sexta-feira, 14 de abril de 2017

LIÇÃO 3: MELQUISEDEQUE, O REI DE JUSTIÇA

Classe: Adultos
Revista: Do professor - CPAD
Data da aula: 16 de Abril de 2017
Trimestre: 2° de 2017
Texto Áureo
"Porque dele assim se testifica: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque." (Hb7.17)
Verdade Prática
O sacerdócio de Cristo é superior a todos os sacerdócios, pois Ele é o Sumo Sacerdote perfeito e eterno.

LEITURA DIÁRIA
Segunda -1 Tm 2.5 : Jesus, único mediador entre Deus e os homens
Terça - Hb 2.17: Sumo Sacerdote misericordioso e fiel
Quarta - Hb 3.1: Jesus, apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa confissão
Quinta - Hb 6,20:  Jesus, Sacerdote Eterno
Senta – Hb 9.11: Jesus, Sumo Sacerdote dos bens futuros
Sábado – Hb 5.10: Jesus, chamado por Deus Sumo Sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque

                                                Capítulo 3 
                     
                                   MELQUISEDEQUE: O REI DE 
                                                 JUSTIÇA 
      
       Melquisedeque é um personagem enigmático na História da Bíblia. Pouco se sabe sobre ele. Seu nome e papel que representou na narrativa bíblica só aparecem em Gênesis 14, no Salmo 110.4 e em Hebreus 5, 6 e 7 — mesmo assim, em poucos versículos. Pelo fato de a sua genealogia não ser encontrada, estudiosos dizem que ele seria um ser divino, um anjo, ou até mesmo o próprio Cristo ou o Espírito Santo. Todavia, conforme as Escrituras, ele foi um homem de Deus que se voltou para o Senhor como um verdadeiro adorador no meio de uma gente idólatra e corrompida. 
        Ele exerceu o papel de rei e sacerdote sem fazer parte da linhagem de Israel: “E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e este era sacerdote do Deus Altíssimo” (Gn 14.18). Sua ordem sacerdotal um tanto invulgar e com aspectos peculiares tornou-se um tipo do sacerdócio de Cristo. Entretanto, o sacerdócio de Cristo em tudo é superior a todas as ordens sacerdotais. Em termos proféticos, porém, Jesus foi designado por Deus para fazer parte da Ordem de Melquisedeque. Sem dúvida, uma referência antecipada da humanidade de Jesus em termos ministeriais. Cristo, sendo Deus, o Criador dos céus e da terra, não precisaria vincular-se a nenhuma organização de caráter humano ou sacerdotal. Contudo, ele fez isso para demonstrar que sua obra redentora tinha de assumir uma identidade com os homens.   
         Melquisedeque entrou na história bíblica quando era sacerdote em Salém. Ele já tivera conhecimento do Deus Criador e Senhor do Universo. De alguma forma, foi informado acerca de Abrão, o patriarca hebreu. Ao saber que Abrão fora vitorioso numa batalha desigual contra diversos reis e que ele resgatara todas as pessoas de sua família e também reis que estavam ameaçados de extermínio, Melquisedeque foi ao encontro do patriarca. Abrão, reconhecendo que a mão de Deus dera vitória a ele, tomou uma decisão que repercutiu nos céus e que foi estabelecida na Lei de Moisés. Ele sentiu que deveria dar o dízimo de tudo o que recuperara a Deus através do sacerdote Melquisedeque. E até hoje, a instituição do dízimo é aceita e praticada pelos que são gratos a Deus. 
          
                              I – QUEM ERA MELQUISEDEQUE 
          
1. Um Personagem Misterioso 
       
         A maioria dos personagens bíblicos tem uma história plena de detalhes, com registros de sua árvore genealógica. Depois de Adão, todos os personagens têm o nome de seus pais, sua parentela, data e local de nascimento. Melquisedeque, no entanto, aparece no cenário histórico da Bíblia de forma inesperada e até misteriosa. Por isso, há muitas especulações e versões acerca de sua pessoa, de sua identidade e de sua missão. Ele é citado poucas vezes no texto bíblico, o que o torna mais enigmático ainda. Seu nome no idioma hebraico é Malkiy-Tzadeq, ou “rei de justiça”. O relato de Gênesis 14.18 diz que ele era “Rei de Salém” (Rei de Paz), um rei-sacerdote cananeu. 
        O autor da Epístola aos Hebreus diz que ele era “[...] sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas, sendo feito semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre” (Hb 7.3). Essa referência faz com que haja muitas interpretações a seu respeito: “Devido ao mistério que cerca seu repentino aparecimento no cenário da história e seu igualmente repentino desaparecimento, ele tem sido identificado como um anjo (Orígenes), com o Espírito Santo (Epifânio), com  o Senhor Jesus Cristo (Ambrósio), com Enoque (Calmet) [...].”1 “Escritores rabínicos concluem que Melquisedeque era Sem, o filho de Noé.”2 De qualquer forma, na realidade, tais ideias carecem de fundamento escriturístico e histórico. 
         Melquisedeque era um homem de carne e osso. Apenas, por razões ainda não explicáveis, não foi anotado o nome de seus pais, suas atividades cotidianas, bem como fatos envol- vendo sua morte. Nessa linha de pensamento, Donald Guthrie (1916–92) diz: “Tomada literalmente, sua exegese sugeriria que Melquisedeque deve ter sido um ser celestial, e, nesse caso, a narrativa de Gênesis de que Melquisedeque fosse outra coisa senão carne e sangue”.  A Bíblia não nos autoriza ensinar que anjos ou outros seres celestiais tenham autoridade para receber dízimos, a não ser Deus, para manutenção de sua casa, no que tange às necessidades materiais (Ml 3.10-12). 
          2.  Onde ele Aparece na Bíblia 
        Melquisedeque aparece na história bíblica quando Abrão retornou de uma jornada arriscada em que salvou seu sobrinho Ló, que fora levado preso com toda a sua família quando os reis de Sodoma e Gomorra, onde o patriarca habitava, foram derrotados por uma confederação de quatro reis liderados por Quedorlaomer, rei de Elão (Gn 14.1-13). Foi a primeira guerra registrada na Bíblia. Os invasores foram quatro reis, e os invadidos os reis de cinco cidades, na planície do Jordão, as quais eram Sodoma, Gomorra, Adama, Zeboim e Zoar. Quando esses reis rebelaram-se contra Quedorlaomer e seus aliados, aos quais eram subjugados, eles declararam guerra ao rei de Sodoma e seus quatro aliados, que acabaram derrotados. E levaram muitos cativos, entre os quais se encontrava Ló, sobrinho de Abrão e sua família. Ao ser pre­so, Ló provavelmente se lembrou da escolha que fez quando se separou de Abrão. Ao escolher as campinas do Jordão, por sua visão humana, ele não imaginava o que colheria tempos depois (Gn 13.7-12). 
          Ao saber que seu sobrinho (no texto, chamado de “irmão”) fora levado cativo, Abrão levantou-se e partiu para a guerra contra os que aprisionaram Ló (Gn 14.14-17). Foi uma vitória extraordinária. Com apenas 318 “criados, nascidos em sua casa”, Abrão derrotou fragorosamente um exército formidável. Em primeiro lugar, Abrão venceu porque era homem de fé em Deus. Em segundo lugar, pela estratégia utilizada contra os inimigos, atacando-os de noite. Em terceiro lugar, porque arregimentou homens de confiança para aju­dá-lo. Um líder só pode alcançar objetivos se contar com pessoas de bem e de confiança ao seu lado (SI 118.7). 
3.  Qualidades Especiais de Melquisedeque 
     Após a estrondosa vitória de Abrão sobre os reis cananeus, surge, de forma inesperada na narrativa bíblica, Melquisedeque, “Rei de Salém”, que vai ao encontro de Abrão, que se achava vitorioso, porém muito cansado, ao lado de seu sobrinho Ló e também dos que foram levados com ele. Sua atitude generosa demonstra que ele reconheceu que uma vitória tão grande e com um número menor de combatentes só poderia ser resultado da bênção de Deus sobre Abrão. 
         1)  Ele era rei de Salém. “E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho [...]” (Gn 14.18a). Nessa condição, ele levou mantimentos indispensáveis para o grupo de combatentes que estavam com Abrão, já exaustos após uma longa batalha noturna contra um numeroso exército. Talvez, se não tivesse feito aquele gesto, não teria entrado para a história sagrada; 
          2) Ele “era sacerdote do Deus Altíssimo” -  El Elyon - (Gn 14.18b). Essa é uma referência rápida, porém de grande significado para a vida e a história desse estranho personagem; 
        3)  Ele abençoou Abrão. Como sacerdote, ele abençoou Abrão.  “E abençoou-o e disse:  Bendito seja Abrão do Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus  e da terra;  e bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos [...]” (Gn 14.19,20a). 
         4) Abrão deu o dízimo a Melquisedeque.  “E deu-lhe o dízimo de tudo”  (Gn 14.20b). Aqui, vê-se a primeira referência bíblica acerca do dízimo, séculos antes da Lei, que incluiu o dí­zimo como preceito obrigatório para Israel  (Nm 18.21,24; Dt 14.23; Ml 3.10). Abrão entendeu que, tendo sido abençoado pelo sacerdote do Deus Altíssimo, deveria ele ser grato a Deus pela bênção da vitória. 
                        II  - LIÇÕES DO CARÁTER DE  
                                MELQUISEDEQUE 
           O texto de Hebreus que fala a respeito de Melquisedeque diz: “A quem também Abraão deu o dízimo de tudo, e primeiramente é, por interpretação, rei de justiça e depois também rei de Salém, que é rei de paz” (Hb 7.2). 
1. Um Caráter Justo“Rei de justiça”.  
          É a primeira tradução de seu nome. No meio de uma sociedade idólatra e corrompida, com costumes estra­nhos e até mesmo bárbaros, como sacrificar seus filhos aos falsos deuses, Melquisedeque destacou-se por ser um homem justo e praticante da justiça. Seu nome identifica-se com o seu caráter. Suas atitudes decorriam de seu caráter ilibado e santo. Daí, a sua grandeza moral e espiritual. A Bíblia diz sobre ele: “Considerai, pois, quão grande era este, a quem até o patriarca Abraão deu os dízimos dos despojos”  (Hb 7.4). Abrão, o patriarca, era um líder de grande valor e respeito. Ele jamais se curvaria para reve­renciar e honrar um homem que não tivesse um caráter digno e exemplar. Para ser chamado de “Rei de Justiça” na Bíblia, ele foi, sem dúvida, um homem de Deus que soube pautar sua vida na “vereda da justiça” (Sl 23.3; Pv 8.20).2.2. Um Caráter Pacífico 
         O texto diz que, além de ser “rei de justiça”, Melquisedeque também era “rei de Salém, que é rei de paz”  (Hb 7.2c). Ele era “sacerdote do Deus Altíssimo” (El Elyon) e também rei de uma Cristãocidade chamada Salém. Os estudiosos identificam essa cidade como sendo Jerusalém. O salmo 76 sugere esse entendimento: “Conhecido é Deus em Judá; grande é o seu nome em Israel. E em Salém está o seu tabernáculo, e a sua morada, em Sião”  (Sl 76.1,2). Certamente, Melquisedeque era um homem pacífico e também reinava sobre uma cidade cujo nome significa “Paz”, onde havia segurança, tranquilidade, sentidos derivados de Sba-lom, termo que significa não apenas paz  (ausência de guerra), mas também tranquilidade, segurança e prosperidade plenas. O homem de paz ou pacificador é considerado bem-aventu­rado: “ [...]  Como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam a paz, dos que anunciam coisas boas!”  (Rm  10.15). Jesus ressaltou o valor dos pacificadores no Sermão do Monte: “bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus”  (Mt 5.9). Nós, cristãos, temos o dever moral e espiritual de sermos promotores da paz primeiramente em nosso lar; depois, no ambiente da igreja, no relacionamento fraternal, ministerial e eclesial, e também para com as pessoas de fora do nosso ambiente. 
3.  Um Caráter Fiel 
       Em meio a um cenário de idolatria e depravação, Melquisedeque percebeu que havia o Deus Supremo, o Criador dos céus e da terra, o Deus dos hebreus, e, por isso, tornou-se seu seguidor e adorador. O modo como ele encontrou-se com Deus é um mistério. O texto bíblico guarda silêncio sobre isso. No entanto, não resta a menor dúvida de que sua conversão a Jeová foi real e completa. Ele demons­trou sua fé e seu relacionamento com Deus quando se encontrou com Abraão: “E abençoou-o e disse: Bendito seja Abrão do Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra; e bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos  [...]” (Gn 14.19,20a). Tendo encontrado o Deus Supremo, Melquisedeque desenvolveu seu caráter, demonstrando fidelidade ao Senhor. 
                             III  - SEGUNDO A ORDEM DE 
                                         MELQUISEDEQUE 
           De acordo com a Bíblia, havia várias “ordens sacerdotais”, dentre elas, a ordem sacerdotal araônica, ou levítica, constituída dos filhos de Levi, cujo sumo sacerdote era Arão, irmão de Moisés. A “ordem de Melquisedeque”, por suas características, é consi­derada superior à ordem de Levi. Cristo, por sua vez, tornou-se Sumo Sacerdote superior a Arão e a Melquisedeque, sendo ele o Sumo Sacerdote perfeito, que satisfaz todas as condições para ser o único “mediador entre Deus e os homens” (1 Tm 2.5). 
1.  Um Novo Sacerdócio 
          No encontro que houve entre Melquisedeque e Abrão, após a grande vitória contra os reis agressores, Melquisedeque abençoou o patriarca hebreu. Diz o texto bíblico: “Ora, sem contradição alguma, o menor é abençoado pelo maior” (Hb 7.7). Mesmo não sendo hebreu, Melquisedeque teve conhecimento do verdadeiro Deus e a Ele seguiu e adorou. Na Epístola aos Hebreus, vê-se que houve necessidade de mudança do sacerdócio levítico por outro que lhe era superior. “De sorte que, se a perfeição fosse pelo sacerdócio levítico  (porque sob ele o povo recebeu a lei), que necessidade havia logo de que outro sacerdote se levantasse, segundo a ordem de Melquisedeque, e não fosse chamado segundo a ordem de Arão?” (Hb 7.11 - grifo nosso). 
           Dessa forma, nós, os cristãos, estamos debaixo do sacerdócio de Cristo. Sua Lei, a Lei do amor e da graça, trouxe mudanças radicais no relacionamento do homem com Deus  e com seu próximo. “Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei” (Hb 7.12). Ele é o Sumo Sacerdote “dos bens futuros”: “Mas, vindo Cristo, o sumo sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação” (Hb 9.11). Nesse sacerdócio de Cristo, todos nós somos considerados sacerdotes reais com missão muito elevada. Diz Pedro: “Mas vós sois a geração eleia, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”  (1  Pe 2.9 - grifo nosso). Em nosso com­portamento, devemos conduzir a nós mesmos nesse contexto de natureza espiritual. 
2.  Jesus Cristo, o Sacerdote Perfeito 
          Esse  “outro  sacerdote”  que  seria levantado  foi Nosso Senhor Jesus Cristo, de quem foi dito: “Jurou o Se n h o re não se arrependerá: Tu és um sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque” (Sl 110.4). Era uma mensagem profética e mes­siânica que, através de Davi, apontava para Cristo. Essa “ordem de Melquisedeque” não era reconhecida pelos judeus, que só aceitavam e reconheciam a “ordem de Arão” ou ordem “levítica”. Em Hebreus, o autor refere-se à mensagem profética de Davi sobre Cristo, dizendo: “Assim, também Cristo não se glorificou a si mesmo, para se fazer sumo sacerdote, mas glorificou aquele que lhe disse: Tu és meu Filho, hoje te gerei. Como também diz noutro lugar: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque” (Hb 5.5,6). 
                                     CONCLUSÃO 
             A Bíblia registra a história de homens que tiveram papel im­portante na história sagrada. Uns com protagonismo extenso e repetido em mais de um livro, tornando sua experiência motivo de grandes análises e conclusões. Há, porém, outros de quem temos poucos registros, mas com um papel e significado bastante elevado e surpreendente, e Melquisedeque foi um desses personagens. Ele apareceu de forma inesperada e desapareceu da mesma forma. Todavia, seu sacerdócio ou ordem sacerdotal tornou-se tipo do sacerdócio de Cristo: santo, perfeito e eterno. Melquisedeque morreu, ainda que não se saiba quando e como. Jesus Cristo também morreu, porém ressuscitou e vive eternamente. “Porque dele assim se testifica: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque” (Hb 7.17). 
 As Obras da Carne e o Fruto do Espirito.




O Misterioso Melquisedeque -
Hebreus 7 -Wiesber, Comentário Bíblico. Editora Geográfica, 2008 - W. W. Wiersbe Expositivo
FONTE: Apazdosenhor.org
           Se alguém nos pedisse para citar o nome das pessoas mais importantes do Antigo Testamento, duvido que Melquisedeque estaria em nossa lista. Ele aparece uma vez em Gênesis 14:17-24 e é mencionado novamente em Salmos 110:4. Dificilmente seria considerado um personagem de destaque. Mas o ESPÍRITO SANTO voltou ao Antigo Testamento e usou essas duas passagens para apresentar uma verdade crucial: o sacerdócio de JESUS CRISTO é superior ao de Arão, porque a "ordem de Melquisedeque" é superior à "ordem de Levi".
Hebreus 7 inicia a segunda seção principal. Um Sacerdócio Superior (Hb 7-10). Em Hebreus 7, o autor argumenta que, semelhante ao sacerdócio de Melquisedeque, o sacerdócio de CRISTO é superior em sua ordem. Em Hebreus 8 , a ênfase é sobre a aliança superior de CRISTO; Hebreus 9 enfatiza a superioridade de seu santuário, e Hebreus 10 conclui a seção argumentando em favor do sacrifício superior de CRISTO.
O povo de Israel estava habituado ao sacerdócio da tribo de Levi. Essa tribo foi escolhida por DEUS para servir no tabernáculo (Êx 29; Nm 18). Arão foi o primeiro sumo sacerdote nomeado por DEUS. Apesar de suas muitas falhas, os sacerdotes serviram a DEUS durante séculos; mas, agora, o autor afirma que tal sacerdócio acabou! A fim de defender sua declaração e de provar que a ordem de Melquisedeque é superior à de Arão, ele apresenta três argumentos.
1. O ARGUMENTO HISTÓRICO*.
Melquisedeque e Abraão (Hb 7:1-10)
O relato desse acontecimento encontra-se em Gênesis 14:1 7-24, de modo que convém fazer uma leitura dessa passagem. O autor da Epístola aos Hebreus deseja que seus leitores observem vários fatos acerca desse homem misterioso chamado Melquisedeque.
Ele era rei e sacerdote (v. 1). Observamos anteriormente que, no sistema do Antigo Testamento, o trono e o altar eram separados. As pessoas que tentaram usurpar o sacerdócio foram julgadas por DEUS. No entanto, vemos aqui um homem que exercia as duas funções: a de rei e a de sacerdote! Arão nunca teve esse privilégio. É importante observar que Melquisedeque não era uma "imitação" de sacerdote, antes, "era sacerdote do DEUS Altíssimo" (ver Gn 14:18, 22). Seu ministério era legítimo.
Seu nome é sugestivo (v. 2b). Na Bíblia, muitas vezes os nomes e seus significados são importantes. Hoje em dia, escolhemos os nomes de nossos filhos sem maior consideração por seu significado, mas não era assim nos tempos bíblicos. Em algumas ocasiões, uma grande crise espiritual era motivo para mudar o nome de uma pessoa (ver Gn 32:24-32; Jo 1:35-42). Em hebraico, o nome Melquisedeque significa "rei da justiça". O termo Salem quer dizer "paz" (a palavra hebraica shalom), de modo que Melquisedeque era tanto "rei de justiça" quanto "rei de paz".
A "justiça" e a "paz" aparecem juntas com freqüência nas Escrituras. "O efeito da justiça será paz, e o fruto da justiça, repouso e segurança, para sempre" (Is 32:1 7); "Encontraram-se a graça e a verdade, a justiça e a paz se beijaram" (SI 85:10). "Floresça em seus dias o justo, e haja abundância de paz até que cesse de haver lua" (Sl 72:7). "Ora, é em paz que se semeia o fruto da justiça, para os que promovem a paz" (Tg 3:18).
A verdadeira paz só pode ser experimentada com base na justiça. Se desejamos ter "paz com DEUS", precisamos ser "justificados, pois, mediante a fé" (Rm 5:1).
Recebeu dízimos de Abraão (v. 2a). Esse fato importante é explicado em Hebreus 7:4-10. O termo "dízimo" significa "um décimo". Esses dízimos eram entregues aos levitas (Nm 18:21 ss) no tabernáculo e, posteriormente, no templo (Dt 12:5ss). Se a viagem era longa demais para transportar cereais, frutos e animais, o dízimo poderia ser convertido em uma soma em dinheiro (Dt 14:22-27).
No entanto, a prática de dar o dízimo não teve origem em Moisés. Abraão ofereceu o dízimo muito antes de a Lei ser dada. Na verdade, os arqueólogos descobriram que outras nações da época também davam o dízimo, de modo que se trata de uma prática antiga.
Seu histórico familiar é diferente (v. 3).
Melquisedeque era um homem (ver Hb 7:4), de modo que teve pai e mãe. No entanto, não há registro algum de sua genealogia no Antigo Testamento. Trata-se de algo significativo, pois os antepassados da maioria das pessoas mais relevantes do Antigo Testamento são identificados. Era especialmente importante que os sacerdotes tivessem como comprovar sua linhagem (ver Ed 2:61-63; Ne 7:63-65). Aqui, o autor de Hebreus usa um argumento baseado no silêncio, mas que, ainda assim, não deixa de ser válido.
Melquisedeque não era um anjo nem uma criatura sobre-humana; também não era uma manifestação de JESUS CRISTO no Antigo Testamento. Era um homem de verdade, um rei de verdade e um sacerdote de verdade em uma cidade de verdade. Mas, no que se refere aos registros, ele nunca nasceu nem morreu. Nesse sentido, ele é um retrato do Senhor JESUS CRISTO, o Filho eterno de DEUS. Apesar de JESUS CRISTO ter morrido, o Calvário não foi o fim; ele ressuscitou dentre os mortos e, hoje, vive "segundo o poder de vida indissolúvel" (Hb 7:16). Uma vez que não existe relato algum da morte de Melquisedeque, no que se refere aos registros, ele continua servindo como sacerdote e rei. Nesse sentido, também é semelhante ao Filho eterno de DEUS.
A aplicação é clara: nem Arão nem qualquer um de seus descendentes poderíam afirmar ser "sem genealogia" (Hb 7:3), ter um ministério sem fim nem se declarar sacerdote e reí, como JESUS CRISTO.
Possuía autoridade para receber os dízimos de Abraão e abençoar o patriarca (vv. 4-10). A grandeza de Melquisedeque é vista no fato de que Abraão deu-lhe os dízimos dos despojos de uma guerra. Abraão reconheceu a autoridade de Melquisedeque. Além disso, Melquisedeque abençoou o patriarca de maneira especial, e "o inferior é abençoado pelo superior" (Hb 7:7). Mas de que maneira isso é relacionado a Arão? Trata-se de uma relação interessante: Arão e a tribo de Levi haviam "descendido de Abraão" (literalmente, "de sua força geratriz") e, nessa ocasião, não eram nascidos. Assim, quando seu pai, Abraão, reconheceu a grandeza de Melquisedeque, a tribo de Levi também foi incluída. O povo de Israel acreditava firmemente em uma "solidariedade racial", e esse é um exemplo. O pagamento dos dízimos envolveu não apenas o patriarca Abraão, mas também as gerações não nascidas de seus descendentes.
Uma vez que JESUS CRISTO veio da "descendência de Abraão" (Hb 2:16), isso não significa que ele também foi parte dessa experiência? Não, pois JESUS CRISTO é o Filho eterno de DEUS. Sua identificação com Abraão deu-se apenas "nos dias da sua carne" (Hb 5:7). Tendo em vista que CRISTO existia antes de Abraão (Jo 8:58), não poderia ser considerado "descendência de Abraão" no mesmo sentido que Arão e sua família.
2. O ARGUMENTO DOUTRINÁRIO: CRISTO e Arão (Hb 7:11-25)
Nesta seção, o autor avança um passo em sua argumentação. Melquisedeque não apenas é maior do que Arão, como também tomou o lugar de Arão! Não é mais "a ordem de Arão" ou "a ordem de Levi". É, para sempre, "a ordem de Melquisedeque". Por que DEUS realizou uma mudança tão radical?
Porque tanto o sacerdócio quanto a Lei eram imperfeitos (vv. 11-14). As palavras traduzidas por "perfeito" e termos correlatos são palavras-chave nesta epístola (Hb 2:10; 5:9; 6:1; 7:11, 19; 9:9; 10:1, 14). Significam, essencialmente, "completado, cumprido". Os sacerdotes do Antigo Testamento não eram capazes, por meio de seu ministério, de completar a obra de DEUS no coração do adorador. "Pois a lei nunca aperfeiçoou coisa alguma" (Hb 7:19). Os sacrifícios de animais não tornavam adorador algum perfeito aos olhos de DEUS (Hb 10:1-3). O sistema mosaico da Lei divina não era permanente. A Lei foi "adicionada" para servir de "aio" a fim de preparar o caminho para a vinda de CRISTO (Gl 3:19 - 4:7).
Uma vez que os sacerdotes recebiam sua autoridade da Lei do Antigo Testamento (Hb 7:28), e tendo em vista que o sacerdócio havia mudado, segue-se que houve uma mudança nessa Lei. O presidente dos Estados Unidos não pode proclamar-se rei, pois a constituição do país não permite o sistema monárquico. A fim de efetuar tal mudança de sistema seria preciso, antes, alterar a constituição.
A Lei de Moisés não permitia um sacerdócio da tribo de Judá (Hb 7:14). Uma vez que nosso Sumo Sacerdote é da tribo de Judá, de acordo com sua linhagem humana, então alguma mudança deve ter ocorrido na Lei de Moisés. E foi exatamente isso o que aconteceu! Todo o sistema da Lei do Antigo Testamento cumpriu-se em JESUS CRISTO e foi tirado do caminho (Cl 2:13, 14). O cristão foi liberto da Lei (Gl 5:1-6) e está morto para a Lei (Rm 7:1-4).
Esse novo sistema não significa que o cristão tem o direito de viver sem lei alguma. "Livre da Lei" não quer dizer "livre para pecar". Antes, significa que estamos livres para fazer a vontade de DEUS. Obedecemos não por uma compulsão exterior, mas por um constrangimento interior (2 Co 5:14; Ef 6:6). Quando nos sujeitamos ao ESPÍRITO SANTO que habita em nós, ele nos capacita a cumprir "o preceito da lei" (Rm 8:1-4).
Porque, sendo imperfeitos, o sacerdócio e a Lei não poderíam continuar para sempre (w. 15-19). O termo "outro", em Hebreus 7:15, significa "outro de um tipo diferente". Os sacerdotes levíticos foram ordenados para o sacerdócio pela autoridade temporária e imperfeita da Lei. JESUS CRISTO foi feito Sacerdote por uma declaração de DEUS. "Por causa [da] fraqueza e inutilidade" da Lei (Hb 7:18), ela não poderia continuar para sempre. Mas, uma vez que JESUS CRISTO é o Filho eterno de DEUS, ele vive "segundo o poder de vida indissolúvel" (Hb 7:16). Que contraste entre a Lei inútil e a vida indissolúvel!
Uma vez que JESUS CRISTO é Sacerdote para sempre e que tem uma natureza adequada ao sacerdócio eterno, não pode jamais ser substituído. A anulação (Hb 7:18, "se revoga") da Lei representou a abolição do sacerdócio. Mas ninguém pode anular o "poder da vida indissolúvel"! A lógica é inequívoca: JESUS CRISTO é Sacerdote para sempre.
O autor tem sempre em mente a tentação que seus leitores estão enfrentando de voltar ao antigo sistema do templo. Por isso, ele os lembra (Hb 7:19) de que JESUS CRISTO realizou o que a Lei jamais poderia ter feito: trouxe uma esperança melhor e permite que nos acheguemos a DEUS. Voltar ao judaísmo significaria deixar de desfrutar a comunhão com DEUS por meio de CRISTO. A única esperança do judaísmo era a vinda de CRISTO, uma bênção que esses cristãos já possuíam.
Porque o juramento de DEUS não pode ser quebrado (w. 20-22). Nenhum sacerdote da ordem de Arão foi ordenado e estabelecido com base em um juramento pessoal de DEUS. Os sacerdotes arônicos ministravam "conforme a lei de mandamento carnal [físico]" (Hb 7:16). Sua adequação moral ou espiritual não era examinada. O importante era o sacerdote pertencer à tribo correta e preencher os requisitos físicos e cerimoniais corretos (Lv 21:16-24).
O sacerdócio celestial de JESUS CRISTO foi estabelecido com base em sua obra na cruz, em seu caráter (Hb 2:10; 5:5-10) e no juramento de DEUS. "Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque" (Hb 7:21; Sl 110:4). Convém observar a introdução a essa declaração: "O Senhor jurou e não se arrependerá [voltará atrás]". A questão foi resolvida definitivamente e não pode ser mudada.
A presença desse juramento dá ao sacerdócio de nosso Senhor um grau superior de permanência e certeza. JESUS CRISTO é "fiador de superior aliança" (Hb 7:22). O termo "fiador" significa "aquele que garante que os termos de um acordo serão cumpridos". Judá dispôs-se a servir de fiador para Benjamim, a fim de garantir ao pai que o menino voltaria para casa em segurança (Gn 43:1-14). Paulo dispôs-se a servir de fiador para o escravo Onésimo (Fm 18, 19). Talvez o equivalente mais próximo hoje seja o fiador que paga fiança por alguém indiciado e garante que o indivíduo acusado comparecerá ao tribunal para ser julgado.
Como Mediador entre DEUS e o homem (1 Tm 2:5), JESUS CRISTO é o grande Fiador. Nosso Salvador ressurreto e eterno garante que os termos da lei serão cumpridos em sua totalidade. DEUS não abandonará seu povo. Mas CRISTO não apenas nos garante que DEUS cumprirá sua promessa, mas, como nosso representante diante de DEUS, também cumpre perfeitamente os termos da lei em nosso nome. Jamais seríamos capazes, por conta própria, de cumprir esses termos; mas, uma vez que cremos nele, ele nos salvou e garantiu que nos guardará.
Em Hebreus 7:22, encontramos pela primeira vez uma palavra extremamente importante em Hebreus: "aliança". Esse termo é usado treze vezes nesta carta e tem o sentido de "testamento". Analisaremos essa palavra em mais detalhes ao estudarmos Hebreus 8.
O autor apresentou três motivos pelos quais DEUS mudou a ordem do sacerdócio de Arão para Melquisedeque: (1) o sacerdócio e a Lei eram imperfeitos; (2) uma vez que eram imperfeitos, não poderíam continuar para sempre; (3) DEUS jurou que a nova ordem seria estabelecida. A seguir, encerra a seção com um quarto motivo.
Porque, sendo homens, os sacerdotes morriam (vv. 23-25). O sacerdócio não apenas era imperfeito como também era interrompido pela morte. Houve muitos sumos sacerdotes, pois nenhum sacerdote viveria para sempre. A Igreja, pelo contrário, tem um Sumo Sacerdote, JESUS, o Filho de DEUS, que vive para sempre! Um Sacerdote imutável significa um sacerdócio imutável, o que, por sua vez, significa segurança e confiança para o povo de DEUS. "JESUS CRISTO, ontem e hoje, é o mesmo e o será para sempre" (Hb 13:8). "Tu és sacerdote para sempre" (Sl 110:4).
De vez em quando, encontramos no jornal alguma notícia sobre fraudes de testamentos. Um parente ou sócio inescrupuloso apropria-se do testamento e o emprega para propósitos egoístas. Mas isso jamais aconteceria com a aliança que CRISTO firmou com seu sangue. Ele firmou essa aliança e morreu para que ela pudesse entrar em vigor. Mas, então, ressuscitou dentre os mortos e subiu ao céu, de onde está "administrando" sua aliança. JESUS continua intecedendo. Continua sendo sumo sacerdote.
O fato de o CRISTO imutável continuar sendo Sumo Sacerdote significa, logicamente, que existe um "sacerdócio imutável" (Hb 7:24). O termo grego traduzido por "imutável" dá a idéia de "válido e inalterável". Em função disso, podemos ter segurança em meio a este mundo de tantas transformações e agitação.
Qual é a conclusão dessa questão? Hebreus 7:25 declara: "Por isso [porque ele é o Sumo Sacerdote eternamente vivo e imutável], também pode salvar totalmente [completamente, para sempre] os que por ele se chegam a DEUS, vivendo sempre para interceder por eles". Por certo, CRISTO pode salvar qualquer pecador que se encontra em qualquer situação, mas não é a isso que o versículo se refere. A ênfase é sobre o fato de que ele salva completamente e para sempre todos os que crêem nele. Uma vez que é nosso Sumo Sacerdote para sempre, pode salvar para sempre.
A base para essa salvação completa é a intercessão celestial do Salvador. O termo traduzido por "interceder" significa "ir ao encontro, abordar, apelar para, fazer uma petição". Não se deve imaginar que DEUS Pai esteja irado conosco de tal modo que DEUS Filho deve sempre apelar a ele e suplicar que não julgue seu povo! O Pai e o Filho estão de pleno acordo quanto ao plano da salvação (Hb 13:20, 21). Também não devemos imaginar JESUS proferindo orações em nosso favor no céu ou "oferecendo seu sangue" repetidamente como sacrifício. Essa obra foi consumada na cruz de uma vez por todas.
A intercessão diz respeito à forma de CRISTO representar seu povo diante do trono de DEUS. Por meio de CRISTO, os cristãos podem achegar-se a DEUS em oração e também oferecer sacrifícios espirituais para DEUS (Hb 4:14-16; 1 Pe 2:5). Alguém disse bem que a vida de CRISTO no céu é sua oração por nós. É sua identidade que determina suas ações.
Ao recapitular o raciocínio desta seção extensa (Hb 7:11-25), ficamos impressionados com a lógica do autor. O sacerdócio de JESUS CRISTO segundo a ordem de Melquisedeque é superior ao sacerdócio de Arão e tomou seu lugar. Tanto o argumento histórico quanto o doutrinário são perfeitos. Mas o autor acrescenta um terceiro argumento.
3. O ARGUMENTO PRÁTICO! CRISTO E O CRISTÃO (Hb 7:26-28)
Por mais devotos e obedientes que fossem os sacerdotes arônicos, nem sempre poderíam suprir as necessidades de todo o povo. Mas JESUS CRISTO supre perfeitamente todas as nossas necessidades. "Um sumo sacerdote como este" significa que ele é "adequado para nós e supre nossas necessidades completamente". A ênfase aqui é sobre seu caráter impecável. Uma vez que ele é perfeito, é capaz de exercer um ministério perfeito para seu povo. Por causa de seus pecados, alguns sacerdotes do Antigo Testamento não apenas se mostraram incapazes de servir o povo como também o prejudicaram. Isso jamais podería acontecer com JESUS CRISTO e seu povo.
Os sacerdotes do Antigo Testamento eram "separados" para seu ministério, de modo que, em certo sentido, eram "santos". No entanto, nem sempre eram santos em seu caráter. Eram pecadores como as pessoas às quais ministravam. "Inculpável" (Hb 7:26) é o mesmo que "irrepreensível". Nenhum sacerdote de Israel podería afirmar ser inculpável. "Sem mácula" pode significar "incontaminado", uma característica própria somente de JESUS CRISTO. Quando estava ministrando na Terra, JESUS foi amigo de publicanos e de pecadores (Mt 9:10; 11:19), mas seu contato com eles não contaminou sua conduta nem seu caráter. Havia contato sem contaminação. Ele permaneceu separado, mas não isolado. Hoje, ele é "separado dos pecadores" por causa de sua posição ("feito mais alto do que os céus"); mas não é separado das pessoas para as quais ministra. Está sempre a nossa disposição em seu trono da graça.
Outra prova de inculpabilidade é que, ao contrário dos sacerdotes, CRISTO nunca teve de oferecer sacrifícios para a própria purificação. No dia anual da Expiação, o sumo sacerdote oferecia primeiramente um sacrifício por si mesmo antes de sacrificar para o povo (Lv 16). Também havia os sacrifícios diários oferecidos como parte do ritual do templo; e, se um sacerdote havia pecado, deveria oferecer um sacrifício para a própria purificação (Êx 29:38-46; Lv 4:3ss). Mas JESUS CRISTO ofereceu apenas um sacrifício por nossos pecados e resolveu a questão de uma vez por todas (ver Hb 9:23-28).
É desse Sumo Sacerdote que precisamos! Estamos sujeitos a pecar diariamente, até várias vezes por dia; precisamos, portanto, ter a possibilidade de nos voltar para ele em busca de socorro espiritual. Como nosso Sumo Sacerdote, JESUS CRISTO nos dá a graça e misericórdia de que precisamos para não pecar. Mas, se pecarmos, ele é nosso Advogado junto ao trono de DEUS (1 Jo 2:1, 2). Quando confessamos nossos pecados, ele nos perdoa e nos restaura (1 Jo 1:9).
A aplicação é óbvia: por que dar as costas a um Sumo Sacerdote tão adequado?
O que mais poderiamos encontrar em qualquer outra pessoa? Os homens que serviram sob a Lei de Moisés tinham fraquezas humanas e falhavam com freqüência. Nosso Sumo Sacerdote celestial é "perfeito para sempre" (Hb 7:28) e não tem qualquer mácula nem defeito. Tal Sumo Sacerdote é "perfeito para nós"! Você está se valendo desse ministério da graça?

UMA METÁFORA DE CRISTO - (Hb 7.1-22) -  BILBIA DA LIDERANÇA CRSTÃ - 2 EDIÇÃO - - John C Maxwell
Se os líderes falharem ao se comunicar com os outros, eles acabarão andando sós. O escritor aos Hebreus apresenta um quadro da superioridade de JESUS quando o compara a Melquisedeque. Bons comunicadores comunicam coisas que são novas ou desconhecidas, valendo-se de figuras de linguagem ou imagens que são de domínio de todos. Melquisedeque é uma dessas figuras que serviram como ricas metáforas, pois como CRISTO...
1. Sua liderança era universal e não nacional.
Ele não estava confinado ao sacerdócio de uma nação em particular.
2. Sua liderança era superior e muito acima da média.
Ele é retratado como sendo alguém superior e respeitado, a quem Abraão rendeu honras.
3. Sua liderança era fundamentada na justiça e não na auto-suficiência.
O nome deste rei significa "Rei da Justiça" de Salém (paz).
4. Sua liderança era particular e não hereditária.
Ele não se tornou líder porque nasceu na família certa ou porque tinha a herança genética certa.
5. Sua liderança é eterna e não provisória.

Ele permanecerá, como CRISTO, sacerdote para sempre.

SÍNTESE DO TÓPICO II
Melquisedeque foi um homem justo e santo.

SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor, reproduza o quadro abaixo. Utilize-o para ressaltar as características de Melquisedeque e as lições que podemos extrair de sua vida e conduta. Mostre que, embora ele fosse um homem santo e justo, o sacerdócio de Cristo foi superior ao dele.

Qualidades e Realizações

LIÇÕES DE SUA VIDA

Informações Essenciais


O primeiro sacer­dote/rei das Escri­turas.

Viva para Deus, e provavel­mente você estará no lugar certo, no momento certo. Exa­mine seu coração: A quem, ou a que, você dedica sua maior lealdade? Se você pode ho­nestamente responder Deus, você está vivendo para Ele.

Local: Governou em Salem, lugar da fu­tura Jerusalém.

Bom para encorajar os outros a servir a Deus sinceramente.

Deus reconhece a pessoa inocente e, cedo ou tarde, Ele pune o culpado.

Ocupações: Rei de Salem e sacerdote
do Deus Altíssimo.


Seu caráter refletia seu amora Deus.



Sua história: Ë narra­da em Gn 14.17-20; Slll0.4;Hb5 7.



Veja também: 📝📌Texto sobre a lição em : Recursos para a Lição 11 – Melquisedeque abençoa Abraão marcadores lição cpad



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