quarta-feira, 15 de março de 2017

lição 12 :




                    Falando sobre a singularidade do amor, começaremos nossa definição fazendo uso das palavras de David Lim:
               A palavra grega agapê é mais frequentemente usada no tocante ao amor (caridade) com grande lealdade, visto no seu grau mais elevado como uma revelação da natureza própria de Deus. E o amor inabalável, concedido livre e gratuitamente. O amor é o âmago em cada um desses textos bíblicos (Rm 12.9-21; 1 Co 13; Ef 4.25; 5.2). Realmente, o amor é o princípio ético, a força motivadora e a metodologia correta para todos os ministérios. Sem o amor, há poucos benefícios ao próximo e nenhum para quem exerce o dom. Os desentendimentos surgem, e a igreja fica dividida; as pessoas saem magoadas. O amor forma o alicerce para o ministério com os dons e o contexto em que estes devem ser recebidos e entendidos. (HORTON, 1996, p. 488)
       Não há palavras que consigam depauperar o real sentido da palavra amor, que do grego é agápe. E Wilbur Gingrich e Frederick W Danker, no Léxico Grego do Novo Testamento, definem agápe desta maneira:
I - amor, afeição, estima a mais sublime virtude cristã (1 Co 13.13; G1 5.22-1). Mútuo entre Deus e Cristo, Jo 15.10; 17.26, de Deus ou Cristo aos homens Rm 5.8, etc. A essência de Deus 1 Jo 4.8,16.-2. De homens, a Deus ou a Cristo, Jo 5.242; ou a outras pessoas 2 Co 8.7.-3. Como uma qualidade abstrata Rm 13.10; 1 Co 81; 131-3 (sendo o sentido determinado mais amplamente pelo contexto da passagem). II - Uma festa de amor, uma refeição comunitária da Igreja Primitiva, Jd 12, 2 Pe 2.13, v 1. (GINGRICH; DANKER, 1984, p. 10)
         Por meio dessas definições, o que realmente pretendemos dizer é que todas as nossas ações, se não estiverem alicerçadas no verdadeiro amor, não têm valor algum, pois ele é o vínculo da perfeição (Cl 3.14) e o cumprimento de toda a lei (Rm 13.10).
        Existem outras palavras que podem falar de amor, como o erós, amor entre os sexos, está no campo da atração física. Para falar de um relacionamento mais íntimo, marcado com beijos, envolvendo corpo, mente e espírito, então se usa pbilia. Esse amor é desenvolvido na amizade, na atenção, na contemplação. O amor storgé pode ser descrito como o amor familiar.
       Em se tratando do amor agápe, o filósofo Jaime Snoek fala o seguinte:
       Amor-agápe. No original grego, agápe significava hospitalidade para estrangeiros, virtude recomendada para contrabalançar um pouco a xenofobia. Pois a gente nunca sabe: o estrangeiro podia ser um Deus em forma humana (ver At 14.1 lss). Ora, a novidade cristã consiste nisto: todos são de casa, não existe mais estrangeiro. Cristo superou a fatalidade de uma tradição de ódio: Ele é a nossa paz: de ambos os povos fez um só, tendo derrubado o muro da separação por meio da cruz na qual Ele matou a inimizade; já não sois estrangeiros e adventícios, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus (Ef 2.14-19). Deus é isto: Agápe (1 Jo 4,8). (SNOEK, 1981, p. 149)
         Diante desses conceitos, podemos então dizer que o amor agápe é singular na vida do ser humano:
        1. Ele é o modelo que deve ser seguido por todos nós, pois é o amor que vem de Deus (Mt 5.43-48)
        Por meio do seu amor, Deus procura cuidar de todos, sua bondade alcança justos e injustos. Ainda que muitos se mostrem ingratos, Ele sempre está manifestando seu grande amor (Mt 5.45). Enquanto os filósofos ensinavam que o verdadeiro amor é aquele que é correspondido — como dizia Platão, “O amor é para os amoráveis” —, o agápe divino amou a todos, mesmo não sendo amado (Rm 5.8).
         Quem quiser amar de verdade basta tão somente tomar como padrão o amor de Deus. A singularidade do amor de Deus é que não há distinção; Ele não faz classificação de quem vai amar, mas ama a todos. O cristão que passa a ter em sua vida o amor ágape não ama apenas porque sentiu uma emoção, mas porque sabe que como cristão seu dever é amar, por isso tem essa dívida para com todos (Rm 13.8).
         Eu disse no início que ninguém pode esgotar o real significado de agápe, pois ele é totalmente divino, pois enquanto no amor humano eu amo quem me ama, no amor divino tenho que amar os meus inimigos. Isso só é possível se o fruto do Espírito estiver em mim (Mt 5.44).
        O amor ensinado pelos filósofos era que não se devia estar ligado a ninguém nem a qualquer objetivo, nem esboçar qualquer sentimento de emoção, caso de fato uma pessoa quisesse ser feliz. Desse modo, o melhor era não se importar com nada. Ao contrário do que ensinou Jesus, quem ama de verdade sempre se preocupa com o seu próximo, pois esse é o maior cumprimento de toda a lei.
         2. O amor agápe como reflexo divino no homem 
       
           Nós sabemos que Deus é amor (2 Co 13.11), quem vive nesse amor tem que ter um viver diferente para com o próximo, vai refletir na prática o amor que provará que de fato houve transformação na vida, no caráter, por isso grandes virtudes vão surgir (Rm 5.3-5). O cristão que tem o fruto do amor em sua vida demonstrará pelo seu viver paciência, alegria, bondade, misericórdia, etc. Na dinâmica do amor como reflexo divino, aquilo que Deus é, amor, agora é manifestado em minha vida, pois como Ele se relaciona comigo na base do amor, eu me relaciono com o meu próximo de modo semelhante.
           Não havia como o homem entender o amor divino na sua quinta-essência; por isso Deus se revelou através de Jesus Cristo expressando seu grande amor por todos ([o 3.16). Paulo denomina o amor de Deus como de Jesus (Rm 8.35-39). Podemos dizer que a grande notabilidade do amor agápe está no mistério, amar quem está em pecado, amar quem nos odeia, amar quem não nos ama, quem nós não conhecemos. Esse é o mistério de agápe (Ef 3.19), e foi assim que Jesus fez (Rm 5.8).
       
            3. O amor agápe exclui da nossa vida as meras aparências 
         As vezes, entramos em uma igreja e vemos muitos cristãos alegres, cheios de cânticos, louvores e expressão de muita fé, capaz de remover montanhas, mas se todas essas atividades não estiverem banhadas pelo amor, será puro sentimentalismo, obras humanas. Paulo orava para que a igreja tivesse fé, mas uma fé estimulada pelo amor (Ef 6.23; Cl 1.4).
        Quem ama de verdade não faz nada pensando em si, buscando apenas louvores ou aplausos dos homens; quem ama de verdade não tem uma fé apenas explicativa, intelectualista, como alguns teólogos, mas procura doar-se trabalhar, esforçar-se para querer ver o outro bem, foi assim que o apóstolo Paulo procedeu (2 Co 8.7). No amor agápe não há máscaras, meras aparências, pois seu fundamento é Deus, sua realidade não pode ser dissimulada (Rm 12.9).
          
             4. O amor agápe cria ambientes saudáveis
            Não há como se criar ambiente saudável se os bons padrões não forem ensinados. Paulo diz que o cristão recebeu de Jesus o ensino de como amar, por isso imperativamente ele deve andar em amor (Ef 5.2). Ambientes saudáveis só são possíveis se as pessoas presentes forem saudáveis também. Imagine estar no meio de pessoas amarguradas, invejosas, arrogantes, com certeza o clima será espesso, sombrio.
          O ambiente cristão é cheio de alegria, prazer, contentamento, porque a capa do homem do pecado já foi tirada, e uma nova, que é a do amor, foi posta. “E, sobre tudo isto, revesti-vos de caridade, que é o vínculo da perfeição” (Cl 3.14).
          Estar em um ambiente marcado pelo amor nos dá a certeza de nos sentirmos muito bem, por saber que ali as pessoas amam de verdade. Caso haja uma necessidade de correção, ela será feita com amor; se necessitar de se fazer algo, não será para promoção pessoal ou para ter alguma vantagem. Quem ama de verdade faz todas as coisas fundamentado no amor de Deus, e Ele não deseja o mal para ninguém (1 Co 16.14).
          No amor ágape, o que os cristãos buscam é a comunhão, a unidade, ele cria um vínculo de perfeição entre todos (Cl 2.2; Ef 1.15). O amor cristão não exclui ninguém, não cria partidos isolados, não aceita falsidade, pois ele busca a verdade, sinceridade (2 Ts 2.10; Ef 4.15), e quando essa verdade é dita não busca ferir ninguém, mas sim sarar para que a perfeita saúde espiritual apareça.
         

              5. O amor agápe fala mais alto do que estremes palavras 
            Jesus pregou e ensinou, mas não se tratava de meras palavras, discursos; Ele deixou claro a todos que vivia o que pregava e ensinava. Prova disso é que Ele chora pela cidade que não fez muito caso dos seus ensinos e dos profetas: “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e tu não quiseste!” (Mt 23.37).
          Bom seria se todos os pregadores fossem assim como Jesus. Ele não queria apenas auditório, agenda, popularidade, fama, mas seu desejo era que todos fossem salvos, que entendessem o plano de salvação montado por Deus (1 Tm 2.4). Mais do que simples palavras, as pessoas querem ser amadas; se dermos amor para os pobres, mendigos, dependentes químicos, os desabrigados, isso falará mais alto do que grandes discursos.
         Quem ama de verdade não usa seus argumentos filosóficos, teológicos, para enfraquecer o seu irmão, e mesmo estando seguro de uma verdade, evita proceder de uma maneira que possa prejudicar a fé do servo de Deus (Rm 14.1).
         Já ouvi pessoas dizerem: “Essa é a minha verdade e não me importo com quem não pensa como eu penso”, tais palavras são provas de que essa pessoa não vive o amor de Deus, pois a verdadeira liberdade cristã baseia-se no amor que cuida, ampara e deseja o bem de todos. Devemos orar por estes, para que os seus olhos sejam abertos e procure aprovar as coisas excelentes (Fp 1.10).
        Quem ama de verdade, não apenas com palavras (1 Jo 3.18), se interessa pelo seu irmão, procura respeitar seus sentimentos, suas opiniões, deseja saber como ele vai, o que está precisando. Quantos não estão agindo como o sacerdote e o levita; sabem da lei, fazem discurso sobre ela, mas passam ao largo porque não querem saber nem se interessam pelos problemas dos outros (Lc 10.31).
        Paulo é um grande exemplo de quem não queria desenvolver seu ministério apenas em palavras e livros escritos. Ao escrever uma carta, seu desejo era disciplinar, corrigir para o bem, buscando a perfeição dos crentes (1 Co 16.24; 2 Co 2.4). Certa vez, um jovem pregador disse que amava pregar e dar ensino, e um sábio irmão respondeu: “O melhor é amar as pessoas antes de amar a pregação e o ensino”. Quem ama apenas o ensino e a pregação, diz o que quer, escreve o que quer, mas se o amor estive presente, tanto a pregação como o ensino serão administradas visando ao crescimento espiritual de todos. Para termos o amor agápe de verdade, para que o mesmo esteja presente em tudo o que fazemos, devemos orar e buscá-lo com fervor (1 Co 14.1), pedindo a Deus, pela oração, para que essa virtude gloriosa esteja em nossa vida.
       
         6. O amor agápe para com o próximo
       Amar o próximo conforme a Bíblia diz não é algo emocional nem parte de uma vontade puramente humana, mas é resultado de uma nova plantação que acontece em nossa vida, isto é, o Espírito Santo faz com que essa virtude do fruto esteja em nós para sermos benevolentes.
        Uma vida transformada pelo poder do Evangelho (Rm 1.16), sendo regenerada pelo Espírito, não dá mais espaço para os ressentimentos, ódio, inveja, ciúme, antipatia, pois no seu coração foi derramado o amor de Deus. “E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5.5).
        As virtudes cristãs, conforme descreve Paulo em Gálatas 5.22,23, não podem ser praticadas por uma pessoa que ainda não foi transformada, nem podem ser impostas por meio de regras como se fossem apenas um código de ética. Elas só aparecem em terrenos em que as ervas daninhas do pecado já foram removidas (Jo 15.2,3).
         O desejo de uma sociedade feliz, sem crimes, mentiras, sem corrupção, sem traição, só será possível quando houver a transformação espiritual, e quando o Espírito Santo de Deus assumir completamente a vida de cada ser humano. Para isso acontecer, precisamos nos render à sua soberania divina e cumprir o que Paulo disse: Enchei-vos do Espírito Santo (Ef 5.18).
         O fruto do Espírito, ao agir em nossa vida, faz com que desenvolvamos para com o próximo as melhores intenções. Sem querer apenas mudá-lo, o que exigirá da nossa parte uma ação própria, e também demonstrando por meio do nosso caráter cristão o que realmente é o amor na prática, pelo nosso exemplo de vida em Cristo, poderemos despertá-lo a voltar-se para o amor divino.
         O amor agápe nos leva a amar o nosso próximo assim como Deus nos amou, pois, sendo nós pecadores, Deus nos tratou com sobriedade, por isso agora devemos seguir o que Jesus ensinou em Mateus 7.12. No amor ágape, aprendemos a nos relacionarmos bem com os outros, porque é isso que se infere no relacionamento amoroso que se dá entre o Pai e o Filho (Jo 3.35; 14.31; 17.26; Cl 1.13).
       Amor e Lei (Rm 13.8-10)
        Se existe uma dívida que o crente nunca poderá pagar é o amor. Quem ama de verdade não trai seu cônjuge, não mata, não rouba, não cobiça, não dá falso testemunho e qualquer outro mandamento se resume nestas palavras: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. F. F. Bruce, fazendo uma explicação no seu comentário sobre esses versículos, escreve:
         Que a sua única dívida a outrem seja a dívida do amor. Quem paga esse débito cumpre a lei. A citação de Levítico 19:18 “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”. Como um sumário dos mandamentos dos mandamentos, introduz Paulo diretamente na tradição de Jesus, que colocou estas palavras como o segundo grande mandamento ao lado de “Amarás o Senhor teu Deus...” (Dt 6.5), “o grande e primeiro mandamento”, acrescentando: “Destes dois mandamentos dependem toda lei e os profetas (Mt 22:37-40; ver Mc 12:28-34). Paulo menciona o segundo aqui, e não o primeiro, porque a questão imediata relaciona-se como os deveres do cristão para com o próximo - tema dominante dos mandamentos da segunda tábua do Decálogo. Estes mandamentos nos proíbem prejudicar o nosso próximo de qualquer modo. Visto que o amor nunca prejudica a outros, o amor cumpre a lei. (BRUCE, 2006, p. 194)
           O verdadeiro amor procura agir da melhor maneira para com as pessoas. Analisando Levítico 19.18, entendemos que o amor é um cumprimento da lei, mas dentro da teologia de Jesus Cristo, e também na própria visão de Paulo, o amor é resultado de uma vida em total e plena obediência a Deus.
Quem Ama Cumpre a Lei

As Obras da Carne e o Fruto do Espirito
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                                Comentarios da Biblia Diario Vivir (ESP)

12.6-8 Olhe esta lista de dons e imagine os tipos de pessoas que poderiam possui-los. Os profetas possuem, pelo general, denodo e oratória. Os que servem (os que ministram) são fiéis e leais. Os que ensinam são pensadores claros. Os que exortam sabem como motivar a outros. Os que repartem são generosos e confiáveis. Os que presidem são bons organizadores e diretores. Os que têm misericórdia são amorosos e se sentem muito felizes quando dão seu tempo a outros. Seria muito difícil que uma só pessoa monopolizasse todos estes dons. Um profeta positivo possivelmente não seja necessariamente um bom conselheiro e um que reparte ao melhor enguiço como administrador. Quanto você identifica seus dons (e esta lista está longe de ser completa), pergunte-se como pode utilizá-los para edificar a família de DEUS. Ao mesmo tempo, aceite que seus dons não podem levar a cabo todo o trabalho da igreja. Seja agradecido com quem tenha dons diferentes aos seus. Procure que seus pontos fortes equilibrem as debilidades que outros tenham e agradeça que as habilidades deles lhe ajudem a superar suas deficiências. Juntos podem edificar a Igreja de CRISTO.

12.9 A maioria aprendemos a fingir que amamos a outros. Sabemos como falar com bondade, evitando ferir sentimentos e aparentando interesse em outros. Podemos até fingir que nos enchemos de compaixão quando ouvimos das necessidades de outros ou de indignação quando nos inteiramos de alguma injustiça. Mas DEUS nos chama a sentir o verdadeiro amor que vai além das emoções e conduta superficiais. O amor sincero requer concentração e esforço. Inclui fazer algo para que outros sejam melhores. Demanda tempo, dinheiro e participação pessoal. Nenhuma pessoa tem os recursos necessários para amar a toda uma comunidade; mas uma igreja, o corpo de CRISTO em sua cidade, pode-o fazer. Pense em pessoas que necessitam seu amor em ação e considere quão médios você e outros membros podem usar para unir-se e mostrar amor por sua comunidade no nome de CRISTO.

12.10 Podemos honrar a outros de duas maneiras. Alguém encerra motivos ocultos. Honramos a nossos chefes a fim de que depois nos recompensem, a nossos empregados para que trabalhem mais, aos ricos para que contribuam a nossa causa, aos capitalistas para que utilizem seu poder a nosso favor e não em nosso contrário. A outra maneira de DEUS encerra amor. Como cristãos, honramos às pessoas porque foram criadas à imagem de DEUS, porque são nossos irmãos em CRISTO, porque estamos agradecidos pela forma em que contribuem à edificação do corpo de CRISTO. Parece-lhe muito difícil para sua natureza competitiva a maneira em que DEUS honra aos demais? por que não tentar nos superar mutuamente quanto a honrar a outros? Ponha a outros em primeiro lugar!

12.13 Oferecer hospitalidade cristã não é o mesmo que receber visitas. Quando se recebe visitas, o foco de atenção é a família anfitriã: o lar deve estar impecável, os mantimentos devem estar bem preparados e abundantes, os da casa devem parecer descansados e de bom humor. A hospitalidade, em troca, concentra-se nos visitantes. Suas necessidades têm prioridade: terá que lhes dar um lugar onde estar, mantimentos nutritivos, ouvido atento ou aceitação. A hospitalidade pode brindar-se em um lar desordenado. Pode brindar-se ao redor de uma mesa em que o prato principal seja uma sopa.


Até pode ser que o anfitrião e os visitantes realizem tarefas em conjunto. Não tema oferecer hospitalidade porque está muito cansado, ocupado ou pobre para atender adequadamente aos visitantes.
AMOR - Dicionário Bíblico Wycliffe. 4.ed. Rio de Janeiro:CPAD, 2009,

Em várias versões o substantivo utilizado é, freqüentemente, “caridade״ (q.v.). O principal verbo hebraico para amor é ’aheb (aprox. 225 vezes no AT), embora ocorram 18 outras palavras de significado semelhante (menos de 30 ocorrências no total). A tradução usual da LXX de ’ aheb é agapao (195 vezes). As palavras gregas clássicas para amor variavam. (1) erao, eros, “desejo sexual, desejo passional״ (um substantivo na LXX por duas vezes; nunca utilizada como verbo; o mesmo ocorre no NT); (2) phileo, philia, “afeiחדo por amigos ou parentes” (um substantivo na LXX por oito vezes; como verbo, 26 vezes; como substantivo no NT, uma vez; como verbo, 25 vezes); (3) philadelphia, “amor dos irmדos” (nדo na LXX; seis vezes no NT); (4) philanthropia, "amor pela humanidade” (uma vez na LXX; duas vezes no NT); (5) stergo, storge, “afeiחדo, amor familiar" (nדo consta na LXX nem no NT, mas veja astorgos, Rm 1.31; 2 Tm 3.3; philostorgos, Rm 12.10); (6) agapao, agape, agapetos (como substantivo na LXX 20 vezes; como verbo, cerca de 250 vezes; mais de 100 vezes como substantivo no NT: como verbo, cerca de 140 vezes; como adjetivo, mais de 60 vezes).

Na LXX parece haver pouca diferenחa entre as idיias traduzidas por phileo e agapao, ambas sendo usadas para traduzir a idיia de amor por alimentos, por prazer, por uma mulher e pelo sono. Eros (de onde vem o nosso adjetivo “erףtico”), embora espiritualizado por Platדo, nדo aparece no NT. Tanto as palavras hebraicas como gregas dizem respeito ao sentimento de desejo e sדo pessoais em natureza.

A comparaחדo dos usos do AT (’aheb-agapao) e do NT (agapao) mostra quדo diversos sדo os objetos do amor; por exemplo. (1) marido- mulher (Gn 24.67; Ef 5.25), (2) o prףximo (Lv 19.18; Mt 5.43; 19.19), (3) dinheiro (Ec 5.9; 2 Pe 2.15), (4) um amigo (1 Sm 20.17 - Davi e Jפnatas; Jo 11.5 - JESUS-Marta), (5) uma cidade (Sl 78.68; Ap 20.9).
Os usos teolףgicos em ambas as alianחas dizem respeito ao amor de (1) DEUS ao homem, (2) do homem a DEUS, e (3) do homem para com os seus semelhantes.

1. A representaחדo do AT do amor de DEUS ao homem י vista em sua preocupaחדo com todos os homens (Dt 33.3), mas especialmente na escolha de Israel (seu amor eletivo, ’ahaba, Dt 7.7,8; 10.15; Is 63.9; Os 11.1; Ml 1.2), e seu voto de alianחa constantemente renovado para com eles (seu amor contido em sua alianחa, hesed, “misericףrdia”, Dt 7.9; 1 Rs 8.23; Ne 9.32; “benignidade, Is 54.5-10; veja Benignidade). Este amor garante a Israel a proteחדo e a redenחדo de DEUS (Is 43.25; 63.9; Dt 23.5)
e י estendido a cada um individualmente (Pv 3.12; Sl 41.12).

O NT reitera o amor que DEUS tem por todas as criaturas (Mt 5.45), mas enfatiza a manifestaחדo em particular de si mesmo em CRISTO e no Calvבrio (Jo 3.16; Rm 5.8; 8.31-39), eventos que mostram a vida eterna para o crente. DEUS י revelado como amoroso porque Ele prףprio י amor (1 Jo 4.8,16). O amor י a sua prףpria essךncia; o amor י outro termo juntamente com “luz” (1 Jo 1.5) que descreve a qualidade moral de seu ser. Veja DEUS. 2. O amor do homem a DEUS no AT י a resposta completa do homem (Dt 6.5,”de todo o cora- חדq”) ao DEUS misericordioso de Israel (Dt 6.5- 9; ֺx 20.1-17; Sl 18.1; 116.1). O amor a DEUS י expresso, de forma יtica, especialmente ao se guardar a lei e o temor a Ele (ֺx 20.6; Dt 5.10; 10.12; Is 56.1-6). Este conceito de resposta total י repetido pelo Senhor JESUS no NT (Mc 12.29,30; veja tambיm Mt 6.24; 10.37-39; Lc 9.57-62; 14.26,27). No entanto, a resposta י dirigida a um novo conjunto de eventos - a encarnaחדo (Jo 4.10,19,25-29,39-42), a cruz (Rm 6.3-11; Gl 2.20; 5.24; 6.14), a ressurreiחדo (Fp 3.10-11; Cl 3.1,2), e a segunda vinda (2 Tm 4.8). A equaחדo de amor e obediךncia tambיm י repetida (Jo 14.15,21; 1 Jo 4.21-5.3). O amor nדo י um mero sentimento, mas uma entrega pessoal e voluntבria que conduz א submissדo. 3. O amor do homem para com os seus semelhantes no AT י baseado no amor anterior de DEUS, e י exigido especialmente em relaחדo ao prףximo (Lv 19.18) e aos estrangeiros vivendo em Israel (Dt 10.19; Lv 19.34). Atי mesmo o inimigo deve ser tratado com bondade (ֺx 23.4,5; Pv 25.21). O Senhor JESUS apresentou o amor que deve existir entre os seres humanos (o seu principal uso no NT) como o segundo mandamento (Mt 22.39), o sinal infalםvel do discipulado (Jo 13.34,35), de filiaחדo (1 Jo 4.7), e de nova vida (1 Jo 3.14). Ele deve ser expresso atravיs de atitudes e obras (1 Jo 3.17,18). Ele י enfatizado pela unidade do corpo (Ef 4.1-4; Rm 12.16; Fp 1.27; 2.1,2; 4.2) e י evidenciado pela atrocidade do pecado de dissensדo (Gl 5.19-21; 1 Co 1.10- 13; 3.3-8; 11.18-22). O Senhor JESUS ensinou que o amor deve incluir os inimigos (Mt 5.44), assim como Paulo ensinou que o amor prבtico deve incluir todos os homens (Gl 6.10). Esse amor, que deve ser diferenciado da afeiחדo erףtica e romגntica, י a contraparte lףgica do amor Divino em relaחדo ao homem (1 Jo 4.11), e sem ele a reivindicaחדo de amar a DEUS י vista como inconsistente (1 Jo 4.20- 21). Ele tambיm י visto como o efeito do ESPֽRITO SANTO derramado em nossos coraחץes (Rm 5.5; cf. Gl 5.22), Ele י uma imitaחדo consciente do amor de DEUS, atי mesmo por aqueles que fazem o mal (Mt 5.43-45; Jo 13.34; 15.12; Rm 15.7). O dever do cristדo de retribuir o mal com o bem ao invיs de retaliar (Rm 12.17-21) deve provavelmente ser considerado uma cooperaחדo com o plano de DEUS para levar o homem ao arrependimento (Rm 2.4; 12.20-21). Este conceito de amor (agape) criativo י tדo central que pode ser considerado uma יtica cristד distinta.

A maior definiחדo de amor (agape) nos relacionamentos humanos jב escrita י a do apףstolo Paulo no hino de 1 Corםntios 13. O amor י sofredor, י benigno; o amor nדo י invejoso; o amor nדo trata com leviandade, nדo se ensoberbece, nדo se porta com indecךncia, nדo busca os seus interesses, nדo se irrita, nדo suspeita mal; nדo folga com a injustiחa, mas folga com a verdade; tudo sofre, tudo crך, tudo espera, tudo suporta (w. 4-8a, F. F, Bruce, The Letters of Paul, an Expanded Translation, Grand Rapids. Eerdmans, 1965,p. 107). Resumindo, o amor י a comunhדo entre as pessoas, baseado em atos de auto-sacrifםcio. Tal amor י a bondade voluntבria e deliberada, estendo-se atי mesmo aos inimigos por quem nדo se tem qualquer afeto pessoal.

Veja Amigo, Amizade; Bondade; Benignidade; Misericףrdia.

Bibliografia. Edwin M. Good, “Love in the Old Testament”, IDB, III, 164-168. George Johnston, "Love in the New Testament”, IDB, III, 168-178. C. S. Lewis, The Four Loves, Nova York, Harcourt, Brace & World, 1960.
Anders Nygren, ֱgape and Eros, trad. por Philip S. Watson, Filadיlfia. Westminster, 1953. Gottfried Quell e Ethelbert Stauffer, “Agapao etc.”, TDNT, I, 21-55. Norman H. Snaith, The Distinctive Ideas of the Old Testament, Londres. Epworth Press, 1944, pp. 94-142.
J. W. R.

                    AMAR - Dicionario Vine Antigo e Novo Testamento
אהב ’ahab ou אהב ’aheb -  אהבה ’ahabah

A- Verbo.
'דhab (אהב) ou ’דheb (אהב): “amar, gostar”. Este verbo aparece no moabita e no ugarםtico. Ocorre em todos os perםodos do hebraico e ao redor de 250 vezes na Bםblia.

Basicamente, este verbo י equivalente a “amar” no sentido de ter um forte afeto emocional e desejo ou de possuir ou de estar na presenחa do objeto. Primeiro, a palavra se refere ao amor que um homem tem por uma mulher e uma mulher por um homem. Tal amor estב arraigado no desejo sexual, embora, por via de regra, o desejo esteja dentro dos limites das relaחץes legםtimas: ‘¸ Isaque trouxe-a para a tenda de sua mדe, Sara, e tomou a Rebeca, e foi-lhe por mulher, e amou-a” (Gn 24.67). Esta palavra se refere a um amor erףtico, mas legםtimo, fora do casamento. Tal emoחדo pode ser um desejo de se casar e cuidar do objeto desse amor, como no caso do amor de Siquיm por Dinב (Gn 34.3). Em raras ocasiץes 'דhab (ou ’דheb) significa nדo mais que pura luxתria — um desejo desregrado de ter relaחץes sexuais com seu objeto (cf. 2 Sm 13.1). O casamento pode ser consumado sem a presenחa de amor por um dos parceiros (Gn 29.30).

Raramente ’דhab (ou ’דheb) diz respeito a fazer amor (isto י representado pelo termo yדda\ “conhecer". ou por sדkab. “deitar-se”). Nדo obstante, a palavra parece ter este significado adicional em 1 Rs 11.1: "E o rei Salomדo amou muitas mulheres estranhas, e isso alיm da filha de Faraף” (cf. Jr 2.25). Osיias parece usar esta acepחדo quando escreve que DEUS lhe disse: "Vai outra vez, ama uma mulher, amada de seu amigo e adתltera" 1 Os 3.1). Este י o significado predominante do verbo quando aparece no radical causativo (como parricםpio ·. Em todas as ocasiץes, menos uma (Zc 13.6), דhab (ou 'דheb> significa aquele com quem a pessoa fez ou quis fazer amor: "Sobe ao Lםbano, e clama, e levanta a ma voz em Basד. e clama desde Abarim, porque estדo quebrantados os teus namorados" (Jr 22.20: cf. Ez 16.331.

O termo 'דhab (ou 'דheb) tambיm י usado para aludir ao amor entre pais e filhos. Em sua primeira ocorrךncia bםblica, a palavra retrata o afeto especial de Abraדo por seu filho Isaque: ‘¸ disse: Toma agora o teu filho, O teu תnico filho, Isaque, a quem amas" (Gn 22.2). A palavra ’דhab (ou ’דheb) pode se referir ao amor familiar experimentado por uma nora por sua sogra (Rt 4.15). Este tipo de amor tambיm י representado pela palavra rדham.

As vezes, 'דhab (ou ,דheb) descreve um forte afeto especial que um escravo tem por seu senhor sob cujo domםnio ele deseja permanecer: “Mas, sc aquele servo expressamente disser: Eu amo a meu senhor, e a minha mulher, e a meus filhos, nדo quero sair forro” (ֺx 21.5). Talvez aqui haja uma implicaחדo de amor familiar; ele “ama" seu senhor como um filho “ama" seu pai (cf. Dt 15.16). Esta ךnfase pode estar em 1 Sm 16.21, onde lemos que Saul '"amou muito” Davi. Israel veio a “amar” e admirar profundamente Davi, de forma que eles observavam todos os seus movimentos com admiraחדo (1 Sm 18.16).

Uso especial desta palavra diz respeito a um afeto especialmente םntimo entre amigos: “A alma de Jפnatas se ligou com a alma de Davi; e Jפnatas o amou como א sua prףpria alma” (1 Sm 18.1). Em Lv 19.18: “Amarבs o teu prףximo como a ti mesmo” (cf. Lv 19.34; Dt 10.19), ’דhab (ou ’דheb) significa este tipo fraterno ou amigבvel de amor. Alיm disso, a palavra sugere que o indivםduo busca se relacionar com seu irmדo e todas as pessoas de acordo com o que estב especificado na estrutura da lei que DEUS deu a Israel. Este devia ser o estado normal das relaחץes entre os homens.
Este verbo י usado politicamente para descrevei־ a lealdade de um vassalo ou subordinado ao seu senhor. Hirדo. rei de Tiro, “amou” Davi no sentido de que este lhe era completamente leal (1 Rs 5.1).
O forte afeto e desejo emocional sugeridos por 'דhab (ou ’דheb) tambיm podem ser estabelecidos em objetos, circunstגncias, aחץes c relaחץes.

B- Substantivo.
’ahabדh (אהבה): “amor”. Esta palavra aparece por cerca de 55 vezes e representa vבrios tipos de “amor”. A primeira ocorrךncia bםblica de 'ahabדh estב em Gn 29.20, onde a palavra trata do “amor” entre homem e mulher como conceito geral. Em Os 3.1, a palavra י usada para aludir ao “amor” como atividade sexual. Em 1 Sm 18.3. ’ahabדh quer dizer “amor” entre amigos: ¸ Jפnatas e Davi fizeram alianחa; porque Jפnatas o amava como א sua prףpria alma”. A palavra se refere ao “amor” de Salomדo em 1 Rs 11.2 e ao “amor” de DEUS em Dt 7.8.

C- Particםpio.
’דhab (אהב): “amigo”. Esta palavra usada como particםpio pode significar “amigo”: “Os amigos dos ricos sדo muitos” (Pv 14.20).

Fonte: Apazdosenhor.org

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