quarta-feira, 6 de abril de 2016

LIÇÃO 2 : A NECESSIDADE UNIVERSAL DA SALVAÇÃO EM CRISTO



                                

     Graça para
     Todos

              
                            
 Romanos 1,18-22
Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça; porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder como a sua divindade, se entendem e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem Inescusáveis; porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu, dizendo-se sábios, tornaram-se loucos.





A Revelação Natural

 “Porque do céu se manifesta a ira de Deus... ” (1.18a). Parece paradoxal que um texto que é conhecido como o Evangelho da Graça comece falando sobre a ira. De fato, muitos comentaristas bíblicos ficam chocados com o tom forte com que Paulo introduz essa seção de sua carta. Fica evidente que a expressão “ira de Deus”, tradução do grego orgé, carrega um peso de significado muito forte. Esse termo ocorre 36 vezes no Novo Testamento grego .1 É o mesmo vocábulo usado por João Batista para dizer que os fariseus e saduceus não escapariam da ira (orgé) vindoura (M t 3.7). É usado também para se referir à ira (orgé) do Cordeiro em Apocalipse 6.16. Na verdade, muitos intérpretes que foram influenciados pela teologia liberal do século X IX , de cunho fortemente humanista, não conseguiam harmonizar a imagem de um Deus amoroso com a de um Deus irado. Mas a ira divina aqui é totalmente justificável à luz do capítulo 1.18-32. O pensamento do apóstolo é claro — mostrar a situação caótica, desesperadora e corrupta na qual a humanidade se encontrava e como em meio a tudo isso Deus manifestou de forma copiosa a sua graça.

 "... sobre toda impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça” (1.18).
As palavras gregas asébeia e adikia estão bem traduzidas aqui com o “impiedade” e “injustiça” . Charles Hodge, em seu comentário da Epístola aos Romanos, destaca que a primeira palavra representa a impiedade em relação a Deus, e a segunda, a injustiça praticada contra os homens.O argumento de Paulo aqui forma um contraste com aquilo que ele já havia falado em Romanos 1 .16,17, em que a justiça de Deus se revela pelo evangelho. E por que Deus revela a sua justiça trazendo julgamento?  Porque os homens escolheram tornar a verdade prisioneira do pecado. Paulo diz que eles “detêm a verdade em injustiça” (1.18).

 “Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto 0 seu eterno poder como a sua divindade, se entendem e claramente se veem pelas coisas que estão criadas... ” (1.20). Paulo mostra que as obras da criação, a revelação natural de Deus, servem de parâmetro para o julgamento de Deus. Russel P. Sheed, renomado teólogo batista, destaca esse fato: “É inadmissível a desculpa humana de que entre determinados povos e nações simplesmente nunca houve qualquer oportunidade para se conhecer a mensagem salvadora. A Palavra de Deus afirma que homens ignorantes acerca da Bíblia não ficaram sem conhecimento algum de Deus (R m 1.19). Até aos mais distantes Ele revela seus atributos, seu eterno poder e natureza divina (Rm 1.20). Ninguém poderá sustentar algum a desculpa ao chegar diante do tribunal do Rei do universo. Todos serão julgados porque os homens, voluntariamente, encobrem a verdade para praticar a injustiça (R m 1.18). Essa ‘revelação natural’ que todo s têm de Deus (isto é, a verdade encoberta) será, portanto , a base da justa condenação de todos os que não alcançaram a graça de ouvir a Palavra de Deus (‘revelação especial’). ‘Eles não têm desculpa...’ (R m 1.21).
Todavia, Deus não é injusto. Nunca condenará um homem por este não ter crido numa mensagem que não teve oportunidade de ouvir. A justiça divina será mantida. No julgamento final, a justiça divina julgará todos de acordo com a luz que Deus lhes deu: a criação e a consciência” (grifo m eu).3

“...para que eles julguem inescusáveis;porquanto, tendo conhecido a Deus, não 0 glorificaram como Deus, nem lhe deram graças... ” (1.20,21). O homem pós-queda é um homem afetado pela c orrupição do pecado , embora não seja um ser espiritualmente insensível. Nem tampouco é u m ser que perdeu sua capacidade de escolha. O texto deixa claro que ele podia perceber por meio da revelação natural de Deus que a ordem das coisas tem um Criador.4 M as não fez isso. Em seu conceituado comentário sobre Romanos, o expositor Giuseppe Barbaglio observa que “o juízo divino de condenação nada mais é que a resposta ao intencional ‘não ’ por parte do homem . Paulo não se limita, porém , a esse aceno. Ao contrário, desenvolve amplamente o porquê da cólera divina (vv. 19-23). Dá por sabido que os homens não só tiveram a possibilidade de conhecer o Criador, mas de fato o conheceram . Sim , porque Ele se manifestou a eles através da criação. A obra revela o seu artífice. A inteligência, partindo do mundo, chega à sua causa. A eterna força e majestade divina, de si invisíveis, tornam -se perfeitamente visíveis aos olhos da mente. No plano do conhecimento a distância é superada, o encontro acontece. Constatação positiva, sem dúvida, mas Paulo logo a transforma em acusação contra o mundo pagão. Por isso os acusados não têm desculpas ou atenuantes. Numa palavra, são culpados. ‘Porque, embora tendo conhecimento de Deus, não lhe renderam nem louvor nem ação de graças’. O conhecimento não se converteu em reconhecimento. Teoria e práxis foram violentamente dissociadas” . De forma análoga, o expositor bíblico Dale Moody, in loco, sublinha esse fato, quando afirma: “o pecado distorce, mas não destrói a possibilidade da percepção. A mente de fato pode tornar-se réproba (1.28), mas também pode ser renovada (12.2). A mente torna possível a percepção ” .

 A oportunidade é dada a todos.

Romanos 1.23-32 E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis. Pelo que também Deus os entregou às concupiscências do seu coração, à imundícia, para desonrarem o seu corpo entre si; pois mudaram a verdade de Deus em mentira e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém! Pelo que Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza. E, semelhantemente, também os varões, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, varão com varão, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro. E, como eles se não importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convém; estando cheios de toda iniquidade, prostituição, malícia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade; sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes ao pai e à mãe; néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, irreconciliáveis, sem misericórdia; os quais, conhecendo a justiça de Deus (que são dignos de morte os que tais coisas praticam), não somente as fazem, mas também consentem aos que as fazem.
A Lei da Semeadura e da Colheita

£ mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis” (1.23). O apóstolo continua sua argumentação que justifica o julgamento de Deus. Em vez de glorificar a Deus, o homem se afastou ainda mais. Deus os entregou à idolatria (v. 2 3 ); imoralidade (v. 26) e animosidade (v. 30). Um abismo chama outro abismo. C. Marvin Pate observa que “entregar” (v. 24) aqui tem o sentido de “deixar as pessoas sofrerem as consequências de conseguirem o que desejam . Em outras palavras, nos tornamos semelhantes aquilo que adoramos” . Ao escolher adorar a criatura em lugar do Criador, ser o centro de si mesmo sem vez de terem Deus como centro de tudo, o homem mergulhou nas profundas trevas do pecado.

“Pelo que Deus os abandonou às paixões infames... ” (1.26,27). Paulo passa então a falar de comportamentos sociais que, à luz das coisas criadas, era m considerados como antinaturais. A homossexualidade , tanto masculina como feminina, é citada como exemplo desse afastamento da ordem natural (w . 26,27). Paulo, seguindo a tradição bíblica, reprova a prática homossexual (L v 18.22). Por outro lado, a cultura greco -romana tinha como natural o relacionamento entre pessoas do mesmo sexo. A pederastia, relacionamento de um adulto com alguém mais jovem , era vista com normalidade tanto na Grécia antiga como em Roma. A maior parte dos Césaes era homossexual. E conhecida a frase do escritor romano Suetônio dizendo que o imperador Júlio César “era o homem de toda mulher e a mulher de todo homem ” . Suetônio ainda fala sobre César como sendo amante de Nicomedes: “A reputação de sodomita veio -lh e unicamente d e sua estada junto a Nicomedes, mas isso bastou para desonrá -lo para sempre e expô -lo aos ultrajes de todos” . Essa prática, considerada normal para cultura greco -romana, era vista pelos judeus como um a perv ersão da sexualidade.
Depois da revolução sexual dos anos sessenta, o movimento em prol da homossexualidade ganhou força no mundo inteiro. Grande parte desse feito é atribuído a Alfred Charles Kinsey (189 4 -1956 ), considerado o apóstolo da perversão sexual. Kinsey popularizou seus ensinos distorcidos sobre a sexualidade humana através de seu livro 0 Comportamento Sexual do Macho. Após as pesquisas de Kinsey, que posteriormente ficou provado que foram todas manipuladas, a sexualidade ganhou outro rumo . Passou-se a acreditar que o homossexualismo estaria fundamentado em verdades científicas. 

Alguns teólogos, que creem que há pessoas que já nascem homossexuais, tentam justificar esse tipo de comportamento afirmando que a Bíblia condena as relações entre heterossexuais e homossexuais, e não a relação entre um homossexual e outro homossexual. O teólogo católico José Bortolini partilha desse entendimento : “A carta destaca algumas dessas relações pervertidas. A primeira é o homossexualismo feminino e masculino (1.26b,27). De modo geral, no mundo greco-romano daquele tempo, a prática homossexual entre pessoas heterossexuais era estimulada e inclusive vista como perfeição . Paulo certamente não tinha o conhecimento que hoje se tem a respeito de pessoas que já nascem com orientação homossexual. Ele detecta perversão entre heterossexuais  que se dedicam a práticas homossexuais” . Tal explicação , adotada inclusive por muitos movimento s ditos evangélico s, não resiste aos fatos históricos nem tampouco a um a exegese do texto bíblico. Para Paulo, o homossexualismo era uma perversão sexual porque além de ser condenado na Escritura era também antinatural de acordo com Romanos 1.26,27.

Romanos 2.1-16

 Portanto, és inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque te condenas a ti mesmo naquilo que julgas a outro; pois tu, que julgas, fazes o mesmo. E bem sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade sobre os que tais coisas fazem. E tu, ó homem, que julgas os que fazem tais coisas, cuidas que, fazendo-as tu, escaparás ao juízo de Deus? Ou desprezas tu as riquezas da sua benignidade, e paciência, e longanimidade, ignorando que a benignidade de Deus te leva ao arrependimento? Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus, o qual recompensará cada um segundo as suas obras, a saber: a vida eterna aos que, com perseverança em fazer bem, procuram glória, e honra, e incorrupção; mas indignação e ira aos que são contenciosos e desobedientes à verdade e obedientes à iniquidade; tribulação e angústia sobre toda alma do homem que faz o mal, primeiramente do judeu e também do grego; glória, porém, e honra e paz a qualquer que faz o bem, primeiramente ao judeu e também ao grego; porque, para com Deus, não há acepção de pessoas. Porque todos os que sem lei pecaram sem lei também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram pela lei serão julgados. Porque os que ouvem a lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados. Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei, os quais mostram a obra da lei escrita no seu coração, testificando juntamente a sua consciência e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os, no dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho.

A Revelação Especial

“Portanto, és inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque te condenas a ti mesmo naquilo que julgas a outro; pois tu, que julgas, fases 0 mesmo ”
2.1). Há claramente uma mudança no pensamento do apóstolo a partir  desse ponto. O alvo agora não é mais o mundo gentílico , mas o judaico. Nessa passagem , o apóstolo mostrará que os judeus não estão diante de Deus em melhores condições do que os gentios. Douglas Moo observa que os judeus  poderiam pensar que podiam pecar sem serem punidos porque possuíam uma relação pactual com Deus. Mas de acordo com os versículos de 6 a 11, Paulo parece ir um passo mais adiante: Os judeus não têm nenhum direito de pensar que intrinsecamente o pacto lhes concede uma situação melhor que os gentios diante de Deus." O apóstolo mostra então as razões porque os judeus não estavam em situação melhor do que os gentios.

 1. Eles praticavam aquilo que consideravam errado no comportamento gentílico (v.1). A o agir assim , acabavam assumindo uma atitude de hipocrisia diante da lei.

2. Achavam que por serem os guardiões da Torá estariam isentos de qualquer julgamento (v. 3).

3. Abusavam da bondade  de Deus (v. 4).

4. Possuíam um coração impenitente (v. 5).

5. Ignoravam a lei da retrib ição (w . 6-10). 6. Eram exclusivistas (v.lt). 7. Não conseguiam viver as exigências da lei (w . 12-14).
“ Porque todos os que sem lei pecaram sem lei também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram pela lei serão julgados” (2.12)

Comentando essa passagem , Charles Swindoll argumenta sobre aqueles que querem questionar sobre o que disse Paulo em Romanos 2.12. Isso não parece justo, argumentaria alguém . Seria justo punir alguém por infringir regras as quais ele não teve a oportunidade de conhecer? E exatamente isso que Paulo defende aqui. O fato é que, embora houvesse gentios que nunca estiveram na Palestina nem tampouco chegaram a entrar em contado como o povo hebreu e nem com sua lei, é bom lembrar que todo homem carrega a imagem de Deus. Swindoll então diz acertadamente que “parte dessa imagem inclui um sentido inato de que algumas ações são b o as e outras são más. No entanto , incluso nesse padrão imperfeito , ninguém vive com justiça. Ninguém jamais tem obedecido com perfeição sua própria consciência. A culpa é  m a reação universal por fazer algo que a ética pessoal de alguém o proíbe . No fim dos tempos, quando se ditar o veredicto final, se terá pesado as obras de toda pessoa e serão achadas faltas. A ignorância da Le i não é desculpa. Toda pessoa será julgada de acordo com seu conhecimento do bem e do mal. E por qualquer padrão , seja a lei mosaica, seja a própria consciência do gentio , toda pessoa será achada culpada” .
Romanos 2.17-29 Eis que tu, que tens por sobrenome judeu, e repousas na lei, e te glorias em Deus; e sabes a sua vontade, e aprovas as coisas excelentes, sendo instruído por lei; e confias que és guia dos cegos, luz dos que estão em trevas, instruidor dos néscios, mestre de crianças, que tens a forma da ciência e da verdade na lei; tu, pois, que ensinas a outro, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se deve furtar, furtas? Tu, que dizes que não se deve adulterar, adulteras? Tu, que abominas os ídolos, cometes sacrilégio? Tu, que te glorias na lei, desonras a Deus pela transgressão da lei? 

Porque, como está escrito, o nome de Deus é blasfemado entre os gentios por causa de vós. Porque a circuncisão é, na verdade, proveitosa, se tu guardares a lei; mas, se tu és transgressor da lei, a tua circuncisão se torna em incircuncisão. Se, pois, a incircuncisão guardar os preceitos da lei, porventura, a incircuncisão não será reputada como circuncisão? E a incircuncisão que por natureza o é, se cumpre a lei, não te julgará, porventura, a ti, que pela letra e circuncisão és transgressor da lei? Porque não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente na carne. Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão, a que é do coração, no espírito, não na letra, cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus.

Espiritualidade sem Verniz 

Gosto da paráfrase que F. F. Bruce, erudito em Novo Testamento , fez dessa passagem . Ela atualiza o que o texto  quer dizer.
Você tem o honroso nome de judeu. Sua posse da lei dá-lhe confiança, gloria-se de que é ao Deus verdadeiro que você cultua e de que conhece a vontade dEle. Você aprova o caminho mais excelente, pois o aprendeu da lei. Considera-se mais instruído do que aqueles que são inferiores por não terem a lei. Considera-se guia de cegos e instrutor de tolos. Mas por que não dar uma sincera olhada em você mesmo? Você não tem defeitos? Você conhece a lei, mas a guarda? Você diz: “Não roubarás”. Mas não rouba nunca? Você diz: “Não adulterarás”. Mas será que cumpre sempre esse mandamento? Você detesta ídolos, mas nunca rouba templos? Você se gloria na lei, mas, de fato, sua desobediência à lei dá má fama entre os pagãos, a você e ao Deus que cultua. Ser judeu aproveitará ao homem diante de 

Deus somente se cumprir a lei. O judeu que quebra à lei não é melhor do que o gentio. E inversamente, o gentio que cumpre as exigências da lei é tão bom à vista de Deus como qualquer judeu que permanece na lei. Na verdade, o gentio que guarda a lei de Deus condenará o judeu que a quebra, não importa quão versado nas Escrituras esse judeu seja, não importa quão canonicamente se tenha processado a sua circuncisão. Você vê, não é questão de descendência natural e de sinal externo como a circuncisão. A palavra “judeu” significa “louvor”, e o verdadeiro judeu é o homem cuja vida é digna de louvor pelos padrões de Deus, cujo coração é puro à vista de Deus, cuja circuncisão é a circuncisão interna, do coração. Este é judeu de verdade, digo eu — homem verdadeiramente digno de louvor — e seu louvor não é matéria de aplauso humano, mas da aprovação divina.

‘Eis que tu, que tens por sobrenome judeu, e repousas na lei, e te glorias em Deus; e sabes a sua vontade, e aprovas as coisas excelentes, sendo instruído por lei”
(2.17). Paulo ainda continua preparando o terreno para a exposição da doutrina da justificação pela fé da qual ele falará logo mais. Os gentios possuíam a revelação natural, bem como a lei da consciência; todavia, foram incapazes de reagir positivamente diante de Deus. Agora Paulo passará a falar dos judeus, que foram escolhidos por Deus e a quem foi dada, de forma especial, a lei. Todavia, assim como o pecado cegou os que tinham recebido a revelação natural, da mesma forma cegou os que tinham recebido a revelação especial.

Paulo havia demonstrado que os gentios estavam debaixo das densas nuvens do pecado . Antes que algum judeu legalista pudesse se gloria r de sua posição privilegiada em relação ao s gentios, o apóstolo se apressa em dizer que eles não possuíam vantagem nenhuma. Se os gentios quebraram a lei  natural, os judeus se demonstraram incapazes de cumprir a revelação especial, que lhe s fora dada  por meio da lei no Sinai. Eram , portanto , indesculpáveis.
Essa atitude legalista , em que a religião  é vivida apenas de forma exterior, conduz à hipocrisia religiosa e é duram ente com batida por Paulo. Aqueles que confiavam na lei com o instrumento de justificação começam a  perceber que as suas posturas diante da lei não os havia melhorado em nada. Paulo quer fazer com que eles veja m que esse modelo de espiritualidade estava falido justamente pelo fato de terem eles falhado em atender as exigências do preceito legal.

 O legalismo foi uma ameaça p ara o antigo Israel; todavia, continua sendo uma ameaça hoje. A salvação pelas obras, isto é, que depende dos feitos de quem as pratica, parece ser algo atraente para muitos. A tentativa de agradar a Deu s por meio dos seus próprios mérito s é um perigo do qual o cristão precisa se precaver. Nessa seção das Escrituras, observam os Paulo com batendo o modelo de espiritualidade que atua somente por fora e não por dentro. Para ele, não era um judeu quem apenas possuía as marcas da circuncisão  na sua carne, isto é, externamente, todavia não se encontrava marcado internamente (R m 2 .2 8 ,2 9 ). Muitos põem um verniz na sua espiritualidade e isso é tudo que conseguem viver e mostrar. Viver de aparências parece ser algo normal diante dos homens, mas não diante de Deus. Deus não possui um a vitrine, onde adorna os seus filhos para uma simples exposição . Ele os coloca no cenário da vida, na realidade nua e crua do dia a dia, para que eles possam depender dEle e assim viver sem mascaramentos.
Romanos 3.1-20 Qual é, logo, a vantagem do judeu? Ou qual a utilidade da circuncisão? Muita, em toda maneira, porque, primeiramente, as palavras de Deus lhe foram confiadas. Pois quê? Se alguns foram incrédulos, a sua incredulidade aniquilará a fidelidade de Deus? De maneira nenhuma! Sempre seja Deus verdadeiro, e todo homem mentiroso, como está escrito: Para que sejas justificado em tuas palavras e venças quando fores julgado. E, se a nossa injustiça for a causa da justiça de Deus, que diremos? Porventura, será Deus injusto, trazendo ira sobre nós? (Falo como homem.) De maneira nenhuma! Doutro modo, como julgará Deus o mundo? Mas, se pela minha mentira abundou mais a verdade de Deus para glória sua, por que sou eu ainda julgado também como pecador? E por que não dizemos (como somos blasfemados, e como alguns dizem que dizemos): Façamos males, para que venham bens? A condenação desses é justa. Pois quê? Somos nós mais excelentes? De maneira nenhuma! Pois já dantes demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado, como está escrito: Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só. A sua garganta é um sepulcro aberto; com a língua tratam enganosamente; peçonha de áspide está debaixo de seus lábios; cuja boca está cheia de maldição e amargura. Os seus pés são ligeiros para derramar sangue. Em seus caminhos há destruição e miséria; e não conheceram o caminho da paz. Não há temor de Deus diante de seus olhos. Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda boca esteja fechada e todo o mundo seja condenado diante de Deus. Por isso, nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado.

Aliança Quebrada

“Qual é, logo, a vantagem do judeu? Ou qual a utilidade da circuncisão?” (3.1)
Paulo encerra seu argumento mostrando que judeus, gentios e toda a humanidade estavam debaixo do pecado. Não havia sobrado nenhum justo. Tanto gentios que viviam sem lei como os judeus que viviam debaixo da lei encontravam -se na mesma situação espiritual — afastado s de Deus.
O expositor bíblico Henry Mahan observa que “no Antigo Testamento os judeu s tinham grandes vantagens sobre as nações gentias. Tinham a palavra de Deus. Este término se usa quatro vezes no N ovo Testamento. Em Atos 7.38 significa lei de Moisés; em Hebreu s 5.12 e 1 Pedro 4.11 ab arca as verdades do Evangelho. Neste versículo estão incluídas todas as Escrituras do Antigo Testamento, especialmente as que se referem ao Messias, Jesus Cristo. Enquanto os gentios precisavam descobrir Deus como podiam através da criação , consciência e providência, os judeus tinham as profecias da vinda do Messias, as figuras e tipos de seu sacrifício e expiação nas cerimônias e a promessa de redenção e perdão através da fé nEle. Em lugar de crerem nEle e confessar sua culpabilidade revelada através da lei e descansar na fé e na misericórdia de Deus e na justiça imputada, tomaram a lei, a circuncisão e as cerimônias e a herança judia e estabeleceram sua própria justiça baseada em uma imperfeita e hipócrita obediência formal. Todas as leis, rituais, moralidade, cerimônias, Escrituras e forma externa não são de valor, mas ao contrário são devastadoras, se não conduzem à pessoa de Cristo ” .












EPÍSTOLAS AOS ROMANOS - COMENTÁRIOS

4. Um breve panorama de Romano

Os dois temas principais de Paulo — a integridade do evangelho que lhe foi confiado e a solidariedade dos judeus e gentios na comunidade messiânica —já ficam evidentes na primeira parte do primeiro capítulo da carta.
Paulo chama a boa nova de "o evangelho de Deus" (1) por ser Deus o seu autor, e de
"o evangelho de seu Filho" (9) por ser Jesus a sua essência. Nos versículos 1 a 5 ele enfoca a pessoa de Jesus Cristo, filho de Davi por descendência e poderosamente declarado Filho de Deus por meio da ressurreição. No versículo 16 ele concentra-se na obra desse Jesus, uma vez que o evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê,
"primeiro do judeu, depois do grego".
Entre estas sucintas declarações acerca do evangelho, Paulo tenta estabelecer uma relação pessoal com os seus leitores. Ele escreve para "todos que em Roma são amados de Deus e chamados para serem santos" (7), independente da etnia, embora saiba que a maioria deles é constituída de gentios (13). Agradece a Deus por todos eles, ora por eles constantemente, anseia vê-los, já tentou visitá-los muitas vezes (até aqui, sem sucesso) (8-13). Sente-se na obrigação de anunciar o evangelho na capital do mundo da época. De fato, está ansioso por fazê-lo, uma vez que no evangelho está revelada a maneira como Deus, em sua justiça, "justifica" o injusto (14-17)

A ira de Deus (1.18—3.20)

A revelação da justiça de Deus no evangelho é necessária em virtude da revelação de sua ira contra toda injustiça (18). A ira de Deus, seu puro e perfeito antagonismo com o mal, volta-se contra todos aqueles que deliberadamente suprimem aquilo que sabem ser a verdade e o certo, a fim de seguirem os seus próprios caminhos. Pois todo mundo tem algum conhecimento de Deus e de sua bondade, seja por meio das coisas criadas (19s.), ou através da consciência (32), ou porque as exigências da lei estão gravadas no coração humano
(2.12ss.), ou através da lei de Moisés que foi confiada aos judeus (2.17ss.).
Assim o apóstolo divide a raça humana em três grupos distintos: a sociedade gentílica depravada (1.18-32), os críticos moralistas, sejam judeus ou gentios (2.1-16), e os judeus instruídos e autoconfiantes (2.17—3.8). E então conclui acusando toda a raça humana (3.9-20). Em cada caso o seu argumento é o mesmo: que ninguém vive à altura do conhecimento que tem. Nem mesmo os privilégios especiais dos judeus os isentam do juízo divino. Não! "Tanto judeus quanto gentios estão debaixo do pecado" (3.9), "Pois em Deus não há parcialidade" (2.11). Todos os seres humanos são pecadores, culpados e indesculpáveis diante de Deus. O quadro que ele apresenta é de completa escuridão.

A graça de Deus (3.21—8.39)

O "Mas agora" de 3.21 é um dos maiores adversativos encontrados na Bíblia, pois denota que em meio à treva universal do pecado e da culpabilidade humana brilhou a luz do evangelho. Uma vez mais Paulo a chama de "a justiça de [ou, que provém de] Deus"
(como em 1.17), ou seja, sua justa justificação do injusto. Isso só é possível por meio da cruz, na qual Deus demonstrou sua justiça (3.25s.), como também seu amor (5.8), e que está à disposição de "todos os que crêem" (3.22), sejam eles judeus ou gentios. Ao explanar sobre a cruz, Paulo recorre a palavras-chaves como "propiciação", "redenção" e
"justificação". E então, em resposta às objeções dos judeus (3.27-31), ele argumenta que, já
que a justificação só é possível através da fé, ninguém pode se vangloriar diante de Deus; de igual forma, não pode haver qualquer discriminação entre judeus e gentios e a lei não pode ser negligenciada.

ROMANOS BEACON   ( 3:10-18)

O pecado é tão universal que não admite sequer uma única exceção. Para provar esta acusação, Paulo faz seis citações do Antigo Testamento nas quais se resume a característica pecadora geral da humanidade. Estas citações concluem uma causa já estabelecida por vários argumentos.

a) O pecado no caráter humano (3.10-12)
 Não há ninguém que entenda; não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só. Esta é uma citação de Salmos 14.1-3 (cf. 53.1-4). Godet observa que “isto se aplica ao caráter moral do homem, enquanto ele permanecer além da influência da ação divina”. Fora da graça divina, não existe a compreensão de Deus, não existe a busca a Deus, não há nenhuma bondade. O homem em si mesmo, separado da obra de Deus na Sua graça (cf. Fp 2.13), está totalmente cego, desamparado e corrompido. Isto é o que os teólogos querem dizer com a doutrina da completa depravação.

b) O pecado no discurso humano (3:13-14).
A sua garganta é um sepulcro aberto; com a língua tratam enganosamente; peçonha de áspides está debaixo de seus lábios; cuja boca está cheia de maldição e amargura. Aqui observamos uma referência aos diferentes órgãos da fala, cada um exercendo o seu poder sob o controle do pecado. A garganta é comparada a um sepulcro; isto se refere, segundo Godet, ao homem brutal que parece querer comer alguém. A característica que vem a seguir é exatamente o oposto a isto: “é a língua doce, que nos encanta como um instrumento  melodioso”.142 Estas duas idéias são extraídas de Salmos 5.9, onde descrevem a conduta dos inimigos do salmista. A proposição seguinte é extraída de Salmos 140.3, que declara que os lábios que falam tais calúnias e falsidades são como a língua de uma serpente, cheia de peçonha (veneno). A quarta idéia é emprestada de Salmos 10.7, que descreve a maldade que é lançada em rosto por uma boca que está cheia de maldição e amargura.

c) O pecado no comportamento humano (3.15-17)
 Os seus pés são ligeiros para derramar sangue. Em seus caminhos há destruição e miséria; e não conheceram o caminho da paz. Estas acusações são extraídas de Isaías 59.7-8, onde o profeta acusa a nação de Israel por sua terrível corrupção. Os pés, como um emblema de caminhar, simbolizam todo o comportamento. “O homem age sem consideração para com seu próximo, sem medo de comprometer o seu bem-estar ou até mesmo a sua vida. Ele oprime (syntrimma) o seu irmão, e enche a sua vida de infelicidade (talaiporia), de modo que o caminho marcado por tal procedimento é regado pelas lágrimas dos outros”.

d) A causa de todos os pecados (3.18).
A citação do versículo 18 é extraída de Salmos 36.1. O temor de Deus é um termo que descreve a religiosidade no Antigo Testamento.
“O temor do Senhor é o princípio da ciência” (Pv 1.7). Deus é o Senhor soberano; o homem é a criatura. O reconhecimento deste relacionamento é a base da verdadeira religião.
Mas os homens pecadores repudiaram isto. Não há temor de Deus diante de seus olhos. Esta declaração mostra “que o homem pode livremente evocar ou suprimir esta visão interior de Deus, da qual depende a sua conduta moral”.
Ao exibir este quadro, que é apenas um agrupamento de traços feitos pelas mãos dos salmistas e profetas, o apóstolo certamente não quer dizer que cada uma destas características possa ser encontrada e igualmente desenvolvida em cada homem. Algumas, até mesmo a maioria delas, podem permanecer latentes em muitos homens. Mas todas elas existem embrionariamente no egoísmo e no orgulho natural do ego, e a menor circunstância pode fazer com que eles passem ao estado ativo, quando o temor de Deus não governa o coração. Esta é a causa da condenação divina que está sobre a raça humana.

e) A aplicação (3.19-20).
 Como sabemos (19), Paulo apela ao bom senso de seus leitores. É óbvio que as citações do versículo 19, tomadas das escrituras dos judeus, aplicam-se basicamente a Israel. Tudo o que a lei (significando todo o Antigo Testamento) diz, aos que estão debaixo da lei o diz. Mas se os judeus são comprovadamente culpados perante Deus, então podemos considerar que todos os outros homens também o são. O mundo todo é levado a julgamento diante de Deus. A versão ASV traduz este texto como “todas as pessoas do mundo fiquem debaixo do julgamento de Deus”. A palavra hypodikos (condenável ou culpado; “sob julgamento”, ASV) aparece somente aqui no Novo Testamento. “No grego clássico, ela significa levado a julgamento ou passível de ser julgado”.146 Toda a humanidade é levada ao tribunal e declarada condenável diante de Deus. Face tanto à evidência empírica quanto ao testemunho das escrituras, todos os argumentos da defesa se silenciam: toda boca esteja fechada. A humanidade permanece condenada à morte.


POR HERNANDES DIAS LOPES

Em segundo lugar, uma dolorosa demonstração (3.9b).
Paulo chama a atenção dos seus leitores para o fato de que, até aqui, o seu grande propósito na carta era provar que tanto judeus como gregos são culpados diante de Deus.
Tanto os que estão sob a lei como aqueles que desconhecem a lei são indesculpáveis diante de Deus. O pecado atingiu a todos e a culpa está sobre todos. Francis Schaeffer diz que esta concepção da universalidade do pecado é o maior e o mais genuíno “nivelador” da humanidade. Diante de Deus, todas as pessoas estão no mesmo nível.329

Em terceiro lugar, uma terrível escravidão (3.9c). Judeus e gregos estão debaixo do pecado, esmagados sob seu peso, escravizados à sua tirania, dominados por suas algemas, condenados à morte por seu salário. John Stott diz que o pecado está em cima de nós, pesa sobre nós e é um fardo esmagador.
 Nessa mesma trilha, William Barclay diz que a expressão grega upo hamartian significa “em poder de”ou “sob a autoridade de”. Assim, o homem sem Cristo está debaixo das ordens, sob a autoridade, sob o domínio do pecado e incapacitado a escapar dele.

Em Romanos 3.10-18, Paulo utiliza uma prática rabínica ao ligar uma passagem à outra, formando uma espécie de colar de pérolas e trazendo à memória uma série de sete citações do Antigo Testamento (Eclesiastes, Salmos e Isaías), com o propósito de mostrar a depravação total de todos os homens. Para William Hendriksen, essa cadeia de passagens do Antigo Testamento, citada pelo apóstolo Paulo, é um material relevante, bem selecionado e inspirado. John Murray afirma que essas várias passagens combinadas do Antigo Testamento usadas pelo apóstolo Paulo formam um sumário unificado acerca da abrangente pecaminosidade da raça humana.334


...
b. A inabilidade da lei (3.20).
Paulo diz que ninguém
será justificado diante de Deus por obras da lei. Tanto a lei cerimonial quanto a lei moral não pode justificar o homem diante de Deus, não porque sejam imperfeitas, mas porque o homem é imperfeito. A lei é boa, santa, justa e espiritual, mas o homem é pecador. Ele não consegue viver à altura de suas exigências.
A lei exige que o homem ame a Deus de todo o seu coração, alma, mente e força e a seu próximo como a si mesmo (Mt 22.37-40), mas o homem é incapaz de atingir esse padrão. O homem é culpado dos pecados de comissão e omissão, dos pecados públicos e secretos. Está condenado por Deus não só por causa do que diz e faz, mas por causa do que é, ou seja, por causa de seu estado pecaminoso.
Consequentemente, só é possível uma conclusão. O homem está condenado, condenado, condenado. Sua condição é aquela de total desesperança e desespero.
Geoffrey Wilson é pertinente quando diz que a doutrina da graça pregada por Paulo se baseia firmemente em uma doutrina adequada do pecado, porque ele sabia que apenas a pessoa convencida de pecado tem interesse naquele que salva do pecado.
O texto que consideramos é uma espécie de dobradiça na carta aos Romanos. Francis Schaeffer com razão conclui que chegamos, aqui, ao final da apresentação de Paulo da “primeira metade do evangelho”. Ele levou a maior parte do capítulo 1, todo o capítulo 2 e grande parte do capítulo 3 para evidenciar que precisamos da salvação.Daqui para a frente, Paulo abrirá um novo tema em sua carta, mostrando como podemos ser salvos. Se Paulo tivesse parado sua carta aqui, o desespero tomaria conta da humanidade. Então, não haveria saída e seriamos condenados ao desespero dos existencialistas que não veem esperança para o homem. No entanto, graças a Deus, a porta da esperança nos é apresentada. O caminho de retorno a Deus é apontado e a mensagem da salvação é anunciada!






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