quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Lição 12 – O Espírito Santo e o futuro da Igreja




  

           Lição 11 – O Legado Histórico da Reforma 
                                       
                                                     (Pr. Arno Butzke Filho)

         INTRODUÇÃO - Colossenses 1.3-6; 9-14
Legados da Reforma protestantes que transformaram homens de uma forma significante da época.

1.      MUDANÇAS NO PERFIL POLÍTICO DOS POVOS
A Reforma mudou a visão, e a maneira do povo pensar na política trazendo uma posição radical.

1.1.           Mudança na Forma do Governo Eclesiástico
O papa não tinha mais a centralidade do governo. Lutero e Zuínglio foram os pivôs da democracia constituída, desmantelando a centralização do governo eclesiástico.

1.2.           Mudança na Politica Secular
Com o governo democrático, começou haver uma mudança na política secular; o povo começou a escolher os seus governantes pelo voto.

1.3.           Mudança No Mapa Geopolítico Mundial
Com a perseguição dos cristãos que estavam defendendo a separação entre a Igreja e o Estado, houve um êxodo do povo para outras terras, fundando assim os EUA e Canadá.

2.       MUDANÇAS NA ECONOMIA MUNDIAL
Começou haver mudanças radicais na economia europeia com o crescimento dos cristãos. Vejamos a seguir.
2.1.           A Ética Romana
A teologia romana via o trabalho e o crescimento econômico como maldição, um pecado de usura.

2.2.           A Ética Protestante
Lutero declarou que o trabalho é dom de Deus e o crescimento financeiro uma benção divina. Os cristãos ofereciam o melhor de si nos trabalhos, pois sabiam que estavam agradando a Deus. Com a Reforma Protestante começou a surgir sistemas financeiros.

3. MUDANÇAS RADICAIS NO VIÉS CULTURAL DAS NAÇÕES

3.1. A Criação de um Estado Laico
O movimento protestante trouxe uma liberdade religiosa, trazendo liberdade de culto e crença.

3.2. Mudanças nas Artes
Naquele tempo só se retratava figuras religiosa da igreja, tanto na pintura, quanto nas esculturas; com advento da Reforma combatendo todo o tipo de idolatria, deu espaço aos artistas para retratarem ao homem e natureza.
3.3. Mudanças na Ciência
 A teologia cristã não via contradição entre a Bíblia e a ciência, e com isso começou haver uma harmonia entre a Bíblia e a ciência, com a ciência explicando alguns fundamentos físicos, matemáticos e químicos do funcionamento do universo.


3.      MUDANÇAS NA COSMOVISÃO RELIGIOSA
O sistema papal trouxe o desvio da verdadeira Fé, no entanto o Espírito Santo trouxe reformadores como Pedro Valdense, Wycliffe, Zuinglio, Calvino, e Lutero e outros. Estes trouxeram a igreja verdadeira, e podemos destacar a vida espiritual do povo a seguir.

4.1. Religiosidade Baseada no Sistema de Troca
 A igreja na idade média baseava-se na base de troca “toma lá, da cá”. Os lideres estavam mais preocupados com os bens materiais do rebanho, do que com a parte espiritual.

4.2. Religiosidade Baseada em Superstições
Havia na época muitas superstições a eventos de origem sobrenaturais, trazendo para responsabilidade humana o castigo divino, ou a boa vontade dos céus, e viam ações dos santos romanistas, dos demônios, e até do próprio diabo, o que fez a veneração aos santos, criando também figuras folclóricas, como duendes, fadas etc.

4.3. Desprezo à Graça do Senhor Jesus Cristo
Havia um tempo de obscurantismo, queriam bênçãos de qualquer maneira, e empreender qualquer tipo de sacrifício para obter curas e outros.

4.      PILARES DA ESPIRITUALIDADE REFORMADA
Através do protestantismo começou haver derrubada das crendices populares em posta pelo catolicismo. Começou haver uma restauração da verdadeira igreja baseada na Palavra de Deus, através do Sacrifício e ressurreição de Jesus Cristo.

5.1. Só há um Poder Soberano e Onipotente no Mundo
Superstições foram caindo de figuras mitológicas. O povo começou a conhecer o verdadeiro Deus, O Soberano, como está no Salmo 86.

5.2. A Devolução da Bíblia

5.3. A Devolução da Verdadeira Igreja (Ef. 5:27)
 ”Para apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível”.

CONCLUSÃO

O legado da Reforma Protestante tem atravessado tempo, barreiras teológicas, críticas que vão contra a palavra de deus, de gerações a gerações tem permanecido firme, trazendo um beneficio para todos os segmentos das sociedades espalhado pelo planeta, da ciência, das culturas, geografia, raças, línguas, entre outros.  A Reforma Protestante promoveu um bem comum a todos: pela fé, Escrituras Sagradas, pela centralidade de Cristo, pela Graça, e pela glória de Deus!

ADVEC – ASSEMBLEIA DE DEUS VITÓRIA EM CRISTO | TAQUARA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL – CLASSE DOS PROFESSORES LPD n.º 52 – Reforma Protestante 4.º Trimestre de 2017

                                                      Imagem relacionada

Para que sejam um:

breve panorama do movimento ecumênico

Alderi Souza de Matos
Desde o início do cristianismo, a preocupação com a unidade tem sido constante. O Antigo Testamento já apresenta essa ênfase (e.g., Sl 133.1), mas é o Novo Testamento que dá amplo testemunho desse interesse, a começar da oração de Jesus pelos seus discípulos (Jo 17.11, 20-23). O apóstolo Paulo também aponta para a unidade cristã (1 Co 1.10; 12.12-27; Ef 2.14,16; 4.3-6; Fp 1.27; 2.2). Nos escritos apostólicos, o conjunto dos fiéis é identificado como “a igreja”. Essa comunidade é descrita como corpo, rebanho, edifício ou família, figuras que transmitem as idéias de união, comunhão, solidariedade.

Unidade e diversidade  Acontece que quase desde o início houve manifestações divergentes da fé cristã. O Novo Testamento já aponta para algumas delas, em especial os judaizantes e os docetistas. O número dessas variantes aumentou com o passar do tempo. Assim, no início do segundo século a preocupação com a unidade e a ortodoxia tornou-se intensa e esse fato conduziu à crescente institucionalização da igreja, com seus bispos, credo e cânon.

A complexidade das Escrituras, com a possibilidade de diferentes interpretações, e a variedade cultural, religiosa e filosófica do ambiente em que se inseriu o cristianismo, contribuíram para a crescente diversidade teológica. Surgiram grupos como gnósticos, marcionitas, montanistas e outros, todos tachados de heréticos e rejeitados pela igreja majoritária. Nos séculos quarto e quinto houve o cisma donatista e ocorreram novas dissidências duradouras, como nestorianos e monofisitas.


A experiência medieval Na Idade Média, surgiu em sua plenitude a Igreja Católica, fortemente institucionalizada, centralizada, aliada do Estado. Ocorreu aquilo que os historiadores denominam “cristandade”, uma situação de completa uniformidade religiosa em que a igreja exercia forte influência sobre todos os setores da sociedade. A unidade se tornou um dos valores supremos, sendo a igreja entendida como “una, santa, católica e apostólica”.

Em decorrência disso, intensificou-se uma tendência preocupante — a
manutenção da unidade a todo custo, mesmo que com o emprego da força. Isso já havia ocorrido com os donatistas no quinto século e agora também se aplicou a outros grupos heréticos, como os cátaros ou albigenses, suprimidos mediante uma série de cruzadas. No entanto, não foi possível evitar duas grandes cisões da cristandade, uma no meio e outra no final desse período: a separação definitiva entre as igrejas latina e grega e o surgimento da Reforma Protestante. 

Primórdios do movimento ecumênico  Sendo o protestantismo o mais fracionado dos grandes grupos cristãos, foi no seu seio que surgiram as primeiras manifestações do moderno ecumenismo (do grego oikoumene, que significa “o mundo habitado”; ver Mt 24.14; Lc 2.1; At 17.6), a saber, o esforço construtivo em prol da aproximação e união dos cristãos. Os reformadores estavam conscientes dessa necessidade e tomaram algumas iniciativas nessa direção, como o Colóquio de Marburg (1529), entre luteranos e reformados. Houve também algumas tentativas de entendimento entre católicos e protestantes, como os Colóquios de Ratisbona (1541) e de Poissy (1561). Todavia, a Contra-Reforma e as contínuas cisões protestantes tornaram a unidade cristã um ideal cada vez mais distante.

O esforço missionário protestante do século 19 deu origem ao movimento ecumênico. As missões denominacionais que atuavam no terceiro mundo perceberam a dificuldade de anunciar o evangelho e ao mesmo tempo justificar uma igreja dividida. Com isso surgiram as primeiras conferências missionárias, realizadas na Inglaterra e nos Estados Unidos a partir de meados daquele século. Da aproximação entre as missões nos campos estrangeiros surgiu a idéia do diálogo, colaboração e possível união das próprias igrejas nos países de origem.

A Conferência de Edimburgo  No século 19 foram criadas várias organizações cooperativas interdenominacionais, tais como a Associação Cristã de Moços (1844), a Aliança Evangélica (1846) e a Federação Mundial de Estudantes Cristãos (1895). Todavia, o evento que contribuiu de modo mais direto para o surgimento do movimento ecumênico foi a Conferência Missionária Mundial, realizada em Edimburgo, na Escócia, em 1910. Essa conferência levou em 1921 à criação do Concílio Missionário Internacional.

Uma das primeiras iniciativas ecumências foi o movimento de “vida e obra”, que buscou promover a cooperação das igrejas na área social. Sua primeira conferência, realizada em Estocolmo em 1925, foi convocada pelo arcebispo Nathan Söderblom. A Conferência de Edimburgo evitou discutir as diferenças teológicas entre as igrejas. Sob a liderança do bispo episcopal Charles H. Brent, surgiu o movimento de “fé e ordem”, voltado para a união orgânica das igrejas e a
busca de posições teológicas comuns. A primeira conferência desse movimento realizou-se em Lausanne, em 1927. Após a Segunda Guerra Mundial, esses dois movimentos se fundiram no Conselho Mundial de Igrejas (CMI), instalado em 1948 em Amsterdã.

O Conselho Mundial de Igrejas  A reunião de instalação do CMI contou com a presença de 351 delegados procedentes de 147 denominações em 44 países. Foi a mais abrangente assembléia cristã reunida até então. A base confessional afirma que o CMI “é uma fraternidade de igrejas que confessam o Senhor Jesus Cristo como Deus e Salvador de acordo com as Escrituras e que, portanto, buscam cumprir em conjunto a sua vocação comum para a glória do único Deus, Pai, Filho e Espírito Santo”.

A sua principal autoridade reside nas assembléias de representantes oficiais nomeados pelas igrejas filiadas. Até o momento realizaram-se as seguintes: Amsterdã (1948), Evanston (1954), Nova Delhi (1961), Uppsala (1968), Nairobi (1975), Vancouver (1983), Canberra (1991), Harare (1998) e Porto Alegre (2006). Desde a sua fundação, o CMI teve os seguintes secretários-gerais: Visser‘t Hooft, Eugene C. Blake, Philip A. Potter, Emílio Castro, Konrad Raiser e Samuel Kobia. Sua atual estrutura é composta de três unidades: Fé e Testemunho, Justiça e Serviço, Educação e Renovação.

O CMI representa a maior parte das igrejas protestantes históricas e das igrejas ortodoxas orientais. Hoje são 348 igrejas em mais de 120 países. Não participam a maior parte dos evangélicos e dos pentecostais. A Igreja Católica Romana também não está filiada, embora venha participando do movimento mais amplo desde o pontificado de João XXIII, que criou o Secretariado para a Promoção da Unidade Cristã (1960) e convocou o Concílio Vaticano II (1962-65), no qual se aprovou um importante documento sobre o tema. Além do CMI, muitos outros organismos mundiais, nacionais e regionais têm se voltado para a promoção do ideal ecumênico.

Conclusão 
O movimento ecumênico está deixando um legado contraditório. Por um lado, representa um esforço sério na busca de diálogo e cooperação entre grupos cristãos muito diversos; tem dado testemunho da fé cristã num mundo dilacerado por divisões e conflitos; tem buscado soluções para alguns dos problemas mais prementes e angustiosos da atualidade. Por outro lado, sua agenda inclusivista o tem impelido para o relativismo teológico, para crescentes concessões a certos valores da sociedade secular, para posicionamentos missiológicos dúbios, para a erosão da identidade cristã frente a outros sistemas religiosos. Para ser legítimo, o
ecumenismo precisa observar fielmente o lema paulino: “Seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo”. 

Alderi Souza de Matos é doutor em história da igreja pela Universidade de Boston e historiador oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil. É autor de A Caminhada Cristã na História e Os Pioneiros Presbiterianos do Brasil. 

                    I. A Necessidade de Salvação


A. O Pecado do Homem. De acordo com o relato de Gênesis, quando Deus criou o homem ele entrou em uma aliança com este na qual, seguindo o caminho da obediência, o homem poderia então se elevar a um estado confirmado de santidade; ao passo que, se escolhesse desobedecer, cairia então sob a escravidão do pecado. A obediência levaria à vida eterna em comunhão com Deus; a desobediência traria morte e escravidão a Satanás. A dimensão positiva desta aliança deve ser inferida das Escrituras, embora o lado negativo seja explícito. Como Gênesis 3 deixa claro, o homem escolheu desobedecer ao seu Criador. Quando confrontada pela serpente, Eva sucumbiu ao desafio de declarar sua independência de Deus. Ela se esforçou para deificar-se e destronar a Deus. O orgulho é a essência do pecado! O pecado não é somente uma falta de conformidade com a lei de Deus ou alguma transgressão desta lei; é também, e talvez ainda mais fundamentalmente, uma execução do relacionamento pessoal de alguém com seu Criador. Quando o homem desobedece a um mandamento de Deus, ele ofende o ser santo e amoroso que, como Espírito absoluto, sustenta toda vida. Em Adão, todos os homens pecaram (Rm 5.12). O apóstolo Paulo estabelece a condenação universal de todos os homens por causa de sua prática do mal. Todos, sejam gentios ou judeus, pecaram e falham em refletir a glória daquela impressão original da imago dei (Rm 3.23).

B. A Culpa do Homem. Por causa do pecado o homem é merecedor do julgamento de Deus. Depois de estabelecer com base no Salmo 14 que judeus e gentios estão igualmente debaixo do poder do pecado, Paulo afirma, “Ora, sabemos que tudo o que a lei diz, aos que vivem na lei o diz para que se cale toda boca, e todo o mundo seja culpável perante Deus” (Rm 3.19). Em linguagem teológica, culpa significa a sujeição ao julgamento por causa do pecado; isto quer dizer ser responsável diante de Deus por contradizer sua santidade. A culpa não deve ser confundida com a poluição moral nem com o simples demérito. Por várias razões alguém pode sentir culpa quando não há nem poluição nem demérito pessoal. Da mesma forma, alguém pode não se sentir culpado quando ambos existem. O senso de culpa por desobedecer a Deus é imediatamente evidente no relato da queda. Após Adão e Eva terem tomado do fruto proibido, nós aprendemos de seu vão esforço para esconderem- se de Deus. Um senso de vergonha os compeliu a fugirem de seu Criador. O homem, em sua condição caída, tem feito isto através de todo o curso da história humana. Mas todos os homens vivem em um relacionamento de responsabilidade com seu Criador, e se eles não cumprirem esta responsabilidade em amorosa obediência para com ele por meio da fé em Jesus Cristo, então somente o julgamento e a segunda morte os esperam.
C. A Alienação do Homem. Por causa do pecado, a situação do homem pode ser descrita como uma em que ele se encontra como vítima da ansiedade, do medo, do desespero, da frustração, da alienação, da absurdidade, da falta de significado e da desavença. Ele se separou de Deus, de seu próximo e de si mesmo. Nesta situação o homem ou busca um significado para si procurando se tomar igual a Deus (humanismo), ou admite seu fracasso em descobrir qualquer significado (niilismo). As evidências da alienação do homem de seu Deus, de seu próximo e até de si mesmo, se apresentam a nós nas formas artísticas contemporâneas — literatura, música, pintura, escultura, arquitetura, drama, filmes.
 II. A Natureza da Salvação
A. Termos bíblicos. 1. Hebraico yvr, Bliz?\ A palavra yash‘ e seus cognatos têm o significado básico de “ser amplo”, “espaçoso”; figurado “ser rico” ou “próspero”; “ser livre”.
Uma compreensão deste grupo de palavras do AT é imperativa para uma compreensão do que é sugerido na afirmação de Mateus a respeito do nome Jesus como significando “salvador” (Mt 1.21). O uso deyasha‘ e seus cognatos mostra os conceitos importantes seguintes como integrais para o significado global de salvação.
a. Na maioria das referências do AT a salvação é vista como sendo a obra de um Deus soberano (Is 43.11). É Yahweh quem salva seu povo do Egito (SI 106.7-10); da Babilônia (Jr 30.10); da dificuldade (Jr 14.8). Veja também: 2 Samuel 22.3; Isaías 43.3; Ezequiel 34.22; Oséias 1.7; 13.10-14; etc.
b. A salvação é realizada na história. A primeira ocorrência da palavra yasha‘ é encontrada em Êxodo 14.30. Nesta referência há o relato da libertação de Israel da escravidão do Egito: “Assim, o Senhor livrou Israel, naquele dia, da mão dos egípcios”. Esta libertação nacional produziu a mais profunda impressão sobre a mente hebraica, uma impressão que deveria ser mantida por meio da festa anual da Páscoa (Dt 16.1). Esta libertação de Israel do Egito é o sinal supremo da graça salvadora de Yahweh no AT. Apontava para além de si mesma, para o evento salvador central da história, a vinda de Jesus Cristo. É muito significativo que Lucas descreva a vitória decisiva de Cristo sobre Satanás em termos de um novo êxodo (Lc 9.31, gr.).
c. Salvação é libertação dos inimigos. Entre estes inimigos estavam a morte e o medo dela (SI 6.4,5; 107.13,14); a boca dos leões (SI 22.21); o campo de batalha (Dt 20.4); o perverso (SI 59.2); as doenças (Is 38.21); as tribulações (Jr 30.7); e os pecados (SI 51.14; 130.8; Ez 36.29). Nos tempos do AT concebia-se a Deus como sendo o Salvador de todos os inimigos, tanto espirituais quanto físicos.
d. Salvação é libertação para o Senhor. Yahweh não somente libertou o seu povo daquilo que poderia destruí-lo, mas ele também os trouxe para si. Sua salvação não era somente um resgate de uma situação perigosa, mas era também um resgate para um propósito especial, sendo este propósito que aqueles resgatados deveriam adorá-lo, louvá-lo e glorificá-lo através de vidas dedicadas a obedecê-lo em tudo na vida (lCr 16.23; Is 43.11,12; 49.6,7; Zc 8.13). Uma característica única do conceito de salvação do AT, em comparação às religiões pagãs daquele tempo, é o fato de que ela era entendida mais como um pré-requisito do que simplesmente o alvo da obediência. A ordem é expressa pelo salmista, “Clamo a ti; salva-me, e guardarei os teus testemunhos” (SI 119.146). A Bíblia toda deixa muito claro que, para o homem, o imperativo_/ôze^ está baseado no indicativo de feito por Deus.
e. A salvação é apropriada unicamente pela fé em Deus à parte de qualquer confiança em suposto mérito ou esforço humanos. Esta era a verdadeira salvação tanto em escala nacional quanto individual (SI 44.3; 55.16; 86.2; 138.7; etc.).
2. Grego aampía. Como usada na LXX a palavra era freqüentemente o equivalente de yasha\ indicando o poder salvador de Deus nas crises da história nacionalmente e, no povo de Deus, individualmente. Além disso, esta graça salvadora não deve ser vista como confinada a esta era, mas também antecipar o futuro, e ela faz com que o homem que a experimentou glorifique e regozije-se em seu Criador.
No NT soteria é usada para “livramento dos inimigos” (Lc 1.69,71; At 7.25; Jd 25) e para saúde física e segurança (At 27.20,34; Hb 11.7), mas o uso característico é com respeito à libertação espiritual. Várias idéias importantes emergem nesta esfera:
a. Toda a iniciativa da salvação está em Deus “porque Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançar a salvação mediante nosso Senhor Jesus Cristo” (lTs 5.9). Veja também João 3.16,17; 2 Tessalonicenses 2.13; 1 Timóteo 1.15; 2 Timóteo 1.9; Tito 3.5; Apocalipse 7.10; 19.1.
b. Jesus é o centro da obra salvadora de Deus; não há salvação em nenhum outro (At 4.12; Hb 2.10; 5.9). Sem ele e sua obra não há soteria.
c. Salvação, no sentido neotestamentário de libertação espiritual, quer dizer uma salvação completa. Deus salva o corpo e a alma do homem caído. Soteria é especificamente salvação de doenças físicas (Mt 9.21; Lc 8.36), da perdição (Mt 18.11; Lc 19.10), do pecado (Mt 1.21), da ira (Rm 5.9).
d. A salvação é escatológica. Embora o cristão comece a gozar sua salvação aqui e agora, existe todavia um tempo no porvir quando a compreenderá em toda sua plenitude. Este tempo será na segunda vinda de Cristo, um dia em que ele será entronizado como Rei de todo o mundo (Rm 13.11; ICo 5.5; 2Tm 4.18; Hb 9.28; IPe 1.5; Ap 12.10). Em suma, soteria é o resgate do homem caído por meio de Cristo de tudo o que arruinaria sua alma nesta vida e na vida porvir.
B. Categorias Bíblicas.
 1. Obediência geral. A palavra ou ideia de obediência que é usada para Cristo com impacto suficiente no NT, deve ser tomada como uma caracterização compreensiva de sua obra redentora. Paulo escreveu, “Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores, assim também, por meio da obediência de um só, muitos se tomarão justos” (Rm 5.19). Novamente, escrevendo sobre Cristo, ele afirmou, “e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tomando-se obediente até à morte e morte de cruz” (Fp 2.7,8). O escritor da epístola aos Hebreus afirma, “Embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu” (Hb 5.8). Cristo nos redimiu prestando uma perfeita obediência à vontade de seu Pai. Isto ele fez obedecendo a todas as exigências da lei (moral, cerimonial e civil) e sofrendo suas sanções penais.
2. Específica. O NT emprega quatro termos que, quando tomados juntos, dão um retrato mais completo da obra salvadora do Deus triúno. São eles: sacrifício, propiciação, reconciliação e redenção. O sacrifício vê a salvação como a resposta para a culpa do homem; a propiciação como a resposta para ajusta ira de Deus; a reconciliação como a remoção da causa da alienação de Deus do homem caído; e a redenção como uma libertação da escravidão do pecado. a. Sacrifício (gr. Swía). Esta palavra, que é usada aproximadamente trinta e cinco vezes no NT, está diretamente arraigada no AT. A ocorrência simples mais freqüente do termo no NT é encontrada na epístola aos Hebreus. O significado primário, embora não exclusivo, do termo nas Escrituras é o de uma expiação da culpa, redenção (Veja especialmente Hb 5.1; 7.27; 8.3; 9.9,23,26; 10.1,5,8,11,12,26; 11.4; 13.15,16). b. Propiciação (gr. iAaapóç). Esta palavra é usada somente três vezes no NT (Rm 3.25; lJo 2.2; 4.10). A BJ traduz a palavra em 1 João como “expiação”, que tem um significado mais restrito. Parece que por traz do uso de í^aa^óç existe o duplo sentido de propiciação e expiação. A ênfase particular da palavra é, provavelmente, melhor tomada como indicando o desvio de Deus de sua ira justa do pecador por meio da obra expiatória de seu Filho. Propiciação não quer dizer que o Filho tinha que persuadir um Pai enraivecido a uma expressão de amor para com o homem; antes, foi precisamente por causa de seu amor eterno que o Pai enviou seu Filho para ser a propiciação por nossos pecados. c. Reconciliação (gr. Kara^/tóaacü). Esta palavra é usada somente em quatro passagens paulinas (Rm 5.10,11; 2Co 5.18-20; Ef 2.16; Cl 1.20-22). A reconciliação foi uma obra de Deus em Cristo, pela qual ele removeu o motivo de sua santa alienação do pecador e, assim, não imputa seus pecados contra ele. A mudança subjetiva da atitude do pecador para com Deus é o resultado do evento histórico da cruz, a obra objetiva de reconciliação realizada por Cristo. d. Redenção (gr. ócítoÀiJXpoocjiç). Esta palavra fala a linguagem de compra e resgate. Redenção é a aquisição de uma libertação pelo pagamento de um preço. No sentido teológico, redenção significa a libertação do sangue derramado de Cristo. A redenção do pecado abrange os vários aspectos dos quais este deve ser visto biblicamente: (1) redenção da culpa (Rm 3.24); (2) redenção do seu poder (Tt 2.14); (3) redenção de sua presença (Rm 8.23).
A. O Propósito Eletivo Divino — Conceitos.
 Sua base é vista no conselho eterno de Deus — seu propósito eletivo. Existem três conceitos importantes a serem observados com respeito à doutrina da eleição.
 1. O conceito arminiano. Este conceito afirma que Deus elege com base na fé prevista. De acordo com Armínio, “Este decreto tem seu fundamento na presciência de Deus, pela qual ele conhecia desde toda a eternidade aqueles indivíduos que creriam por meio de sua graça preveniente e, por meio de sua graça subseqüente perseverariam, de acordo com a administração descrita anteriormente daqueles meios que são convenientes e próprios para a conversão e a fé; e pela presciência ele, da mesma forma, conhecia aqueles que não creriam e nem perseverariam” (The Writings of James Arminius, I, 247). O apelo a esta posição vem de passagens como, Romanos 8.29,30 e 1 Pedro 1.1,2. Além disso, 2. O conceito bartiano. De acordo com este conceito, a eleição é, primeiramente, a eleição de Jesus Cristo; em segundo lugar, a eleição da comunidade; e, em terceiro lugar, a eleição do indivíduo. A primeira destas idéias é muito importante no desenvolvimento bartiano desta doutrina. A reconciliação em Cristo pode ser entendida somente em termos do mistério da palavra de eleição decisiva de Deus em Cristo, uma palavra que diz respeito a todos os homens. O milagre da graça eletiva de Deus é descoberto no fato de que Jesus Cristo é, ao mesmo tempo, o Deus que elege e o homem eleito. Embora seja necessário falar de uma dupla predestinação, isto pode ser feito somente em termos da cruz. Todos os homens são reprovados e eleitos em Cristo. Não há discussão aqui sobre uma distribuição de eleição e reprovação sobre pessoas específicas, como na posição reformada histórica, mas somente da dupla predestinação em Cristo e acerca dele. A revisão radical de Barth do conceito reformado de eleição inevitavelmente levanta a questão se sua posição não requer, como resultado lógico, a aceitação do universalismo. Embora Barth responda com um enfático não!, muitos de seus críticos não podem aceitar tal resposta. G. C. Berkouwer afirma: “Não há alternativa senão concluir que a recusa de Barth em aceitar o apokatastasis (universalismo) não possa ser harmonizada com a estrutura fundamental de sua doutrina de eleição” (The Triumph of Grace in the Theology of Karl Barth, pág. 116).
3. O conceito calvinista. Este conceito afirma que Deus elege incondicionalmente, isto é, não há nada na criatura que condicione sua escolha de alguns e sua preterição de outros. A causa motora está somente na vontade soberana de Deus (Ef 1.4,5). De acordo com este conceito, a eleição é aquele ato eterno de Deus pelo qual escolhe um certo número de homens para serem os recipientes da graça salvadora, de acordo com sua boa vontade soberana, à parte de qualquer mérito real ou previsto na criatura. Aqueles que adotam esta posição apelam para passagens como Efésios 1.4,5 e Romanos 8.2830. Diz-se que na primeira passagem a frase “segundo o beneplácito da sua vontade” (ARA) estabelece o caráter incondicional da eleição. Na última passagem, o termo “de antemão conheceu”, é tomado como significando “quem ele considerou”, ou “quem ele conheceu desde a eternidade com soberana e distinta afeição e deleite”, portanto, “quem ele primeiro amou”. Em suma, pode ser afirmado sinceramente que seja qual for o conceito que alguém possa adotar com respeito à eleição, este fato deve ser visto como a base bíblica sobre a qual a obra redentora de Deus foi realizada. O que Deus determinou em seu conselho eterno, ele teve que realizar na história.
 B. A Obra Redentora de Cristo — Conceitos. Sua execução é vista na obra redentora de Cristo na história. Esta é uma área de importante disputa na discussão teológica atual. Dois conceitos importantes parecem emergir de toda a controvérsia:
(1) A escola existencial - Bultmann; (2) A escola histórica — Cullmann. 1. A escola existencial. De acordo com Bultmann, a essência da mensagem cristã como explicada no NT, é a de um chamado à decisão — uma resposta que traz consigo uma nova compreensão de si mesmo, um senso de existência autêntica. Bultmann divorcia quase que totalmente a questão da existência no NT da questão da existência da história da salvação. Com respeito ao Jesus histórico Bultmann afirma: “Eu, de fato, penso que agora nós não podemos conhecer quase nada concernente à vida e a personalidade de Cristo...” (Jesus and the Word. pág. 8). Bultmann sustenta que nós podemos pregar o Cristo da fé sem o Jesus da história. Seu conceito pode ser chamado de uma abordagem existencialista da mensagem bíblica desenvolvida no contexto de um ceticismo histórico. Bultmann pertence à escola da crítica radical do criticismo bíblico alemão. Seguindo um método de “forma histórica”, ele vê Jesus somente como um homem que a fé posterior da igreja divinizou. Ele reconhece que os evangelhos relatam a história de Jesus de uma perspectiva sobrenatural, o que ao mesmo tempo traz o caráter da pregação, mas ele argumenta que esta pregação não nos dá um relato confiável do que ocorreu; esta representa somente a fé da igreja posterior. Ridderbos afirma: “Os evangelhos, de acordo com Bultmann, não se preocupam com Jesus, mas com a fé e a pregação da igreja com respeito a Jesus. E o que lhe interessa como um historiador é a questão: Como esta pregação adquiriu esta forma? Ou em outras palavras: De que jeito ou de que maneira esta pregação cresceu ou se desenvolveu em nossos relatos do evangelho? (Bultmann, pág. 12)”.

E. Justificação. Num sentido básico, a justificação não se preocupa com nossa condição espiritual, mas com nossa relação espiritual; não é uma questão de nosso estado atual, mas de nossa posição judicial. A justificação é a resposta para a relação interrompida entre o homem e seu Deus, produzida pelo pecado. Como resultado do pecado, todos os homens encontram-se diante de Deus como culpados, condenados e separados de seu Criador. Justificação é a restauração do homem à sua relação original com Deus através da obra de Cristo. Significativamente inclui, de acordo com Paulo: remoção da culpa pela imputação da justiça de Cristo (Rm 8.33), remoção da condenação pelo dom do perdão (v. 34) e remoção da separação pela restauração da comunhão (v. 35).

Justificação A justificação deve ser vista a partir de uma dupla perspectiva, real e declarativa. A justificação real significa que o pecador é declarado justo por ter a justiça de Cristo imputada a ele. Somente desta forma um Deus justo pode justificar o ímpio. Justificação declarativa significa que a pessoa que foi declarada justa em Cristo é também considerada justa diante dele. A justificação é um termo forense ou legal, e deveria ser cuidadosamente distinguida do significado da santificação, que é experimental e progressiva. A distinção entre os dois conceitos pode ser expressa como segue: justificação tem a ver com Cristo por nós, a santificação com Cristo em nós. A justificação tem a ver com nossa posição; a santificação, com a comunhão. A justificação tem a ver com nossa aceitação; a santificação com nossa obtenção. O fundamento da justificação é a graça de Deus não as obras humanas. Paulo enfatiza que o homem é justificado pela fé à parte das obras da lei (Rm 3.28). O apóstolo está preocupado em deixar indubitavelmente claro que Deus realizou em Cristo o que o homem é completamente incapaz de fazer —por si mesmo. O que Deus fez pelo pecador em Cristo é totalmente imerecido, espontâneo e não procurado. Esta é a essência da graça (Rm 3.24). Nossa justificação depende totalmente de Deus e em nada do homem.
Muito tempo atrás Jó perguntou: “Como pode o homem ser justo para com Deus?” (Jó 9:2). Esta questão, das mais importantes, levanta o problema do método. A única resposta satisfatória é encontrada na Palavra de Deus. A justificação do pecador é pronunciada na palavra do Evangelho. A mesma proximidade que temos da palavra da fé, temos da palavra de absolvição de Deus. O mérito de nosso Senhor toma-se nosso “através da fé” (Ef 2.18; cp. Rm 3.21,22). E imperativo compreender que a fé nunca é a base da justificação, mas somente seu meio ou canal; é a mão que simplesmente se estende para aceitar o presente. As preposições “através” (dia) e “de” ou “por” (ek), apresentam a forma pela qual o homem aceita a salvação em Cristo. Nenhuma preposição é empregada com tal caso gramatical do substantivo fé como requerendo uma tradução: por causa da ou por motivo da fé. A fé nunca é retratada como meritória; é sempre e somente instrumental. A fé é a resposta positiva do homem à graça justificadora de Deus; é o correlativo da promessa. Quando consideramos o valor da justificação, algumas coisas imediatamente tomam-se claras no NT. A justificação provê a causa da paz com Deus (Rm 5.1). Quando alguém permanece diante de Deus como justo em Cristo, ele pode experimentar a paz de Deus em sua vida e compartilhá-la com outros. E também a causa para a liberdade em Cristo. Isto quer dizer, liberdade da escravidão do pecado e liberdade para servir aos outros. Quando alguém é libertado da ansiedade de si mesmo, ele é capaz de usar sua vida para os outros. Também significa liberdade para gozar todas as boas coisas da vida dentro do contexto de amor genuíno pelos outros (Rm 14).

Santificação Quando alguém é convertido a Deus, ele precisa perguntar como sua nova vida deve ser vivida aqui na terra. Quando esta questão é encarada, o assunto da ética bíblica toma-se um aspecto importante da doutrina da santificação; um não pode ser devidamente considerado sem o outro. A santificação tem a ver com a operação progressiva da nova vida implantada pelo Espírito na regeneração (avivamento). A ética cristã tem a ver com o estudo das bases sobre as quais o poder e o alvo pelos quais a vida do cristão é vivida, O indicativo da justificação conduz ao imperativo da santificação: a justificação é a base teológica de uma ética evangélica. O dom de Deus em Cristo induz a um reconhecimento de nossa tarefa para com ele. Nos escritos paulinos as exposições sobre a doutrina da justificação são geralmente seguidas por exortações à obrigação. Não são boas obras que fazem um bom homem, mas um bom homem faz boas obras. A característica distintiva de uma ética cristã é encontrada na questão da motivação. Como nosso Senhor deixa claro no Sermão do Monte (Mt 5.7), mais importante do que o que alguém faz é o por que ele o faz. Bondade não é meramente uma questão de ação externa, mas mais fundamentalmente de atitude interior. Jesus interioriza a lei moral. Note, por exemplo, Mateus 5.21,22, “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; e: Quem matar estará sujeito a julgamento. Eu, porém, vos digo que todo aquele que [sem motivo] se irar contra seu irmão estará sujeito ajulgamento.,.”. Santificação e ética tem a ver basicamente com o que somos e não com o que fazemos. O significado básico de santo é “separado”, ou “colocado à parte”. Além de Deus ser santo como separado de suas criaturas, ele também é separado do pecado. E este último aspecto ético da santidade de Deus que fornece a base para nossa compreensão da doutrina da santificação; e todavia, a santificação não é somente uma separação do que é pecaminoso, mas também uma separação para refletir a imagem de Deus. Santificação é a reforma  progressiva de nossa natureza pelo Espírito Santo, na imagem de Deus, através de Jesus Cristo (veja 2Co 5.17).
Os santificados são os eleitos de Deus. Todos os que o Pai escolheu na eternidade, ele santifica no tempo em Cristo. Os objetos da eleição, da redenção e da santificação são as mesmas pessoas (Rm 8.28-30). A santificação envolve a totalidade do ser do crente — corpo, alma e/ou espírito (lTs 5.23). Com respeito à alma e/ou espírito, Paulo indica que (1) o entendimento é iluminado (Ef 4.23), (2) a vontade é subserviente à vontade de Deus (Fp 2.13), (3) as afeições são tomadas santas (Rm 12.10). Com respeito ao corpo e todos os seus membros, o apóstolo exorta os crentes a oferecerem-se “a Deus, como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros, a Deus, como instrumentos de justiça” (Rm 6.13).  santificação envolve o ser do crente separado posicionalmente para Deus em virtude de sua nova vida em Cristo. Esta não é uma questão do nível da espiritualidade de alguém. Acerca dos cristãos carnais de Corinto Paulo escreveu: “mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, fostes justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus”. (ICo 6.11). (O tempo passado dos verbos gregos aponta para estes atos como já realizados). Este aspecto da santificação coincide com a justificação. A santificação inclui o crente ser separado experimentalmente para Deus por causa do ministério do Espírito que habita nele. Este aspecto da santificação é progressivo; ele permite graus. Embora ninguém possa ser mais ou menos regenerado do que outro, pois a pessoa está morta ou viva, ele pode ser mais santificado do que o outro. As Escrituras freqüentemente exortam os crentes a crescerem em santidade. “Antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”. (2Pe 3.18; veja 2Ts 1.3).
A Bíblia fala de crescimento na graça, abundância na esperança e no amor, e desenvolvimento no conhecimento das- coisas divinas. Não haveria razão para tal discurso se os santificados fossem experimentalmente aperfeiçoados no momento da regeneração. A santificação envolve também o ser completamente separado para Deus. Basicamente, sua prática e sua posição serão trazidas a um perfeito acordo (veja Ef5.26,27; Jd 24,25). Este aspecto da santificação coincide com a glorificação. Requer-se a santificação de cada cristão (lTs 4.3).
 Não é responsabilidade de um grupo de elite dentro da igreja. Não há base na Escritura para a adoção de um duplo padrão de comprometimento cristão, um para “obreiros cristãos de tempo integral” e outros para “cristãos leigos”. A Escritura fala de todos os crentes como santos (“santificados”, ICo 1.1,2). Os padrões éticos (princípios) para o desenvolvimento de uma vida santa, uma vida que cada vez mais reflete a imago dei, são apresentados na Escritura tanto num nível de autenticação social quanto pessoal. Na epístola de Paulo aos Colos- senses, e.g., ele lida com a ética pessoal sob a rubrica de “despindo” e “revestindo”.
No capítulo 3, o apóstolo primeiro descreve o que deve ser mortificado (Cl 3.5,8,9); a saber, “imoralidade, impureza, paixão lasciva, desejo maligno e a avareza, que é idolatria”, e “ira, indignação, maldade, maledicência, linguagem obscena e mentira”. Ele fala então do que deve revestir (vv. 12-14); a saber, “misericórdia, bondade, humildade, mansidão, longanimidade”; sendo perdoadores e, acima de tudo, amando. Em 3.18-4.1, o apóstolo lida então com a ética num nível social. Ele dá instruções concernentes as esposas e maridos (w. 18,19), pais e filhos (v. 21), e escravos e senhores (3.22-4.1). Esta última área pode encontrar seu equivalente funcional hoje no relacionamento entre empregado e empregador. Em todos os relacionamentos da vida, pessoal e social, os cristãos devem buscar o reino de Deus e sua justiça. A dinâmica para a realização deste alvo é o Espírito Santo. A motivação é o  amor ágape dado por Deus. A orientação é fornecida pela lei moral, a ser devidamente aplicada sob a orientação do Espírito Santo em cada situação. Visto que Deus é santo nós também devemos ser.
Enciclopédia da Bíblia, vol 05; Ed. Cultura Cristã




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