Lição 02: Os Alicerces da Experiência Conjugal
Casamento não vem pronto, se constrói
A família não vem pronta, acabada, maravilhosa e aconchegante. O rapaz não sai da casa dos pais pronto e maduro para assumir uma casa. Infelizmente, entre as esposas que se queixam de que a mãe de seu marido o mimou e não o treinou para ser solidário no lar, muitas acabam por cometer os mesmos erros com seus filhos e o resultado é que muitos homens casam-se longe do padrão ideal e almejado pela esposa. Marido não vem pronto.
Por mais treinada que esteja a moça para cuidar de uma casa ou para conseguir sustento no mercado de trabalho, preparação esta que se faz cada vez mais imperativa, a jovem esposa nunca está totalmente pronta para ser esposa, auxiliadora e mãe. Esposa não vem pronta.
O que dizer dos filhos? Certo estudioso conta que tinha cinco teorias infalíveis sobre paternidade, porém não tinha filhos; depois que teve cinco filhos, passou a não ter mais teoria alguma! Cada filho tem uma personalidade, um modo de ser e de reagir à vida. Mesmo gêmeos idênticos são muito diferentes entre si quando conhecidos de perto. Não há filhos iguais e tampouco é possível ter uma teoria única para cuidar deles. Filhos não vêm prontos.
O marido não vem pronto. A esposa não vem pronta. Os filhos não vêm prontos. A família não vem pronta, ela se constrói. Assim como em uma construção, os fundamentos da Palavra de Deus, da aliança, do companheirismo, da graça, da tolerância e da proteção são forjados em solo firme e profundo; as paredes são erguidas enquanto os dois se relacionam e compreendem seu lugar dentro do plano divino. Como tijolos bem presos com o cimento do amor, eles aprendem a arte da comunicação inteligente e descobrem como resolver suas diferenças de modo produtivo e edificante. O passo seguinte é a chegada dos filhos, que ampliam a construção como quartos coloridos e atrativos. A preparação destes cômodos precisa da flexibilidade e da firmeza de um amor disposto a servir.
Sogro e sogra, porém, já vêm prontos. O desafio é adaptar-se a eles: amar o pai do cônjuge e torná-lo seu pai, e amar a mãe do cônjuge como ama sua própria mãe. Digo sempre que quem despreza a sogra cospe no útero que gerou o amor da sua vida. Talvez os sogros nunca mudem, mesmo assim o casamento pode ser construído de maneira a abraçar estes queridos.
Jesus afirma que qualquer construção que for edificada sobre a rocha da obediência aos seus princípios sobreviverá às tempestades e ao transbordar dos rios e das circunstâncias deste mundo caído. Cabe ainda ao construtor assumir como compromisso: “Eu e minha casa serviremos ao Senhor”. Acompanhe-me neste manual de construção para descobrir os segredos da edificação de uma família debaixo da graça.
Edificando sobre a Rocha
Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha;
e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, que não caiu, porque fora edificada sobre a rocha.
E todo aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica será comparado a um homem insensato que edificou a sua casa sobre a areia;
e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, e ela desabou, sendo grande a sua ruína. (Mt 7.24-27)
Este texto bíblico encontra-se no final do Sermão da Montanha, concluindo a melhor pregação de todos os tempos. Nesta pregação, Jesus apresenta o código de ética do Reino de Deus e traz princípios preciosos que, se forem praticados no lar, garantem uma construção inabalável. Jesus começa com as bem-aventuranças, nas quais ele apresenta um novo ideal, o padrão da verdadeira felicidade (Mt 5.1-12). Em seguida, ele usa duas ilustrações, o sal e a luz, para descrever os cidadãos do Reino de Deus.
A Lei de Moisés é permanente e Jesus a passa em revista, mostrando como obedecê-la de fato e de coração. O Mestre mostra que não somente matar é pecado, mas ofender também está errado e traz consequências desastrosas , principalmente no lar. Além disso, ele mostra o caminho do diálogo como saída para a resolução de conflitos .
Jesus reafirma a seriedade do pacto do casamento e mostra que a palavra empenhada deve ter peso de verdade . Ainda não nasceu quem pregue como Jesus, o Deus-homem. Gandhi disse a respeito do Sermão da Montanha: “Se todos os livros do mundo desaparecessem e sobrasse somente o Sermão da Montanha, não teríamos perdido nada”. Tudo o que precisamos saber para viver bem e de forma correta, na presença de Deus e dos outros, está no Sermão da Montanha, que é a síntese do código de ética do cidadão do Reino de Deus.
Embora Jesus não tenha falado de forma sistemática sobre a família, colocando títulos em seus sermões como “Os três deveres do marido”, “O que a esposa precisa saber” ou “Como ser um filho abençoado e obediente”, embora ele não tenha dado “Cinco passos para um casamento feliz”, ele deixou princípios preciosos que, se forem praticados em família, trarão como resultado um pedacinho do céu na terra.
A família será como um luzeiro , como um holofote que indica o caminho da vida abundante no lar. Será como um mercado que oferece de graça mantimentos para uma vida plena. E então poderá testemunhar, mesmo sem palavras, e influenciar um condomínio, um bairro e, quem sabe, até uma cidade, expondo o fantástico projeto de Deus e como ele funciona bem. Os princípios do Sermão da Montanha, quando praticados, formam uma base consistente para uma família que permanece.
Voltemos ao nosso texto inicial.
Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha (v. 24)
A ênfase da parábola é expressa logo no início. Ouvir e praticar. Não basta somente conhecer o conteúdo bíblico sobre a família. Não basta estar por dentro do que a Bíblia diz sobre o assunto. É imperativo viver o que foi aprendido até que se torne um hábito, até que se torne parte do dia a dia. O ser humano gosta de criar desculpas para si mesmo, gosta de racionalizar para não precisar fazer força e mudar.
Mudar dá trabalho, exige esforço, disciplina e persistência, assim como é trabalhoso fazer uma casa com fundações profundas sobre o terreno rochoso. Quem escuta sempre e nunca muda acaba usando a Palavra de Deus para criar desculpas mais elaboradas. Engana a si mesmo . Faz um trabalho pela metade, constrói a casa, segue a vida em família e vai empurrando com a barriga, mas sem obedecer, sem praticar, sendo orgulhoso e egoísta, lançando palavras de morte, presumindo que “vai dar tudo certo”.
Quem, porém, pratica, ouve, batalha, arrepende-se, pede perdão, ora, faz nova tentativa, humilha-se, depende de Deus, muda e só descansa quando adquire um novo hábito, segundo os padrões das Escrituras, este constrói sua família sobre a rocha. Podem vir o vento do desemprego, os rios das enfermidades ou o temporal das drogas, mas a família não será abalada. Permanecerá firme.
Olhe para a vida com realismo sem ser, porém, pessimista. Olhe para a vida com as lentes da fé e haverá prazer em construir sua casa e sua família sobre a obediência aos princípios da Palavra de Deus, pois sempre haverá lutas, sempre haverá tempestades, mas sua casa não será abalada.
A estação da chuva é a grande estação da vida
As tempestades, as calamidades e as intempéries são absolutamente cegas. Quando a tempestade vem, ela não escolhe classe social, idade, sexo, procedência ou religião. Na passagem de Mateus, a chuva vem sobre ambas as casas. Veja o relato do Evangelista:
Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha;
e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, que não caiu, porque fora edificada sobre a rocha. (Mt 7.24, 25)
No texto, a chegada da chuva é anunciada simplesmente com a conjunção aditiva “e” – “e caiu a chuva”. Ela expressa a naturalidade, a frequência e a certeza da chegada das chuvas, com toda a sua violência e grandiosidade.
O problema não é a tempestade, mas o tipo de fundamento da pessoa, da família e do casamento. A segurança de um casamento está na BASE que o sustenta.
Fique tranquilo, todos passam, passarão ou já passaram por tempestades. Ela não dependem do seu desempenho espiritual. As tempestades não são colheita pelo pecado. Não. As tempestades vêm com frequência sombria, indistintamente. A diferença entre o justo e o ímpio, entre quem pratica e quem ignora a Palavra de Deus está no resultado da tempestade. A casa edificada sobre a rocha não se abala, enquanto que a família que não vive na prática das Escrituras naufraga desgraçadamente.
A vida é feita de escolhas e o nosso casamento também. Não dá para transferir a responsabilidade para os outros. As desculpas não mantêm a casa firme na hora em que os rios transbordam. Mesmo que você sempre diga “a culpa é dele”, ou “o problema é ela”, isto não resolve, não fortalece, simplesmente mascara o problema.
As desculpas são como alguém que tem um câncer e toma uma Aspirina para aliviar a dor, sem se preocupar em encontrar a causa da dor. As desculpas são a Aspirina do diabo. Mascaram a dor da culpa e mantêm o doente passivo e conformado.
Como está sua vida conjugal? Não responda superficialmente. O que sua esposa acha? O que seus filhos responderiam se você perguntasse: “Filho, você acha que a mamãe é feliz comigo?”. Ou se sua esposa perguntasse: “Filho, você acha que a mamãe faz seu pai feliz?”. Tenha coragem. Como já dissemos, mudar dá trabalho.
Até a “não escolha” é uma escolha. Alguns dizem: “Deixa do jeito que está para ver como fica”. Procrastinação é uma opção. Perceba que a Bíblia normalmente oferece duas opções. Não escolha a mais fácil. Jesus falou sobre a porta larga e a estreita.
Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela;
E porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem. (Mt 7.13, 14)
Passar por uma porta estreita dá trabalho, custa, demora, mas leva à vida, à felicidade, à presença e à segurança de Deus, enquanto que a porta fácil e larga leva à perdição. A palavra original usada para perdição dá uma ideia de destruição total, de um navio que afunda, de ruína, perda de dinheiro e sofrimento. Pode até ser usada para se referir à dor do inferno. O contraste é gritante. Trabalhe duro agora e colha os frutos agradáveis e permanentes depois.
Todo atalho é sempre muito perigoso. O rei Salomão já alertava com sua sabedoria única:
Há caminho que ao homem parece direito, mas ao cabo dá em caminhos de morte. (Pv 14.12)
Escolha sempre o solo mais duro para fazer o alicerce. Ali na Palestina, onde Jesus pregou, o terreno era cheio de rochas aparentes, mas no solo brasileiro é necessário muitas vezes cavar fundo para encontrar rocha e fincar as colunas da edificação.
Edificar sobre a areia é fácil e mais barato, mas onde está a segurança da construção? Lógico, no alicerce. Construir com menor custo e maior facilidade às custas da fundação é uma tolice grosseira. No casamento, a rocha representa os princípios ensinados por Jesus.
Nenhum outro fundamento tem a “garantia” de Jesus. A mídia, as filosofias, os ensinamentos hereditários contrários às Escrituras não têm garantia. Jesus já avisou que a casa não suportará o “tranco”, que ela cairá.
O Mestre, porém, não deseja que a família seja destruída; pelo contrário, seu ensino visa a permanência. Ele garante que se a estrutura familiar for edificada sobre a Palavra de Deus ela não cairá. Podem vir a tempestade, o tufão, os demônios do inferno, os traficantes do morro, as seduções do mundo, as intrigas das trevas, mas a casa não cairá!
Lembre-se de que não há garantia no amor romântico de Hollywood: “casaram, e foram felizes para sempre”. Neste tipo de amor, não há garantia de permanência e muito menos de “intocabilidade”. Você se lembra do filme “Os intocáveis”? Mesmo alguns deles foram feridos. Ninguém é intocável. Casar-se apaixonado não garante que não haverá tempestades ou tragédias. Você é vulnerável. Todos são.
Até mesmo o genuíno amor ágape não garante as situações fora de controle. Tsunamis, terremotos, chuvas e avalanches, alagamentos e inundações chegam independentemente do amor.
Vamos chamar de tempestade as situações fora de controle e citar alguns tipos de vento que podem soprar com violência na casa de qualquer um de nós – comprometido ou não com Deus, apaixonado ou não, rico ou pobre, grande ou pequeno.
Site: Verdade Gospel
Pastor Josué Gonçalves
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Família na UTI
Pr. Estevam Fernandes
Uma das maiores frustrações deste final de século é a crise que se abate sobre a família. A desagregação da família tira o brilho do progresso, das conquistas e da expansão do conhecimento que nosso século promoveu. Ver a família sendo destruída causa uma dor profunda na consciência dos que levam a vida a sério.
O desmoronamento da família coincide com a crise da afetividade . A essência de nossas vivências está nos relacionamentos significativos, especialmente aqueles que se dão no âmbito de vida familiar. A afetividade é uma espécie de " cimento" na construção das relações humanas, e o homem do nosso século, preso às garras do individualismo, vai excluindo da sua vida a afetividade como algo relevante.
Sob o ponto de vista terapêutico, cuidar da família implica um cuidado urgente de nós mesmos, especialmente no que se refere aos nossos sentimentos, pois eles é que dão sentido e consistência à nossa vida. Sentimentos sadios implicam em relacionamentos sadios e isso é também uma questão de aprendizagem, e exigindo um esforço de cada um de nós, para o bem da família. Aprender a amar, a valorizar os outros, a respeitar, a perdoar, a esvaziar-se de si, a abraçar, a valorizar os pontos positivos das pessoas, são gestos simples que poderão produzir mudanças profundas na vida em família. Dizer "eu te amo" é muito mais fácil do que alimentar o ódio. Nenhuma família sobrevive sem amor, pois somente ele produz em nós atitudes tais como: tolerância, misericórdia, paciência, confiança, perdão e renúncia.
Um segundo cuidado urgente para salvar a família está na solidificação da relação marido/mulher, eixo básico dos relacionamentos familiares. Infelizmente, muitos filhos crescem sem ver sequer seus pais juntos, e outros, por sua vez, jamais viram os pais abraçados, vivenciando afeto e ternura. O modo de viver dos pais afeta diretamente o modo de ser dos filhos, por isso mesmo, assistimos a um crescimento assustador de filhos drogados, rebeldes, agressivos, apáticos e inseguros. Quando se fortalece as bases, toda a construção fica mais segura.
É fundamental também para a saúde da família uma revisão dos nossos valores. Estes valores devem ultrapassar o limite do material e das coisas transitórias. Quando um filho precisa de um brinquedo para sentir-se amado pelos pais; quando a esposa precisa de uma jóia para sentir-se amada pelo marido, é sinal que nesta família os valores estão invertidos, pois as pessoas devem valer pelo que são e sentem e nunca pelo que possuem ou possam oferecer.
Sobretudo, os valores espirituais como fé, a esperança e o louvor. Tentar "salvar" a família desta crise aguda sem a presença de Deus e a força do amor é, como disse Jesus, construir a casa sob areia. - ao primeiro vento forte tudo cai.
Pr. Estevam Fernandes
O casamento é digno de honra
Hebreus 13:4 diz que: “Digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula...” É isso que Deus diz na sua Palavra. Não é isso que a sociedade diz. O versículo continua dizendo, “porque Deus julgará os impuros e adúlteros”.
"Entre todos” pode significar “entre todas as pessoas, “entre todas as coisas” ou “total ou completamente”. O “matrimônio” está livre das sanções de ascetismo por um lado e de comportamento lascivo da libertinagem do outro. “O leito” – e o relacionamento de confiança e amor que ele simboliza (Efésios 5:21; 1 Pedro 3:1-8) – deve ser respeitado e colocado como prioridade, “digno de honra”.
Deus julgará aqueles que o desonrem por impureza sexual geral ou relações sexuais extramatrimoniais, “impuros e adúlteros”. Isso inclui os que têm casos extraconjugais (1 Coríntios 6:9-10). Inclui “matrimônios” que jamais deveriam ter sido consumados por causa de divórcios e segundo casamentos antibíblicos (Mateus 19:9). Inclui aqueles que mantêm relações sexuais em “relacionamentos a longo prazo” sem o compromisso do casamento, pois são relações imorais. Inclui aqueles que são sexualmente imorais, mesmo sendo “maiores de idade” consentindo aos atos de fornicação (Gálatas 5:19-21). Inclui aqueles que estão em relacionamentos com pessoas do mesmo sexo, mesmo que alegam ser “monógamos e comprometidos” (Romanos 1:26-27).
O julgamento de Deus virá sobre todos esses como também os outros relacionamentos significantes que evitam o casamento, o relacionamento lícito de “marido e mulher”. Se quiser ter uma relação íntima dentro da vontade deDeus, você tem de fazê-lo num relacionamento heterossexual, comprometido e amoroso, monógamo e matrimonial (Gênesis 2:24; Mateus 19:9; Efésios 5:31). Ignorar até as leis de estados civis a respeito da solenidade dos votos matrimoniais a favor de “sabemos que estamos comprometidos um ao outro" não escapará o julgamento de Deus (Romanos 13:1).
Agora tal relacionamento no “matrimônio” deve ser “honrado por todos”. Há uma honra muito grande em estar casado. Eu sei que o casamento é um remédio amargo para alguns, cujas expectativas eram egoístas ou irreais. Eles ficaram desapontados que o “matrimônio” não cumpriu todas as suas fantasias douradas de todos os seus sonhos dourados, que a outra pessoa, com quem estão casados, não é igual a eles de todas as maneiras e às vezes é intolerável e insuportável.
O casamento é como um investimento na bolsa de valores a longo prazo, com altas e baixas pelo caminho. Mas é digno de honra se comprometer com uma pessoa para toda a vida, crescer juntos e interdependentes, construir o relacionamento com amor e dependência, envelhecer juntos e enfrentar o inverno da vida juntos. É um vôo menos romântico do que uma jornada cheia de desafios com topos de montanhas e o sol do deserto no caminho.
Mas alguns perguntam: “O que há de tão importante no casamento? Não vejo como um
pedaço de papel pode fazer tanta diferença”. Estes mesmos críticos sabem a importância de uma carteira de habilitação, a certidão da escritura da sua casa, os documentos do carro em seu próprio nome, afirmando que o carro foi totalmente pago, o boletim de escola do seu filho, o consentimento a receber tratamento médico, o cartão do CPF, o extrato bancário e inúmeros outros “pedaços de papel” que formalizam, obrigam e simbolizam um relacionamento.
Alguns dizem “Mas olha para as estatísticas ruins sobre o matrimônio!" A taxa alta de divórcio que é freqüentemente citada é assustadora. E, deixe-me fazer a pergunta: Quais são as estatísticas de falha de uniões extramatrimoniais, outros relacionamentos não-matrioniais, e o grupo de “Eu não estou em nenhum relacionamento no momento, mas eu já estive no passado”? Resumindo, qual a porcentagem de falha daqueles que odeiam o “pedacinho de papel”? A minha suspeita é que a taxa de falhas destes relacionamentos seja bem maior do que a taxa de divórcio.
"É saber que a sua porta está sempre aberta e seu caminho livre para andar...” Meu “saco de dormir dobrado e guardado atrás do seu sofá” pronto para mim quando me canso de você e te deixo, mas você estará “bem na minha mente”. A música de John Hartford, um símbolo da visão dos anos 60 a respeito do casamento, odiava estar “algemado por alianças e palavras esquecidas, por manchas de tinta que se secaram na mesma linha”. O próximo amante está esperando, talvez no fim da linha de trem, enquanto o anterior está “nas ruas do interior ao lado dos rios da minha memória que te mantém bem na minha mente.” Então havia o “cantaremos no sol, vamos rir todos os dias, cantaremos no sol, então eu me vou.” Traduzido, “Honraremos o amor livre, usar um ao outro para prazer sexual em fornicação, aproveitar, e aí procurar outro sol”. Isto é algo “digno de honra”? Ponha isso em contraste com o eterno “Você é o meu sol, meu único sol, você me faz feliz, quando o céu está escuro; você nunca irá saber, querida, o quanto eu te amo, por favor não tire o meu sol de mim”.
Vamos considerar a “honra” que deve ser dada ao casamento. A palavra timios no grego é traduzida como “precioso” ou “caro” em outros textos. Por exemplo, a fundação da cidade santa em Apocalipse 21:19 tem “pedras preciosas”. O sangue do Cordeiro perfeito de Deus, pelo qual nós somos redimidos dos nossos pecados, é “precioso” (1 Pedro 1:19). As promessas de Deus que nos motivam à piedade são “preciosas” (2 Pedro 1:4). Jesus, como a pedra viva e pedra angular, é “precioso” (2 Pedro 2:4-6). O “espírito suave e manso” de uma mulher cristã piedosa é “precioso” aos olhos de Deus (1 Pedro 3:4). E o “matrimônio e o leito matrimonial” são timios também. Não precisa de um estudioso para ver o valor que Deus dá ao casamento.
Considerem características honráveis do matrimônio:
1. A honra de obedecer ao mesmo Criador (Gênesis 1:26-27; 2:24).
2. A alegria de viver fora de si mesmo em uma parceria amorosa.
3. A alegria da intimidade completa– sexual, emocional e espiritual.
4. A segurança de um padrão de relacionamento provado através do tempo.
5. A sabedoria de viver corretamente.
6. Os prêmios de confiança e amor sem egoísmo.
7. A satisfação das necessidades mais profundas da humanidade.
8. Um ambiente bem-sucedido de apoio para passar pelas provas da vida juntos.
9. O exemplo para as gerações futuras e estabilidade social.
10. Uma resposta madura às obrigações de viver em harmonia um com o outro.
O matrimônio é para adultos. É trabalho sério. É uma lembrança contínua do significado de manter a sua palavra. Meus pais colocaram a sua certidão de casamento num quadro na parede do seu quarto. Eu lembro bem disso. Papel creme, letras enfeitadas, redondinhas, tinta vermelha dos lados, uma sombra de perfil de um homem e uma mulher, virados um para o outro, e palavras sérias sobre o que haviam feito e quando haviam feito. Eu olhava para isso como criança e me perguntava “por que colocaram esta coisa na parede aqui? Eles já sabem que são casados. Não é como se fosse um prêmio ou algo assim.” (Eu sei, criança estranha). Mas era um “prêmio” para eles por mais de 41 anos. Para eles não era apenas um pedacinho de papel. Enquadrava todo o seu jeito de lidar um com o outro e eles jamais queriam esquecer disso.
É assim com o matrimônio. Para aqueles que odeiam as “algemas” do casamento e as correntes que os unem, eu digo “AMADUREÇAM!" Às pessoas insatisfeitas com seus casamentos: Parem de procurar “o lado mais verde da cerca”, “amor mais livre” e “ligações sexuais perfeitas”. Considerem o matrimônio da maneira que Deus o pretendeu. Ele não exige que todos se casem nem condena aqueles que continuem solteiros. Ele não dá honra a todos os casamentos apenas porque os dois dizem “Eu aceito”. Mas aqueles que têm o direito de casar, que amam profundamente e sem egoísmo, que se comprometem “para toda a vida” um ao outro, nutrindo o seu relacionamento em temor ao Senhor, estes serão abençoados. E no fim do tempo, quando vocês tiverem vivido bem, amado bem e servido ao Criador juntos, vocês o ouvirão dizer “Vocês honraram o casamento e assim fazendo, me honraram e vingaram a minha vontade num mundo cheio de pecados. Bem feito, servos bons e fiéis. Entrem na paz do seu Senhor.” Não dá para ser melhor que isso.
–por Don Alexander
Qual o verdadeiro sentido de Cantares de Salomão?
Não é fácil responder esta pergunta porque ela vem quase sempre de uma grande confusão na mente de quem pergunta provocada por opiniões divergentes de líderes muitas vezes respeitados e influentes. Quero deixar bem claro que não é errado haver divergência de opiniões de líderes evangélicos sobre temas secundários, isso muitas vezes é sadio, afinal, nós temos liberdade para pensar e dar nossa opinião; isto foi conquistado pela reforma e não nos pode ser tirado.
Historicamente o livro em apreço sempre foi interpretado de uma forma espiritual e alegórica. Os comentaristas geralmente falam deste livro como sendo a revelação do amor de Deus para com Israel e consequentemente do amor de Jesus pela Igreja. Muitos versículos são usados para defender esta interpretação: (Ez 16; Ef 5.25; Ap 22.17) entre outros ¹. Na verdade, não podemos desprezar a verdade de que o amor de Cristo pela igreja foi simbolizado pelo amor que o marido deve ter por sua esposa (Ef 5.25), de que da mesma forma o amor de Jeová por Israel foi simbolizado (Ez 16), e de que nós somos a noiva de Cristo (Ap 22.17). Porém no Novo Testamento não há qualquer referência ao livro de Cantares para justificar esta interpretação, apesar de entender que ela é válida desde que o propósito principal do livro não seja desprezado.
O propósito do livro de Cantares de Salomão:
Segundo Donald Stamps, comentarista da Bíblia de estudo Pentecostal, o tema do livro de Cantares é o amor conjugal. Ele foi escrito aproximadamente em 960 a.C. por Salomão. O título pode ser traduzido literalmente por “Cântico dos Cânticos” que significa o Maior Cântico. Esse livro faz parte dos livros considerados “Escritos Sagrados” dos judeus e era lido sempre na festa da Páscoa. Abaixo segue parte do comentário de Donald Stamps:
“Este livro foi inspirado pelo Espírito Santo e inserido nas Escrituras para ressaltar a origem divina da alegria e dignidade do amor humano no casamento. O livro de Gênesis revela que a sexualidade humana e o casamento já existiam antes da queda de Adão e Eva no pecado (Gn 2.18-25). Embora o pecado tenha maculado essa área importante da experiência humana, Deus quer que saibamos que a dita área da vida pode ser pura, sadia e nobre [...] ².”
O Pastor Elinaldo Renovato também afirma:
“A ordem de crescer e multiplicar não foi dada a solteiros, mas a casados. Gn 1.27,28. - Deus não quis que o homem vivesse só. Gn 2.18,24; Sl 68.6;113.9. - Deus exorta o homem a desfrutar o sexo com a esposa e não com a namorada ou a noiva; Em Cantares de Salomão, tem-se a exaltação do amor conjugal e não entre solteiros. Ct 4.1-12; Ef 5.22-25. ³”
O que podemos ver atualmente é o desprezo por este livro em sua mensagem central que é ressaltar sobre a atividade sexual em sua forma lícita de prática. Logo, este livro pode ser utilizado para falar mais abertamente sobre o que é lícito ou não em relação ao sexo, pois suas revelações nesta área são muitas, apesar da difícil assimilação por causa dos símbolos
utilizados no livro. Por exemplo, o “jardim fechado” citado no cap. 4 e v. 12 é visto como uma referência à virgindade da noiva, podendo ser usada para defender a pureza sexual de nossos jovens antes do casamento. São muitas as contribuições deste livro para a igreja e o apelo é para que olhemos para ele com mais cuidado e para que aproveitemos tudo o que nos pode oferecer, afinal, “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça,” (2 Tm 3.16).
A segurança do amor conjugal
O livro dos cânticos dos cânticos, ou cantares de Salomão é um conjunto de poesias que celebra a beleza do amor conjugal. São poesias de beleza grandiosa, onde as comparações entre o ser humano e a natureza é uma constante. A união de um homem com uma mulher, em uma aliança de amor é o tema desse conjunto de poesias. Vive-se hoje uma idéia que ninguém é de ninguém, essa idéia é extremamente prejudicial para a família. Os filhos não são mais de ninguém, pois a mãe também não é de ninguém, e o pai também não é de ninguém. O plano de Deus para o casal é que o cônjuge pertença ao outro. É o pertencer ao outro que traz segurança emocional para o esposo e para a esposa. Uma relação saudável, que gera confiança e cumplicidade é necessária, o selo da aliança necessita ser feito entre as partes. “Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço” (Ct 8.6a). Colocar o amor com um selo, como sinal de propriedade é base para um relacionamento dar certo. Alguns anos atrás, as pessoas tratavam as outras pelo nome do cônjuge, da esposa ou esposo. Era Juvenal de Maria, A Tânia do Ronaldo... Essa maneira de tratar as pessoas identificava-nas como tendo uma aliança. Na antiguidade, quando os reis escreviam ao povo uma mensagem, uma portaria, uma lei, um edito, colocava na carta ou no comunicado o seu selo. O monarca marcava com a imagem que estava no seu anel, aquele papel de comunicado. O selo era garantia que o comunicado era realmente oficial, e não um boato, um charlatão falando em nome do rei. Por como selo no coração é marcar o outro com a certeza do amor compromissado em aliança dos casais. Catares de Salomão continua expressando porque é necessário que o amor seja celebrado com uma aliança (não falo do anel, que é o símbolo da aliança), mas sim do pacto entre um homem e uma mulher. Diz: “porque o amor é forte como a morte” (8.6b). Por que o amor é forte como a morte? Porque ele, o amor pega o homem nos caminhos da vida, ninguém fica sem amar, essa é uma escolha que o ser humano não faz. O que o homem decide é o que, a quem amar. Amar errado, amar as coisas erradas, os caminhos errados, a pessoa errada... Mas o não amar é impossível. O desfio é o amor ao certo, amar segundo os planos do Eterno, do Criador. Porque o amor é forte como a morte, isto é, ninguém escapa da certeza que vai morrer. O amor também tem essa característica forte, jamais escaparemos dele. Para não amar errado eu preciso ser comprometido com o meu parceiro (a), não só emocionalmente, mas mentalmente, com a minha razão, com meu entendimento.... O amor não é passageiro, Diz o cantares: 8:7 “As muitas águas não podem apagar este amor, nem os rios afogá-lo; ainda que alguém desse todos os bens de sua casa pelo amor, certamente o desprezariam”. Quando a aliança chegou á
concretização o texto sagrado diz que “as muitas águas não pode apagar este (um homem com a sua mulher) amor”. As tempestades que um casal passa, pode prejudicar a qualidade emocional do casamento, mas jamais destruir o amor. Mulheres feridas, homens traídos, falam que não amam mais, que odeia um ao outro, que querem matar. Todas essas falácias são esconderijos para camuflar a vergonha, a dor do dissabor amoroso. Também para justificar socialmente, mostrar-se forte. Quando aprofunda a conversa, a verdade vem à tona: as tempestades, as trovoadas, os ventos, jamais pode apagar o amor, se ele realmente existir. Você e o seu marido são aliados, sua esposa é sua aliada, portanto é preciso identificar o problema que está entre vocês dois. Em um relacionamento conjugal é necessário entender isso. Se as pessoas envolvidas em aliança identificar os problemas, vai parar de achar que a esposa ou esposo é o problema, quando na verdade é aliando (a), e aliado íntimo. Acabar um relacionamento por mais difícil que seja a situação, é um prejuízo para todas as partes envolvidas, cônjuges e filhos. O amor jamais acaba ele é forte como a morte, as muitas águas, as muitas enchentes não podem destruí-lo, portanto há tempo para restaurar os estragos feitos pela tempestade, vai e procure seu amado (a), procure ajuda com conselheiros que entendem o valor do casamento.
CIRLON PEREIRA
FONTE: ESCOLA BEREANA- ADVEC
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