Capítulo l7
Benignidade versus Porfias
Diversas palavras são usadas para definir benignidade como virtude do fruto do Espírito: bondade, ternura e gentileza. Benignidade do grego é chrestótes, quer dizer bondade, retidão e fazer o que é certo (Rm 3.12; G1 5.22; Ef 2.7; Tt 3.4). No livro do pastor Stanley Horton, Doutrina do Espírito Santo no Antigo e no Novo Testamento, ele define benignidade desta maneira:
A benignidade é a generosidade que procura ver as pessoas da melhor maneira possível. É compassiva e dá a resposta branda, que segundo disse Salomão, desvia a ira, ou evita explosões de raivas (Pv 15.1). (HORTON, 1993, p. 194)
Na Vulgata Latina, benignidade é benignitas, trata-se de uma pessoa lhana, delicada, cortês, afável, que sabe tratar bem. Sumariamente, benignidade é uma pessoa bonita em generosidade, que sua presença é maravilhosa, doce, que todos se sentem bem de estar ao seu lado e que muitos nem sequer ousem atacar (2Co 6.6).
Estudiosos dizem que uma pessoa que tem a benignidade em sua vida, está carimbada com o símbolo de Deus, visto que Ele é a expressão maior da bondade (ICo 13.4).
Quem deseja ver a expressão maior da benignidade basta tão somente olhar o exemplo de Jesus na Palavra, Paulo diz que se desejamos ser benignos devemos imitá-lo (Ef 4.32). Atitudes inflexíveis e severidade, não fazem parte do caráter do servo de Cristo, mas sim a humildade, o respeito e a consideração.
Precisamos ter em nossa vida a benignidade, uma vez que é por meio dela que conseguimos manter a unidade do Corpo, a Igreja, pois quem é benigno sabe dar valor às pessoas. Existem alguns crentes, que estão no meio da igreja, que não medem esforços para tratar mal ou desvalorizar o seu irmão, isso em qualquer lugar, o que prova que essa virtude do Espírito não está em sua vida. Jesus disse que nossa luz precisa brilhar diante dos homens para que o Pai seja glorificado (Mt 5.14-16), isso acontece quando o crente procura expressar perdão, misericórdia, amor e trata bem pessoas, mas quando ele se blasona, desfaz de alguém por se achar superior, mais intelectual, não somente se tornará alguém que inspira antipatia, mas todos jamais irão querer estar a seu lado. Um homem sem a benignidade perde sua identidade de humano.
Algo muito interessante na benignidade é que não somente os cristãos a contemplavam como algo divino, imperadores, filósofos pagãos, historiadores, todos afirmavam que ela expressava a verdadeira imagem de Deus no homem. Dentro da Escrituras Sagradas a benignidade é definida como tendo sua origem plenamente em Deus.
Tanto no Antigo como no Novo Testamento, Deus é visto como bom, e isso foi confirmado por Jesus, é claro que a maior ênfase sobre a bondade do Ser Etéreo não se dá apenas no campo da moralidade, mas, sim, de sua própria essência, é isso que se pode ver nas muitas citações bíblicas, tanto feitas por profetas como pelos salmistas (Jr 40.11,12; SI 106.1).
Muitos estudiosos, como no caso de Marcião, olharam para as páginas do Antigo e Novo Testamento de modo errado, por isso passaram a entender moralmente a Deus como um ser severo, ríspido e inflexível, porém, os que serviam a Deus com humildade, olharam para sua bondade como algo bem atrativo, gracioso e suave.
No livro História da Teologia, o doutor Bengt Hagglund, escrevendo a respeito de Marcião, diz:
Essa linha de pensamento aproximou Marcião da doutrina gnóstica dos dois deuses. Em Marcião — e isto era característica sua — o Deus criador do Antigo Testamento era o Deus da Lei, que considerava um Deus de severidade e ira, que se vingava de seus inimigos e mantinha seus seguidores em servidão sob a Lei. O Deus supremo, como Marcião o concebia, não era tanto uma essência espiritual abstrata, um Deus infinitamente transcendental; era, antes, o Deus desconhecido que se revelou ao mundo em Cristo. Marcião o conceituava como Deus da graça e misericórdia, o Deus do amor puro. Esse Deus, dizia Marcião, combateu e conquistou o Deus da Lei e da justiça e, por graça pura, salvou os que creram nEle. (HAGGLUND, 1981, p. 33)
Na Enciclopédia de Orlando Boyer, ele fala da benignidade de muitas maneiras:
a) A benignidade de Deus dura para sempre (1 Cr 16.34).
b) A benignidade de Deus leva o homem ao arrependimento (Rm 2.4).
c) O cristão deve revestir-se da benignidade (Cl 3.12).
d) A benignidade é uma virtude do fruto do Espírito Santo (Gí 5.22).
e) O cristão precisa viver na benignidade do Espírito Santo (2 Co 6.6).
f) A benignidade já foi manifestada (Tt 3.4).
g) Ela é pedras preciosas (Ez 27.22).
h) Como bons frutos (Jr 24.2).
A bondade de Deus é imensurável, ela é cosmológica, atinge toda a natureza e beneficia até o mais vil pecador (Lc 6.35; SI 85.12). Deus mostra sua benignidade a todo tempo, isso porque é impossível Ele deixar de agir assim, pois jamais se esquece de ser benigno (Sl 77.9).
Tudo o que acontece de bom em nossa vida vem de Deus, às vezes, não entendemos o seu trabalhar, todavia, como disse Paulo, em tudo devemos dar graças (lTs 5.18), pois esse mesmo apóstolo ensinou que tudo coopera para o bem daqueles que amam a Deus (Rm 8.28). Cremos que Deus está no controle das coisas, e tudo que acontece em nossa vida é por causa de sua benignidade. Mencionamos anteriormente que Deus é bom em absoluto, o salmista confirma isso dizendo que seus juízos são benignos. “Desvia de mim o opróbrio que temo, pois os teus juízos são bons” (Sl 119.39).
No Salmo 119, do versículo 33 a 40, o autor mostra o seu interesse e desejo pela educação divina, ele deseja que sua vida seja orientada pela Palavra, para que não se torne um homem insensato. Note a presença dos verbos: ensina-me; dá-me entendimento; faz-me andar; inclino meu coração.
O que notamos nesses versículos é que o salmista busca harmonizar sua vida com a vida divina, ele não quer andar de qualquer maneira, mas almeja trilhar as veredas da santidade dos mandamentos da Palavra.
Quem não tem um coração transformado pela Palavra pode inclinar-se às coisas desta vida e esquecer-se de Deus, mas quem inclina o coração para a Palavra vence. O desejo do salmista é que seu coração se apegue à Palavra de Deus, já que desse modo poderá vencer a cobiça pelas coisas materiais, como também os falsos valores deste mundo vil (Mt 26.41).
Aquele que anda no temor do Senhor, ou seja, em plena reverência para com os mandamentos divinos, com certeza desfrutará das promessas divinas. Há um temor no coração do salmista: o opróbrio que temo (Sl 119.39), ele não queria afogar- se nas zombarias dos homens, de modo que não correspondesse com os ensinos dos mandamentos. O salmista diz que os juízos do Senhor são bons, João diz que os mandamentos do Senhor não são pesados (ljo 5.3).
Nas palavras do salmista entendemos que os mandamentos do Senhor são benignos, eles servem para educar e orientar, pois o que Deus deseja é que seus filhos sejam instruídos para salvação (SI 119.65,68). Está escrito em 1 Timóteo 2.4 que o desejo de Deus é que todos sejam salvos e venham ao pleno conhecimento da verdade, mas uma coisa muito interessante podemos notar no Salmo 25.8, onde está escrito que Deus instrui os pecadores a respeito do seu caminho. Isso prova o quanto Ele ama a todos e busca a salvação de todos. Por meio dos ensinos divinos o homem toma conhecimento de sua santidade, misericórdia e benignidade.
Falar dessa benignidade divina é algo espetacular, uma vez que por intermédio dela, o homem pode entender as seguintes coisas sobre Deus:
a) Deus manifesta sua benignidade aos pobres (SI 68.10).
b) Para os que confiam em nEle (SI 68.10).
c) Os que esperam nEle (SI 34.8).
d) Vem para os que o temem (SI 31.19).
e) Para os que buscam amparo nEle (Na 1.7).
O homem do presente século pode desenvolver a benignidade no seu viver, todavia, isso não depende de seus esforços, nem tão pouco acontece pelo fato de desfrutar da bondade divina. Para de fato ser benigno é necessário que o Espírito Santo plante essa virtude na vida de cada pessoa, desse modo o homem poderá ser benigno, caso não seja assim, iremos lamentar como o salmista: um mundo sem pessoas realmente benignas. “Desviaram-se todos, e juntamente se fizeram imundos; não há quem faça o bem, não há sequer um” (Sl 53.3).
A benignidade humana é relativa, não perdura para sempre, ao contrário da benignidade que vem do Espírito Santo de Deus, ela é bela, maravilhosa e dura para sempre, quando o cristão procura viver segundo a lei do amor de Deus.
Os Benefícios da Benignidade
Em muitas passagens do Antigo Testamento destacamos a importância da benignidade, mas agora iremos apresentar seus benefícios à luz do Novo Testamento. No livro dos Salmos, falando da benignidade de Deus, está escrito: “Provai, e vede que o Senhor é bom; bem-aventurado o homem que nele confia” (SI 34.8).
Por mais que tenhamos falhas e cometamos erros, sempre seremos levados a compreender a bondade de Deus. Era isso que o rei Davi sabia, mesmo diante de todos os seus erros. Ele sempre pôde ver o agir divino, por isso diz que em toda e qualquer situação louvaria a Deus, quer fosse em noites escuras ou em um dia bem ensolarado, daí a expressão: “Em todo tempo...”
Os que provam da bondade de Deus jamais desejam abandoná-la, dado que seus benefícios são grandiosos, Paulo diz que por meio dela, o homem é levado ao arrependimento e abandona o pecado (Rm 2.4), o que é confirmado por Pedro também (lPe 2.3), claro que essa bondade não faculta oportunidade para alguém pecar o quanto quiser, pois é bom lembrar que Paulo diz que a bondade vem, também, acompanhada da severidade divina (Rm 11.22). Falando dos benefícios dessa benignidade, atente para este versículo: “Mas quando apareceu a benignidade e a caridade de Deus, nosso Salvador, para com os homens” (Tt 3.4). Na explicação deste versículo o doutor J. N. D. Kelly diz:
Paulo pinta o quadro em cores escuras, com exagerada au- toacusação, mas reflete com exatidão a sincera repugnância que ele, como cristão, sentia ao relembrar o tipo de vida em que ele, e outros cristãos convertidos, tais como Tito e os cretenses, tinham sido envolvidos anteriormente. Não foi nada do que eles mesmos tinham conseguido realizar, mas, sim, somente a intervenção divina, quando, porém, se manifestou a benignidade de Deus, nosso Salvador, que consegui desembaraçá-los daquela vida. (KELLY, 2006, p. 226)
Nesse texto entendemos que a benignidade de Deus é uma ação salvadora para com o pecador, ainda que sua vida estivesse manchada pela escuridão do pecado, a luz de Deus brilhou pelo envio de seu Filho ao Mundo (Jo 3.16; Ef 2.7). Quem passa a viver na benignidade é perdoado e transformado em uma nova criatura, e tem a capacidade espiritual para ser bom para com o seu próximo.
Meus irmãos oremos e estejamos debaixo da orientação do Espírito Santo de Deus, deixemos que as suas virtudes estejam em nós, especialmente a benignidade, pois ela dinamiza nossa vida cristã para considerarmos os outros e evitarmos artifícios que resistam aos bons costumes (lCo 15.33; Cl 3.12). Paulo pediu à igreja de Efeso que cada crente fosse benigno uns para com os outros, pois já somos educados pela graça divina (Ef 4.32), desse modo aquilo que é satírico não tem mais poder em nossa vida, pois fomos transformados e reeducados pelo nosso grande mestre Jesus, que nos limpou dos fardos velhos (Mt 11.30). Portanto, agora podemos ser benignos para com as outras pessoas como Deus foi com cada um de nós.
Os Males da Porfia
O Léxico em Espanhol, de Roberto Hanna, fala de porfia, do grego éris como contenda e rivalidade egoísta (HANNA, 2007, P- 437).
Na Bíblia de Estudos Palavras-Chaves, no Dicionário de James Strong, está escrito que éris é de origem incerta; discussão, isto é, consequentemente brigas: contenda, debate, luta, divergência.
Pela definição dessa palavra, não se pode concluir outra coisa, a não ser que quem está dominado pela obra carnal cometerá sérios prejuízos à obra de Deus. Primeiramente a porfia se dá no campo da mente, é um sentimento hostil que tem como objetivo apenas causar divisões e dissensões entre as pessoas, pois cria discórdias e brigas, sempre dominada pela ambição.
Em sua derivação, erithós apontava para um servo alugado; ou erithia que significa trabalho por contrato, então é uma referência às pessoas que exerciam certas posições oficiais por salários ou dominadas por desejos egoísticos, que para realizar seus intentos presunçosos, criavam facções e partidarismos.
Essa obra da carne busca rasgar com violência e em pedaços aquilo que está unido, que é bom, perfeito e belo. No momento em que um crente é dominado pela porfia, dentro de si acende as labaredas que põe fogo em tudo. Temos visto exemplos de pessoas que matam outras por causa de uma discussão. Devemos sempre procurar evitar as discussões, já que o homem dominado pelas obras da carne é um vulcão adormecido, nele está presente todo tipo de inveja, ira, zanga, ódio e a qualquer instante pode entrar em erupção. Na mitologia grega, éris era a deusa da contenda, seu trabalho era produzir violência, brigas e mortes.
O apóstolo Paulo falou de éris como sendo aquilo que descreve a vida do homem que tira Deus de cena (Rm 1.29), por intermédio dessa porfia as pessoas não se importam com as amizades, o bem-estar com o próximo, a consideração, uma vez que o que é importa é a confusão. Todavia, quem tem o fruto do Espírito Santo de Deus tem a benignidade e jamais procede dessa forma, pois seu propósito é cumprir o que a Palavra ensina (Rm 13.13).
O éris é obra da carne, por isso jamais deve estar no coração do cristão verdadeiro, porém, segundo os gramáticos bíblicos, essa palavra no contexto que Paulo faz uso, lamentavelmente é em relação aos crentes (ICo 3.3; 2 Co 12.20). Observe que as desavenças, as brigas, os debates, preferências, tudo isso estava dividindo o corpo de Cristo, o procedimento desses crentes provou que ainda estavam dominados pela obra da carne chamada porfia.
Falamos no início desse tópico que a porfia rasga, divide e quebra a comunhão, foi isso que aconteceu na igreja de Corinto. As porfias, ali presentes, dividiram os crentes fazendo com que uns gostassem mais de certo apóstolo do que de outros. E com pesar que digo, mas em muitas igrejas existem pessoas que estão influenciadas pelo espírito da porfia, usam sua mente para criar divisão, contenda e toda sorte de intrigas.
O apóstolo Tiago falou que sabedoria que vem do alto é pacífica, moderada e tratável, sempre deseja o bem e trabalha
para promover a unidade da igreja (Tg 3.17). Louvamos a Deus porque em nosso meio existem muitos cristãos sinceros que são dominados pela sabedoria espiritual. Entretanto, Tiago também diz que se no meio do povo de Deus existe amarga inveja e sentimento faccioso no coração, esses estão dominados pela sabedoria terrena, animal e diabólica (Tg 3.14-16).
Quantos não estão atrapalhando, perturbando e causando escândalos à fé de certos crentes por estarem ensinando doutrina de demônios? Alguns têm aparência de piedade, mas, na verdade, são instrumentos de Satanás, destes todos devemos fugir, pois não hesitam em dizer até coisas absurdas apenas para criar partidos para si (2Tm 3.5).
Para que a porfia não domine nossos corações, especialmente, a igreja como Corpo de Cristo, é essencial que o seu lema em todos os sentidos seja a entronização de Cristo, evitar os debates teológicos que não salvam nem edificam, especialmente aqueles que são feitos sem qualquer fundamentação lógica. Paulo disse aos cristãos polêmicos de Corinto que ele não queria propor outras coisas para eles, se não o assunto de Jesus Cristo ressuscitado (lCo 2.2). Paulo não anunciou o evangelho na excelência da sabedoria humana. Ele pregou a mensagem de Deus na cidade de Corinto sem motivos humanos e métodos humanos, mas no poder do Espírito Santo de Deus. Em algumas Bíblias os tradutores colocam a palavra “testemunho”, mas no original aparece mystérion (trata-se dos segredos divinos, e não pode ser descobertos sem a revelação divina [Mt 16.17]). Em se tratando das coisas de Deus.
Paulo não desprezava a sabedoria humana, e, por vezes, fez uso dela. Todavia, era apenas como efeito de introdução, pois até mesmo pregando na Cidade de Atentas, que era muito culta, o início de sua mensagem foi sobre a revelação do Deus criador e conclui com a ressurreição, tema que o apóstolo bem sabia que não tinha tanta aceitação entre os gregos.
Entronizemos nas nossas pregações e ensinos a mensagem da cruz de Cristo, e jamais intencionemos buscar atrair membros para nós mesmos, para nossas teses teológicas, deixemos que Jesus seja a atração maior, o centro de tudo, pois nossa salvação custou o seu sangue (1 Pe 1.18.19). A igreja que destrona Jesus está morta há muito tempo (Ap 3.20).
Lembre-se, querido irmão, a porfia não é apenas contendas de palavras com uma pessoa; ela é obra da carne e pode atingir qualquer um de nós. No momento em que um pastor ou irmão começa a elogiar seu trabalho, querendo desfazer de outro, já é contenda; quando age falando mais de si mesmo do que do evangelho, já é éris; quando busca mais honra para si mesmo do que para Jesus, já é porfia também; quando prega por inveja, é porfia. Rendamo-nos ao Espírito Santo e deixemos que Ele faça brotar em nós os melhores frutos.
As Obras da Carne e o Fruto do Espirito
📘📌 Telma BuenoEditora responsável pela Revista Lições Bíblica Adultos
SUBSÍDIOS CPAD
INTRODUÇÃO
I- A BENIGNIDADE FUNDAMENTA-SE NO AMOR
II- A PORFIA FUNDAMENTA-SE NA INVEJA E NO ORGULHO
III-REVISTAMO-NOS DE BENIGNIDADE
II- A PORFIA FUNDAMENTA-SE NA INVEJA E NO ORGULHO
III-REVISTAMO-NOS DE BENIGNIDADE
CONCLUSÃO
Na lição de hoje estudaremos a benignidade como um aspecto do fruto do Espírito e antídoto contra as porfias. O texto bíblico da lição se encontra em Colossenses 3.12-17. Porém, para aprofundar sua reflexão, é importante que você leia todo o capítulo 3 da carta e destaque o tema central do capítulo. O que Paulo desejava evidenciar? Ele pretende mostrar que nossas atitudes refletem o Deus que declaramos conhecer e servir. Nossa vida cristã precisa ser evidenciada mediante nossas ações. Jesus afirmou que somos o sal e luz deste mundo. Para evidenciar tal ensino, Paulo faz ao longo do capítulo, um paralelo entre morte e ressurreição. Fica evidente que se experimentamos o novo nascimento, precisamos buscar as coisas que são de cima (Cl 3.1-4). Nossos corações e mentes devem estar voltados para o Reino, pois quem tem o coração no Reino de Deus é benigno e certamente rejeitará as porfias.
A nova vida em Cristo exige renuncia e implica em certos princípios de conduta. Por isso, Jesus proferiu o magnífico Sermão do Monte. Neste sermão Ele mostra qual deve ser a conduta dos súditos do Reino. Quando falamos em conduta, é importante ressaltar que não se trata de legalismo, mas segundo o Comentário Bíblico Pentecostal é antes de tudo “uma exortação ao tipo de comportamento que flui da participação do crente na vida ressurreta de Cristo.”
Jesus precisa ser nosso referencial de bondade, pois ensinou a humanidade a amar a Deus e ao nosso próximo (Mt 22.35-39). Mas, infelizmente muitos não querem viver segundo os ensinos do Mestre. Como cristãos precisamos seguir os exemplos do nosso Salvador: “Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu fiz, façais vos também” (Jo 13.15). Temos que ser influenciados não pela nossa cultura, mas por Jesus. Ele é o nosso modelo de caráter. Se observarmos o caráter de Jesus veremos que Ele é o oposto daqueles que praticam maldade e porfias. Observe:
Sugestão didática:
Reproduza o esquema abaixo no quadro. Converse com os alunos a respeito da benignidade e porfias (contendas, discussões, brigas). Em seguida, pergunte aos alunos quais seriam os sinais de uma pessoa benigna e uma pessoa que gosta de brigas e discussões. À medida que forem falando vá relacionando no quadro.
Reproduza o esquema abaixo no quadro. Converse com os alunos a respeito da benignidade e porfias (contendas, discussões, brigas). Em seguida, pergunte aos alunos quais seriam os sinais de uma pessoa benigna e uma pessoa que gosta de brigas e discussões. À medida que forem falando vá relacionando no quadro.
SINAIS DE BENIGNIDADE SINAIS DE PORFIA
Misericórdia | Falta de compaixão |
Bondade | Sempre vê o lado ruim de tudo |
Telma BuenoEditora responsável pela Revista Lições Bíblica Adultos
SUBSÍDIOS CPAD
👇 FONTE : Apazdosenhor
📌📖Chrestotes χρηστοτης - Lê-se Crístotês - Benignidade - Obra da Carne e o Fruto do Espirito - William Barclay
A Benignidade Divina
A quinta virtude no fruto do Espirito é chrèstotès. Em Gálatas,VB e P traduzem por “bondade” , ao passo que a TB, ARC, ARA, BJ e Mar. traduzem por “benignidade.” a BLH tem “ ternura,” e “gentileza” representa a tradução oferecida na RV, RSV, Kingsley Williams e Moffatt.
Em 2 Co 6.6; Ef 2.7; Cl 3.12; Tt 3.4 a tradução em português e geralmente “benignidade” , com “bondade” como outra alternativa.
R. C. Trench diz a respeito de chrèstotès: “é uma bela palavra para a expressão de uma bela graça” . A Vulgata traduz a palavra por bonitas, que é bondade ou generosidade, ou por benignitas, de onde provém o
adjetivo benigno. A Bíblia Católica Romana de Rheims chega bem perto do significado quando traduz chrèstotès por benignidade e em 2 Co 6.6 por doçura. Plummer, comentando 2 Co 6.6, diz que chrèstotès nos homens é “a gentileza simpática ou doçura de gênio que deixa os outros a vontade e recua diante da ideia de provocar dor” .
Cl 3.12 Portanto, como eleitos de DEUS, santos e queridos, revesti-vos de entranhada misericórdia, de bondade, humildade, doçura, paciência. Bíblia Ave-Maria (católica)
É uma palavra que chegou ao vocabulário cristão com uma história importante. Marco Aurélio a usa para descrever DEUS. Fala da benignidade com que DEUS tem glorificado ao homem (Meditações 8.34). Fala do dever do homem de perdoar o pecador e o néscio, e diz que isto é um dever porque os deuses são chrèstoi, são benignos, porque eles também perdoam ao pecador (Meditações 8.11). Os filósofos pagãos cantavam os louvores da virtude da benignidade. Marco Aurélio estipula que “a benignidade (to eumenes) é irresistível, quando é sincera e não é um sorriso fingido ou uma mascara colocada” (Meditações 11.18). Epiteto diz que um homem perde a própria essência da varonilidade, a qualidade distintiva que faz dele um homem, quando perdeu sua benignidade (to eugnõri) e sua fidelidade. Diz que conhecemos a moeda e sabemos a quem uma moeda pertence pela impressão existente nela; e depois diz que sabemos que o homem pertence a DEUS quando tem em si o carimbo da mansidão, da generosidade, da paciência e da afeição, quando é hèmeros, koinõnikos, anektikos e filallèlos.
Até mesmo os filósofos pagãos teriam definido que é a benignidade que torna o homem semelhante a DEUS.
Mas é na LXX que chrèstotès tem seu pano de fundo mais importante para o pensamento neo-testamentário. Na LXX chrèstos e chrèstotès são usadas mais comumente a respeito de DEUS do que qualquer outra pessoa. É uma revelação que traz regozijo o fato de descobrirmos que, quando nossas versões bíblicas chamam DEUS de bom, repetidas vezes o significado não é tanto a bondade moral quanto a benignidade. Muitas vezes, quando voltamos a LXX, achamos que bom é chrèstos e bondade é chrèstotès.
Frequentemente o salmista canta: “Rendei graças ao SENHOR, porque ele é benigno, porque a sua misericórdia dura para sempre” (sal 106.1; 107.1; 136.1; Jr 40.11).
O que comove o coração do salmista não é a bondade moral de DEUS, mas a Sua pura benignidade. Seu único direito aos dons de DEUS e sua única esperança de perdão, acham-se no fato de que DEUS é benigno; sua oração é para que DEUS o ouça e para que lhe seja misericordioso porque Ele é benigno (sal 69.16; 86.3; 100.5; 109.21). “ Lembre-te de mim” , ele ora, “ segundo a tua misericórdia, por causa da tua benignidade, o SENHOR” (sal 25.7). “DEUS é o único rei e o único benigno (gracioso)” (2 Mac. 1.24). Os sacerdotes e os levitas cantam seu louvor a DEUS porque Sua benignidade (misericórdia) e glória estão para sempre em todo Israel ( 1Ed 5.61).
A bondade de DEUS não é uma santidade moral que provoca no homem um recuo aterrorizado; é uma benignidade que o atrai a Ele com amor. O AT vê esta benignidade de DEUS expressa de certas maneiras.
i. A benignidade de DEUS é expressa na natureza. “Também o SENHOR dará benignidade,” diz o salmista, “ e a nossa terra produzirá o seu fruto” (sal 85.12). DEUS abençoara a lavoura do ano por causa da Sua benignidade (sal 64.11 — LXX). Quando DEUS abre a Sua mão, os homens ficam satisfeitos com a benignidade (sal 104.28). A liberalidade da natureza é a expressão da benignidade de DEUS.
ii. A benignidade de DEUS expressa-se nos eventos da história. O salmista divulgara a memória da benignidade de DEUS (sal 145.7). Dá graças a DEUS por aquilo que DEUS tem feito; o nome de DEUS é bom, benigno, diante dos santos (sal 52.9). DEUS foi adiante do rei com bênçãos da benignidade e pôs-lhe na cabeça uma coroa de ouro puro (sal 20.3).
iii. A benignidade de DEUS expressa-se até mesmo nos julgamentos divinos. O salmista ora: “Afasta de mim o opróbrio, que temo, porque os teus juízos são benignos” (sal 119.39). Se os julgamentos de DEUS fossem apenas moralmente bons, logo, não sobraria nada senão o medo; mas os juízos de DEUS são benignos, e nisto temos a nossa esperança.
iv. A benignidade de DEUS expressa-se na instrução divina. “ Tu és benigno,” diz o salmista a DEUS, “na Tua benignidade, portanto, ensina-me os teus decretos” (sal 119.65-68). DEUS é reto e benigno, e por essa mesma razão, instruíra os pecadores a respeito do caminho (sal 25.8). A benignidade de DEUS expressa-se na revelação da Sua vontade e santidade diante dos homens.
v. A benignidade vem de maneira muito especial para certas pessoas. Vem para os que se sentem aflitos. O Senhor é benigno para com aqueles que se refugiam no dia da sua angustia (Na 1.7). Vem para os
que são pobres, para aqueles que conhecem muito bem a sua própria incapacidade e insuficiência. DEUS na Sua benignidade preparou para os pobres (sal 68.10). A benignidade vem para aqueles que esperam e confiam em DEUS. O apelo do Salmista é no sentido de que os homens provem e vejam que DEUS é benigno, e que a alegria vem ao homem que coloca nEle a sua esperança (sal 34.8). Vem para aqueles que O reverenciam e temem. Há grande benignidade reservada para os que temem a DEUS (sal 31.19). Vem para aqueles que esperam em DEUS. O Senhor é benigno para com os que esperam nEle (sal 145.9).
vi. Portanto, não é surpreendente que o fato de possuir este tipo de benignidade torna o homem bom, e que negligenciá-la traz a condenação divina. A lamentação do salmista é por não haver ninguém que pratique a benignidade, e por não haver ninguém que é benigno, nem sequer uma só pessoa (sal 53.3). Confia no Senhor, diz o salmista, e faze o bem. Espera no Senhor, e sê benigno (sal 36.3). A tragédia da vida é que não há ninguém que pratique a benignidade (sal 13.1, 3). O homem bom e benigno é aquele que se compadece e empresta (sal 112.5). Importar-se com os outros faz parte da própria essência da vida virtuosa; ser bom é ser benigno, e ser benigno é ser bom.
vii. Finalmente, no que diz respeito ao AT, podemos notar que a palavra chrèstos pode descrever algo muito precioso, porque em Ezequiel é usada duas vezes para descrever pedras preciosas (Ez 27.22; 28.13); e que pode descrever algo que é bom e útil, porque em Jeremias é usada para descrever figos bons em contraste com frutos podres (Jr 24.2, 4, 5).
Isto realmente acrescenta algo ao significado da palavra, porque pode existir uma benignidade que enfraquece e debilita, mas a benignidade que o AT exige da parte dos homens e constantemente atribui a DEUS é proveitosa, preciosa e saudável.
Agora voltemo-nos para as ocorrências das palavras no NT.
i. O NT também fala da benignidade e da longanimidade de DEUS (Rm 2,4), e Paulo pode somente condenar o homem que não vê que esta benignidade de DEUS visa conduzir-nos ao arrependimento (Rm 2.4). Na realidade, deve ser assim: a própria benignidade de DEUS é a dinâmica da bondade cristã. Pelo fato de que os homens tiveram a experiência de que o Senhor é benigno, devem deixar de lado todas as coisas pecaminosas (1 Pe 2.3). Nunca deve-se considerar que a benignidade de DEUS oferece oportunidade para pecar; é uma coisa terrível procurar tirar dela proveito indevido. De qualquer maneira, esta benignidade de DEUS não é algo sentimental e negligente, porque juntamente com ela está a severidade de DEUS (Rm 11.22).
Em DEUS há uma combinação de força e suavidade. A benignidade de DEUS é universal, porque DEUS é benigno até mesmo para com os ingratos e maus (Lc 6.35). A verdade é que é impossível viver no mundo e desfrutar da luz do sol sem experimentar a benignidade de DEUS; não há homem que não tem divida para com esta benignidade porque ela é outorgada de modo universal, não de conformidade com o merecimento dos homens, mas segundo a liberalidade de DEUS em dar.
A benignidade de DEUS tem um poder salvífico. É a benignidade de DEUS, nosso Salvador (Tt 3.4). É uma benignidade que perdoa os pecados do passado e que, mediante o Espirito SANTO, fortalece os homens para
a benignidade no futuro. Não somente perdoa o pecador; também transforma-o em um homem bom. E por isso que a benignidade de DEUS para conosco é exemplificada e demonstrada, acima de tudo, em JESUS CRISTO (Ef 2.7). A vinda de JESUS CRISTO é o ato supremo da benignidade de DEUS, e em JESUS CRISTO esta virtude é encarnada no ser humano.
ii. Assim como no AT, também no NT a benignidade é uma característica da vida virtuosa. Paulo cita o salmista, dizendo que a tragédia da vida é que não há quem faca o bem, não há quem seja benigno (Rm 3.12).
O perigo da vida é que as mas companhias corrompem os bons costumes que o cristão sempre deve ter (1 Co 15.33). Esta benignidade é uma das coisas que o cristão deve vestir como parte da vestimenta da vida cristã (Cl 3.12).
É com esta benignidade que os cristãos devem perdoar uns aos outros, e este perdão segue o modelo que nos mesmos recebemos de DEUS. “Antes sede uns para com os outros benignos, perdoando-vos uns aos outros, como também DEUS em CRISTO vos perdoou” (Ef 4.32). Ate mesmo as virtudes mais rigorosas perdem seu valor se esta benignidade não estiver presente na vida (2 Co 6.6).
Ainda restam mais duas ocorrências da palavra no NT, que faltam ser estudadas, e que tem mais para acrescentar ao quadro desta palavra. Em Lc 5.29 chrèstos é usado para o vinho que se envelheceu e amadureceu. A dureza, aspereza e amargura foram banidas pela benignidade cristã, é a graciosidade madura do amor cristão permanece. Em Mt 11.30 JESUS diz: “Meu jugo é suave.” Ali, chrèstos pode significar bem-adaptado. O serviço de CRISTO não é autoritariamente imposto sobre um homem; não age como um capataz de escravos; é algo benigno, e a tarefa que CRISTO dá a um homem lhe é feita sob medida.
A benignidade cristã é bela e amável, e o seu encanto provem do fato de que ela significa tratar os outros do modo que DEUS nos tratou.
Benignidade - χρηστοτης chrestotes - Dicionário Strong1) bondade moral, integridade
2) benignidade, bondade
2) benignidade, bondade
“Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber” (At 20.35). Não há equívoco algum no versículo que transcrevemos. É melhor, muito melhor, dar do que receber, afirma a Palavra de DEUS, em contraste com o espírito cobiçoso e interesseiro que sempre está alerta quando ouve pronunciar a palavra receber. Paulo recordou essas palavras de JESUS porque sabia quão grande era o prazer de dar, dar bens materiais, dar atenção, dar amor, dar a própria vida em favor do progresso do Evangelho de JESUS CRISTO e para o bem do próximo!
Porfia - eritheia - εριθεια - Lê-se Periciá - Discórdia - Obra da Carne e o Fruto do Espirito - William Barclay B: facões; ARC: pelejas; ARA: discórdias; BJ: discussões; Mar: rixas; P: rivalidade; BLH: separam-se em partidos; BV: esforço constante para conseguir o melhor para si próprio. Outras traduções de outras ocorrências da palavra — ARC: contenção; ARA: discórdia; P: espírito de partidarismo; BV: fazer inveja (Fp 1.17). BV: desavenças (2 Co 12.20); ser egoísta (Fp 2.3). As numerosas e variadas traduções desta palavra demonstram a incerteza do seu significado. No entanto, fica bastante claro o que ela quer dizer de modo geral. Descreve uma atitude errada na realização de um serviço e na detenção de um cargo. No grego secular a palavra, com seu verbo correspondente, tinha dois sentidos. i. Erithos é trabalhador diarista, eritheuesthai, o verbo, é trabalhar por contrato, e eritheia é o trabalho contratado. A palavra pode ser usada nesse contexto, sem o menor mau sentido. Lemos, por exemplo, em Tobias, que Ana ganhava dinheiro com trabalho feminino (Tob. 2.11). Todas estas palavras simplesmente têm conexão com o trabalho em troca de pagamento. Mas, a distância entre trabalhar por pagamento e trabalhar somente por pagamento, ou trabalhar sem outro motivo do que ver quanto a pessoa pode ganhar, não é muito grande. A palavra, portanto, pode descrever a atitude do homem que não tem consideração pela prestação do serviço, nenhum orgulho no artesanato fino, nenhuma alegria no trabalho, e que se ocupa em qualquer trabalho visando somente o que pode ganhar com ele. ii. Em Aristóteles, eritheuesthai, o verbo, adquire outro significado. Talvez, aqui também, o significado não seja totalmente claro, mas neste caso a atmosfera geral também fica clara. Em Aristóteles a palavra significa angariar votos para um cargo mediante partidários contratados, e Aristóteles alista esta atividade como uma das praticas que finalmente levam às revoluções. Rackham a traduzia por “ intrigas eleitorais” . Por trás disto há algo da mesma ideia que se liga ao primeiro significado da palavra. A ação política descrita acha-se na atividade de um homem cujo único motivo é a ambição partidária ou pessoal, e que não concorre a um cargo com o desejo nobre de servir ao Estado, a comunidade, e ao seu próximo, mas que apenas procura satisfazer sua ambição pessoal, seu desejo pessoal pelo poder, ou a exaltação de um partido em concorrência com outros, e não pelo bem do estado. A palavra descreve a atitude do homem que está num emprego público visando as vantagens que pode usufruir, mas, desta vez, o motivo não é tanto o lucro material ou financeiro quanto o prestigio e poder pessoais. Burton traduz a palavra pela frase: “ dedicação egoísta aos seus próprios interesses.” Paulo usa a palavra quatro vezes. Em Rm 2.8 fala daqueles que são ex eritheias, aqueles que são dominados pela eritheia e que desobedecem a verdade, e contrasta-os com aqueles que, perseverando em fazer o bem, procuram glória, honra e incorruptibilidade, e fica bem claro que não se trata de glória e honra humanas. Em 2 Co 12.20 usa-a no tocante aos pecados que receia achar em Corinto, ligando-a com invejas, iras, porfias, detrações, intrigas, orgulho e tumultos. Em Fp 1.17 usa-a no tocante aqueles em cuja proclamação do evangelho o motivo principal é a concorrência com ele próprio, aqueles cuja pregação visa mais frustrá-lo do que glorificar a CRISTO. Em Fp 2.3conclama os filipenses a não fazerem nada com eritheia ou soberba, cada um considerando os outros superiores a si mesmo, e depois segue-se a grandiosa passagem que diz como JESUS CRISTO esvaziou-Se da Sua glória por amor aos homens. Estes usos são relevantes para fixar o significado que Paulo atribuía à palavra. Deve ser notado que três das quatro ocorrências aparecem em contextos nos quais o problema principal acha-se nos partidos em mútua concorrência dentro da Igreja. A igreja em Corinto estava dividida em partidos concorrentes entre si; na igreja em Filipos a pregação se tornara em um meio de diminuir a Paulo ao invés de proclamar a CRISTO. Em Paulo, a palavra denota claramente o espírito de ambição e rivalidade pessoais que tem como resultado um partidarismo que considera o partido acima da Igreja. Semelhante motivação já seria bastante ruim no mundo, mas é uma tragédia quando invade a Igreja. Mas é exatamente isso o que acontece. Há aqueles cuja obra na Igreja visa exaltar sua própria proeminência e importância, e que ficam amargamente decepcionados quando não recebem a posição e as honrarias que acreditam ter merecido. Há aqueles, por mais cruel que pareça ser esta declaração, que trabalham em comissões e juntas porque estes são o único lugar no mundo onde podem parecer ser alguém. O serviço deles, que parece ser voluntario, e um meio de gratificar um desejo pelo poder. Além disso, há aqueles membros na Igreja, o pior tipo deles, que realmente planejam e fazem intrigas para apoiarem uma política ou uma linha; e é bem possível que estejam mais interessados em obter o triunfo da sua política do que o bem-estar geral da Igreja. Não é impossível ouvir debates prolongados nas reuniões da Igreja onde a preocupação não visa tanto a missão da Igreja quanto o triunfo de algum partido, política, ou até mesmo pessoa dentro da Igreja. Há uma só resposta para tudo isto. Enquanto CRISTO ficar no centro da vida do individuo e da Igreja, eritheia, a ambição pessoal e a rivalidade partidária, não poderá sequer começar a aparecer; mas quando CRISTO for removido do centro e as ambições e políticas de qualquer homem se tornarem o centro, certa e inevitavelmente eritheia, a competição pessoal, invadirá a Igreja e perturbará a paz dos irmãos. Quando alguém luta com outros por cargo na igreja visando o salário e não o bem do povo de DEUS, isso é eritheia - εριθεια - Lê-se Periciá - Obra da Carne. Porfia - eritheia - εριθεια - Lê-se Periciá - Discórdia - Obra da Carne - Coleção Comentários Expositivos Hagnos - Hernandes Dias Lopes Pecados sociais. “... inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas...” (5.20b,21a). Esses oito pecados envolvem transgressões ligadas aos relacionamentos. Inimizade é uma atitude mental que provoca e afronta outras pessoas. Porfias e ciúmes referem-se a rivalidades. As iras sao acessos de raiva, e as discórdias dizem respeito às ambições interesseiras e egoístas que criam divisões na igreja. Dissensões e fiacçoes são termos análogos; o primeiro sugere divisão, e o segundo, rompimentos causados por um espírito partidário. As invejas indicam rancores e o desejo profundo de ter aquilo que os outros têm. Vamos detalhar um pouco mais esses termos.
- Inimizades. A palavra grega exthrai, traduzida por “inimizades”, significa hostilidade, animosidade. Trata-se daquele sentimento hostil nutrido por longo tempo, que se enraiza no coração. A ideia é a de um homem que se caracteriza pela hostilidade para com seu semelhante. É o oposto do amor.
- Porfias. A palavra grega eris, traduzida por “porfias”, significa lutas, discórdias, contendas, querelas. Traz a ideia de alguém que luta contra a pessoa com a finalidade de conseguir alguma coisa, como posição, promoção, bens, honra, reconhecimento. É a rivalidade por recompensa.
- Ciúmes. A palavra grega zelos, traduzida por “ciúmes”, significa querer e desejar possuir aquilo que o outro tem. Podem ser tanto coisas materiais quanto reconhecimento, honra ou posição social. Implica entristecer-se não apenas porque não se tem algo, mas porque outra pessoa o tem.
- Iras. A palavra grega thumoi, traduzida por “iras”, significa arder em ira ou ter indignação. Trata-se de um temperamento violento e explosivo, presente em pessoas que estouram por qualquer motivo e manifestam destempero emocional. A palavra thumoi não é tanto um ódio que perdura quanto uma cólera que se inflama e se apaga no momento.
- Discórdias. A palavra grega eritheiai, traduzida por “discórdias”, significa conflitos, lutas, contendas. Trata -se de um espírito partidário e tendencioso. Descreve a pessoa que busca um cargo ou posição não para servir ao próximo, mas para auferir proveito próprio.
- Dissensões. A palavra grega dichostasiai, traduzida por “dissensões”, significa sedição, rebelião, e também posicionar-se uns contra os outros. Trata-se daquele sentimento que só pensa no que é seu, e não também no que é dos outros.
- Facções. A palavra grega aireseis, traduzida por “facções”, significa heresias, a rejeição das crenças fundamentais em Deus, Cristo, as Escrituras e a igreja. Envolve abraçar crenças sem o respaldo da verdade. É muito provável que Paulo tenha usado o termo com referência aos elementos divisores na igreja que desembocaram em grupos ou seitas. Tais grupos exclusivos (ou panelinhas) fragmentaram a igreja. E mais que natural que esses grupos se considerassem certos e todos os outros errados. Paulo condenou semelhante sectarismo, tachando-o de “obras da carne.
- Invejas. A palavra grega fthonoi, traduzida por “invejas”, vai além dos ciúmes. E o espírito que deseja não somente as coisas que pertencem aos outros, mas se entristece pelo fato de outras pessoas possuírem essas coisas. Os invejosos não apenas desejam o que pertence aos outros, mas anseiam que os outros sofram por perder essas coisas. Trata-se das pessoas que se alegram com a tristeza dos outros. Não é tanto o desejo de ter as coisas, mas o desejo de que os outros as percam. E entristecer-se por algum bem alheio. Eurípedes chamou a inveja de “a maior enfermidade entre os homens”.
- Verbo. ríb (ריב): “pelejar, lutar, contender”. Este verbo ocorre 65 vezes e em todos os períodos do hebraico bíblico. Em Êx 21.18, rib é usado com relação a uma luta física: Έ, se alguns homens pelejarem, ferindo um ao outro com pedra ou com o punho, e este não morrer...” O termo ríb aparece em Jz 6.32 com o significado de “combater” por meio de palavras.
- Substantivos.
ríb (ריב): “contenda, discussão, disputa, processo, demanda, altercação, causa”. Este substantivo só tem um cognato no aramaico. Suas 60 ocorrências ocorrem em todos os períodos do hebraico bíblico.
O substantivo ríb é usado para designar conflitos fora do âmbito dos casos legais e dos tribunais. Este conflito entre indivíduos pode se manifestar em disputa, como em Pv 17.14: “Como o soltar as águas, é o princípio da contenda; deixa por isso a porfia, antes que sejas envolvido”. Em Gn 13.7,8 (primeira ocorrência de ríb), a palavra é usada para se referir à “contenção” anterior para desencadear luta entre dois grupos: “E houve contenda entre os pastores do gado de Abrão e os pastores do gado de Ló”. Em tal caso, aquele com “contenda" é claramente a parte culpada. O termo ríb representa "disputa" entre duas partes. Esta “disputa" é estabelecida no contexto de uma estrutura legal mútua ligando ambas as partes e um tribunal que é autorizado a decidir e executar justiça. Isto pode envolver "altercação" entre duas partes desiguais (um indivíduo e um grupo), como quando todos os israelitas disputaram com Moisés, afirmando que ele não tinha cumprido sua parte no trato fornecendo provisões suficientes para eles. Moisés apelou para o Juiz, que 0 vindicou enviando água da rocha (rochedo íngreme?) ao ser golpeada por Moisés: “E chamou 0 nome daquele lugar Massá e Meribá, por causa da contenda dos filhos de Israel” (Êx 17.7). Deus decidiu quem era a parte culpada, Moisés ou Israel. A “altercação” pode ser entre dois indivíduos, como em Dt 25.1, onde os dois disputantes vão aos tribunais (ter um “processo” ou “controvérsia” não significa que a pessoa seja má): “Quando houver contenda entre alguns, e vierem a juízo para que os juizes os julguem, ao justo justificarão e ao injusto condenarão”. Em Is 1.23, O juiz injusto aceita suborno e não permite que a “causa” (os argumentos) justa da viúva chegue perante dele. Provérbios 25.8,9 admoestam o sábio: “Pleiteia a tua causa com o teu próximo”, quando este pode “te confundir”. O termo ríb representa o que acontece na situação real de um tribunal. E usado para aludir ao processo inteiro de adjudicação: “Nem ao pobre favo- recerás [serás parcial] na sua demandá’'’ (Ex 23.3; cf. Dt 19.17). Também é usado para se referir às várias partes de um processo. Em Jó 29.16, o patriarca defende sua retidão afirmando que ele era defensor dos indefesos: “Dos necessitados era pai e as causas de que não tinha conhecimento inquiria com diligência”. Aqui, a palavra significa a falsa acusação trazida contra um acusado. Mais cedo no Livro de Jó (Jó 13.6), ríb representa os argumentos da defesa: “Ouvi agora a minha defesa e escutai os argumentos dos meus lábios”. Em outro lugar, a palavra descreve os argumentos da acusação: “Olha para mim. SENHOR, e ouve a voz dos que contendem comigo [literalmente, “os homens que apresentam 0 caso da acusação”]” (Jr 18.19). Finalmente, em Is 34.8. ríb significa um “processo” já discutido e ganho. esperando justiça: “Porque será 0 dia da vingança do SEXHOR. ano de retribuições, pela luta de Sião". Dois outros substantivos relacionados com ríb ocorrem raramente. O termo nfríbãh aparece duas vezes e significa "contenda”. A palavra se refere a uma confrontação extralegal (Gn 13.8) e a uma confrontação legal (Xm 27.14). O vocábulo yãríb ocorre três vezes e quer dizer “disputante, oponente, adversário" (Sl 35.1; Is 49.25; Jr 18.19). São vários os textos que de maneira concisa, relacionam uma série de pecados motivados pela carne e suas ambições. Dicionario Vine Antigo e Novo Testamento. FONTE : Apazdosenhor
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