TEXTO ÁUREO
“E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar
atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia esclareça, e
a estrela da alva apareça em vosso coração.”
(2Pe 1.19).
VERDADE PRÁTICA
A Bíblia Sagrada é o único instrumento
moral e espiritual estabelecido por Deus para aferir a nossa conduta diante do
Criador, da sociedade, da pátria e da família.
Sábado — 2Pe 1.20,21
A Bíblia Sagrada foi
produzida por homens movidos pelo Espírito Santo
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE
2 Timóteo 3.10-17.
10 — Tu, porém, tens seguido a
minha doutrina, modo de viver, intenção, fé, longanimidade, amor, paciência,
11 — perseguições e aflições tais
quais me aconteceram em Antioquia, em Icônio e em Listra; quantas perseguições
sofri, e o Senhor de todas me livrou.
12 — E também todos os que
piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições.
13 — Mas os homens maus e
enganadores irão de mal para pior, enganando e sendo enganados.
14 — Tu, porém, permanece naquilo
que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido.
15 — E que, desde a tua meninice,
sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que
há em Cristo Jesus.
16 — Toda Escritura divinamente
inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para
instruir em justiça,
17 — para que o homem de Deus seja
perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra.
PLANO DE AULA
1. INTRODUÇÃO
Ao longo deste trimestre
estudamos as principais heresias que ameaçam a identidade da Igreja de Cristo,
mostrando seus enganos e, frontalmente, as respostas bíblicas que as
contrapõem. Na presente lição, a última deste trimestre, vamos refletir a
respeito da perseverança que devemos demonstrar com a fé que herdamos. Como
cristãos, somos herdeiros do cristianismo bíblico e histórico.
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição: I) Mostrar que diante das
heresias é preciso ter perseverança; II) Enfatizar a necessidade de sempre
aprender com a Palavra de Deus; III) Considerar as Escrituras como o fundamento
da vida cristã.
B) Motivação: Na fé cristã, a fonte de
autoridade é a Bíblia, a Palavra de Deus. Nesse aspecto, a Palavra de Deus é
documento final em matéria de doutrina e valores que devem nortear a vida do
crente. O que faz, do ponto de vista histórico, uma igreja não se tornar herege
é a perseverança em ter a Bíblia como suficiente e autoritativa em nossas
vidas.
C) Sugestão de Método: Estamos encerrando mais um
trimestre. Antes de iniciar a exposição desta última lição, sugerimos que você
faça uma breve revisão dos principais temas que estudamos ao longo do
trimestre. É muito importante que contextualizemos os nossos alunos a respeito
do assunto geral do trimestre. Cada lição se encontra dentro de um tema
principal que é o fenômeno da nova aparência de antigas heresias. Após a
revisão, inicie o conteúdo desta semana.
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: A Palavra de Deus é um guia
seguro para as nossas vidas. Trata-se, portanto, de um livro que revela a
vontade de Deus para a nossa. Por isso, quem tem a Bíblia como a bússola de sua
vida não cairá nos caminhos heterodoxos das mais diversas heresias que atuam em
nossos dias.
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador
Cristão. Vale a pena
conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de
apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 100, p.42, você encontrará um
subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você
encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto
“Tempos difíceis para o cristão”, logo após o primeiro tópico, destaca o
contexto de falsos ensinos contra os quais o cristão perseverante terá que
lutar; 2) O texto “O que Significa Dizer que Deus Inspirou a Bíblia?”, ao final
do terceiro tópico, aprofunda a característica autoritativa da Bíblia como
Palavra de Deus.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
As religiões mundiais e
os movimentos dissidentes delas possuem diversos escritos sagrados. No
Cristianismo, a fonte de autoridade é a Bíblia Sagrada. A autoridade bíblica
deriva sua origem em Deus, o que nos permite chamar a Bíblia de a Palavra de
Deus. Isso encerra a superioridade das Escrituras como plena e total garantia
de infalibilidade, mas não falta quem indevidamente reivindica essa mesma
autoridade ou até mais que as Escrituras.
Palavra-Chave:
PERSEVERANÇA
AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO
“TEMPOS DIFÍCEIS PARA O CRISTÃO
[...] 3.13 — Não espere que os
falsos mestres e as pessoas más mudem de comportamento sozinhos. Deixados a
sós, eles irão de mal a pior. Se tiver oportunidade, corrija-os de modo que os
conduza de volta à fé em Cristo. Lute pela verdade, especialmente para proteger
os cristãos mais jovens.
3.14 — Cercado pelos falsos mestres e pelas inevitáveis pressões de um
ministério crescente, Timóteo poderia facilmente ter abandonado a sua fé ou
modificado a sua doutrina. Uma vez mais Paulo aconselhou Timóteo a olhar para
seu passado e a permanecer nos ensinos básicos a respeito de Jesus, que são
eternamente verdadeiros. Como Timóteo, estamos cercados de falsos ensinos. Mas
não devemos permitir que a nossa sociedade distorça ou coloque empecilhos à
eterna verdade de Deus. Dedique diariamente um tempo para refletir sobre o
fundamento de sua fé cristã, encontrado na Palavra de Deus, que são as grandes
verdades que edificam sua vida” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. 1ª Edição.
Rio de Janeiro: CPAD, 2013, pp.1715).
AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO
“O QUE SIGNIFICA DIZER
QUE DEUS INSPIROU A BÍBLIA?
Dizer que Deus inspirou a Bíblia equivale a dizer que o Espírito Santo
motivou e supervisou, de forma sobrenatural, aqueles que receberam as profecias
e revelações apostólicas, em todo o processo de redação de seus livros
escriturais. Muitos outros livros têm coautores, de modo que não precisamos
imaginar que as Escrituras tenham que ser uma produção humana ou divina. As
Sagradas Escrituras originaram-se, não da vontade de seus autores humanos, mas
da vontade do Deus Espírito Santo (2Pe 1.20,21). Os autores bíblicos afirmaram
mais de três mil vezes ter recebido as suas mensagens do Senhor. Deus, o
Espírito Santo, “inspirou” (soprou ou originou) as Escrituras, por intermédio
de autores humanos (2Tm 3.16).
Deus preparou estes porta-vozes
conscientes, ativamente proféticos e apostólicos (e seus secretários)
providencialmente, por sua hereditariedade, por seu caráter, pelo vocabulário
que usavam e pelo seu estilo de escrita. No momento apropriado, em todos os
processos da escrita, eles foram “inspirados pelo Espírito Santo” (2Pe 1.21).
Este significado técnico da inspiração não se aplica a nenhuma suposta
revelação fora da Bíblia, ou a qualquer literatura que possa, de uma maneira
geral, ser considerada inspirada” (Bíblia de Estudo Apologia Cristã. 1ª Edição.
Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.1930).
SUBSÍDIOS ENSINADOR
CRISTÃO
PERSEVERANDO NA FÉ EM
CRISTO
A Bíblia Sagrada é o nosso único manual e regra de fé e prática. É por
meio dela que ajustamos a nossa conduta de acordo com a vontade de Deus. Ao
longo da história, muitas religiões têm se apropriado indevidamente da Bíblia
para fundamentar suas ideias erradas, bem como suas heresias. Só existe uma
forma de refutar essa adulteração da verdade, a saber, mostrando
apologeticamente que estes grupos estão interpretando de forma equivocada as
Sagradas Escrituras.
A heresia, como bem sabemos, é fruto da escolha pelo erro. Diga-se de
passagem, muitos erros interpretativos da Bíblia são o resultado de
interpretações particulares que conduziram à formação de seitas. A Palavra de
Deus, entretanto, não é de particular interpretação, como afirma o apóstolo
Pedro. A profecia foi produzida a partir de homens santos que falaram
inspirados pelo Espírito Santo (2Pe 1.20, 21). A Bíblia de Estudo
Pentecostal — Edição Global (CPAD) discorre que “o que Pedro afirma
nesses trechos sobre a origem e a autoridade da profecia (que vieram de Deus)
registrada na Bíblia Sagrada é verdadeiro a respeito de todas as coisas que
constam em sua Palavra escrita: ‘homens santos [da parte] de Deus falaram [e
escreveram à medida que eram] inspirados pelo Espírito Santo’. Os crentes devem
manter uma visão forte e intransigente das Escrituras Sagradas em termos de
inspiração (isto é, não devem abrir mão do fato de elas terem sido dadas
diretamente por Deus através de pessoas guiadas pelo Espírito Santo, e segundo
a escolha de Deus) e autoridade (isto é, ela é completamente confiável, está
apoiada por evidências sólidas e por uma autoridade estabelecida). [...] Sem
uma forte visão da Sagrada Escritura, as pessoas não reconhecem a plena
autoridade e o ensino da Bíblia. Como resultado, a sua fé será fraca e a Bíblia
será substituída pela experiência religiosa subjetiva (isto é, estará sempre
mudando, com base na pessoa ou na situação) ou pela razão humana, que é crítica
e falha (2.1-3).” (2022, p.2367).
Tendo como verdade que as Escrituras Sagradas fornecem o “Norte” para que
tenhamos uma vida espiritual conforme a boa, agradável e perfeita vontade de
Deus (Rm 12.1,2), faz-se necessário defender a sua autoridade em matéria de fé
e prática. Os crentes observam os ensinamentos sagrados não como um livro de
filosofia, e sim como a ética que norteia o seu estilo de vida e o testemunho
cristão. Por essa razão, devemos observá-la continuamente para preservar na fé.
CONCLUSÃO
A Bíblia é um guia seguro para toda a humanidade, e não somente para a
Igreja. Ela é a única revelação de Deus escrita para o ser humano e a fonte de
autoridade espiritual para aferir a nossa conduta diante de Deus, da sociedade
e da família. Trata-se de uma orientação segura para a vida humana, a nação de
Israel e a Igreja, bem como as exortações para o mundo, incluindo o aspecto
político, social e religioso das nações.
CPAD
: Em defesa da Fé Cristã — Combatendo as antigas heresias que se apresentam com
nova aparência
Lição 13: Perseverando na fé em Cristo
Comentarista: Esequias Soares
A |
perseverança na fé em Cristo se distingue
daquela expressão teológica “perseverança dos santos. O presente estudo diz
respeito à insistência do crente em se manter fiel diante das perseguições e
heresias e rejeitar qualquer ensino contrário à Palavra de Deus. Vivemos numa
sociedade pluralista com uma vasta diversidade de crenças e práticas, algumas
com roupagem, aparentemente, bíblica, outras, mais ousadas, declarando sua
posição contra a Bíblia. Qual a nossa atitude diante dessas heresias? Por que e
para que aprender e se manter inteirado no ensino? Qual o fundamento da nossa
fé?
DIANTE DAS HERESISAS É PRECISO PERSEVERANÇA
O
Senhor Jesus adverte a sua igreja contra os falsos profetas (Mt 7.15-20) e, no
sermão profético pronunciado em Jerusalém na última semana do seu ministério
terreno, Ele inclui os falsos cristos (Mt 24.4,5). Os apóstolos nos advertem
contra os falsos apóstolos e falsos mestres (2 Co 11.13,14; 2 Pe 2.1).
A exortação paulina
O
apóstolo Paulo exorta a Timóteo a permanecer na fé em Jesus, “Quanto a você,
permaneça naquilo que aprendeu e em que acredita firmemente, sabendo de quem
você o aprendeu” (2 Tm 3.14). Visto que Timóteo aprendeu de sua mãe Eunice, uma
judia piedosa, de sua avó Loide (At 16.1; 2 Tm 1.5) e do próprio apóstolo (2 Tm
2.2), a quem o chama de “verdadeiro filho na fé” (1 Tm 1.2). Essa perseverança
diz respeito à fidelidade do cristão em se manter na fé diante das perseguições
e das heresias, esse é o sentido deste capítulo. A herança espiritual que
Timóteo recebeu do lar e o aprendi zado apostólico são “as sagradas letras” (2
Tm 3.15), uma expressão bíblica alternativa para “Escrituras Sagradas”, a
Bíblia (v. 16), o único instrumento moral e espiritual estabelecido por Deus
para aferir a nossa conduta diante de Criador, da sociedade, da nação e da família.
A
experiência do apóstolo Paulo nas suas viagens missionárias são prenúncios dos
últimos tempos. Ele apresenta alguma coisa, nesse sentido, nas epístolas
pastorais, principalmente nas duas a Timóteo, pois elas se destacam também pelo
seu caráter apologético. São refutações às heresias contra os gnósticos, às
“fábulas ou - a genealogias intermináveis” (1 Tm 1.4; 4.7; Tt 3.9), e à
ciência. A expressão “falsamente chamada ciência” (1 Tm 6.20 - ARC), sem
dúvida, é um combate ao sistema gnóstico, que chegou ao ápice no século 2. Mas,
hoje, temos diversas frentes, são diversos grupos cujos pensamentos e doutrinas
divergem da teologia evangélica, mas nem por isso, deixamos de manifestar o
nosso respeito e afeto pelos seus seguidores, conforme nos manda o Senhor Jesus
e seus apóstolos (Mt 7.12; Mc 12.29-31; Rm 13.9,10). Mas, sem deixarmos de
defender a verdade bíblica.
Embora
Irineu de Lião tenha combatido o tal sistema em sua obra Contra as Heresias, em
180, as seitas gnósticas já existiam nos dias apostólicos. 0 apóstolo Paulo
está combatendo dois principais grupos heréticos em sua geração: os gnósticos
emergentes, e os judaizantes, os falsos “doutores da lei” (1 Tm 1.7), da
“circuncisão” (Tt 1.10) e as “fábulas judaicas” (Tt 1.14). A exortação de Paulo
a Timóteo, “permaneça naquilo que aprendeu e em que acredita firmemente”, está
de acordo com o ensino de Jesus no seu discurso profético, “mas aquele que
perseverar até ao fim será salvo” (Mt 24.13). Nesse discurso escatológico, Ele
fala da aparição de muitos cristos (Mt 24.4,5), guerras e calamidades (w. 6,7)
e crise religiosa (w. 11,12).
A crise religiosa
em nosso tempo
A crise
religiosa aponta para 0 crescimento da apostasia nos últimos anos e tem
alcançado proporções estarrecedoras. Não só com o aparecimento dos falsos
profetas, mas também de fundadores de movimentos religiosos heterodoxos (Mt
24.11). Estas coisas levam as pessoas à frieza espiritual e ao indiferentismo
religioso (v. 12). O apóstolo Paulo afirma que a apostasia gene ralizada é
coisa para os últimos tempos (1 Tm 4.1-3; 2 Tm 3.1-5) O conhecimento destas
coisas leva o crente a esperar com paciência e a suportar as perseguições
religiosas e de toda a ordem. O cristão na atualida de está vivendo no meio de
uma sociedade perversa e corrompida (Fp 2.15), e, muitas vezes, pensando em abandonar
a fé. O apologista cristão desde o período apostólico sofre perseguição por
causa daquilo em que crê e pelo erro que combate. Não somente diante das
heresias, mas também das persegui ções, devemos manter a perseverança. Mas, se
ele conhece o sinal dos tempos, resiste às tentações e persiste até 0 fim. Essa
passagem apresenta um duplo sentido quanto à salvação. Ela será física, e,
analisando à luz de Lucas 21.18-19, engloba também a salvação da alma, a
espiritual. Vale também para a perse verança na fé em Cristo, independente
deste penodo do principio de dores.
APRENDENDO, SENDO
INTEIRADO E SABENDO
Por que
é necessário aprender, ser inteirado e saber? 0 aprendizado é uma prática
inerente à fé cristã. A arte de ensinar e tão antiga quanto a humanidade, pois
é de suma importância no processo de perpetuar e propagar costumes, leis e
cultura. Onde há ensino, há mestres envolvidos. A Bíblia está repleta de
referências a ensinos e mestres.
O
ministério do ensino ocupa espaço relevante no cristianismo, aparece na lista
dos dons da graça de Deus: “se é ensinar, haja dedicação ao ensino” (Rm 12.7).
Essa é
a vontade de Deus desde o limiar da história do seu povo. Encontramos esse
ensino desde o Antigo Testamento, e Moisés prescreveu essa doutrina para ser
aplicada diariamente no lar a partir da fase infantil (Dt 6.4-9). O ensino na
cultura judaica era responsabilidade da família, mas era uma das funções dos
profetas, Deus os levantou, os preparou e os inspirou para ensinar e admoestar
os hebreus sobre 0 perigo da idolatria. Eles eram instrutores ungidos e
divinamente escolhidos para instruir a nação a viver na presença de Javé (Os
12.10). Os profetas tinham também a responsabilidade de tornar conhecida a
revelação divina e anunciar as coisas futuras (Dt 18.21,22). Deus sempre quis
que 0 ser humano conhecesse a sua vontade e somente Ele sabe o que é bom para
as suas criaturas. Por isso, é importante aprender e ficar inteirado nas
Sagradas Letras.
O
ministério de Jesus se baseava numa trilogia: pregar 0 evangelho, ensinar,
curar enfermos e libertar os oprimidos pelo diabo (Mt 4.23). Os nossos
pioneiros iniciaram o trabalho no Brasil seguindo esse padrão, e é assim que
procedemos ainda hoje. As duas principais palavras gregas usa das no Novo
Testamento para ensino são didachê, “instrução, ensino”, e di- daskalia,
“ensino, doutrina”. Essas palavras transmitem a ideia tanto do ato de ensinar
como a substancia do ensino. A primeira aparece para indicar os ensinos gerais
de Jesus (Mt 7.28; Jo 7.16,17) e também para a “doutrina dos apóstolos” (At 2.42).
A segunda possui o mesmo sentido (Mt 15.9; Mc 7.7). E nas epístolas pastorais
que elas aparecem com o sentido mais rígido de crenças ou corpo doutrinai da
igreja (Tt 1.9).
O
ensino de Jesus abrange valores espirituais, são instruções que abrangem vários
aspectos da vida, na área social e espiritual, contribuem na construção de uma
sociedade piedosa e civilizada, libertam 0 homem da ignorância e da cegueira e
protegem os cristãos de serem levados por “todo o vento de doutrina”, como
escreveu o apóstolo Paulo “para que não mais sejamos como crianças, arrastados
pelas ondas e levados de um lado para outro por qualquer vento de doutrina,
pela artimanha das pessoas, pela astúcia com que induzem ao erro” (Ef 4.14).
Deus tem interesse no bem-estar social e espiritual do ser humano, e 0 Senhor
Jesus Cristo, ainda hoje, escolhe homens e mulheres para o exercício desse
sublime ministério. Fazer discípulo não é a mesma coisa que fazer membro de
igrejas. O discipulado não é opção, é mandamento divino para a edificação e
crescimento espiritual de cada cristão. Isso, por si só, já revela a
importância do ensino no ministério.
TENDO AS ESCRITURAS COMO 0 FUNDAMENTO
As
religiões mundiais e seus movimentos dissidentes delas possuem di versos
escritos sagrados. No cristianismo, a fonte de autoridade é a Bíblia Sagrada. A
autoridade bíblica deriva sua origem em Deus, o que nos permite chamar a Bíblia
de a Palavra de Deus. Isso encerra a superioridade das Escrituras como plena e
total garantia de infalibilidade, mas não falta quem, indevidamente, reivindica
essa mesma autoridade, ou até mais que as Escrituras.
Como
Timóteo, nós sabemos que temos aprendido da Bíblia por meio da igreja, visto
que a Escola Bíblica Dominical é sua maior agência de ensino. Nossas crenças e
práticas se fundamentam na Palavra de Deus, não existe fonte mais segura.
Precisamos manter na Palavra de Deus, primeiro, porque essa é a vontade de Deus
e porque ela é inspirada por Deus: “Toda a Escritura e inspirada por Deus e útil
para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça,
a fim de que o servo de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda
boa obra” (2 Tm 3.16,17). Nenhuma literatura no mundo possui essa prerrogativa.
Muçulmanos e mórmons
O
islamismo rejeita a Bíblia. Don McCurry, que serviu como missionário durante
vinte anos entre os muçulmanos, afirma que, entre 95 e 150 anos depois da morte
de Maomé, os teólogos islâmicos, em debates com cristãos, descobriram grandes
disparidades entre os seus relatos e os bíblicos.148 Os teólogos islâmicos descobriram
que 0 Alá do Alcorão não é o mesmo Javé do Antigo Testamento e o Jesus do
Alcorão não é o mesmo do Novo Testamento. A mensagem da Bíblia é uma, e a do
Alcorão é outra. Não podendo aceitar 0 equívoco do seu profeta, resolveram
ensinar que a Bíblia foi falsificada por judeus e cristãos.149
No
entanto, não há registro de que Maomé e os califas ortodoxos, alguma vez,
tivessem atacado a Bíblia. O Alcorão parece reconhecer a autenticidade das
Escrituras Sagradas dos judeus e cristãos: “E depois deles (profetas), enviamos
Jesus, filho de Maria, corroborando a Tora que o precedeu; e lhe concedemos o
Evangelho, que encerra orientação e luz, corroborante do que foi revelado na
Tora e exortação para os tementes” (Alcorão, 5.46); “É impossível que este Alcorão
tenha sido elaborado por alguém que não seja Deus. Outrossim, é a confirmação
das (revelações) anteriores a ele e a elucidação do Livro indubitável do Senhor
do Universo” (Alcorão, 10.37).
Os
termos “profetas” e “revelações” entre parênteses são interpolação do tradutor,
e não se trata, portanto, de glosas acrescidas por nós. Na primeira passagem
corânica, se afirma que Jesus e o Evangelho confirmam a Torah, uma referência à
Lei de Moisés. A segunda relata ser o Alcorão a confirmação das revelações anteriores,
ou seja, as Escrituras Sagradas dos judeus e cristãos. O versículo encerra
chamando a Bíblia “Livro indubitável do Senhor do Universo”.
Os
mórmons afirmam acreditar na Bíblia, mas com certas restrições. O artigo 8 das
suas Regras de Fé declara: “Cremos ser a Bíblia a palavra de Deus, 0 quanto
seja correta sua tradução; cremos também ser 0 Livro de Mórmon a palavra de
Deus”. Mas, no livro Regras de Fé, de James E. Talmage, no qual explica suas
confissões de Fé, afirma: “Não há e não pode haver uma tradução absolutamente
fidedigna desta e de outras Escrituras”. Mais adiante, na mesma página, ele
recomenda que os mórmons leiam a Bíblia distinguindo “entre a verdade e os
erros dos homens”. Isso mostra ser a restrição, “quanto seja cor reta a sua
tradução”, nada mais que uma maneira sutil de dizer que não creem na Bíblia. O
Livro de Mórmon chama de néscios os que procuram a Bíblia: “Tu, tolo, dirás:
Uma Bíblia; temos uma Bíblia e não necessitamos mais de Bíblia! Teríeis obtido
uma Bíblia, se não fosse pelas mãos dos judeus?” (2 Nefi 29.6).
As testemunhas de Jeová
O fato
de afirmar, simplesmente, que reconhece a Bíblia como a Palavra de Deus em si
mesma não é 0 bastante, pois há grupos que defendem essa crença, mas são
unitaristas, como as testemunhas e Jeová e unicistas e como a Voz da Verdade. A
questão delas em relação à Bíblia é diferente, nenhuma delas nega a inspiração
divina e a autoridade bíblica, 0 problema é que a autoridade espiritual delas,
como as testemunhas de Jeová, são as publicações de sua religião,
principalmente a revista A Sentinela. E muito comum ver as testemunhas de Jeová
nas praças e nas esquinas, oferecendo a quem interessar um “Curso Bíblico
Gratuito”, na verdade, trata-se de um curso sobre A Sentinela. Elas acreditam
que ninguém no mundo, qualquer que seja 0 seu grau de instrução ou de erudição,
jamais poderá compreender a Bíblia sem a ajuda da A Sentinela.150
Finalizamos reafirmando 0 que vem sendo dito
desde 0 primeiro capítulo. A Apologética Cristã apresenta a resposta a todo
sistema anticristão. O centro desse debate é Deus, seu Filho Jesus Cristo e a
Bíblia. Essa resposta, segundo 0 apóstolo Pedro, deve ser “com mansidão e
temor”, mesmo àqueles que nos criticam e blasfemam contra 0 nosso modus
vivendi: “Mas façam isso com mansidão e temor, com boa consciência, de modo
que, naquilo em que falam mal de vocês, fiquem envergonhados esses que difamam
a boa conduta que vocês têm em Cristo ” (v. 16).
O nosso
objetivo com a apologética é equipar o povo de Deus com argumento bíblico para
que cada um possa conhecer e defender a sua fé, ajudar os seus irmãos,
principalmente os novos convertidos, na compreensão da Bíblia e, além disso,
permanecer fiel até o fim (Ap 3.11). Portanto, continua sendo a tarefa da
igreja atual “exortá-los a lutar pela fé que uma vez por todas foi entregue aos
santos” (Jd 3), para manter os cristãos “na doutrina dos apóstolos” (At 2.42).
EM DEFESA DA FÉ
CRISTÃ
Ezequias Soares
As heresias afetam os pontos principais da fé
cristã, isso no que diz respeito à Trindade: Deus Pai, o Senhor Jesus Cristo e
o Espírito Santo; ao ser humano: natureza, pecado, salvação, origem e destino;
aos anjos; à igreja e às Escrituras Sagradas. Esses movimentos religiosos estão
dividindo igrejas e separando famílias, rompendo com os valores ortodoxos do
cristianismo evangélico. As principais doutrinas da íé cristã precisam ser
preservadas e os crentes são chamados para essa responsabilidade. Esses pontos
são inegociáveis e jamais devemos ceder um milímetro sequer.
O pastor e teólogo Esequias
Soares, desenvolveu os treze capítulos deste livro em uma estrutura didática:
os fundamentos bíblicos, as heresias relativas a cada ponto doutrinário, a
reação da igreja e a refutação aos argumentos de seus heresiarcas c seguidores.
Quando refutamos as heresias, estamos evangelizando e também defendendo o
rebanho de Cristo dos erros doutrinários das crenças heterodoxas.
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