terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

LIÇÃO 8 : A GRANDE TRIBULAÇÃO



Capítulo 8 A Grande Tribulação  




“E esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dos mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura” (1 Ts 1.10)

Será o período mais terrível na História, em que Deus trará seus juízos sobre a humanidade por causa da incredulidade, desprezo à sua Palavra e prática da impiedade. Deus criou o homem para sua glória e louvor. Mas, usando mal o livre-arbítrio, o ser humano preferiu não ouvir a voz de Deus, e deu lugar ao pecado. Ao longo dos séculos, Deus tem dado oportunidade ao homem para restaurar a comunhão perdida com seu Criador. Porém, a exemplo de Adão, a humanidade prefere andar em sentido contrário à vontade de Deus. Mais que isso: tem afrontado a Deus, de forma deliberada.
 Em seu sermão profético, Jesus adiantou para seus discípulos: “porque, naqueles dias, haverá uma aflição tal, qual nunca houve desde o princípio da criação, que Deus criou, até agora, nem jamais haverá” (Mc 13.19 - grifo nosso). Serão eventos escatológicos jamais vistos ou imaginados pelos homens, em toda a História. Os futurologistas tentam traçar cená­rios para os fins dos tempos, mas jamais conseguirão descrever em suas pranchetas de trabalho o que acontecerá em termos de catástrofes ecoló­gicas, ambientais, espaciais e cósmicas. Na visão de Patmos, João recebeu revelação sobre aqueles dias tenebrosos que se abaterão sobre toda a terra: “E um dos anciãos me falou, dizendo: Estes que estão vestidos de vestes brancas, quem são e de onde vieram? E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes são os que vieram de grande tribulação, lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro” (Ap 7.13,14).

 Os que conseguirem manter sua fé em Cristo, tendo ficado para trás, no arrebatamento, terão plena convicção de que não puderam subir, por causa de sua desobediência, descuido e negligência quanto às coisas de Deus. E não quererão aceitar as ordens do governo mundial, formado pelo Diabo, pelo Falso Profeta e pelo Anticristo. Não aceitarão o sinal da Besta, ou a aposição de seu número em seu corpo. Ainda poderão ser salvos, mas pagando com a própria vida. Serão torturados, degolados, terão seus olhos arrancados ou serão queimados vivos, por não negarem a Cristo no confronto com os agentes do Diabo e do Anticristo. As atrocidades praticadas pelo famigerado e terrorista Estado Islâmico (EI), que degolam crianças por não negarem a Jesus, escravizam mulheres cristãs para explorá-las sexualmente e matam todos os homens que não aceitam sua fé sanguinária, são uma amostra do que acontecerá com os que ficarem para trás na vinda de Jesus.

I - A Grande Tribulação

1. Significado e Período Com o visto em capítulos anteriores, após o arrebatamento da Igreja, dois eventos ocorrerão no céu: o Tribunal de Cristo, para efeito de concessão de galardões aos salvos (2 Co 5.10) e as Bodas do Cordeiro, que é união entre Cristo e a Igreja para sempre (Ap 19.7-9; 21.9). Essa passagem da Igreja pelo céu deve durar sete anos. Enquanto isso, aqui, na terra, haverá a Grande Tribulação, que também durará sete anos, conforme dão a entender os livros da Bíblia que falam do fim dos tempos. A Grande Tribulação será um período de sete anos, entre o arrebatamento da Igreja e a vinda de Jesus em glória (2a fase, para reinar).

 a) Juízo sobre as nações. Naquele período catastrófico, os judeus serão os mais afetados (Mt 24.15-20; Mc 13.14-23), mas todos os que estiverem vivos, na terra, sofrerão suas conseqüências trágicas. Porque, eis que, na cidade que se chama pelo meu nome [Jerusalém], começo a castigar; e ficareis vós totalmente impunes? Não, não ficareis impunes, porque eu chamo a espada sobre todos os moradores da terra, diz o Senhor dos Exércitos. [...] Chegará o estrondo até à extremidade da terra, porque o Senhor tem contenda com as nações, entrará em juízo com toda a carne; os ímpios entregará à espada, diz o Senhor. Assim diz o Senhor dos Exércitos: Eis que o mal sai de nação para nação, e grande tormenta se levantará dos confins da terra” (Jr 25.29-32 - grifo nosso). “E visitarei sobre o mundo a maldade e, sobre os ímpios, a sua iniqüidade; e farei cessar a arrogância dos atrevidos e abaterei a soberba dos tiranos” (Is 13.11). Os avisos dos juízos de Deus são prova do seu amor, 
visando livrar da destruição aqueles que aceitam a Cristo e obedecem à sua Palavra.

b) O tempo da Grande Tribulação. No total, a Tribulação durará sete anos literais. Esse período é visto em duas partes, primeira e segunda metades, cada uma com três anos e meio. Essa constatação decorre da interpretação das 70 semanas de Daniel, cujo texto prevê que haverá um “príncipe que há de vir” [o Anticristo], que “[...] firmará um concerto com muitos por uma semana” (Dn 9.27a - grifo nosso).1 Esse concerto do Anticristo será com Israel, para obter o seu apoio político. Aquele tempo é chamado, na Bíblia, de “Tribulação”, “ira futura” (1 Ts 5.9), “um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até aquele tempo...” (Dn 12.1); é o “dia da vingança” (Is 63.1- 4). Abaixo, veremos o que ocorrerá na Grande Tribulação.

c) Divergências de interpretações. Há intérpretes da Bíblia que afirmam que a Grande Tribulação será “um período definido” de grandes acontecimentos trágicos que se abaterão sobre a humanidade, após o arrebatamento da Igreja e a volta de Cristo para reinar (segunda fase de sua vinda). Outros afirmam que a Grande Tribulação refere-se aos sofrimentos da Igreja, ao longo de sua história. O Comentário Bíblico Pentecostal, comentando o Apocalipse, diz: “E um grande erro entender a frase ‘grande tribulação’ (7.14) como se ela se referisse a um período específico de tempo, por exemplo sete anos ou mesmo três anos e meio), ao invés da grande e intensa perseguição que os crentes sofreram ao longo da história”.2 Esse comentário interpreta o texto como referindose a acontecimentos históricos, passados, e não ao futuro. d) A interpretação literal da Grande Tribulação. Mas há autores, escritores e intérpretes da Bíblia, que entendem que a “Grande Tribulação” será um período futuro, em que a humanidade experimentará terríveis catástrofes globais, como juízo de Deus sobre os que rejeitaram a vontade divina para suas vidas, seus povos e suas histórias. O Pr. Antonio Gilberto discorda dos que negam o aspecto futuro da “grande tribulação”. Para ele, “Estritamente falando, essa tribulação, como elemento escatológico, consiste em dois períodos, tendo cada um três anos e meio de duração. O primeiro chamado simplesmente de Tribulação. O segundo, que é o pior, é denominado Grande Tribulação”.3

 No sermão profético, referindo-se ao que ocorrerá após o arrebatamento da Igreja, Jesus disse: “porque haverá, então, grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco haverá jamais” (Mt 24.21 - grifo nosso). João viu aquele terrível período, no Apocalipse, na revelação sobre “os mártires na glória”: “E um dos anciãos me falou, dizendo: Estes que estão vestidos de vestes brancas, quem são e de onde vieram? E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disseme: Estes são os que vieram de grande tribulação, lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro” (Ap 7. 13,14 - grifo nosso).

2. Falsa Aliança com Israel

Após o arrebatamento da Igreja, o Anticristo se manifestará e fará uma falsa aliança com Israel, durante sete anos (Dn 9.27). Certamente, nesse período, o Templo será reconstruído. Sem dúvida, esse será o maior equívoco da nação israelita: rejeitou o Messias, crucificando-o, e vai aceitar o Anticristo, o governante mundial; e pagará um preço elevadíssimo! Na metade desse tempo, ou seja, depois de três anos e meio, o Anticristo romperá o acordo com Israel, e começará a perseguir os judeus, “e, na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador” (Dn 9.27 - grifo nosso).

O Anticristo, ou a Besta, governando o mundo, impedirá o culto a Deus, tanto pelos israelitas quanto por todos os crentes que confessarem a Cristo, naquele tempo de angústia: “Eu olhava, e eis que essa ponta fazia guerra contra os santos e os vencia. [...] E proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei; e eles serão entregues nas suas mãos por um tempo, e tempos, e metade de um tempo” (Dn 7.21,25 - grifo nosso).4 Jerusalém será atacada, o templo ocupado e profanado (2 Ts 2.3,4); Dn 8.13; Mt 24.15,24), e os judeus não mais poderão realizar o culto a Jeová; haverá tremenda perseguição religiosa (Dn 8.13); os judeus são aconselhados por Jesus a fugir para as montanhas (Mt 24.16); em Apocalipse 12, vê-se o “Dragão” perseguindo a “mulher”, que sem dúvida será a nação israelita, que fugirá para um lugar preparado por Deus (Ap 12.6).

3. A Igreja não Passará pela Grande Tribulação

 Os tribulacíonistas creem que a Igreja passará pela Grande Tribula­ção, em sua totalidade. Os miditribulacionistas ou mesotribulacionistas, afirmam que a Igreja experimentará o primeiro período da Grande Tribulação (três anos e meio), como vimos no capítulo primeiro. No entanto, a Palavra de Deus nos mostra que tal entendimento carece de fundamentação consistente. O apóstolo Paulo recebeu revelação sobre esse fato, quando escreveu: “e esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dos mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura (1 Ts 1.10 - grifo nosso). João, em Apocalipse, registrou o livramento da igreja de Filadélfia, tipo da Igreja que será arrebatada, formada por crentes salvos, do período de provação pelo qual passará toda a humanidade: “Com o guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra” (Ap 3.10 - grifo nosso; Is 57.1).

O livramento da “hora da tentação”, ou da “provação”, que virá sobre todo o mundo não se refere apenas à igreja em Filadélfia, mas é uma advertência a todas as igrejas cristãs: “Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas” (Ap 3.13; 22). A Igreja não estará mais na Terra quando começar a Grande Tribulação. Ela passará, sim, pelo “princípio das dores” (Mt 24.8). Certamente, já começou a experimentar os acontecimentos que antecedem à volta de Cristo para arrebatar os salvos.
(4 Nota do autor: “um tempo, tempos e metade de um tempo” quer dizer “um ano, dois anos e metade de um ano”, ou seja, três anos e meio, com base em Levítico 25.8, que se refere a semana de anos.)

II - O que Vai Acontecer na Grande Tribulação

1. O Anticristo se Manifestará

 a) Quem é ele? Será o governante mundial, um ditador ardiloso, que usará toda a sua influência para obter o apoio dos povos. O Anticristo é a besta que João viu que subiu “do mar”; “mar”, na tipologia bíblica, significa povos (Lc 21.25): E eu pus-me sobre a areia do mar e vi subir do mar uma besta que tinha sete cabeças e dez chifres, e, sobre os chifres, dez diademas, e, sobre as cabeças, um nome de blasfêmia” (Ap 13.1). “Sete cabeças” - um homem superinteligente; “dez chifres” - poder global; dez diademas - será muito “glorioso” perante a humanidade; “um nome de blasfêmia” - ele é anti-Deus, anticristo e anti-Espírito Santo, e blasfemará e levará os povos a blasfemarem contra Deus. O espírito dele já está no mundo (1 Jo 2.18; 4.3) há mais de dois mil anos. Esse personagem sinistro já pode estar no mundo, no presente século.

b) Suas características. Será um super-homem”, nascido de mulher (Ap 13.1, “a besta que subiu do mar”, de povos); será o líder político-espiritual. Fará grandes coisas (Dn 7.8, 20,25); enganará a terra, que clama por soluções (1 Ts 2.9,10). A maioria não quer saber de Jesus, mas aceitará o Anticristo. Ele é chamado de “a Besta” (Ap 13.1), “o homem do pecado”, “o filho da perdição” (2 Ts 2.3), o “Anticristo (1 Jo 4.3), o assolador” (Dn 9.27); é “a ponta que tinha olhos” (Dn 7.8,20,25). Será uma pessoa superinteligente, com alto poder de oratória e demagogia (Ap 13.2, 5), que impressionará o mundo, como o fez Hitler na Alemanha nazista. Com capacidade diabólica, o ditador alemão convenceu um povo culto a se tornar sanguinário e destruir milhões de pessoas, como os judeus, por causa de sua raça, e eliminar doentes, deficientes, homossexuais, ciganos, todo esse crime em nome de uma raça pura . O Diabo cega os entendimentos dos ímpios (2 Co 4.4).


c) O mundo clama por um governo único. Em 1968, foi fundado o Clube de Roma, que concluiu ser necessário que haja um governo único na terra. Isso é significativo em termos proféticos. Além disso, a situação caótica do mundo fará com que o povo busque “um salvador potente, e o Anticristo se apresentará como tal. Terá “a eficácia de Satanás (1 Ts 2.9,10). Será por excelência um líder político. Have­rá uma “confederação de nações”, sob a liderança do Anticristo. Em 1957, em Roma, foram criados “Os Estados Unidos da Europa”, hoje no âmbito da Comunidade Européia, que conta, atualmente, com 28 estados-membros (2015).

. Na visão de Nabucodonosor, de uma grande estátua, que representava todos os reinos do mundo, até o final dos tempos, os dez dedos da estátua representam dez reinos (Dn 2.40-43), resultantes do antigo Império Romano (o quarto animal - Dn 7.24), que estarão em evidência nos fins dos tempos; correspondem aos 10 chifres do 4o animal de Daniel 7.24 e aos 10 chifres da Besta de Apocalipse 13.1 e 17.3. Refere-se a um poder que “existiu, e que no momento não existe, mas que voltará a existir” (Ap 17.8). Trata-se de uma confederação de nações que se unirão no território do antigo Império Romano. Hoje, é identificado como a União Européia, que já tem um parlamento e uma moeda única, o Euro. O número dez, na profecia, é simbólico, e significa globalização, um todo unido em torno de ideias, objetivos e causas gerais.

2. O Número 666

A Besta tem “sinal”, “nome” e “número” (Ap 13.17). Mas a Bíblia só revela o seu número simbólico. Será uma identificação dos moradores da terra, na Grande Tribulação. O governo ditatorial do Anticristo vai numerar as pessoas para ter sobre elas o controle total. Quem não aceitar ter esse número marcado ou tatuado em seu corpo não poderá sobreviver. Primeiro, porque quem não adorar a Besta será morto: “E foi-lhe concedido que desse espírito à imagem da besta, para que também a imagem da besta falasse e fizesse que fossem mortos todos os que não adorassem a imagem da besta” (Ap 13.15). Em segundo lugar, porque quem não tiver a identificação da Besta não poderá comprar nem vender qualquer coisa: “E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto um sinal na mão direita ou na testa, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome” (Ap 13.16,17).

Na tipologia bíblica, o número 6 é o número do homem. Em seis dias, Deus fez o homem (ser humano). A repetição do número 6 eqüivale a uma dízima periódica, que pode repetir-se indefinidamente, sem nunca chegar a 7, que é o número da perfeição, o número de Deus. Isso quer dizer que o Anticristo será um homem, exaltado ao extremo, com pretensões de ser igual a Deus, como o fez Lúcifer. Esse número, ou código, certamente, será o meio pelo qual o governo do Anticristo controlará todas as pessoas, desde o seu nascimento até a morte.
Ao que tudo indica, a tecnologia do código controlador de pessoas já está em andamento. Um novo sistema de cartão de crédito já está sendo utilizado. Esse sistema foi criado em 1993, na Inglaterra. Funciona com a implantação de um “chip” (“VeriChip”, ou bio-chip ) no corpo humano. Pesquisas constataram que os lugares mais apropriados para o implante são a testa ou sob a pele da mão direita. 

Já foi desenvolvida uma seringa que implanta o chip sob a pele de seres humanos. Executivos de multinacionais já estão usando o chip inteligente , do tamanho de um grão de arroz, pois permite que sejam localizados imediatamente, em caso de sequestros. Em alguns países, pais já estão implantando o dispositivo eletrônico em seus filhos, para que sejam localizados em caso de sequestros ou por outras razões. Vejamos o que diz a Bíblia:
Não vale a pena o crente viver descuidado, sem ter compromisso sério com Deus, com sua Palavra e com sua Igreja. O fato de ser membro da Assembleia de Deus ou de qualquer outra denominação evangélica não garante a salvação. Quem não for santo não subirá ao encontro de Jesus (1 Ts 4.17; 5.23). Ficará na Terra e experimentará os horrores da Grande Tribulação.

3. O Falso Profeta Estará em Ação

Será um homem (a Besta que veio da terra - de entre os homens - Ap 13.11,18). Será o líder religioso, a terceira pessoa da trindade satânica. Fará grandes milagres. Imporá que todos tenham o sinal da Besta, o número 666 (Ap 13.16,17). Procurará imitar o Espírito Santo, e será o líder religioso que cooperará com o Anticristo.
Juntamente com o Diabo, eles constituirão a trindade satânica, que dominará o mundo após o arrebatamento da Igreja do Senhor Jesus Cristo. Com o os homens, ao longo da História, em sua maioria, preferiram servir ao Diabo, Deus dará liberdade para que este tenha total poder sobre suas vidas. Ele atuará com seus demônios (Ef 6.12; Ap 12.9; 9.1,3; 12.12); os homens passarão por sofrimentos inimaginá­veis, e saberão o quanto perderam por terem rejeitado a Cristo. A base do governo da trindade satânica serão as nações historicamente oriundas do antigo Império Romano. No sonho de Nabucodonosor, essas nações eram representadas pelos dez dedos da estátua, ou na visão da Besta com dez chifres, que representam dez reis que se levantarão contra Deus, e serão vencidos (Dn 7.7,8,19,27). (Veja Ap 13.1,2; 17.11,13). Haverá um caos e anarquia total, pois o mal terá pleno curso no cora­ção das pessoas. O desespero será tão grande que as pessoas aceitarão as propostas e ameaças do Anticristo para tentarem sobreviver.

III - Os Juízos de Deus sobre o Mundo

A Grande Tribulação trará os juízos de Deus sobre os homens que, além de ignorar seus avisos de amor, o afrontam, usando sua permissibilidade e longanimidade. No Apocalipse, esses juízos se manifestarão através de eventos catastróficos de natureza global. Por eles, Deus vai purificar o planeta de seus horrendos pecados e corrupções, preparando-o para receber o glorioso período do Reino Milenial. A profecia fala de sete selos, sete trombetas e sete taças da ira de Deus. De acordo com o Pr. Antonio Gilberto, a Grande Tribulação pode ser dividida em duas partes. A primeira, do capítulo seis ao nono do Apocalipse. A segunda, a mais cruel, engloba os relatos dos capítulos dez ao dezoito do Livro da Revelação.

1. Os Sete Selos

João viu um livro selado com sete selos. Na visão do Apocalipse, João viu a Deus, assentado em seu trono e, em sua mão direita, “um livro escrito por dentro e por fora, selado com sete selos” (Ap 5.1); e viu “um anjo forte, bradando com grande voz: Quem é digno de abrir o livro e de desatar os seus selos? E ninguém no céu, nem na terra, nem debaixo da terra, podia abrir o livro, nem olhar para ele (Ap 5.2,3). Com tais características, aquele livro guardava segredos jamais conhecidos, até a abertura dos seus selos. Sem dúvida, é o livro dos juízos de Deus, reservados para serem derramados sobre o mundo no fim dos tempos. João chorava muito, por perceber que ninguém tinha condi­ções de abrir o livro e até de olhar para ele (Ap 5.4). O apóstolo viu que Jesus é o único digno de abrir o livro. “E disse-me um dos anciãos: Não chores; eis aqui o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, que venceu para abrir o livro e desatar os seus sete selos. [...] E veio e tomou o livro da destra do que estava assentado no trono” (Ap 5.5,7).

 a) O primeiro selo. Quando Jesus abre o primeiro selo, tem lugar um evento de grande significado. Surge um cavalo branco, e, nele está montado um personagem que “tinha um arco, e foi-lhe dada uma coroa, e saiu vitorioso e para vencer” (Ap 6.1,2). Trata-se de uma falsa paz, tipificada pelo cavalo branco. O personagem é o Anticristo, que enganará as nações, sedentas de paz. Ele se assentará no templo em Jerusalém, dizendo-se Deus (2 Ts 2.4); receberá adoração (Ap 13.12); fará aliança com Israel por sete anos (Dn 9.27); implantará uma falsa paz, que será rompida na metade da Grande Tribulação: “Pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então, lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida; e de modo nenhum escaparão” (1 Ts 5.3).

b) O segundo selo. Depois de três anos e meio, o Anticristo romperá a aliança e fará guerra a Deus e a seus santos (Ap 3.6; Dn 7.25; 9.27). E terá lugar uma terrível guerra mundial: “E saiu outro cavalo, vermelho; e ao que estava assentado sobre ele foi dado que tirasse a paz da terra e que se matassem uns aos outros; e foi-lhe dada uma grande espada” (Ap 6.4). O Anticristo atacará Jerusalém e profanará o templo (2 Ts 3.3,4; Dn 8.13); os judeus são aconselhados a fugir para as montanhas (Mt 24.16).

c) O terceiro selo. Com o resultado da guerra mundial, a maior delas, haverá uma terrível fome global, figurada pelo cavalo preto (Ap 6.5); quem não tiver o sinal da Besta, não poderá comprar nem vender (Ap 13.17,18). Haverá uma escassez nunca vista.

d) O quarto selo. Na abertura do quarto selo, aparece um cavalo amarelo, simbolizando a morte em grande escala, em decorrência dos flagelos anteriores (Ap 6.7,8); morrem 25% dos habitantes do planeta.

e) O quinto selo - uma passagem parentética. João deixa de ver animais e tem a visão dos mártires que foram mortos na Grande Tribulação por sua fé em Cristo, por seu testemunho e amor à Palavra de Deus (Ap 6.9-11); eles são salvos em meio à Grande Tribulação. Não são a Igreja militante. Eles clamam por vingança contra os “que habitam sobre a terra” (Ap 6.11);

f) O sexto selo. Vê-se um grande tremor de terra (global); eclipse total do sol; a lua fica vermelha; estrelas caem (meteoros); o espaço sideral se muda; os montes e ilhas são arrasados; os governantes da terra, os poderosos e os povos se escondem, clamando que os montes caiam sobre eles, por causa da “ira do cordeiro” (Ap 6.12-17); não se sabe quantos morrem nesse evento.

g) Outra passagem parentética. Salvos na Grande Tribulação. Entre o sexto e o sétimo selo, Jesus abre um parêntese na revelação e mostra a salvação numerosa de israelitas, em meio à Grande Tribula­ção. Isso dá em todo o capítulo 7 do Apocalipse. João tem a visão de dois planos. Na Terra, vê os 144.000 israelitas, 12.000 de cada tribo, que são assinalados (Ap 7.3); eles formam o Israel que será salvo, o “remanescente” de que fala Paulo (Rm 9.26,27); no céu, João vê um quadro deslumbrante dos mártires na glória: “Depois destas coisas, olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos; e clamavam com grande voz, dizendo: Salvação ao nosso Deus, que está assentado no trono, e ao Cordeiro” (Ap 7.9,10).

Além dos 144.000 israelitas, haverá uma multidão incalculável de pessoas que reconhecerão Jesus Cristo como Salvador, não aceitarão o sinal da Besta, não lhe renderão adoração, serão mortas, mas serão salvos. “E um dos anciãos me falou, dizendo: Estes que estão vestidos de vestes brancas, quem são e de onde vieram? E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes são os que vieram de grande tribulação, lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro. Por isso estão diante do trono de Deus e o servem de dia e de noite no seu templo; e aquele que está assentado sobre o trono os cobrirá com a sua sombra” (Ap 7.13-15 - grifo nosso). Quem ensina que não haverá salvação na Grande Tribulação foge à regra número um da hermenêutica, que diz que “a Bíblia explica a ela mesma”.

h) O sétimo selo. A essa altura, o mundo já estará na segunda metade da Grande Tribulação. Quando o sétimo selo é aberto, sete anjos tocam sete trombetas. São mais sete acontecimentos terríveis, de caráter ecológico e espiritual, cairão sobre a terra, tipificados nas sete trombetas (Ap 8 a 11) e mais eventos catastróficos. Em resumo:

Nos Capítulos 8 a 11 - As Sete Trombetas

1- ) A primeira trombeta (8.7). A terça parte da Terra e da vegetação é queimada; a oferta de alimentos diminuirá.

2 e ) A segunda trombeta (8. 8,9). A terça parte das criaturas do mar é queimada, quando um grande meteoro é lançado sobre 0 mar; tsunamis ocorrerão pelo impacto do bólido sobre as águas.

 3 e) A terceira trombeta (8.10,11). Um grande meteoro cai sobre a Terra, destruindo as fontes de água dos rios e dos lagos; muita gente morre; não se sabe quantas pessoas morrerão.

4 S) A quarta trombeta (8.12,13). A terça parte dos astros é atingida, e o sol escurece a Terra; uma catástrofe cósmica abalará o espaço sideral.

 5-) A quinta trombeta (9.1-11). Demônios e anjos terríveis são soltos e atormentam os que não têm o sinal de Deus, liderados pelo anjo do abismo” (9.12). Os adoradores da Besta são torturados. Buscam a morte e ela não vem (9.6); a situação é tão caótica, que o anjo diz que passou “um ai”, expressão de grande dor e sofrimento; e diz que ainda faltam dois “ais” (na sexta e na sétima trombetas).

6 -) A sexta trombeta (9.13-21). São soltos quatro anjos que estavam presos junto ao Eufrates (v. 15). Eles são tão perigosos, piores que Satanás, que estão presos “em prisões eternas” (Jd 6). Matam a terça parte dos homens; os ocultistas, esoteristas, invocadores de mortos e adoradores de demônios são mortos, além dos que vivem da prostituição (w. 20,21); ocorre o segun- 1 « •» do ai .

7 e) A sétima trombeta (Ap 11.15-19). Ao toque da sétima trombeta, há um evento celestial. Seres celestiais proclamam o domínio universal do Senhor Deus e do seu Cristo. “E tocou o sétimo anjo a trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre” (Ap 11.15). E um cântico celestial, de proclamação gloriosa, do domínio universal de Cristo sobre o universo (ver restante do trecho).

Nos CAPÍTULOS 10 e 11 –

Outra passagem parentética, entre a sexta e a sétima trombeta (Ap 10, 11.1-14).

1) João come um livrinho. Antes de haver o toque da sétima trombeta, João viu um anjo forte, com aparência terrível, com o arco celeste sobre sua cabeça, o rosto como o sol e os pés como colunas de fogo. Esse anjo diz que, ao toque da sétima trombeta, “se cumprirá o segredo de Deus, como anunciou aos profetas, seus servos” (Ap 10.7). João é instado a tomar da mão do anjo o livrinho enigmático, o qual, em sua boca, era doce como o mel, mas, no seu interior, era amargo. Certamente, a mensagem do livro é muito amarga para os que a ouvirem.

2) A s duas testemunhas. No capítulo 11, do versículo 1 ao 14, João tem a revelação de que deveria medir “o templo, o altar e os que nele adoram” (Ap 11.1). Essa medição significa castigo da parte de Deus sobre Jerusalém, que será pisada por quarenta e dois meses ou três anos e meio, na segunda metade da Grande Tribulação (Ap 11.2). E foi-lhe dito que haverá duas testemunhas” irão profetizar, durante 1260 dias, ou nos três anos e meio (Ap 11.3); elas são “as duas oliveiras e os dois castiçais que estão diante do Deus da terra” (v. 4); não se sabe quem serão elas. Não devemos ir além do que está escrito (1 Co 4.6). Elas terão poder sobrenatural, durante o período de sua missão, mas, depois, serão mortas pela “Besta que sobe do abismo” (v. 7); seus corpos ficarão expostos durante três dias, vistos pelo mundo todo, através da mídia, certamente (TV, Internet), e, depois, ressuscitarão e subirão aos céus, aos olhos de seus inimigos (v. 12); haverá um terremoto, e perecerão sete mil pessoas (localizado);

3. A Mulher e o Dragão

1) A mulher vestida do sol.

O capítulo 12 de Apocalipse revela que haverá “uma mulher vestida do sol, tendo a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça. E estava grávida e com dores de parto e gritava com ânsias de dar à luz” (Ap 12.1,2). Segundo as melhores interpretações do Apocalipse, essa mulher representa os fiéis da nação israelita, através da qual veio Jesus; o sol e a lua repre­sentam a glória de Israel, no plano de Deus, como o povo eleito. As doze estrelas representam as doze tribos de Israel.

2) O grande dragão vermelho.

 E foi mostrado outro grande sinal (Ap 12.3-6). E viu-se outro sinal no céu, e eis que era um grande dragão vermelho, que tinha sete cabeças e dez chifres e, sobre as cabeças, sete diademas” (v. 3). O “grande dragão” é Satanás (v. 9). As sete cabeças representam sua grande inteligência para o mal; dez chifres representam seu grande poder maligno; e os sete diademas significam sua grande glória infernal. “E a sua cauda levou após si a terça parte das estrelas do céu e lançou-as sobre a terra; e o dragão parou diante da mulher que havia de dar à luz, para que, dando ela à luz, lhe tragasse o filho” (v. 4).

Essa referência pode fazer alusão à queda de Satanás do céu, com os anjos que o seguiram (cf 2 Pe 2.4; Jd 6). No texto, indica o plano do Diabo para destruir o Messias, desde sua tenra infância (Mt 2.16). “E deu à luz um filho, um varão que há de reger todas as nações com vara de ferro; e o seu filho foi arrebatado para Deus e para o seu trono” (v. 5). O Diabo fez tudo para destruir Jesus na terra, mas Ele subiu aos céus, após a ressurreição (cf. Lc 24.51; At 1.9-11). Na visão (v. 6), “a mulher”, ou os fiéis de Israel, são guardados por Deus durante 1260 dias, por terem aceito a Cristo como o Messias (Dn 4.30,31; Zc 13.8,9).

3) A grande batalha nos céus.

No capítulo 12, João viu uma grande batalha no céu, quando o Arcanjo Miguel e seus anjos vencem o Diabo com seus anjos e esses são precipitados no espaço sideral, em direção à Terra (v. 7-9); o texto diz que os santos venceram o Diabo “pelo sangue do Cordeiro e pela palavra de seu testemunho e não amaram as suas vidas até à morte “ (w. 10,11). Haverá grande alegria nos céus, mas a terra sofrerá conseqüências pela presença do Diabo em seu meio, pois o Diabo “tem grande ira, sabendo que já tem pouco tempo” (v. 12.). Com grande ira, Satanás investirá contra os fiéis da nação israelita, mas Deus dará escape aos que aceitaram a Cristo como Salvador (w. 13-17).
Na seqüência, o capítulo 13 fala sobre o Anticristo, cujo comentário foi feito no item II deste capitulo.

4. As Sete Taças da Ira de Deus

A Grande Tribulação é dominada pela tipologia do número sete, que significa plenitude, completude. Será um período de sofrimento tão doloroso como nunca houve na história da terra. Os sete selos, com seus acontecimentos tenebrosos, abrem espaço para as sete trombetas, que, por sua vez, darão lugar a outros eventos escatológicos, representados pelas “sete taças da ira de Deus”, anunciados nos capítulos 15 e 16 do Apocalipse. As sete taças da ira de Deus representam as últimas pragas ou os últimos juízos de Deus sobre a humanidade ímpia. Sete anjos são encarregados de derramar esses juízos terríveis sobre os homens que rejeitaram a Cristo. No capítulo 16, são descritos os eventos das sete taças.

Certamente, aqui, consuma-se todo o juízo de Deus sobre a humanidade incrédula e impiedosa, que se levantou contra o Deus Todo-Poderoso. “[...] e um grande terremoto, como nunca tinha havido desde que há homens sobre a terra; tal foi este tão grande terremoto” (v. 18). Será o maior terremoto da história do planeta Terra. Jerusalém se fenderá em três partes (v. 19); “as cidades das nações” desaparecerão, uma referência às grandes metrópoles, principalmente as litorâneas, que serão destruídas totalmente pelos efeitos dos abalos sísmicos, e também dos grandes tsunamis, que poderão alcançar mais de 100 ou 200 metros de altura, provocados pelos deslocamentos dos mares, em sua fúria sobre os continentes. As ilhas sumirão, os montes desaparecerão, uma chuva de saraiva cairá sobre os adoradores da Besta (w. 19-21).
O Final de Todas as Coisas



O PLANO DIVINO ATRAVÉS DOS SÉCULOS
O s éculo presente           A grande tribulação

G.   A Grande Tribulação

1.  O Fato da Tribulação. (O estudante deve localizar a Grande Tribulação no Mapa das Dispensações).

Em Seu discurso no Monte das Oliveiras,respondendo às interrogações dos discípulos, 
Jesus mencionou a vinda dum período de tributação sem paralelo em toda a história do povo de Deus. Mt 24.21,22.Não devemos confundir essa profecia com os sofrimentos dos habitantes de Jerusalém por ocasião da queda dessa cidade no ano 70, provocada pelos exércitos romanos sobo general Tito. Há várias coisas que não aconteceram em70 que deverão acontecer em algum tempo futuro,por exemplo a vinda de Cristo logo depois dessa tribulação .Mt 24.30. O profeta Jeremias teve uma visão profética concernente a Israel em que viu como essa nação ficou liberta do jugo das nações gentílicas ,sendo restaurada ao favor divino.Mas antes que isso acontecesse,ele viu que Israel passou por um tempo de"tribulação" sem igual.Jeremias o chamou do"tempo da angústia  para  Jacó".Jr 30.4-9.

 O profeta Ezequiel teve a mesma revelação,vendo Israel trazido de novo para a sua terra,procedente das nações gentílicas para onde fora espalhado.Israel,segundo esta visão,será purificado,sendo os rebeldes  contra o Senhor se parados do seu meio,"passando de baixo do cajado"do Senhor,como um pastor de ovelhas separa o seu rebanho. Ez20.33-44.EmEz22.17-22 o mesmo processo de purificação  é repetido sob a figura do fogo do refínador. Ml 3.1-3.

Daniel recebeu do Senhor uma revelação especifica sobre este tempo de tribulação no fim deste "século" presente em que temos um vislumbre da relação entre as regiões celestiais e as terrestres. As hostes celestiais, sob o comando de Miguel, o arcanjo, entrarão em choque com os inimigos de Israel, tanto os visíveis como os invisíveis, conseguindo libertar os israelitas fiéis. Em várias profecias do Velho Testamento encontramos a expressão "o dia do Senhor" (ou Jeová) que se refere ao juízo de Israel e das nações gentílicas e ao tempo da Grande Tribulação de modo geral. Is 2.10-22; Jl 1.15; 2.1; 3.14; Am 5.18-20. Estas profecias às vezes referem-se a algo que ia acontecer em futuro imediato, no tempo do profeta, mas no entanto o contexto revela que muitas vezes se referem também a um juízo muito remoto e que precede por pouco o tempo da restauração de Israel. Sem dúvida a expressão "o dia do Senhor" refere- se à Tribulação.

No Novo Testamento também encontramos semelhante expressão, "o dia do Senhor". I Co 5.5; II Ts 2.2,3, e "o dia de Cristo" (I Co 1.8; II Co 1.14; Fl 1.6-10), expressões que se referem ao período de tempo entre o Rapto da Igreja e a Revelação de Jesus Cristo. Será nesse "dia" em que a Igreja receberá o seu galardão e será unida com Cristo nas Bodas do Cordeiro. Encontramos ainda no Novo Testamento a expressão "o dia de Deus", a qual evidentemente se refere à renovação da terra por fogo e o início do perfeito estado eterno. II Pe 3.12.

2. A Duração da Tribulação.
 A duração desta período é calculada pelo estudo da passagem em Daniel 9.24-27. Foi revelado a Daniel na ocasião de sua fervorosa oração em favor do seu povo, Israel, que "Setenta Semanas" (ou seja "setes" de anos e não de dias, como o versículo 2 indica foram determinadas (ou "marcadas") sobre o seu povo e a cidade santa, Jerusalém. Nesse período seriam realizados os seguintes seis importantes eventos:

1) "fazer cessar a transgressão" (vers. 24), isto é, por fim à rebelião secular de Israel contra Deus. Israel crucificou o Messias quando Ele chegou ao mundo, e conseqüentemente foi castigado. Sua incredulidade será transformada em fé à segunda vinda de Cristo, quando essa nação aceitar Jesus como Messias. Toda a nação "nascerá de novo". Rm 11.25-29; Is 66.7-10; Ez 36.24-30.

2) "dar fim aos pecados" (vers. 24), isto é, por um ponto final aos muitos pecados e à rebelião de Israel, evento que se realizará depois da Tribulação. Ez 36.24-30; 37.24-27; 43.7; Zc 14.1-21.

3) "expiar a iniqüidade" (vers. 24), isto é, realizar a expiação em favor desse povo espiritualmente perverso. Isso aconteceu na cruz do Calvário em favor do mundo todo, mas Israel, como nação, até hoje não se valeu dessa maravilhosa providência divina. Mas à vinda de Cristo, Israel se arrependerá dessa atitude. Zc 13.1-7; Rm 11.25-27.
4) "trazer a justiça eterna" (vers. 24), isto é, a justiça que Cristo proveu pela morte na cruz. Is 9.6,7; 12.1-6; Dn 7.13,14,18,27; Mt 25.31-46; Rm 11.25-27.

5) "selar a visão e a profecia" (vers. 24), isto é, chegar ao cumprimento das profecias concernentes a Israel e Jerusalém. Todos conhecerão ao Senhor, desde o menor até ao maior deles. Jr 31.34; Is 11.9.


6) "ungir o Santo dos Santos" (vers. 24), isto é, a purificação do lugar santíssimo do templo dos judeus e a cidade de Jerusalém dos efeitos da "abominação da desolação" e demais sacrilégios praticados pelos gentios durante a Tribulação. Incluirá também a consagração do templo milenial previsto em Ez 40-43; Zc 6.12,13. Este período de "Setenta Semanas", ou seja setenta vezes sete anos, corresponde, portanto, a 490 anos sacros de 360 dias em cada ano. O período teria início com um decreto para reconstruir a cidade de Jerusalém. Tal decreto foi realmente expedido por Artaxerxes, rei da Pérsia, no "dia 4 de março do ano 445 antes de Cristo. Na profecia ficou revelado a Daniel que esse tempo de 490 anos seria dividido em três períodos da seguinte maneira:

1) Sete "setes", ou seja 49 anos sacros. Dn 9.25. Reinaram sobre a Pérsia os reis Ciro, Xerxes e Artaxerxes. Foi este último rei que lavrou o decreto ao qual se refere a profecia, em 445 a.C, que é mencionado em Neemias 2.1-6.19. A profecia cumpriu-se com a restauração de Jerusalém no tempo de Neemias, 49 anos depois, quando havia terminado o cativeiro babilônico.

 2) Sessenta e dois "setes", ou seja 434 anos sacros. Este período teve início logo após o primeiro período de 49 anos é continuou sem interrupção até ao tempo quando Jesus, o Messias foi morto. Dn 9.26. A palavra hebraica "karath", traduzida "tirado" (Almeida) refere-se à crucificação de Cristo, fato que se deu no dia 10 de Nisan, do ano 30 a.D. que corresponde ao dia 6 de abril do nosso calendário. Com esse acontecimento haviam decorrido exatamente as "Sessenta e nove Semanas", ou seja  483 anos sacros. Isso deixa ainda "uma semana" de anos, ou seja sete anos, a se cumprir depois da crucificação de Cristo.

3) Um "sete" de anos sacros, ou seja um período de 7 anos sacros que completará o período de 490 anos previsto na profecia de Dn 9.24-27. Com a morte de Cristo por crucificação, que significou a recusa total do Messias por parte de Israel, Deus também suspendeu suas relações com esse povo. Israel ficou "quebrado" na sua incredulidade. Rm 11.17. Temos esperado por dezenove séculos para o início deste último período de 7 anos da profecia. Agora que Israel está novamente na posse de sua terra, parece iminente a realização desta "semana" que ainda está faltando. Estes sete anos serão o fim da Dispensação da Graça e durante este período haverá um pacto entre Israel e o Anti- cristo e todos os eventos previstos em Ap 6.1 a 19.21 terão então seu cumprimento.

 Esta "semana" terá seu início logo depois do Rapto da Igreja, à segunda vinda de Cristo. O período de intervalo que tem havido entre a 69a. e a 70a. "semana" tem sido o período da Igreja, durante o qual Israel é rejeitado. O plano de Deus foi este que as nações gentílicas tivessem a sua grande oportunidade de encontrar a salvação em Cristo, o Messias.

Agora, o que acontecerá durante a Grande Tribulação, este período de sete anos?
 Vamos considerar Dn 12.1 e as profecias que a antecedem. No fim do capítulo 11, vers. 36 a 45, está prevista a chegada ao poder, nos últimos dias, de um imponente governante que é "o rei" (vers. 36). Esse personagem é o Anti-cristo (II Ts 2.3-10), que proferirá blasfêmias e se exaltará muito num regime o mais autocrático possível.- Não respeitará as leis estabelecidas e nem as religiões, vers.37. Por meio de suas conquistas militares e sua riqueza (vers. 38,39), ele terá o domínio do Oriente Médio (Síria, Egito e Palestina) e se colocará como rei em Jerusalém, vers. 40-45. Certos judeus apóstatas (Dn 12.10) aliar-se-ão a ele, mas um remanescente permanecerá fiel a Deus. Em favor desse grupo Deus agirá por meio do anjo Miguel. Dn 12.1. Isso ocorrerá durante a segunda metade desse período de sete anos (Dn 12.7), que o profeta denominou "tempo, tempos e metade dum tempo", significando três anos e meio.

O apóstolo João em sua visão na ilha de Patmos (Ap 12) tomou conhecimento do mesmo período da grande Tribulação concernente a Israel. Na visão, Israel era representado simbolicamente como uma mulher vestida do sol, com a lua debaixo dos pés e com uma coroa de doze estrelas na cabeça. Ela deu à luz um "filho varão", que por alguns é tido como sendo o grupo dos 144.000 israelitas. Ap 7.1-9; 12.5; 14.1-5. O mesmo arcanjo Miguel vem proteger Israel nos últimos dias (Ap 12.7), por ocasião da guerra nos céus. Nota-se que as passagens Ap 12.6,14 e Dn 12.7 são cronologicamente idênticas. Esta peleja espiritual tem por alvo vencer Satanás e preservar a "mulher", para que ela não seja destruída nesta derradeira investida do Diabo visando destruir o povo de Israel. Esse esforço da parte das nações, de inspiração satânica, para destruir os judeus, será para esse povo "o tempo da angústia de Jacó". Durante a Segunda Guerra Mundial o ditador alemão Hitler ordenou o massacre de 6 milhões de judeus. Foram asfixiados em câmaras de gás e seus corpos cremados.
O autor destas linhas teve oportunidade de visitar um desses campos de concentração em Dachau, na Alemanha, onde centenas de milhares dessas pobres vítimas pereceram. Não duvidamos em dizer que essa perseguição anti-semita de tão tremendas proporções constitue ao menos uma parte do cumprimento das profecias a respeito do povo de Israel.

Os Eventos que acontecerão durante a Tributação.
No princípio deste período de sete anos o Anti-cristo fará uma aliança com o povo de Israel que na maioria será um povo apóstata. Dn 9.27. No meio da semana, ou seja depois de três anos e meio, ele quebrará a aliança cujas cláusulas certamente permitiriam o restabelecimento da antiga religião judaica e a reconstrução do Templo no mesmo lugar onde Salomão o construiu. Por enquanto o local é ocupado pela Mesquita de Ornar, um dos mais sagrados lugares da religião muçulmana. O Anti-cristo então erguerá no Santo dos Santos desse Templo reconstruído o que Daniel e Jesus chamaram "a abominação da desolação". Dn 9.27; Mt 24.15. Isso bem pode ser uma imagem de si próprio, como os antigos imperadores romanos costumavam fazer, a qual seria obrigatoriamente adorada por todos. Veja Ap 13.15. Assim, a segunda metade da septuagésima "semana" de Daniel será a GRANDE TRIBULAÇÃO propriamente dita. Mt 24.15,21.

Em resumo, vemos então como a Grande Tributação concerne diretamente a Israel e constitue o juízo de Deus sobre essa nação em face de sua prolongada apostasia e negligência para com seu Rei, Jesus Cristo, o Messias.
A Grande Tribulação será ao mesmo tempo um processo de refinamento para preparar alguns para receber Cristo e expurgar os rebeldes entre eles. A Tribulação também afetará o mundo todo, pois o problema do povo judeu é um problema mundial. O novo Estado de Israel foi reconhecido em 1948 pela Organização das Nações Unidas. As quatro guerras entre Israel e as nações árabes, em 1948, 1956, 1967 e 1973, têm sido causa de agitação e preocupação em todos os meios políticos em todo o mundo. Não deixam de ser sinais dos tempos da Tributação que estão chegando. A Guerra do "Yom Kippur" em outubro de 1973 teve repercussões as mais intensas, provocando a crise mundial do petróleo, que também ameaça lançar toda a civilização moderna na maior depressão deste século. Já se nota as características dos dias descritos no livro do Apocalipse.

Aparentemente, o início da Grande Tribulação será um tempo de grande prosperidade quando todos estarão proclamando "paz e segurança" (I Ts 5.3), por terem alcançado o estado muito desejado de "Utopia" sob o governo do "super- homem", o grande dirigente político universal que a Bíblia chama de Anti-cristo.

Na segunda parte da Grande Tribulação Deus derramará seus juízos, cada vez mais severos (V. Ap 16) e a terra sofrerá grandes pragas como o Egito sofreu as pragas nos dias de Moisés. Esses juízos virão porque os homens serão mais depravados ainda do que os homens nos dias de Noé e Ló. Gn 6; Mt 24.37-39; Lc 17.22-37; II Tm 3.1-12. Os homens rejeitarão a verdade ao ponto de acreditar no "engano de injustiça" propagado pelo Anti-cristo, que resultará em sua condenação. II Ts 2.8-12; II Pe 3.1-9. Mesmo depois que se iniciaram esses juízos terríveis sobre os homens, esses desafiarão ao próprio Deus. Ap 9.20,21, 6.2-11; 17.1-18; 18.1-24. Não há palavras para descrever a rebelião e a iniqüidade praticadas pelos homens durante este período da derradeira luta entre Deus e Satanás pela posse da Terra. Ap 11.15; 12.7-12; 19.11-21; 20.1-3.

No fim deste período, quando Jerusalém estiver cercada pelos exércitos nas nações aliadas sob o Anti-cristo  (Zc 14.1-4; Jl 3.9-17), e quando Israel não dispuser de mais nenhum meio de resistência, e quando parecer que Israel desaparecerá como nação e sendo totalmente destruído, nesse momento esse povo se arrependerá, invocando o nome do Senhor, pedindo-lhe socorro. Is 64; Zc 12.8-10. O Senhor se manifestará do céu, vindo como seu Libertador e vingando-se dos seus inimigos. Ele julgará as nações e implantará seu glorioso governo de 1.000 anos de paz sobre a terra. A capital desse governo será a própria cidade de Jerusalém. Mt 24.27-31; 25.31-46.


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V. AS FASES DA GRANDE TRIBULAÇÃO



 



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