Capítulo 6
O Tribunal de Cristo e os Galardões
“Porque todos devemos comparecer ante o
tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio
do corpo, ou bem ou mal” (2 Co 5.10)
Na primeira
fase da sua volta (arrebatamento), Jesus vem “para” os seus. Na segunda fase,
Ele virá “com” os seus para estabelecer o seu Reino, no Milênio, e implantar o
perfeito estado eterno.
Os cristãos,
em grande número, esperam a volta do Senhor como um evento “muito distante”, ou
bastante “remoto”, a ponto de não se preocuparem com sua vida, seu
comportamento e testemunho; não se importarem com suas atitudes e práticas,
como se, no final, tudo possa ser arranjado, ajustado e resolvido, perante
Deus. Mas essa visão pouco séria do que significa a volta de Cristo para buscar
a sua Igreja terá certamente conseqüências eternas de grande repercussão no
futuro de muita gente. Já vimos que a volta de Jesus encontrará o mundo,
incluindo os crentes, como “nos dias de Noé”, quando a humanidade só se
preocupava com as coisas da vida terrena, e não dava o menor valor às coisas
espirituais, “até que veio o dilúvio e consumiu a todos” (Lc 17.17).
Também
sabemos que, na volta do Senhor, a terra estará vivendo como “nos dias de Ló”,
o velho patriarca, que, em meio à corrupção de seu tempo, soube ficar
vigilante, mantendo sua comunhão com Deus, ainda que nem toda a sua família o
acompanhou em sua vida de santidade, e Deus destruiu Sodoma, Gomorra e cidades
vizinhas, mandando fogo do céu, como juízo sobre a impiedade daquela gente que
debochava de Deus, especialmente no que tange à sexualidade. Diante desses
fatos, a exortação de Cristo é para que seus servos vigiem: “Vigiai, pois,
porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor” (Mt 24.42).
Mas há outro
motivo, de grande importância, diante do qual a Igreja de Jesus, formada pelos
salvos, em todos os tempos e lugares, esteja preparada, em termos espirituais,
morais e éticos. E que está prevista uma prestação de contas, à qual terão que
responder todos os crentes, desde o princípio do mundo até o dia do
arrebatamento da Igreja. Esse evento se dará no “Tribunal de Cristo”. Não se
trata do Juízo final, que será instaurado para o julgamento dos ímpios (Ler Ap
20.11-15). Será um tribunal para julgar as obras e os atos dos crentes, nas
igrejas, ao longo dos tempos. Diz Paulo: “Porque todos devemos comparecer ante
o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por
meio do corpo, ou bem ou mal” (2 Co 5.10; Rm 14.10).
I -
Definição e Conceituação
1. Os Dois
Tribunais
Haverá dois julgamentos, em que as pessoas
serão julgadas. No tribunal de Cristo, serão avaliadas as obras dos salvos. No
tribunal do Grande Trono Branco, ou no Juízo Final, os ímpios serão julgados,
segundo as suas obras (Jr 32.19). Até as palavras serão julgadas. “Mas eu vos
digo que de toda palavra ociosa que os homens disserem hão de dar conta no Dia
do Juízo. Porque por tuas palavras serás justificado e por tuas palavras serás
condenado” (Mt 12.36,37).
2. O que
Será o Tribunal de Cristo
Será o julgamento
das obras dos salvos, praticadas na terra, para receberem, ou não, o galardão
correspondente. Não se tratará de julgamento de pecados, pois já são salvos. Os
ímpios é que passarão pelo julgamento de suas obras e pecados, no juízo do
Trono Branco, após 0 Milênio (cf. Ap 20.11-15). “E o julgamento dos servos de
Deus, quanto às suas obras na terra (2 C o 5.10; Rm 14.10). [...] Não seremos
julgados quanto à nossa posição e condição de salvos que temos em Cristo, e sim
quanto ao nosso desempenho como servos do Senhor”.
Segundo
Olson, “Esse julgamento não foi estabelecido para determinar se as pessoas que
diante dele comparecerem serão culpadas ou inocentes, isto é, salvas ou
perdidas, uma vez que este julgamento é exclusivamente para os salvos. A questão
individual já foi resolvida, há muito. Agora se trata da questão de
recompensas, que será resolvida conforme a fidelidade ou infidelidade do
crente, como mordomo na casa do Mestre (1 Co 3.11-15)”.
3. Nenhuma
Condenação para os Salvos
Os salvos em
Cristo Jesus, desde que permaneçam fiéis, em santificação, não mais passarão
por qualquer tipo de condenação. “Portanto, agora, nenhuma condenação há para
os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o
espírito” (Rm 8.1). Estar “em Cristo Jesus” é a condição indispensável para ter
sido salvo e permanecer salvo. O salvo não perde a salvação, “se” estiver em
comunhão com Cristo, se viver em santificação. “[...] mas, como é santo aquele
que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver” (1 Pe
1.15). Diante desse fato incontestável, acerca da salvação em Cristo Jesus, os
salvos, que “em Jesus dormem” (1 Ts 4.14), serão ressuscitados, e os estiverem
vivos, em sua vinda, serão transformados para o encontro com Jesus nos ares (1
Ts 4.17). Esses comparecerão perante o Tribunal de Cristo, para serem
recompensados por suas obras, ações, atividades, alegrias e tristezas, êxitos e
sofrimentos. O Justo Juiz saberá avaliar as obras de cada um. “Desde agora, a
coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele
Dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda” (2 Tm
4.8). Os que amam a vinda do Senhor são conservados irrepreensíveis para
encontrar-se com Cristo (1 Ts 5.23).
II - O
Julgamento no Tribunal de Cristo
1. A
Natureza do Tribunal de Cristo
Aqui na terra nenhum tribunal é instaurado
para dar recompensas a ninguém. Via de regra, todos os tribunais são
estabelecidos para julgar casos de infração da lei. Nesses julgamentos,
comparecem pessoas acusadas de crimes ou infrações contra a pessoa humana,
contra a ordem pública, contra o patrimônio público ou privado, e contra outros
entes jurídicos, de acordo com o que é estabelecido nas leis do país. Os que
comparecem aos tribunais, de um lado, são os reclamantes ou os autores de ações
judiciais. De outro, são os réus, acusados de delitos ou descumprimento das
normas legais, acompanhados de seus advogados, que os representam perante o
juiz. O Tribunal de Cristo é o único, no universo, que tem por finalidade fazer
justiça, recompensando as obras dos salvos, com maior ou menor galardão, ou
recompensa. Jesus disse: “E eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo
para dar a cada um segundo a sua obra” (Ap 22.12).
2. Quando
Acontecerá?
Logo após o Arrebatamento da Igreja, os salvos
comparecerão perante o Tribunal de Cristo. Naquele tribunal celeste, os crentes
terão o julgamento das obras. De acordo com a Bíblia, o Tribunal de Cristo
ocorrerá antes das Bodas do Cordeiro (Ap 19.7-9), antes daquela que será a
maior e mais gloriosa festa nupcial do universo. Os salvos em Cristo serão
reunidos com Jesus, nos ares, ou nas nuvens (1 Ts 4.13- 17; 2 Ts 2.1). Ali,
certamente, Jesus recepcionará a sua Noiva, lhe dará as boas vindas, e se assentará
no trono do seu Tribunal para julgar as obras dos crentes, e lhes anunciar qual
o prêmio ou galardão de cada um pelo que tiver feito na terra.
3. Quem Será o Juiz e quem Será Julgado?
O Juiz, como
indica a Bíblia, será nosso Senhor Jesus Cristo. “Desde agora, a coroa da
justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele Dia; e
não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda” (2 Tm 4.8; ver
Jo 5.22). Por isso será chamado o Tribunal de Cristo (2 Co 5.10). Serão julgados,
para receber a recompensa, todos os crentes: “Porque todos devemos comparecer
ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito
por meio do corpo, ou bem ou mal” (2 Co 5.10 - grifo nosso). A expressão “todos
devemos” indica que se refere aos cristãos fiéis que forem arrebatados, na
vinda de Jesus.
III - As
Obras e seu Julgamento
O cristão
deve ter cuidado com o que faz, pois seus atos serão julgados no tribunal de
Cristo. “E, tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor e
não aos homens, sabendo que recebereis do Senhor o galardão da herança, porque
a Cristo, o Senhor, servis. Mas quem fizer agravo receberá o agravo que fizer;
pois não há acepção de pessoas” (Cl 3.23-25).
1. Os Salvos
e as suas Obras
a) O valor das obras do salvo. Jesus disse: “Assim resplandeça a
vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem
o vosso Pai, que está nos céus” (Mt 5.16 - grifo nosso). São obras, vistas
pelos homens, que demonstram a grande mudança na vida do crente e contribuem
para a glória de Deus. Mesmo assim, elas serão julgadas. Será um julgamento
individual (1 Co 3.13). A salvação do crente em Jesus é pela graça. Não depende
das obras (Ef 2.8,9). Mas as obras dos salvos têm muito valor diante de Deus.
As obras aperfeiçoam a fé (Tg 2.22); as obras justificam a fé (Tg 1.21); e a fé
sem as obras (de salvo) é morta (Tg 2.17) e as obras (da lei, dos atos humanos,
da carne - G1 5.19; 2 Tm 1.9) sem a fé são mortas. A fé salvífica tem que andar
lado a lado com as obras de salvo, demonstradas pela obediência, pela
“santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14). No Tribunal de
Cristo, serão avaliadas ou julgadas as obras dos salvos, as quais poderão ser
aprovadas ou reprovadas. As que forem aprovadas darão direito ao galardão (cf.
1 Co 3.14,8). Não serão julgados os pecados cometidos na terra. Esses já terão
sido perdoados por Jesus (Hb 8.12; 10.17).
b) O testemunho do salvo. As obras dos salvos falam de seu
testemunho, comprovando que os mesmos já morreram para o mundo e são novas
criaturas em Cristo (Mt 5.16; 2 Co 5.17). Precisamos dar bom testemunho perante
a igreja e o mundo. “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as
boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.10). Somos
salvos, tendo passado pelo processo divino da regeneração. Paulo diz que foi
Deus quem preparou “as boas obras [...] para que andássemos nelas”. De forma
mais abrangente, podemos dizer que será julgado o nosso trabalho, ou a nossa
administração, na casa do Senhor, como mordomos, encarregados das coisas de
Deus aqui na terra. É tarefa por demais sublime para ser tratada de qualquer
forma, sem zelo ou cuidado. Na parábola do mordomo infiel, o seu senhor o chama
à prestação de contas (Lc 16.2). Jesus também nos pedirá a prestação de contas
do que nos entregou para administrar como seus mordomos.
Deus nos
concede muitos bens ou talentos para que façamos a sua obra. No sermão
profético, Jesus proferiu a parábola dos dez talentos. E comparou o seu Reino a
um senhor que, tendo de ausentar-se, entregou todos os seus bens a seus três
servos ou mordomos. E deu a um dez talentos; a outro, cinco, e a outro, apenas
um talento (Mt 25.14-30). Essa parábola nos diz que Deus dá a cada parte dos seus
bens, espirituais, morais, físicos, ministeriais ou eclesiásticos, de acordo
com a capacidade de cada um (Mt 25.15). Os talentos representam nossos
recursos, nosso tempo, nossa vida, nossas habilidades, concedidas por Deus.
Notemos que o senhor não dá a todos a mesma responsabilidade. Desde o dia da
conversão, o salvo torna-se servo de Cristo, e tem o dever espiritual e moral
de cooperar na casa do Senhor. Uns de uma forma, outros, de outra. Cada um
conforme a sua capacidade.
2. Como as Obras Serão Julgadas?
A precisão do
julgamento. O
julgamento será tão preciso que é comparado à passagem de materiais pelo fogo:
“a obra de cada um se manifestará; na verdade, o Dia a declarará, porque pelo
fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um. Se a obra
que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão. Se a obra
de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia como
pelo fogo” (1 Co 3.13-15). O Espírito Santo será o assistente naquele
julgamento. As obras serão comparadas a materiais, na linguagem humana. Cada
tipo de material simbólico mostra o tipo, a natureza e a forma com a qual terão
sido praticadas pelos crentes, em todos os lugares do mundo, em todas as
igrejas. Vejamos, na seqüência do texto, a comparação das obras com os
respectivos materiais.
2.1. Obras que Serão Aprovadas
a) Obras comparadas a
ouro. Na Bíblia, o
ouro é símbolo das coisas de Deus, das coisas divinas (Jó 22.23-25; Ap
22.18,22). São obras que são feitas para a glória de Deus, feitas em comunhão
com Ele, “feitas em Deus” (Jo 3.21), de pleno acordo com sua palavra. O crente
que glorifica a Deus com suas obras está praticando obras comparáveis a ouro
(Mt 5.16). São “as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos
nelas” (Ef 2.10). Se tratamos os irmãos e os outros com o amor de Deus, isso é
comparado a ouro. Quando usamos bem os talentos dados por Deus, realizamos
obras “de ouro” (Mt 25.14,20). São obras que glorificam a Deus: “Assim
resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras
e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus” (Mt 5.16 - grifo nosso).
b) Obras comparadas a
prata. Na tipologia
bíblica, a prata é símbolo de redenção. No Antigo Testamento, a redenção dos
filhos de Israel era paga em prata (Êx 30.11-16; Lv 5.15; 27.3). No Novo
Testamento, simboliza a redenção feita por Cristo: “sabendo que não foi com
coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã
maneira de viver que, por tradição, recebestes dos vossos pais” (1 Pe 1.18; 1
Co 6.20). São obras feitas em Cristo. O crente que ganha almas, que prega a
Palavra, que dá bom testemunho da sua fé em Jesus, está realizando obras de
prata. Os obreiros do Senhor que cuidam bem do rebanho realizam obras de prata.
Visitar os enfermos, os carentes, evangelizar, podem ser obras de prata.
c) Obras comparadas a pedras preciosas. São símbolos do Espírito
Santo, ou da glória de Cristo no crente (ver Jo 17.22). Os crentes que possuem
os dons espirituais (1 Co 12) têm o adorno do Espírito Santo. São obras feitas
pelo poder do Espírito Santo (Fp 3.3; Tt 3.5). É adorar a Deus “em Espírito e
em verdade” 0o 4.23). São obras na unção do Espírito Santo. Evangelizar,
pregar, cantar na unção, podem ser pedras preciosas. E o testemunho eloqüente
do servo ou da serva de Deus, andando de acordo com a sã doutrina (Tt 2.10). As
obras que forem comparadas aos três materiais acima serão aprovadas, e os seus
praticantes terão galardão de Deus (1 Co 3.13,14).
2.2. Obras que Perecerão
“Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o
tal será salvo, todavia como pelo fogo” (1 Co 3.15). Esse texto mostra que
haverá crentes cujas obras não serão aprovadas no julgamento de Deus, no
Tribunal de Cristo. São obras mortas, obras que não têm valor diante de Deus.
São obras que alguns crentes praticam, para sua própria glória, mas não
glorificam a Deus. São obras feitas por muitos de modo relaxado, sem o zelo
necessário a quem serve a Deus. As obras não serão recompensadas, mas “o tal
será salvo, todavia como pelo fogo”. Isso quer dizer que, como não se trata de
julgamento de pecados, quem pratica tais obras poderá ser salvo, mas sem
recompensas ou galardões. Não haverá inveja ou tristeza, pois tais sentimentos
são carnais e não entrarão no céu. Só o fato de chegar lá já será motivo de
grande alegria. Mas é melhor fazer o melhor para Deus.
a) Obras comparadas a
madeira. Na Bíblia,
madeira é símbolo das coisas humanas. E uma figura da árvore, que cresce por si
mesma. Há crentes que fazem muitas coisas, mas buscando a glória humana. No
fogo do julgamento, elas vão desaparecer. Há quem trabalha muito nas igrejas,
mas não o fazem para a glória de Deus. Não terão o reconhecimento por parte do
Senhor.
b) Obras comparadas a
feno. Feno é capim,
é erva seca. São obras aparentes, mas sem consistência, como erva seca (Is
15.6). O capim precisa ser renovado. É coisa perecível (Is 51.12). Representam
obras de crentes que fazem muita coisa para aparecer. A preocupação deles é com
a quantidade, e não com a qualidade. Um monte de feno pode ser muito grande,
mas, no fogo, desaparece em segundos. Não haverá galardão para esse tipo de
obra. Pregar para aparecer; pregar por dinheiro; cantar para aparecer, para ter
a glória dos homens, buscando o aplauso das multidões, sem dúvida alguma, são
obras de feno; aparecem muito, mas não têm consistência, e já receberam seu
galardão, em termos de dinheiro; nada terão lá, no céu. “Já receberam o seu
galardão”, aqui mesmo (cf. Mt 6.2,5,16).
c) Obras comparadas a
palha. A madeira tem
certa consistência, mas a palha é muito fraca. Não resiste à força do fogo. O
vento leva com facilidade (SI 1.4; Jó 21.18; Os 13.3). É instável. Não pode se
misturar com o trigo (Jr 23.28). Segundo o Pr. Eurico Bergstén, “Palha também
fala de escravidão: foi palha que os israelitas tiveram de colher no Egito (Ex
5.7). Devemos, portanto, servir a Deus na liberdade do Espírito, e não numa
escravidão imposta por nós mesmos ou por outros”. Palha representa obras sem
firmeza. Há crentes que não sabem o que querem na vida cristã. Vivem mudando o
tempo todo. Mudam de cargo, mudam de igreja com facilidade. São levados por
“todo vento de doutrina” (Ef 4.14).
As obras que forem comparadas a esses três últimos tipos de
materiais não ensejarão galardões: “Se a obra de alguém se queimar, sofrerá
detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo” (1 Co 3.15). Deus é
um Deus de bondade, de amor, e também de justiça. No seu julgamento, Ele não
falhará: “[...] porque vem a julgar a terra; com justiça julgará o mundo e o
povo, com equidade” (SI 98.9). Ninguém escapará do julgamento de Deus. No Juízo
Final, os ímpios darão contas de todas as suas obras de impiedade que cometeram
(SI 9.17). “Porque está escrito: Pela minha vida, diz o Senhor, todo joelho se
dobrará diante de mim, e toda língua confessará a Deus. De maneira que cada um
de nós dará conta de si mesmo a Deus” (Rm 14.11,12 - grifo nosso). Mais uma
vez, Paulo usa o verbo de forma inclusiva, em relação aos crentes - “cada um de
nós”, mostrando que cada crente dará contas a Deus de todas as obras que
houverem praticado aqui. Sem dúvida, é uma alusão ao Tribunal de Cristo.
III - Os Galardões dos Salvos em Cristo
Galardão significa prêmio, recompensa. Os salvos em Cristo,
que participarem do arrebatamento da igreja, serão reunidos nas regiões
celestiais para receberem o seu galardão, individualmente, conforme a avaliação
de Cristo. A entrega dos galardões é prevista por Jesus: “E eis que cedo venho,
e o meu galardão está comigo para dar a cada um segundo a sua obra” (Ap 22.12 -
grifo nosso). Cada crente é considerado um “despenseiro de Deus”, que deve
trabalhar com fidelidade para ser reconhecido por seu Senhor: “Que os homens
nos considerem como ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus.
Além disso, requer-se nos despenseiros que cada um se ache fiel. [...]
Portanto, nada julgueis antes do tempo, até que o Senhor
venha, o qual também trará à luz as coisas ocultas das trevas e manifestará os
desígnios dos corações; e, então, cada um receberá de Deus o louvor” (1 Co
4.1,2,5). Cada crente receberá o galardão e o louvor da parte de Deus pelo que
houver realizado na igreja e em sua vida pessoal. Na Bíblia, vemos alguns tipos
de galardões e a quem se destinam.
a) Coroa da vida. E o galardão previsto para todos os
salvos, que permaneceram fiéis até à morte ou à vinda de Jesus. “Bem-aventurado
o varão que sofre a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da
vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam” (Tg 1.12; Ap 2.10).
b) Coroa da vitória. E o prêmio para todo o salvo, que
vencer as lutas e tentações da vida terrena. “E todo aquele que luta de tudo se
abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível, nós, porém, uma
incorruptível” (1 Co 9.25). O crente fiel se abstém de tudo o que não agrada a
Deus, mesmo com perda de vantagens, posições ou lucros, por causa da coroa
incorruptível que receberá no julgamento de suas obras. A vitória é sua chegada
aos céus, ao lado de todos os salvos, na vinda de Jesus.
c) Coroa de glória. E a recompensa especial para os
obreiros do Senhor, que labutam na sua obra, com fidelidade, humildade,
desprendimento e amor. “Apascentai o rebanho de Deus que está entre vós, tendo
cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas
de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo
de exemplo ao rebanho. E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a
incorruptível coroa de glória” (1 Pe 5.2-4). d) Coroa de gozo. É o galardão do
ganhador de almas, daquele que, além de ser fiel, vencer as tentações e as
barreiras da vida, esforçase para ganhar almas para o Reino de Deus (Pv 11.30;
Dn 12.3). Não só pastores, evangelistas e dirigentes de igrejas, mas muitos
pregadores e evangelizadores anônimos, que fazem um excelente trabalho,
divulgando o evangelho de Cristo, nas casas, nas ruas, nos hospitais, nas
escolas, em toda a parte; principalmente em lugares, onde arriscam a própria
vida para tornar Cristo conhecido. “Porque qual é a nossa esperança, ou gozo,
ou coroa de glória? Porventura, não o sois vós também diante de nosso Senhor
Jesus Cristo em sua vinda? Na verdade, vós sois a nossa glória e gozo” (1 Ts
2.19,20; Fp 4.1).
e) Coroa da justiça. É o prêmio ou recompensa dos que
perseveram até o fim de sua jornada. Com o disse Paulo: “Combati o bom combate,
acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está
guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele Dia; e não somente a
mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda” (2 Tm 4.7,8). Jesus disse:
“E sereis aborrecidos por todos por amor do meu nome; mas quem perseverar até
ao fim, esse será salvo” (Mc 13.13). E o coroamento da vida do crente, “pelas
veredas da justiça” (SI 23.3b). f) Galardão de servos São recompensas que Jesus
dará a todos os que servem a seus servos, na condição de profeta, justo,
pequeninos ou discípulos. “Quem recebe um profeta na qualidade de profeta
receberá galardão de profeta; e quem recebe um justo na qualidade de justo,
receberá galardão de justo. E qualquer que tiver dado só que seja um copo de
água fria a um destes pequenos, em nome de discípulo, em verdade vos digo que
de modo algum perderá o seu galardao” (Mt 10.41,42).
Esses galardões, com poucas exceções, como no caso do
galardão de obreiros ou de ganhadores de almas, podem ser recebidos por todos
os crentes fiéis e santos que aguardam a vinda de Jesus. No Tribunal de Cristo,
eles verão que valeu a pena suportar as aflições do tempo presente: “Porque
para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para
comparar com a glória que em nós há de ser revelada” (Rm 8.18). Jesus é que
fará a criteriosa avaliação das obras dos salvos para dar a cada um conforme o
seu trabalho (Ap 22.12).
b. O galardão.
A palavra “ galardão” tem nas Escrituras diversos sentidos e métodos de
aplicação: Para Abraão, o próprio DEUS era o “ .seu grandíssimo galardão” (Gn
15.1). Rute, a moabita, recebeu “ . . . O galardão do Senhor DEUS de Israel”
(Rt 2.12). No estudo em foco, devemos traduzir a palavra “galardão”
(misthapodosia) por “ recompensa” (misthos). Este termo nasceu da vida
comercial, e originalmente denotava o pagamento feito a um trabalhador, mas
desde os tempos helenísticos também se usava em contextos religiosos.(4־)
Havia, por outro lado, um outro verbo que expressava O significado do
pensamento: “opsõnion”, que era tirado dos círculos militares, e significava as
rações do soldado e, depois, O pagamento pelo ser- viço militar e, finalmente,
o salário de um oficial do governo. Porém, como o grego é bastante rico nesse
sentido, usava-se também outra palavra com sentido mais lato: “ kerdos” ; “
kerdos” trazia a idéia de “lucro” , “ vantagem” , “ ganho” , etc.
Para alguns esse “ galardão” ou “ recompensa” , trata- se de “ coroas” que receberemos da parte do Senhor. Os atletas do passado recebiam após as competições, suas “ coroas de louro” ou “ coroas da vitória” . Como sinal de haverem alcançado o “ prêmio” . Paulo fala disso em 1 Coríntios 9.24 e, depois, faz uma exortação: “ .Correi de tal maneira que o alcanceis” .
c. O argumento de Paulo parte do menor para o maior. Se os homens dão tão elevado valor às honrarias e coroas, que por si mesmas se revestem de tão pouca importância e valor, quanto mais devem os cristãos se esforçar e prezar aquelas coroas espirituais que nunca haverão de perecer, dotadas de valor infinito, que transcendem a tudo quanto é terreno e físico!
Se um homem é capaz de treinar tão diligentemente, de sofrer tantas privações, de agonizar física e mentalmente para um acontecimento que ocupará um único dia, sabendo que a competição será intensa e que as chances de ele sair vencedor não são grandes, quanto mais (diz Paulo) os cristãos devem dispor-se, deixando de lado todos os pra- zeres e ocupações inúteis, a fim de alcançarem a “incorruptível coroa de glória” .
Para alguns esse “ galardão” ou “ recompensa” , trata- se de “ coroas” que receberemos da parte do Senhor. Os atletas do passado recebiam após as competições, suas “ coroas de louro” ou “ coroas da vitória” . Como sinal de haverem alcançado o “ prêmio” . Paulo fala disso em 1 Coríntios 9.24 e, depois, faz uma exortação: “ .Correi de tal maneira que o alcanceis” .
c. O argumento de Paulo parte do menor para o maior. Se os homens dão tão elevado valor às honrarias e coroas, que por si mesmas se revestem de tão pouca importância e valor, quanto mais devem os cristãos se esforçar e prezar aquelas coroas espirituais que nunca haverão de perecer, dotadas de valor infinito, que transcendem a tudo quanto é terreno e físico!
Se um homem é capaz de treinar tão diligentemente, de sofrer tantas privações, de agonizar física e mentalmente para um acontecimento que ocupará um único dia, sabendo que a competição será intensa e que as chances de ele sair vencedor não são grandes, quanto mais (diz Paulo) os cristãos devem dispor-se, deixando de lado todos os pra- zeres e ocupações inúteis, a fim de alcançarem a “incorruptível coroa de glória” .
Na posição de corredor, ele corria com um alvo
definido. Na qualidade de lutador, tinha um
oponente. Em outras palavras, ele tinha um alvo, uma vitória a
conquistar. Então ele passa agora seu exemplo para seus leitores: “ Sede meus
imitadores, como também eu de CRISTO” .
1) A coroa de glória. “ E, quando aparecer (na sua vinda) O Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa de glória” (1 Pd 5.4).
2) A coroa incorruptível. “ E todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível, nós, porém, uma incorruptível” (1 Co 9.25).
3) A coroa de alegria. “ Portanto, meus amados e mui queridos irmãos, minha alegria e coroa...” (F1 4.1; 1 Ts 2.19,20).
4) A coroa da justiça: “ Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia (diante do tribunal); e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda” (2 Tm 4.8).
5) A coroa da vida. “ Bem-aventurado o varão que sofre a tentação; porque, quando for provado, receberá a co- roa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam” (Tg 1.12; Ap 2.10).
Cumpre-se aqui, portanto, o que diz o profeta Isaías acerca de JESUS: “ .o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras foram sarados” (Is 53.5b). Isto, aponta claramente para o Calvário, onde JESUS suportou por nós “ uma coroa de espinhos” (Jo 19.2) para nos dar o direito de sermos participantes de “ uma coroa de glória” . Isso é supremo sacrifício!
JESUS, nosso Senhor, morreu com apenas 33 anos de idade! Depois de ter sofrido “ uma eternidade de dores!” Seus inimigos aqui na terra o julgaram digno de “ uma coroa de espinhos” . No Céu, porém, o quadro se inverte. E Ele está presentemente “ coroado de glória!” (Hb 2.9), etc.
1) A coroa de glória. “ E, quando aparecer (na sua vinda) O Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa de glória” (1 Pd 5.4).
2) A coroa incorruptível. “ E todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível, nós, porém, uma incorruptível” (1 Co 9.25).
3) A coroa de alegria. “ Portanto, meus amados e mui queridos irmãos, minha alegria e coroa...” (F1 4.1; 1 Ts 2.19,20).
4) A coroa da justiça: “ Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia (diante do tribunal); e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda” (2 Tm 4.8).
5) A coroa da vida. “ Bem-aventurado o varão que sofre a tentação; porque, quando for provado, receberá a co- roa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam” (Tg 1.12; Ap 2.10).
Cumpre-se aqui, portanto, o que diz o profeta Isaías acerca de JESUS: “ .o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras foram sarados” (Is 53.5b). Isto, aponta claramente para o Calvário, onde JESUS suportou por nós “ uma coroa de espinhos” (Jo 19.2) para nos dar o direito de sermos participantes de “ uma coroa de glória” . Isso é supremo sacrifício!
JESUS, nosso Senhor, morreu com apenas 33 anos de idade! Depois de ter sofrido “ uma eternidade de dores!” Seus inimigos aqui na terra o julgaram digno de “ uma coroa de espinhos” . No Céu, porém, o quadro se inverte. E Ele está presentemente “ coroado de glória!” (Hb 2.9), etc.
Por apazdosenhor.org
PARA QUEM QUISER , AÍ VAI MAIS UMA PROVA PARA SER APLICADA EM AULA:
Professor:
Dc. Gabriel Athayde Pastor: Cosme Martins
Questões Elaborado por: Gabriel Athayde
·
O estudo sistemático
das coisas que acontecerão nos últimos dias ou a “doutrina das últimas coisas”
recebe qual nome? (1.0)
ESCATOLOGIA OU ESCATOLOGIA BÍBLICA.
·
Qual grupo indagou a
Jesus sobre sua vinda? (1.0)
OS DISCÍPULOS.
o
“Esta corrente afirma
que o Senhor Jesus arrebatará sua Igreja antes da Tribulação de sete anos.
Segundo esta corrente o propósito da Tribulação não é preparar a Igreja para
estar com Cristo, mas, preparar Israel para a restauração do plano de Deus”.
O texto acima, refere-se a qual corrente de
interpretação escatológica? (1.0)
(A) Pós-Tribulacionistas (C) Pré-Tribulacionistas
(B)
Midi-Tribulacionistas
(D) Preterista
Segundo o texto o que ocorre no “Culto
aos anjos”? (1.0)
No “culto aos anjos”,
em que pregadores, manipulando o auditório, dizem estar vendo anjos, que “o
anjo chegou”, que o “anjo já se sentou na cadeira do meio”, e outras
invencionices, visando atrair as atenções e o emocionalismo dos que não
conhecem as Sagradas Escrituras.
O
texto é uma referência a qual sinal que vem ocorrendo na vida da Igreja (sinal
este que antecede a vinda de Jesus)? Explique o que significa: (2.0)
Apostasia. Significa “desvio”, “afastamento; quer
dizer: abandono consciente e premeditado da fé. cristã.
·
O que identifica um
crente que vive uma vida santa? (1.5)
O SEU AMOR ALTRUÍSTA. É O AMOR QUE
IDENTIFICA SE SOMOS OU NÃO UM CRISTÃO.
·
Discorra sobre a diabólica “ideologia de gênero”: (1.5)
A diabólica
ideologia de gênero, que tem sido disseminada em nossa nação, ensina que o ser
humano quando nasce não tem sexo definido, ou seja, nem é homem ou mulher. Eles
dizem erroneamente ser “gênero neutro”.
·
A vinda repentina de
Jesus pode ser comparada a qual fenômeno da natureza. Segundo o texto de “Lc 17:24”? (1.0)
(A) Raio (B) Relâmpago (C) Trovão
(D) Todas alternativas
anteriores
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