quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

Lição 06: Os Limites Para Um Bom Relacionamento

 

TEXTO ÁUREO

Que nenhum de vós padeça como homicida, ou ladrão, ou malfeitor, ou como o que se entremete em negócios alheios

1Pe 4:15

OBJETIVOS

Entender que é deselegante intrometer-se na vida alheia;

Compreender que a Bíblia condena a invasão em nome da fé;

Concluir que o respeito impõe limite à intimidade alheia.

TEXTO BÍBLICO BÁSICO

Atos 8.9-13,18-20

9 - E estava ali um certo homem chamado Simão, que anteriormente exercera naquela cidade a arte mágica e tinha iludido a gente de Samaria, dizendo que era uma grande personagem;

10 - ao qual todos atendiam, desde o mais pequeno até ao maior, dizendo: Este é a grande virtude de Deus.

11 - E atendiam-no a ele, porque já desde muito tempo os havia iludido com artes mágicas.

12 - Mas, como cressem em Filipe, que lhes pregava acerca do Reino de Deus e do nome de Jesus Cristo, se batizavam, tanto homens como mulheres.

13 - E creu até o próprio Simão; e, sendo batizado, ficou, de contínuo, com Filipe e, vendo os sinais e as grandes maravilhas que se faziam, estava atônito.

18 - E Simão, vendo que pela imposição das mãos dos apóstolos era dado o Espírito Santo, lhes ofereceu dinheiro,

19 - dizendo: Dai-me também a mim esse poder, para que aquele sobre quem eu puser as mãos receba o Espírito Santo.

20 - Mas disse-lhe Pedro: O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois cuidaste que o dom de Deus se alcança por dinheiro. ”

Deus abençoe

sua vida!

LPD Central Gospel - Tema: As leis Do Relacionamento

 



       Limites: Até onde posso ir?

  “O Senhor Deus colocou o homem no Jardim do Éden para cuidar dele e cultivá[1]lo. E o Senhor Deus ordenou ao homem: 'Coma livremente de qualquer árvore do jardim, mas não coma da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque no dia em que dela comer, certamente você morrerá.” Gênesis 2:15-17

  Obedecer às ordens de Deus sempre foi um problema para o ser humano, desde o Jardim do Éden. Embora o Senhor tenha lhe concedido liberdade, também estabeleceu limites, ou seja, ele poderia comer o fruto de qualquer árvore do jardim, menos da árvore do conhecimento do bem e do mal. Mas o homem escolheu ultrapassar os limites de Deus e, ainda hoje, prefere fazer a própria vontade. Por natureza, o homem pensa que tudo pode, como se fosse um deus, e vai estabelecendo suas próprias leis, segundo seus desejos.

   Deus tudo pode, mas existem coisas que Ele não permite por causa da sua Palavra. Ele não pode abençoar uma pessoa em atos que Ele não aprova. Ele não pode levar qualquer pessoa para o céu, se não for por meio de Jesus Cristo. E Deus tem que velar por sua Palavra. Ele é soberano, é Senhor e o ser humano não pode fazer tudo. Há limites estabelecidos pelo criador. A Bíblia nos mostra exemplos de homens que romperam os limites estabelecidos por Deus e pagaram caro por isso. Entre eles, podemos citar o rei Saul. Ele não conhecia os limites e, como rei, não podia exercer o ofício de sacerdote. Mas achava que estava acima de tudo e ultrapassou os limites impostos por Deus. Saiu da proteção divina e foi rejeitado pelo Senhor. Saul quebrou tantos limites divinos que, por fim, consultou uma médium e isso foi seu trágico fim. Pela desobediência de Adão e Eva, até hoje o homem paga caro. O resultado é a limitação dos seus dias na Terra, além de cansaço, dor, sofrimento, perseguição e o afastamento de Deus.

   Assim, como as cidades dos tempos bíblicos eram fortificadas por muros para se protegerem contra o inimigo, Deus coloca limites em nossas vidas para nossa proteção. Quando saímos fora do que o Senhor estabeleceu para nós, ficamos expostos a toda investida do diabo e corremos perigo a todo instante. Precisamos estabelecer limites em nossas vidas, para que muitos erros sejam evitados. Ademais, quem não sabe viver com limites, sempre encontrará adversários.

   Deus escreveu os Dez Mandamentos para que não vivêssemos numa terra sem lei. Por isso, há regras, para que sejamos felizes, dentro dos limites impostos pelo criador de todas as coisas. Que o Senhor nos abençoe sempre, para que saibamos viver dentro dos limites estabelecidos por Ele.

   Autor: Pr. Jorge Linhares

Limites: Sinal de Alerta no Relacionamento com Deus e o Próximo.

   Quando precisa-se analisar os limites do ser humano, depara-se com questões que não se podem compreender normalmente. Muitas das vezes se tem a capacidade de ultrapassar os limites físicos naturais, psicológicos e espirituais, mas não se tem força física, disposição mental, conhecimento para agir de acordo. Por outro lado, por vezes se é conhecedor de todos os trâmites possíveis para se transpor determinadas barreiras, ou seja, o lado intelectual é suficiente para agir e obter êxito, agindo com eficiência e eficácia para tal, mas devido às limitações naturais, interpessoais e ainda espirituais não se alcança o objetivo.

   Na Carta do Apóstolo Paulo aos Coríntios, no Capítulo 10 e versículos de 1 ao 18, veem-se claramente os limites dos homens para com os homens, de Deus para com os homens e dos homens para com Deus: “Além disto, eu, Paulo, vos rogo, pela mansidão e benignidade de Cristo, eu que, na verdade, quando presente entre vós, sou humilde, mas ausente, ousado para convosco; Rogo-vos, pois, que, quando estiver presente, não me veja obrigado a usar com confiança da ousadia que espero ter com alguns, que nos julgam, como se andássemos segundo a carne. Porque, andando na carne, não militamos segundo a carne” – versículos do 1 ao 3.

   Até Paulo na passagem bíblica acima, que compreendem os versículos 1-3 do cap.10; mostra que há limites para determinada ação quando se está perto, como também quando se está distante das pessoas (Limites homem x homem); A forma que pode agir em situações dessas estando próximo as pessoas, surti efeitos mais pertinentes ao fato, tendo em vista o momento da ação e reação de cada um.

  Já nos versículos de 4 à 11, se pode ver nitidamente o relacionamento limítrofe desse Apóstolo em relação às ordenanças de Deus, ou seja, não importa se as instruções e aconselhamentos são repassados à distância através de cartas ou presencialmente de forma verbal. O limite que se apresenta entre Deus e o homem nessa passagem, é fazer a vontade Daquele que o enviou, tendo como base as Escrituras Sagradas. Isso se vê claramente e mais especificamente no versículo 11 do mesmo capítulo, como segue:

   “Saibam tais pessoas que aquilo que somos em cartas, quando estamos ausentes, seremos em atos, quando estivermos presentes”.

   Quando se trata de entender o limite dado por Deus em relação aos homens, é oportuno se observar que em contrapartida o mesmo acontece (no tocante ao homem x Deus) à essa tomada de atitude, o homem apresenta a sua condição limitada e espiritualmente condicionada à fé, mas não a fé no seu poder próprio, porém, aquela baseada naquilo que Deus o confiou.

    Como exemplo dessa citação acima, se pode referir aos versículos 13 ao 18, onde se vê a dedicação total aos efeitos da verdadeira fé, voltadas ao Evangelho de Jesus e como efeitos das graças recebidas, sejam dadas glórias ao único que verdadeiramente é Digno de recebê-la , que é o todo Poderoso Deus.

    Lamentações 3:37 Quem é que fala e acontece, a menos que o Senhor o tenha ordenado?

 Jó 11:7

   “Você pode descobrir as profundezas de Deus? Você pode descobrir os limites do Todo-Poderoso?

  “não nos vangloriando além de nossa medida, isto é, no trabalho de outros homens, mas com a esperança de que, à medida que sua fé crescer, seremos, dentro de nossa esfera, ainda mais ampliados por você” – 2 Co 10.15

   Vale ficar para reflexão, que os limites para se ter um bom relacionamento com próximo e com Deus, devem ser baseados nas regras gerais criadas pelo homem para relacionarem-se entre si e também a individual que deve ser observada, a qual cria o limite de cada um independente das regras sociais e que demonstra também seus deveres e direitos. Já com Deus a regra básica a seguir é a Infalível Palavra de Deus que é o nosso guia de fé e prática e que nos dá o senso direcional de, até onde se pode ir para que se obtenha a salvação.

   Autor: Luiz Alberto Leal do Nascimento

   AH, NÃO! OUTRO LIVRO SOBRE RELACIONAMENTOS?

   As livrarias já estão entulhadas de livros e revistas sobre relacionamentos, para que, então, dar-se ao trabalho de ler o nosso? O que podemos oferecer de interessante tanto aos mais ingênuos quanto aos que já estão saturados? Queremos ressaltar as incríveis lentes exclusivas que Deus oferece aos seus filhos para analisar suas próprias vidas. Estas lentes o ajudarão a discernir entre pecado e graça nos seus relacionamentos. Sem elas, você permanecerá ingênuo ou se tornará cínico. Ao enfrentar problemas, você poderá contar apenas com a sabedoria e técnicas humanas que oferecem soluções a curto prazo, mas que não podem prometer mudanças pessoais e interpessoais duradouras. O erro fatal da sabedoria humana é a sua promessa de que você pode mudar seus relacionamentos sem ter que mudar a si mesmo. Quando essa perspectiva prevalece, você acaba se  contentando com muito menos do que Deus deseja para a sua vida e suas amizades. Como observou o autor cristão C. S. Lewis:

  Nosso Senhor considera nossos desejos não demasiadamente fortes, mas demasiadamente fracos. Somos criaturas perdidas, correndo atrás de álcool, sexo e ambições, desprezando a alegria infinita que se nos oferece, como uma criança ignorante que prefere continuar fazendo seus bolinhos de areia numa favela porque não consegue imaginar o que significa um convite para passar as férias na praia. Contentamo-nos com muito pouc0.1

   Em nossa sabedoria humana, nós nos contentaríamos com uma diminuição das tensões em nossos relacionamentos, mas Deus quer nos levar aos nossos limites para que possamos reconhecer a nossa necessidade de um relacionamento com ele e com os outros. Cada sofrimento que experimentamos em um relacionamento tem o propósito de nos lembrar da nossa necessidade dele. E cada alegria que vivenciamos tem o propósito de servir como metáfora para aquilo que podemos encontrar apenas nele. Citando C. S. Lewis mais uma vez, esse relacionamento vertical primário é o fundamento para tudo que a Bíblia fala sobre relacionamentos:

  Quando eu aprender a amar a Deus mais do que meus entes queridos, eu amarei meus entes queridos mais do que os amo agora. Mas se eu aprender a amar meus entes queridos em detrimento de Deus ou em vez dele, me aproximarei do ponto em que não terei amor nenhum pelos meus entes queridos. Quando colocamos o mais importante em primeiro lugar, aquilo que vem em segundo, não é reprimido, mas aumentado.2

  É bem provável que isto que Lewis descreve nem sempre seja evidente em sua vida. Tampouco é sempre evidente em nossa própria vida. Existem muitos indícios que revelam a nossa inclinação para reverter a ordem das nossas prioridades e colocar em primeiro lugar o que deveria vir em segundo. Essa é a razão pela qual

 - achamos difícil abrir mão de uma experiência de sofrimento:

- ficamos com raiva dos nossos filhos adolescentes que complicam a nossa vida

- assumimos uma atitude de defesa quando somos desafiados - evitamos encarar conflitos por medo

 - ostentamos uma atitude exageradamente política no trabalho

- nos contentamos com relacionamentos danificados que poderiam ser restaurados - fofocamos sobre outras pessoas

 - mentimos com medo da reação dos colegas

 - traímos nossas convicções a fim de agradar aos outros - procuramos relacionamentos confortáveis e evitamos relacionamentos difíceis

 - duvidamos de Deus quando nossos relacionamentos se tornam confusos

- invejamos os outros pelos seus relacionamentos - tentamos controlar os relacionamentos para satisfazer nosso desejo de segurança

 - explodimos de raiva quando alguém atrapalha os nossos planos - diante da decepção, vivemos em amargo isolamento.

  É por isso que o tema deste livro é tão importante. Todos nós precisamos entender com mais clareza o que significa colocar o mais importante em primeiro lugar e a maneira de como Jesus nos capacita a fazê-lo. Também precisamos entender as mudanças práticas, necessárias para criar uma nova agenda para nossos relacionamentos, e conhecer as medidas concretas que devemos adotar a fim de agradar a Deus.

  A PERSPECTIVA BÍBLICA SOBRE RELACIONAMENTOS

  Já que esse assunto é tão abrangente e tanto já foi escrito sobre ele, queremos começar com oito fatos bíblicos que resumem a forma como Deus quer que vejamos nossos relacionamentos. Esses fatos determinarão a forma como abordaremos tudo neste livro. Não os discutiremos separadamente em cada capítulo, mas eles servirão de base para o nosso modelo de um relacionamento saudável e sagrado.

VOCÊ FOI CRIADO PARA RELACIONAMENTOS

   Esse fato nos remete ao início. Ele faz as perguntas básicas: "Quem somos, e qual é a importância de nossos relacionamentos?" Em Gênesis 2.18, Deus diz que não é bom que o homem esteja "só". Essa afirmação tem mais a ver com o plano de Deus para a humanidade do que com a necessidade de Adão. Deus nos criou como seres relacionais porque ele é um Deus social. Dentro da Trindade, Deus vive em comunhão com o Pai, o Filho e o Espírito Santo, e ele criou a humanidade à sua imagem. Gênesis 2 não se refere primordialmente à solidão de Adão, mas revela a natureza com a qual Deus o criou. E porque Deus criou um ser social — projetado para viver em relacionamentos — a criação permanece incompleta sem um companheiro adequado. Apesar de Gênesis 2 tratar da questão de como homem e mulher se completam, suas implicações são mais amplas e abrangem todos os relacionamentos humanos. Além disso, a palavra "auxiliadora", usada aqui para Eva, fala, em toda a Bíblia, da natureza complementária de todos os relacionamentos humanos. A palavra "auxiliador" é empregada em primeiro lugar para descrever um companheiro, e não um colega de trabalho.

   Sabemos que isso é verdade porque a palavra "auxiliador" é, muitas vezes, usada para descrever a relação de Deus com o seu povo. Quando utilizada dessa forma, ela nunca se refere a Deus como nosso colega de trabalho ou empregado, mas sim a Deus como nosso supremo companheiro que acrescenta qualidades ao relacionamento que nós mesmos não podemos suprir (S1 27.9; 33.20-22). Assim sendo, Deus não está se referindo à carga de trabalho de Adão e, sim, ao fato de se tratar de um ser social que sente falta de um companheiro adequado. Assim como os seres humanos foram criados com uma necessidade vertical pelo companheirismo de Deus, também foram feitos para manter um companheirismo horizontal com outras pessoas. Gênesis 2 aponta para o fato de que os relacionamentos são um componente central daquilo que Deus projetou para você. Relacionamentos são tão importantes para Deus que a sua criatividade alcança o auge na criação de Eva. Juntos, Adão e ela, podem desfrutar da comunhão — vertical e horizontal — na presença do Deus vivo.

DE CERTA FORMA, TODOS OS RELACIONAMENTOS SÃO DIFÍCEIS

  Mesmo que o primeiro fato nos deixe mpolgados, ainda precisamos lidar com a realidade. Todos os nossos relacionamentos são menos que perfeitos. Se quisermos que prosperem, precisamos investir trabalho. Imediatamente após a empolgação de Gênesis 2, segue Gênesis 3 onde a entrada do pecado causa frustração e confusão nos relacionamentos. Em Gênesis 3, encontramos homem e mulher trocando acusações e calúnias. Em Gênesis 4, as coisas pioram mais ainda com o assassinato de um homem, cometido pelo próprio irmão.

   Embora muitos de nós não tenhamos cometido nenhum homicídio, levamos uma vida em algum ponto entre assassinato, acusação e culpa. Portanto, não é de se admirar que nossos relacionamentos sejam tão confusos. Nossa luta com o pecado se revela neles a cada instante. Se você quiser desfrutar de algum progresso ou de alguma bênção em seus relacionamentos, precisará reconhecer seu pecado com humildade e dedicar-se ao esforço que eles exigirem.

TODOS NÓS SOMOS TENTADOS A VER OS RELACIONAMENTOS COMO UM FIM, EM VEZ DE UM MEIO

   Ao refletirmos sobre Gênesis 1-3, entendemos que o relacionamento primário a ser desfrutado por Adão e Eva era seu relacionamento com Deus. Essa comunhão vertical com Deus providenciaria o fundamento para a sua comunhão horizontal. Tudo que Deus criou indicava a Adão e Eva a primazia de seu relacionamento com ele. A função de toda a criação era a de servir como uma seta que aponta para Deus. Mas, em nosso pecado, tendemos a tratar as pessoas e a criação como mais importantes. As próprias coisas que Deus criou para revelar a sua glória se transformaram na própria glória que buscamos. É nesta altura que, com C.S. Lewis, percebemos que os nossos desejos são demasiadamente fracos, e não demasiadamente fortes. Nós nos contentamos com a satisfação de relacionamentos humanos quando estes deveriam apontar para a satisfação relacional perfeita que encontramos apenas com Deus. A ironia é que, ao revertermos essa ordem, elevando a criação acima do criador, acabamos destruindo os relacionamentos que Deus queria — e teria possibilitado - que desfrutássemos.

NÃO EXISTEM SEGREDOS QUE GARANTAM RELACIONAMENTOS LIVRES DE PROBLEMAS

   Todos nós estamos à procura de estratégias ou técnicas que nos livrem da dor nos relacionamentos e do penoso esforço que bons relacionamentos exigem. Temos a esperança de que um planejamento melhor, uma comunicação mais eficiente, uma definição clara dos papéis, uma estratégia para resolver conflitos, estudos sobre o sexo oposto e testes de personalidade — para citar apenas alguns poucos — façam a diferença. Talvez haja algum valor nisso tudo, mas se essas coisas fossem tudo o que precisássemos, então a vida, morte e ressurreição de Jesus teriam sido desnecessárias ou, no melhor dos casos, redundantes.

   Habilidades e técnicas nos atraem porque nos fazem acreditar que os problemas relacionais podem ser resolvidos com ajustes de comportamento, sem mudanças nas inclinações do nosso coração. A Bíblia, porém, diz algo muito diferente. Ela diz que Cristo é a única esperança verdadeira para os relacionamentos, porque somente ele consegue sondar as profundezas do nosso coração e tratar das motivações e dos desejos em seu âmago.

EM ALGUM MOMENTO, VOCÊ SE PERGUNTARÁ SE CULTIVAR RELACIONAMENTOS VALE A PENA

   O momento virá em que cada um de nós se sentirá desanimado e decepcionado com um relacionamento. A saúde e maturidade de um relacionamento não se refletem na ausência de problemas, mas sim na forma como lidamos com os conflitos inevitáveis. Do nascimento à morte, somos pecadores que vivem na companhia de pecadores. Um bom relacionamento inclui suficiente sinceridade para identificar padrões pecaminosos que tendem a afetá-lo. Ele também inclui humildade e disposição para proteger a si mesmo e a outra pessoa desses padrões. Já que os conflitos humanos são o resultado das batalhas espirituais em nosso coração, os relacionamentos sábios sempre procuram estar atentos a essas lutas ocultas. Mesmo em tempos de paz você precisa ficar de olho nos desejos subjacentes do seu coração, que são sutis e se encontram em constante mudança, e que podem ferir os seus relacionamentos.

   Como você lida com decepções relacionais? Você culpa, nega, foge, evita, ameaça e manipula? Ou você fala a verdade, demonstra paciência, se aproxima das pessoas com sutileza, pede e concede perdão, ignora ofensas menores, encoraja e honra os outros? Precisamos admitir que essas perguntas dizem respeito diariamente em nossas vidas. Essa é a autêntica e verdadeira maturidade cristã em sua forma mais prática e concreta.

DEUS NOS MANTÉM EM RELACIONAMENTOS CONFUSOS PARA CUMPRIR O SEU PROPÓSITO DE REDENÇÃO

   O sexto fato nos lembra de que aquilo que procuramos evitar é exatamente aquilo que Deus escolheu como instrumento para deixar-nos mais semelhantes a ele. Você já se perguntou, por que Deus simplesmente não melhora seus relacionamentos de um dia para o outro? Muitas vezes pensamos que, se Deus realmente se importasse conosco, tornaria nossos relacionamentos mais fáceis. Na verdade, um relacionamento difícil é sinal de seu amor e cuidado. Queremos que Deus simplesmente transforme o relacionamento, mas ele não se contenta antes que o relacionamento nos transforme também. Foi assim que Deus quis que os relacionamentos funcionassem.

   O que acontece em meio à confusão dos relacionamentos é que nosso coração é revelado, nossas fraquezas são expostas e nós começamos a chegar aos nossos limites. Somente quando isso acontece é que procuramos a ajuda que apenas Deus pode providenciar. Pessoas fracas e necessitadas que encontram esperança na graça de Cristo são o sinal de um relacionamento maduro. O aspecto mais perigoso dos seus relacionamentos não é a sua fraqueza, mas sua ilusão de força. A autoconfiança quase sempre é ingrediente de um relacionamento ruim. Embora desejemos evitar a confusão e desfrutar de uma comunhão profunda e íntima, Deus diz que é no próprio processo de lidar com a confusão que encontramos essa intimidade. Quais são os relacionamentos que mais têm valor para você? Muito provavelmente são aqueles em que houve períodos de dificuldades, muito esforço e sofrimento.

O FATO DE NOSSOS RELACIONAMENTOS FUNCIONAREM VERDADEIRAMENTE BEM É UM SINAL CLARO DA GRAÇA

   Um dos maiores empecilhos que enfrentamos em nossos relacionamentos é a nossa cegueira espiritual. Muito frequentemente, não enxergamos o nosso pecado nem as muitas maneiras com que Deus protege a nós e aos outros dele. Parecemo-nos muito com o servo de Eliseu em 2Reis 6.15-22. Ele ficou dominado pelo medo do exército inimigo que o ameaçava, até que Deus abriu seus olhos para que ele visse o exército de anjos muito mais formidável que Deus enviara para protegê-lo. Por que será que o servo conseguia ver os inimigos que cercavam Israel, mas não "os montes cheios de cavalos e carros de fogo" do Senhor? Era a cegueira espiritual da descrença.

   Como você mede seu potencial em relacionamentos? Você mede o tamanho dos problemas ou a magnitude da presença de Deus em você? Tendo em vista o nosso pecado, já é incrível que as pessoas consigam se dar bem em geral. Toda noite, o noticiário começa com uma longa lista de mortes, estupros e assaltos, passando assim a impressão de que nossas comunidades são lugares muito perigosos. Mas ele deixa de mencionar as milhares de coisas boas que são feitas por pessoas para tornar habitáveis essas mesmas comunidades. A maneira como julgamos nossos relacionamentos pode ser igualmente tendenciosa. Tendemos a ver os pecados, fraquezas e fracassos em vez do bem que Deus está operando. Se você for procurar Deus em seus relacionamentos, sempre encontrará coisas pelas quais possa agradecer.

   AS ESCRITURAS OFERECEM UMA ESPERANÇA CLARA PARA NOSSOS RELACIONAMENTOS

   O desafio e a confusão dos relacionamentos o deixam desanimado? A sinceridade com que a Bíblia fala da comunhão humana o choca? Você acha que não está à altura do árduo trabalho que os relacionamentos exigem de você? Se este for o caso, você está pronto para conhecer este último fato: Quando Jesus estava na cruz, o relacionamento entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo estava completamente arrasado, e nisso encontramos o fundamento para a nossa reconciliação. Relacionamento algum jamais sofreu tanto quanto aquilo que o Pai, o Filho e o Espírito Santo tiveram que suportar quando Jesus, pendurado na cruz, clamou: "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?" Jesus se dispôs a ser o Filho rejeitado para que nossas famílias pudessem experimentar reconciliação. Jesus se dispôs a tomar-se o amigo desamparado para que nós pudéssemos ter amizades cheias de amor. Jesus se dispôs a ser o Senhor rejeitado para que nós pudéssemos viver submissos uns aos outros em amor. Jesus se dispôs a ser o irmão desamparado para que nós pudéssemos ter relacionamentos divinos. Jesus se dispôs a ser o Rei crucificado para que nossas comunidades pudessem ter paz.

   Em sua vida, morte e ressurreição, Jesus possibilitou a reconciliação de duas maneiras fundamentais. Jesus nos reconciliou com Deus, o que então vem a ser a base para a forma como nos reconciliamos uns com os outros. Como C. S. Lewis disse, Deus restaura primeiro as coisas importantes para que aquilo que vem em segundo lugar não seja diminuído, mas sim aumentado. Quando Deus reina em nossos corações, a paz reina em nossos relacionamentos.

  Essa obra só será completada no céu, mas existe muito que podemos desfrutar agora. O Novo Testamento oferece a esperança de que os nossos relacionamentos possam ser caracterizados por humildade, bondade, paciência, sinceridade construtiva, paz, perdão, compaixão e amor. Não é maravilhoso que a graça de Deus torne tudo isso possível, até mesmo para pecadores que vivem num mundo caído? Essa esperança desafia qualquer complacência e qualquer desânimo que possamos nutrir em relação aos nossos relacionamentos, porque sempre há mais crescimento, mais paz e mais bênçãos que a graça de Deus pode proporcionar, até mesmo aqui na terra. A esperança do Evangelho nos convida a assumirmos uma atitude de descontentamento santo em todos os nossos relacionamentos, até mesmo - e especialmente - naqueles em que estejamos enfrentando problemas.

  Relacionamentos: Uma confusão que vale a pena

  por Paul Tripp , Tim Lane (Autor)



 

 

 

 

 

 


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