sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Lição 07 – A soberania de Deus (Soli Deo Gloria)


         

TEXTO ÁUREO

Eu sou o Senhor; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não darei, nem o meu louvor, às imagens de escultura. Isaías 42.8
SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO
2ª  Feira - Êxodo 20.1-17: O Decálogo
3ª  Feira - Gênesis 17.1-7: E ser-lhe-eis o seu Deus
4ª  Feira - Hebreus 7.23-25: O Sacerdote perpétuo
5ª  Feira - Atos 17.16-31: Deus não é servido por mãos de homens 6ª  Feira - 1 Coríntios 10.28-32: Fazei tudo para a glória de Deus
Sábado - Habacuque 2.11-14: A Terra conhecerá a glória de Deus

OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá:
•  conhecer o entendimento romano acerca da veneração;
• compreender o princípio de Soli Deo Gloria;
•  responder à seguinte questão: existem, nos dias atuais, elementos ou fatores que, de algum modo, retiram a centralidade da soberania divina da vida do crente?

ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Caro professor,
As principais etapas de uma aula de Escola Dominical são:
(1) leitura de todas as lições do trimestre pelo professor;
(2) planejamento e
(3) desenvolvimento.
(1)   A leitura prévia de toda a revista permite uma visão global do que será ministrado e possibilita ao professor planejar com excelência cada aula.
(2)   O planejamento deve iniciar-se o quanto antes. Quanto mais tempo e mais o professor dedicar-se a esta fase, mais interessante e enriquecedora será a aula.
(3)   Utilizando o método expositivo, intercalado com perguntas, respostas e participação do aluno, uma aula pode ser desenvolvida da seguinte maneira: acomodação da classe e chamada (5 min); introdução com motivação inicial (5 min); desenvolvimento do conteúdo (35 min); exercícios de fixação, recapitulação e síntese (5 min); oração final. Excelente aula!

COMENTÁRIO
Palavra introdutória
Uma das bandeiras levantadas pelos reformadores foi a que defendia os dois primeiros mandamentos divinos: Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem de escultura (Êx 20.3,4a). Contrários às doutrinas apresentadas à Igreja naquela ocasião — como a veneração aos santos e às relíquias —, esses homens de fé corajosamente anunciaram: soli Deo gloria (somente a Deus, glória)!
Nesta lição, veremos que a teologia reformada não nega que houve, no passado, homens e mulheres que se destacaram em sua profissão de fé; entretanto, ao mesmo tempo, reafirma que o Senhor é o único digno de adoração (Êx 20.3,4a).

1. O ENTENDIMENTO ROMANO ACERCA DA VENERAÇÃO
A veneração aos santos é um dos elementos principais da liturgia romana; estes recebem dos fiéis as mais variadas honrarias: em templos, capelas, missas, festas, altares, orações, juramentos, votos e dádivas de todo tipo. Geralmente, os fiéis os invocam como intercessores; protetores ou concessores de bênçãos. Uma extensão da doutrina da veneração aos santos é a doutrina da veneração às suas relíquias.
Vejamos a seguir.

1.1. A doutrina da veneração aos santos
A doutrina da veneração aos santos — que se apresenta, externamente, por meio da reverência a imagens (estátuas ou iconografias) — foi dogmatizada pela Igreja Romana no Segundo Concílio de Niceia (787 d.C.); e, em 1987, por ocasião do 12°  centenário do referido sínodo, Demétrio l (patriarca de Constantinopla) e João Paulo II (papa em exercício à época) reafirmaram sua legitimidade.

Teólogos romanos, em defesa dessa doutrina, alegam haver distinção entre as palavras gregas latria e dulia. Segundo eles, latria designaria a adoração devida unicamente a Deus, e dulia, a venera cão aos santos; por isso, ainda de acordo com o entendimento romano, tal prática não poderia ser considerada idolatria.
É importante ressaltar que as Escrituras não fazem qualquer distinção entre os vocábulos gregos latria dulia. Nos registros neotestamentários, o termo latria só é utilizado para fazer referência ao Senhor (Lc 2.37; Rm 1.25; Hb 9.14; At 24.14, dentre outros); porém dulia também é usado com o mesmo sentido (Mt 6.24; Rm 12.11; 1Ts 1.9).
As primeiras imagens cristãs a serem envolvidas com marcas de culto foram os retratos de indivíduos venerados como santos enquanto ainda estavam vivos. O culto às imagens foi inicialmente evidenciado durante o quinto século e tornou-se repentinamente popular durante a segunda metade do sexto século e no sétimo
(FERGUSON, E. Central Gospel, 2017, p. 400).

1.1.1. Refutação reformista à doutrina da veneração aos santos
No primeiro volume das Institutos da Religião Cristã, de Calvino (capítulo 11; seções l—16), o pensamento romano é veementemente contestado. Nele, o reformador afirma, dentre outros pontos, que (1) representar a Deus através de imagens é corromper-lhe a glória (seção #1); (4) o uso de imagens conduz à idolatria (seção #9). No capítulo 12 do mesmo volume, são abordados os seguintes temas:
(1) a verdadeira religião proclama o Deus único e absoluto (seção #1);(2) a ilusória distinção de latria e dulia (seção #2); (3) improcedência do culto de dulia à luz das Escrituras (seção #3).

Além disso, no terceiro volume da referida obra, o reformador aborda explicitamente o seguinte tema: (1) a intercessão romanista dos santos engendra supersticiosa veneração dessas criaturas, às quais se prescrevem atribuições e honrarias próprias de Cristo e da Deidade (seção #22) [grifo do comentarista].

1.2. A doutrina da veneração às relíquias
Relíquias são os objetos pertencentes (ou supostamente pertencentes) a cristãos piedosos que, depois de certo tempo, foram canonizados.

Três tipos de relíquias vieram a ser reconhecidas pela Igreja: o corpo ou partes do corpo de uma pessoa santa, objetos intimamente relacionados com a pessoa (por exemplo, vestuário) e objetos como areia, óleo ou água, que tocaram os restos mortais e foram armazenados em ampolas (pequenos frascos) (FERGUSON, E. Central Gospel, 2017, p. 286).

Os romanistas afirmavam, com base em alguns textos bíblicos (Êx 13.19; 2 Rs 13.21; At 5.15,16; 19.11,12), que ossos e/ou objetos de santos e mártires eram dotados de poder divinal e, por esse motivo, operavam milagres. Atualmente, a Igreja Católica permite o culto às relíquias [veneração aos corpos (ou pedaços de corpos) de santos e mártires falecidos], alegando que o milagre não é produzido materialmente pelas relíquias, mas pela vontade de Deus, por meio delas.

Considerando o fato de não haver, em todo texto bíblico, sequer um exemplo, promessa ou preceito relacionado à adoração aos santos, pode-se afirmar que toda e qualquer invocação que não seja dirigida ao Deus Trino é idólatra: soli Deo gloria!

1.2.1. Refutação reformista à doutrina da veneração às relíquias
Analisemos os textos bíblicos utilizados pelos romanistas para respaldar o culto às relíquias:
• Êxodo 13.19 — Moisés, em atenção ao pedido de José, levou os restos mortais do patriarca para serem sepultados na terra que Deus prometera dar aos filhos de Abraão. Entretanto, não há registro (bíblico ou histórico) de que o corpo de José tenha sido adorado, colocado no templo, carregado em procissões, ou levantado em altares.
• 2 Reis 13.21 — O texto bíblico informa-nos que certo homem ressuscitou, depois de ter sido lançado sobre os ossos de Eliseu. Do mesmo modo, não há relato (bíblico ou histórico) de que, depois desse evento, os ossos de Eliseu tenham sido transformados em relíquia, tampouco que seu túmulo passou a ser um centro de peregrinação religiosa.
• Atos 5.15,16; 19.12 — Lucas dá-nos ciência de que enfermos eram levados às ruas, em camas e macas, a fim de serem curados pela sombra de Pedro. Lucas também diz que lenços e aventais de Paulo eram colocados sobre doentes e possessos, a fim de que ficassem livres de seus males. Todavia, nem o evangelista, nem qualquer outro autor sagrado, diz que Pedro ou Paulo aceitaram ser venerados pelos milagres que realizavam. Ao contrário, em Atos 14.8-18, vemos a rejeição de Paulo à adoração que os habitantes de Listra queriam prestar-lhe, depois de ele ter curado um coxo: Homens, por que vocês estão fazendo isso? Nós também somos humanos como vocês (v. 15 NVI).

A teologia reformada não afirma que os piedosos irmãos do passado não devem ser reverenciados e imitados em sua fé e fidelidade ao Senhor (Lc 1.48; Mc 14.9). A bandeira levantada pelos reformadores não foi outra senão esta: Deus é o único digno de glória e louvor para todo sempre (Ap 7.12).

2. SOLI DEO GLORIA
A Escritura é clara ao afirmar que há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos (1Co 8.6). Em termos práticos, essa realidade não apenas proíbe (e inviabiliza) a adoração a santos e relíquias — por exemplo —, como também condena a adoração a qualquer representação iconográfica de Yahweh, o Deus de Israel (Êx 20.1-5).

A teologia reformada entende que nenhum ser humano — limitado em sua própria humanidade — é digno de receber glória: nem os santos canonizados, nem os mártires, nem os papas, nem as autoridades eclesiásticas. Por isso, apregoa: toda veneração que não seja dirigida ao único e verdadeiro Deus não passa de mera superstição religiosa.

2.1. Base bíblica
A Confissão de Fé de Westminster (uma confissão de fé adotada por muitas igrejas reformadas ao redor do mundo) diz que o fim supremo e principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre (Rm 11.36; 1 Co 10.31; Jo 17.22-24).

O Senhor dos céus e da terra dirige a história humana de modo a fazer com que Seu nome seja glorificado entre os homens (Êx 14.4,17,18; 1 Sm 12.20-22; 2 Sm 7.23; SI 106.7,8; Is 43.6,7,25; 49.3; Jr 13.11; Ez 20.14; 36.22,23,32; He 2.14; Rm 9.17,22,23; Ef 1.4-6,12,14), porque Ele não divide Sua glória com ninguém (Is 42.8). E isso também se constata na pessoa de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (Jo 5.44; 7.18; 12.27,28; 14.13; 17.1,24; Rm 15.7; Fp 1.9,11; 2 Ts 1.9,10; Hb 1.3; Ap 21.23).

3. ADVERTÊNCIA A IGREJA REFORMADA: GLÓRIA, SOMENTE A DEUS
Nos tópicos anteriores, abordamos a teologia reformada da glória de Deus em oposição à doutrina romana. Neste, refletiremos sobre a seguinte questão: existem, nos dias atuais, elementos ou fatores que, de algum modo, retiram a centralidade da soberania divina da vida do crente?

3.1. O endeusamento de líderes
Muitos irmãos de confissão protestante, em vários períodos da história, e em vários países do mundo, sem se darem conta, endeusaram seus líderes religiosos.

Há grande diferença entre um pastor fiel e abençoado, que leva a Igreja a glorificar o nome de Jesus, reconhecendo Nele a fonte de toda boa dádiva (Tg 1.17), e o pastor que confia em sua própria retórica e talento para, em sua cobiça, atrair massas incautas e explorá-las com histórias que inventaram (2 Pe 2.1-3 NVI).

Com pesar, observamos multidões de pessoas atraídas por líderes carismáticos que canalizam para si a atenção e o louvor que deveriam ser direcionados a Jesus, o Senhor da Igreja (Cl 1.18). Esses se apresentam aos imprudentes como autoridades divinas aptas a curar enfermos, expulsar demónios e receber gratificações em nome de Cristo.
Lembremo-nos, irmãos: a Igreja é de Cristo; só a Ele devemos glória!

3.2. As modernas relíquias devocionais
Também não é incomum encontramos irmãos de confissão evangélica que elegeram para si modernas relíquias devocionais, tais como: copos com água ungida; sal grosso abençoado; toalhas ditas santas, dentre outras tantas variantes.

Todos esses elementos não passam de velhos costumes (tomados emprestados do paganismo) revestidos de novas roupagens; e essas miudezas, estritamente humanas, tiram a atenção do Senhor da Igreja. Não nos esqueçamos de que nem água, nem sal, nem tecido, nem outro elemento qualquer é capaz de trazer bênçãos aos homens, senão o Autor da vida, conforme Sua soberana e eterna vontade.
Voltemos, portanto, os olhos para a bandeira reformadora: soli Deo gloria!
CONCLUSÃO
Lutero, Calvino, Zuínglio e tantos outros homens de fé levantaram-se contra a teologia romana por terem compreendido que a Igreja não estava mais vivendo para o Senhor dela, mas para o Clero e para si mesma.

Nos dias atuais, a Igreja Reformada também corre o risco de viver para sua própria glória e em função de suas próprias necessidades, esquecendo-se do único motivo que a faz ser Corpo de Cristo: viver para glória do Pai.

Soli Deo gloriai. Precisamos lembrar-nos sempre disso, não apenas quando estamos diante de imagens e esculturas, mas quando somos apresentados às modernas relíquias devocionais e quando somos tentados a endeusar pessoas.
 REVISTA CENTRAL GOSPEL - LIÇÃO 7




ADVEC – ASSEMBLEIA DE DEUS VITÓRIA EM CRISTO | TAQUARA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL – CLASSE DOS PROFESSORES LPD n.º 52 – Reforma Protestante 4.º Trimestre de 2017
Lição 07 - A Soberania de Deus: Soli Deo Gloria (Dc. Vagner de Assis)
1.      
        Soli Deo Gloria (do Latim: Glória somente a Deus)
É o princípio segundo o qual toda a glória é devida a Deus por si só, uma vez que a salvação é efetuada exclusivamente através de sua vontade e ação.
 Não só o dom da expiação de Jesus na cruz, mas também o dom da fé, criada no coração do crente pelo Espírito Santo.
Os reformadores protestantes acreditavam que os seres humanos mesmo santos canonizados pela Igreja Católica Romana, os papas e as autoridades eclesiásticas não eram dignos da glória que lhes foi atribuída.

2.       A Igreja Romana ensinava e exigia uma devoção ao clero e aos homens santos que poderiam interferir diante de Deus para perdão de pecados e obtenção de bênçãos para os homens
 Quando se estava na presença do papa e dos cardeais a reverência deveria ser tamanha, beirando as raias da adoração, onde se demonstraria uma total submissão a estes.
Fundamentado nas Escrituras (Efésios 2.1-10; João 4.24; Salmos 90.2; Tiago 1.17) e tantos outros textos, os reformadores concluem que somente a Deus devemos dar glória. Não podemos dispensar glórias a homens, pois não passam de míseros pecadores e são como trapos imundos e carecem da misericórdia e da graça de Deus.

       3. A Igreja Romana adotou as primeiras imagens a serem envolvidas no culto   Essas imagens foram os retratos de indivíduos venerados como santos enquanto ainda estavam vivos. O culto às imagens foi inicialmente evidenciado durante o quinto século e tornou-se repentinamente popular durante a segunda metade do sexto século e no sétimo.

      4.Outro Evangelho
 Se os fiéis precisam do clero para ler a Bíblia, se Maria e os santos são venerados e os      sacerdotes são despenseiros dos méritos aos fiéis, se cooperamos com Deus em nossa salvação, se as nossas obras são um dos meios de sermos considerados justos, então Deus não recebe toda a Glória. Estas ideias são outro Evangelho que fere a Glória do Altíssimo.
O Apóstolo Paulo já mostrava preocupação com outro evangelho que estava sendo pregado aos Gálatas, conforme Gálatas 1.5-12: "Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho; O qual não é outro, mas há alguns que vos inquietam e querem transtornar o evangelho de Cristo. Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema. Assim, como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo. Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema. Porque, persuado eu agora a homens ou a Deus? Ou, procuro agradar a homens? Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo".

5.      Veneração de Imagens
Foi dogmatizada pela Igreja Romana no Segundo Concílio de Niceia (787 d.C.) e em 1987 Demétrio I (Patriarca de Constantinopla) e João Paulo II (Papa em exercício à época) reafirmaram sua legitimidade.
O primeiro e o segundo mandamento da Lei são muito claros contra a idolatria, isto é, adoração de imagens (Êxodo 20.3-5). A Bíblia toda é repleta de advertências e descrições contra o culto a imagens de esculturas (Salmo 115; Isaías 44; 45.20; 48.5). Mesmo o Novo Testamento não deixa de condenar a idolatria e a sua vaidade diante do verdadeiro culto a Deus (1 Tessalonicenses 1.9; Atos 17; 1 João 5.21).
É claro que o Catolicismo busca se defender de vários modos, dizendo que estas imagens não são para adoração, mas só para lembrança e que Deus também mandou fazer imagens de anjos em ouro para colocar no propiciatório.
Mas estas sutilezas teológicas não significam nada diante da idolatria praticada por católicos do mundo todo, que não usam as imagens para lembrança nem para ornamento, mas as cultuam como se elas fossem um deus. É só olhar ao redor e veremos isto claramente.

6.      Veneração a Maria
Através de Maria o culto à Diana e a outras deusas tem se perpetuado na História, quando deveria ter sido extinto com a divulgação da Palavra de Deus. A Mariolatria, ou seja, a adoração e culto a Maria é um dos maiores sistemas religiosos do mundo. Muitas religiões não possuem o número de adoradores que existem neste culto, que tem proporções universais.
É incompreensível querer atribuir tanto prestígio à Mãe de Jesus quando nem mesmo ele agiu assim:
 a) Ele não a chamava de mãe, mas de mulher (João 4.4; 19.26).
b) Os que a definiram como sua mãe ele fez questão de mostrar que seus familiares são os seus seguidores (Mateus 12.46-50).
 Quando quiseram atribuir alguma honra a Maria pelo fato de ter dado a luz a Ele, fez questão de mostrar que há honra maior em obedecer a Deus, conforme Lucas 11.27,28: “E aconteceu que, dizendo ele essas coisas, uma mulher dentre a multidão, levantando a voz lhe disse: Bem aventurado o ventre que te trouxe e os peitos que mamaste! Mas ele disse: Antes, bem-aventurados os que ouvem a palavra de Deus e a guardam”.

7.      Veneração a Santos
Os santos substituíram os deuses e semideuses pagãos em suas funções. Foram-lhe conferidos poderes especiais dentro de certas áreas, como ajudar os endividados, proteger os motoristas, arrumar casamento, etc. Mesmo que a Igreja Católica oficialmente diga que não aprova esta prática, ela a incentiva.
Os homens de Deus geralmente recusaram qualquer tipo de adoração quando vivos, quanto mais que fossem cultuados quando mortos (Atos 10.25,26; 14.11-15). Só temos um mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem (1 Timóteo 2.5). Qualquer coisa fora disso é pura heresia.

8.      A igreja evangélica precisa de uma nova reforma:
Hoje, ao olharmos o cenário religioso brasileiro constatamos que a igreja evangélica precisa de uma nova reforma. Desviamo-nos do caminho da ortodoxia.  As verdades essenciais da fé evangélica estão ausentes de muitos púlpitos chamados protestantes.    Novidades fora das Escrituras têm sido introduzidas nas igrejas sob a conivência de uns e o silêncio de outros.
A igreja protestante já não protesta mais.  Somos chamados de evangélicos, mas o puro evangelho está escasso em muitas igrejas. Temos influência política, mas falta-nos autoridade moral. Temos poder econômico, mas falta-nos poder espiritual. Temos um explosivo crescimento quantitativo, mas falta-nos o crescimento qualitativo. Precisamos de uma nova Reforma. 
A seguir três motivos que exigem uma nova reforma:
a) Porque o liberalismo teológico tem assaltado muitas igrejas em nossa Pátria. O mesmo liberalismo que devastou as igrejas na Europa, e na América do Norte chegou às terras brasileiras, e seu fermento maldito está presente em muitos seminários, e este veneno letal tem sido espalhado das catedrais para os púlpitos e dos púlpitos para os crentes e assim, muitas igrejas já não creem mais na inerrante e suficiente Escrituras. Em consequência desse colapso espiritual há algumas igrejas que defendem um concubinato espúrio entre cristianismo e evolucionismo, negando a realidade da criação, conforme registrada em Gênesis 1 e 2.
b) Porque o misticismo sincrético tem invadido muitos arraiais evangélicos. Temos visto a igreja evangélica brasileira capitular-se ao misticismo pagão. O verdadeiro evangelho está ausente de muitos púlpitos. Prega-se sobre prosperidade e não sobre salvação. Prega-se sobre curas e milagres e não sobre arrependimento e novo nascimento. O lucro substituiu à mensagem da salvação em muitas igrejas. Temos visto igrejas se transformando em empresas, o púlpito em balcão, o evangelho num produto e os crentes em consumidores. Além desse descalabro, muitas dessas crendices têm substituído à verdade em muitas igrejas. Esses crentes incautos têm se alimentado do farelo do sincretismo em vez de serem nutridos pelo Pão da Vida. Há crentes que olham para a Palavra de Deus como um livro mágico e consultam a Bíblia como se ela fosse um horóscopo. Há aqueles que colocam um copo d’água sobre o aparelho de televisão, enquanto o suposto homem de Deus ora, pensando que essa água "benzida" tem poder extraordinário. Essas práticas não são bíblicas e devem ser reprovadas. Urge certamente uma nova Reforma.
c) Porque muitas igrejas se acomodaram a uma ortodoxia morta. A Reforma restaurou não apenas a supremacia das Escrituras e a primazia da pregação, mas também, enfatizou a necessidade de uma vida piedosa. Não podemos separar a teologia da vida; a doutrina da prática; a ortodoxia da piedade. Não basta conhecer a verdade, precisamos ser transformados por essa verdade. Na Igreja Reformada encontramos teologia  pura e vida santa.

Boa semana de Paz a todos! Deus abençoe você.

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                  V SÓ A DEUS GLÓRIA 

1. O quinto pilar da fé evangélica é: Só a Deus seja a glória.
 2.  O homem foi criado para a glória de Deus, portanto, tudo que ele faz deve ser destinado à glória de Deus.
3. Este foi o ensino tanto do NT como do Vt
4. Vejam o que as escrituras ensinam :
  Isaías 43:7 (NVI-PT) 7 todo o que é chamado pelo meu nome, a quem criei para a minha glória, a quem formei e fiz”.
 Romanos 11:36 (RA) 36 Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!
5. Isto parece tão normal ! 
6.  Mas na prática não era tão normal assim.
 a. A igreja romana ensinava e exigia uma devoção ao clero e aos homens santos que poderiam interferir diante de Deus para perdão de pecados e obtenção de bênçãos para os homens.
i. Quando se estava na presença do papa e dos cardeais a reverência deveria ser tamanha, beirando as raias de adoração, onde se demonstraria uma total submissão a estes.
 ii. Não podemos dispensar glórias a homens, pois todos não passam de míseros pecadores e carecem da misericórdia de Deus.
 iii. Este foi o ensino do AT. Jeremias 9:23-24 (RA) 23 Assim diz o SENHOR: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte, na sua força, nem o rico, nas suas riquezas; 24 mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o SENHOR e faço misericórdia, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o SENHOR.
 Salmos 4:2 (RA) 2 Ó homens, até quando tornareis a minha glória em vexame, e amareis a vaidade, e buscareis a mentira?
b. Ensinava também a devoção aos santos , mas só a Deus glória 
Isaías 42:8 (NVI-PT) 8 “Eu sou o Senhor; este é o meu nome! Não darei a outro a minha glória nem a imagens o meu louvor.
 Êxodo 20:4-5 (NTLH) 4 — Não faça imagens de nenhuma coisa que há lá em cima no céu, ou aqui embaixo na terra, ou nas águas debaixo da terra. 5 Não se ajoelhe diante de ídolos, nem os adore, pois eu, o SENHOR, sou o seu Deus e não tolero outros deuses. Eu castigo aqueles que me odeiam, até os seus bisnetos e trinetos.
Paschoal Piragine Jr

                                           Segundo Capítulo

2 A Reforma Protestante do Século XVI: um Caminho para a Liberdade Cristã


      Sem dúvida de que a Instituição da Religião Cristã, ou Institutas, é a obra prima de Calvino. Escrita, como já dissemos, a partir dos dogmas do Credo Apostólico.457 A primeira edição, em 1536, consistia em seis capítulos, a partir dos quais a obra foi evoluindo, ganhando corpo e densidade bíblico-teológica no decorrer dos anos, até sua última edição. É, na verdade, o grande clássico sobre teologia sistemática, ao qual, segundo alguns, apenas Cidade de Deus, de Santo Agostinho, e a Summa Teológica, de Tomás de Aquino podem ser comparadas, no que diz respeito à história da teologia.458 Sem dúvida que a teologia de Calvino tem muitos matizes e é muito detalhada.459 As Institutas (cuja versão final é datada de 1559) são a primeira dogmática evangélica extensa. A renovação reformatória se apresenta como um contraponto à tradição escolástica e dialoga permanentemente com os escritos do AT e NT.460


456 Apenas como informação histórica, nesse mesmo ano de 1534, no dia 15 de agosto, em Montmartre, Inácio de Loyola instituiu a ordem dos jesuítas. Ano também importante pelo fato de que Paulo III excomungou Henrique VIII e estabeleceu, na Itália, a Inquisição. 457 LESSA, Vicente Temudo, op. cit. pp. 73-77. 458 GOUVÊA, Ricardo Quadros, op. cit., p. 116. 459 “Calvino não está vinculado, como Lutero, a algum ramo da Igreja Cristã; está associado mais apropriadamente a um grande sistema de pensamento. E esse sistema é tão extenso, tão penetrante, e tão poligonal que, desde um ponto de vista, é um corpo sólido de doutrinas abarcando todas as grandes verdades da religião e da vida.” Calvin Memorial Addresses (Savannah, 1909), p. 37. 460 O primeiro princípio do calvinismo é o reconhecimento da Escritura como a Palavra de Deus. Este foi o princípio formal da Reforma Protestante, estabelecida em todos os credos calvinistas, e o fim de toda contradição em todos os escritos próprios de Calvino. A Escritura não é somente o guia autoritativo para o caminho da salvação, mas também dota o homem de uma interpretação autoritativa da realidade como um todo, mais particularmente a existência do homem. O calvinista busca olhar todas as coisas à luz da eternidade (sub species aeternitatis). Ver: La Historia y Carácter del Calvinismo (New York, 1954), p. 433.
        As Institutas demonstram os dois pólos complementares através dos quais o pensamento calvinista se apresenta. Por um lado, enfatiza a glória, majestade e onipotência de Deus.461 Por outro lado (e igual em importância ao primeiro), trata da salvação do ser humano. Aqui Calvino se mostra como discípulo (independente) de Lutero. Ambos os conceitos estão bem unidos. Na encarnação e na salvação, manifesta-se a glória de Deus.462 Quanto à epistemologia, Calvino trata da questão do conhecimento de Deus e conhecimento de si mesmo.463
  
 461 Por soberania o calvinista entende o absoluto direito de Deus em governar o mundo e fazer o que deseja. É o criador, “Pois dele, por meio dele e para ele são todas as coisas.” Juan Calvino, Institución (Libro I, Cap. 16, pár. 1-9; Libro III, Cap. 21, 22, 23). 462 Porém os dois temas se interligam. Sobre isto, afirma Calvino: “Agora, foi-nos da máxima importância que fosse tanto verdadeiro Deus quanto verdadeiro homem aquele que nos houvesse de ser mediador. Se da necessidade disso se indaga, não houve, de fato, uma necessidade simples, ou, como dizem geralmente, absoluta. Procedeu, antes do decreto celeste, de que dependia a salvação dos homens. Mas o Pai clementíssimo decretou o que nos era melhor.” Institutas, livro II, p. 230. 463 "Toda nossa sabedoria – se é que merece este nome, se é verdadeira e confiável – compreende no fundo das coisas: o conhecimento de Deus e de nós mesmos. Estes dois, sem dúvida, estão vinculados de múltiplas maneiras, e por isto não é tão fácil constatar qual é superior, ou originário. Primeiro, nenhum homem pode contemplar-se sem contemplar a Deus com todos seus sentidos, o Deus em que vivemos, e nos movemos, e somos (Atos 17.28). Porque todos os dons que constituem os bens aparentemente não os temos a partir de nós mesmos. Inclusive em nossa existência como humanos consiste em ter nossa essência no Deus único. E segundo, estes dons mostram a nós como caem as gotas do céu e nos guiam como o riacho na fonte. Porque justamente nossa pobreza se reconhece mais claramente na riqueza inimaginável de todos os dons que procedem de Deus. Especialmente a decadência miserável em que caímos, porque o primeiro homem perdeu a fé, o que nos obriga a levantar os olhos. Precisamos e devemos implorar a Deus que nos dê o que nos falta, porém, ao mesmo tempo. devemos aprender a ser humildes [...]. Sentimos nossa ignorância, vaidade, pobreza, debilidade, nossa maldade e depravação, e assim chegamos a compreender que somente em Deus se achará a verdadeira luz da sabedoria, a verdadeira força e virtude, uma riqueza imensa de todos os bens e a verdadeira justiça. É justamente nossa miséria que nos faz contemplar os dons de Deus, e somente quando somos confrontados com isto é que vemos nossos defeitos, e procuramos seriamente alcançar o Senhor. Porque (naturalmente) cada homem prefere confiar em si mesmo e geralmente não se conhece por isto, pois se conforma com suas habilidades e não quer saber da sua miséria. Quem se conhece, não somente tem a motivação de buscar a Deus, mas de certa maneira é levado por suas mãos à sua sabedoria e santidade, porque ninguém pode conhecer a si mesmo sem antes haver conhecido o rosto de Deus, e nesta contemplação passa a olhar a si. Porque uma enorme soberba é inata em nós, e sempre achamos que somos impecáveis, sábios e santos, a não ser que nos enfrentemos com provas palpáveis de nossa injustiça, mácula, estupidez e impureza, e nos convençamos desta maneiras. Porém, isto não ocorrerá se somente olharmos para nós mesmos e não para o Senhor, porque ele é o único parâmetro que nos permite nos autojulgarmos. Por natureza, tendemos à hipocrisia e, por isso, qualquer aparência de justiça nos satisfaz tanto, porém, no fundo, somente poderia nos satisfazer a verdadeira justiça.” Institutas, livro I, 1, 1 e 2.
    
     Os quatro grandes volumes podem ser assim distribuídos: No primeiro livro temos a Doutrina do conhecimento de Deus como Criador e Sustentador de todas as coisas; o duplo conhecimento de Deus; a doutrina das Escrituras Sagradas; a doutrina da Santíssima Trindade; a obra da Criação e a doutrina da Providência.
      No segundo livro, encontramos o Conhecimento de Deus como Redentor; a doutrina da Queda e o pecado humano; a doutrina acerca da Lei; o AT e o NT; o Dogma Cristológico, tendo Jesus Cristo como Mediador e sua Pessoa como Profeta, Sacerdote e Rei e a obra da Redenção.
      O terceiro livro aborda a forma pela qual alcançamos a Graça de Cristo, seus Benefícios e seus feitos; a doutrina da Fé e da Regeneração; a doutrina do Arrependimento; a Vida Cristã em Cristo; o dogma da justificação; a doutrina da predestinação e a doutrina da Ressurreição Final.
         O último livro trata dos meios externos pelos quais somos chamados por Deus para vivermos uma nova vida na expressão comunitária da Fé; fala da doutrina da Igreja; a doutrina dos Sacramentos e termina sobre o governo civil.  Quanto aos livros sagrados, tornou-se um dos mais competentes comentaristas bíblicos, escrevendo sobre quase todos os livros das Escrituras.
       Quanto ao NT, faltaram apenas 2 e 3 João e Apocalipse. O primeiro deles foi o comentário aos Romanos, em 1539, ainda em Estrasburgo, que foi dedicado a Simão Grynaeus, seu professor de hebraico e grande reformador em Basiléia. Já relativamente ao AT, escreveu sobre o Pentateuco, Profetas Menores, Salmos, Isaías, Jeremias, Daniel, Homilias sobre Jó e 1o Samuel. Ainda comentou o profeta Ezequiel até o 20o capítulo, onde não teve mais forças físicas para continuar. Seu último comentário foi sobre o livro de Josué, já nos derradeiros dias de sua existência. 

  FONTE: Escola Bereana - ADVEC SEDE


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