Introdução
O evangelista é um precioso dom de Cristo à sua
Igreja. Sem o ministério da proclamação, o evangelho teria morrido em
Jerusalém. Mas, por intermédio de obreiros como Filipe, a mensagem da cruz,
ultrapassando as fronteiras da Judeia, chegou a Samaria. E, desse recanto
gentio tão desprezado, as Boas-Novas não demoraram a chegar aos confins da
Terra. O evangelista assemelha-se ao bandeirante que, jamais temendo o
desconhecido, sai a falar de Cristo aos povoados mais remotos e estressantes. O
seu retorno, porém, é jubiloso. De maneira sacrifical, apresenta preciosas
almas ao Senhor. Seja falando a uma única pessoa, seja pregando às multidões, o
seu amor pelos que perecem é o mesmo. Proclamar o evangelho é a sua missão.
Neste
capítulo, enfocaremos o evangelista como o agente das Boas- Novas. Veremos que
ele é essencial à expansão do Reino de Deus. Paulo destaca o seu ministério
como um dos mais importantes da Igreja. Ele é o semeador que saiu a semear.
I. Evangelista, um Dom de Deus
Leighton
Ford, ao descrever a chamada do evangelista, afirmou: “Devemos evangelizar não
porque seja agradável, fácil, ou porque podemos ter sucesso, mas porque Cristo
nos chamou. Ele é o nosso Senhor. Não temos outra escolha senão obedecer”. O
ministério evangelístico não se limita a uma opção pessoal; firma-se numa
intimação do próprio Cristo.
1. Evangelista, uma
feliz definição.
A palavra “evangelista” provém do vocábulo grego euaggelistes , e significa aquele que traz boas-novas. Trata-se de
um termo que, usado na Grécia Clássica, designava o que portava uma notícia
agradável. Em suma, era o mensageiro do bem. A partir da fundação da Igreja de
Cristo, no Pentecostes, a palavra passou a designar aquele que proclama o
evangelho. A palavra “evangelista” é constituída por dois vocábulos gregos: eu , bom, e ággelos , anjo ou mensageiro. Se considerarmos a sua etimologia,
concluiremos que o evangelista, sendo o “anjo” do bem, tem de estar sempre a
postos a transmitir a Palavra de Deus. Eis porque, no Apocalipse, os
responsáveis pelas igrejas da Ásia Menor foram assim nomeados pelo Senhor.
Enquanto pastores, eram compelidos pelo Espírito Santo a fazer o trabalho de um
evangelista.
2. Evolução do
ministério evangelista. Se o ministério diaconal foi constituído formalmente por um concílio, o
evangelístico não precisou de formalidade alguma para sobressair. Os dois
primeiros evangelistas da Igreja Primitiva, a propósito, surgiram dentre os
sete diáconos. Logo após ser consagrado ao diaconato, Estêvão começou a
destacar-se como evangelista. Sua palavra fez-se tão irresistível, que levou o
clero judaico a condená-lo à morte traiçoeiramente (At 8.1,2).
Estêvão morreu, mas a evangelização
reavivou-se com as incursões de Filipe. Ao deixar Jerusalém, proclamou, entre
os gentios de Samaria, um evangelho autenticamente pentecostal. Sua palavra era
acompanhada de milagres, sinais e maravilhas; era simplesmente irresistível.
Lucas bem que poderia ter cognominado o capítulo 8 de seu segundo livro como
“Atos de Filipe”.
Mais tarde,
quando da conclusão da terceira viagem missionária de Paulo, encontraremos
novamente Filipe, dessa vez em Cesareia. Lucas, que fazia parte da equipe do
apóstolo, reconhece-lhe o ministério, tratando-o como evangelista. Era a
primeira vez na História da Igreja Cristã que um obreiro recebia semelhante
distinção.
3. Mais que um título,
um dom. Em
algumas igrejas, o evangelista é visto mais como investidura eclesiástica do
que, propriamente, como dom ministerial. Vejamos, porém, o que diz Paulo acerca
desse tão importante ofício sagrado:
E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e
outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o
aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo
de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho
de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo. (Ef
4.11-13)
Conclui-se que somente deve ser reconhecido
como evangelista o que foi agraciado com semelhante dom. Doutra forma, teremos
um clero inflado de evangelistas que, em vez de ganhar almas para Cristo,
desgastam-se emocional e espiritualmente, aguardando uma eventual promoção ao
pastorado. A hierarquização eclesiástica, nesse sentido, é mais do que nociva
ao crescimento saudável do corpo de Cristo; é deletéria e mortal. Que sejamos
criteriosos na escolha daqueles que sairão pelo mundo a proclamar a mensagem do
evangelho.
II. O Evangelista no Antigo
Testamento
Embora
constituído para apregoar o conhecimento de Deus entre os gentios, Israel
recolheu-se em seu legado sacerdotal e real, descumprindo a sua missão
evangelística.
1. Os patriarcas evangelizam. Abraão foi o primeiro santo do
Antigo Testamento a ser agraciado com o título de profeta (Gn 20.7). Apesar de
não possuir o encargo de Isaías, nem a missão de Ezequiel, o patriarca, por meio
de um testemunho corajoso e monoteísta, mostrou aos cananeus a realidade do
Deus Único e Verdadeiro.
Em suas
peregrinações, quer entre os egípcios, quer entre os filisteus, o pai de Israel
evidenciava a todos que, longe de ser um nômade aventureiro, era o amigo de
Deus. Informalmente, esse mensageiro do Senhor espalhou a esperança messiânica
entre os antigos. Somente a eternidade para revelar quantas almas o crente
Abraão conduziu ao Reino dos céus. O mesmo diremos de Isaque e de Jacó. Quanto
a José, o que acrescentar? Administrando uma das crises mais agudas de todos os
tempos, mostrou a todo o Oriente que o Deus de seus pais sabe como intervir
tanto na História Universal quanto na biogra a de cada uma de suas criaturas
morais.
2. Os profetas evangelizam. Ainda que
Isaías seja cognominado o evangelista do Antigo Testamento, quem mais se
aproximou do exercício desse ministério foi Jonas. Intimado por Deus a
proclamar um severíssimo juízo contra Nínive, o profeta, apesar de sua
relutância inicial, fez-se evangelista e missionário. Ao chegar à grande
cidade, percorreu-a durante todo um dia, com uma mensagem simples, mas eficaz:
“Ainda quarenta dias, e Nínive será subvertida” (Jn 3.4). O sermão de Jonas não
parece teológico, nem profético. Isolado, é matemático, geográfico e
meteorológico. Evoca um número, uma cidade e uma situação. Mas, no contexto do
juízo divino, é mais do que teológico; é intensamente profético. Em sete
palavras, descreve rigorosamente a justiça divina. Apesar de não mencionar o
arrependimento, leva o Império da Assíria a curvar-se diante do Deus de Israel.
Em nenhum momento, exorta aqueles impenitentes a jejuar. Mas, diante da
urgência e da gravidade de sua proclamação, todos, do rei ao mais humilhado dos
súditos, abstêm-se de pão e de água.
Se Jonas
saiu a evangelizar, Isaías evangelizou sem sair. De sua amada Jerusalém, o
profeta descreveu o Messias com detalhes surpreendentes e impressionantes. Ele
falou de sua concepção virginal, de sua morte vicária e de seu Reino glorioso.
Se alguém pretende fazer o retrato falado de Jesus, basta ler em voz alta o
capítulo 53 de Isaías. Ali, em cores fortes, está o Cristo de Deus,
entregando-se por mim e por você.
3. Os reis evangelizam. Apesar de nem todos os reis de
Israel serem recomendáveis, alguns deles, como Davi, Salomão e Ezequias, muito
zeram pelo anúncio da Palavra de Deus entre os gentios. Nos dias de Salomão,
muitos potentados estrangeiros deixavam suas terras para ouvir o sapientíssimo
rei de Israel. E, ali, na corte hebreia, glorificavam o Poderoso de Jacó. Haja
vista a rainha de Sabá, que, do extremo sul do continente, veio constatar não
só a glória de Salomão, mas a presença divina na terra que manava leite, mel e
a sabedoria divina.
Salomão,
porém, não demorou a desprezar a glória do Senhor. Em vez de comissionar
sacerdotes a apregoar a verdadeira fé entre os gentios, envia sua frota
mercante a trazer, de Társis, pavões e macacos (1 Rs 10.22). Apesar de tantos
desencontros com a sua real vocação, Israel logrou cumprir a parte essencial de
sua missão, pois legou-nos os profetas, as alianças, as Sagradas Escrituras e o
Salvador do mundo.
III. A
Missão do Evangelista
O
evangelista George Sweazey afirmou com muito acerto: “A evangelização é uma
tarefa sempre perigosa, embora não seja tão perigosa como a falta de
evangelização”. O que
teria levado o irmão Sweazey a chegar a tal conclusão? Provavelmente,
referia-se à tarefa do evangelista que, ao contrário do que muita gente supõe,
é desafiadora e complexa, mas sempre gloriosa.
1. Proclamar o
evangelho. Para
se proclamar o evangelho de Cristo com eficácia, requer-se, antes de tudo, uma
experiência real e marcante com o Cristo do evangelho. Além disso, deve o
evangelista aprofundar-se no conhecimento de Deus, a fim de apresentar em sua
inteireza, tanto ao mundo quanto à Igreja, todos os desígnios divinos. Foi o
que Paulo declarou ao presbitério de Éfeso: “Portanto, no dia de hoje, vos
protesto que estou limpo do sangue de todos; porque nunca deixei de vos
anunciar todo o conselho de Deus” (At 20.26,27).
O
evangelista, embora proclame uma mensagem simples e direta, não há de
conformar-se com uma teologia rasa. Antes, aprofundar-se-á na Palavra da
Verdade, para que venha a manuseá-la com destreza e oportunidade. Ao jovem
Timóteo, recomenda Paulo: “Procura apresentar- te a Deus aprovado, como obreiro
que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2 Tm
2.15). Sua mensagem, portanto, será simples, mas jamais simplória, porquanto
Deus o chamou a falar a judeus e a gregos, a sábios e a ignorantes, a servos e
a livres.
Quem ouve
Billy Graham, observa duas coisas em seus sermões: simplicidade e profundidade.
Munido dessa fórmula, saiu ele a pregar nos países mais distantes e escondidos,
mostrando a todos a eficácia da mensagem da cruz. Em seus livros, porém,
deparamo-nos com um teólogo que nada fica a dever à academia mais exigente. À
semelhança de Paulo, o evangelista americano nada se propunha saber, a não ser
Cristo e este crucificado.
Então, que o
evangelista se empenhe por manusear, destramente, a Palavra da Verdade, pois
quem ganha almas sábio é. Não é nada fácil desconstruir as mentiras de Satanás,
no coração do pecador. Mas o verdadeiro evangelista, com sabedoria e paciência,
reconstrói na alma impenitente a verdade que liberta, salva e leva para o céu.
O que o mensageiro de Deus obtém, nenhum filósofo, pedagogo ou psicólogo logra
conseguir. Estes falam apenas à razão, mas aquele brada ao coração, à alma e
até mesmo à mente menos razoável.
2. Fortalecer a Igreja. O evangelho não deve ser pregado
apenas ao mundo. Às vezes, temos de anunciá-lo também à Igreja. Era o que Paulo
pretendia fazer, ao anunciar a sua visita aos romanos: “E assim, quanto está em
mim, estou pronto para também vos anunciar o evangelho, a vós que estais em
Roma” (Rm 1.15). Depreende-se que os irmãos de Roma, apesar de sua sinceridade,
ainda não haviam compreendido, plenamente, a origem, o processo e a efetivação
da fé salvadora em Jesus Cristo. Por isso, era urgente que o apóstolo descesse
aos alicerces do Plano da Salvação, para que eles viessem a subir aos andares
mais elevados do conhecimento divino.
Assim como o
pastor tem de fazer o trabalho de um evangelista, deve o evangelista, por seu
turno, empenhar-se pastoralmente na edificação doutrinária das ovelhas. Hoje,
mais do que ontem, os evangélicos, até mesmo os de igrejas tradicionais e
históricas, carecem de fundamentos doutrinários. Ora, que firmeza terão os
crentes se boa parte dos pastores acham-se firmados em teologias movediças?
É chegado o
momento de evangelizarmos também os que, presumindo- se evangélicos, acham-se
tão distantes do evangelho quanto os católicos. Se estes têm ídolos, aqueles
possuem deuses. Não raro, nossos deuses são mais deletérios do que os ídolos.
Pelo menos, os ídolos católicos têm boca, mas nada falam, ao passo que os
deuses evangélicos abrem a bocarra para dizer o que Deus jamais diria. Se os
ídolos romanos levam para o inferno, os deuses do evangelho midiático a ninguém
conduz para o céu. Que todos saibam que somente o Senhor Jesus salva.
3. Fazer discípulos de Cristo. O trabalho de um evangelista não se
resume em trazer alguém à luz de Cristo, mas também acompanhar o novo crente,
até que este venha a iluminar o mundo com o seu testemunho. Se, num primeiro
momento, o evangelista é o amoroso obstetra, no seguinte, ele haverá de ser o
pediatra atento à evolução do convertido.
O objetivo principal do discipulado é formar
autênticos seguidores de Cristo. A partir daí, teremos cristãos testemunhais e
exemplares. Mas, se não dermos importância à formação espiritual dos que
recebem a Cristo, encheremos a igreja de crentes vazios, de cientes e rasos na
fé. É o que vem ocorrendo em muitos arraiais que, tidos como evangélicos, das
ovelhas querem apenas a gordura e a lã.
A essa altura, uma pergunta ganha pertinência:
“Até quando deve durar o discipulado?” Se levarmos em conta as reivindicações
apostólicas, o discipulado, na vida de um crente, inicia-se com a sua
conversão, e há de perdurar até que seja ele recolhido pelo Senhor. Quanto ao
discipulado do novo convertido, em si, que persista até que ele venha a
parecer-se em tudo com Jesus Cristo. Somente um discipulado genuinamente
bíblico fará a diferença entre o cristão e o não cristão.
4. Defender o
conhecimento divino. Escrevendo aos Filipenses, Paulo abre-lhes o coração, e mostra-lhes ter
sido chamado não somente a proclamar o evangelho, como também a defendê-lo:
“Como tenho por justo sentir isto de vós todos, porque vos retenho em meu
coração, pois todos vós fostes participantes da minha graça, tanto nas minhas
prisões como na minha defesa e confirmação do evangelho” (Fp 1.7). De que
forma, porém, o apóstolo saiu a defender as Boas-Novas no mundo greco- romano?
A apologia
de Paulo era diferente da nossa; era viva, dinâmica e relevante. Ele não se
afadigava a provar a existência de Deus, pois todos, de uma forma ou de outra,
sabiam que o Criador existia, pois a sua presença na criação é inegável. Antes,
mostrando a relevância da mensagem da cruz aos gregos e romanos, o apóstolo
deixava-lhes bem patente que Deus não somente existe, mas intervém na História
do universo e na biografia de cada ser humano.
Paulo também
não se estressava em mostrar o Jesus Histórico, porquanto a existência do Filho
de Deus já se achava, àquela altura, subscrita nas crônicas romanas. Mas,
aproveitando cada oportunidade, o apóstolo realçava o Cristo Kerigmático que,
ao vencer a morte, recebera do Pai todo o poder nos céus e na terra. A História
a ninguém traz à vida, mas a mensagem da cruz de Cristo é suficiente para levar
multidões ao novo nascimento.
Em suas cruzadas pelo Mediterrâneo, o apóstolo
não se afadigou em mostrar a este sábio, ou àquele filósofo, que as Sagradas Escrituras são, de
fato, a Palavra de Deus. Todavia, ao pregar na unção do Espírito Santo,
convencia o incrédulo mais convicto de que havia, por exemplo, uma agravante
diferença entre Moisés e Aristóteles. O primeiro falou em nome de Deus e por
Deus, trazendo esperança a Israel e ao mundo. Quanto ao segundo, não foi além
de uma descoberta óbvia e esperada. Em sua ignorância, o sábio grego limitou-se
a dizer que Deus é o motor imóvel que move o mundo. Mas o apóstolo demonstra
que Deus, além de mover o mundo, move-se entre os seus filhos, operando o
impossível.
O apóstolo
não se agastou em convencer a Grécia de que o pecado é uma ofensa ao Santo de
Israel, pois os gregos, mesmo não conhecendo os Dez Mandamentos, sabiam estar a
violar cada uma das ordenanças divinas. Eles viviam para pecar e pecavam para
viver. Por essa razão, Paulo não se limitou a denunciar-lhes o pecado; em Jesus
Cristo, apontou-lhes o caminho da pureza e da justificação pela fé.
Em sua
apologia, Paulo perfazia um caminho inverso do nosso. Nós defendemos o
evangelho de modo raso e periférico. Ele, porém, advogava-o de forma essencial,
mostrando-lhe o poder e a graça transformadora.
5. Fazer teologia. O evangelista, à semelhança do
apóstolo, também foi constituído a fazer teologia, pois sem teologia a
evangelização é impossível. Em sua primeira carta ao jovem Timóteo, faz-lhe
Paulo um resumo de seu currículo: “Para o que (digo a verdade em Cristo, não
minto) fui constituído pregador, e apóstolo, e doutor dos gentios, na fé e na
verdade” (1 Tm 2.7).
Uma coisa é
fazer teologia entre os teólogos. Outra, é teologizar entre os inimigos de
Deus. Mas é justamente nesse ambiente hostil, e cercado de falsos silogismos e
lógicas aparentes, que o evangelista é intimado a expor o tema prioritário da
verdadeira teologia: Jesus Cristo e este crucificado. Foi o que Paulo fez ao
evangelizar os gregos.
No
Areópago, os filósofos epicureus e estoicos consideraram o discurso do apóstolo
um raro despropósito. Àqueles varões intelectualmente orgulhosos, só um louco
ousaria afirmar que um homem teve de morrer, numa cruz, para que os demais
viessem a cruzar os portais da vida eterna. Enfim, àquele seleto grupo, o evangelho
era uma loucura. Mas foi ali, entre os gregos, e, mais tarde, entre os romanos,
que Paulo lavrou a mais sublime teologia do Novo Testamento. O evangelista é o
teólogo ambulante, cuja missão é proclamar o evangelho completo de Cristo. Isso
significa fazer a mais alta, a mais profunda e a mais bela teologia, pois a
mensagem da cruz possui todas essas características.
IV. O Preparo do Evangelista
Paulo foi um
dos homens mais cultos de seu tempo. Ele transitava com desenvoltura por três
ambientes culturais: o judaico, o grego e o romano. Aliás, até mesmo entre os
bárbaros foi ele bem-sucedido, pois a todos se achava devedor. Tendo em vista o
seu preparo singular, o apóstolo veio a realizar um trabalho igualmente
singular.
1. Bíblico-Teológico. Antes mesmo de converter-se, Paulo
já era um erudito nas Sagradas Escrituras, pois fora instruído aos pés do
rabino mais sábio de seu tempo. Em sua defesa perante os judeus de Jerusalém, o
apóstolo fala, em língua hebreia, de sua herança judaica e de seu aprendizado
na Cidade Santa: “Quanto a mim, sou varão judeu, nascido em Tarso da Cilícia,
mas criado nesta cidade aos pés de Gamaliel, instruído conforme a verdade da
lei de nossos pais, zeloso para com Deus, como todos vós hoje sois” (At 22.3).
É claro que,
antes de sua conversão, Paulo estava mais preso à letra do que ao espírito do
texto sagrado. Era mais erudito que teólogo; mais acadêmico que espiritual. O
seu aprendizado, porém, não foi inútil. Quando do seu encontro com o Senhor
Jesus, eis que o véu é retirado de seus olhos, possibilitando-lhe contemplar a
glória divina no Crucificado (2 Co 3.15,16).
2. Hermenêutico e
homilético. Sem
Gamaliel, não teria Paulo a mínima condição de expor o evangelho com tanta
maestria e profundidade aos crentes de Roma. E, assim, trazendo o Antigo
Testamento ao Novo, veio a produzir a epístola mais teológica da Igreja Cristã.
Afinal, tinha o alicerce hermenêutico necessário para mostrar, à luz da Lei,
dos Profetas e dos Escritos, o messiado de Jesus Cristo e a sua obra vicária no
Calvário.
O apóstolo
não sabia apenas interpretar as Escrituras; sabia, de igual modo, aplicá-las às
mais diferentes situações da Igreja. Ele demonstrava, na prática, que a Palavra
de Deus era, de fato, a regra áurea e infalível do cristão.
Que o
evangelista se prepare com amoroso esmero, pois a sua missão requer teologia,
hermenêutica e homilética. Todas essas demandas podem ser resumidas nesta
recomendação que o apóstolo encaminha a um jovem pastor, que se refinava no
trabalho evangelístico: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro
que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2 Tm
2.15). Eu gostaria que os seminários e institutos bíblicos tivessem, como
divisa, essa querida exortação paulina. Se levada a sério, haverá de produzir
evangelistas de comprovada excelência.
3. Cultural e
linguístico.
Paulo, conforme já adiantamos, podia transitar com desenvoltura por três
culturas distintas: a hebraica, a grega e a latina. Providencialmente, ele
nascera e fora criado numa cidade que, embora romana, era dominada pela cultura
helena. Naquela metrópole universitária, aprendera o grego e, mui
provavelmente, o latim. Afinal, estamos falando de um cidadão romano
ciente de
seus direitos e consciente de seus deveres.
No livro de Atos, vemos o apóstolo
comunicando-se tanto em hebraico quanto na língua grega. Ao pedir autorização
ao centurião para falar aos judeus de Jerusalém, ouviu do oficial romano uma
indagação que lhe questionava o preparo cultural: “Sabes o grego?” (At 21.37).
Em seguida, ante os seus acusadores, pôs-se a falar no idioma sagrado dos
judeus: “E, quando ouviram falar-lhes em língua hebraica, maior silêncio
guardaram” (At 22.2).
Hoje, com a
cosmopolização de nossas cidades, sugere-se que o evangelista, além de
expressar-se com e ciência e correção em português, que também se comunique em,
pelo menos, mais duas línguas: inglês e espanhol. Afinal, de vez em quando,
recebemos eventos e certames internacionais. Eis uma excelente oportunidade
para se falar de Cristo a um campo missionário que, mesmo sem ser convocado,
vem até nós. Nem sempre a seara vem ao ceifeiro. Então, que essas oportunidades
não sejam desperdiçadas.
O preparo
cultural do evangelista contempla dois campos interligados: a informação acerca
de outros povos e a habilidade linguística para se falar a todos, em todo o
tempo e lugar, por todos os meios possíveis.
4. Psicológico e
sociológico. O
evangelista não precisa ser psicólogo, nem sociólogo, para anunciar Jesus
Cristo. Todavia, é imprescindível que conheça o ser humano e a sociedade que o
cerca. Doutra forma, será um estranho entre estranhos. O apóstolo Paulo
sentia-se à vontade nos mais estranhos e variados ambientes. Entre os judeus,
judeu. Falando aos gregos, grego. Doutrinando os romanos, romano. Acolhido
pelos bárbaros, bárbaro. Se entre os sábios, sábio. Expondo Cristo aos
ignorantes, ignorante, ainda que, em Cristo, tudo soubesse.
Na
proclamação do evangelho, o apóstolo agia como amoroso psicólogo, aconselhando;
e, como gentil e compreensivo sociólogo, visitando as nações mais distantes e
desconhecidas. Que o evangelista conheça e ame o povo a que almeja alcançar.
V. A Ética do Evangelista
Acabo de ler
o testamento espiritual de Billy Graham. Pelo menos, foi a impressão que me
passou o seu derradeiro livro. Em , o evangelista americano faz um balanço de
sua vida e confessa estar ansioso (e preparado) por encontrar-se com o Pai
Celeste. Apesar de seus 98 anos, demonstra ele uma lucidez e discernimento
singulares, e ainda reúne forças para exercer os ofícios de um amoroso pastor:
aconselha os jovens, orienta os anciãos e não deixa de fazer o que sempre fez
desde que o Senhor o chamou à sua Obra: evangelizar.
Ao repassar
aquelas páginas, não pude ignorar a elevada ética que sempre o caracterizou.
Ele conclui um ministério de quase sete décadas sem qualquer pecha moral. Por
isso, a pergunta faz-se inevitável: Qual o segredo de Billy Graham?
Na verdade,
não há segredo algum. O que existe é um forte comprometimento com a Palavra de
Deus e um fundamento ético e moral bem sólido. Já no início de sua carreira, em
1948, ele e sua equipe, reunidos na cidade de Modesto, no Estado americano da
Flórida, redigiriam um compromisso de quatro pontos, que haveria de
nortear-lhes o ministério evangelístico. O documento, que caria conhecido como
a Declaração de Modesto, trata dos seguintes assuntos: informações, dinheiro,
sexo e relacionamento eclesiástico.
O protocolo,
hoje, serve de modelo aos que buscam desenvolver um ministério itinerante que
glorifique a Deus por sua ética e compromisso com a Bíblia Sagrada. De acordo
com o referido documento, o primeiro ponto a ser observado por um pregador é a fidelidade
aos relatos e informações.
1. Ética na informação. Reza o ditado velho e matreiro: “Quem
conta um conto, aumenta um ponto”. Na arena evangelística, até que poderia
haver um provérbio semelhante: “Quem ganha algumas ovelhas, sempre acaba se
ufanando de haver conquistado um rebanho”. Buscando evitar exageros nos relatos
de suas campanhas, a Associação Evangelística Billy Graham é enérgica. A
primeira cláusula da Declaração de Modesto estabelece uma ética rígida sobre as
informações a serem transmitidas aos órgãos eclesiásticos e à imprensa:
Fica decidido que
nenhuma comunicação à mídia e à igreja será exagerada ou presunçosa. A dimensão
da assistência e o número de conversões não serão alterados, a fim de nos
promover.
Nos Estados Unidos, quando se quer
exagerar algum fato, usa-se como exórdio este advérbio: “Evangelisticamente
falando”. Em seguida, descarrega-se o exagero. Já no Brasil, utiliza-se outra
expressão para alcunhar o pregador que se dá às hipérboles e às grandezas:
evangelástico. Ora, por que redimensionar os resultados de uma campanha se
basta a conquista de uma única alma para pôr os céus em festa? Consideremos,
ainda, que a missão primordial de um evangelista não é a conversão de
pecadores, mas a proclamação do evangelho. Se esta for efetuada a tempo e a
fora de tempo, as colheitas não faltarão.
Quando um
pregador maquia os resultados de seu trabalho, busca entre outras coisas o
incremento do marketing pessoal, a seletividade da agenda e a valorização dos
honorários. Esquece-se ele, porém, que a verdade aumentada jamais será verdade;
será sempre mentira. O sábio americano Benjamin Franklin (1706-1790) é incisivo
quanto à veracidade dos fatos: “A
meia-verdade é frequentemente uma grande mentira”. Por conseguinte, como pode um
pregoeiro da justiça comprometer-se com a falsidade? Se avaliarmos superficialmente
os resultados do semeador da parábola, constataremos não terem sido muito bons.
Apenas um quinto de suas sementes logrou germinar. Todavia, foi o suficiente
para que o Reino de Deus frutificasse em toda a terra.
Em Atos dos Apóstolos, Lucas busca a precisão
e a de dignidade em todas as informações que transmite a Teófilo (At 1.1-3). No
Dia de Pentecostes, por exemplo, lemos que, como resultado do sermão de Pedro,
quase três mil pessoas se converteram (At 2.41). Mas, na casa de Cornélio, as
conversões talvez não chegassem a uma dezena, e nem por isso o número deixou de
ser expressivo ao Reino de Deus.
Não
exageremos os resultados de nosso trabalho. Na exposição dos fatos, nada de
retórica; a verdade basta. Então, por que inventar milagres para glorificar a
Deus? Sua glória é incompatível com a mentira. Sejamos fiéis e verdadeiros nos
relatórios e informações. Se fantasiarmos nossos feitos e façanhas, mais
adiante seremos desmascarados. Quem ganha almas não é somente sábio; é
verdadeiro e modesto.
2. Ética financeira. Se, por um
lado, temos muitos pregadores que primam pela excelência do ministério, por
outro, há não poucos que só demonstram uma única preocupação — o sucesso
pessoal e o recebimento de seus honorários. Por isso, a Associação
Evangelística Billy Graham foi objetiva e clara no segundo artigo da Declaração
de Modesto:
Fica decidido que questões financeiras serão submetidas a uma
comissão de diretores para revisão e simplificação dos gastos. Toda cruzada
local manterá uma política de ‘livros abertos’ e publicará um registro de onde
e como o dinheiro é gasto.
Nessa
questão, temos de ser equilibrados e justos. De uma parte, somos obrigados a
criticar os pregadores que fazem da fé um mero negócio. Mas, de outra, não
podemos louvar as igrejas que não reconhecem o labor de quem lhes expõe a
Palavra de Deus. Ao falar sobre o trabalho dos mestres e doutores da Igreja,
recomenda Paulo a Timóteo: “Devem ser considerados merecedores de dobrados
honorários os presbíteros que presidem bem, com especialidade os que se
afadigam na palavra e no ensino” (1 Tm 5.17, ARA). O texto é claro e não
demanda maiores exegeses: o expositor da Palavra de Deus deve ser honrado não
apenas com menções elogiosas, mas com um digno reconhecimento financeiro.
O pregador,
por seu turno, contentando-se com o combinado, jamais fará apelos emocionais,
visando angariar maiores recursos. As ofertas e dízimos são da igreja local. Se
ele for realmente ético, nem falará em dinheiro durante as suas prédicas. E que
não haja negociata entre o pastor e o evangelista, com vistas à divisão de
oferendas especiais arrecadadas no calor das emoções e sob um clima de
promessas irrealizáveis e ameaças aterrorizantes. Não espoliemos os santos;
respeitemos o povo de Deus. Sejamos éticos e transparentes em todas as
transações financeiras.
Evangelista,
além de ético, seja precavido. Não deixe de pagar a previdência e, se possível,
faça um plano de aposentadoria. O tempo passa e a velhice não demora a chegar.
Aja com sabedoria e temor a
Deus.
3. Ética sexual. Já na década de 1940, não eram
poucos os pregadores americanos que escandalizavam a igreja devido às suas
incursões sexuais. Para que isso não viesse a ocorrer com os seus membros, a
Associação Evangelística Billy Graham, na Declaração de Modesto é
particularmente severa:
Fica decidido que os membros da equipe agirão com toda
prudência, a m de se resguardarem de tentações na área sexual. Por isso, jamais
carão sozinhos com uma mulher. E, mutuamente, responsabilizar-se-ão uns pelos
outros. Eles também informarão suas esposas acerca de suas atividades ao longo
das viagens, para que elas sintam-se participantes das cruzadas.
O ideal
seria que os pregadores itinerantes viajassem acompanhados de suas esposas.
Infelizmente, não são muitas as igrejas que concordam em arcar com mais essa
despesa. A maioria acha que só deve ressarcir os gastos do obreiro consigo
mesmo. E se este quiser levar a esposa, que pague do próprio bolso. Tal postura
é contraproducente, pois fragiliza o obreiro, expondo-o a riscos espirituais e
morais. Não disse o próprio Deus que não é bom que o homem esteja só?
Caso o
pregador viaje desacompanhado, deve tomar uma série de cuidados para não cair
em armadilha alguma.
• Evite dar aconselhamentos a pessoas do sexo
oposto. Isso é competência (e dever) do pastor local. Sua função é ministrar à
congregação, e não dar clínicas pastorais. Se o fizer, que esteja acompanhado
de outro obreiro.
• Não receba nenhuma mulher no saguão do hotel
e muito menos no quarto. Diante do pecado, não há super-homens. A recomendação
do apóstolo é taxativa: “Fugi da prostituição. Todo pecado que o homem comete é
fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo” (1 Co
6.18). Lembre-se: homens mais fortes e mais santos do que nós caíram; portanto,
tomemos muito cuidado.
• Não saia
para almoçar com pessoas do sexto oposto. Como homens de Deus, devemos evitar a
aparência do mal.
• Exija ser
hospedado em lugares que não lhe comprometam a reputação. Recuse motéis e
hotéis de alta rotatividade.
Tais
cuidados são necessários, pois é muito fácil ao pregador cair nas astutas
ciladas do Diabo. Por esse motivo, que a igreja zele por sua segurança
espiritual e moral. E, sempre que possível, financie também a vinda da esposa
do pregador. Afinal, quem ministra precisa ser devida e duplamente honrado.
4. Ética no
relacionamento eclesiástico. A Declaração de Modesto também instrui os membros da
Associação Evangelística Billy Graham a agirem com ética no relacionamento com
pastores e igrejas:
Fica decidido que os membros de nossa equipe jamais
proferirão palavras negativas a respeito de outros líderes e pregadores,
independentemente de suas denominações e posições teológicas, pois a missão do
evangelismo inclui fortalecer o corpo de Cristo bem como edificá-lo na Palavra
de Deus. Que jamais usemos o púlpito a m de caluniar outros pregadores,
denegrir rebanhos ou agir com indiscrição acerca de faltas alheias. Se estamos
de pé, agradeçamos a Deus por sua in nita misericórdia.
Quanto às
igrejas de outras persuasões, por que denegri-las? Nossa igreja acha-se também
num contínuo processo de aperfeiçoamento. E, até a volta de Cristo,
constataremos haver muitas imperfeições em nosso rebanho. Imperfeições estas,
aliás, que revelam o quanto dependemos do perfeitíssimo Deus.
Por
conseguinte, que esta seja a nossa linha de conduta no púlpito:
• Que jamais
venhamos a aviltar nossos líderes. No púlpito, mesmo que oficiosamente, somos
os seus representantes.
• Não nos
imiscuamos em política, quer eclesiástica, quer partidária. Não fomos chamados
para ser homens do povo, mas homens de Deus.
• Jamais
incitemos a igreja contra o seu pastor, nem busquemos seduzir rebanhos alheios.
Nossa missão é transmitir com fidelidade todo o conselho divino.
• Condenemos
energicamente o pecado, mas sejamos amáveis para com o pecador. O que nos teria
acontecido se o Pai não nos tivesse tratado tão amorosamente?
• Não
falemos mal das outras religiões, mas exponhamos com autoridade as virtudes do
evangelho de Cristo.
Enfim,
ajamos corretamente no púlpito. O que todos esperam de nós é uma conduta digna
de um verdadeiro homem de Deus.
Não há honra
tão elevada quanto proclamar o evangelho de Cristo. Todavia, grande é nossa
responsabilidade. Por isso, roguemos a Deus que jamais venhamos a
escandalizar-lhe o nome. Que a nossa conduta seja sempre digna do Rei dos reis.
E que o exemplo de Billy Graham cale profundamente em nossa alma. A Declaração
de Modesto, posto que simples, é objetiva e prática. Se lhe seguirmos as
diretrizes, poderemos concluir o nosso ministério com honra tanto diante de
Deus quanto diante dos homens. Que o senhor nos guarde de tropeçar.
Conclusão
Não sei quantas almas já ganhei. Mas uma coisa
não deixo de fazer: evangelizar pessoalmente. Às vezes, falo de Cristo numa fila
de banco; outras, num táxi; e, ainda outras, num leito hospitalar. Nem sempre
tenho condições de explanar todo o Plano da Salvação. Todavia, deixo bem claro,
ao meu interlocutor, que Jesus Cristo é a única esperança para esta geração
confusa, deprimida e sem horizontes. Com poucas palavras, você pode livrar
alguém do lago de fogo. Então, esmere-se no exercício do ministério
evangelístico, pois quem ganha almas sábio é.
Livro - O Desafio da Evangelização - Andrade de Claudionor
2016
SÍNTESE DO TÓPICO III
0 evangelista tem como função proclamar o evangelho.
"Evangelista Aquele que é chamado para pregar o Evangelho em muitos
lugares. Palavra derivada do verbo euangelizo. Evangelizar significa trazer
boas-novas a alguém, especificamente anunciar informações a respeito da
salvação cristã (1 Co 15.1- 4). A palavra é encontrada três vezes no Novo
Testamento. Os evangelistas estão relacionados junto com os apóstolos, profetas,
pastores e doutores, como aqueles que são chamados para compartilhar a
construção da igreja. Filipe foi chamado de 'o evangelista' (At 21.8). Embora
fosse um dos sete escolhidos para aliviar os apóstolos da tarefa de distribuir
alimentos (At 6.5), ele foi especialmente notado por sua atividade
evangelizadora. De Jerusalém, ele foi até Samaria e pregou com grande sucesso.
Dali, foi enviado para evangelizar um oficial da corte etíope, que estava
viajando para casa depois de visitar Jerusalém . Então pregou o Evangelho desde
Azoto até Cesareia, onde tinha sua casa (At 8.40). Timóteo, o jovem ministro,
foi exortado a realizar o trabalho de um evangelista como um acompanhamento
de sua supervisão pastoral. Está claro que, embora os apóstolos e outros
compartilhassem o trabalho de evangelização, havia homens que Deus chamava
especialmente para essa tarefa. Nos anos posteriores, os escritores dos quatro
Evangelhos foram chamados de evangelistas porque registraram , de forma
persuasiva, os fundamentos do Evangelho de Cristo" (Dicionário Bíblico
Wycliffe. led . Rio de Janeiro: CPAD, 2009, pp- 725,726). CONCLUSÃO Filipe
destacou-se como o maior evangelista da Igreja Primitiva.
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