Capítulo
8 A Grande Tribulação
“E esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dos
mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura” (1 Ts 1.10)
Será o
período mais terrível na História, em que Deus trará seus juízos sobre a
humanidade por causa da incredulidade, desprezo à sua Palavra e prática da
impiedade. Deus criou o homem para sua glória e louvor. Mas, usando mal o
livre-arbítrio, o ser humano preferiu não ouvir a voz de Deus, e deu lugar ao
pecado. Ao longo dos séculos, Deus tem dado oportunidade ao homem para
restaurar a comunhão perdida com seu Criador. Porém, a exemplo de Adão, a
humanidade prefere andar em sentido contrário à vontade de Deus. Mais que isso:
tem afrontado a Deus, de forma deliberada.
Em seu sermão profético, Jesus adiantou para
seus discípulos: “porque, naqueles dias, haverá uma aflição tal, qual nunca
houve desde o princípio da criação, que Deus criou, até agora, nem jamais
haverá” (Mc 13.19 - grifo nosso). Serão eventos escatológicos jamais vistos ou
imaginados pelos homens, em toda a História. Os futurologistas tentam traçar
cenários para os fins dos tempos, mas jamais conseguirão descrever em suas
pranchetas de trabalho o que acontecerá em termos de catástrofes ecológicas,
ambientais, espaciais e cósmicas. Na visão de Patmos, João recebeu revelação
sobre aqueles dias tenebrosos que se abaterão sobre toda a terra: “E um dos
anciãos me falou, dizendo: Estes que estão vestidos de vestes brancas, quem são
e de onde vieram? E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes são
os que vieram de grande tribulação, lavaram as suas vestes e as branquearam no
sangue do Cordeiro” (Ap 7.13,14).
Os que conseguirem manter sua fé em Cristo,
tendo ficado para trás, no arrebatamento, terão plena convicção de que não
puderam subir, por causa de sua desobediência, descuido e negligência quanto às
coisas de Deus. E não quererão aceitar as ordens do governo mundial, formado
pelo Diabo, pelo Falso Profeta e pelo Anticristo. Não aceitarão o sinal da
Besta, ou a aposição de seu número em seu corpo. Ainda poderão ser salvos, mas
pagando com a própria vida. Serão torturados, degolados, terão seus olhos
arrancados ou serão queimados vivos, por não negarem a Cristo no confronto com
os agentes do Diabo e do Anticristo. As atrocidades praticadas pelo famigerado
e terrorista Estado Islâmico (EI), que degolam crianças por não negarem a
Jesus, escravizam mulheres cristãs para explorá-las sexualmente e matam todos
os homens que não aceitam sua fé sanguinária, são uma amostra do que acontecerá
com os que ficarem para trás na vinda de Jesus.
I
- A Grande Tribulação
1.
Significado e Período Com o visto em capítulos anteriores, após o arrebatamento
da Igreja, dois eventos ocorrerão no céu: o Tribunal de Cristo, para efeito de
concessão de galardões aos salvos (2 Co 5.10) e as Bodas do Cordeiro, que é
união entre Cristo e a Igreja para sempre (Ap 19.7-9; 21.9). Essa passagem da
Igreja pelo céu deve durar sete anos. Enquanto isso, aqui, na terra, haverá a
Grande Tribulação, que também durará sete anos, conforme dão a entender os
livros da Bíblia que falam do fim dos tempos. A Grande Tribulação será um
período de sete anos, entre o arrebatamento da Igreja e a vinda de Jesus em
glória (2a fase, para reinar).
a) Juízo sobre as nações. Naquele período catastrófico, os
judeus serão os mais afetados (Mt 24.15-20; Mc 13.14-23), mas todos os que
estiverem vivos, na terra, sofrerão suas conseqüências trágicas. Porque, eis
que, na cidade que se chama pelo meu nome [Jerusalém], começo a castigar; e
ficareis vós totalmente impunes? Não, não ficareis impunes, porque eu chamo a
espada sobre todos os moradores da terra, diz o Senhor dos Exércitos. [...]
Chegará o estrondo até à extremidade da terra, porque o Senhor tem contenda com
as nações, entrará em juízo com toda a carne; os ímpios entregará à espada, diz
o Senhor. Assim diz o Senhor dos Exércitos: Eis que o mal sai de nação para
nação, e grande tormenta se levantará dos confins da terra” (Jr 25.29-32 -
grifo nosso). “E visitarei sobre o mundo a maldade e, sobre os ímpios, a sua
iniqüidade; e farei cessar a arrogância dos atrevidos e abaterei a soberba dos
tiranos” (Is 13.11). Os avisos dos juízos de Deus são prova do seu amor,
visando livrar da destruição aqueles que aceitam a Cristo e obedecem à sua
Palavra.
b) O tempo da Grande Tribulação. No total, a Tribulação durará sete
anos literais. Esse período é visto em duas partes, primeira e segunda metades,
cada uma com três anos e meio. Essa constatação decorre da interpretação das 70
semanas de Daniel, cujo texto prevê que haverá um “príncipe que há de vir” [o
Anticristo], que “[...] firmará um concerto com muitos por uma semana” (Dn
9.27a - grifo nosso).1 Esse concerto do Anticristo será com Israel, para obter
o seu apoio político. Aquele tempo é chamado, na Bíblia, de “Tribulação”, “ira
futura” (1 Ts 5.9), “um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve
nação até aquele tempo...” (Dn 12.1); é o “dia da vingança” (Is 63.1- 4).
Abaixo, veremos o que ocorrerá na Grande Tribulação.
c) Divergências de interpretações. Há intérpretes da Bíblia que
afirmam que a Grande Tribulação será “um período definido” de grandes
acontecimentos trágicos que se abaterão sobre a humanidade, após o
arrebatamento da Igreja e a volta de Cristo para reinar (segunda fase de sua
vinda). Outros afirmam que a Grande Tribulação refere-se aos sofrimentos da
Igreja, ao longo de sua história. O Comentário Bíblico Pentecostal, comentando
o Apocalipse, diz: “E um grande erro entender a frase ‘grande tribulação’
(7.14) como se ela se referisse a um período específico de tempo, por exemplo
sete anos ou mesmo três anos e meio), ao invés da grande e intensa perseguição
que os crentes sofreram ao longo da história”.2 Esse comentário interpreta o
texto como referindose a acontecimentos históricos, passados, e não ao futuro.
d) A interpretação literal da Grande Tribulação. Mas há autores, escritores e
intérpretes da Bíblia, que entendem que a “Grande Tribulação” será um período
futuro, em que a humanidade experimentará terríveis catástrofes globais, como juízo
de Deus sobre os que rejeitaram a vontade divina para suas vidas, seus povos e
suas histórias. O Pr. Antonio Gilberto discorda dos que negam o aspecto futuro
da “grande tribulação”. Para ele, “Estritamente falando, essa tribulação, como
elemento escatológico, consiste em dois períodos, tendo cada um três anos e
meio de duração. O primeiro chamado simplesmente de Tribulação. O segundo, que
é o pior, é denominado Grande Tribulação”.3
No sermão profético, referindo-se ao que
ocorrerá após o arrebatamento da Igreja, Jesus disse: “porque haverá, então,
grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem
tampouco haverá jamais” (Mt 24.21 - grifo nosso). João viu aquele terrível
período, no Apocalipse, na revelação sobre “os mártires na glória”: “E um dos
anciãos me falou, dizendo: Estes que estão vestidos de vestes brancas, quem são
e de onde vieram? E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disseme: Estes são os
que vieram de grande tribulação, lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue
do Cordeiro” (Ap 7. 13,14 - grifo nosso).
2. Falsa Aliança com Israel
Após o
arrebatamento da Igreja, o Anticristo se manifestará e fará uma falsa aliança
com Israel, durante sete anos (Dn 9.27). Certamente, nesse período, o Templo
será reconstruído. Sem dúvida, esse será o maior equívoco da nação israelita:
rejeitou o Messias, crucificando-o, e vai aceitar o Anticristo, o governante
mundial; e pagará um preço elevadíssimo! Na metade desse tempo, ou seja, depois
de três anos e meio, o Anticristo romperá o acordo com Israel, e começará a
perseguir os judeus, “e, na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a
oferta de manjares; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até
à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador” (Dn
9.27 - grifo nosso).
O
Anticristo, ou a Besta, governando o mundo, impedirá o culto a Deus, tanto
pelos israelitas quanto por todos os crentes que confessarem a Cristo, naquele
tempo de angústia: “Eu olhava, e eis que essa ponta fazia guerra contra os
santos e os vencia. [...] E proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá
os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei; e eles serão
entregues nas suas mãos por um tempo, e tempos, e metade de um tempo” (Dn
7.21,25 - grifo nosso).4 Jerusalém será atacada, o templo ocupado e profanado
(2 Ts 2.3,4); Dn 8.13; Mt 24.15,24), e os judeus não mais poderão realizar o
culto a Jeová; haverá tremenda perseguição religiosa (Dn 8.13); os judeus são
aconselhados por Jesus a fugir para as montanhas (Mt 24.16); em Apocalipse 12,
vê-se o “Dragão” perseguindo a “mulher”, que sem dúvida será a nação israelita,
que fugirá para um lugar preparado por Deus (Ap 12.6).
3. A Igreja não Passará pela Grande
Tribulação
Os tribulacíonistas creem que a Igreja passará
pela Grande Tribulação, em sua totalidade. Os miditribulacionistas ou
mesotribulacionistas, afirmam que a Igreja experimentará o primeiro período da
Grande Tribulação (três anos e meio), como vimos no capítulo primeiro. No
entanto, a Palavra de Deus nos mostra que tal entendimento carece de
fundamentação consistente. O apóstolo Paulo recebeu revelação sobre esse fato,
quando escreveu: “e esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dos
mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura (1 Ts 1.10 - grifo nosso).
João, em Apocalipse, registrou o livramento da igreja de Filadélfia, tipo da
Igreja que será arrebatada, formada por crentes salvos, do período de provação
pelo qual passará toda a humanidade: “Com o guardaste a palavra da minha paciência,
também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo,
para tentar os que habitam na terra” (Ap 3.10 - grifo nosso; Is 57.1).
O livramento da “hora da tentação”, ou da
“provação”, que virá sobre todo o mundo não se refere apenas à igreja em
Filadélfia, mas é uma advertência a todas as igrejas cristãs: “Quem tem ouvidos
ouça o que o Espírito diz às igrejas” (Ap 3.13; 22). A Igreja não estará mais
na Terra quando começar a Grande Tribulação. Ela passará, sim, pelo “princípio
das dores” (Mt 24.8). Certamente, já começou a experimentar os acontecimentos
que antecedem à volta de Cristo para arrebatar os salvos.
(4 Nota do
autor: “um tempo, tempos e metade de um tempo” quer dizer “um ano, dois anos e
metade de um ano”, ou seja, três anos e meio, com base em Levítico 25.8, que se
refere a semana de anos.)
II
- O que Vai Acontecer na Grande Tribulação
1. O Anticristo se Manifestará
a) Quem é ele? Será o governante mundial, um
ditador ardiloso, que usará toda a sua influência para obter o apoio dos povos.
O Anticristo é a besta que João viu que subiu “do mar”; “mar”, na tipologia
bíblica, significa povos (Lc 21.25): E eu pus-me sobre a areia do mar e vi
subir do mar uma besta que tinha sete cabeças e dez chifres, e, sobre os
chifres, dez diademas, e, sobre as cabeças, um nome de blasfêmia” (Ap 13.1).
“Sete cabeças” - um homem superinteligente; “dez chifres” - poder global; dez
diademas - será muito “glorioso” perante a humanidade; “um nome de blasfêmia” -
ele é anti-Deus, anticristo e anti-Espírito Santo, e blasfemará e levará os
povos a blasfemarem contra Deus. O espírito dele já está no mundo (1 Jo 2.18;
4.3) há mais de dois mil anos. Esse personagem sinistro já pode estar no mundo,
no presente século.
b) Suas características. Será um super-homem”, nascido de
mulher (Ap 13.1, “a besta que subiu do mar”, de povos); será o líder
político-espiritual. Fará grandes coisas (Dn 7.8, 20,25); enganará a terra, que
clama por soluções (1 Ts 2.9,10). A maioria não quer saber de Jesus, mas aceitará
o Anticristo. Ele é chamado de “a Besta” (Ap 13.1), “o homem do pecado”, “o
filho da perdição” (2 Ts 2.3), o “Anticristo (1 Jo 4.3), o assolador” (Dn
9.27); é “a ponta que tinha olhos” (Dn 7.8,20,25). Será uma pessoa
superinteligente, com alto poder de oratória e demagogia (Ap 13.2, 5), que
impressionará o mundo, como o fez Hitler na Alemanha nazista. Com capacidade
diabólica, o ditador alemão convenceu um povo culto a se tornar sanguinário e
destruir milhões de pessoas, como os judeus, por causa de sua raça, e eliminar
doentes, deficientes, homossexuais, ciganos, todo esse crime em nome de uma
raça pura . O Diabo cega os entendimentos dos ímpios (2 Co 4.4).
c) O mundo clama por um governo único. Em 1968, foi fundado o Clube de
Roma, que concluiu ser necessário que haja um governo único na terra. Isso é
significativo em termos proféticos. Além disso, a situação caótica do mundo
fará com que o povo busque “um salvador potente, e o Anticristo se apresentará
como tal. Terá “a eficácia de Satanás (1 Ts 2.9,10). Será por excelência um
líder político. Haverá uma “confederação de nações”, sob a liderança do
Anticristo. Em 1957, em Roma, foram criados “Os Estados Unidos da Europa”, hoje
no âmbito da Comunidade Européia, que conta, atualmente, com 28 estados-membros
(2015).
. Na visão
de Nabucodonosor, de uma grande estátua, que representava todos os reinos do
mundo, até o final dos tempos, os dez dedos da estátua representam dez reinos
(Dn 2.40-43), resultantes do antigo Império Romano (o quarto animal - Dn 7.24),
que estarão em evidência nos fins dos tempos; correspondem aos 10 chifres do 4o
animal de Daniel 7.24 e aos 10 chifres da Besta de Apocalipse 13.1 e 17.3.
Refere-se a um poder que “existiu, e que no momento não existe, mas que voltará
a existir” (Ap 17.8). Trata-se de uma confederação de nações que se unirão no
território do antigo Império Romano. Hoje, é identificado como a União
Européia, que já tem um parlamento e uma moeda única, o Euro. O número dez, na
profecia, é simbólico, e significa globalização, um todo unido em torno de
ideias, objetivos e causas gerais.
2. O Número 666
A Besta tem
“sinal”, “nome” e “número” (Ap 13.17). Mas a Bíblia só revela o seu número
simbólico. Será uma identificação dos moradores da terra, na Grande Tribulação.
O governo ditatorial do Anticristo vai numerar as pessoas para ter sobre elas o
controle total. Quem não aceitar ter esse número marcado ou tatuado em seu
corpo não poderá sobreviver. Primeiro, porque quem não adorar a Besta será
morto: “E foi-lhe concedido que desse espírito à imagem da besta, para que
também a imagem da besta falasse e fizesse que fossem mortos todos os que não
adorassem a imagem da besta” (Ap 13.15). Em segundo lugar, porque quem não
tiver a identificação da Besta não poderá comprar nem vender qualquer coisa: “E
faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja
posto um sinal na mão direita ou na testa, para que ninguém possa comprar ou
vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu
nome” (Ap 13.16,17).
Na tipologia
bíblica, o número 6 é o número do homem. Em seis dias, Deus fez o homem (ser
humano). A repetição do número 6 eqüivale a uma dízima periódica, que pode
repetir-se indefinidamente, sem nunca chegar a 7, que é o número da perfeição,
o número de Deus. Isso quer dizer que o Anticristo será um homem, exaltado ao
extremo, com pretensões de ser igual a Deus, como o fez Lúcifer. Esse número,
ou código, certamente, será o meio pelo qual o governo do Anticristo controlará
todas as pessoas, desde o seu nascimento até a morte.
Ao que tudo
indica, a tecnologia do código controlador de pessoas já está em andamento. Um
novo sistema de cartão de crédito já está sendo utilizado. Esse sistema foi
criado em 1993, na Inglaterra. Funciona com a implantação de um “chip”
(“VeriChip”, ou bio-chip ) no corpo humano. Pesquisas constataram que os
lugares mais apropriados para o implante são a testa ou sob a pele da mão
direita.
Já foi desenvolvida uma seringa que implanta o chip sob a pele de
seres humanos. Executivos de multinacionais já estão usando o chip inteligente
, do tamanho de um grão de arroz, pois permite que sejam localizados
imediatamente, em caso de sequestros. Em alguns países, pais já estão
implantando o dispositivo eletrônico em seus filhos, para que sejam localizados
em caso de sequestros ou por outras razões. Vejamos o que diz a Bíblia:
Não vale a
pena o crente viver descuidado, sem ter compromisso sério com Deus, com sua
Palavra e com sua Igreja. O fato de ser membro da Assembleia de Deus ou de
qualquer outra denominação evangélica não garante a salvação. Quem não for
santo não subirá ao encontro de Jesus (1 Ts 4.17; 5.23). Ficará na Terra e
experimentará os horrores da Grande Tribulação.
3. O Falso Profeta Estará em Ação
Será um homem (a Besta que veio da terra - de
entre os homens - Ap 13.11,18). Será o líder religioso, a terceira pessoa da
trindade satânica. Fará grandes milagres. Imporá que todos tenham o sinal da
Besta, o número 666 (Ap 13.16,17). Procurará imitar o Espírito Santo, e será o
líder religioso que cooperará com o Anticristo.
Juntamente
com o Diabo, eles constituirão a trindade satânica, que dominará o mundo após o
arrebatamento da Igreja do Senhor Jesus Cristo. Com o os homens, ao longo da
História, em sua maioria, preferiram servir ao Diabo, Deus dará liberdade para
que este tenha total poder sobre suas vidas. Ele atuará com seus demônios (Ef
6.12; Ap 12.9; 9.1,3; 12.12); os homens passarão por sofrimentos inimagináveis,
e saberão o quanto perderam por terem rejeitado a Cristo. A base do governo da
trindade satânica serão as nações historicamente oriundas do antigo Império
Romano. No sonho de Nabucodonosor, essas nações eram representadas pelos dez
dedos da estátua, ou na visão da Besta com dez chifres, que representam dez
reis que se levantarão contra Deus, e serão vencidos (Dn 7.7,8,19,27). (Veja Ap
13.1,2; 17.11,13). Haverá um caos e anarquia total, pois o mal terá pleno curso
no coração das pessoas. O desespero será tão grande que as pessoas aceitarão
as propostas e ameaças do Anticristo para tentarem sobreviver.
III
- Os Juízos de Deus sobre o Mundo
A Grande
Tribulação trará os juízos de Deus sobre os homens que, além de ignorar seus
avisos de amor, o afrontam, usando sua permissibilidade e longanimidade. No
Apocalipse, esses juízos se manifestarão através de eventos catastróficos de
natureza global. Por eles, Deus vai purificar o planeta de seus horrendos
pecados e corrupções, preparando-o para receber o glorioso período do Reino
Milenial. A profecia fala de sete selos, sete trombetas e sete taças da ira de
Deus. De acordo com o Pr. Antonio Gilberto, a Grande Tribulação pode ser dividida
em duas partes. A primeira, do capítulo seis ao nono do Apocalipse. A segunda,
a mais cruel, engloba os relatos dos capítulos dez ao dezoito do Livro da
Revelação.
1. Os Sete Selos
João viu um
livro selado com sete selos. Na visão do Apocalipse, João viu a Deus, assentado
em seu trono e, em sua mão direita, “um livro escrito por dentro e por fora,
selado com sete selos” (Ap 5.1); e viu “um anjo forte, bradando com grande voz:
Quem é digno de abrir o livro e de desatar os seus selos? E ninguém no céu, nem
na terra, nem debaixo da terra, podia abrir o livro, nem olhar para ele (Ap
5.2,3). Com tais características, aquele livro guardava segredos jamais
conhecidos, até a abertura dos seus selos. Sem dúvida, é o livro dos juízos de
Deus, reservados para serem derramados sobre o mundo no fim dos tempos. João
chorava muito, por perceber que ninguém tinha condições de abrir o livro e até
de olhar para ele (Ap 5.4). O apóstolo viu que Jesus é o único digno de abrir o
livro. “E disse-me um dos anciãos: Não chores; eis aqui o Leão da tribo de
Judá, a Raiz de Davi, que venceu para abrir o livro e desatar os seus sete
selos. [...] E veio e tomou o livro da destra do que estava assentado no trono”
(Ap 5.5,7).
a) O
primeiro selo. Quando Jesus abre o primeiro selo, tem lugar um evento de
grande significado. Surge um cavalo branco, e, nele está montado um personagem
que “tinha um arco, e foi-lhe dada uma coroa, e saiu vitorioso e para vencer”
(Ap 6.1,2). Trata-se de uma falsa paz, tipificada pelo cavalo branco. O personagem
é o Anticristo, que enganará as nações, sedentas de paz. Ele se assentará no
templo em Jerusalém, dizendo-se Deus (2 Ts 2.4); receberá adoração (Ap 13.12);
fará aliança com Israel por sete anos (Dn 9.27); implantará uma falsa paz, que
será rompida na metade da Grande Tribulação: “Pois que, quando disserem: Há paz
e segurança, então, lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto
àquela que está grávida; e de modo nenhum escaparão” (1 Ts 5.3).
b) O segundo selo. Depois de três anos e meio, o
Anticristo romperá a aliança e fará guerra a Deus e a seus santos (Ap 3.6; Dn
7.25; 9.27). E terá lugar uma terrível guerra mundial: “E saiu outro cavalo, vermelho; e ao que estava assentado sobre ele
foi dado que tirasse a paz da terra e que se matassem uns aos outros; e foi-lhe
dada uma grande espada” (Ap 6.4). O Anticristo atacará Jerusalém e
profanará o templo (2 Ts 3.3,4; Dn 8.13); os judeus são aconselhados a fugir
para as montanhas (Mt 24.16).
c) O terceiro selo. Com o resultado da guerra mundial,
a maior delas, haverá uma terrível fome global, figurada pelo cavalo preto (Ap
6.5); quem não tiver o sinal da Besta, não poderá comprar nem vender (Ap
13.17,18). Haverá uma escassez nunca vista.
d) O quarto selo. Na abertura do quarto selo, aparece
um cavalo amarelo, simbolizando a morte em grande escala, em decorrência dos
flagelos anteriores (Ap 6.7,8); morrem 25% dos habitantes do planeta.
e) O quinto selo - uma passagem parentética. João
deixa de ver animais e tem a visão dos mártires que foram mortos na Grande
Tribulação por sua fé em Cristo, por seu testemunho e amor à Palavra de Deus
(Ap 6.9-11); eles são salvos em meio à Grande Tribulação. Não são a Igreja
militante. Eles clamam por vingança contra os “que habitam sobre a terra” (Ap
6.11);
f) O sexto selo. Vê-se um grande tremor de terra
(global); eclipse total do sol; a lua fica vermelha; estrelas caem (meteoros);
o espaço sideral se muda; os montes e ilhas são arrasados; os governantes da
terra, os poderosos e os povos se escondem, clamando que os montes caiam sobre
eles, por causa da “ira do cordeiro” (Ap 6.12-17); não se sabe quantos morrem
nesse evento.
g) Outra passagem parentética. Salvos na Grande Tribulação. Entre
o sexto e o sétimo selo, Jesus abre um parêntese na revelação e mostra a
salvação numerosa de israelitas, em meio à Grande Tribulação. Isso dá em todo
o capítulo 7 do Apocalipse. João tem a visão de dois planos. Na Terra, vê os
144.000 israelitas, 12.000 de cada tribo, que são assinalados (Ap 7.3); eles
formam o Israel que será salvo, o “remanescente” de que fala Paulo (Rm
9.26,27); no céu, João vê um quadro deslumbrante dos mártires na glória:
“Depois destas coisas, olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia
contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do
trono e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos;
e clamavam com grande voz, dizendo: Salvação ao nosso Deus, que está assentado
no trono, e ao Cordeiro” (Ap 7.9,10).
Além dos
144.000 israelitas, haverá uma multidão incalculável de pessoas que
reconhecerão Jesus Cristo como Salvador, não aceitarão o sinal da Besta, não
lhe renderão adoração, serão mortas, mas serão salvos. “E um dos anciãos me
falou, dizendo: Estes que estão vestidos de vestes brancas, quem são e de onde
vieram? E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes são os que
vieram de grande tribulação, lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue
do Cordeiro. Por isso estão diante do trono de Deus e o servem de dia e de
noite no seu templo; e aquele que está assentado sobre o trono os cobrirá com a
sua sombra” (Ap 7.13-15 - grifo nosso). Quem ensina que não haverá salvação na
Grande Tribulação foge à regra número um da hermenêutica, que diz que “a Bíblia
explica a ela mesma”.
h) O sétimo selo. A essa altura, o mundo já estará na
segunda metade da Grande Tribulação. Quando o sétimo selo é aberto, sete anjos
tocam sete trombetas. São mais sete acontecimentos terríveis, de caráter
ecológico e espiritual, cairão sobre a terra, tipificados nas sete trombetas
(Ap 8 a 11) e mais eventos catastróficos. Em resumo:
Nos Capítulos 8 a 11 - As Sete
Trombetas
1- ) A primeira trombeta (8.7). A terça parte da Terra e da
vegetação é queimada; a oferta de alimentos diminuirá.
2 e ) A segunda trombeta (8. 8,9). A terça parte das criaturas do mar é
queimada, quando um grande meteoro é lançado sobre 0 mar; tsunamis ocorrerão
pelo impacto do bólido sobre as águas.
3 e) A terceira trombeta (8.10,11). Um grande meteoro cai sobre a Terra,
destruindo as fontes de água dos rios e dos lagos; muita gente morre; não se
sabe quantas pessoas morrerão.
4 S) A quarta trombeta (8.12,13). A terça parte dos astros é atingida,
e o sol escurece a Terra; uma catástrofe cósmica abalará o espaço sideral.
5-) A
quinta trombeta (9.1-11). Demônios e anjos terríveis são soltos e
atormentam os que não têm o sinal de Deus, liderados pelo anjo do abismo”
(9.12). Os adoradores da Besta são torturados. Buscam a morte e ela não vem
(9.6); a situação é tão caótica, que o anjo diz que passou “um ai”, expressão
de grande dor e sofrimento; e diz que ainda faltam dois “ais” (na sexta e na
sétima trombetas).
6 -) A sexta trombeta (9.13-21). São soltos quatro anjos que estavam
presos junto ao Eufrates (v. 15). Eles são tão perigosos, piores que Satanás,
que estão presos “em prisões eternas” (Jd 6). Matam a terça parte dos homens;
os ocultistas, esoteristas, invocadores de mortos e adoradores de demônios são
mortos, além dos que vivem da prostituição (w. 20,21); ocorre o segun- 1 « •»
do ai .
7 e) A sétima trombeta (Ap 11.15-19). Ao toque da sétima trombeta, há um
evento celestial. Seres celestiais proclamam o domínio universal do Senhor Deus
e do seu Cristo. “E tocou o sétimo anjo a trombeta, e houve no céu grandes
vozes, que diziam: Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu
Cristo, e ele reinará para todo o sempre” (Ap 11.15). E um cântico celestial,
de proclamação gloriosa, do domínio universal de Cristo sobre o universo (ver
restante do trecho).
Nos CAPÍTULOS 10 e 11 –
Outra
passagem parentética, entre a sexta e a sétima trombeta (Ap 10, 11.1-14).
1) João come um livrinho. Antes de haver o toque da sétima
trombeta, João viu um anjo forte, com aparência terrível, com o arco celeste
sobre sua cabeça, o rosto como o sol e os pés como colunas de fogo. Esse anjo
diz que, ao toque da sétima trombeta, “se cumprirá o segredo de Deus, como
anunciou aos profetas, seus servos” (Ap 10.7). João é instado a tomar da mão do
anjo o livrinho enigmático, o qual, em sua boca, era doce como o mel, mas, no
seu interior, era amargo. Certamente, a mensagem do livro é muito amarga para
os que a ouvirem.
2) A s duas testemunhas. No capítulo 11, do versículo 1 ao
14, João tem a revelação de que deveria medir “o templo, o altar e os que nele
adoram” (Ap 11.1). Essa medição significa castigo da parte de Deus sobre
Jerusalém, que será pisada por quarenta e dois meses ou três anos e meio, na
segunda metade da Grande Tribulação (Ap 11.2). E foi-lhe dito que haverá duas
testemunhas” irão profetizar, durante 1260 dias, ou nos três anos e meio (Ap
11.3); elas são “as duas oliveiras e os dois castiçais que estão diante do Deus
da terra” (v. 4); não se sabe quem serão elas. Não devemos ir além do que está
escrito (1 Co 4.6). Elas terão poder sobrenatural, durante o período de sua
missão, mas, depois, serão mortas pela “Besta que sobe do abismo” (v. 7); seus
corpos ficarão expostos durante três dias, vistos pelo mundo todo, através da
mídia, certamente (TV, Internet), e, depois, ressuscitarão e subirão aos céus,
aos olhos de seus inimigos (v. 12); haverá um terremoto, e perecerão sete mil
pessoas (localizado);
3. A Mulher e o Dragão
1) A
mulher vestida do sol.
O capítulo
12 de Apocalipse revela que haverá “uma mulher vestida do sol, tendo a lua
debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça. E estava grávida e
com dores de parto e gritava com ânsias de dar à luz” (Ap 12.1,2). Segundo as
melhores interpretações do Apocalipse, essa mulher representa os fiéis da nação
israelita, através da qual veio Jesus; o sol e a lua representam a glória de
Israel, no plano de Deus, como o povo eleito. As doze estrelas representam as
doze tribos de Israel.
2) O grande dragão vermelho.
E foi mostrado outro grande sinal (Ap 12.3-6).
E viu-se outro sinal no céu, e eis que era um grande dragão vermelho, que tinha
sete cabeças e dez chifres e, sobre as cabeças, sete diademas” (v. 3). O
“grande dragão” é Satanás (v. 9). As sete cabeças representam sua grande inteligência
para o mal; dez chifres representam seu grande poder maligno; e os sete
diademas significam sua grande glória infernal. “E a sua cauda levou após si a
terça parte das estrelas do céu e lançou-as sobre a terra; e o dragão parou
diante da mulher que havia de dar à luz, para que, dando ela à luz, lhe
tragasse o filho” (v. 4).
Essa
referência pode fazer alusão à queda de Satanás do céu, com os anjos que o
seguiram (cf 2 Pe 2.4; Jd 6). No texto, indica o plano do Diabo para destruir o
Messias, desde sua tenra infância (Mt 2.16). “E deu à luz um filho, um varão
que há de reger todas as nações com vara de ferro; e o seu filho foi arrebatado
para Deus e para o seu trono” (v. 5). O Diabo fez tudo para destruir Jesus na
terra, mas Ele subiu aos céus, após a ressurreição (cf. Lc 24.51; At 1.9-11).
Na visão (v. 6), “a mulher”, ou os fiéis de Israel, são guardados por Deus
durante 1260 dias, por terem aceito a Cristo como o Messias (Dn 4.30,31; Zc
13.8,9).
3) A grande batalha nos céus.
No capítulo 12, João viu uma grande batalha no
céu, quando o Arcanjo Miguel e seus anjos vencem o Diabo com seus anjos e esses
são precipitados no espaço sideral, em direção à Terra (v. 7-9); o texto diz
que os santos venceram o Diabo “pelo sangue do Cordeiro e pela palavra de seu testemunho
e não amaram as suas vidas até à morte “ (w. 10,11). Haverá grande alegria nos
céus, mas a terra sofrerá conseqüências pela presença do Diabo em seu meio,
pois o Diabo “tem grande ira, sabendo que já tem pouco tempo” (v. 12.). Com
grande ira, Satanás investirá contra os fiéis da nação israelita, mas Deus dará
escape aos que aceitaram a Cristo como Salvador (w. 13-17).
Na
seqüência, o capítulo 13 fala sobre o Anticristo, cujo comentário foi feito no
item II deste capitulo.
4. As Sete Taças da Ira de Deus
A Grande
Tribulação é dominada pela tipologia do número sete, que significa plenitude,
completude. Será um período de sofrimento tão doloroso como nunca houve na
história da terra. Os sete selos, com seus acontecimentos tenebrosos, abrem
espaço para as sete trombetas, que, por sua vez, darão lugar a outros eventos
escatológicos, representados pelas “sete taças da ira de Deus”, anunciados nos
capítulos 15 e 16 do Apocalipse. As sete taças da ira de Deus representam as
últimas pragas ou os últimos juízos de Deus sobre a humanidade ímpia. Sete
anjos são encarregados de derramar esses juízos terríveis sobre os homens que
rejeitaram a Cristo. No capítulo 16, são descritos os eventos das sete taças.
Certamente,
aqui, consuma-se todo o juízo de Deus sobre a humanidade incrédula e impiedosa,
que se levantou contra o Deus Todo-Poderoso. “[...] e um grande terremoto, como
nunca tinha havido desde que há homens sobre a terra; tal foi este tão grande
terremoto” (v. 18). Será o maior terremoto da história do planeta Terra.
Jerusalém se fenderá em três partes (v. 19); “as cidades das nações”
desaparecerão, uma referência às grandes metrópoles, principalmente as
litorâneas, que serão destruídas totalmente pelos efeitos dos abalos sísmicos,
e também dos grandes tsunamis, que poderão alcançar mais de 100 ou 200 metros
de altura, provocados pelos deslocamentos dos mares, em sua fúria sobre os
continentes. As ilhas sumirão, os montes desaparecerão, uma chuva de saraiva
cairá sobre os adoradores da Besta (w. 19-21).
O Final de Todas as
Coisas
O PLANO DIVINO ATRAVÉS DOS SÉCULOS
O s éculo presente A grande tribulação
G. A Grande Tribulação
1. O Fato da
Tribulação. (O estudante deve localizar a Grande Tribulação no Mapa das
Dispensações).
Em Seu discurso no Monte
das Oliveiras,respondendo às interrogações dos discípulos,
Jesus mencionou a vinda
dum período de tributação sem paralelo em toda a história do povo de Deus. Mt
24.21,22.Não devemos confundir essa profecia com os sofrimentos dos habitantes de
Jerusalém por ocasião da queda dessa cidade no ano 70, provocada pelos exércitos
romanos sobo general Tito. Há várias coisas que não aconteceram em70 que deverão
acontecer em algum tempo futuro,por exemplo a vinda de Cristo logo depois dessa
tribulação .Mt 24.30. O profeta Jeremias teve uma visão profética concernente a
Israel em que viu como essa nação ficou liberta do jugo das nações gentílicas ,sendo
restaurada ao favor divino.Mas antes que isso acontecesse,ele viu que Israel passou
por um tempo de"tribulação" sem igual.Jeremias o chamou do"tempo
da angústia para Jacó".Jr 30.4-9.
O profeta Ezequiel teve
a mesma revelação,vendo Israel trazido de novo para a sua terra,procedente das nações
gentílicas para onde fora espalhado.Israel,segundo esta visão,será purificado,sendo
os rebeldes contra o Senhor se parados do
seu meio,"passando de baixo do cajado"do Senhor,como um pastor de ovelhas
separa o seu rebanho. Ez20.33-44.EmEz22.17-22 o mesmo processo de purificação é repetido sob a figura do fogo do refínador.
Ml 3.1-3.
Daniel recebeu do Senhor uma revelação especifica sobre este
tempo de tribulação no fim deste "século" presente em que temos um
vislumbre da relação entre as regiões celestiais e as terrestres. As hostes
celestiais, sob o comando de Miguel, o arcanjo, entrarão em choque com os
inimigos de Israel, tanto os visíveis como os invisíveis, conseguindo libertar
os israelitas fiéis. Em várias profecias do Velho Testamento encontramos a
expressão "o dia do Senhor" (ou Jeová) que se refere ao juízo de
Israel e das nações gentílicas e ao tempo da Grande Tribulação de modo geral.
Is 2.10-22; Jl 1.15; 2.1; 3.14; Am 5.18-20. Estas profecias às vezes referem-se
a algo que ia acontecer em futuro imediato, no tempo do profeta, mas no entanto
o contexto revela que muitas vezes se referem também a um juízo muito remoto e
que precede por pouco o tempo da restauração de Israel. Sem dúvida a expressão
"o dia do Senhor" refere- se à Tribulação.
No Novo Testamento
também encontramos semelhante expressão, "o dia do Senhor". I Co 5.5;
II Ts 2.2,3, e "o dia de Cristo" (I Co 1.8; II Co 1.14; Fl 1.6-10),
expressões que se referem ao período de tempo entre o Rapto da Igreja e a
Revelação de Jesus Cristo. Será nesse "dia" em que a Igreja receberá
o seu galardão e será unida com Cristo nas Bodas do Cordeiro. Encontramos ainda
no Novo Testamento a expressão "o dia de Deus", a qual evidentemente
se refere à renovação da terra por fogo e o início do perfeito estado eterno.
II Pe 3.12.
2. A Duração da Tribulação.
A duração desta período
é calculada pelo estudo da passagem em Daniel 9.24-27. Foi revelado a Daniel na
ocasião de sua fervorosa oração em favor do seu povo, Israel, que "Setenta
Semanas" (ou seja "setes" de anos e não de dias, como o
versículo 2 indica foram determinadas (ou "marcadas") sobre o seu povo
e a cidade santa, Jerusalém. Nesse período seriam realizados os seguintes seis
importantes eventos:
1) "fazer cessar a transgressão" (vers. 24), isto é,
por fim à rebelião secular de Israel contra Deus. Israel crucificou o Messias
quando Ele chegou ao mundo, e conseqüentemente foi castigado. Sua incredulidade
será transformada em fé à segunda vinda de Cristo, quando essa nação aceitar
Jesus como Messias. Toda a nação "nascerá de novo". Rm 11.25-29; Is
66.7-10; Ez 36.24-30.
2) "dar fim aos pecados" (vers. 24), isto é, por um
ponto final aos muitos pecados e à rebelião de Israel, evento que se realizará
depois da Tribulação. Ez 36.24-30; 37.24-27; 43.7; Zc 14.1-21.
3) "expiar a iniqüidade" (vers. 24), isto é,
realizar a expiação em favor desse povo espiritualmente perverso. Isso
aconteceu na cruz do Calvário em favor do mundo todo, mas Israel, como nação,
até hoje não se valeu dessa maravilhosa providência divina. Mas à vinda de
Cristo, Israel se arrependerá dessa atitude. Zc 13.1-7; Rm 11.25-27.
4) "trazer a justiça eterna" (vers. 24), isto é, a
justiça que Cristo proveu pela morte na cruz. Is 9.6,7; 12.1-6; Dn
7.13,14,18,27; Mt 25.31-46; Rm 11.25-27.
5) "selar a visão e a profecia" (vers. 24), isto é,
chegar ao cumprimento das profecias concernentes a Israel e Jerusalém. Todos
conhecerão ao Senhor, desde o menor até ao maior deles.
Jr 31.34; Is 11.9.
6) "ungir o Santo dos Santos" (vers. 24),
isto é, a purificação do lugar santíssimo do templo dos judeus e a cidade de
Jerusalém dos efeitos da "abominação da desolação" e demais
sacrilégios praticados pelos gentios durante a Tribulação. Incluirá também a
consagração do templo milenial previsto em Ez 40-43; Zc 6.12,13. Este período
de "Setenta Semanas", ou seja setenta vezes sete anos, corresponde,
portanto, a 490 anos sacros de 360 dias em cada ano. O período teria início com
um decreto para reconstruir a cidade de Jerusalém. Tal decreto foi realmente
expedido por Artaxerxes, rei da Pérsia, no "dia 4 de março do ano 445
antes de Cristo. Na profecia ficou revelado a Daniel que esse tempo de 490 anos
seria dividido em três períodos da seguinte maneira:
1) Sete
"setes", ou seja 49 anos sacros. Dn 9.25. Reinaram sobre a Pérsia os
reis Ciro, Xerxes e Artaxerxes. Foi este último rei que lavrou o decreto ao
qual se refere a profecia, em 445 a.C, que é mencionado em Neemias 2.1-6.19. A
profecia cumpriu-se com a restauração de Jerusalém no tempo de Neemias, 49 anos
depois, quando havia terminado o cativeiro babilônico.
2) Sessenta e
dois "setes", ou seja 434 anos sacros. Este período teve início logo
após o primeiro período de 49 anos é continuou sem interrupção até ao tempo
quando Jesus, o Messias foi morto. Dn 9.26. A palavra hebraica
"karath", traduzida "tirado" (Almeida) refere-se à
crucificação de Cristo, fato que se deu no dia 10 de Nisan, do ano 30 a.D. que
corresponde ao dia 6 de abril do nosso calendário. Com esse acontecimento
haviam decorrido exatamente as "Sessenta e nove Semanas", ou seja 483 anos sacros. Isso deixa ainda "uma
semana" de anos, ou seja sete anos, a se cumprir depois da crucificação de
Cristo.
3) Um "sete" de anos sacros, ou seja um
período de 7 anos sacros que completará o período de 490 anos previsto na
profecia de Dn 9.24-27. Com a morte de Cristo por crucificação, que significou
a recusa total do Messias por parte de Israel, Deus também suspendeu suas
relações com esse povo. Israel ficou "quebrado" na sua incredulidade.
Rm 11.17. Temos esperado por dezenove séculos para o início deste último
período de 7 anos da profecia. Agora que Israel está novamente na posse de sua
terra, parece iminente a realização desta "semana" que ainda está
faltando. Estes sete anos serão o fim da Dispensação da Graça e durante este
período haverá um pacto entre Israel e o Anti- cristo e todos os eventos
previstos em Ap 6.1 a 19.21 terão então seu cumprimento.
Esta
"semana" terá seu início logo depois do Rapto da Igreja, à segunda
vinda de Cristo. O período de intervalo que tem havido entre a 69a. e a 70a.
"semana" tem sido o período da Igreja, durante o qual Israel é
rejeitado. O plano de Deus foi este que as nações gentílicas tivessem a sua
grande oportunidade de encontrar a salvação em Cristo, o Messias.
Agora, o que acontecerá durante a Grande Tribulação, este
período de sete anos?
Vamos considerar Dn
12.1 e as profecias que a antecedem. No fim do capítulo 11, vers. 36 a 45, está
prevista a chegada ao poder, nos últimos dias, de um imponente governante que é
"o rei" (vers. 36). Esse personagem é o Anti-cristo (II Ts 2.3-10),
que proferirá blasfêmias e se exaltará muito num regime o mais autocrático
possível.- Não respeitará as leis estabelecidas e nem as religiões, vers.37.
Por meio de suas conquistas militares e sua riqueza (vers. 38,39), ele terá o
domínio do Oriente Médio (Síria, Egito e Palestina) e se colocará como rei em
Jerusalém, vers. 40-45. Certos judeus apóstatas (Dn 12.10) aliar-se-ão a ele,
mas um remanescente permanecerá fiel a Deus. Em favor desse grupo Deus agirá
por meio do anjo Miguel. Dn 12.1. Isso ocorrerá durante a segunda metade desse
período de sete anos (Dn 12.7), que o profeta denominou "tempo, tempos e
metade dum tempo", significando três anos e meio.
O apóstolo João em sua visão na ilha de Patmos (Ap 12) tomou
conhecimento do mesmo período da grande Tribulação concernente a Israel. Na
visão, Israel era representado simbolicamente como uma mulher vestida do sol,
com a lua debaixo dos pés e com uma coroa de doze estrelas na cabeça. Ela deu à
luz um "filho varão", que por alguns é tido como sendo o grupo dos
144.000 israelitas. Ap 7.1-9; 12.5; 14.1-5. O mesmo arcanjo Miguel vem proteger
Israel nos últimos dias (Ap 12.7), por ocasião da guerra nos céus. Nota-se que
as passagens Ap 12.6,14 e Dn 12.7 são cronologicamente idênticas. Esta peleja
espiritual tem por alvo vencer Satanás e preservar a "mulher", para
que ela não seja destruída nesta derradeira investida do Diabo visando destruir
o povo de Israel. Esse esforço da parte das nações, de inspiração satânica,
para destruir os judeus, será para esse povo "o tempo da angústia de
Jacó". Durante a Segunda Guerra Mundial o ditador alemão Hitler ordenou o
massacre de 6 milhões de judeus. Foram asfixiados em câmaras de gás e seus
corpos cremados.
O autor destas linhas teve oportunidade de visitar um desses
campos de concentração em Dachau, na Alemanha, onde centenas de milhares dessas
pobres vítimas pereceram. Não duvidamos em dizer que essa perseguição
anti-semita de tão tremendas proporções constitue ao menos uma parte do
cumprimento das profecias a respeito do povo de Israel.
Os Eventos que acontecerão durante a Tributação.
No princípio deste período de sete anos o Anti-cristo fará uma
aliança com o povo de Israel que na maioria será um povo apóstata. Dn 9.27. No
meio da semana, ou seja depois de três anos e meio, ele quebrará a aliança
cujas cláusulas certamente permitiriam o restabelecimento da antiga religião
judaica e a reconstrução do Templo no mesmo lugar onde Salomão o construiu. Por
enquanto o local é ocupado pela Mesquita de Ornar, um dos mais sagrados lugares
da religião muçulmana. O Anti-cristo então erguerá no Santo dos Santos desse
Templo reconstruído o que Daniel e Jesus chamaram "a abominação da
desolação". Dn 9.27; Mt 24.15. Isso bem pode ser uma imagem de si próprio,
como os antigos imperadores romanos costumavam fazer, a qual seria
obrigatoriamente adorada por todos. Veja Ap 13.15. Assim, a segunda metade da
septuagésima "semana" de Daniel será a GRANDE TRIBULAÇÃO propriamente
dita. Mt 24.15,21.
Em resumo, vemos então como a Grande Tributação concerne
diretamente a Israel e constitue o juízo de Deus sobre essa nação em face de
sua prolongada apostasia e negligência para com seu Rei, Jesus Cristo, o
Messias.
A Grande Tribulação será ao mesmo tempo um processo de
refinamento para preparar alguns para receber Cristo e expurgar os rebeldes
entre eles. A Tribulação também afetará o mundo todo, pois o problema do povo
judeu é um problema mundial. O novo Estado de Israel foi reconhecido em 1948
pela Organização das Nações Unidas. As quatro guerras entre Israel e as nações
árabes, em 1948, 1956, 1967 e 1973, têm sido causa de agitação e preocupação em
todos os meios políticos em todo o mundo. Não deixam de ser sinais dos tempos
da Tributação que estão chegando. A Guerra do "Yom Kippur" em outubro
de 1973 teve repercussões as mais intensas, provocando a crise mundial do
petróleo, que também ameaça lançar toda a civilização moderna na maior
depressão deste século. Já se nota as características dos dias descritos no
livro do Apocalipse.
Aparentemente, o início da Grande Tribulação será um tempo de
grande prosperidade quando todos estarão proclamando "paz e
segurança" (I Ts 5.3), por terem alcançado o estado muito desejado de
"Utopia" sob o governo do "super- homem", o grande
dirigente político universal que a Bíblia chama de Anti-cristo.
Na segunda parte da Grande Tribulação Deus derramará seus juízos,
cada vez mais severos (V. Ap 16) e a terra sofrerá grandes pragas como o Egito
sofreu as pragas nos dias de Moisés. Esses juízos virão porque os homens serão
mais depravados ainda do que os homens nos dias de Noé e Ló. Gn 6; Mt 24.37-39;
Lc 17.22-37; II Tm 3.1-12. Os homens rejeitarão a verdade ao ponto de acreditar
no "engano de injustiça" propagado pelo Anti-cristo, que resultará em
sua condenação. II Ts 2.8-12; II Pe 3.1-9. Mesmo depois que se iniciaram esses
juízos terríveis sobre os homens, esses desafiarão ao próprio Deus. Ap 9.20,21,
6.2-11; 17.1-18; 18.1-24. Não há palavras para descrever a rebelião e a
iniqüidade praticadas pelos homens durante este período da derradeira luta
entre Deus e Satanás pela posse da Terra. Ap 11.15; 12.7-12; 19.11-21; 20.1-3.
No fim deste período, quando Jerusalém estiver
cercada pelos exércitos nas nações aliadas sob o Anti-cristo (Zc 14.1-4; Jl 3.9-17), e quando Israel não
dispuser de mais nenhum meio de resistência, e quando parecer que Israel
desaparecerá como nação e sendo totalmente destruído, nesse momento esse povo
se arrependerá, invocando o nome do Senhor, pedindo-lhe socorro. Is 64; Zc
12.8-10. O Senhor se manifestará do céu, vindo como seu Libertador e
vingando-se dos seus inimigos. Ele julgará as nações e implantará seu glorioso
governo de 1.000 anos de paz sobre a terra. A capital desse governo será a
própria cidade de Jerusalém. Mt 24.27-31; 25.31-46.
SITE ; apazdosenhor.org
V. AS FASES DA GRANDE TRIBULAÇÃO
Nenhum comentário:
Postar um comentário