Lição 08 – Qualidades de quem serve a Deus
(Dc. Werner Freitas)
Texto Bíblico: Dn 2.17-24 Texto áureo: Mt 21.22 1.
INTRODUÇÃO Iniciar a exposição aos professores sobre a lição que cita como base as qualidades que o profeta Daniel evidenciou destacando-se entre elas: a firmeza dos seus propósitos e sua consagração integral ao Senhor, sua fé inabalável e influenciadora e pela sabedoria ao se relacionar com diferentes pessoas do seu convívio; pelas quais Deus lhe proporcionou revelações, livramentos, testemunhos, amigos e exaltação em todos os reinados da Babilônia.
2. A NECESSIDADE DE SE TER AMIGOS Este tópico nos leva a meditar o quão essencial é para nós nos relacionarmos. O Senhor Deus criou o homem com a capacidade intrínseca de integração e comunicação que nos permite viver em sociedade e estabelecer diversas esferas de relacionamento (Gn 2.18). O Senhor Jesus em seu ministério terreno é o melhor exemplo para observamos esta necessidade, pois tanto se relacionou com Seu Deus e Pai como também com sua família, com seus discípulos, com os pecadores, mestres da Lei e multidões que O seguiam (Lc 2.52). Ao lermos tanto o antigo quanto o novo testamento podemos perceber a clara instrução do Senhor para estabelecer relacionamentos saudáveis com o próximo (Ex 20.12-17, Mt 22.36-40).
3. UMA FÉ CONTAGIANTE Podemos observar que o profeta Daniel através do seu íntimo relacionamento com Deus e com Sua Palavra pode gerar uma fé inabalável e ao mesmo tempo contagiante, pois alcançou seus amigos e até mesmo o orgulhoso rei da Babilônia (Dn 6.26). O profeta mesmo vivendo duras provações por causa de seu relacionamento constante com Deus e sua exaltação no meio do povo babilônico em nenhum momento alterou sua postura, seu comportamento, seus hábitos e seus propósitos diante do Deus de Israel servindoO como sempre fizera desde a sua mocidade (Dn 6.13), sendo sal da terra e luz do mundo (Mt 5.13,14).
4. A INTEGRIDADE DO SERVO DE DEUS Daniel evidenciou sublime integridade diante de Deus e dos homens ao honrar sua fé, falando a verdade, não se contaminando, agindo com lealdade, entre muitos outros aspectos que podem ser facilmente observados em seu livro. Não há sombra de dúvidas que ocorreram erros, mas quem é integro procura admiti-los e consertá-los (Lc 19.8, Mt 5.23,24).
5. CONCLUSÃO Procurar levar aos alunos a entenderem as conclusões de cada etapa da vida do profeta e como a fidelidade de Deus elevou o Seu Nome entre as nações da terra através de Daniel que também foi honrado por Deus naquela nação até os dias atuais através da Palavra de Deus.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: Bíblia King James Atualizada (KJA)
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Lições da Vida de um Homem Fiel
A Determinação de Daniel
Ezequiel, um profeta do sexto século a.C., citou o nome do seu contemporâneo, Daniel, como um grande exemplo de justiça, uma “lenda viva” entre os cativos de Israel (Ezequiel 14:12-20). 2.600 anos depois, Daniel continua como modelo de fé e determinação para geração após geração. Vamos considerar alguns momentos importantes na vida deste servo do Senhor.
Um Resumo da Vida de Daniel
Daniel era judeu, de uma família nobre. Quando os babilônios dominaram a cidade de Jerusalém em 605 a.C., ele e alguns outros jovens foram levados ao cativeiro. O rei da Babilônia mandou que os mais capazes dos jovens judeus fossem preparados para servir no seu palácio. Daniel e três companheiros, Hananias, Misael e Azarias, foram entre os jovens escolhidos.
As informações relatadas na Bíblia sugerem que Daniel teria passado o resto da sua vida naquela mesma região. Ele passou por várias provações e permaneceu em posições importantes até o fim do império babilônico, que caiu aos medo-persas em 539 a.C. Daniel, então velho, ainda serviu por alguns anos no governo do novo império. Foi neste período que ele se mostrou fiel na sua provação mais conhecida, sobrevivendo uma noite na cova dos leões.
Devido à sua fidelidade e determinação de fazer a vontade de Deus, Daniel foi chamado de “homem muito amado” e foi usado pelo Senhor para revelar aos seus servos algumas das mensagens mais importantes do Antigo Testamento. Agora, vamos observar a determinação deste servo de Deus.
A Determinação de Manter a Pureza
Jovens longe de casa enfrentam tentações. Se cruzar a linha e violar alguns princípios ensinados pelos pais, quem vai saber? Imagine, então, jovens levados de uma maneira violenta para uma terra estranha. Eles nem sabiam se os pais ainda estavam vivos. Poderiam até duvidar o poder do Deus que serviam, pois ele não protegeu seu povo dos ataques da Babilônia. E agora o imperador mandou que eles fossem preparados para servir no governo dele. Seria grande coisa se submeter às ordens deste rei poderoso?
Daniel percebeu que alguma coisa dos alimentos e bebidas fornecidos pelo rei traria contaminação. É provável que alguns destes alimentos fossem proibidos para os judeus na lei dada no monte Sinai 800 anos antes. Como este jovem reagiu? Poderia ter oferecido desculpas, dizendo que ele não tinha controle da situação e teria que ceder às ordens do rei. Daniel não tinha controle da situação, nem do rei, nem do homem encarregado da responsabilidade de supervisionar os jovens em treinamento. Mas ele tinha controle de si, e tomou a sua própria decisão. “Resolveu Daniel, firmemente, não contaminar-se com as finas iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia; então, pediu ao chefe dos eunucos que lhe permitisse não contaminar-se” (1:8). Deus abençoou esta decisão de Daniel, e o chefe permitiu que ele e os seus companheiros fizessem uma experiência, comendo comidas mais simples durante dez dias. Deus estava com eles, e o chefe viu que progrediram mais do que os jovens que comiam os alimentos do rei.
O resultado foi favorável, mas a decisão de Daniel não foi condicionada no resultado. Ele decidiu fazer a coisa certa antes de falar com o chefe. Mesmo se este tivesse recusado o pedido do jovem, Daniel já tinha tomado a decisão. Será que nós temos a mesma convicção?
Nós enfrentamos situações em que temos que insistir em fazer a coisa certa, ou ceder às pressões de outros, até de pessoas que exercem autoridade sobre nós. Um superior no trabalho pode exigir que mintamos para um cliente, para um fornecedor, ou para o próprio governo. Se insistirmos em fazer a coisa certa e falar somente a verdade, poderemos sofrer consequências, talvez até perdendo o emprego. E não temos garantia de intervenção divina, como aconteceu com Daniel. O que faremos? Resolveremos, firmemente, não nos contaminar?
Uma vez que Daniel tomou uma atitude, Deus o usou para revelar algumas das suas mensagens mais importantes da época. Ele revelou e explicou sonhos do rei Nabucodonosor, frisando um ponto central da mensagem divina para todas as épocas – Deus exerce sua autoridade sobre todos os reis. Ele olhou para um tempo, séculos depois, quando Deus estabeleceria “um reino que não será jamais destruído” (2:44), e disse que este reino “será um reino eterno” (7:14,27). Em outra ocasião, ele disse que o rei Nabucodonosor seria humilhado “até que aprendas que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens e o dá a quem quer” (4:32). Décadas depois, Daniel avisou um descendente do mesmo rei do castigo iminente, porque ele não se humilhou diante do Senhor (5:22-30). Ele transmitiu várias outras profecias importantes, mostrando o domínio total do Senhor.
A Determinação de Confiar em Deus
Os anos passaram. A Babilônia caiu à Medo-Pérsia. Daniel ficou velho. Mas, ainda tinha lugar nos planos de Deus e no governo do novo império. Ele se destacou entre pessoas influentes e se tornou um dos homens mais poderosos na Medo-Pérsia. Homens invejosos procuraram meios para destruir Daniel. Perceberam que o único ponto vulnerável era a fé deste homem de Deus, e acharam uma maneira de usar a sua fé para derrubá-lo. Convenceram o rei a proibir que petições fossem feitas a qualquer homem ou deus, a não ser ao próprio rei, durante 30 dias.
Dá para imaginar algumas pessoas – até supostos cristãos – achando uma maneira de aceitar o decreto do governo: “Deus vai compreender”; “Precisamos primeiro passar por esta crise e, depois, poderemos servir a Deus melhor”; “Nada diz que precisamos orar abertamente; podemos praticar a nossa fé em segredo”; etc.
Daniel, agora provavelmente com uns 80 anos de idade, não estava preocupado com auto-proteção, pois vivia para exaltar o nome de Deus. Ele recusou negar a glória ao verdadeiro Rei dos reis. Continuou orando abertamente como antes. Os inimigos de Daniel aproveitaram o momento e obrigaram o rei a aplicar a lei. Daniel foi lançado numa cova cheia de leões famintos. Deus salvou este homem de fé, e o rei mandou matar os inimigos que tentaram derrubá-lo.
A fé de Daniel na velhice foi o resultado natural de sua determinação de manter a sua pureza na juventude. Teria sido mais fácil se submeter às ordens do rei no começo da sua carreira e ceder ao decreto de outro rei 70 anos depois. Mas a mesma convicção que guiou os passos do jovem firmou os pés do velho servo do Senhor. Daniel não vacilou, porque acreditou no mesmo Deus que conduziria o apóstolo Paulo 600 anos depois, quando este discípulo encarava sua própria morte
como mártir e disse: “porque sei em quem tenho crido e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele Dia” (2 Timóteo 1:12).
A Chave ao Sucesso de Daniel
A história de Daniel serve para corrigir várias noções erradas que ainda confundem muitas pessoas hoje. Considere alguns exemplos:
(1) Noção errada: Precisa achar o segredo do sucesso. Quantos livros são vendidos todo ano prometendo revelar algum segredo do sucesso? Até nas questões espirituais, sempre há pessoas procurando algum conhecimento oculto, seja no neo-gnosticismo, maçonaria ou diversas outras filosofias erradas. Nós precisamos entender o que Daniel compreendeu. A chave ao sucesso verdadeiro não é oculta. Deus se manifesta na sua criação e na sua palavra, e a pessoa que não enxerga o Senhor é insensata e sem desculpa (Romanos 1:17-25; Salmo 14:1). Não temos tempo para perder na busca de coisas escondidas. Nós, mais do que Daniel, temos acesso à revelação de Deus para saber como andar e como chegar ao destino eterno na presença do Senhor (1 Coríntios 2:6-16). Hoje, a verdade é escondida somente das pessoas que não a buscam e não a amam, pessoas que não têm corações dispostos a aceitarem a vontade de Deus (Lucas 8:9-15; Mateus 7:78).
(2) Noção errada: Há poder no pensamento positivo. Muitos, inclusive vários líderes religiosos, divulgam a idéia do poder do pensamento positivo, da importância de fé por si. Para estas pessoas, o poder está no ato de acreditar, independente do objeto desta fé. Não seja enganado com estas filosofias falsas. Daniel não venceu somente porque ele teve pensamentos positivos. Ele venceu porque ele acreditou em Deus. Hoje, a nossa fé precisa ser fundamentada em Jesus. “Quem é o que vence o mundo, senão aquele que crê ser Jesus o Filho de Deus?” (1 João 5:5). Não é suficiente crer, precisamos crer em Jesus e manter a comunhão com ele: “Aquele que tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida” (1 João 5:12).
(3) Noção errada: A verdade é relativa. Uma das mais perigosas tendências das últimas décadas é a idéia que a verdade é relativa, determinada pela situação. Esta filosofia e idéias relacionadas como o pluralismo (a idéia que várias “verdades” contraditórias são igualmente válidas) deturpam a revelação divina da verdade absoluta. Daniel não procurava uma verdade diferente em cada circunstância, pois ele tinha uma fé sólida na palavra de Deus. Jesus não considerava a verdade uma coisa para ser descoberta ou construída conforme as circunstâncias humanas. Sem equívoco, ele afirmou que a palavra de Deus é a verdade (João 17:17). Para chegar a Deus, precisamos rejeitar o pluralismo e buscar o único caminho certo: “Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14:6).
Conclusão
O exemplo de Daniel, um homem fiel da juventude à velhice, desafia e motiva cada um de nós na nossa busca da vida eterna na presença de Deus. Nossas circunstâncias são diferentes, mas a mesma base de fé em Deus que guiou o profeta na Babilônia 2.600 anos atrás nos levará à comunhão eterna com Deus.
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Daniel - O Profeta do Reino
Daniel era adolescente quando Nabucodonosor invadiu a sua terra natal e o levou para a Babilônia. Esse era só o começo do cativeiro babilônico e da devastação da nação judaica. Poucos anos depois, mais uma leva de cativos foi levada embora, estando Ezequiel entre ela. Logo após isso, o último ataque se deu, e a destruição do templo e de Jerusalém ficou quase completa.
Na Babilônia, pela providência de Deus, Daniel rapidamente ganhou fama e poder por causa de sua conduta impecável e de sua sabedoria (veja Ezequiel 14:14, 20; 28:3). Ele recebeu das autoridades babilônicas cargos de responsabilidade durante os 70 anos de domínio da nação, tendo recebido cargos também dos persas, que se seguiram aos babilônios.
Daniel sabia de que forma funcionavam os reinados da terra, e como eram frágeis e passageiros. O próprio Israel, sua nação, já tinha sido importante e próspera sob o domínio de Davi e de Salomão. Agora achava-se em ruínas. Ao longo da vida de Daniel, caiu a Assíria, levantou-se a Babilônia e depois veio também a cair. Então, parece adequado que Deus o tenha escolhido para profetizar com respeito ao "reino que não será jamais destruído" (Daniel 2:44).
Daniel relata dois sonhos importantes pertinentes ao reino de Deus. O primeiro foi o sonho de Nabucodonosor durante o segundo ano de seu reinado (Daniel 2). O segundo foi o sonho de Daniel no primeiro ano do reinado de Belsazar (cerca de 60 anos após o sonho de Nabucodonosor).
No sonho de Nabucodonosor, ele tinha visto uma grande figura com cabeça de ouro, peito e braços de bronze e pernas de ferro e barro. Depois que os sábios do reino já não conseguiam contar o sonho do rei e interpretá-lo, Daniel, pela revelação divina, assim fez.
A cabeça de ouro representava o Império Babilônico (606-536 a.C., ). A parte de prata representava o reino seguinte à Babilônia, o Império Medo-Persa (536-330 a.C.) S um reino inferior à Babilônia. A parte de bronze representava o reino seguinte, o qual reinaria sobre toda a terra S o Império Grego (330-146 a.C.). O quarto reino era o Império Romano (146 a.C.-476 d.C.). Seria nos dias desses reis, os romanos, que o Deus do céu estabeleceria um reino que jamais haveria de ser destruído (Daniel 2:44).
No sonho de Daniel, uns 60 anos mais tarde, ele viu quatro feras que se levantavam do mar. Uma como um leão, outra como um urso, outra como um leopardo e a quarta com dez chifres, descrita como "animal, terrível, espantoso e sobremodo forte". Essas feras representavam as mesmas quatro potências mundiais representadas pela imagem que Nabucodonosor viu (Daniel 7:15-27), sendo a quarta o Império Romano que foi por fim dividido, conforme a representação dos dez chifres. Depois Daniel vê "um como o Filho do Homem", que "dirigiu-se ao Ancião de dias" para receber "domínio, e glória, e o reino, para que os povos, nações, e homens de todas as línguas o servissem; o seu domínio é domínio eterno, que não passará, e o seu reino jamais será destruído" (Daniel 7:13-14).
Jesus nasceu no reinado do imperador romano César Augusto (Lucas 2:1). Após ser crucificado pelas autoridades romanas e após ressurgir dos mortos, imediatamente antes de subir ao céu, ele afirmou que toda autoridade lhe tinha sido dada no céu e na terra (Mateus 28:18). O escritor de Hebreus declara que, como cristãos, recebemos um reino que não pode ser abalado nem mudado (Hebreus 12:28). Paulo afirma que os que receberam a redenção e o perdão em Cristo foram transportados "para o reino do Filho do seu amor" (Colossenses 1:13-14).
Não resta dúvida sobre quando se estabeleceu o reino da profecia de Daniel. Foi quando Jesus ressurgiu dos mortos, subiu ao céu e sentou-se à direita do Pai, sendo feito assim Cristo e Senhor (Atos 2:30-36). O que se viu e ouviu no Dia de Pentecostes deram provas de que isso realmente aconteceu (Atos 2:33). Como disse Pedro, Cristo estava assentado à direita de Deus, tendo recebido "domínio, e glória, e o reino". Embora Pedro afirme que Jesus ressuscitou de entre os mortos para subir até a direita de Deus e se sentar no trono de Davi (recebendo, assim, um reino), Paulo diz que ele ressurgiu para subir até a direita de Deus para ser o cabeça da igreja e de todas as coisas: "O qual exerceu ele em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar à sua direita nos lugares celestiais, acima de todo principado, e potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa referir não só no presente século, mas também no vindouro. E pôs todas as cousas debaixo dos pés e, para ser o cabeça sobre todas as cousas, o deu à Igreja, a qual é o seu corpo, a plenitude daquele que a tudo enche em todas as cousas" (Efésios 1:20-23).
Assim, o Deus do céu de fato estabeleceu seu reino nos dias do quarto reino S exatamente como Daniel o predisse. Esse reino (pedra cortada sem auxílio de mãos) encheu toda a terra (veja Colossenses 1:23 ) e ainda permanece S muito depois de "o vento os levou [as quatro potências mundiais] e deles não se viram mais vestígios" (Daniel 2:35).
Como Daniel sabia que tudo isso ia acontecer? Deixe que ele fale por si mesmo: "Mas há um Deus no céu, o qual revela mistérios" (Daniel 2:28). Na verdade, Daniel era o profeta de Deus que tratou do reino.
- por Edward O. Bragwell, Sr.
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↓UMA QUESTÃO DE INTEGRIDADE Daniel 6.1-10
INTRODUÇÃO John Blanchard disse certa vez: “O crescimento cristão requer mais do que conhecimento da Bíblia; ninguém se alimenta decorando cardápios”. Esta é uma verdade inegável. Jesus mesmo asseverou que o homem que somente ouve as suas palavras, mas não as põe em prática, é semelhante a um homem tolo que construiu sua casa sobre a areia. Na vida cristã nós precisamos mais do que simplesmente saber de cor a mensagem bíblica.
Uma das coisas imprescindíveis à vida cristã é a integridade, e é sobre ela que estaremos estudando hoje, olhando para o exemplo do profeta Daniel.
Se você tivesse a plena certeza de que jamais seria descoberto se:
· Usasse de meios errados para conseguir dinheiro;
· Traísse seu cônjuge, ou namorado(a);
· Mentisse para “salvar a pele”;
· Não pagasse suas dívidas;
· Colasse no teste da escola; etc.
Qual seria a sua atitude?
É essa atitude que revela o nosso grau de integridade
DEFINIÇÃO DE INTEGRIDADE Segundo o dicionário, integridade é “inteireza, retidão, inocência, imparcialidade”
Nas palavras de Jaime Kemp: “Qualidade de ser autêntico, transparente, sincero”
É isso! É sinceridade. É ser “sine cera”.
Charles wallis conta: “Quando os artesãos do mármore, na antiga Roma, faziam, acidentalmente, talhos muito profundos em certas partes das estátuas que estavam esculpindo, procuravam, manhosamente, esconder tais falhas, enchendo os buracos resultantes com pedaços de cera da mesma cor, mascarando assim os defeitos ocasionados pela má execução de suas peças, que eram, no entanto, vendidas como perfeitas.
Outros escultores, todavia, desejando vender as suas obras com honestidade, anunciavam no pedestal das mesmas que elas eram “sine cera” (sem cera).
De tal prática derivou-se a palavra ‘sincera’ “c
As pessoas que trabalham fazendo móveis de madeira às vezes se deparam com frestas ou
buracos na madeira, e eles os tapam com cera tingida da cor do móvel. Fica tudo “beleza”! Mas, com o tempo, a cera sai, e aquele lugar fica transparente. É isso que sinceridade quer dizer, “sem cera”, transparente, sem máscara.
Conta-se de um homem do passado, chamado Filoxeno, que ele era assim, sincero; e sincero em extremo, ao ponto de, ao ser chamado a julgar a arte poética de Dionísio , que se achava um grande poeta, julgou-a como sendo de má qualidade. Dionísio então, sendo o “maioral” da época, mandou-o para a prisão.
Passado algum tempo, Dionísio compôs uma poesia que julgou ser muito boa, e, senhor de si, mandou buscar Filoxeno na prisão, para julgar a poesia. Filoxeno, depois de ouví-lo, serenamente falou aos carcereiros: “Levem-me de volta para a prisão”.
O EXEMPLO DE DANIEL
Quando Dario, o Medo, se apoderou do reino babilônico, de quem Israel era cativo, imediatamente tomou a providência de dividir o reino em 120 partes, e constituir 120 sátrapas (ou governadores de província), para que ajudassem na administração do reino. Sobre estes colocou três presidentes, entre os quais estava Daniel, o profeta. Daniel foi exemplo de integridade, e destacou-se dos demais, de forma que o rei considerou a possibilidade de colocá-lo sobre todo o reino.
Vejamos algumas coisas nas quais Daniel se destacou.
Daniel se destacou na atitude positiva – Alguém já disse que a vida é 10% do que nos acontece, e que os 90% restantes são como nós reagimos aos 10%. Em outras palavras, 90% são de nossa atitude diante dos 10% de dificuldades que enfrentamos.
A atitude que eu escolher irá me tornar destacado ou não (ainda que eu não procure destaque), principalmente no local de trabalho. Em Colossenses 3.22-23 lemos: “Vós, servos, obedecei em tudo a vosso senhor segundo a carne, não servindo só na aparência, como para agradar aos homens, mas em simplicidade de coração, temendo a Deus. E, tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor e não aos homens” (RC). Este deve ser o retrato do servo de Cristo no seu emprego. Vemos que ele deve ser obediente ao seu senhor (patrão ou chefe), e ser produtivo, não somente na presença, mas também na ausência, como quem serve ao Senhor, e não aos homens. Boa atitude essa! Uma atitude positiva!
Daniel, quando chegou no cativeiro, e depois, sob o reinado de Dario, se destacou devido à sua atitude positiva em relação a Deus. Ele se portou como quem servia a Deus, e não aos homens, não importando quais fossem as opiniões e reações de quem estava ao seu redor. Foi um homem íntegro, sincero, transparente, e tornou-se uma grande bênção nas mãos de Deus.
Daniel se destacou na fidelidade no trabalho – Daniel era fiel no seu trabalho. Quantos crentes hoje não o são!?
· “Enrolam” quando o patrão não está perto;
· Não se pode confiar em sua palavra;
· Quando chegam atrasados, já estão combinados com alguém que “bate o cartão” para eles;
· Vão no caminho da maioria para não serem objetos de “chacota”;
· Alguns até “furtam”, etc.
Mas Daniel foi exemplo de integridade no seu trabalho: “Então, os príncipes e os presidentes procuravam achar ocasião contra Daniel a respeito do reino; mas não podiam achar ocasião ou culpa alguma; porque ele era fiel, e não se achava nele nenhum vício nem culpa.” (Daniel 6:4 RC)
Daniel se destacou na pureza moral – “Quando Daniel teve sua vida exposta como que sob uma forte e reveladora luz, não encontramos nele nenhuma sujeira escondida, nenhum motivo errado. Ele era “sem cera”.
Daniel era um homem que podia Ter sua integridade questionada em qualquer esfera de sua vida, mas “...não se achava nele nenhum erro nem culpa”. Por quê? Daniel era um E.T.? será que ele não era uma pessoa comum, como nós, sujeito às mesmas tentações? Será que ele não pecou?
Não, não é por aí, Daniel era como um de nós, sujeito às mesmas tentações. Ele certamente deve ter pecado, como todo ser humano. Porém, não deixava o pecado se estabelecer. Ele pedia perdão e fugia dele, andando sempre com Deus. e foi por essa porta que resolveram seguí-lo. Já que, por mais que tentassem, não conseguiam encontrar nenhuma corrupção na vida de Daniel, os presidentes e supervisores resolveram atacá-lo em sua fé religiosa (vs. 6-8 – ler). Qual foi a reação de Daniel?...” (veja no versículo 10)
Daniel se destacou na lealdade no seu andar com Deus – Aí está o segredo de sua impressionante integridade: a qualidade de um andar consistente com Deus. A força vem de Deus.
“Ao nos depararmos com as adversidades, passamos a conhecer a profundidade de nossa estabilidade e de nossa integridade. Na hora das dificuldades a maioria das pessoas tem seu preço. Daniel não titubeou diante daquilo que lhe foi exigido. Consciente de sua lealdade para com Deus, ele se entregou em Suas mãos e ‘...três vezes no dia se punha de joelhos, orava e dava graças, diante do seu Deus, como costumava fazer’
O que isso custou a Daniel? Descoberto orando e louvando em seu quarto, ele foi delatado ao rei, que ainda tentou livrá-lo, pois gostava muito dele. Por outro lado, pressionado a cumprir o decreto que anteriormente assinara, Dario deixou que o profeta fosse jogado na cova dos leões.
O que aconteceu depois, todos sabemos. Cedo, pela manhã, indo até onde Daniel havia sido jogado, Dario o encontrou salvo entre os leões, aos quais os Senhor Deus fechara as bocas. Aliviado e feliz, Dario decretou: “...............” (veja esse decreto nos versículos 26 e 27)
A firme integridade de Daniel causou impacto em toda a nação.
CONCLUSÃO
Em Daniel 1:8, lemos: “E Daniel assentou no seu coração não se contaminar com a porção do manjar do rei, nem com o vinho que ele bebia; portanto, pediu ao chefe dos eunucos que lhe concedesse não se contaminar.” (Daniel 1:8 RC). Aí está um resumo da vida de Daniel, de sua integridade. Ele “assentou” no seu coração, isto é, resolveu firmemente, não se contaminar, permanecer puro diante de Deus.
Diariamente, em diversos momentos e questões, precisamos decidir se seremos fiéis ou infiéis, corretos ou corruptos, íntegros ou volúveis. Às vezes, em alguns casos, a decisão por sermos corretos pode implicar em algumas perdas aparentes, mas, no final das contas, veremos que são perdas que se transformam em ganho.
Não precisamos ser perfeitos, mas íntegros sim. Sinceros! Transparentes! Se errarmos, não nos esquivarmos de nosso erro, às vezes até tentando transferir a culpa para outros. Admitir e pedir perdão a Deus e ao próximo é melhor, e demonstra integridade.
Deus não busca pessoas perfeitas, pois estas não existem, mas Ele busca pessoas íntegras
Fonte: ESCOLA BEREANA - ADVEC
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