quinta-feira, 8 de setembro de 2016

LIÇÃO 11: A evangelização das pessoas com deficiência



Os cegos vêem, e os coxos andam; os leprosos são limpos, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho.
Mateus - 11:5


                                                    
               





   




   Introdução

Isaías descreve uma época em que “se abrirão os olhos dos cegos, e se desimpedirão os ouvidos dos surdos; os coxos saltarão como cervos, e a língua dos mudos cantará” (Is 35.5,6, ARA). O profeta, ao realçar o amor inclusivo de Deus, mostra que nem mesmo as pessoas com deficiência mental terão dificuldades em atinar com o caminho divino: “E ali haverá bom caminho, caminho que se chamará o Caminho Santo; o imundo não passará por ele, pois será somente para o seu povo; quem quer que por ele caminhe não errará, nem mesmo o louco” (Is 35.8, ARA).

Ainda que a visão do profeta seja sobre o Milênio, a cura e o refrigério físico, mental e espiritual podem ser experimentados, hoje, por todo aquele que vem a Cristo. A profecia revela o interesse de Deus por todas as pessoas, inclusive pelas que trazem deficiências e limitações.
O amor de Deus é inclusivo. Ele não admite que ninguém fique de fora, mas “quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade” (1 Tm 2.4). A evangelização que não inclui as pessoas com deficiência é incompleta e não expressa plenamente o amor de Deus.
Neste capítulo, fui buscar a assessoria de minha filha, a professora Karen Bandeira, que estudou com carinho a educação inclusiva, a fim de adaptá-la à evangelização das pessoas com deficiência.

 I. Pessoas com Deficiências também Carecem da Salvação
A inclusão de pessoas com deficiência não deve ser vista apenas como política pública, mas como a maior expressão do amor de Deus. Porque o Pai Celeste, amando-nos como nos ama, enviou o seu Filho ao mundo, para que todos viéssemos experimentar a salvação em sua plenitude. Iniciaremos este tópico, buscando uma definição que descreva corretamente a pessoa com deficiência.

1. Definição. Pessoa com deficiência é a que se acha privada quer de seus sentidos, quer de seus movimentos, ou do pleno uso de suas faculdades mentais. Nessa definição acham-se os cegos, mudos, surdos, paraplégicos e tetraplégicos, os autistas e os que têm a síndrome de Down. Deveríamos incluir, também, os que se encontram acometidos pela doença de Alzheimer. Aliás, com o envelhecimento da população, cresce o número de idosos que, mais cedo ou mais tarde, poderão apresentar algum tipo de deficiência. Por isso, estejamos atentos aos anciãos, entre os quais faremos preciosas colheitas para a Seara do Mestre.
 Segundo a Organização Mundial de Saúde, “deficiência é o termo usado para definir a ausência ou a disfunção de uma estrutura psíquica, fisiológica ou anatômica”.

2. Nem inaptos nem desculpáveis. No que tange à salvação das pessoas com deficiências, ou limitações, há pelo menos dois posicionamentos errados. O primeiro é o que não as contempla como alvo do evangelho e aptas a servirem a Deus. Simplesmente não se ocupa delas e não as incluem nos projetos evangelísticos. O segundo é o que as vê como desculpáveis e já santificadas pelo sofrimento.
 No passado, certos enfermos suscitavam compaixão e chegavam a ser chamados de “santinhos” . E, para reverenciá-los, algumas pessoas tocavam-nos como se deles pudessem receber alguma virtude. Enganosamente, muitos veem como não condenáveis os indivíduos com deficiências, ou limitações, como se a entrada no céu lhes fosse franqueada em compensação das dificuldades enfrentadas na vida terrena.

Mas a Palavra de Deus é clara: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3.23). Com ou sem deficiências, todos nascemos pecadores e estamos “debaixo do pecado, como está escrito: Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram e juntamente se zeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só” (Rm 3.1012). Infelizmente, achar que os indivíduos mental ou fisicamente limitados não carregam, em si, a natureza de Adão é mais cômodo, porque libera a igreja da tarefa de evangelizá-los e integrá-los espiritual e socialmente ao corpo de Cristo.

Eis, portanto, um desafio que enfrentaremos com amor e prontidão. Sei que a tarefa não é fácil, pois a evangelização das pessoas com deficiência requer esforços concentrados e específicos. No entanto, temos de falar de Cristo aos que não ouvem, mostrar as belezas da vida cristã aos que não veem, apontar o caminho da salvação aos que não conseguem andar e discorrer sobre a razão da nossa fé aos que não logram pensar com clareza. Esta é a nossa missão: tornar o evangelho acessível a todos, inclusive aos que trazem alguma deficiência. Ajamos, pois, como seus olhos, ouvidos, boca e pernas, pois assim agiu o Senhor Jesus em seu ministério terreno.

3. Carentes e ao alcance da graça. A verdade é que todos precisam ser alcançados pelas Boas-Novas: os que enxergam bem, os que veem pouco e os que nada veem; os que escutam e falam, os que não ouvem nem falam; os que aprendem rápido e os que precisam de mais tempo para aprender; os que caminham com as próprias pernas e os que usam cadeiras de rodas, próteses ou muletas; os autistas, aqueles com síndrome de Down, com dislexia, com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, com paralisia cerebral, epilepsia... Todos devem ser conscientizados de sua situação perante Deus, por causa do pecado, e saber que podem ser “justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus” (Rm 3.24).
Nesse sentido, cabe-nos uma reflexão. Se o governo, com suas políticas ineficazes e, às vezes, fundamentadas em ideologias contrárias ao cristianismo, busca integrar as pessoas com deficiência à sociedade, por que deixaríamos nós, a Igreja de Cristo, de cumprir nossa obrigação? Além do mais, o Senhor Jesus adverte-nos seriamente a respeito de nossa inércia evangelística: “Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus” (Mt 5.20, ARA). O que isso significa? Antes de tudo, que devemos fazer um trabalho de comprovada excelência; um trabalho que venha a exceder, em muito, ao que o Estado diz realizar.
                                      
                                           II. A Tarefa da Igreja

A tarefa de trazer os deficientes a Jesus cabe a mim e a você. Por meio de uma didática apropriada, podemos incluir os deficientes no Plano da Salvação, ensinando-lhes a Palavra de Deus. Somente assim, poderão eles vir a superar todos os seus limites espirituais, emocionais e sociais.

 1. A singularidade e a preciosidade de cada indivíduo. A triste verdade é que as igrejas dão-se por satisfeitas em poder atender a maioria das pessoas, quando Jesus quer que todas sejam incluídas. Ele não veio para a maioria, mas para “toda a criatura” , para “todo aquele que nele crê” e para “todo aquele que invocar o nome do Senhor” (Mc 16.15; Jo 3.16; Rm 10.13). Mas “como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?” (Rm 10.14). Ainda que em nossa comunidade haja apenas uma única pessoa que demande atenção especial, é bíblico que façamos o necessário para acolhê-la e discipulá-la.

Nas parábolas de Lucas 15, ao mostrar a preocupação do pastor por uma única ovelha desgarrada, o desvelo da mulher por uma única moeda perdida e a solicitude do pai por um lho distante, o Senhor destacou a unicidade e a preciosidade de cada indivíduo ao coração de Deus. A Igreja deve ter essa mesma visão e não se contentar enquanto lá fora houver uma alma perdida. E se essa alma for alguém com uma deficiência que demande investimento humano e financeiro, a Igreja não deverá encolher-se no pensamento mesquinho de que só valeria a pena se fosse um grupo inteiro.
Alguém, ao discorrer sobre a graça divina, armou que, se todas as pessoas do mundo fossem justas, com exceção de apenas uma, Jesus Cristo ainda assim desceria do céu, para morrer por essa única pessoa. Porque Deus não nos ama apenas coletivamente. Ele nos ama também individual e particularmente. Portanto, ninguém cará de fora de nossas atividades evangelísticas, principalmente os que não podem ver, ouvir, falar, locomover-se ou atinar com a razão.

2. Tempo determinado e paciência. Um dos argumentos daqueles que são contrários à inclusão de pessoas com deficiência, principalmente nas escolas, é que a presença delas retardaria o aprendizado das outras. No entanto, a experiência tem mostrado que, quando se procura fazer a inclusão, todos aprendem, cada um dentro do seu tempo, e conforme a sua capacidade.

Mesmo numa classe de Escola Dominical, frequentada por alunos sem qualquer deficiência, nem todos conseguirão memorizar o nome das doze tribos de Israel, ou dizer com perfeição a sequência dos livros da Bíblia. Alguns adultos nem conseguirão discorrer acerca dos atributos de Deus. No entanto, todos poderão vir a crer, se bem evangelizados e discipulados, que Jesus Cristo é o Filho de Deus. Infere-se, pois, que o evangelho exige e comporta a inclusão de todos, pois o Espírito Santo trabalha, em cada coração, as verdades que nos conduzem à salvação.
 Na igreja, acolher e incluir pessoas com deficiência não significa criar um espaço separado para que, ali, elas aprendam a Bíblia. Assim como todas as ovelhas ficam dentro do aprisco para serem cuidadas pelo pastor, a pessoa com deficiência deverá ser ensinada junto aos demais crentes e, juntamente com eles, tomar parte no culto de adoração. A inclusão de pessoas com deficiência faz parte da comunhão perfeita entre os membros do corpo de Cristo.
                                        III. Mudar para Receber

Para ser inclusiva, a igreja deve:
a) possibilitar o acesso de pessoas com deficiência ao templo e facilitar o trânsito por suas dependências, como salas de Escola Dominical, banheiros e cantina; e
 b) apresentar a mensagem evangelística levando em conta as limitações da audiência e os diferentes estilos de aprendizagem. Cada igreja, conforme a sua realidade, deve adaptar-se a m de cumprir o que diz a lei dos homens (Lei 13.146, de 6 de julho de 2015) e a do Reino (Mc 16.15-18).
Existem inúmeros recursos que auxiliam a inclusão. Abaixo, destacamos os principais:

1. Rampas, elevadores e barras. Estes recursos destinam-se àqueles que usam cadeira de rodas. A inclinação das rampas seguirá as normas estabelecidas por lei. As portas dos elevadores, e também as demais passagens do templo, serão largas o bastante para possibilitar o trânsito dos cadeirantes. Todos os acessos da igreja serão sinalizados com o Símbolo Internacional de Acesso. Nenhuma área de circulação será obstruída com móveis. Nos banheiros, o lavatório terá altura apropriada, e ao menos um box com mobília adequada (vaso sanitário próprio e barras laterais).

2. Sinalização em relevo. São os pisos e mapas táteis que alertam as pessoas com deficiência visual quanto à topografia do ambiente. Ao sentir, com as mãos ou com os pés, as informações em relevo, o indivíduo poderá circular com maior segurança e independência pelos recintos. Essa sinalização adverte, entre outras coisas, quanto à presença de degraus, rampas, elevadores, portas, janelas e telefones públicos.
http://catianeb70.blogspot.com.br/2016_07_01_archive.html
3. A Bíblia em Braile. O braile é um sistema de leitura e de escrita para pessoas com deficiência visual. Foi inventado pelo francês Louis Braille em 1827.
No Brasil, a primeira Bíblia em Braile foi lançada em 30 de novembro de 2002 pela Sociedade Bíblica do Brasil. Essa Bíblia é composta por vários volumes e está disponível na Nova Tradução na Linguagem de Hoje. Pessoas, bibliotecas e instituições de apoio podem se cadastrar nos programas sociais da SBB e receber os volumes gratuitamente.

4. A linguagem brasileira de sinais, ou Libras. É um sistema linguístico que comunica fatos, conceitos e sentimentos por meio de gestos, expressões faciais e linguagem corporal. Essa língua, que possui regras gramaticais próprias, é a usada pela maioria das pessoas com deficiência auditiva no Brasil, com pequenas variações regionais.
Na igreja, os cultos e aulas de Escola Dominical podem ser facilmente traduzidos à linguagem brasileira de sinais por um obreiro treinado. Ações evangelísticas em hospitais e centros de apoio às pessoas com deficiência auditiva também podem ser realizadas de forma mais proveitosa se os crentes enviados souberem transmitir as Boas-Novas em Libras.
O acesso ao aprendizado das Libras felizmente é facilitado pela internet. É possível achar bons manuais, dicionários de Libras e vídeo-aulas gratuitos. A professora Siléia Chiquini, da Assembleia de Deus em Curitiba, vem desenvolvendo um grande trabalho junto aos surdos, por meio do Ministério Mãos Ungidas. Na internet, ela compartilha seu trabalho e experiência com os que desejam fazer a voz divina bem audível aos que não podem ouvir a voz humana.

5. O professor mediador. Afim de que o ensino bíblico seja inclusivo, as classes de Escola Dominical não devem agrupar, em uma sala à parte, as pessoas com deficiência, ou com transtornos que dificultem o aprendizado. Entretanto, os alunos com deficiência precisam, em sua maioria, de maior atenção e cuidados. Nesse processo, o professor mediador é o responsável por adaptar à realidade do aluno com deficiência o conteúdo que o professor regente transmite à classe e as atividades realizadas pelos demais educandos. O mediador deve considerar a limitação do aluno especial, o seu ritmo e estilo de aprendizagem. Esse profissional também é responsável por facilitar a interação social do aluno com deficiência, evitando que fique isolado dos demais. Se o nosso objetivo é incluir a todos, devemos estimular e treinar pedagogos, didatas e obreiros a que se dediquem a esse ministério. É uma tarefa que demanda não apenas conhecimentos bíblicos, mas igualmente instruções pedagógicas, didáticas e psicológicas específicas. Hoje, graças a Deus, contamos com profissionais competentes entre os membros de nossas igrejas, que muito poderão ajudar-nos no cumprimento dessa missão. Portanto, ninguém cará de fora do Plano da Salvação.

                    IV. Exemplos Bíblicos de Inclusão
 Por toda a Bíblia, encontramos personagens com algum tipo de deficiência. No entanto, é maravilhoso observar a obra divina na vida de cada um deles, restaurando-lhes a dignidade, salvando-os e até restabelecendo-lhes plenamente a sanidade física e mental. Vejamos alguns deles. Ao conhecer melhor suas histórias, concluiremos que é possível, sim, incluir a todos no Reino de Deus, pois o Pai Celeste não deseja que ninguém fique de fora.

1. A inclusão de Mefibosete. Neto de Saul, Mefibosete ficou coxo aos cinco anos quando sua ama, tentando salvar-lhe a vida, deixou-o cair (2 Sm 4.4). No capítulo 9, a reação de Mefibosete ao chamado de Davi revela o que ele pensava de si mesmo, talvez por sua condição física: “Quem é teu servo, para tu teres olhado para um cão morto tal como eu?” (v. 8). Ao ser beneficente para com Mefibosete, Davi restaurou-lhe a autoestima. Mefibosete não viveria mais como um indivíduo qualquer e sem importância. Todos os dias ele comeria pão à mesa de Davi, como se fora um príncipe.
Segundo a Lei de Moisés, o jovem Mefibosete não poderia exercer o sacerdócio, por causa de sua deficiência física. Todavia, Deus o honrou de tal forma, que veio a estar à mesa de Davi. O Pai Celeste não discrimina a nenhum de seus lhos. Ao aceitarem Jesus como Salvador, as pessoas com deficiência passam a ser lhos de Deus, “logo, herdeiros também, herdeiros de Deus e coerdeiros de Cristo” (Rm 8.17).

2. Parábola das bodas. Em Mateus 22.1-14, Jesus conta a história de “um certo rei que celebrou as bodas de seu lho” . Ele enviou os seus servos a chamar os convidados que, pretextando afazeres diversos, ignoraram-lhe o convite. Novamente o rei enviou os servos a trazer os convidados, porém “eles, não fazendo caso, foram, um para o seu campo, e outro para o seu negócio; e, os outros, apoderando-se dos servos, os ultrajaram e mataram” (vv. 5,6). O rei, então, decidiu trazer às bodas todo aquele que seus servos encontrassem pelo caminho, “e a festa nupcial ficou cheia de convidados” (v. 10).
O rei poderia ter ordenado aos servos que fossem “às saídas dos caminhos” e distribuíssem, a todos quantos encontrassem, o jantar preparado, os bois e cevados já mortos. Contudo, preferiu trazer “os pobres, e os aleijados, e os mancos, e os cegos” ao seu palácio (Lc 14.21). Graças à sua inclusão, a cerimônia ganhou vida, alegria e muita beleza.

3. Acenos e uma tábua de escrever. O sacerdote Zacarias, ao receber de Gabriel a notícia de que sua esposa daria à luz um lho, não creu. Por isso, ficou mudo até o dia em que se cumpriram as coisas anunciadas pelo anjo. Observe, em Lucas1.21-23, que a mudez de Zacarias não o impossibilitou de comunicar-se com as pessoas que estavam no Templo. Por acenos, o sacerdote conseguiu fazer-se entender. Alguns versículos à frente, vemos mais um recurso usado por Zacarias: “E, pedindo ele uma tabuinha de escrever, escreveu...” (v. 63).
O que se conclui da narrativa sagrada? Todos, apesar de suas limitações, podem receber a comunicação do evangelho e, assim, experimentar a vida eterna. Se naquele tempo já era possível aos mudos se comunicar, hoje, com os recursos didáticos e tecnológicos de que dispomos, podemos integrar mais facilmente as pessoas com deficiência.

4. Uma figueira no lugar certo. Em Lucas 19, lemos sobre o encontro de Zaqueu e Jesus. “E, tendo Jesus entrado em Jericó, ia passando. E eis que havia ali um homem, chamado Zaqueu... E procurava ver quem era Jesus e não podia, por causa da multidão, pois era de pequena estatura. E, correndo adiante, subiu a uma figueira brava para o ver, porque havia de passar por ali. E, quando Jesus chegou àquele lugar, olhando para cima, viu-o e disse-lhe: Zaqueu, desce depressa, porque, hoje, me convém pousar em tua casa” (vv.1-5).
Zaqueu estava em desvantagem, pois era de baixa estatura. Se a figueira não estivesse exatamente naquele lugar, ele não teria conseguido ver Jesus, por mais que se esticasse, ou casse na ponta dos pés. Assim como Zaqueu, muitas pessoas com deficiência querem ver a Jesus, e certamente frequentariam nossas igrejas se soubessem que os templos foram devidamente preparados para recebê-las.

5. Quatro amigos esforçados. Lemos, em Marcos 2.1-12, sobre a boa vontade de quatro homens em conduzir um paralítico a Jesus. Esse quarteto não apenas era esforçado, mas tinha fé. Eles sabiam que Jesus era tudo o que o paralítico precisava (v. 5). Por isso, “descobriram o telhado onde estava e, fazendo um buraco, baixaram o leito em que jazia o paralítico” (v. 4).
 Esses homens nos ensinam que não basta ter um templo adaptado. É preciso ter fé e força de vontade o bastante para, literalmente, buscar as pessoas e levá-las ao local onde a salvação está.

                                     V. Os Velhos Terão Sonhos  

“O ornato dos jovens é a sua força; e a beleza dos velhos, as cãs” (Pv 20.29). Que versículo maravilhoso. A Palavra de Deus é tão inclusiva, que vê os cabelos brancos não como decadência, mas como beleza, honra e triunfo. O Pai Amado nos inclui desde o berço à sepultura, pois nos ama com um amor inexplicável e eterno. E, quando nossa vida, aqui, cessar, não seremos esquecidos, pois Ele nos receberá em suas mansões.

1. As Boas-Novas aos idosos. A mensagem da Salvação deve ser pregada aos idosos nos asilos, hospitais, praças públicas e, também, por meio do bom testemunho de seus lhos e netos que, em vez de olhá-los como peso morto, hão de vê-los como lembrança viva de um tempo que não precisa ir embora. No entanto, a fragilidade da vida e a iminência de seu término devem impulsionar-nos a evangelizar os idosos “a tempo e fora de tempo” (2 Tm 4.2), não os admoestando asperamente, mas “como a pais” e “como a mães” com todo amor e devoção (1 Tm 5.1,2).
Não somente a alma dessas pessoas de cabelos brancos é preciosa a Deus, mas também o seu trabalho. Em sua velhice, elas podem fazer o Reino de Deus avançar, anunciando a esta geração e a todos os vindouros, as maravilhas do Senhor, sua força e poder (Sl 71.17,18).

2. Alzheimer e demais doenças relacionadas à idade. Como falar de Cristo a pessoas que já não se lembram dos seus familiares e nem de si mesmas? Como fazê-las entender o Plano da Salvação e levá-las a Jesus, se lhes falta autonomia para alimentar-se, tomar remédios, ou banhar-se? Diante de tal cenário, resta à igreja ter fé suficiente para obedecer à ordem de Jesus ao pé da letra: pregar “a toda criatura” . E, novamente, os conselhos de Paulo a Timóteo aplicam-se: “a tempo e fora de tempo” , com amor e paciência, não sendo ásperos, mas “como a pais” e “como a mães”.
 Ao expormos a mensagem de salvação às pessoas com Alzheimer, é preciso crer que “a fé vem pelo ouvir” (Rm 10.17). Com paciência, devemos esperar o que não vemos, e confiar na obra do Espírito Santo:
Porque, em esperança, somos salvos. Ora, a esperança que se vê não é esperança; porque o que alguém vê, como o esperará? Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o esperamos. E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos santos. E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto. (Rm 8.24-28)
Mesmo em sua ausência da realidade, os idosos, ou pessoas com demência, devem ser honradas: “Diante das cãs te levantarás, e honrarás a face do velho, e terás temor do teu Deus. Eu sou o Senhor” (Lv 19.32).
No episódio narrado em Gênesis 9.20-27, Noé não estava doente, nem sofria de demência. Contudo, ao embebedar-se, tornou-se mentalmente vulnerável e inclinado a agir fora da razão. Por isso, “descobriu-se no meio de sua tenda” (v. 21). Quando Noé despertou do vinho e soube o que seu lho menor lhe zera, o amaldiçoou. A atitude jocosa de Cam alerta-nos a sermos respeitosos para com os idosos, mesmo que eles ajam de forma contrária a um comportamento socialmente aceitável.

 

Conclusão

 No ano de 2014, fiquei internado por um espaço de dois meses. Nesse período, minha esposa, Marta Doreto, teve oportunidade de evangelizar diversos anciãos no Hospital Barra D’Or, no Rio de Janeiro. Alguns daqueles velhinhos já estavam em estado terminal; seus momentos de lucidez eram raríssimos. Sabendo disso, minha esposa orou, pedindo a Jesus que eles despertassem, ainda que por alguns poucos minutos, para que ela lhes pregasse o evangelho.

Foi assim que minha esposa conseguiu ganhar alguns daqueles anciãos para Jesus. Alguns se comunicavam apenas mexendo as pálpebras, respondendo afirmativamente às perguntas: “O senhor crê no que eu acabei de ler na Bíblia, que Jesus, o Filho de Deus, morreu e ressuscitou para salvá-lo de seus pecados? Quer recebê-lo como seu Salvador? Deseja que eu faça uma oração em voz alta, confessando Jesus como Salvador, enquanto o senhor a repete com o coração?”.

Um desses queridos velhinhos era um judeu de 103 anos e, segundo informaram à minha esposa, aquelas três leves piscadas às suas indagações foram os únicos sinais de comunicação dele em muito tempo. Um mês depois, ele foi para o céu com Jesus.
Não podemos ver os cabelos brancos como empecilhos à pregação da mensagem da cruz, mas como a derradeira oportunidade que um ancião ainda tem de receber Jesus como seu Salvador pessoal. Por isso, incluamos a todos em nossas ações evangelísticas, a m de que todos, a tempo e a fora de tempo, recebam Jesus.
O DESAFIO DE EVANGELIZAR



SUBSÍDIO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ top2
"A Palavra de DEUS declara: 'Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura' (Mc 16.15). Com certeza, os alunos com deficiência estavam incluídos neste grupo, pois são criaturas do Senhor e importantes para Ele. O apóstolo Paulo nos dá o seguinte exemplo: 'Fiz-me fraco para com os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para com todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns. Faço tudo isso por causa do evangelho, para ser também participante dele' (1 Co 9.22,23). Êxodo 4.11 diz: 'Quem fez a boca do homem?' Isaías 35.5,6 diz: 'Os olhos dos cegos se abrirão, e os ouvidos dos surdos se desimpedirão. Então os coxos saltarão como o cervo, e a língua dos mudos cantará'. As pessoas com deficiência naquele dia serão totalmente regeneradas.

O surdo não é um doente. Ele é um sujeito que tem uma língua natural própria, a LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais).
Quais são as medidas a serem observadas na comunicação com o surdo? Em primeiro lugar, precisamos compreender que existem surdos oralizados, ou seja, conseguem se expressar por meio da fala e compreender o que lhes é transmitido por meio da leitura labial. Mesmo oralizado, o surdo continua com dificuldade de comunicação porque continua sem ouvir. Muitos desses alunos oralizados usam aparelho auditivo, mas é preciso lembrar que o aparelho não exclui a sua limitação, apenas ajuda.
Encontramos também o surdo não oralizado, que é aquele que não consegue se comunicar por intermédio da fala. A comunicação com esse grupo é feita de forma não verbal. Para isso, tanto o aluno quanto o professor precisa conhecer a língua de sinais (LIBRAS). Atualmente, existem vários métodos de comunicação que podem ser empregados com o surdo. Fica então a pergunta:

Quais métodos podemos utilizar na comunicação com o surdo? É importante lembrar que o surdo 'ouve com os olhos', portanto só haverá comunicação se houver visualização.

Observe:
1. Ao se comunicar com o surdo, procure ficar de frente para ele;
2. Fale pausadamente;
3. Utilize a expressão facial e corporal;
4. Utilize vocabulário simples;
5. Procure manter uma curta distância entre você e a pessoa surda;
6. Utilize gestos, mesmo que o surdo seja bem oralizado;
7. Mantenha a boca e mãos livres para fazer os gestos necessários. Não esqueça que o corpo todo 'fala';
8. Procure dominar a língua de sinais e o alfabeto manual, principalmente para nomes próprios;
9. O surdo precisa ser exposto à cultura surda para desenvolver realmente sua língua e compor sua identidade;
10. A Libras para o surdo é a língua materna" " (CHIQUINE, Siléia. Ensinando Deficientes Auditivos. 25ª Conferência de Escola Dominical. Rio de Janeiro: CPAD, 2016, p. 66).

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"De acordo com o IBGE, a maioria das pessoas com necessidades especiais do Brasil tem problemas de visão, vêm em seguida os que apresentam alguma deficiência motora, em terceiro está o grupo dos deficientes auditivos, depois os deficientes mentais. Entre essas classificações há também os que acumulam múltiplas deficiências.

O que é deficiência visual?

A deficiência visual é caracterizada pela perda total ou parcial, congênita ou adquirida, da visão. Há pelo menos dois grupos de deficiência visual:
Cegueira - há perda total da visão ou pouquíssima capacidade de enxergar, o que leva a pessoa a necessitar do Sistema Braille como meio de leitura e escrita.
Baixa visão ou visão subnormal - caracteriza-se pelo comprometimento do funcionamento visual dos olhos, mesmo após tratamento ou correção. As pessoas com baixa visão podem ler textos impressos ampliados ou com uso de recursos óticos especiais (fonte: Fundação Dorina).


Pessoa com Deficiência
A sociedade vem passando por um processo de transformação. Há um novo olhar em relação às pessoas com deficiências. Há até mesmo uma preocupação com o uso da linguagem. Os termos que definem a deficiência vêm se adequando a essa visão. Atualmente, o termo correto a ser utilizado é pessoa com deficiência, que faz parte do texto aprovado pela Convenção Internacional para Proteção e Promoção dos Direitos e Dignidades das Pessoas com Deficiência, aprovado pela Assembleia Geral da ONU, em 2006 e ratificada no Brasil em julho de 2008 (fonte: Fundação Dorina).
Segundo dados do IBGE de 2010, no Brasil, mais de 6,5 milhões de pessoas têm alguma deficiência visual. Desse total: 528.624 pessoas são incapazes de enxergar (cegos); 6.056.654 pessoas possuem grande dificuldade permanente de enxergar (baixa visão ou visão subnormal); outros 29 milhões de pessoas declararam possuir alguma dificuldade permanente de enxergar, ainda que usando óculos ou lentes " (LOPES, Jamiel. A Leitura como Alternativa do Ensino ao Aluno com Deficiência. 25ª Conferência de Escola Dominical. Rio de Janeiro: CPAD, 2016, p. 69).

POR : apazdosenhor

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