Lição 12 – O Homem chamado Jesus (Prof.ª Daniele Oliveira)
Por: ESCOLA BEREANA- ADVECO homem chamado Jesus foi o personagem mais impactante da história da humanidade. Seu nome significa “Jeová é salvação”. Como um homem que viveu 33 anos, teve um ministério de apenas 3 anos, cercado de 12 discípulos de origens diversas, causou e ainda causa impacto no mundo de hoje? O ministério de Jesus na Terra foi único (João 7.46). Não só pelo que Ele falava, e os ensinamentos importantes que deixou, mas também pelo modo como agia e liderava. Seus ensinos não eram só discursos profundos e transformadores, mas seu modo de vida refletia a sua pregação. Seu nascimento virginal foi miraculoso, e a perseguição para destruí-lo começou quando ele ainda era criança. Com apenas 12 anos mostrou sabedoria ao discutir com os doutores da lei. Seus ensinamentos se multiplicaram e permanecem até hoje, bem como seu modo de agir. Sua vida na Terra é nosso maior exemplo a ser seguido, pois a palavra “cristão” significa literalmente “seguidor de Cristo” (do latim CHRISTIANUS). 1
“O cristão vive não em si mesmo, mas em Cristo e no próximo. De outro modo, ele não será um cristão”. (Martinho Lutero) 2
O cristão conhece Jesus a fundo e traz seus ensinamentos para o cotidiano. Jesus não só nos ensina como viver a vida, mas também como devemos lidar com a morte. Ele venceu a morte, nos deu garantia de vida eterna e a certeza de que nossa vida e nossa existência não se limitam a esta vida terrena.
Jesus Cristo é o tema central da fé dos cristãos;
Cristologia é uma doutrina teológica fundamental. O nome Jesus aparece pela primeira vez no Novo Testamento, mas encontramos várias referências a Ele no Antigo Testamento (Gen 3.15; Gen 12.3; Deuteronômio 18:18,19; Salmo 22; Salmo 24; Salmo 41.9).
Sua vinda a Terra e seu nascimento foram anunciados através de profecias (Isaías 9.6). Zacarias profetizou a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, sentado em um jumento (Zacarias 9.9), e sua traição por 30 moedas de prata foi mencionada em Zacarias 11.13. Miquéias profetizou o local exato do nascimento do Salvador e seu eterno reinado (Miquéias 5.2).
Da mesma forma que as profecias sobre a 1ª vinda de Jesus se cumpriram, devemos ter certeza de que a sua 2ª vinda, também profetizada, certamente acontecerá.
Abaixo destacamos algumas características de Jesus:
1. Humildade “De forma que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus”. Fp 2.5 Jesus deixou de lado, voluntariamente, a sua divindade, sua glória e seus privilégios para cumprir o plano de salvação de toda a humanidade. Esvaziou-se de sua condição e assumiu a condição de servo; com humildade se submeteu à morte de cruz. Morte vergonhosa, cruel e causada por extremo sofrimento.
“Nunca alguém tão grande se fez tão pequeno para tornar grandes os pequenos”. 2 Augusto Cury
2. Cheio do Espírito Santo para pregar, curar e libertar Isaías 11.1,2; Isaías 61.1-3; Lucas 4.16-19.
3. Santidade Em Jesus não havia pecado e nem mácula. Nem seus inimigos puderam acusá-lo de pecado. Jo 8.46.
4. Compaixão Mostrou compaixão pelos que sofriam. Mt 15.32-38.
5. Preocupação com a humanidade Mateus 11.28; Lucas 18. 39-43.
6. Coerência no discurso e no modo de agir
Jesus era coerente com o que falava e o que fazia.
Não só suas obras eram poderosas, mas também aquilo que ele falava
(“poderoso em obras e palavras” – Lucas 24.19).
A Bíblia não só relata seus ensinamentos, mas também a sua vida (Atos 1.1).
7. Poder transformador Jesus atraia muita gente. E muitos eram transformados, pois quem se aproxima dele não permanece do mesmo jeito.
8. Ensinamentos e atitudes revolucionárias Jesus deu grandes ensinamentos sobre liderança e felicidade. Ensinou que liderança está relacionada a serviço e que felicidade tem a ver com humildade, mansidão, ser alcançado pela justiça de Deus, ser limpo de coração, e até mesmo ser perseguido. “Felicidade que vai além das circunstâncias”.
9. Amor. Jesus amava a todos, e amou seus discípulos até o fim. A maior prova de seu amor foi dada na cruz do calvário.
“Nenhum de nós ama os homens como Cristo os ama; e, se juntássemos o amor de todos no mundo, de coração terno, formaria apenas uma gota, comparado com o oceano de compaixão de Jesus.” (C. H. Spurgeon) 3
10. Perdão Perdão à mulher adúltera, perdão aos que o mataram, perdão à humanidade por seus pecados. (Lc 23.34).
Conclusão
2 Timóteo 2.15: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade”.
Assim como Jesus cumpriu sua missão na Terra, devemos nós também cumprir nosso papel, sem esquecer o propósito da nossa vida terrena e sem desistir da nossa missão.
Reflexão:
Qual a característica de Jesus que você mais admira? Porque você é cristão? Se o mundo todo agisse igual a Cristo, o mundo seria melhor? É possível mudar o mundo através de exemplos? E se o mundo todo agisse igual a mim, o mundo seria melhor?
“A recompensa do cristianismo é o próprio Cristo"
(Max Lucado) 4
1 Fonte: www.origem da palavra.com.br
2 Fonte: https://pensador.uol.com.br
TEXTO ÁUREO:
Lc 2.11, 12: “Glória a Deus nas alturas, paz na terra, boa vontade para com os homens!”
TÓPICOS:
Palavra Introdutória;
1. O Prometido das nações;
2. Características predominantes;
3. A promessa do libertador; e
Conclusão.
OBJETIVOS
Glorificar constantemente a Deus por ter-nos enviado Jesus;
Testificar de sua fé em Jesus aos descrentes;
Conhecê-lo mais para servi-lo melhor.
VERDADE PRÁTICA
“O Filho de Deus, a segunda pessoa da Trindade Santíssima que ensinou o amor aos homens,
venceu a morte e conquistou para nós na cruz do Calvário, com o Seu sangue, a garantia de vida
eterna.”
O NOME JESUS REFERE-SE:
Etimologicamente, Jesus é a forma grega do nome “Josué”. Significa “Salvador”.
PALAVRA INTRODUTÓRIA
O homem chamado Jesus é tão especial que, aproximadamente mil anos antes do seu
nascimento, já se falava sobre o Seu sofrimento e a Sua glória. Setecentos anos antes do nascimento de
Jesus, Isaias profetizou que o Messias seria descendente da linhagem real e muitos o rejeitariam.
Ainda que possamos ter ouvido ou aprendido acerca de Jesus ao longo da história da humanidade
devemos na nossa trajetória de vida, sempre buscar conhecê-lo mais e mais.
Fp 3.10,11 (NVI) - “Quero conhecer a Cristo, ao poder da sua Ressurreição e à participação em
seus sofrimentos, tornando-me como ele em sua morte para, de alguma forma, alcançar a
ressurreição dentre os mortos”.
Os 6.3a (NVI) - “Conheçamos o Senhor; esforcemo-nos por conhecê-lo”.
1 – O PROMETIDO DAS NAÇÕES
Nascimento humilde em uma manjedoura;
Foi perseguido - Fugiu de Herodes para o Egito (Mt 2.13);
Foi traído por Judas (Mt 26.47);
Teve fome, sentiu cansaço, chorou a morte de um amigo querido, angustiou-se às vésperas da sua
traição, sangrou, faleceu e foi sepultado.
(Mt 4.2; Mc 4.38; Jo 11.35; Lc 22.39_46; Jo 19.34, 38_42)
Foi rejeitado por muitos e pelas autoridades;
Condenado à morte mais vil – crucificação (Lc 19.18) com o objetivo de pagar o preço de resgate da
humanidade (1 pe 1.18,19).
Dionísio, o Exíguo, monge cita, foi o primeiro a utilizar o ano do nascimento de Cristo como
referência na datação. O historiador judeu Flávio Josefo diz que os magoguitas eram chamados
de citas pelos gregos. (Antiguidades dos judeus 1.6.1)
1.1 – Os profetas anunciam Seu nascimento
Quem foi este homem que alterou a contagem do tempo?
Qual papel veio cumprir na história?
Vejamos o contexto histórico
Deus criou o homem à sua imagem e semelhança e estabeleceu com ele uma aliança (edênica).
Após a ruptura desta aliança através do pecado (desobediência), Deus estabeleceu um povo (Israel) por
meio de Abraão para restabelecer o seu propósito de viver em aliança.
Israel fracassou e o Senhor enviou seu próprio Filho para reestabelecer esta aliança (nova aliança)
através de sua vida, morte e ressurreição. (Lc 19.9,10)
Filho de Deus
Jo 20.31 - “Mas estes foram escritos para que vocês creiam que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus e,
crendo, tenham vida em seu nome.”
Jo 17.3 - “Esta é a vida eterna: que te conheçam, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem
enviaste.”)
Mt 1.16; 3.17 - O título Cristo (correspondente em grego da palavra hebraica Messias, que significa
“Ungido”) revela sua procedência divina*.
* União hipostática (também conhecida como união mística ou dupla natureza de Cristo) é a doutrina
clássica da Cristologia que afirma ter Jesus Cristo duas naturezas, sendo homem e Deus ao mesmo
tempo.
1.3 MOMENTOS DE DIFICULDADES
O homem chamado Jesus foi perseguido desde a sua infância, porém venceu o diabo:
1.3.1 — Herodes tentou matá-lo (Mt 2.13_1 8).
1.3..2 — O diabo o tentou no deserto (Mt 4.1_11).
1.3.3 — Os partidos políticos e religiosos o perseguiram (Jo 5.16).
1.3.4 — Satanás levantou homens importantes, políticos e religiosos para tentar matar Jesus e, por fim,
usou alguém entre os Seus discípulos, para trair o Messias (Lc 22.3,).
1.3.5 — O Seu próprio povo o rejeitou (Mc 12.10).
Todos os homens que tipificaram a pessoa de Cristo, no Antigo Testamento, cometeram algum tipo de
pecado. Porém, Jesus, o Mediador da Nova Aliança, nunca pecou, nem na sua boca se achou engano (1
Pe 2.22).
2 – CARACTERÍSTICAS PREDOMINANTES
2.1 — Tem poder para transformar – Jo 2.6_11
Assim como transformou a água em vinho, também transforma o interior do homem.
2.2 — Tem poder para saciar a fome – Jo 6.8_14
Assim como Ele supriu a fome orgânica, também sacia a fome espiritual (multiplicação dos pães).
2.3 — Atende a quem clama por Ele – Lc 18.35
Como atendeu a tantos outros, inclusive ao cego de Jericó.
2.4 — Não faz acepção de pessoas Jo 3 e Mt 81._4
Atende tanto a um príncipe dos judeus (Nicodemos) como a um excluído da sociedade (Leproso).
2.5 — Tem poder para ressuscitar mortos Jo11.43_45; Lc 7.14_16; Mt 27.52, 53; Mt 28.5, 6; Mc
16.6; Lc 24.5, 6 e Jo 20.11_17.;
Ao ressuscitar Lázaro (João 11.43-45), o filho da viúva de Naim (Lc 7.14-16), muitos corpos de santos
(Mt 27.52,53), e por ultimo, ao ressuscitar ao terceiro dia (Mt 28.5,6; Mc 16.6; Lc 24.5,6 e Jo 20.11-
17), Jesus confirmou o Seu poder sobre a morte.
2.6— É perfeito, sem pecados – Jo 8.46
O homem chamado Jesus desafiou os Seus inimigos ao perguntar quem o acusaria de pecado.
Ninguém pôde acusá-lo porque nEle não havia pecado algum. É fácil fazer esta pergunta para os
amigos, mas não para os inimigos, pois estes certamente apontarão algum defeito.
2.7— Tem poder sobre os pecados e as enfermidades – Mc 2.10, 11
Muitos paralíticos e doentes foram curados porque o homem chamado Jesus tem poder sobre as
enfermidades e sobre os pecados. Isto ocorreu com o paralítico de Cafarnaum.
3 – A PROMESSA DO LIBERTADOR
Após a queda do homem e a promessa do homem chamado Jesus a serpente
Gn 3.6 - Lançou dúvidas no coração da mulher que, por sua vez, persuadiu o homem a também
desobedecer.
Porém, Deus:
Gn 3.15 - Profetizou que Satanás seria derrotado pelo poder de Jesus Cristo;
Ap 1.18 - que cumpriu a Sua promessa ao vencer a morte e o inferno.
Tentativas de satanás para frustrar os planos de redenção da humanidade:
1 — Fez com que Abraão mentisse a Faraó, rei do Egito (Gn 12.13), e a Abimeleque, rei de Gerar (Gn
20.2).
2 —- Fez com que Sara duvidasse das promessas de Deus (Gn 18.12).
3 — Suscitou contenda entre Sara e Agar (Gn 21.9-11).
4 — Fez com que Moisés agisse com violência, batendo na rocha (Êx 20.1 0,11).
5 — Usou uma mulher dos príncipes dos filisteus para fazer de Sansão o seu prisioneiro (Jz 16.16-21).
6 — Levou o rei Davi a cometer um adultério e um homicídio (2Sm 11.1 -15).
7—Três vezes consecutivas investiu contra Jesus para derrotá-lo (Mt 4.1-11).
Ele ressuscitou esta vivo!
Ao terceiro dia ressuscitou;
Não foi achado no sepulcro (Lc 24.4-6);
Já ressurreto, apareceu aos seus discípulos no mesmo corpo que fora crucificado, agora glorificado (Jo
20.20-28);
Foi assunto aos céus aos olhos dos discípulos e voltará para nos buscar (At 1.10-11)
Algumas verdades sobre o homem chamado Jesus:
1 — Prometeu estar sempre com o seu povo (Mt 28.20);
2 — Prometeu vir buscar a sua Igreja (Jo 14.1_3);
3 — É a propiciação dos nossos pecados (1 Jo 2.2).
Pelo menos quatro fatores na crucificação do homem chamado Jesus comprovam a sua
divindade:
1 - Ao dizer: “Está consumado” - Jo 19.30;
A obra de salvação a favor do homem se completou - 1Pe 1.18,19.
2 - Ao ser crucificado
Jesus pagou a nossa dívida com Deus - Cl 2.14.
3 - Ao subir, levou cativo o cativeiro, ou seja, tirou os justos do Hades (Ef 4.8_10).
4 - Ao terceiro dia ressuscitou (1 Co 15.4)
E reinará com poder sobre todo o mundo.
A diferença entre o cristo humanizado e o Cristo Glorificado:
O Cristo humanizado:
1 — Tomou a forma de homem (Fp 2.7,8);
2 — Tinha os Seus poderes limitados (Mt 24.36);
3 — Foi humilhado pelos homens (Fp 2.8);
4 — Foi colocado na sepultura (Mt 2 7.5 7-60).
O Cristo glorificado:
1— Ressuscitou (Mt 28.6);
2 — Voltou para o Pai (Jo 13.3);
3 — O Seu rosto é como o sol ao Meio-dia (Ap 1.16);
4 — Os Seus olhos são como chamas de fogo (Ap 19.12);
5 — É o Senhor dos senhores e Rei dos reis (Ap 19.16);
6 — É o Todo-Poderoso (Ap 1.8).
CONCLUSÃO
O crente que tomar como exemplo as atitudes do homem chamado Jesus, e correr à carreira que
lhe foi proposta olhando unicamente para Ele, jamais tropeçará nos obstáculos desta vida. O homem
chamado Jesus é o invencível Leão da Tribo de Judá que julgará as nações e estabelecerá o Seu
domínio sobre toda a terra. É o princípio e o fim da história, e o Verbo divino diante do qual todo
joelho se dobrará. Naquele Grande Dia, toda língua confessará que Jesus Cristo é o Senhor (Fp 2.11).
Lc 10.27 - “Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todas as suas
forças e de todo o seu entendimento’ e ‘Ame o seu próximo como a si mesmo”.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
A Bíblia em Ordem Cronológica: Nova versão internacional / edição autorizada da obra de
Edwaud Reese (org.): Tradutor Judson Canto (títulos e textos explicativos). São Paulo:
Editora Vida, 2003.
Acácio, José M. Antigo Testamento III - Livros Poéticos. 3 ed. CETADEB. Paraná, Apucarana,
2008, p.27.
Bíblia Anotada, (ARA) João Ferreira e Almeida, São Paulo, Vida, 1995.
Bíblia Eletrônica, The Word, Costas Stergiou, Grécia, 2003-2010, versão: 3.1.4.1058.
Bíblia Sagrada, (ARC), João Ferreira e Almeida, São Paulo, SBB, 1995.
Edição Pastoral da Bíblia, acessado em 07 de agosto de 2010
Bíblia de Jerusalém, Nova Edição Revista e Ampliada, Ed. de 2002, 3ª Impressão (2004), Ed.
Paulus, São Paulo.
Revista Lições da Palavra de Deus, Aprendendo com Grandes personagens da Bíblia, Malafaia,
Silas, Ano 13, nº. 49, Rio de Janeiro, Central Gospel, 1º trimestre de 2017.
Willmington’s, Harold L., Guia de willmington, para a Bíblia: Metodo Cronológico, Rio de
Janeiro: 2015, 736 páginas,Central Gospel.
Fonte:Escola Bereana _Advec
CAPÍTULO VI: O SENHOR JESUS CRISTO
Conhecendo as doutrinas da bíblia Myer Pearlman
"O dia do nascimento de Jesus é celebrado em todo o mundo. O aniversário de sua morte levanta a silhueta de uma cruz no horizonte. Quem é ele?" Com essas palavras um preeminente pregador fez uma pergunta de suprema importância e de interesse permanente.A pergunta foi feita pelo próprio Mestre quando, em uma criseno seu ministério, perguntou: "Quem dizem os homens ser o Filho do homem?" Ele ouviu a declaração da opinião do povo sem comentar,mas a sua bênção foi pronunciada sobre a resposta que Pedro havia aprendido de Deus: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo."A pergunta ainda permanece e os homens até agora A pergunta ainda permanece e os homens até agora tentam responder. Mas a verdadeira resposta deve vir do Novo Testamento, escrito por homens que intimamente conheceram Jesus, por cujo conhecimento tinham por perda todas as coisas.
(e) O testemunho dos discípulos. Jamais algum judeu pensou que Moisés fosse divino; nem o seu discípulo mais entusiasta nunca lhe teria atribuído uma declaração como esta: "Batizando-as em nome do Pai, e de Moisés, e do Espírito Santo." (Vide Mat. 28:19.) E a razão disso é que Moisés nunca falou nem agiu como quem procedesse de Deus e fosse participante de sua natureza. Por outro lado, o Novo Testamento expõe este milagre: Aqui está um grupo de homens que andava com Jesus e que o viu em todos os aspectos característicos de sua humanidade —que, no entanto, mais tarde o adorou como divino, o proclamou como o poder para a salvação e invocou o seu nome em oração. João, que se reclinava no peito de Jesus, não hesitou em dele falar como sendo Jesus o eterno Filho deDeus, que criou o universo (João 1:1, 3), e relatou, sem nenhumahesitação ou desculpa, o ato da adoraçãode Tomé e a suaexclamação: "Senhor meu, e Deus meu!" (João 20:28). Pedro, quetinha visto o seu Mestre comer, beber e dormir, que o havia vistochorar —enfim, que tinha testemunhado todos os aspectos da suahumanidade, mais tarde disse aos judeus que Jesus está à destrade Deus; que ele possui a prerrogativa de conceder o EspíritoSanto (Atos 2:33, 36); que ele é o único caminho da salvação(Atos 4:12); quem perdoa os pecados (Atos 5:31); e é o Juiz dosmortos. (Atos 10:42.) Em sua segunda epístola 3:18)ele o adora,atribuindo-lhe "glória assim agora como no dia da eternidade".Nenhuma prova existe de que Paulo o apóstolo tivesse visto Jesusem carne, apesar de tê-lo visto em forma glorificada), mas esteveem contato direto com aqueles que o tinham visto. E este Paulo, quejamais perdera essa reverência para com Deus, reverência quedesde a sua mocidade estava nele profundamente arraigada, contudo,com perfeita serenidade descreve Jesus como "o Grande Deus enosso Salvador" (Tito 2:13); apresenta-o como encarnando aplenitude da Divindade (Gál. 2:9), como sendo o Criador eSustentador de todas s coisas. (Gál. 1:17.) Como tal, seu nomedeve ser invocado em oração (1 Cor. 1:2; vide Atos 7:59), e seu nome está associado com o do Pai e o do Espírito Santo à bênção. (2Cor. 13:14.)Desde o princípio a igreja primitiva considerava e adorava a Cristocomo divino. No princípio do segundo século um oficial romanorelatou que os cristãos costumavam reunir-se de madrugada para"cantar um hino de adoração a Cristo, como se fosse a Deus". Umautor pagão escreveu: "Os cristãos ainda estão adorando aquelegrande homem que foi crucificado na Palestina."Até o escárnio dos pagãos é um testemunho da deidade de Cristo.
Em um antigo palácio romano foi encontrada uma inscrição (que datado terceiro século) apresentando uma figura humana com cabeça de asno pendurado na cruz, enquanto que um homem está de pé em atitude de adoração. Em baixo aparece a inscrição: "Alexamenos adora a seu Deus." O Dr. Henry Van Dyke comenta:Assim os cânticos e orações dos crentes, as acusações dos perseguidores, o escárnio dos céticos, e as pilhérias grosseiras dos escarnecedores, tudo se une para provar, sem dúvida, que os primitivos cristãos rendiam honra divina ao Senhor Jesus... não há razão para duvidar de que os primitivos cristãos houvessem visto em Cristo uma revelação pessoal de Deus, assim como não pode haver dúvida de que os amigos e seguidores de Abraão Lincoln o tenham considerado um bom e leal cidadão americano.Entretanto, não devemos inferir dai que a igreja primitiva não adorasse a Deus, o Pai, pois sabemos que era costume geral orar ao Pai em nome de Jesus e dar-lhe graças pelo dom do Filho. Mas,para eles era tão real a deidade de Cristo e a unidade entre as duas Pessoas, que lhes era muito natural invocar o nome de Jesus.
Foi a firme lealdade deles ao ensino do Antigo Testamento acerca da verdade de Deus, combinada com a firme crença na deidade de Cristo,que os conduziu a formular a doutrina da Trindade.Embora as seguintes palavras do credo de Nicéia (século quarto) tenham sido, como ainda são, recitadas por muitos de uma maneira formalista, não obstante, elas expressam fielmente sincera convicção da igreja primitiva: Cremos em um Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus, o Unigênito do Pai, isto é, da substância do Pai, Deus de Deus, Luz de Luz, verdadeiro Deus de verdadeiro Deus, gerado, foi feito; sendo da mesma substância que o Pai; pelo qual foram feitas todas as coisas que estão no céu e na terra, e o qual por nós os homens e por nossa salvação desceu, encarnou e foi feito homem, sofreu, e ressuscitou ao terceiro dia, e ascendeu ao céu,donde virá outra vez para julgar os vivos e os mortos.
4. Filho do homem (humanidade)
(a) Quem? De acordo com o hebraico a expressão "filho de" denota relação e participação. Por exemplo: "Os filhos do reino" (Mat. 8:12) são aqueles que hão de participar de suas verdades e bênçãos. "Os filhos da ressurreição" (Luc. 20:36) são aqueles que participam da vida ressuscitada. Um "filho de paz" (Luc. 10:6) é um que possui caráter pacifico. Um "filho da perdição" (João 17:12) é um destinado a sofrer a ruína e a condenação. Portanto,"filho do homem" significa, principalmente, um que participa da natureza humana e das qualidades humanas. Dessa maneira, "filho do homem" vem a ser uma designação enfática para o homem em seus atributos característicos de debilidade e impotência. (Num. 23:19; Jo 16:21; 25:6.) Neste sentido o título é aplicado oitenta vezes a Ezequiel, como uma recordação de sua debilidade e mortalidade, e como um incentivo à humanidade no cumprimento da sua vocação profética.Aplicado a Cristo, "Filho do homem" designa-o como participante da natureza e das qualidades humanas, e como sujeito às fraquezas humanas. No entanto, ao mesmo tempo, esse título implica sua deidade, porque, se uma pessoa enfaticamente declarasse: "Sou filho de homem", a ele dir-se-ia: "Todos sabem disso." Porém, a expressão nos lábios de Jesus significa uma Pessoa celestial que se havia identificado definitivamente com a humanidade como seu representante e Salvador. Notemos também que é: o—e não um—Filho do homem.O título está relacionado com a sua vida terrena (Mar. 2:10; 2:28; Mat. 8:20;Luc. 19:10), com seus sofrimentos a favor da humanidade (Mar. 8:31), e com sua exaltação e domínio sobre a humanidade (Mat.25:31; 26:24. Vide Dan. 7:14).Ao referir-se a si mesmo como "Filho do homem", Jesus desejava expressar a seguinte mensagem: "Eu, o Filho de Deus, sou Homem, em debilidade, em sofrimento, mesmo até à morte. Todavia, ainda estou em contato com o Céu de onde vim, e mantenho uma relação com Deus que posso perdoar pecados (Mat. 9:6), e sou superior aos regulamentos religiosos que somente tem significado temporal e nacional. (Mat. 12:8.) Esta natureza humana não cessará quando eu tiver passado por estes últimos períodos de sofrimento e morte que devo suportar para a salvação do homem e para consumar a minha obra. Porque subirei e a levarei comigo ao céu, de onde voltarei para reinar sobre aqueles cuja natureza "tornei sobre mim". A humanidade do Filho de Deus era real e não fictícia Ele nos é descrito como realmente padecendo fome, sede, cansaço,dor, e como estando sujeito em geral às debilidades da natureza,porém sem pecado.
(b) Como? Por qual ato, ou meio, o Filho de Deus veio a ser Filho do homem? Que milagre pôde trazer ao mundo "o segundo homem" que é o "Senhor do céu"? (1Cor. 15:47.) A resposta é que o Filho de Deus veio ao mundo como Filho do homem sendo concebido no ventre de Maria pelo Espírito Santo, e não por um pai humano.E a qualidade da vida inteira de Jesus está em conformidade com amaneira do seu nascimento. Ele que veio através de um nascimento virginal, viveu uma vida virginal (inteiramente sem pecado) —sendo essa última característica um milagre tão grande como o primeiro. Ele que nasceu milagrosamente, viveu milagrosamente,ressuscitou dentre os mortos milagrosamente e deixou o mundo milagrosamente.Sobre o ato do nascimento virginal está baseada a doutrina da encarnação. (João 1:14.) A seguinte declaração dessa doutrina é da pena do erudito Martin Scott: Como todos os cristãos sabem, a encarnação significa que Deus (isto é, o Filho de Deus) se fez homem. Isso não quer dizer que Deus se tomou homem, nem que Deus cessou de ser Deus e começou a ser homem; mas que, permanecendo como Deus, ele assumiu ou tomou uma natureza nova, a saber, a humana, unindo esta à natureza divina no ser ou na pessoa —Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem.Na festa das bodas de Caná, a água tornou-se em vinho pela vontade de Jesus Cristo, o Senhor da Criação (João 2:1-11). Não aconteceu assim quando Deus se fez homem, pois em Caná a água deixou de ser água, quando se tornou em vinho, mas Deus continuou sendo Deus, quando se fez homem.Um exemplo que nos poderá ajudar a compreender em que sentido Deus se fez homem, mas ainda não ilustra de maneira perfeita a questão, é aquele de um rei que por sua própria vontade se fiz era mendigo. Se um rei poderoso deixasse seu trono e o luxo da corte, e vestisse os trapos de um mendigo, vivesse com mendigos,compartilhasse seus sofrimentos, etc., e isto, para poder melhorar-lhes as condições de vida, diríamos que o rei se fez mendigo, porém ele continuaria se‹ido verdadeiramente rei. Seria correto dizer que o que o mendigo sofreu era o sofrimento de um rei; que, quando o mendigo expiava uma culpa, era o rei que expiava, etc.Visto que Jesus Cristo é Deus e homem, é evidente que Deus, de alguma maneira é homem também. Agora, como é que Deus é homem? Está claro que ele nem sempre foi homem, porque o homem não é eterno, mas Deus o é. Em um certo tempo definido, portanto, Deus se fez homem tomando a natureza humana. Que queremos dizer com a expressão "tomar a natureza humana"? Queremos dizer que o Filho de Deus, permanecendo Deus, tomou outra natureza, a saber, a do homem, e a uniu de tal maneira com a sua, que constituiu uma Pessoa, Jesus Cristo.A encarnação, portanto, significa que o Filho de Deus, verdadeiro Deus desde toda a eternidade, no curso do tempo se fez verdadeiro homem também, em uma Pessoa, Jesus Cristo, constituída de duas naturezas, a humana e a divina. Isso, naturalmente é um mistério. não podemos compreendê-lo, assim como tampouco podemos conceber a própria Trindade. Há mistérios em toda parte. Não podemos compreender como a erva e a água, que alimentam o gado, se transformam em carne e sangue. Uma análise química do leite não demonstra conter ele nenhum ingrediente de sangue, entretanto, o leite materno se torna em sangue e carne da criança. Nem a própria mãe sabe como no seu corpo se produz o leite que dá a seu filho.Nenhum dentre os sábios do mundo pode explicar a conexão existente entre o pensamento e a expressão desse pensamento, ou seja, as palavras. Não devemos, pois, estranhar se não podemos compreender a encarnação de Cristo. Cremos nela porque aquele que a revelou, é o próprio Deus, que não pode enganar nem ser enganado.
(c) Por que o Filho de Deus se fez Filho do homem, ou quais foram os propósitos da encarnação?
1)Como já observamos, o Filho de Deus veio ao mundo para ser o Revelador de Deus. Ele afirmou que as suas obras e suas palavras eram guiadas por Deus (João 5:19, 20; 10:38); sua própria obra evangelizadora foi uma revelação do coração do Pai celestial, e aqueles que criticaram sua obra entre os pecadores demonstraram assim sua falta de harmonia com o espírito do céu.(Luc. 15:1-7.)
2)Ele tomou sobre si nossa natureza humana para glorificá-la e desta maneira adaptá-la a um destino celestial. Por conseguinte,formou um modelo, por assim dizer, pelo qual a natureza humana poderia ser feita à semelhança divina. Ele, o Filho de Deus, se fez Filho do homem, para que os filhos dos homens pudessem ser feitos filhos de Deus (João 1:2), e um dia serem semelhantes a ele(1 João 3:2);até os corpos dos homens serão "conforme o seu corpo glorioso" (Fil. 3:21). "O primeiro homem (Adão), da terra, é terreno: o segundo homem, o Senhor é do céu" (1Cor. 15:47); e assim, "como trouxemos a imagem do terreno (vide Gên. 5:3), assim traremos também a imagem do celestial" (verso 49), porque "o último Adão foi feito em espírito vivificante" (verso 45).
3)Porém, o obstáculo a impedir a perfeição da humanidade era o pecado —o qual, ao princípio, privou Adão da glória da justiça original. Para resgatar-nos da culpa do pecado e de seu poder, o Filho de Deus morreu como sacrifício expiatório.
Nenhum comentário:
Postar um comentário