TEXTO
ÁUREO
”Não se fará mal nem
dano algum em todo o monte da minha santidade, porque a terra se encherá do
conhecimento do SENHOR, como as águas cobrem o mar.”
(Is 11.9)
VERDADE
PRÁTICA
O Deus de Abraão, de
Isaque e de Jacó governa soberanamente o seu povo. Ele está no meio do seu
povo.
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
Ezequiel
48.30-35
30 – E estas são as saídas da cidade, desde a
banda do norte: quatro mil e quinhentas medidas.
31 – E as portas da cidade serão conforme os
nomes das tribos de Israel: três portas para o norte: a porta de Rúben, uma, a
porta de Judá, outra, a porta de Levi, outra;
32 – da banda do oriente, quatro mil e
quinhentas medidas e três portas, a saber: a porta de José, uma, a porta de
Benjamim, outra, a porta de Dã, outra;
33 – da banda do sul, quatro mil e quinhentas
medidas e três portas: a porta de Simeão, uma, a porta de Issacar, outra, a
porta de Zebulom, outra;
34 – da banda do ocidente, quatro mil e
quinhentas medidas e as suas três portas: a porta de Gade, uma, a porta de
Aser, outra, a porta de Naftali, outra.
35 – Dezoito mil medidas em redor; e o nome da
cidade desde aquele dia será: O SENHOR Está Ali.
PLANO
DE AULA
1-
INTRODUÇÃO
Concluiremos a lição deste trimestre estudando
os aspectos da Jerusalém no Milênio. Por isso, o primeiro tópico apresenta a
cidade de Jerusalém no Milênio. O segundo tópico elenca os nomes das doze
tribos e o propósito deles no Milênio. E, finalmente, o terceiro tópico mostra
<<o Senhor está Ali” como o novo nome da cidade. Veremos que essa lição
encerra todo o desenvolvimento das profecias do livro de Ezequiel que estudamos
neste trimestre.
2-
APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A)
Objetivos da Lição:
I) Apresentar a cidade de Jerusalém no Milênio;
II) elencar os nomes das doze tribos no
Milênio;
III) Mostrar que a expressão “o Senhor está
Ali” é o novo nome da cidade.
B) Motivação: Que tipo
de cidade a Jerusalém do Milênio será? Haverá um palácio real? É uma cidade
simbólica ou literal?
C) Sugestão de Método: Antes de
iniciar a lição desta semana, faça uma revisão de todo o trimestre com a
classe. Destaque os temas que os alunos mais reagiram ao longo do trimestre.
Procure mostrar o quanto que o assunto tem lógica, ordem. Faça com que os seus
alunos percebam o todo do livro de Ezequiel e o correlacione com o tema do
trimestre: ”A Glória e a Justiça de Deus: A Igreja e a Convocação do Profeta
Ezequiel para um Despertamento Espiritual”
3-
CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Esta
lição diz respeito à esperança cristã. Procure aplicar esta lição, aborda do a
o assunto da esperança cristã. Lembre-se de que em 1 Coríntios 13.13, a
esperança é apresentada como uma das grandes virtudes cristãs, ao lado da fé e
do amor.
4-
SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A)
Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa
revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à
Lições Bíblicas Adultos. Na edição 92, p.42, você encontrará um subsídio
especial para esta lição.
B)
Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você
encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto
”Atentemos para o Reino Futuro” amplia o assunto da nova cidade no Milênio; 2)
O texto ”O Senhor Está Ali” aprofunda o sentido do novo nome da cidade.
INTRODUÇÃO
Vimos, na primeira lição do trimestre, que o
livro de Ezequiel antecipa a tradição apocalíptica nas Escrituras. O livro de
Ezequiel começa com a visão da glória de Javé e conclui com a descrição da
glória de Deus na Jerusalém glorificada. Não é possível compreender o livro de
Apocalipse sem os oráculos de Ezequiel. Encontramos abundantes dados cruzados
nesses dois livros e ambos são revelações sobre o fim dos tempos. A presente
lição encerra o trimestre estudando os aspectos da Jerusalém do Milênio.
Palavra-Chave: SENHOR
AUXÍLIO TEOLÓGICO
ATENTEMOS PARA O REINO FUTURO
“O
livro de Ezequiel começa a descrevendo a santidade de Deus, que Israel
menosprezou e ignorou. Como resultado, a presença de Deus partiu do Templo, da
cidade e da vida do povo. O livro termina com uma visão detalhada do novo
Templo, da nova cidade e do novo povo, todos demonstrando a santidade de Deus.
As pressões diárias da vida podem nos fazer focar o presente, o aqui e agora, e
levar-nos a esquecer de Deus. E por isso que a adoração é tão importante; tirar
nossos olhos de nossas preocupações atuais, a fim de que atentemos para a
santidade de Deus e para seu Reino futuro. A presença de Deus torna tudo
glorioso, e a adoração nos leva à sua presença” (Bíblia de Estudo Aplicação
Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.1087).
AMPLIANDO O CONHECIMENTO
O REINO MILENIAL DE CRISTO
O
reino milenial de Cristo introduzirá a manifestação eterna da glória do
Cordeiro de Deus. Sem a doutrina bíblica do Milênio, não teríamos nenhuma
ligação entre a história e a ordem eterna de Deus. Esta era de ouro não será
apenas a forma de Deus estabelecer vínculos históricos, mas também restituirá
ao homem por meio do Deus-homem, Jesus Cristo, o domínio perdido pela queda de
Adão. O Messias será engrandecido como o Filho de Davi; Ele ocupará o trono de
Davi e reinará sobre a casa de Davi a partir da cidade de Davi: Jerusalém. Leia
mais em Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica, CPAD, p.320).
AUXÍLIO TEOLÓGICO
O SENHOR ESTÁ ALI
”O
livro de Ezequiel termina com a grande promessa de que, um dia, Deus habitará
eternamente com seu povo: promessa está repetida em Ap 21.3: ‘Eis aqui o
tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará’. A maior bênção para
nós, como povo de Deus, é termos Deus em nosso meio; esta é a essência da
alegria e da felicidade. Como resultado da presença eterna de Deus, nunca mais
o crente sofrerá tristeza, desprazer e aflições, como aqui neste mundo (Ap
21.4). Esta é a nossa suprema visão é esperança enquanto aguardamos o dia da
vinda do nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo” (Comentário Bíblico Beacon:
Isaías a Daniel. Vol. 4. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, pp.487).
CONCLUSÃO
O apóstolo Paulo ensina que com a queda de
Israel veio a salvação para os gentios, o que não diremos com a sua plenitude!
(Rm 11.12) As bênçãos anunciadas nas profecias de Ezequiel não se restringem
apenas ao povo judeu, elas são extensivas a toda a terra. É importante
salientar que nós já estamos sendo abençoados, como Igreja, pela presença do
Espírito Santo em nossas vidas.
CPAD –A Glória e a
Justiça de Deus – A Igreja e a Convocação do Profeta Ezequiel para um
Despertamento Espiritual
| Lição 13: O Senhor
está Ali
O livro de Ezequiel termina
com as fronteiras da terra prometida, a partilha dos territórios entre as
tribos de Israel e a Jerusalém milenial. Os limites geográficos são descritos
em Ezequiel 47.13-20. O capítulo 48 começa com a partilha da terra entre sete
tribos, as quais recebem como herança a parte norte (48.1-7), e as outras cinco
tribos recebem a parte sul (48.23-29). O santuário, os sacerdotes, os levitas e
o príncipe se localizam no centro (48.8-22). Esse novo plano lembra a partilha
anunciada por Moisés em Números 34 e implantada por Josué depois de suas
conquistas. As promessas de Deus feitas a Abraão concernentes à possessão da
terra aos filhos de Israel não perderam a validade (Gn 15.7, 18-21; 17.8).
O profeta conclui o oráculo iniciado no
capítulo 40 com a descrição da cidade milenial de Jerusalém (48.30-35). O livro
de Ezequiel começa com a visão da glória de Javé Deus e conclui com a descrição
da glória de Deus na Jerusalém glorificada. O profeta viu em visão a glória de
Deus partindo e retornando depois da restauração de Israel e finaliza o livro
com o próprio Deus no meio do seu povo. Encontramos abundantes dados cruzados
em Ezequiel e Apocalipse, e ambos são revelações sobre o fim dos tempos.
Ezequiel antecipa a tradição apocalíptica nas Escrituras. Não é possível
compreender o livro de Apocalipse sem os oráculos de Ezequiel. O nome “O Senhor
Está Ali” se explica porque no milênio toda a terra se converterá no lugar
santíssimo do tabernáculo e do templo de Salomão.
48.30-35
30 — São estas as saídas da cidade: do lado
norte, que mede dois mil duzentos e cinquenta metros, 31 três portões: o portão
de Rúben, o de Judá e o de Levi, sendo que os portões da cidade terão os nomes
das tribos de Israel; 32 do lado leste, dois mil duzentos e cinquenta metros e
três portões, a saber: o portão de José, o de Benjamim e o de Dã; 33 do lado
sul, dois mil duzentos e cinquenta metros e três portões: o portão de Simeão, o
de Issacar e o de Zebulom; 34 do lado oeste, dois mil duzentos e cinquenta
metros e os seus três portões: o portão de Gade, o de Aser e o de Naftali. 35 O
contorno será de nove quilômetros. E o nome da cidade desde aquele dia será: “O
Senhor Está Ali”.
Essa seção final da profecia é um suplemento
não somente do capítulo, mas também do próprio livro. Há certa similaridade
entre a visão de Ezequiel e a do apóstolo João no livro de Apocalipse, na
linguagem e no conteúdo. Mas é importante que o estudante da Palavra de Deus
saiba distinguir a diferença entre a Jerusalém do milênio e a Nova Jerusalém do
mundo vindouro.
48.30a Apesar
de o nome da cidade não ser mencionado, o contexto deixa claro que se trata de
Jerusalém: São estas as saídas da cidade. O termo hebraico para “saídas”, tôtsāʾôth, do verbo yātsāʾ, “sair, vir para fora, avançar”,
aparece somente uma vez em Ezequiel e é usado no livro de Números, traduzido
por “saídas” (Nm 34.4, 5, 8, 9, 12, NAA, ARC, ARA), mas o sentido é de
“limites, extremidades”. A Tradução Brasileira (TB) emprega “extremidade”
no versículo 4, e não o termo nos versículos seguintes. Como o profeta usa
outra palavra para “saídas” (42.11; 44.5), môtsāʾ, “ato de sair, local de saída”,
muitos expositores do Antigo Testamento acham que “saídas”, apesar de
semanticamente correto, não se ajusta bem nesse contexto.
A ideia, segundo alguns, seria “estas são as extremidades da cidade”, mas
“saídas” é a forma familiar e mais tradicional, mantida na Septuaginta e nas
nossas versões da Bíblia.
A descrição da cidade de Ezequiel revela ser ela
quadrada, porque a medida é igual nos quatro lados: “Estas serão as suas
dimensões: o lado norte, de dois mil duzentos e cinquenta metros, o lado sul,
de dois mil duzentos e cinquenta metros, o lado leste, de dois mil duzentos e
cinquenta metros, e o lado oeste, de dois mil duzentos e cinquenta metros”
(48.16). Nessa visão suplementar, ele fala de quatro lados descritos no sistema
horário: norte, leste, sul e oeste, um tipo da Nova Jerusalém (Ap 21.16). A
extensão de cada lado é de “quatro mil e quinhentas canas” (ARC, TB), ou
“quatro mil e quinhentos côvados” (ARA). A cidade de Jerusalém, levando em
conta todos os seus períodos históricos, nunca teve a sua área territorial e
nem a sua arquitetura quadrada. O que o Profeta está revelando é algo novo até
então, é uma figura da Nova Jerusalém do mundo vindouro.
48.31 A palavra profética anuncia que
os portões da cidade terão os nomes das tribos de Israel. Os patriarcas Abraão,
Isaque e Jacó aparecem com frequência nas Escrituras como representantes e
fundadores da nação de Israel. Em outras vezes, são os nomes dos doze filhos de
Jacó que aparecem para representar as doze tribos de Israel. Desses três
patriarcas do Gênesis, Jacó foi o único em que não houve seleção dos filhos
para formar a nação de Israel. De Abraão, o filho escolhido foi Isaque (Gn
17.20, 21); de Isaque, o filho escolhido foi Jacó (Gn 25.23; Rm 9.10-13); de
Jacó, todos foram incluídos (Êx 1.1-6). Os doze filhos de Jacó deram os seus
nomes aos doze territórios na terra de Canaã, durante a partilha da terra sob a
liderança de Josué (Js 14.1-3). Assim, o propósito desses doze nomes dos filhos
de Jacó como representantes da nação está claro também no éfode sacerdotal:
“Coloque as duas pedras nas ombreiras da estola sacerdotal, por pedras de
memória aos filhos de Israel; e Arão levará esses nomes sobre os seus ombros,
para memória diante do Senhor” (Êx 28.12). O nome nas doze portas da Jerusalém
milenial bem como na Nova Jerusalém (Ap 21.12) tem por propósito a memória dos
filhos de Israel.
A Jerusalém histórica do período de Ezequiel e
Jeremias possuía pelo menos sete portas segundo o livro de Jeremias: a Porta do
Povo (17.19), a Porta do Sol (19.2), a Porta de Benjamim (20.2; 37.13; 38.7), a
Porta da Esquina (31.38), a Porta dos Cavalos (31.40), a Porta do Meio (39.3) e
a Porta entre os Muros (52.7). Alguns acham intrigante o projeto da visão de
Ezequiel, o formato quadrado, o templo no centro e as doze portas, visto não
haver paralelo no Antigo antes de Ezequiel. Block comenta: “Um notável análogo
extrabíblico para o presente projeto é encontrado na torre do templo babilônico
de Maduque, Etemananki, cujo recinto sagrado era também projetado com um
quadrado, acessível por meio de doze portas”.119
O formato
dos muros da cidade de Babilônia era quadrado, e sua área era dividida pelo rio
Eufrates com a maior parte localizada no lado oriental do rio, dentro da
muralha de dimensão, conforme planta. No centro da parte oriental, estava o
complexo arquitetônico mais importante da cidade, o templo escalonado
Etemananki,120 que era o santuário de Marduque, divindade nacional de
Babilônia. Esse templo, um zigurate,121 ficava no centro de um quadrado de
aproximadamente 460 x 410 metros.122 A principal porta da Babilônia era o
Portão de Ishtar.
Nessa região estava Ezequiel entre os exilados
de Babilônia. Ele devia conhecer bem a cidade, onde vivia entre os judeus
exilados, e também o templo e a cidade de Jerusalém, pois era sacerdote e um
dos deportados da cidade (1.1-3). Deus é a fonte da revelação, da inspiração da
visão e da mensagem de Ezequiel. Os oráculos foram entregues ao Profeta, seja
por imagem ou som; isto é, visão ou palavra, tudo veio de Javé (1.3; 3.14;
8.1-3). Apesar de ser literal a descrição da cidade, é uma figura da Nova
Jerusalém (Ap 21.10- 13), cujo arquiteto e construtor é o próprio Deus (Hb
11.10).
48.30b-34 Qual o critério para a ordem
dos nomes das tribos de Israel? Essa é a pergunta de 1 milhão de dólares. A
extensão do lado norte mede dois mil duzentos e cinquenta metros; nele estão
três portões: o portão de Rúben, o de Judá e o de Levi, nomes dos três filhos
que Jacó teve com Leia (Gn 29.32-34). A extensão do lado leste é a mesma do
lado norte e traz os três portões, a saber: o portão de José, o de Benjamim e o
de Dã. José e Benjamim são filhos de Jacó com Raquel (Gn 30.22-25; 35.16-18),
mas Dã é filho de Jacó com uma serva de Raquel, Bila (Gn 30.3-6). A medida da
extensão do lado sul é a mesma, e os portões são também três: o portão de
Simeão, o de Issacar e o de Zebulom, estes os três últimos filhos que Jacó teve
com Leia (Gn 29.33; 30.17-21). Do lado oeste estão o portão de Gade, o de Aser
e o de Naftali. Gade e Aser são filhos de Jacó com a serva de Leia, Zilpa (Gn
30.9-23), sendo que Naftali é filho de Bila, serva de Raquel (Gn 30.7, 8). Pelo
relato do nascimento dos filhos, parece que o critério das mães deles é a
melhor explicação da ordem dos nomes, mas ainda não é algo conclusivo, uma vez
que o nome de Dã, filho de uma concubina, ao lado dos filhos de Leia, José e
Benjamin, quebra esse raciocínio.
Há cerca de 20 listas dos filhos de Jacó e das
respectivas tribos de Israel no Antigo Testamento, mas não existe nenhum
padrão. Por exemplo, a lista com os quatro primeiros nomes, Rúben, Simeão, Levi
e Judá, segue a ordem de nascimento (Gn 35.22-27; 46.8-27; 49.3-27; Êx 1.1-6).
Outras listas divergem a partir do quinto nome (Nm 1.5-17; 13.4-16). O nome de
Levi não aparece nas listas de Números. Os nomes de José, Manassés e Efraim, às
vezes, aparecem juntos; outras vezes, José não aparece, mas é apresentado pelos
seus dois filhos, como também Efraim separado de José e Manassés.
Veja, nas duas últimas listas (Nm 1.5-17; 13.4-16),
o nome de José junto a um dos seus filhos. Os levitas não estão na lista de
Números 1.5-17, pois se trata de um alistamento para a guerra, nem na lista de
Números 13.416, que fala dos líderes representando cada tribo de Israel quando
foram enviados como espias na terra de Canaã. A única lista dessas tribos do
Novo Testamento está no livro de Apocalipse: 4 (...) Eram cento e quarenta e
quatro mil, de todas as tribos dos filhos de Israel. 5 Da tribo de Judá foram
marcados com selo doze mil; da tribo de Rúben, doze mil; da tribo de Gade, doze
mil; 6 da tribo de Aser, doze mil; da tribo de Naftali, doze mil; da tribo de
Manassés, doze mil; 7 da tribo de Simeão, doze mil; da tribo de Levi, doze mil;
da tribo de Issacar, doze mil; 8 da tribo de Zebulom, doze mil; da tribo de
José, doze mil; da tribo de Benjamim foram marcados com selo doze mil (Ap
7.4-8).
É notória nesta listagem das doze tribos de
Israel a ausência de dois nomes: Efraim e Dã. Efraim está representado em José,
permanecendo Manassés. Isso é perfeitamente compreensível. Para esse trio,
José, Manassés e Efraim, às vezes, no Antigo Testamento aparecem esses
arranjos. Compare as listagens de Números 1.5-17 com 13.4-16. A ausência de Dã
é justificada desde o segundo século por Irineu de Lião, falecido em 202 d.C.,
quando menciona uma interpretação rabínica anterior ao aparecimento de Cristo,
declarando que o anticristo seria procedente da tribo de Dã. Isso é dito com
base em Gênesis 49.16 e 17, onde se diz que Dã julgará Israel, mas, como
serpente, trairá o povo; e em Jeremias 8.16, 17. Beale comenta: “Outros sugerem
que Dã é omitido por causa da tradição judaica que espera que o anticristo
venha dessa tribo”.123 Essa interpretação está documentada em Irineu, Contra
Heresias, 5.30.2.124 Talvez seja esta a razão de a tribo de Judá encabeçar a
listagem em Apocalipse 7.5, uma vez que esta é a tribo da qual veio o Messias
(Gn 49.10; Mt 1.1). Davi pertence à tribo de Judá (1Cr 2.10-15). A lista de
Ezequiel é completa e se refere aos territórios dessas tribos no milênio, ao
passo que a de Apocalipse se refere a um grupo de 144 mil “de todas as tribos
dos filhos de Israel” (Ap 7.4) na Grande Tribulação (Ap 7.14), antes do
milênio.
48.35 E o nome da
cidade desde aquele dia será: “O Senhor Está Ali”. Esse é o novo nome da Cidade
de Jerusalém depois de sua purificação e restauração espiritual, sem deixar
lembranças da idolatria, prostituição e violência. Assim foi quando a glória de
Deus encheu o tabernáculo e Moisés o consagrou (Êx 40.34.35), e isso se repetiu
quando o rei Salomão inaugurou o templo em Jerusalém (2Cr 7.1, 2). No milênio,
essa glória se estenderá por sobre toda a terra: “Santo, santo, santo é o
Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória” (Is 6.3).
Segundo Ezequiel, Jerusalém é o centro da
terra (5.5), a cidade mais importante (Sl 48.1, 2); afinal, nela está a
habitação de Deus (1Rs 8.13), nela fomos reconciliados com Deus pela morte de
Jesus (Lc 24.46, 47) e o seu retorno será para ela (Zc 14.4-8). É uma cidade
sem paralelo na história. O primeiro nome da cidade de Jerusalém é Salém (Sl
76.2), que significa “paz” (Hb 7.2), desde os dias do patriarca Abraão (Gn
14.18). Apesar de toda essa glória, ela foi também palco de cruentas guerras,
de derramamento de sangue, violência, injustiça social, prostituição, idolatria
e apostasia generalizada, o que levou Javé a castigar seus moradores e reduzi[1]la
a ruínas e desolações ao longo dos séculos. Ela foi chamada também de Jebus (Jz
19.10), que esteve sob o domínio dos jebuseus, e só foi conquistada por Davi
após alguns séculos da conquista de Canaã, ficando assim conhecida por Cidade
de Davi (2Sm 5.6, 7). Ela é também designada de Sião e Ariel (Is 2.3; 29.1, 2).
Jerusalém é o nome mais conhecido e significa “cidade de paz”. Mas Deus preservou os remanescentes para
neles cumprir a sua promessa, fazendo jus ao nome original: Paz, Salém!
Esse nome, contudo, não aparece no suplemento
da profecia de Ezequiel; a cidade é identificada pelas características ali
apresentadas. e nem no milênio é mencionado em Apocalipse (Ap 20.1-6). Ela é
caracterizada em Apocalipse como “arraial dos santos, a cidade amada” (Ap
20.9). Toda a terra será o santuário de Deus, e nisso ele será reconhecido como
Yahweh Shammah, “Javé Samá”, isto é, “O Senhor Está Ali” (v. 35). As bênçãos
anunciadas nas profecias de Ezequiel não se restringem apenas ao povo judeu;
elas são extensivas a toda a terra.
Há três diferentes palavras hebraicas no
Antigo Testamento para “Deus”: ’ēl, ’elōah e ’ĕlōhîm. A Septuaginta emprega o
termo grego theos, “Deus”, para esses três vocábulos. Eles aparecem como nome
pessoal do Deus de Israel e também como apelativos quando se referem aos deuses
nas nações, razão pela qual costumamos empregar a expressão “nomes genéricos”.
Mas o Antigo Testamento emprega outros nomes para identificar o Deus Javé de
Israel, são eles: ‘elyôn, “Altíssimo”; shadday, “Todo-poderoso”, e ’ădhonāy,
“Senhor”. Javé é o nome pessoal do Deus de Israel e é escrito pelas quatro
consoantes hebraicas יהוה
,YHWH — o Tetragrama. Segundo ainda a Encyclopaedia Judaica, a pronúncia do Tetragrama
nunca se perdeu: A verdadeira pronúncia no nome YHWH nunca foi perdida. Vários
escritores gregos primitivos da Igreja Cristã testificam que o nome era
pronunciado “Yahweh”. Isso é confirmado, pelo menos pela vogal da primeira
sílaba do nome, pela forma curta Yah, que, às vezes, é usada na poesia (por
exemplo, Êx 15.2) e o - yahu ou -yah que servem como final de sílaba em muitos
nomes hebraicos. Na opinião de muitos eruditos, YHWH é uma forma verbal da raiz
hwh, que é uma variante mais antiga da raiz hyh, “ser”. A vogal da primeira
sílaba mostra que o verbo é usado na forma de um futuro presente causativo
hiph‘il, e deve, portanto, significar “ele causa a ser, ele traz à existência”.
A explicação do nome como é dado em Êxodo 3.14, Eheyeh-Asher-Eheyeh, “Eu Sou o
Que Sou”, oferece uma etimologia popular, comum na explicação bíblica dos
nomes, mais do que uma estritamente científica.125
Os nomes de
Deus não são apenas um apelativo ou simplesmente uma identificação pessoal, mas
são inerentes à sua identidade e natureza e revelam suas obras e atributos. Não
é meramente uma distinção dos deuses das nações pagãs. O nome revela o poder, a
grandeza e a glória do Deus Todo-Poderoso, além de mostrar seus atributos. A
Bíblia também emprega o nome hebraico shēm, “nome”, para Deus como nome
próprio: “para de lá trazer a arca de Deus, diante da qual se invoca o Nome, o
nome do Senhor dos Exércitos” (2Sm 6.2); ou com o artigo, há-shēm, “o filho da
mulher israelita blasfemou o Nome, e praguejou” (Lv 24.11, TB).
A Bíblia nos mostra com clareza que Deus se
deu a conhecer, nos tempos do Antigo Testamento, por vários nomes inerentes à
sua natureza e à circunstância de sua revelação. Para Abraão, ele apareceu como
a provisão para o sacrifício em lugar de Isaque, seu filho, com o nome Yahweh
Yirʾēh, ou Javé Jirê, que significa
“O Senhor Proverá” (Gn 22.14); e, prometendo livrar os filhos de Israel
daquelas pragas e enfermidades que sobrevieram aos egípcios, ele
se manifestou como Yahweh Rāfāʾ, “Javé Rafá”, isto é, “O Senhor
que Sara” (Êx 15.26); numa época de angústia, nos dias difíceis dos juízes de
Israel, ele apareceu a Gideão como Yahweh Shālôm, isto é, “O Senhor é paz” (Jz
6.24); para todos que peregrinam sobre a terra, ele se apresenta como Yahweh Roʿy, que significa “O Senhor é meu
pastor” (Sl 23.1). Mas o nome divino Yahweh Shammah, “Javé Samá”,
isto é, “O Senhor Está Ali” (v. 35), é o novo nome dado à cidade no milênio; o
objetivo é dissociar o nome de Jerusalém dos pecados do passado.
____________________________________________________________
119
BLOCK, Daniel. Ezequiel – capítulos 2 a 48. São Paulo: Cultura Cristã, 2012, p.
664. 120 Etimananki é um termo sumério que significa “templo da fundação do céu
e da terra”. 121 O termo “zigurate” vem do acádico ziqquaratu, que significa
“pináculo” e designa também o topo de uma montanha. Os zigurates eram
gigantescos edifícios, torres[1]templos
sagrados, na antiga Babilônia. A Torre de Babel é um típico zigurate (Gn 11.1-
11). 122 MARZAH, Joachim. La Puerta de Ishtar en Babilonia. Berlin: Staatliche
Museen zu Berlin, s/d, p.37; FINKEL, I. L. and SEYMOUR, M. J. Babylon – Myth
and Reality. London: The British Museum Press, 2009, p. 48. 123 BEALE, G. K.
The Book of Revelation – The New International Greek Testament Commentary.
Grand Rapids, Michigan, USA / Cambridge, U.K.: The Paternoster Press, 1999, p.
420. 124 LIÃO, Irineu de. Contras as heresias. São Paulo: Paulus, 1995, p.
599.& 125 SKOLNIK, Fred (editor in chief) & BERENBAUM, Michael
(executive editor). Encyclopaedia Judaica, vol. 7. Detroit, New York, San
Francisco, New Haven, Conn, Waterville, Maine, London: Keter Publishing House,
2007, p. 675.
A Glória
e a Justiça de Deus – A Igreja e a Convocação do Profeta Ezequiel para um
Despertamento Espiritual
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