JOSÉ, A REALIDADE DE UM SONHO
INTRODUÇÃO
Vim a concluir, ainda adolescente, que romance algum
é comparável à história de José. O autor sagrado não precisou sequer de 13
capítulos para compendiar a epopeia do jovem hebreu que, vendido como escravo
pelos irmãos, veio a ocupar a governança do Egito. Todas as vezes que me deparo
com essa narrativa, louvo a Deus, pois El e continua a intervir na biografia de
cada um de seus filhos.
Acompanhemos a trajetória de José. Em sua carreira,
não vemos apenas o sucesso tão comum aos grandes homens. Testemunhamos, acima
de tudo, a excelência que leva os heróis da fé a fazerem diferença na crônica
de seus povos e do próprio mundo.
I. A HISTÓRIA DE JOSÉ
A história de José mescla-se à de Jacó. Numa
transição bela e sutil, Moisés introduz o jovenzinho hebreu no cenário sagrado:
“Esta é a história de Jacó. Tendo José dezessete anos, apascentava os rebanhos
com seus irmãos; sendo ainda jovem, acompanhava os filhos de Bila e os filhos
de Zilpa, mulheres de seu pai; e trazia más notícias deles a seu pai” (Gn
37.2).
Logo de início, o autor de Gênesis faz questão de
ressaltar a espiritualidade e a ética do futuro governador do Egito. Qualidades
estas, aliás, que lhe seriam imprescindíveis no futuro.
1.
Um patriarca sacerdotal e profético. Dos patriarcas que
deram origem às doze tribos, José foi o único a ser agraciado com o dom
profético que tão bem distinguira Abraão, Isaque e Jacó, seu pai. José, porém,
estava para receber, do Senhor, uma revel ação ainda mais refinada e teológica.
El e não apenas sonharia profeticamente, como profeticamente interpretaria os
sonhos que em breve ouviria.
No epílogo de sua vida, revelaria aos irmãos que os
hebreus não haveriam de permanecer em solo egípcio. Mas que, visitados pelo Senhor,
subiriam à Terra Prometida. José exerceu um ofício similar ao de Daniel. Sábios
e entendidos em sonhos, foram ambos santificados a estar junto aos poderosos, a
fim de testemunhar do Todo-Poderoso.
2.
Um adolescente de elevada ética. José nunca comungou
com os desvios morais dos irmãos. Mesmo arriscando-se às mais duras e
inesperadas represálias, delatava-os ao seu velho pai. Em sua delação, não
havia prêmio algum; apenas dissabores havia. Entretanto, agindo de forma tão
íntegra, adestrava-se a viver no palácio do Faraó, onde a corrupção fazia parte
dos protocolos, ritos e liturgias oficiais.
A Bíblia não detalha os malfeitos dos irmãos de
José. Mas dá a entender que eram atos condenáveis e repugnantes aos olhos de
Jacó. Se o justo Deus os separara para ser a comunidade ética por excelência,
por que não andavam eles de acordo com a justiça divina?
A integridade deve ser cultivada na infância, para
que floresça na adolescência e frutifique na velhice. Que os nossos políticos
aprendam essa lição com o jovem hebreu.
II. A FORMAÇÃO DE JOSÉ NA CASA PATERNA
Dos 17 aos 30 anos, José teria um longo aprendizado.
Sua formação dá-se de forma gradual, lenta e, muitas vezes, dolorosa. Na casa
paterna, aprenderá, além da teologia de Abraão, valiosos princípios de administração
e economia com o velho pai, Jacó. Em todas as matérias, mostra-se excelente
aprendiz.
1. Formação teológica.
A formação teológica de José dá-se no cotidiano da casa paterna, no pastoreio
do gado e no amanho do solo. Afeito às narrativas e proposições de Jacó, sabia
muito bem por que Deus chamara Abraão àquelas terras. Portanto, havia um
propósito supremo à sua família: a constituição de um povo profético,
sacerdotal e real. Um povo, aliás, que mudaria a História Universal através do
Messias.
Ele conhecia as peregrinações do avô. E, dos lábios
do pai, ouvira como Deus comunga com os seus servos. Logo, ele não teria de
subir ao Céu para conhecer o Eterno, pois o Eterno j á havia descido à Terra,
para fazer-se conhecido pelos que o amam. Experimentalmente, pois, vai o Senhor
inserindo o jovenzinho na comunidade profética do primitivo Israel. José é
paciente e reflexivo. Não leva em conta as maldades dos irmãos. Ele sabe que,
num futuro não muito distante, darão eles origem a um poderoso reino de
profetas, sacerdotes e reis. Além do mais, Deus está no controle de suas
agruras, tribulações e provas. Por esse motivo, tudo crê e tudo suporta; em seu
coração, o amor é perfeito.
2.
Formação administrativa. Jacó não ignorava a complexa
economia de Canaã e do Egito. Havendo-se com eficácia na administração do
patrimônio familiar, multiplicara-o sobremaneira, escapando diversas vezes às
garras de Labão. Tais lições, fez questão de repassar a José. E, pelo contexto
da História Sagrada, o filho fez-se tão excel ente quanto o pai. Deus o
preparava, assim, a administrar a casa de Potifar, o presídio de Faraó e,
finalmente, o império todo do Egito.
Conhecendo o Deus dos antigos e já dominando os
fundamentos da economia e da administração, o que mais falta a José? Agora, ele
já pode sonhar. Sim, ele j á está preparado a receber os sonhos que, em breve,
lhe dará o Senhor.
3.
O primeiro sonho. Certa vez, José teve um sonho. E, logo
ao amanhecer, relatou-o aos irmãos: “Atávamos feixes no campo, e eis que o meu
feixe se levantou e ficou em pé; e os vossos feixes o rodeavam e se inclinavam
perante o meu” (Gn 37.7). Tratava-se de um sonho campesino e rural. Refletindo
o dia a dia do sonhador e dos sonhados, aparentemente nada tinha de especial.
De certa forma, até refletia a faina daquela gente obreira e madrugadora. Todos
foram cientificados, porém, que se tratava de um aviso divino.
Por ocasião
da ceifa, tanto José quanto seus irmãos colhiam o trigo, amarrando-o em feixes.
Então, por que só o molho de José pôs em pé? A resposta só pode ser uma: o de
José era recolhido com excelência e com excelência, amarrado. Quanto aos
outros, eram colhidos por obrigação e por mera obrigação, enfeixados. Portanto,
o que busca a excelência em seu trabalho, jamais ficará prostrado. Ante o sonho
de José, a hermenêutica de seus irmãos logo se aguçou. Já tomados de inveja,
perguntaram-lhe: “Reinarás, com efeito, sobre nós? E sobre nós dominarás
realmente?” (Gn 37.8). E, com isso, o ódio pelo caçula fazia-se incontrolável.
4.
O segundo sonho. Quem amarra bem os seus feixes, sempre
acaba por sonhar com algo mais elevado. Foi o que aconteceu a José. Ouçamos-lhe
o relato do segundo sonho: “Sonhei também que o sol, a lua e onze estrelas se
inclinavam perante mim” (Gn 37.9). Interessante, o primeiro sonho era rural; o
segundo, astronômico. De qualquer forma, como mais adiante veremos, havia
copiosas bênçãos tanto a José quanto à sua família. Mas, naquele momento, todos
se perturbam.
O velho Jacó,
colocando-se como o sol da família, intervém de pronto: “Que sonho é esse que
tiveste? Acaso, viremos, eu e tua mãe e teus irmãos, a inclinar-nos perante ti
em terra?” (Gn 37.10).
Não obstante, o pai guarda o relato no coração. O que
Deus reservava a José, em particular, e à família, como um todo? Quanto aos
irmãos, passaram a devotar-lhe um ódio ainda mais nocivo e mortal. Por que o
caçula e não o primogênito? Deixemos isso por conta da soberania divina.
Se a inveja não os tivesse cegado,
haveriam de concluir que Deus não favorecia apenas José. No primeiro sonho,
ninguém ficava sem o seu feixe; todos eram abençoados igualmente com o seu
molho. Quanto ao segundo sonho, a bênção coletiva era ainda maior. Ninguém
perdia o seu brilho. O sol resplandecia com a força de um rei. A lua com a
grinalda duma rainha. As doze estrelas? Cada uma delas distinguia-se com uma
glória particular. Judá resplendia com o Cristo. Rubem, com a primogenitura.
Levi, com o sacerdócio. Enfim, ninguém deixava de brilhar. Então, por que tanto
ódio contra José?
Eles não souberam como avaliar o adolescente
que Deus santificara para governar o mais poderoso império daquele tempo.
Através de José, todo o Israel seria salvo.
III. O PREÇO DE UM JOVEM
Como destruir um sonho? Para os irmãos de
José, só havia uma resposta plausível: destruindo o sonhador. Foi o que
intentaram ao jogá-lo num poço na erma e abandonada Dotã. Quem amarra bem os
seus feixes, sempre acaba por sonhar com algo mais elevado.
1.
A conspiração contra José. A conspiração para matar José foi
muito bem amarrada. Eles só não levaram o intento adiante, porque Judá, o mais
ajuizado deles, propôs-lhes: “De que nos aproveita matar o nosso irmão e
esconder-lhe o sangue? Vinde, vendamo-lo aos ismaelitas; não ponhamos sobre ele
a mão, pois é nosso irmão e nossa carne” (Gn 37.26,27). Então, que o tal sonhos
o seja vendido.
Todavia, quanto vale José? Aos olhos de seus irmãos, meros
20 siclos de prata; menos de um mês de trabalho. Foi o valor que receberam
daqueles mercadores que, de quando em quando, atravessavam a região. O negócio
pareceu-lhes ótimo. Além de se livrarem dos sonhamentos e sonhanças do irmão,
obteriam um lucro amaciado e fácil. A fim de explicar o desaparecimento do
irmão ao pai, mostraram-lhe a túnica de José manchada com o sangue de um bode.
Hipócritas e corruptos. Além de mentir, desfalcaram o rebanho de Jacó. Bem
diria o Salmista que um abismo sempre acaba por chamar outro abismo. Não
bastasse tamanha presepada, enlutam-se e põem-se a consolar o inconsolável
patriarca.
2.
Potifar compra José. Já cativo dos ismaelitas, José é
levado ao Egito. Jornada longa e árdua. O Sinai não tem fim. São quase 300
quilômetros de andanças, canseiras, incertezas e receios. O que o espera na
terra do Faraó? Os mercadores tratam-no com rispidez e truculência. Para eles,
o hebreu não passa de mero artigo. Desalmados caixeiros-viajantes.
No Egito, os ismaelitas expõem o caçula de Jacó num
amplo e concorrido mercado. Ei-lo ali em meio a outros cativos, animais e
mercadorias. Os interessados passam, examinam-nos e veem-lhe os dentes. Sim, na
compra de um escravo, a arcada dentária é revel adora. Se por um lado, denota
saúde, por outro, conota enfermidade. Por isso, cada escravo tem de ser
examinado com rigoroso cuidado.
Ao ver o hebreu, Potifar agrada-se dele. Ali estava
um jovem forte, saudável e que soubera como resistir ao Sinai. Enfim, um servo
perfeito às tarefas de casa e às lides do campo. Não bastasse, era bonito e de
bel a aparência. Acertado o valor, o oficial do Faraó conclui logo o negócio. O
preço de José foi nada módico. Levemos em conta, ainda, as despesas que os
mercadores tiveram com o escravo na viagem entre Canaã e o Egito. Sabemos por
quanto ele fora vendido, mas ignoramos por quanto foi comprado. Nem sempre o
preço de um homem é revelado.
IV. A FORMAÇÃO DE JOSÉ NA CASA DE POTIFAR
Na casa
paterna, José aprendera teologia, administração e economia. Agora, na casa de
Potifar, dará continuidade à sua formação espiritual, moral e cultural.
Informalmente, estudará a língua demótica, finanças egípcia e ética. O curso
não é à distância, mas doloroso, estressante e presencial.
1. A língua demótica. Para um falante do hebraico,
era nada fácil compreender a estrutura gramatical, morfológica e fonética da
antiga língua egípcia. Oriunda do ramo afro-asiático possuía idiotismos e
locuções que nenhum sentido faziam aos semitas e indo-europeus. Era como
aprender o basco ou o chinês.
O egípcio falado na casa de Potifar era o demótico:
a língua do povo. Sua escrita, contudo, estava longe de ser popular. Formada
por ideogramas complexamente arranjados, era difícil até aos falantes naturais.
José, porém, não se agasta com o novo idioma. Em pouco tempo, estava ele
comunicando-se perfeitamente com seus amos e conservos . Sua disciplina era
louvável.
2.
Finanças. José, agora, terá de por em prática os princípios
de economia que lhe ensinara o pai tanto na administração da casa quanto na da
fazenda de Potifar. O desafio é grande; espera-o uma nova realidade financeira
e fiscal.
Seu aprendizado surpreende de tal forma o seu
senhor, que o coloca à testa de todos os seus negócios. Eis o testemunho que
lhe dá o autor sagrado: “Potifar tudo o que tinha confiou às mãos de José, de
maneira que, tendo-o por mordomo, de nada sabia, além do pão com que se
alimentava. José era formoso de porte e de aparência” (Gn 39.6)
3.
Ética, a dolorosa lição. José era um homem bonito; seu
porte, belo e imperial. Em Canaã, perseguia-o a inveja. No Egito, assedia-o a
cobiça. Desta vez, terá de enfrentar as investidas da mulher de Potifar. Mas,
provado moralmente, eticamente censura o comportamento da patroa: “Como, pois,
cometeria eu tamanha maldade e pecaria contra Deus?” (Gn 39.9).
José era orientado por uma ética superior. Conquanto
não houvesse mandamento algum escrito, o piedoso hebreu j á se resguardava ao
Senhor. El e sabia que, sem integridade, j amais poderia cumprir a missão que
lhe confiara o Deus de Jacó e o Temor de Isaque.
O final dessa história não poderia ser diferente.
Caluniado por sua ama, é lançado numa prisão, onde novos aprendizados o
aguardam. El e só não foi condenado à morte, porque Potifar conhecia muito bem
a índole e os caprichos da esposa.
V. A FORMAÇÃO DE JOSÉ NA PRISÃO
É na prisão que José cursará a universidade, que o
capacitará à governança do Egito. Ali, aprenderá a língua hierática, as
liturgias e maneiras da corte. Conviverá com prisioneiros cultos e letrados,
que sabiam como estar na presença do rei. Na prática, inteirar-se-á do
funcionamento do Estado egípcio.
1. A língua da corte. Na casa de Potifar, aprendera
o demótico: a língua popul ar do Egito. Já na prisão, um novo desafio
linguístico o aguarda: o hierático. Agora, terá de adaptar-se ao idioma dos
sacerdotes e nobres; restrito e sagrado. Pelo contexto da história, concluímos
que o seu aprendizado foi novamente coroado de êxitos. A formação de José
lembra a de Daniel e seus companheiros (Dn 1.4,21).
2.
O funcionamento da corte. Na prisão, conhece os presos
políticos de Faraó, entre os quais o Sabemos por quanto ele [José] fora
vendido, mas ignoramos por quanto foi copeiro e o padeiro-mores. Eles lhe
ensinarão como funciona a corte faraônica. Ali, informalmente, recebe preciosas
aulas sobre a teoria geral do Estado.
Na prisão, José é igualmente bem-sucedido. Levado
como prisioneiro, faz-se carcereiro, mestre e psicólogo.
3. O sonhador interpreta sonhos. Certa manhã, José
encontrou o copeiro e o padeiro-mores turbados e confusos. Sempre gentil e
solícito, buscou saber-lhes o motivo de tamanha prostração de espírito. Eles
relataram-lhe, prontamente, que assim estavam por causa dos sonhos que haviam
tido na noite anterior. O hebreu, então, iluminado pelo Senhor, ouviu-os com
paciência, dando, a cada um, a interpretação de seu sonho.
No terceiro dia, em pleno aniversário do Faraó,
cumprem-se as palavras de José. Eis o que o rei “ao copeiro-chefe reintegrou no
seu cargo, no qual dava o copo na mão de Faraó; mas ao padeiro-chefe enforcou,
como José havia interpretado” (Gn 40,21,22).
Mesmo antes de o sonho cumprir-se, rogara José ao
copeiro-mor: “Porém lembra-te de mim, quando tudo te correr bem; e rogo-te que
sejas bondoso para comigo, e faças menção de mim a Faraó, e me faças sair desta
casa; porque, de fato, fui roubado da terra dos hebreus; e, aqui, nada fiz,
para que me pusessem nesta masmorra” (Gn 40.14,15). O oficial de Faraó, porém,
não se lembrou de José; deste esqueceu-se, não porque o quisesse, mas porque o
tempo do hebreu ainda não havia chegado.
VI. JOSÉ, PRIMEIRO-MINISTRO DO EGITO
Desde os sonhos dos oficiais mores de Faraó, dois
anos completos se haviam passado. José parecia esquecido até mesmo por Deus.
Entretanto, ele sabia que, para cada coisa, há um tempo determinado. Enquanto
ele cumpria suas tarefas na prisão, o rei do Egito é turbado por dois sonhos
que, em essência, constituíam um aviso único e urgente do Senhor (Gn 41.1-7).
1. O sonho de Faraó. No primeiro sonho,
vira o rei sete vacas gordas e nédias que, emergindo do Nilo, pasciam às suas
margens. Mas eis que outras sete, magérrimas e feias, começaram a devorar as
primeiras. E, mesmo assim, continuavam esqueléticas.
Tornando a dormir, viu o soberano que, de uma única
haste, brotavam sete espigas bem granuladas e cheias. Em seguida, apareciam
outras sete: amiudadas e crestadas pelo vento oriental. Insurgindo-se estas,
devoraram aquelas. E, nem por isso, fizeram-se melhores.
2.
José é lembrado. Na manhã seguinte, Faraó convoca seus
magos e sábios, mas nenhum deles soube como interpretar-lhe os sonhos. Foi
justamente aí que o copeiro-mor l embrou-se de José. E, falando do hebreu ao
rei, este o mandou chamar de imediato.
Sendo convocado pelo monarca, José barbeou-se e
comprado. Nem sempre o preço de um homem é revelado. mudou de roupas. Afinal,
estaria el e diante do rei.
3.
A hermenêutica dos sonhos. Ao ouvir os sonhos do Faraó, logo
entendeu que uma grande fome estava por vitimar o Egito e o mundo. Nem o Nilo
com todas as suas benesses e mitologias poderia sal var o país. Então o que
haver? Como as sete vacas e espigas, tanto as boas quanto as ruins,
representavam sete anos bons e sete anos ruins, respectivamente, que o rei
armazenasse a fartura dos primeiros para minorar a penúria dos segundos. E,
para tanto, deveria o rei prover-se um homem ajuizado e sábio para administrar
a crise por vir.
4.
Um hebreu como governador do Egito. O parecer de José
agradou a Faraó e aos seus ministros. Diante da emergência anunciada, o rei
dirige-se à corte: “Acharíamos, porventura, homem como este, em quem há o
Espírito de Deus?” (Gn 41.8). Volvendo-se ao hebreu, ordena: “Visto que Deus te
fez saber tudo isto, ninguém há tão ajuizado e sábio como tu; administrarás a
minha casa, e à tua palavra obedecerá todo o meu povo; somente no trono eu
serei maior do que tu” (Gn41.39,40). Em seguida, decreta: “Vês que te faço
autoridade sobre toda a terra do Egito” (Gn41.41).
CONCLUSÃO
Já investido de singular autoridade, José aplacou
não somente a fome dos súditos de Faraó, mas também a de seu velho pai e a dos
irmãos que o haviam vendido como escravo. Recebe-os com amor. E, amorosamente,
dá-lhes o sustento necessário.
Em seu
coração, nenhuma vingança. Como bom teólogo, compreende a razão de suas agruras
e provações. Aos irmãos amedrontados, dá-lhes uma palavra de doce consolo:
“Deus me enviou adiante de vós, para conservar vossa sucessão na terra e para
vos preservar a vida por um grande livramento. Assim, não fostes vós que me
enviastes para cá, e sim Deus, que me pôs por pai de Faraó, e senhor de toda a
sua casa, e como governador em toda a terra do Egito” (Gn 45.7,8).
Os sonhos que
nos dá o Senhor cumprem-se no tempo oportuno, para que todas as coisas
contribuam para o bem dos que, sinceramente, o amam.
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