pois
julgou a grande prostituta, que havia corrompido a terra com a sua
prostituição, e das mãos dela vingou o sangue dos seus servos”.
I. “...julgou a grande prostituta”. A grande Babilônia ainda
está em foco nesta secção: ela corrompeu com sua imoralidades, e espírito de
embriagues e orgia todo o Império durante a sua existência (cf. Éster capítulo
1 e Daniel capítulo 5). Havia ali também exigência à idolatria do culto ao
Imperador (ponto de vista histórico), e à idolatria da adoração ao anticristo
(ponto de vista profético). Comparar com Ap 17.2, 3; 18.3, 5.
1. No presente capítulo existem duas palavras
significativas: sendo que a primeira vem do mundo da redenção: “Salvação”, e, a
segunda, do mundo moral: “Vingou” (vs. 1 e 2) Ambas mostram a justiça da parte
daquele que disse: “Minha é a vingança, eu recompensarei, diz o Senhor” (Rm
12.19). Deus lembra-se do seu povo (salvação) porém não esqueceu dos seus
inimigos (vingou) que há séculos vinham derramando sangue inocente “dos seus
servos”. Será finalmente galardoado, se for sofrido por causa de fidelidade a
Cristo: o sofrimento do cristão. Outrossim, nenhum sofrimento é final. A dor
não escreve o último capítulo da História Humana.
3. “E, outra vez disseram: Aleluia. E o fumo dela sobe para
todo o sempre”.
I. “...outra vez disseram: Aleluia”. O texto em foco
descreve o segundo “Aleluia” pronunciado pela assembléia do Céu, por causa do
que já aconteceu e do que está prestes a acontecer. “Esse louvor aborda particularmente
a vingança de Deus (mas com justiça) contra homens ímpios e irracionais. A
justiça precisa ser feita; e sê-lo-á, finalmente. Disso somos assegurados. O
mundo se transformaria em caos, se não fora a operação desse princípio”. O
leitor deste livro do Apocalipse deve observar como os juízos de Deus sempre
mudam as coisas: É descrita aqui a fumaceira da ruína da cidade (capítulo 14.11
e 18.8, 18), ao invés de incenso. O fumo dela sobe para todo o sempre, é o que
assegura a sentença divina. Todos sabem que, historicamente falando, está em
foco a Roma pagã. Ela também foi queimada. Profeticamente falando, está em
pauta o Anticristo e todo o seu poder mundial. Todos serão punidos por Deus.
Ninguém escapará de suas mãos (Dt. 321.39). Todos perecerão sem misericórdia
diante do terrível castigo, mas justo, enviado a eles.
4. “E os vinte e quatro anciãos, e os quatro animais,
prostraram-se e adoraram a Deus, assentado no trono, dizendo: Amém. Aleluia”.
I. “...dizendo: Amém. Aleluia”. O leitor deve observar como
este livro se harmoniza entre si em cada detalhe. Os “vinte e quatro anciãos, e
os quatro animais” aparecem em quase todas as cenas do Apocalipse (4.4, 10;
5.5, 6, 8, 11, 14; 7.11, 13; 11.16; 14.3; 19.4), agora, porém, eles dão o
“Amém”: final de sua missão, e não reaparecem mais, a não ser quando nós os
encontramos na Eternidade. No presente versículo eles são vistos a adorar a
Deus. Isso já fora dito em Ap 4.10 e 7.11, onde devem ser consultadas as notas
expositivas sobre esse assunto. Na primeira passagem, eles também lançaram suas
coroas diante do Senhor. E isso significa que tudo quanto possuem, tudo o que
são, em seu poder e autoridade, lhes fora dado pelo Cordeiro de Deus, para
prestarem esse serviço eterno. O “Amém”, final de sua missão, é também bastante
significativo neste livro. A palavra “Amém” é usada nada menos de dez vezes
neste livro, e nesta secção, foi: “Assim seja!”. Além deste “Amém” do texto em
foco, aparece também o terceiro “Aleluia” pronunciado no interior do céu, como
um brado de confirmação.
5. “E, saiu uma voz do trono, que dizia: Louvai o nosso
Deus, vós, todos os seus servos, e vós que o temeis, assim pequenos como
grandes”.
I. “...Louvai o nosso Deus”. A poderosa voz ecoada no trono,
não pode se identificada como sendo a “voz do Cristo”, pois jamais ela a teria
pronunciada assim: “Nosso Deus”. Isso é, incluindo seus servos a Sua Pessoa.
(Ver notas expositivas sobre isso, em 3.12). evidentemente, foi a “voz” de um
elevado poder angelical componente do grande “Coral do Céu” (cf. Is 6.1 e ss).
A poderosa voz grita em termo de exortação: “Louvai a nosso Deus”. Isso é
também uma tradução do hebraico “Aleluia”. Significa que, na verdade, temos
aqui neste capítulo “5 aleluias”, embora, a própria palavra só figure quatro
vezes.
CXXIX
1. Todo os seus servos. Os termos “sevos” e “servidores”, em
hebraico é “ebed e abad”, conota trabalho e submissão. No campo religioso toma
este termo sentido mais rico: “servo” é quem está sujeito a Deus e trabalha no
seu serviço. Nesta secção, porém, segundo se depreende, “servos”, inclui os
seres angelicais (os grandes), e os crentes (pequenos) em Cristo, para formarem
o grande “Coral Celestial”.
6. “E ouvi como que a voz de uma grande multidão, e como que
a voz de muitas águas, e como que a voz de grande trovões, que dizia: Aleluia:
pois já o Senhor Deus Todo-poderoso reina”.
I. “...Aleluia”. O quarto Aleluia agora é universal, ele
ecoa não só no interior do céu, o espiritual, onde angélicos filhos de Deus,
juntamente com os santos de todos os tempos, estão adorando ao Senhor na beleza
da santidade; mas ao mesmo tempo ele também é ouvido na terra, dando, assim,
abertura ao “Reino Milenial” de Cristo. Estes “Aleluias” marcam no presente
texto, quatro pontos focais:
1. (a) Aleluia! Salvação; (b) Aleluia! o juízo é vindo sobre
os inimigos de Deus e do Seu Ungido; (c) Aleluia! Deus é digno de ser adorado
porque é o Senhor da adoração; (d) Aleluia! O reino de Deus é estabelecido, e
Deus reina ao lado de seu Filho para todo o sempre: Deus é o Todo-poderoso
porque tem todo o poder. Só neste livro Ele é chamado oito vezes por este nome
completo: Todo-poderoso. Na maioria desses casos é o Senhor Deus Todo-poderoso
que está em pauta. Mas isso não isola a autoridade de Cristo ao lado de Deus,
pois o trono e o reino são tanto de Deus como de Cristo (Ef 5.5).
7. “Regozijemo-nos, e demos-lhe glória; porque vinda são as
bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou”.
I. “...as bodas do Cordeiro”. Entre os judeus as bodas eram
celebradas durante sete dias com grande alegria (Jz 14.12, 15, 17, 18). As
bodas de Jacó duraram sete dias nos quais houve grande alegria (Gn 29.27, 28).
Na simbologia profética das Escrituras Sagradas, os sete dias das bodas apontam
para os sete anos das bodas do Cordeiro, pois em termos proféticos um dia
equivale um ano (Nm 14.34; Ez 4.6; Jo 4.9). Naquele “...dia Cristo se unirá a
Igreja para nunca mais se separar dela. Estaremos com ele no tribunal; nas
bodas; na ceia; na sua manifestação (parousia); no Milênio; no juízo final; na
Nova Terra; finalmente na eternidade! Este é o ponto alto de nossa infinita
felicidade, alegria e paz: “sempre com o Senhor”. Para alguns comentaristas, é
um tanto estranho e expressivo: “...a sua esposa se aprontou” quando é Cristo
quem tudo fez por nos! o sentido da expressão parece indicar, no entanto, que
há algo que deve ser realizado pela Igreja Jesus disse: “...eu vos dei o
exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também” (Jo 13.15b).
8. “E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e
resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos”.
I. “...se vestisse de linho fino”. No versículo anterior nos
é dito que a noiva já se aprontou; agora, no presente texto, seu vestido é tudo
bordado e branqueado no sangue do Cordeiro (cf. Sl 45.14 e Ap 22.14), pois
ninguém pode entrar nesta festa com “...vestidura estranhas” (Sf 1.8; Mt
22.11). Alega-se, diz Dr. Geo Goodman que não existia o costume de dar vestes
nupciais nos banquetes orientais, como bodas, aniversários, mas, alguns
escritores apóiam que sim, e, biblicamente falando, se fazia assim, José
apresentou mudas de roupa a seus irmãos (Gn 45.22), Sansão, no seu casamento,
deu trinta mudas de vestidos aos seus companheiros (Jz 14.12), e Geazi a Naamã
mudas de roupa para os moços que vieram da montanha de Efraim, alegando que
tinham vindo visitar seu amo (2Rs 5.22). Notemos que apenas um homem que entrou
no banquete do rei sem as vestes núpcias foi expulso sem misericórdia (Mt 22,
11-13).
9. “E disse-me: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são
chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E disse-me: Estas são as verdadeiras
palavras de Deus”.
CXXX
I. “...Escreve: Bem-aventurados”. O livro do Apocalipse
contém sete Bem-aventuranças, sendo esta a quarta delas.
1. (a) “Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as
palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o
tempo está próximo”. Ap 1.3;
(b) “E ouvi uma voz do céu, que dizia: Escreve:
Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o
Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os sigam”. Ap
14.13;
(c) “Eis que venho como ladrão. Bem-aventurado aquele que
vigia e guarda os seus vestidos, para que não ande nu, e não e vejam as suas
vergonhas”. Ap 16.15;
(d) “E disse-me: Bem-aventurados aqueles que são chamados à
ceia das bodas do Cordeiro. E disse-me: Estas são as verdadeiras palavras de
Deus”. Ap 19.9;
(e) “Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira
ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes
de Deus e de Cristo, e reinarão com ele mil anos”. Ap 20.6;
(f) “Eis que presto venho: Bem-aventurado aquele que guarda
as palavras da profecia deste livro”. Ap 22.7;
(g) “Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no
sangue do Cordeiro, para que tenham direito à árvore da vida, e possam entrar
na cidade pelas portas”. Ap 22.14. Todas essas “Bem-aventuranças” cairão sobre
aqueles que, durante suas vidas na terra, tiveram a pessoa de Deus como
Bem-aventurado (1Tm 6.15).
10. “E eu lancei-me a seus pés para o adorar; mas ele
disse-me: Olha não faças tal; sou teu conservo, e de teus irmãos, que tem o
testemunho de Jesus; adora a Deus; porque o testemunho de Jesus é o espírito de
profecia”.
I. “...adora a Deus”. Os gnósticos adoravam aos anjos (Cl
2.18); e essa fé religiosa era uma forte influência em todas as igrejas da Ásia
Menor. Os nicolaítas, em Ap 2.6, provavelmente eram uma seita gnóstica
libertina, e a Jezabel de Ap 2.20, evidentemente era líder de alguma dessas
seitas. De acordo com o R. N. Champrin, Ph, D. oito livros do Novo Testamento
foram escritos para combaterem essa filosofia herética: Colossenses, as três
Epistolas de João, Judas e 1 e 2 Timóteo e Tito. Apenas pelo conceito das
Escrituras, sabemos que um anjo recebeu adoração, e não podia ser de outra
maneira, pois o anjo era Cristo (Js 6.13-15).
1. O testemunho de Jesus é o espírito de profecia. O
testemunho de Cristo será levado a efeito por meio da “profecia”, conforme se
vê no presente versículo. O Espírito de Cristo é quem inspira a profecia deste
livro do principio ao fim (1.3; 11.6; 19.10; 22.7; 18.19). A palavra em foco
ocorre sete vezes no Apocalipse e a palavra ‘profeta” por doze; portanto o
livro traz o selo da profecia, e a raiz desta se encontra em quase todo o
restante da Bíblia e o seu fruto é reunido neste último livro da Bíblia.
11. “E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco e o que
estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro; e julga e peleja com
justiça”.
I. “...Eis um cavalo branco”. Já tivemos ocasião de falar
acerca deste símbolo, em Apocalipse 6.2. Ali, provavelmente o Anticristo imita
a Cristo. O cavalo branco é o animal militar dos elevados oficiais. Na simbologia
profética, dependendo do texto ou do contexto, é símbolo de pureza e vitória. O
cavaleiro deste “cavalo branco” não deve ser confundido com o mesmo de Apoc
6.2, o cavaleiro do primeiro selo. O tempo presente dos verbos mostra o caráter
de permanência do Messias em tudo o que ele faz. A grande profecia sobre o rei
davídico o descreve como alguém que “...julgará com justiça os pobres, e
repreenderá com equidade os mansos da terra...” (Is 11.4). A volta de Cristo
nesta secção, vencendo os inimigos, não será um ato de vingança própria ou de
manifestação arbitrária; será um ato de justiça, refletindo a fidelidade de
Deus. Num ação retrospectiva do significado do pensamento, isso nos faz lembrar
sua entrada triunfal em Jerusalém montado em jumentinho (Lc 19.35 e ss), quando
anunciou a cidade “o dia da salvação”. Aqui, porém, o aludido guerreiro traz no
coração “o dia da vingança” (Is 63.4), e vem montado num “cavalo branco”. As
Escrituras são infalíveis! “O cavalo prepara-se para o dia da batalha” (Pv
21.31).
12. “E os seus olhos eram como chama de fogo; e sobre a sua
cabeça havia muitos diademas; e tinha um nome escrito, que ninguém sabia senão
ele mesmo”.
I. “...tinham um nome escrito”. O nome “misterioso” de
Cristo, provavelmente tem algo a ver com sua soberania e autoridade suprema;
pois o mesmo interpretará sua grande vitória no vale do Armagedom. No contexto
demonstrativo do versículo 13: “...e o nome (qual?) pelo qual se chama é a
Palavra de Deus”; podia-se depreender, embora um tanto vago, o significado do
pensamento. Mas o contexto retroativo: “...ninguém sabia senão ele mesmo”
afasta qualquer possibilidade que a mente natural não pode compreender. Isso
significa que este “nome” em foco, nenhuma boca o pronunciou. Com uma rapidez
inconcebível Jesus descerá ao vale naquele grande dia. “Ptolomeu, ao entrar
triunfalmente em Antioquia, trazia duas coroas, uma para representar seu poder
no Egito, e outra o seu poder na Ásia. O dragão também tinha diademas (12.3)
como também o Anticristo (13.1). Mas Cristo é o Verdadeiro governante de todas
as nações, e deve usar “muitos diademas”, que é símbolo de realeza suprema”.
13. “E estava vestido de uma veste salpicada de sangue; e o
nome pelo qual se chama é a Palavra de Deus”.
I. “...vestido de uma veste salpicada de sangue”. Em Is
63.1-6, Deus está em foco como um guerreiro vingador. Mas, neste ponto, João
não hesita em aplicar isso a Cristo, em sua “vinda para seus santos”, e sim,
sua “parousia” (segunda vinda) “com os seus santos”. Cristo pisará o lagar, e,
isso é claro, fará que suas vestes fiquem manchadas de sangue de suas vitimas.
Isso será justo, porquanto terão derramando muito sangue dos mártires, agora, o
sangue deles será espremido (Gn 49.11; Gl 6.7). A grande batalha do Armagedom,
em Ap 14.14-20, certamente está aludida aqui. O sangue, neste ponto, não é o de
Cristo, conforme se vê em Ap 1.5; 5.9; 7.14; 12.11; mas o de seus inimigos no
dia da batalha. O Cristo (Ungido) aqui representado é o guerreiro e dominador
do mal, não o redentor. Podíamos objetar que não é o sangue da batalha como
indica ser, porque esta ainda não foi travada: Cristo vem para guerrear. Mas a
passagem de Is 63.2-3 dar o significado do pensamento: “Por que está vermelha a
tua vestidura? e os teus vestidos como os daquele que pisa no lagar?”.
(Resposta de Cristo): “Eu sozinho pisei no lagar, e dos povos ninguém houve
comigo; e os pisei na minha ira, e os esmaguei no meu furor; e o (“seu sangue”)
salpicou os meus vestidos, e manchei toda a minha vestidura”.
14. “E seguiam-no os exércitos no céu em cavalos brancos e
vestidos de linho fino, branco e puro”.
I. “...seguiam-no os exércitos no céu”. Podemos deduzir que,
enquanto a Besta e seus exércitos, preparam-se para a grande batalha
(16.12-16), o Filho de Deus arregimenta seu poderoso exército celestial. A cor
da couraça daqueles é “vermelho fogoso, azul fumegante e amarelo sufírico...”:
representando homicídio, guerra e maldade. A couraça dos soldados de Cristo, é
de cor “branca”: representando a justiça, a bondade e a pureza. Estará
rigorosamente uniformizado o grande número de seus cavaleiros. Não virão para
lutar. O tecido e a cor das vestes simbolizam apenas pureza e não guerra. A
grande batalha se ferirá na planície do Armagedom, que se estende pelo meio da
Terra Santa, do Mediterrâneo ao Jordão. As hostes celestiais somente
acompanharão Cristo, assim declara o argumento principal: “...Eu sozinho pisei
no lagar...”(Is 63.3a). Seja como for, toda e qualquer batalha entre o mal e o
bem, é sempre Jesus quem a fará por nós. “E graças a Deus, que sempre nos faz
triunfar em Cristo...” (2Co 2.14a).
15. “E da sua boca saía uma aguda espada, para ferir com ela
as nações; e ele as regará com vara de ferro; e ele mesmo é o que pisa o lagar
do vinho do furor e da ira do Deus Todo-poderoso”.
I. “...da sua boca saía uma aguda espada”. Esta espada
(herebh) é a Palavra de Deus personificada (2Ts 2.8). Esta espada expressa seu
poder tanto físico como moral: no sentido físico seu efeito é visível por
aquilo que já demonstramos acima; no sentido moral aquilo que se segue.
1. Na América do Norte viveram há mais de 150 anos atrás,
dois homens que se conheciam. Um era crente, o outro não.
CXXXII
(a) O crente, Edward Jonatan, casou-se com uma moça crente,
e no seu lar predominava a leitura da Bíblia e a oração. Esta família teve
durante 150 anos 729 descendentes dos quais 300 se tornaram pregadores da
Palavra, 65 professores em escolas superiores, 13 catedráticos, 3 deputados e
um vice-presidente da nação.
(b) O não crente, Max Junkers, casou-se com uma moça atéia e
viveram conforme o seu ideal. Durante os 150 anos a família teve 1.026
descendentes, dos quais 300 morreram prematuramente, 100 foram condenados a
prisão, 190 eram prostitutas, 100 alcoólatras.
16. “E no seu vestido e na sua coxa tem escrito este nome:
Rei dos reis, e Senhor dos senhores”.
I. “...Rei dos reis, e Senhor dos senhores”. Apenas dois
monarcas aqui na terra tiveram um titulo como este: Nabucodonosor e Artaxerxes
(Ed 7.12). Mas a profecia nos dá ali o desconto imediato: “...és rei (“de”)
reis” (Dn 2.37a). O título já havia corrido uma vez com respeito a Cristo,
sendo porém, de forma invertida: “...Senhor dos senhores e Rei dos reis”
(17.14). O emblema expressivo tinha caracteres tanto na sua “veste” como na sua
“coxa”. Entre os gregos era bastante natural um famoso guerreiro trazer sobre
sua coxa o título a que tinha direito. Segundo Heródoto a “estátua de Sesóstris
tinha na largura do peito, de ombro, uma inscrição com os caracteres sagrados
do Egito, onde se lia: “Com meus próprios ombros conquistei esta terra”. E
segundo Cícero, havia “uma bela estátua de Apolo, em cuja coxa estava o nome de
Miro, em minúsculas letras de prata”. Esta faixa do peito e coxa de Cristo
interpretará sua vitória no vale do Armagedom.
17.”E vi um anjo, que estava no sol, e clamou com grande
voz, dizendo a todas as aves que voavam pelo meio do céu: Vinde, e ajuntai-vos
à ceia do grande Deus”.
I. “...um anjo, que estava no sol”. A passagem em foco pode
ter seu paralelo em Js 10.13, no episódio da guerra de Gibeom, quando “...O sol
pois se deteve no meio do céu, e não se apressou a pôr-se, quase um dia
inteiro”. Assim, pois, encontramos ali uma intervenção divina “...até que o
povo se vingou de seu inimigos...”. O episódio, além da passagem em foco, está
registrado no “Livro do Reto”, livro este que vem citado nas seguintes
passagens (Nm 21.14; Js 10.13; 2Sm 1.18). Na passagem de Nm 21.14, 15, ele
encerra uma poesia em forma sofistica: “Contra Vaebe em Sufá, e contra os
ribeiros de Arnom. E contra a corrente dos ribeiros, que se volta para a
situação de Ar, e se encosta aos termos de Moabe”. Enquanto que na passagem de
2Sm 1.18, se relaciona, segundo se diz, com “uma canção fúnebre”. Seja como
for, este livro sempre está em foco atividades guerreiras.
1. Entre os hebreus, três nomes tinha este livro: (a) Livro
do Reto; (b) Livro dos Justos; E (c) Livro das Guerras do Senhor (Nm 21.14; Js
10.13; 2Sm 1.18). Nos dias Davi (1065 a. C.), este livro ainda existia, mas com
o passar dos séculos, provavelmente se tenha perdido ou arrebatado por exército
invasor, em nossos dias não temos notícias de que alguém tenha encontrado o
“Livro do Reto”, a não ser uma publicação, que, em 1751, apareceu na
Inglaterra, que pretendia ser uma tradução do Livro do Reto, mas foi
reconhecida como grosseiro embuste. Cremos que os fatos citados na Bíblia e no
citado livro, se repetirão na batalha do Armagedom. Deus ordenará a um anjo, e
logo ao amanhecer ele se colocará “em frente o sol” (cf. Is 13.10; Zc 14.7); é
só ao entardecer é que o elevado poder sairá de lá. Observe bem a frase de Zc
14.7: “...só a tarde haverá luz”.
18. “Para que comais a carne dos reis, e a carne dos
tribunos, e a carne dos fortes, e a carne dos cavalos e dos que sobre eles se
assentam; e a carne de todos os homens, livres e servos, pequenos e grandes”.
I. “...Para que comais a carne”. O versículo em foco,
declara o Dr. J. Moffatt mostra vários grupos que proverão comida para as aves,
de todas as camadas da sociedade e de várias ocupações, mas, especialmente,
aqueles que estiverem envolvidos na luta. Os “reis” não somente enviavam seus
súditos à guerra, mas também, às vezes, os acompanhavam (2Sm 11.1; 1Rs 22.4 e
ss); Seus soldados treinados para lutar e matar, usavam todas a espécie de
armas mortíferas. Alguns deles são livres, e outros escravos. Alguns irão
voluntariamente, e outros por serem forçados. Alguns são pequenos, conforme os
homens aquilatam as coisas, e outros serão grandes. Desse modo, pois, João
retratava a universalidade da matança. Observe-se nesta seção, como o anjo
repete “...carne... carne... carne... carne... carne...” cinco vezes. Os homens
escolheram andar pela carne, não pelo espírito, e, então, a sua própria carne
será comida literalmente!
CXXXIII
19. “E vi a besta, e os reis da terra, e os seus exércitos
reunidos, para fazerem guerra àquele que estava assentado sobre o cavalo, e ao
seu exército”.
I. “...os seus exércitos reunidos”. Este versículo leva-nos
de volta à descrição da última batalha. Ali está o grande exército do mal
congregado em Armagedom para a peleja! (16.16). Nesta passagem e naquelas que
se seguem, vemos o grande contraste entre aqueles que participarão das “bodas
do Cordeiro” e aqueles que serão alvo na grande “ceia de Deus”. As bodas serão
de prazer, mas, a “grande ceia de Deus” (v.17) será de destruição. Nesta ceia
as aves comerão a carne dos “reis” e seus aliados, ao passo que nas bodas do
Cordeiro os santos festejarão com Cristo como Rei dos reis. O Dr. J. Moffatt
diz: “No mundo antigo, o pior opróbrio possível contra os mortos era jazerem
eles insepultos, presas dos pássaros”. A mitologia grega explica que os mortos
assim humilhados não podem, em espírito, cruzar para a outra vida... e portanto
serão lançados sem misericórdia num lugar de isolamento. Aqui, porém, nesta
secção, do Apocalipse o Anticristo e seus sequazes sofrerão tudo e mais ainda
em grau supremo.
20. “E a besta foi presa, e com ela o falso profeta, que
diante dela fizera os sinais, com que enganou os que receberam o sinal da
besta, e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no ardente lago
de fogo e de enxofre”.
I. “...a besta foi presa”. Lemos agora aqui que “a Besta foi
presa”, e o vocábulo para presa é diferente de outros termos gregos. Significa
lançar não de alguma coisa à força, aprender (assim como o policial lançar mão
de um criminoso de alta periculosidade, forçando-o a entrar na cadeia). O
Anticristo e seu falso profeta serão lançados vivos no lago de fogo, ou seja,
no juízo final, sem intervenção intermediária da experiência do “hades”, o que
mostra que o juízo deles será irreversível. O fato de os dois serem lançados (“vivo”)
no lago do fogo significa, para alguns comentaristas, que não poderão ser
(“homens ordinários”), e, sim, seres demoníacos que se apresentarão como
homens. Mas a verdade é que serão homens, embora possuídos por Satanás.
Finalmente a grande pedra (“cortada”) cairá no vale de Armagedom, esmiuçando
toda a força do mau! A Besta já está presa; seu consorte também; seus soldados
mortos! Enquanto que o Filho de Deus triunfante (Dn 2.34 e ss).
21. “E os demais foram mortos com a espada que saía da boca
do que estava assentado sobre o cavalo, e todas as aves se fartaram das suas
carnes”.
I. “...e todas as aves se fartaram”. Esta passagem em foco é
a consolidação do que foi predito por Jesus nas passagens de Mateus 24.28 e
Lucas 17.37 respectivamente. Nestas duas passagens lemos o que segue: “Pois
onde estiver o cadáver, aí se ajuntarão as águas” (Mateus): “E, respondendo,
disseram-lhe: Onde, Senhor? E ele lhes disse: Onde estiver o corpo, aí se
ajuntarão as águias” (Lucas). O termo “cadáver” em Mateus e a locação “corpo”
em Lucas, formam o expressivo plural; para, segundo se diz, indicar os soldados
(plural) mortos no vale do Armagedom. Os súditos da Besta, naquele vale, serão
devorados por aves famintas preparadas para aquele grande dia.
1. As aves. Em realidade, nesse caso, as “águias” são
abutres, que os antigos aceitavam como uma raça de águia especial (Jó 39.30; Os
8.1). Plínio enfatiza isso em sua História Natural. Trata-se do abutre, que
ultrapassa a águia em tamanho e poder. Sua natureza é sempre versada num corpo
tombado: pois “...onde há mortos, ela aí está” (Jó 39.30; Mt 24.28; Lc 17.37).
2. Aristóteles observa em seus escritos que esse pássaro tem
a capacidade de farejar a sua vitima a grande distancia, e que, com freqüência,
acompanhavam os exércitos. Lemos também que durante a guerra russa, grande
número dessas aves se ajuntou na península da Criméia, e ali estacionou até o
fim da campanha, nas cercanias do campo, embora antes, dificilmente fossem
vistas naquela parte do País. Também lemos que esses pássaros seguidores dos
exércitos mortais, seguiram a Napoleão Bonaparte nos campos gelados da Rússia.
A palavra “cadáver”, nesta colocação, deriva-se do verbo grego que no original
significa (“cair”), e fala de um corpo caído. Já o nosso termo português “cadáver”
vem do vocábulo latino “caído”, cair. Tudo isso aponta para a grande
carnificina no vale do Armagedom.
CXXXIV
Apocalipse
Versículo por Versículo
Severino Pedro da Silva
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