Capítulo
7 As Bodas do Cordeiro
“E disse-me: Escreve:
Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E
disse-me: Estas são as verdadeiras palavras de Deus” (Ap 19.9)
No cenário
dos fins dos tempos, segundo a Palavra de Deus, já sabemos que o próximo
acontecimento cósmico será o arrebatamento da Igreja de Jesus Cristo. “Jesus
vem breve!” É o brado, mesmo silencioso, nas igrejas que amam a sua vinda. Em
tempos passados, essa frase estava na parte superior dos púlpitos das igrejas
Assembleias de Deus em todo o Brasil. Com os anos, houve igrejas que
reduziram-na para apenas “Jesus Vem”; depois, em muitos lugares, resumiu-se
numa palavra: “Jesus”. Alguém, não se sabe com que inspiração ou motivo,
entendeu que era “mais elegante”, “soava melhor”, colocar apenas o nome de
Jesus. Nome maravilhoso, acima de qualquer nome. Contudo, o alerta para a volta
de Jesus deve ser uma constante proclamação por parte de sua Igreja.
Porém, nas igrejas mais conservadoras, a frase
completa, alertando a todos que entram no templo, continua como alerta
eloqüente, lembrando que a vinda de Jesus se aproxima para o arrebatamento da
Igreja. Mas para que Ele vem? Todos sabemos. Ele vem como Noivo para buscar a
sua Noiva para as “Bodas do Cordeiro”, e viver com ela para sempre, na
eternidade. Após galardoar seus servos fiéis, no seu Tribunal, Jesus
introduzirá a Igreja nas mansões celestiais, onde a espera para servir a grande
Ceia, em sua festa nupcial. “Bem-aventurados aqueles servos, os quais, quando o
Senhor vier, achar vigiando! Em verdade vos digo que se cingirá, e os fará
assentar à mesa, e, chegando-se, os servirá” (Lc 12.37).
Naquele
momento glorioso, os salvos de todos os lugares do mundo, em todos os tempos,
ao longo da História, estarão reunidos, sob os olhares dos milhões de anjos,
querubins, serafins e demais seres celestiais, participando da celebração do
maior evento nupcial do universo. Haverá os que, na terra, nunca foram
convidados para um casamento sequer; haverá os que nunca foram chamados para
ser testemunhas de nenhum casamento, nas igrejas; haverá os que sequer fizeram
uma pequena festa em seu casamento, por falta de condições; haverá os que foram
deserdados por seus pais, por serem fiéis a Cristo; haverá os que foram
perseguidos e até torturados por amor a Cristo, por não negarem o nome de
Jesus.
Haverá os
que não passaram por tantas agruras em sua vida, servindo a Deus, mas foram
igualmente fiéis. Sim, porque a “prova” da bonança é fatal para muitos crentes.
A ilusão das riquezas permitidas ou concedidas por Deus faz com que muitos
percam de vista a expectativa da vinda de Jesus. E passam a ter uma vida de
prazeres carnais, de hipocrisia e de fachada, no meio das igrejas. Se não se
arrependerem e voltarem ao “primeiro amor” (Ap 2.4), ficarão para trás. Não
estarão no Tribunal de Cristo para serem premiados por suas obras, nem
participarão das Bodas do Cordeiro. Que Deus nos guarde ante a proximidade da
volta de Jesus, que façamos parte da “Igreja que vai subir”, e não da que vai
ficar.
I
- O Significado das Bodas do Cordeiro
1. O que Será
Será o maior evento matrimonial do universo.
Os chamados “casamentos do século” nem de longe podem comparar-se às Bodas do
Cordeiro. Jesus previu esse acontecimento: “E eu vos destino o Reino, como meu
Pai mo destinou, para que comais e bebais à minha mesa no meu Reino” (Lc
22.29,30). Na visão do Apocalipse, João teve o privilégio de registrar o
anúncio do grande acontecimento, que marcará para sempre a união entre Cristo e
sua Igreja. Será o encontro glorioso, já nos céus, entre Cristo e sua Igreja
amada: “Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória, porque vindas são
as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou” (Ap 19.7). Há uma tradução
que diz: “a sua noiva se aprontou”.1
2. Quem Participará das Bodas do
Cordeiro?
Milhões e milhões de salvos entrarão nas Bodas
do Cordeiro. João viu a multidão incalculável de remidos por Cristo, que
estarão com Ele nos céus: “E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de
tomar o livro e de abrir os seus selos, porque foste morto e com o teu sangue
compraste para Deus homens de toda tribo, e língua, e povo, e nação” (Ap 5.9).
A Noiva do Cordeiro (a Igreja) será composta dos cristãos verdadeiros, e os
crentes de todas as épocas, incluindo os que morreram fiéis a Deus, no Antigo
Testamento, sobre quem o sacrifício de Cristo teve efeito retroativo.
Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro,
para que tenham direito à árvore da vida e possam entrar na cidade pelas
portas” (Ap 22.14).
Serão os que
forem arrebatados, na volta de Jesus. Com o vimos no capítulo 5, os mortos em
Cristo ressuscitarão e terão o privilégio de subir primeiro ao encontro de
Jesus, seguidos dos que estiverem vivos e serão transformados. “Porque o mesmo
Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de
Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os que
ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar
o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor” (1 Ts 4.16,17).
3. Quem Ficará de Fora
O Apocalipse
nos diz quem não entrará na nova Jerusalém. Quem não puder entrar lá é porque
não terá sido arrebatado. “E eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo
para dar a cada um segundo a sua obra. Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o
Fim, o Primeiro e o Derradeiro. Bem-aventurados aqueles que lavam as suas
vestiduras no sangue do Cordeiro, para que tenham direito à árvore da vida e
possam entrar na cidade pelas portas. Ficarão de fora os cães e os feiticeiros,
e os que se prostituem, e os homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e
comete a mentira” (Ap 22.12-15 - grifo nosso).
Diante dessa
grave advertência, todo crente em Jesus deve vigiar e orar para não cair na
tentação do pecado, e ser apanhado de surpresa pelo arrebatamento e ficar para
a Grande Tribulação; e seguir o conselho de Paulo: “Segui a paz com todos e a
santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14). Mais incisiva e
contundente é a exortação do apóstolo quanto à integridade do crente ante a
vinda de Jesus: “Abstende-vos de toda aparência do mal. E o mesmo Deus de paz
vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam
plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus
Cristo” (1 Ts 5.22,23).
II - A Rejeição ao Convite do
Rei
Na parábola das Bodas, Jesus quis antecipar o
que acontecerá com os que não estiverem preparados para entrar no céu. No texto
de Mateus 22.1-14, vê-se que “um certo rei que celebrou as bodas de seu filho”
(v. 2). Esse rei representa Deus, o Pai, que já preparou tudo nos céus, para as
Bodas do Cordeiro, de seu Filho Jesus Cristo. Num primeiro momento, aquele rei
manda “seus servos a chamar os convidados para as bodas; e estes não quiseram
vir” (v. 3). Refere-se aos judeus, que, durante séculos, não quiseram ouvir os
profetas que lhes transmitiram a Palavra de Deus, convidando-os para viver com
Ele. Mas deram as costas para os mensageiros. Noutro momento, o rei manda
outros servos, ou outros mensageiros para convidar o povo de Israel para as
bodas do Filho do rei, mas eles rejeitam, e até matam os homens enviados (v.
4-6). Esse texto resume, sem dúvida, o que aconteceu no relacionamento de Deus
com o povo escolhido, no Antigo Testamento.
2. A Tragédia dos que Rejeitaram a
Deus
Figuradamente,
o rei da parábola, que representa Deus, executou terrível juízo sobre os que
rejeitaram seu honroso convite para as bodas de seu Filho. Os judeus sofreram,
ao longo dos tempos antigos, a experiência terrível do cativeiro egípcio, de
onde foram libertos por Deus; sofreram os cativeiros assírio e babilônico, onde
amargaram a dor por causa de sua desobediência. “E o rei, tendo notícias disso,
encolerizou-se, e, enviando os seus exércitos, destruiu aqueles homicidas, e
incendiou a sua cidade” (Mt 22.7). No ano 70 d.C., Jerusalém foi invadida pelos
romanos, sob o comando do general Tito, e todos foram dispersos e perseguidos
por várias nações. Até hoje, Israel como um todo não reconhece Jesus como o
Messias.
Mas haverá
um remanescente que despertará do equívoco espiritual e reconhecerá que Jesus
de Nazaré era (e é) de fato o “Desejado de todas as nações” (Ag 2.7). Diz
Paulo: “Também Isaías clamava acerca de Israel: Ainda que o número dos filhos
de Israel seja como a areia do mar, o remanescente é que será salvo” (Rm 9.27).
João viu, na Ilha de Patmos, a revelação dos últimos tempos, o futuro da
Igreja, e o destinos dos salvos em Cristo Jesus, incluindo os que pertencem à
nação de Israel. E ouvi o número dos assinalados, e eram cento e quarenta e
quatro mil assinalados, de todas as tribos dos filhos de Israel” (Ap 7.4).
Certamente, será um grupo especial de israelitas salvos, que terão uma missão
muito elevada, de proclamar o evangelho de Cristo às nações, e subirão ao
encontro do Senhor para participar das Bodas do Cordeiro e, na segunda fase da
volta de Jesus, estarem com Ele em Jerusalém. E olhei, e eis que estava o
Cordeiro sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, que em
sua testa tinham escrito o nome dele e o de seu Pai” (Ap 14.1).
3. O Convite a Todos
A parábola
diz que “os convidados não eram dignos” (Mt 22.8). Ou se tornaram indignos por
sua rejeição a Deus e a seu Filho prometido, o Messias de Israel. Diante dessa
recusa desrespeitosa ao “rei”, este disse: “Ide, pois, às saídas dos caminhos e
convidai para as bodas a todos os que encontrardes. E os servos, saindo pelos
caminhos, ajuntaram todos quantos encontraram, tanto maus como bons; e a festa
nupcial ficou cheia de convidados” (Mt 22.9,10). Isso se cumpriu, por
intermédio de Cristo, quando Ele disse: “Vinde a mim, todos os que estais
cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei” (Mt 11.28).
Por meio de
Cristo, Deus lançou o convite inclusivo, a todos os homens, para serem salvos,
mediante a condição de arrependerem-se e crerem no evangelho (Mc 1.15). O
evangelho de Cristo não é excludente, desde que quem o busque aceite as
condições para ser seu discípulo (Lc 9.23). Em várias ocasiões, são vistas
pessoas que desobedecem frontalmente à Lei de Deus, e procuram justificar suas
práticas abomináveis, invocando o grande amor de Deus. Os homossexuais,
normalmente, em seus desfiles ou paradas, usam faixas com dizeres alusivos ao
amor de Deus: “Deus não exclui ninguém”, “Deus ama a todos”, etc. Mas tais
manifestações só aumentam sua reprovação da parte do Senhor. O amor de Deus
jamais encobrirá ou justificará os pecados ou iniquidades condenados na sua
Lei. “Ficarão de fora os cães e os feiticeiros, e os que se prostituem, e os
homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira” (Ap 22.15 -
grifo nosso). A palavra “cães”, no texto de Apocalipse, eqüivale a
homossexuais.
Em
Deuteronômio, vemos Deus rejeitando as ofertas dos homossexuais e das
prostitutas, de modo bem incisivo: “Não trarás salário de rameira nem preço de
cão à casa do Senhor, teu Deus, por qualquer voto; porque ambos estes são
igualmente abominação ao Senhor, teu Deus” (Dt 23.18). Champlin corrobora esse
entendimento sobre a palavra “cão”, nesse texto, dizendo: “A palavra sodomita,
usada no versí culo 18, no original hebraico é keleb, ‘cão’, provavelmente
servia tanto a homens como a mulheres, e sem dúvida a bissexuais, em muitos
casos”.2 Quanto aos feiticeiros, os que se prostituem, os homicidas, os
idólatras e mentirosos, não há necessidade de comentários, pois são
qualificações bem conhecidas de pessoas que vivem na prática da impiedade.
Destacamos a questão dos homossexuais porque, nos últimos tempos, haverá um
aumento acentuado de suas práticas abomináveis, como verdadeira afronta ao
Criador.
4. Os que não Estão Preparados
Na parábola
das bodas, o rei surpreende um homem que foi convidado, mas não estava trajado
adequadamente para a festa nupcial. “E o rei, entrando para ver os convidados,
viu ali um homem que não estava trajado com veste nupcial” (Mt 22.11). E o rei
mandou que seus servos lançassem o intruso “nas trevas exteriores”, onde
“haverá pranto e ranger de dentes” (Mt 22.13). Notemos que ele tinha
autorização para estar ali, pois fora convidado. Mas sua veste não era
apropriada para estar lá. E uma figura dos crentes que estão nas igrejas, fazem
parte dos convidados, aceitaram a Cristo um dia, mas não se prepararam
espiritualmente para o grande dia das Bodas do Cordeiro. João viu os mártires
da Grande Tribulação, que foram salvos e puderam chegar aos céus, pelo fato de
terem suas vestes devidamente lavadas para estarem ali. “E um dos anciãos me
falou, dizendo: Estes que estão vestidos de vestes brancas, quem são e de onde
vieram? E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disseme: Estes são os que
vieram de grande tribulação, lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue
do Cordeiro” (Ap 7.13,14).
III
- A Apresentação da Noiva do Cordeiro
1. Jesus Apresentará a Igreja ao Pai
Será
gloriosa a apresentação da Igreja a Deus. Os salvos de todo o mundo, após
passarem pelo Tribunal de Cristo, serão apresentados ao Pai, numa solenidade
divina, jamais imaginada por qualquer pessoa na história do universo. Os
crentes do Antigo Testamento juntar-se-ão aos fiéis da Igreja, num só corpo,
num só rebanho, num só grupo, para assentar-se à mesa do Rei: “E virão do
Oriente, e do Ocidente, e do Norte, e do Sul e assentar-se-ão à mesa no Reino
de Deus” (Lc 13.29). Será a festa gloriosa para os que vencerem todas as lutas,
obstáculos e barreiras que se apresentam diante dos salvos. “O que vencer será
vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da
vida; e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos” (Ap
3.5); Jesus apresentará sua Noiva, “sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante”
(Ef 5.27).
2. Características da Noiva do
Cordeiro
1) Ela é
fiel. “Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado
para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo” (2 Co
11.2,3; 1 Co 4.2; Mt 25.21);
2) Ela é
santa. “[...] como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por
ela, para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, para
a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa
semelhante, mas santa e irrepreensível” (Ef 5.25-27).
3 ) Só
pertence a Ele, e não dá lugar ao mundo. “Ninguém pode servir a dois senhores,
porque ou há de odiar um e amar o outro ou se dedicará a um e desprezará o
outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom” (Mt 6.24; Ap 2.10); “Não ameis o
mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está
nele” (1 Jo 2.15);
4) Espera
pelo seu Noivo. “Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o
Senhor, justo juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a
todos os que amarem a sua vinda” (2 Tm 4.8);
5) E
perfeita. “Para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga,
nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível” (Ef 5.27; 1 Ts 5.23);
6) Adora a
Deus. “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o
Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem”
(Jo 4.23).
7) Proclama a mensagem do Noivo. “Mas digo:
Porventura, não ouviram? Sim, por certo, pois por toda a terra saiu a voz
deles, e as suas palavras até aos confins do mundo” (Rm 10.18; Mc 16.15).
3. Haverá uma Grande Ceia nos Céus
1) Serão reunidos os salvos de todos os
tempos. Será algo nunca visto. Jesus é quem vai servir à mesa, com os salvos
sentados, ao lado de Abraão, Isaque e Jacó: “Mas eu vos digo que muitos virão
do Oriente e do Ocidente e assentar-se-ão à mesa com Abraão, e Isaque, e Jacó,
no Reino dos céus” (Mt 8.11); este versículo dá base bíblica para afirmarmos
que, nos céus, conheceremos uns aos outros; se vamos conhecer Abraão, Isaque e
Jacó, certamente, também conheceremos os irmãos com quem convivemos na terra.
Sem dúvida, será um privilégio indizível poder estar ao lado dos santos da
Antiga Aliança, falar com eles, e compartilhar da alegria de estar nas Bodas do
Cordeiro.
2) Jesus é
quem vai servir. “Bem-aventurados aqueles servos, os quais, quando o Senhor
vier, achar vigiando! Em verdade vos digo que se cingirá, e os fará assentar à
mesa, e, chegando-se, os servirá” (Lc 12.37); é uma inferência consistente,
pois a parábola é uma figura da realidade que Cristo quis explicar sobre a vida
futura. Ele prometeu cear outra vez no reino de seu Pai (Mt 26.29; Mc 14.25).
Se estar nas Bodas do Cordeiro já será uma honra jamais vista, imaginemos o que
será ser servido pelo Rei dos reis e Senhor dos senhores (Ap 19.16).
Diante de
tamanha revelação acerca do futuro glorioso da Igreja, podemos afirmar que vale
a pena ser fiel a Deus; vale a pena renunciar ao mundo e seguir a Cristo; vale
a pena buscar a santificação para poder participar dessa maravilhosa festa
celestial. Nas Bodas do Cordeiro, só haverá alegria, festa celestial, com a
presença de bilhões de crentes salvos, de todo o mundo, de todos os tempos,
rodeados de anjos, do arcanjo, de querubins, serafins, dos quatro seres
viventes e dos vinte e quatro anciãos.
Livro : O FINAL DE TODAS AS COISAS
Livro : APOCALIPSE
versículo por versículo – Severino Pedro da Silva
Apocalipse
cap : 19
1. “ Depois disso ouvi nos céus algo semelhante à voz de uma
grande multidão, que exclamava: Aleluia! A salvação, a glória e o poder
pertencem ao nosso Deus,.
“...depois destas coisas”.
O presente capítulo,
I. “...depois destas coisas”. reassume o quadro
cronológico do futuro, a partir do ponto que foi deixado no capítulo 16.16
deste livro. após tantos acontecimentos sombrios observados nos capítulo
anteriores, agora, os céus se manifestam com um brado de “Aleluia”.
1. A palavra
“aleluia” (jalai jah) é uma transliteração da expressão hebraica litúrgica:
hallel~u-yâh = “louvai vós Yah”, forma abreviada de Yahweh: “Louvai ao Senhor”.
A palavra “Aleluia” está também associada com o nome pessoal de Deus, como pode
bem ser contemplado no Salmo 68.4, onde o nome de Deus é citado em conexão com
o louvor. O vocábulo, “Aleluia”, tem o sufixo “jah”, e significa “Louvai ao
Senhor”. No Novo Testamento, esta forma – Aleluia – aparece quatro vezes, e,
todas, somente neste capítulo. A forma “Louvor ao Senhor” é muito freqüente nos
Salmos: (106, 112, 113, 117, 135, 148, e 150). Os rabinos ensinam que os salmos
113 e 118 (chamados também de “O Louvor”), são parte da educação escolar
primária de todo menino hebreu.
2. O quinto versículo
deste mesmo capítulo dá sua tradução grega: sim a palavra “Aleluia” é, na
realidade, a mais breve de todas as doxologias.
“ Regozijemo-nos! Vamos
alegrar-nos e dar-lhe glória! Pois chegou a hora do casamento do Cordeiro, e a sua noiva já se aprontou.”
I. “...as bodas do Cordeiro”.
Entre os judeus as bodas
I. “...as bodas do Cordeiro”. eram celebradas durante sete dias com grande
alegria (Jz 14.12, 15, 17, 18). As bodas de Jacó duraram sete dias nos quais
houve grande alegria (Gn 29.27, 28). Na simbologia profética das Escrituras
Sagradas, os sete dias das bodas apontam para os sete anos das bodas do
Cordeiro, pois em termos proféticos um dia equivale um ano (Nm 14.34; Ez 4.6;
Jo 4.9). Naquele “...dia Cristo se unirá a Igreja para nunca mais se separar
dela. Estaremos com ele no tribunal; nas bodas; na ceia; na sua manifestação
(parousia); no Milênio; no juízo final; na Nova Terra; finalmente na
eternidade! Este é o ponto alto de nossa infinita felicidade, alegria e paz:
“sempre com o Senhor”. Para alguns comentaristas, é um tanto estranho e
expressivo: “...a sua esposa se aprontou” quando é Cristo quem tudo fez por
nos! o sentido da expressão parece indicar, no entanto, que há algo que deve
ser realizado pela Igreja Jesus disse: “...eu vos dei o exemplo, para que, como
eu vos fiz, façais vós também” (Jo 13.15b).
8. “E
foi-lhe dado que se vestisse de l lhe dado que se vestisse de l lhe dado que se
vestisse de linho fino, puro e resp inho fino, puro e resplandecente; porque o
linho fi landecente; porque o linho fino são as justiças no são as justiças dos
santos”.
I. “...se
vestisse de linho fino”. No versículo anterior nos é dito que a noiva já se
aprontou; agora, no presente texto, seu vestido é tudo bordado e branqueado no
sangue do Cordeiro (cf. Sl 45.14 e Ap 22.14), pois ninguém pode entrar nesta
festa com “...vestidura estranhas” (Sf 1.8; Mt 22.11). Alega-se, diz Dr. Geo
Goodman que não existia o costume de dar vestes nupciais nos banquetes
orientais, como bodas, aniversários, mas, alguns escritores apóiam que sim, e,
biblicamente falando, se fazia assim, José apresentou mudas de roupa a seus
irmãos (Gn 45.22), Sansão, no seu casamento, deu trinta mudas de vestidos aos
seus companheiros (Jz 14.12), e Geazi a Naamã mudas de roupa para os moços que
vieram da montanha de Efraim, alegando que tinham vindo visitar seu amo (2Rs
5.22). Notemos que apenas um homem que entrou no banquete do rei sem as vestes
núpcias foi expulso sem misericórdia (Mt 22, 11-13).
9. “E
disse-me: Escreve: Bem-aventurados aqueles
que são chamados à ceia das boda. E disse-me: Estas são as verdadeiras palavras
de Deus”.
I. “...Escreve: Bem-aventurados”.
. O livro do
Apocalipse contém sete Bem-aventuranças, sendo esta a quarta delas.
1. (a)
“Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e
guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo”. Ap
1.3;
(b) “E ouvi
uma voz do céu, que dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que desde agora
morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e
as suas obras os sigam”. Ap 14.13;
(c) “Eis que venho como ladrão. Bem-aventurado
aquele que vigia e guarda os seus vestidos, para que não ande nu, e não e vejam
as suas vergonhas”. Ap 16.15;
(d) “E
disse-me: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do
Cordeiro. E disse-me: Estas são as verdadeiras palavras de Deus”. Ap 19.9;
(e) “Bem-aventurado e santo aquele que tem
parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas
serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele mil anos”. Ap 20.6;
(f) “Eis que presto venho: Bem-aventurado
aquele que guarda as palavras da profecia deste livro”. Ap 22.7;
(g)
“Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro,
para que tenham direito à árvore da vida, e possam entrar na cidade pelas
portas”. Ap 22.14. Todas essas “Bem-aventuranças” cairão sobre aqueles que,
durante suas vidas na terra, tiveram a pessoa de Deus como Bem-aventurado (1Tm
6.15).
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