quinta-feira, 28 de julho de 2016

LIÇÃO 5: A Evangelização Urbana e suas Estratégias











   Introdução

Simônides de Céos (556-468 a.C.) afirmou que a cidade é a grande mestra do ser humano. Não sei em que sentido o poeta grego referia-se ao caráter pedagógico da metrópole. Acredito que tanto no bom quanto no mau sentido. Na cidade, apreendemos a fazer o bem e a solidarizar-nos nas emergências e tragédias. Ela, porém, dá-nos a impressão de que jamais deixa de ser emergente e trágica, pois leva-nos a ver o mal em cada uma de suas praças e logradouros.

Que alternativa nos resta?

A natureza gregária da alma humana prende-nos ao espírito urbano. Logo, não podemos fugir à cidade. Se nos voltarmos, porém, à Bíblia Sagrada, constataremos que ainda é possível ser feliz numa megalópole como São Paulo; a bênção divina não cobre apenas o campônio, mas também o citadino. Confortando os israelitas prestes a deixar o nomadismo para se tornarem gregários, promete-lhes o Senhor: “Bendito serás tu na cidade e bendito serás no campo” (Dt 28.3).

O que nos ensina a promessa divina? Antes de tudo, que Deus tem um plano específico para a sua cidade, querido leitor, visando à irradiação do evangelho para regiões longínquas e desconhecidas. A evangelização do mundo, a propósito, teve Jerusalém como ponto de partida. E, centrifugando-se da Cidade Santa, veio a alcançar os confins da Terra.

I. A CIDADE E O INSTINTO GREGÁRIO DO SER HUMANO
Se o mundo é criação divina, a cidade é invenção humana. Ela surgiu da necessidade social de Adão que, embora haja vindo à existência no Éden, logo demandou a presença de um ser que lhe fosse semelhante. Sem Eva, o jardim jamais seria um paraíso. Observando o isolamento do homem, declarou o Pai Celeste que a solidão não é nada boa. Lançava-se, ali, entre os rios Tigre e Eufrates, a semente que germina a família, floresce a cidade e frutifica o Estado.

1. Definindo os limites da cidade. Quando Aristóteles (384-322) afirmou que o homem é um animal político, não se referia apenas à política partidária que, tanto em Atenas quanto em Brasília, divide nossos representantes em agremiações e siglas. A expressão grega zoon politikon (animal político) denota, em primeiro plano, o instinto gregário do ser humano; sem a cidade, a política é impossível.

A palavra “cidade” origina-se do vocábulo grego polis. E, deste, provém o nome que, há quase três milênios, emprestamos ao ofício que deveria promover o bem comum de toda a sociedade. Refiro-me à velha e mal compreendida política. Embora ciência e arte, ela não parece, às vezes, nem humana, nem exata e muito menos bela. Por isso, requerem-se, de quem a exerce, algumas virtudes indispensáveis: amor a Deus e ao próximo, moral irretorquível e comprovada vocação para administrar a coisa pública.

Já em latim, a palavra “cidade” vem do vocábulo civitatem, do qual nasceram dois importantes termos que, ainda, não foram devidamente incorporados ao nosso cotidiano: civismo e civilidade. Logo, a vida numa cidade só é possível quando cumprimos nossos deveres e usufruímos dos direitos fundamentais da cidadania.

Urbs é outra palavra latina para cidade. Temos, aqui, um termo que descreve a metrópole não propriamente como fenômeno político, mas como a comunidade racionalmente organizada e sustentável. É por isso que denominamos a ação evangelizadora, na cidade, de evangelismo urbano. Nossa estratégia contemplará a urbs de forma racional e planejada, visando à proclamação da Palavra de Deus em todas as estratificações da região metropolitana.

2. A primeira cidade. Arguido por Deus quanto ao assassinato de Abel, seu irmão, supunha Caim restar-lhe apenas uma alternativa: ser um nômade naquela vastidão ainda inexplorada. Por essa razão, queixa-se ao Justo Juiz: “Eis que hoje me lanças da face da terra, e da tua face me esconderei; e serei fugitivo e errante na terra, e será que todo aquele que me achar me matará” (Gn 4.14). Seu impulso gregário, porém, constrange-o a fixar-se em Node, na banda oriental do Éden, onde constrói a primeira cidade humana.

Naquele ermo, não muito longe de Adão, o homicida se casa com uma de suas irmãs, gera filhos e filhas, e dá continuidade à cultura da terra. A expansão de sua família faz surgir uma aldeia, que não demoraria a tornar-se uma cidade dinâmica e produtiva. Em homenagem ao seu filho, chama a iníqua metrópole pelo nome de seu filho, Enoque.

Os enoquianos prosperam, expandem a agropecuária e desenvolvem tecnologias e artes. O autor sagrado, ao denunciar a poligamia de Lameque, sumaria os avanços científicos e artísticos daqueles citadinos:

E tomou Lameque para si duas mulheres; o nome de uma era Ada, e o nome da outra, Zilá. E Ada teve a Jabal; este foi o pai dos que habitam em tendas e têm gado. E o nome do seu irmão era Jubal; este foi o pai de todos os que tocam harpa e órgão. E Zilá também teve a Tubalcaim, mestre de toda obra de cobre e de ferro; e a irmã de Tubalcaim foi Naamá. (Gn 4.1922)

Com o avanço da cidade de Enoque, chegam a intolerância e a violência. Numa confissão que mais parece um poema épico, Lameque gaba-se de suas façanhas homicidas às suas esposas: “Ada e Zilá, ouvi a minha voz; vós, mulheres de Lameque, escutai o meu dito: porque eu matei um varão, por me ferir, e um jovem, por me pisar. Porque sete vezes Caim será vingado; mas Lameque, setenta vezes sete” (Gn 4.23,24).

A partir do marco zero daquela cidade, a impiedade alastra-se por toda a sociedade adâmica e contamina, inclusive, os descendentes de Sete que, ao contrário dos filhos de Caim, ainda porfiavam em buscar o Senhor. Mas, àquela altura, a metrópole caimita já estava condenada a desaparecer nas águas do Dilúvio.

3. A última cidade. Desde a cidade de Enoque, muitas metrópoles surgiram e desapareceram. Algumas, como Babilônia, fizeram-se orgulhosas e imperiais. Outras, à semelhança de Nínive, tornaram-se sanguinárias e genocidas. Mas, uma a uma, vêm caindo diante do Senhor de toda a Terra. Até a capital do Império Romano, que está para ressurgir, experimentou a derrota, a vergonha e a humilhação.

Na consumação da História e do Tempo, o Senhor revelará a Jerusalém Celeste, na cronologia divina, derradeira. Ela, porém, já existia em seu espírito antes que o universo fosse criado. Na ilha de Patmos, o evangelista João veio a contemplá-la como que descendo de Deus, para inaugurar o Novo Céu e a Nova Terra. Como descrevê-la? Perseveremos até o fim, para que entremos por seus átrios com louvor e ações de graças. Esta é a Cidade de Deus.

II. CIDADE, UM LUGAR ESTRATÉGICO

As cidades sempre foram estratégicas à obra de Deus. Ele usou até mesmo a capital do Império Romano para expandir o seu Reino. Por essa razão, trabalhemos o evangelho de Cristo urbanisticamente, visando alcançar o mundo através de nossas metrópoles.

1. Babel, a cidade do antievangelho. Após o Dilúvio, repete Deus a Noé a ordem que, no princípio, dera a Adão: “Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra” (Gn 9.1). Os filhos do patriarca, todavia, ao deixarem a região do Ararate, concentraram-se na planície de Sinear, e, ali, puseram-se a construir uma cidade à prova d’água, cuja torre haveria de arranhar o céu. Por isso, o Senhor resolve confundir a língua da segunda civilização humana (Gn 9.7).

Daquela cidade, que entraria para a História Sagrada como sinônimo de apostasia e confusão, os descendentes de Noé são espalhados pelos mais distantes e desconhecidos continentes. Agrupando-se de acordo com seus troncos linguísticos, os jafetitas concentram-se na Europa, os camitas, na África e partes de Canaã, e os semitas, desde Aram, espraiam-se pelo Oriente Médio.

Ao dispersar a raça a partir de Sinear, o Senhor preservou-nos a espécie, pois nenhum ajuntamento, quer humano quer animal, sobrevive fechando-se em guetos. Se aqueles antigos pretendiam, com a sua torre, arranhar o céu, vieram a tocar os alicerces do inferno.

A lição de Babel é emblemática e não será ignorada pela Igreja. A ordem de Cristo é que, a partir da cidade, alcancemos as regiões mais remotas da Terra. Se a Igreja é a assembleia de Deus chamada para fora de suas paredes, não haverá de concentrar-se em torres. Concentrando-se, jamais arranhará os céus. Mas, saindo de seu comodismo, andará com o Senhor nas regiões celestiais.




Não são poucas as igrejas que, hoje, extinguem-se em confusões e desinteligências, pois já não saem a evangelizar, pois querem evangelizar sem sair. A evangelização, contudo, é dinâmica. Evangelizar e sair são verbos geminados. Quem evangeliza, sai; quem sai, evangeliza. Por isso, a ordem do Senhor é clara: “Ide”. Ela também poderia ser traduzida como “indo”. O evangelista jamais deixa de ir; sai dia e noite, pois a sua sementeira não conhece tempo nem estação.

Faça como o evangelista da parábola. Jesus garante que ele saiu, mas não diz se ele voltou.

2. Jericó, a cidade das grandes conquistas. Josué foi divinamente inspirado a iniciar a conquista de Canaã a partir de Jericó (Js 2.1). Ele poderia ter escolhido outra cidade, quer aquém, quer além do Jordão, mas nenhuma era tão estratégica a Israel como a metrópole das palmeiras. Subjugando-a, os israelitas teriam condições de neutralizar as demais vilas e aldeias de Canaã.

Josué, como servo do Senhor dos Exércitos, iniciou a sua campanha justamente por Jericó. E, dali, teve condições de manter uma guerra sem quartel nem trégua, até que o povo de Deus estivesse instalado segura e confortavelmente naquela terra boa e ampla.

De igual modo, agirá a Igreja em sua obra evangelizadora. Não podemos simplesmente comissionar evangelistas e missionários, sem dispormos de um plano mestre de evangelismo e missões. É urgente conhecermos o tempo, o terreno a ser conquistado e a estratégia a ser empregada num empreendimento evangelístico.

A obra evangelizadora assemelha-se a uma operação de guerra. Por esse motivo, precisamos da ajuda do Senhor dos Exércitos. Aquele que ajudou Josué a sitiar e a tomar Jericó não nos faltará com o seu auxílio num momento de tanta urgência como este.

3. Jerusalém, a cidade da grande comissão. Se o Reino de Jesus fosse secular e mundano, teria Ele ordenado a construção de igrejas e catedrais, para eternizarem-lhe a mensagem e a obra. Uma igreja imortalizar-lhe-ia o primeiro milagre; outra, o Sermão do Monte; e, ainda outra, a multiplicação dos pães. Em Jerusalém, mandaria erguer pelo menos quatro catedrais. A primeira lembraria a sua entrada triunfal na cidade, a segunda recordaria o seu julgamento diante de Pilatos, a terceira evocar-lhe-ia a morte vicária e a quarta, mais imponente e grandiosa, haveria de perenizar-lhe a ressurreição dentre os mortos.

O Reino de Deus não necessita de palácios e castelos para firmar-se. A evangelização é suficiente para espalhá-lo de um hemisfério a outro. Por isso mesmo, o Senhor Jesus ordenou aos seus discípulos que iniciassem a conquista do mundo, tendo como marco zero Jerusalém: “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra” (At 1.8). A Cidade Santa, por conseguinte, apesar de todo o seu significado para a História Sagrada, não era o objetivo final de Jesus, mas o ponto de partida, por meio do qual seus discípulos, já devidamente instruídos, chegariam aos confins da Terra.

De igual modo, a cidade onde nos congregamos não pode ser considerada a meta derradeira de nossas atividades evangelísticas. Nela, e através dela, estabeleçamos um plano de ação que inclua, desde as áreas mais carentes até os avanços transculturais mais ousados. Que a igreja local seja vista como um quartel-general, de onde são elaboradas estratégias, para se proclamar o evangelho de Cristo até a última fronteira do planeta.

4. Antioquia, a igreja missionária. Jerusalém é a cidade da Grande Comissão, mas Antioquia, a cidade missionária por excelência. Se nos valermos do registro de Lucas, constataremos que a congregação antioquina estava mais do que aparelhada para avançar evangelisticamente além de suas fronteiras nacionais e culturais. Entre os seus ministros, havia apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres (At 13.1,2). Era um rebanho agraciado com todos os dons do Espírito Santo. Além dos espirituais, dispunha dos ministeriais e de serviço.

Lucas, o maior historiador de seu tempo, assim descreve o dinamismo da igreja síria:

Na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé, e Simeão, chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes, o tetrarca, e Saulo. E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. (At 13.1,2)

Qual o segredo de Antioquia? Na verdade, não havia segredo algum entre os crentes daquela cidade, pois eles, desde o princípio, sempre porfiaram por uma vida espiritual de comprovada excelência. Mas se precisamos de algum mistério que estimule uma igreja local a universalizar-se, apontaremos alguns fatores que levarão também a sua igreja, querido leitor, ao mesmo patamar da congregação antioquina.

Antes de tudo, considere o ensino persistente da Palavra de Deus. Os que evangelizaram os crentes antioquinos cuidaram também de seu discipulado. Firmados na doutrina dos apóstolos, os novos convertidos logo amadureceram na fé, e passaram a andar como Jesus andava. Eles eram tão parecidos com Cristo, que não demoraram a ser conhecidos como cristãos (At 11.26). Aliás, foi a primeira vez que os seguidores de Jesus eram assim chamados; nem mesmo os crentes de Jerusalém obtiveram tal honra. Portanto, o segundo fator de excelência da igreja em Antioquia era o testemunho vivo e contagiante, que insta toda a cidade a ver, em cada cristão, o rosto de Cristo.

O terceiro fator do padrão de excelência de Antioquia era a sua vida de profunda comunhão com Deus: “Então, jejuando, e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram” (At 13.3). Mesmo ouvindo a voz do Espírito Santo, por meio de uma profecia, a congregação antioquina pôs-se a orar e a jejuar até que o Senhor confirmasse a chamada de Paulo e Barnabé.

As demais igrejas sírias, a exemplo de Antioquia, eram realçadas pela excelência. Por essa razão, o Senhor enviou para lá o iracundo Saulo, que, compungido pela visão celestial, ficou sob os cuidados de Ananias (At 9.10-18). Não temos muitas informações acerca desse obreiro que, na História Sagrada, é chamado simplesmente de discípulo. Todavia, era alguém capacitado, inclusive, para instruir o apóstolo que, em breve, seria conhecido como o doutor dos gentios.

O que mais diremos de Antioquia? Era uma igreja tão excelente, que não precisou de nenhuma carta de exortação ou de correção doutrinária. À semelhança de Bereia, era fortemente comprometida com a Palavra de Deus.

5. Filipos, a pioneira da Europa. Deus jamais deixou de ser o Senhor dos Exércitos. Se no Antigo Testamento, instruiu Josué a conquistar as terras de Canaã, em o Novo Testamento, suas estratégias continuam infalíveis. Por isso, impulsionou os apóstolos e evangelistas a irem de cidade em cidade até que fossem alcançados os limites mais extremos daquele mundo. O trabalho evangelístico semeado em Jerusalém e florescido em Antioquia frutificaria, agora, em terrenas europeias. Essa importantíssima fase da obra missionária da Igreja Cristã teve início com uma visão.
Paulo encontrava-se em Trôade, região ocupada hoje pela Turquia, quando teve uma visão. Eis que lhe aparece um varão macedônio, rogando-lhe com insistência: “Passa à Macedônia e ajuda-nos” (At 16.9). O apóstolo entendeu imediatamente a urgência do chamamento divino, pois não se tratava apenas da evangelização de uma cidade, ou de uma região, mas de um novo continente.
À equipe de Paulo, junta-se Lucas. A missão seria árdua, desafiadora e crivada de provações. O Médico Amado fala do espírito voluntário da equipe paulina: “E, logo depois desta visão, procuramos partir para a
Macedônia, concluindo que o Senhor nos chamava para lhes anunciarmos o evangelho” (At 16.10).

Deixando Trôade, que alguns imaginam ser a Troia de Eneias, Paulo ruma em direção ao Ocidente. Atravessando a Samotrácia e Neápolis, a equipe apostólica chega a Filipos, a principal cidade da Macedônia. Ao contrário de Eneias que, segundo Virgílio, fundara a cidade que deu origem ao Império Romano, o apóstolo tem uma tarefa mais ousada e duradoura. Agora, fundaria as bases de uma obra evangelística que, tendo como base a Macedônia, chegaria a Roma, atravessaria o canal da Mancha, enfrentaria o Atlântico até alcançar a mim e a você, querido leitor.

As dificuldades, em Filipos, não foram pequenas. O apóstolo foi preso, sua equipe dispersou-se e a nova igreja não pôde ser devidamente doutrinada. Não obstante, aqueles aparentes fracassos redundariam, mais tarde, num avanço extraordinário do Reino de Deus por toda a Europa. Filipos entraria à História Sagrada como a igreja mantenedora, por excelência, do ministério paulino, conforme ressalta o apóstolo: “Porque os irmãos que vieram da Macedônia supriram a minha necessidade; e em tudo me guardei de vos ser pesado e ainda me guardarei” (2 Co 11.9). Portanto, se Antioquia envia e Filipos sustenta, a cidade de Jerusalém dedica-se, agora, à intercessão. Em Atos, por conseguinte, há um plano divinamente estabelecido para se evangelizar o mundo a partir de cidades-chave.

6. Roma, o escritório missionário de Paulo. Se o apóstolo Paulo foi chamado à obra missionária por meio de uma profecia, e se necessitou de uma visão para evangelizar a Europa, agora, será levado a Roma às expensas imperiais. Ao apelar para César, o apóstolo garantia uma viagem gratuita e até certo ponto, segura, à capital do Império Romano. Levando-se em conta as dificuldades e provações que lhe marcariam a trajetória de Cesareia, na Judeia, à presença de César, em Roma, o Senhor o assistiu em todas as coisas. Essa foi, sem dúvida, a sua última e mais importante viagem missionária registrada na Bíblia.
Nesse sentido, Cesareia pode ser apontada como uma das cidades mais estratégicas na evangelização do mundo subjugado pelo Império Romano.
Já em Roma, Paulo desenvolve um ministério diferente, mas de igual modo dinâmico e eficaz. Em vez de ir às pessoas, as pessoas iam até ele, para ouvir o evangelho de Cristo. Da casa que alugara, evangelizava, discipulava, escrevia e testemunhava acerca da ressurreição de Cristo. Foi nessa cidade, sob a vigilância romana, que o apóstolo completou a sua obra teológica, solidificando as igrejas, quer ocidentais, quer orientais, na Palavra de Deus.
Sua detenção em Roma foi divina e providencial. Doutra forma, não acharia tempo para escrever as cartas que viriam a ser conhecidas como as epístolas da prisão. Quem trabalha sob a orientação do Espírito Santo, ainda que detido, livremente evangeliza. Na obra de Deus, nem sempre atividade representa produtividade. Às vezes, corremos de um lado para o outro sem qualquer objetivo. Por isso, estejamos atentos à voz do Mestre. Se a coluna de fogo se detiver, não continuemos; humilde e obedientemente, recolhamo-nos. Quando ela se puser em movimento, prossigamos. Até mesmo para uma pausa requer-se uma cidade estratégica.
Antioquia enviou o apóstolo às missões. Filipos manteve-o no campo missionário. Quanto a Roma, deu-lhe a tranquilidade necessária para que doutrinasse as igrejas de Deus e, ali, testemunhasse sem impedimento algum.

7. Belém do Pará, as Boas-Novas vêm do Norte. Divinamente orientados, Daniel Berg e Gunnar Vingren escolheram a cidade de Belém, no Pará, como ponto de partida para a sua missão no Brasil. Logo em sua chegada, em 19 de novembro de 1910, constataram que a capital paraense era geograficamente estratégica para se alcançar o país em todas as direções.
No livro As Aventuras de Daniel Berg na Selva Amazônica, Marta Doreto destaca como o trabalho foi executado pelos missionários suecos na capital paraense, e como, de lá, saíram a evangelizar outras cidades e regiões:
A dupla de missionários achava-se em Belém havia cerca de dois anos, e cada rua já fora percorrida por Daniel Berg. Cada morador já tivera a oportunidade de comprar uma Bíblia e ouvir as boas novas da salvação. No coração daqueles que aproveitaram a oportunidade, a semente da Palavra estava germinando e crescendo. Eles já haviam batizado nas águas quarenta e um novos convertidos, e quinze deles já tinham recebido o batismo no Espírito Santo.
Percebendo que o seu trabalho de distribuir Bíblias em Belém chegara ao fim, o jovem Daniel sentiu que deveria semear, agora, noutros campos. Enquanto Gunnar Vingren ficaria pastoreando a igreja na cidade, ele seguiria a Estrada de Ferro Belém-Bragança, vendendo Bíblias nas cidadezinhas do interior. [...] Levando nas mãos a mala de Bíblias, e no coração a chama pentecostal, o missionário encaminhou-se ao primeiro povoado à beira da ferrovia.
[...] de longe, Daniel Berg avistou o teto das primeiras casas de Bragança. Seus pés cansados retomaram o ritmo acelerado, e seus lábios rachados pelo sol votaram a murmurar a canção: ‘A semente é boa para semear. A semente boa, não pode falhar. A semente e boa, foi Deus quem mandou. Vamos irmãos, unidos, trabalhar para o Senhor!’.
A cidade de Bragança era a última etapa da longa jornada de semeadura da Palavra de Deus. Em toda cidadezinha ou vila por onde Daniel passara, havia pelo menos um novo convertido lendo a Bíblia e ajudando a espalhar a boa semente.
A partir de Belém do Pará, o evangelho não demorou a chegar a outras regiões e estados da federação brasileira. Por essa razão, escolhamos com muito cuidado a cidade a partir da qual planejamos evangelizar um país, ou mesmo um continente. Daniel Berg e Gunnar Vingren, orientados pelo Espírito Santo, souberam como chegar aos confins de nosso país. Foram do Norte ao Sul, sem impedimento algum, apesar dos desafios que encontravam pelo caminho.


III. OS DESAFIOS DA EVANGELIZAÇÃO URBANA
Na evangelização urbana, há desafios e imprevistos que podem ser convertidos em oportunidade.

1. Incredulidade e perseguição. Num tempo em que o evangelho é desgastado por falsos pregoeiros, anunciemos a Cristo com sabedoria, poder e eficácia (2 Tm 4.17). Nossa mensagem não pode ser confundida com a dos mercenários e falsos profetas (Rm 6.17). Preguemos a mensagem da cruz na virtude do Espírito Santo (1 Co 1.18).
Se formos perseguidos, não desistamos. Jesus também o foi em sua própria cidade, mas levou a sua missão até o fim (Lc 4.28-30).

2. Enfermos. As áreas urbanas acham-se tomadas de enfermos e doentes terminais. No tempo de Jesus, não era diferente. Ao entrar em Jericó, Ele deparou-se com um cego que lhe rogava por misericórdia (Lc 18.35). E, às portas de Naim, encontrou o féretro do filho único de uma viúva (Lc 7.11-17). Ungido pelo Espírito Santo, curou o primeiro e ressuscitou o segundo.
Só o evangelho genuinamente pentecostal para impactar as cidades (Mc 16.15-18). Desenvolva a capelania hospitalar; não deixe de visitar os enfermos e moribundos.

3. Endemoninhados. Quem se dedica à evangelização urbana deve estar preparado, também, para casos difíceis de possessão demoníaca. Muitos são os gadarenos espalhados pela cidade (Mt 8.28-34). Então, ore, jejue e santifique-se (Mc 9.29).
Não faça da libertação dos oprimidos um espetáculo. Mas, no poder do Espírito Santo, cure, ressuscite os mortos e liberte os cativos de Satanás (Mt 10.8).

IV. COMO FAZER EVANGELISMO URBANO

A evangelização urbana só será bem-sucedida se tomarmos as seguintes providências: treinamento da equipe, estabelecimento de postos-chave, acompanhamento do trabalho, e estabelecimento de círculos e núcleos evangelizadores.

1. Treinamento da equipe. Antes de chegar à Macedônia, o apóstolo Paulo já podia contar com uma equipe altamente qualificada para implantar o evangelho na Europa. Primeiro, tomou consigo a Silas e, depois, o jovem Timóteo (At 15.40; 16.1,2). Acompanhava-os, também, Lucas, o médico amado (At 16.11). Com esse pequeno, mas operoso grupo, o apóstolo levou o evangelho a Filipos, a Tessalônica e a Bereia, até que a Palavra de Deus, por intermédio de outros obreiros, chegasse à capital do Império Romano (At 16.12; 17.1, 10).
Portanto, forme a sua equipe com oração e jejum (Lc 6.12,13). Se souber como treiná-la, o êxito da evangelização urbana não será impossível.

2. Estabelecimento de postos-chave. Sempre que chegava a uma cidade gentia, Paulo buscava uma sinagoga, de onde iniciava a proclamação do evangelho (At 17.1-3). Embora o apóstolo, na maioria das vezes, fosse rejeitado pela comunidade judaica, a partir daí expandia sua ação evangelística urbana até alcançar os gentios.
Encontre os postos-chave para a evangelização urbana. Pode ser a casa de um crente, ou a de alguém que está se abrindo à Palavra de Deus (At 16.15; Fm 1.2). Na evangelização, as bases são muito importantes.

3. Acompanhamento do trabalho. Finalmente, acompanhe o progresso da nova frente evangelística. Ao partir para uma nova área urbana, deixe alguém responsável pelas igrejas recém-implantadas, como fazia o apóstolo Paulo (At 17.14). E, periodicamente, visite-as até que amadureçam o suficiente para caminhar por si próprias (At 18.23).
Não descuide dos novos convertidos. Fortaleça-os na fé, na graça e no conhecimento da Palavra de Deus. Quem se põe a evangelizar as áreas urbanas deve estar sempre atento. Por isso mesmo, tenha uma equipe amorosa, competente e disponível.

4. Estabelecimento de círculos e núcleos evangelizadores. A verticalização das metrópoles impede-nos que evangelizemos de porta em porta, como acontecia há 50 ou 60 anos. Por isso, crie um círculo de relacionamentos. Não podemos entrar em um condomínio, mas um novo convertido que ali reside há de estabelecer um núcleo de evangelização, por meio do qual alcançaremos outras famílias.
O evangelho de Cristo não muda. Todavia, os métodos de evangelização devem ser periodicamente avaliados, para que o nosso trabalho não se torne improdutivo. Use as redes sociais. Seja criativo. Não desperdice oportunidade alguma.

Conclusão
A Igreja de Cristo nasceu na Cidade Santa. De lá, espalhou-se por todas as regiões do globo. Por esse motivo, sejamos prudentes e sábios na escolha das áreas metropolitanas que pretendemos evangelizar, pois, se estratégicas e bem localizadas, teremos condições de atingir não só um distrito, mas todo um país.
Nenhuma cidade será esquecida de nossa ação evangelística, pois o Senhor Jesus nos ordena que alcancemos a todos, em todo o tempo e lugar, por todos os meios. Todavia, consideremos a estratégia em cada plano evangelístico e missionário que estabelecermos.
Que Deus nos ajude. Ele quer abençoar-nos tanto na cidade como no campo em nossos empreendimentos evangelísticos.
Autor: Claudionor de Andrade





Os 10 Desafios do evangelismo hoje: Geziel Gomes - A batalha de MISSÕES
1. O desafio das portas fechadas (exemplo: China).
2. O desafio das portas que estão se fechando (exemplo: várias nacôes da África).
3. O desafio da indolência de milhões de cristãos.
4. O desafio da explosão demográfica (exemplo: Índia).
5. O desafio dos milhares de idiomas e dialetos (exemplo: Índia).
6. O desafio das grandes concentrações urbanas (exemplo: Hong Kong).
7. O desafio do materialismo que se universaliza.
8. O desafio da tecnologia e da ciência.
9. O desafio da “Evangelização” feita por grupos heréticos.
10. O desafio das grandes religiões mundiais não-cristãs.
MISSÕES e a maior tarefa da Igreja de Jesus Cristo na face da Terra.
MISSÕES e a continuação da obra de Cristo.
MISSÕES e o desafio deste tempo do fim.

A expansão da igreja
A expansão da igreja de Jerusalém estava relacionada ao Espírito Santo e a três personagens: Pedro, Estevão e Filipe. O Espírito Santo é, certamente, o mais destacado, já que a missão não pode ser realizada sem ele. Através dele, a igreja, Pedro, Estevão e Filipe seriam capazes de espalhar as boas novas do reino de Deus.

Missão o partir do Espirito Santo
Lucas menciona a palavra “Espírito" 21 vezes de 1.1 a 8.4. O Espírito Santo é o agente mais importante da missão de acordo com a visão de Lucas. De fato, “Lucas apresenta a primeira grande missão das testemunhas apostólicas como sendo no Pentecostes” (Fitzmyer 1998:232). A experiência do Pentecostes em Jerusalém (At 2.5) é o cumprimento da ordem de Jesus para que permanecessem na cidade até que fossem revestidos de poder (Lc 24.49). Havia ali pessoas das mais diversas áreas: partos, medos, elamitas, da Capadócia, Ponto, Ásia, Frigia, Panfília, Egito, partes da Líbia, Cirene, Roma, cretenses e árabes.
O que é de fundamental importância no derramamento do Espírito Santo? É a missão para todas as nações. A partir de um texto de Joel, Lucas nos informa que “acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne” (At 2.17). Lucas menciona todos esses catorze lugares, mesmo que de uma forma bem superficial, para demonstrar o cumprimento dessa promessa de que "toda a carne” seria receptora desse derramar. Ao fim do discurso de Pedro à multidão, ele diz: “E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (At 2.21). O Pentecostes resultou em salvação. “No dia do Pentecostes, Cristo, através do poder do Espírito Santo, abre as portas e envia os discípulos para o mundo” (Bosch 1996:40). A Tabela 2 nos mostra os efeitos de longo alcance do Pentecostes:
 
Tabela 2: As nações representadas no Pentecostes (Fitzmyer 199*240-243)
 
Povos
Características
Partos
Região sudeste do Mar Cáspio, que nos tempos do Novo Testamento alcançava até o Rio Eufrates. Os partos eram os sucessores dos antigos persas e tornaram-se adversários dos romanos.
Medos
Povo indo-europeu que habitava a área ao sudoeste do Mar Cáspio.
Elamitas
Povo que habitava Elam, o distrito ao norte do Golfo Pérsico, próximo à parte inferior do Rio Tigre e ao sul da região dos medos.
Judeia
A área na qual se encontrava Jerusalém.
Capadócia
Uni território na parte leste da Ásia Menor, ao sul de Ponto e oeste da Armênia.
Ponto
Era, originalmente, o nome do Mar Negro, mas veio a designar a área da fronteira deste mar na parte nordeste da Ásia Menor.
Ásia
Era a província romana da Ásia Menor, formada em 133 a.C
Frigia
Era a maior área no centro da Ásia Menor.
Panfília
Era um distrito costeiro na região sul da Ásia Menor, a leste da Lícia e oeste da Cilícia, ao sul da Psídia.
Egito
Um antigo país no continente africano, lar dos antigos faraós.
Partes da Líbia e Cirene
Era um território na costa norte da África, cuja capital era Cirene.
Roma
Este c o nome de uma cidade, e não de um território, o único locai que não estava na área leste do Mediterrâneo.
Cretenses e árabes
Do oeste (habitantes da ilha de Creta e do leste (povos do deserto da Síria, a oeste da Mesopotâmia e leste de Orontes, e da península limitada pelo Golfo Pérsico, Oceano Índico e Mar Vermelho).


A missão não pode ser realizada pelos próprios agentes. Ela só é possível através do Espírito Santo, com o poder do alto. Da mesma forma como o Espirito Santo estava sobre Jesus (“o Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu"-Lc4.18), assim também o Espírito estava sobre os discípulos, ungindo-os para fazer discípulos em todas as nações. Vamos deter nossa atenção em dois destes discípulos, Pedro e Estevão, a fim de observar como eles realizaram a sua missão na igreja. Dois elementos da sua missão devem ser destacados: a importância dos seus discursos e a instrumentalidade dos sinais e maravilhas.
 

Missão a partir da pregação

“Os discursos missionários aos judeus (e aos tementes a Deus Cornélio e seus associados) dominam a primeira porção do livro" (Conzelmann 1987:xliv). A pregação é muito importante nesta fase da igreja em Jerusalém. Por quê? Devido ao fato de que “os discursos se adaptam às várias realidades sociais e geográficas aludidas em Atos 1.8, demonstrando através de passagens selecionadas como a mensagem se espalhou de Jerusalém até aos confins da terra, adaptando-se às respectivas circunstâncias ao longo do caminho" (Baycr 1998:258-259). Os discursos de Pedro (três) e Estevão (um) têm uma função importante na narrativa lucana, revelando a missiologia através deles.
O primeiro discurso de Pedro (At 2.14-40) é endereçado à multidão no Pentecostes. Ele lhes dá uma compreensão teológica do significado e da significância do Pentecostes. O elemento missiológico deste discurso é a convocação de “toda a casa dc Israel (At 2.36) para o arrependimento e conversão — “arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo" (At 2.38). Como resultado, "os que lhe aceitaram a palavra foram batizados, havendo um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas (At 2.41).
 

O segundo discurso de Pedro (At 3.12-26) é endereçado à multidão no templo. Ele exorta o povo judeu ao arrependimento pela crucificação do Messias. “É, novamente, um discurso missionário, endereçado aos judeus, um sermão querigmático no qual Pedro repete a proclamação cristã básica: Deus glorificou seu servo Jesus, ressuscitando-o dentre os mortos, e em seu nome aquele mendigo tinha sido curado” (Fitzmyer 1998:282). Este discurso acontece logo depois de Pedro e João terem curado um mendigo coxo “em nome de Jesus Cristo, o Nazareno” (At 3.6). “Pedro, de fato, desafia os judeus em Jerusalém a clamar pelo 'nome de Jesus’, ou seja, a colocar a sua fé nessa pessoa a quem aprouve Deus enviar ao seu meio para o próprio beneficio deles” (Fitzmyer 1998:283).

O terceiro discurso de Pedro (At 4.5-12) é endereçado ao Sinédrio. Pedro testemunha que um homem abandonado fora curado pelo poder (nome) de Jesus. Novamente, este é um discurso missionário. Com firmeza e “cheio do Espírito Santo (At 4.8), Pedro proclama a salvação ao Sinédrio e ao “povo de Israel" (At 4.10), dizendo: “tomai conhecimento, vós todos e todo o povo de Israel, de que, em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, a quem vós crucificastes, e a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, sim, em seu nome é que este está curado perante vós. Esse Jesus é pedra rejeitada por vós, os construtores, a qual se tornou a pedra angular. E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (At 4.10-12).
Finalmente, o quarto discurso pertence a Estevão, e foi proferido perante o Sinédrio (At 7). Estevão faz uma longa recapitulação da história judaica e acusa os judeus de matarem o Messias. Estevão proferiu este discurso em resposta às acusações da sinagoga composta de judeus de Cirene, Alexandria, Sicília e Ásia. Eles “discutiam com Estevão” (At 6.9). Que tipo de discurso Estevão pregou? De acordo com Fitzmyer, “o discurso tenta provar que Deus tem estado trabalhando constantemente na história do seu povo, e tem constantemente trazido o bem sobre o mal” (1998:364). Nesse sentido, o discurso “não era querigmático ou missionário" (Fitzmyer 1998:364). Se esse discurso busca provar que Deus tem estado trabalhando constante na história do seu povo, então ele é clara uma atestação da missio Dei. E por que Deus tem estado trabalhando na história do seu povo? É porque a missão é “o movimento do amor de Deus em direção ao seu povo, uma vez, que Deus é uma fonte de amor” (Bosch 1996:390). Estevão está fazendo uma convocação aos judeus que são participantes como agentes ativos na história da salvação. Em sua conclusão, ele disse: “Homens de dura cerviz e incircuncisos de coração e de ouvidos, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim como fizeram vossos pais, também vós o fazeis. Qual dos profetas vossos pais não perseguiram? Eles mataram os que anteriormente anunciavam a vinda do Justo, do qual vós agora vos tornastes traidores e assassinos, vós que recebestes a lei por ministério de anjos e não a guardastes” (At 7.31-53).

Em outras palavras, Estevão está tentando dizer:
1. Vocês vão resistir ao Espírito Santo, da mesma forma que os seus antecessores?
2. Vocês vão imitar aqueles que mataram os profetas?
3. Vocês vão negligenciar e desobedecer a Lei?
Fica claro que Estevão estava sendo um profeta para eles (como outros no passado, eles o matariam). Justiça e condenação estavam incluídas neste discurso. No entanto, Estevão ainda tentava convencê-los a não resistir ao Espírito Santo e a arrepender-se pela morte do Messias, tornando-se parte da história da salvação como agentes missionários de Deus.
Como esses discursos se relacionam com a missão na cidade? É importante perceber que os discursos são religiosos. Jesus foi questionado, no passado, sobre a fonte de sua autoridade (“Dize-nos: com que autoridade fazes estas coisas?


( Notas de: apazdosenhor.org)


Nenhum comentário:

Postar um comentário