segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

Lição 05: O amor fraternal

 


TEXTO ÁUREO

Se alguém diz: Eu amo a Deus

e aborrece a seu irmão,

é mentiroso.

 Pois quem não ama seu irmão,

 ao qual viu, como pode amar a Deus,

a quem não viu?

1 João 4.20

OBJETIVOS

Entender que o amor é a virtude que mais o fará parecido com Cristo;

Compreender que não há cristianismo legítimo sem a prática do amor fraternal;

Concluir que a maior demonstração de uma vida renascida em Cristo está no amor fraternal.

TEXTO BÍBLICO BÁSICO

1 Coríntios 13.1-8

1 - Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.

2 - E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.

3 - E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.

4 - O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece,

5 - não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;

6 - não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;

7 - tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

8 - O amor nunca falha; mas, havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; [...] ”

Deus abençoe

sua vida!

Lição 05: O amor fraternal

CENTRAL GOSPEL - As leis Do Relacionamento

 


    Como Amar o Próximo Como a Nós Mesmos

  Os Dez Mandamentos são uma síntese dos mandamentos de Deus. Tratam do nosso amor a Deus e ao próximo. Os quatro primeiros mandamentos estão ligados ao nosso relacionamento com Deus e os seis últimos ao nosso relacionamento com o próximo. Esses dez mandamentos podem ser resumidos no grande mandamento: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. Como devemos amar o nosso próximo como a nós mesmos?

  Em primeiro lugar, honrando aos pais como as pessoas mais próximas (Ex 20.12). O quinto mandamento deixa claro que o nosso relacionamento com o próximo precisa começar dentro de nossa casa. Nossos pais devem merecer o melhor da nossa atenção e do nosso respeito. A eles devemos tributar obediência e honra. A desobediência aos pais é um sinal de rebeldia e decadência. É impossível construir outros relacionamentos saudáveis se não velamos pelo convívio saudável com os nossos pais.

  Em segundo lugar, respeitando a vida do próximo (Ex 20.13). O sexto mandamento da lei de Deus é: “Não matarás”. Esta ordem de Deus deixa claro a sacralidade da vida. Uma vez que não está em nossas mãos dar a vida, é-nos proibido tirá-la. É Deus quem dá a vida e só ele tem autoridade para ceifá-la. Devemos, portanto, repudiar toda forma de sacrifício da vida. Aborto, suicídio, assassinatos e guerras são um atentado contra o próximo e uma rebelião contra Deus. A vida é um dom de Deus e nosso papel é cuidar do nosso próximo em vez de destruí-lo.

   Em terceiro lugar, respeitando a honra do próximo (Ex 20.14). O sétimo mandamento da lei de Deus lida com a honra do próximo. Quem ama responsavelmente não trai a seu cônjuge nem fere a honra do próximo, possuindo o seu cônjuge. O adultério é um atentado contra a instituição do casamento. É um terremoto na vida dos casais. É uma conspiração contra a pureza conjugal.

  Em quarto lugar, respeitando os bens do próximo (Ex 2015). O oitavo mandamento da lei de Deus proíbe-nos qualquer forma injusta, ilícita e desonesta de apropriar-nos indebitamente do que não nos pertence. Balança enganosa, produtos falsificados, plágio, pirataria, opressão econômica, corrupção, favorecimentos escusos, compra de sentenças, corpo mole no trabalho, tudo isso, constitui uma quebra deste mandamento. A integridade nos negócios é um imperativo divino para o ser humano.

  Em quinto lugar, respeitando o nome do próximo (Ex 20.16). O nono mandamento da lei de Deus deixa claro que o falso testemunho é um pecado gravíssimo, pois seu objetivo é arruinar o nome e a reputação do próximo, omitindo a verdade, promovendo a mentira e pervertendo a justiça. Quando um indivíduo, por maldade ou inveja, denigre a imagem do próximo, espalhando boataria e disseminando falsas notícias através das redes sociais, sem averiguar a exatidão dos fatos, transgride este mandamento.

   Em sexto lugar, respeitando, no coração, tudo o que pertence ao próximo (Ex 20.17). O décimo mandamento da lei de Deus proíbe a cobiça. Este mandamento distingue-se dos nove primeiros. É o único mandamento subjetivo.

  Todos os demais podem ser aferidos pelos tribunais da terra. Este mandamento, porém, é de foro íntimo. Nenhum tribunal da terra, por mais conspícuo, tem competência para julgar foro íntimo. Pois Deus julga foro íntimo. Só Deus conhece e sonda os corações. Um indivíduo pode ter uma espiritualidade externa irretocável como os fariseus e ainda assim ter um coração podre. Não basta parecer ser piedoso, é preciso sê-lo. Como só Deus conhece e requer a verdade no íntimo, ele exige de nós uma vida sem os laivos da cobiça. Não podemos cobiçar o cônjuge do próximo nem o que existe em sua casa. A piedade com contentamento deve ser a marca daqueles que foram resgatados por Deus e obedecem a Deus. Concluímos, portanto, dizendo que aquele que ama o próximo honra pai e mãe, não mata, não adultera, não furta, não diz falso testemunho nem cobiça o que lhe pertence. O amor é o cumprimento da lei!

      Generosidade, o Amor em Ação

 “Mais bem-aventurado é dar do que receber” (At 20.35).

   Antes de falar sobre a generosidade precisamos entender algumas verdades importantes: de onde viemos, quem somos e para onde estamos indo? A Bíblia diz que fomos formados do pó, somos pó e voltaremos ao pó. Nossa origem é pó. Nosso destino é pó. Nosso presente é pó. Em nossa origem não tínhamos nada. Para a sepultura não levaremos nada. Consequentemente, tudo o que ajuntamos entre o pó que fomos e o pó que seremos não é nosso. Nada tivemos e nada teremos. Nada trouxemos e nada levaremos. Somos apenas mordomos daquilo que é de Deus. Se estamos tomando conta daquilo que pertence a Deus, precisamos perguntar: que princípios Deus estabelece para usarmos os recursos dele que estão em nossas mãos?

   Em primeiro lugar, Deus requer de nós uma atitude de generosidade com o próximo. A generosidade é uma expressão da graça de Deus em nós e um transbordamento da graça de Deus através de nós. A generosidade de Deus é o exemplo que devemos seguir. Deus amou-nos e deu-nos o seu Filho. Jesus nos amou e a si mesmo se entregou por nós. Nós devemos amar o próximo a dar nossa vida por ele. Deus sempre nos dá mais do que precisamos e isso não é para retermos com usura, mas para repartirmos com generosidade. Temos mais sementes do que conseguimos comer. Portanto, seria falta de amor guardar só para nós as sementes que estão sob nosso poder quando pessoas à nossa volta carecem de socorro. Devemos repartir com generosidade, pois quanto mais semeamos, mais Deus multiplica a nossa sementeira. A palavra de Deus diz que a alma generosa prosperará. Quando damos ao pobre, a Deus emprestamos. Deus socorre os necessidades pelas nossas mãos. Os recursos de Deus estão sob nossa administração e Deus requer de nós fidelidade nessa administração.

   Em segundo lugar, Deus requer de nós uma motivação pura no exercício da generosidade. A generosidade cristã é diferente de filantropia. Suprir as necessidades do próximo não é tudo o que Deus requer de nós. Ele se importa, sobretudo, com a nossa motivação. Há muitos que contribuem, de forma farisaica, apenas para serem vistos e aplaudidos pelos homens. Há outros que, por ganância, abrem a mão ao necessitado numa espécie de barganha com Deus. A generosidade precisa ser espontânea, altruísta e frequente. O vetor que move a alma generosidade é a glória de Deus e o amor ao próximo. Deus ama a quem dá com alegria. A contribuição cristã não é um favor que fazemos ao próximo; é uma graça que Deus concede a nós. Antes de dar uma oferta a alguém precisamos dar a nós mesmos a Deus e ao próximo.

   Em terceiro lugar, Deus requer de nós constância e proporcionalidade no ato da generosidade. A contribuição precisa ser planejada, regular e proporcional. Não é um ato esporádico, é uma prática constante. Não é um pico de emoção, mas uma ação permanente. Cada um deve contribuir segundo as suas posses. Não dá com generosidade quem não dá proporcionalmente. Não dá com amor, quem só dá esporadicamente. Assim como Deus é constantemente generoso conosco, devemos, também, expressar ao nosso próximo nossa constante generosidade.

   Em quarto lugar, Deus promete aos generosos uma recompensa eterna. A generosidade demonstrada aos homens, traz não apenas alívio ao próximo, mas, também, glória ao nome de Deus. Aquilo que fazemos em nome de Cristo na terra, reverbera no céu. Até um copo de água fria que damos à alguém, em nome de Cristo, não ficará sem galardão. Jesus foi enfático ao dizer que mais feliz é aquele que dá do aquele que recebe. Quanto mais generosos somos, mais nos tornamos parecidos com o Pai Celestial. Quanto mais generosos somos, mais Deus é glorificado em nós e mais nós nos deleitamos nele. Que aprendamos com Deus a sermos generosos! Que nosso coração, nossas mãos, nosso bolso e nossa casa se abram para o exercício da generosidade.

     Pastor Hernandes Dias Lopes

      Ao Senhor, aos Santos e ao Mundo

   Nosso ponto de partida na reflexão acerca dos três ministérios da igreja começa com a igreja em Antioquia:

“Ora, na igreja em Antioquia havia profetas e mestres, a saber: Barnabé, Simeão, chamado Níger, Lúcio de Cirene, Manaém, colaço de Herodes o tetrarca, e Saulo. Enquanto eles ministravam perante o Senhor e jejuavam, disse o Espírito Santo: Separai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, depois que jejuaram, oraram e lhes impuseram as mãos, os despediram. Estes, pois, enviados pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre”. (At 13.1-4)

   Vemos três níveis distintos de ministério sendo exercido pelos irmãos da igreja em Antioquia. Observe:

1) Ministravam ao Senhor;

2) Ministravam uns aos outros (o que vemos na ministração profética); 3) Ministravam aos perdidos (o que vemos na viagem missionária)

   A maioria dos crentes em Jesus foi treinada desde o início de sua conversão a colocar o evangelismo (ministério ao mundo) como a prioridade número um da igreja. Ouvimos que esta é a tarefa número um da Igreja, que todos os esforços, sacrifício e dedicação devem se dirigir a este ministério. Mas o que encontramos na igreja em Antioquia, é este tipo de ministério vindo depois de outros dois. E o que quero expor neste capítulo, é que esta é a ordem bíblica dos ministérios da Igreja. Veremos o ministério aos perdidos aparecendo depois dos dois primeiros não por não ter importância, mas pelo fato de que se torna mais eficaz quando vêm como uma consequência dos demais.

   Cada crente isoladamente, bem como a Igreja coletivamente, deve entender que não há nada mais importante do que ministrar ao Senhor. Fomos criados para isto, para ter comunhão com Deus! É certo que o problema do pecado, com a queda de Adão, atrapalhou isto, mas este era o propósito desde o início. E a salvação oferecida pelo Pai Celeste não é um fim em si mesma, mas a maneira de nos devolver ao propósito primário da comunhão e intimidade consigo mesmo.

   A obra da cruz visa reconciliar o homem com Deus para que este possa ministrar ao Senhor. O evangelismo é o meio de trazer o homem para Deus, e devemos realiza-lo. Mas a adoração que este homem (agora convertido) oferece a Deus é o verdadeiro propósito de tudo.

   Temos invertido nossas prioridades! Só porque o evangelismo seja o ponto de partida ao lidarmos com o perdido, não quer dizer que seja tudo, ou que tenha um fim em si mesmo, mas é a forma de reaproximar o homem e Deus. Mas o relacionamento entre ambos está acima do evangelismo em si.

   Observe isto no ensino de Jesus:

   “Aproximou-se dele um dos escribas que o ouvira discutir e, percebendo que lhes havia respondido bem, perguntou-lhe: Qual é o primeiro de todos os mandamentos? Respondeu-lhe Jesus: O primeiro é: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de todas as tuas forças. E o segundo é este: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que esses.” (Mc 12.30,31)

   Toda a lei se resume em dois mandamentos:

1) Amar a Deus;

2) Amar aos homens.

  Podemos destacar aqui o amor vertical (do homem para com Deus) que vem primeiro, antes de qualquer outra coisa em nossas vidas. Depois, vemos o amor horizontal (para com os homens) aparecendo. De modo semelhante podemos afirmar que o ministério ao Senhor vem antes do ministério aos homens.

   Mas também vemos neste texto que o ministério aos homens se subdivide em outros dois: “ao teu próximo como a ti mesmo”. O amor que expressamos para outros está relacionado ao amor que expressamos para nós mesmos. Quem não se ama não irá amar aos outros! E de modo semelhante, o ministério aos homens também se subdivide em dois: aos de dentro e aos de fora:

  1) Ministério aos santos;

  2) Ministério ao mundo (aos perdidos).

   A princípio, foi um choque para mim tentar colocar o crente na frente do não-crente em nossas prioridades ministeriais. Acho que isto é algo semelhante ao sentimento que temos nas instruções de segurança antes da decolagem dos aviões; quando a aeromoça explica que em caso de despressurização da aeronave, máscaras cairão sobre os assentos e que devemos primeiro coloca-las em nós mesmos para depois coloca-las nas crianças, parece injusto. A primeira impressão que temos é a de que devemos mais atenção às crianças do que a nós mesmos, mas o fato é que se não estivermos em boas condições para continuarmos ajudando depois, as próprias crianças perderão com isto!

   Há textos bíblicos que são muito claros em colocar o crente na frente do não-crente na prioridade de ministério: “Então, enquanto temos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé”. (Gl 6.10)

   Este versículo está nos dizendo que primeiro devemos fazer o bem aos que são da família da fé, para depois fazermos o bem aos não-convertidos. Esta é a regra. Já percebi na minha própria vida e na de muitos outros a quem tenho pastoreado uma verdade: quando temos algum problema com os irmãos, seja por feridas ou desentendimentos, nossa produtividade no Reino sofre uma queda considerável. Não nos sentimos animados em trazer pessoas novas para um ambiente que estamos considerando hostil. É por isso que precisamos ministrar primeiro a nós mesmos para depois ministrarmos os de fora. Alguns cristãos não concordam com esta ideia sob hipótese alguma. Parecem reconhecer como amados de Deus somente os perdidos; mas ninguém deixa de ser amado por Deus porque já se converteu! Esta pessoa ainda precisa de nosso cuidado e, em nossas escala de prioridades, deverá estar à frente daquela que ainda não se converteu. Nossa desatenção e desamor aos novos[1]convertidos podem pôr todo trabalho anterior a perder; é por isso que Paulo escreveu:

   “Não faças perecer… aquele por quem Cristo morreu” (Rm 14.15).

    Uma igreja que não se ama a ponto de ministrar aos seus, não expressará amor genuíno aos de fora! Pode até mostrar produtividade e capacidade de alcançar metas, mas da mesma forma que com o amor ao próximo, o ministério também começa pelo lado de dentro.

   Esta é uma ordem que Deus mesmo estabeleceu. Ele em primeiro lugar, e os santos em segundo. O ministério aos perdidos não é, necessariamente, o último, e sim a consequência dos dois primeiros ministérios sendo bem exercidos.

   Tenho observado que toda igreja que tem os dois primeiros ministérios como ênfase, não terá dificuldade para ter resultados no exercício do ministério aos perdidos. Porém, muitos que tentam começar (ou mesmo se limitar) no ministério aos perdidos acabam não sendo tão bem-sucedidos quanto aqueles que agem de modo correto.

  Este é um princípio bíblico, de modo que esta figura pode ser encontrada até mesmo nos textos do Velho Testamento:

   “No ano da morte do rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas de suas vestes enchiam o templo. Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas: com duas cobria o rosto, com duas cobria os seus pés e com duas voava. E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória. As bases do limiar se moveram à voz do que clamava, e a casa se encheu de fumaça. Então, disse eu: ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos! Então, um dos serafins voou para mim, trazendo na mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz; com a brasa tocou a minha boca e disse: Eis que ela tocou os teus lábios; a tua iniquidade foi tirada, e perdoado, o teu pecado. Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim” (Is 6.1-8)

   Nesta visão de Isaías encontramos em ordem progressiva os três ministérios :

 1) Ministério ao Senhor (visto na adoração dos serafins);

2) Ministério aos santos (visto na edificação pessoal de Isaías – o toque da brasa);

3) Ministério ao mundo (visto no apelo que Deus faz e ao qual o profeta responde).

  Deus, em sua soberania, deixou ilustrações destas três expressões de ministérios em toda a Escritura. Veja, por exemplo, o que aconteceu no dia de Pentecostes:

 1) Os discípulos estavam no Cenáculo orando (At 1.14) – o que é uma expressão de ministério ao Senhor;

2) Então Deus corresponde e ministra aos santos o enchimento do Espírito Santo (At 2.1-4);

3) E a consequência final é que milhares foram salvos – o exercício do ministério ao mundo (At 2.37-41). No ministério ao Senhor, a oração, juntamente com a adoração, vem sempre em primeiro lugar.

   No entanto, quantas ouvi dizer que o período de louvor era meramente a “preparação para a palavra”! Sou um pregador da Palavra de Deus, mas reconheço que isto está classificado na segunda expressão de ministério (aos santos – quando os ensinamos) ou mesma na terceira (aos incrédulos – quando os evangelizamos). Porém a adoração vem em primeiro lugar. E não visa preparar o coração de ninguém, e sim ministrar ao coração de Deus. Igrejas adoradoras provarão mais do poder de Deus do que qualquer outra, pois quando nos achegamos a Deus, Ele também se achega a nós (Tg 4.8). E a oração também deve ser assim destacada:

  “Exorto, pois, antes de tudo que se façam súplicas, orações, intercessões, e ações de graça por todos os homens, pelos reis, e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranquila e sossegada, em toda piedade e honestidade. Pois isto é bom e agradável diante de Deus nosso salvador, o qual deseja que todos se salvem e cheguem ao pleno conhecimento da verdade”. (1Tm 2.1-4) Quando Paulo escreve a Timóteo, manda que antes de tudo (clara indicação de prioridade) se faça a prática de orações; isto fala de ministério ao Senhor. O resultado disto fará com os santos sejam ministrados por Deus com uma vida mansa e tranquila, e os ajudará a cumprir sua grande comissão:

  “…o qual deseja que todos se salvem”.

   Muitas vezes programamos todo o culto com a preocupação de atingir o não-crente, e acredito que devemos pensar neles e que certas práticas nossas que fazem sentido quando estamos só entre cristãos não devam ser usadas quando temos não-crentes nos visitando, como o falar em línguas, por exemplo (1 Co 14.23-25). Contudo, nossa ênfase da reunião semanal precisa ser voltada para o ministério ao Senhor e não somente para os perdidos.

   Deus está chamando seu povo a uma clara consciência destes três níveis de ministério. Portanto, devemos reorganizar nossas práticas e valores, ajustando-nos ao modelo bíblico.

     - Luciano Subirá - ORVALHO.COM

 

FONTE:      


      Amor, a Vida de Deus

   Há tanta coisa escrita sobre o amor de Deus que quase hesito em abordar esse assunto mais uma vez. Alguns dos maiores santos de Deus já estudaram diligentemente esta questão, e tão bem o fizeram, que me parece que tudo quanto poderíamos dizer, já foi dito. Entre essas obras, talvez a mais bela e poderosa seja a de Henry Drummond, The Greatest Thing in The World (a coisa mais grandiosa do mundo).

  Qualquer um que se empenhar em ler esse trabalho atentamente e em oração, uma vez por semana, durante três meses, verá seu caráter transformar-se e ganhar nova cor, pela operação do Espírito Santo de Deus.

   Amor, o Primeiro Fruto

   Apesar de tudo que já se disse e se escreveu sobre o amor de Deus, precisamos examiná-lo aqui. E o primeiro e mais importante dos frutos do Espírito. Ele não é apenas “um dos frutos”. É mais que isso; muito mais. Na verdade, ele constitui a essência da vida de Cristo, que se expressa nos nove frutos relacionados tanto em Gálatas 5.22,23, como em 1 Coríntios 13.1-7. O amor de Deus é a própria vida dele. E essa vida, se tiver condições de desenvolvimento na boa terra do solo bem cultivado de nossa alma, irá prosperar e frutificar de várias maneiras. Nem sempre ela se expressará exatamente da mesma forma, e com a mesma intensidade. Cada um de nós é diferente dos outros em sua maneira de manifestar a vida divina. Entretanto, a presença dessa vida em nosso interior é sempre demonstrada pela produção de fruto sobrenatural, em nosso exterior.

   Esse fruto procede do alto, e só do alto. Não é algo que posssamos fabricar, por nós mesmos. A vida de Deus, que se resume no amor dele, só se origina em Deus, e sempre nele.

  Como uma boa semente plantada no solo bom de uma horta, ele procede de uma fonte exterior à horta. Ele não brota, nem pode brotar, espontaneamente do solo de nossa alma e espírito.

  Talvez alguns teólogos e mestres queiram dizer-nos que existe no homem uma semente de bondade que, se for adequadamente cultivada e cuidada, poderá desenvolver-se aos poucos, até que, afinal, atinja o nível do divino. Isso pode até agradar nosso orgulho humano, e satisfazer nosso egoístico interesse de autode-senvolvimento. Mas não é o que a Palavra de Deus ensina. Nem é uma teoria endossada pelo Senhor.

   Em toda a Bíblia, o Espírito de Deus está sempre afirmando que nossa natureza humana não é reta e que não somos pessoas naturalmente boas que poderiam, se assim o desejassem, produzir frutos bons.

   O quadro de nós mesmos que ela nos apresenta mostra, em linguagem bem clara, que a vida divina do Deus vivo tem que ser implantada em nosso espírito. A semente da própria vida de Cristo pode germinar em nosso ser, desenvolver-se e dar fruto excelente, se assim o permitirmos.

  “O espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida.” (Jo 6.63.)

   Logo que a boa semente do Espírito de Deus germinar no terreno da minha vida, ela irá desenvolver-se e amadurecer. Eventualmente, o fruto produzido amadurecerá. Em algumas pessoas, a produção será de trinta, sessenta e até cem vezes a quantidade plantada.

   O Amor Está na Raiz.

   O admirável amor de Deus foi produzido sobrenaturalmente no ser humano, pela operação divina. Deus contempla o trabalho e esforço de sua alma e fica contente. Ele obteve uma boa colheita. O homem do mundo olha para aquilo e é obrigado a confessar consigo mesmo:

  — Este aqui é filho de Deus! Ele é diferente — definida e distintamente diferente.

   Precisamos reafirmar aqui que podemos ter o amor de Deus em nós, na medida em que temos em nós o próprio Deus. Ele não concede os frutos do Espírito separadamente de si mesmo.

  Em outras palavras: só possuo o amor de Deus, se Deus estiver vivendo sua vida em mim, por meu intermédio. Ele não me dá seu doce fruto como se fosse presente, envolto em papel brilhante, belamente embrulhado. Pode ser que alguém ore para que isso aconteça, pensando que acontecerá. Mas não acontece. Está enganado quem pensa que isso se passa dessa maneira.

  Quando pedimos a Deus que nos dê os benditos frutos de seu Espírito, ele no-los concede sempre e apenas com a presença de sua pessoa em nós, em medida sempre crescente.

   Quanto mais eu tenho de Cristo, tanto mais tenho de seu amor.

   Quanto mais tenho Deus em mim, tanto mais tenho sua bondade.

   Quanto mais tenho o Espírito Santo, mais tenho da sua perfeição.

   E toda a justiça, perfeição e bondade da vida de Deus encontram expressão plena em mim, de uma forma ou de outra, nas nove facetas de frutificação relacionadas pelo apóstolo Paulo em Gálatas 5.22,23.

   Permitam-me dar uma ilustração, a fim de explicar exatamente o que quis dizer com isso.

  Uma espiga de trigo, cevada ou aveia pode conter nove grãos distintos e separados. Cada grãozinho difere dos outros em formato, tamanho e conteúdo. Entretanto, todos os nove procedem da mesma fonte. E todos são trigo, cevada ou aveia, dependendo da planta que os produziu. Um pode ser um grão redondo, sadio; outro pode ser um pouco mirrado e seco. Mesmo assim são grãos de aveia ou de trigo ou de cevada, pois brotaram todos do mesmo pé, originando-se todos da mesma semente.

   Podemos fazer uma ilustração semelhante com um cacho de uvas. Se o cacho contém nove bagos, todos são a mesma fruta, mas cada um será diferente dos outros, ainda que apenas ligeiramente, em tamanho, formato e gosto. Uma uva pode estar totalmente madura, suculenta e doce, bonita e saborosa. Mas no mesmo cacho pode haver várias uvas que talvez ainda não estejam bem maduras, mas meio verdes, azedas, e talvez até murchas ou ressequidas. Mesmo assim, são todas uvas, que brotaram de um mesmo galho, da mesma parreira.

   O mesmo se dá com a vida de Deus, com o amor de Deus, que talvez tenha brotado no pé da vida do Espírito em nós. A uva da alegria, por exemplo, pode estar plenamente desenvolvida e madura em mim, ao passo que a da paciência se acha mirrada, azeda e murcha.

   Com esta idéia em mente, vamos analisar agora o amor de Deus, examinando-o por uma luz prática, que o retira do plano da teoria pura e simples, do plano da Teologia, da torre de marfim da doutrina. Vejamos a vida de Deus retratada em realidades práticas, da vida diária, que podem produzir frutos de um viver íntegro (santo) e reto (justo).

  Amor é Autonegação.

   Para começar, é muito importante mostrarmos aqui que o amor de Deus, tantas vezes mencionado no Novo Testamento, é autonegação.   Ele é autodoação.

  E auto-sacrifício.

  Implica em prejuízo próprio.

  É desprendimento.

 E dedicação a servir a outros.

  Esta forma de amor teve sua mais elevada e sublime expressão na vida e morte do Senhor Jesus Cristo.

  Ele foi a manifestação visível, de um Deus invisível, para a humanidade. Ele foi, na verdade, uma demonstração objetiva do amor de Deus. Sua extraordinária vida revelou ao mundo a verdadeira natureza de Deus. Não havia melhor modo de ele manifestar seu caráter.

   Ficou então demonstrado que o amor e a vida de Deus são uma coisa só. Um não pode existir separadamente do outro de maneira alguma. É por isso que o apóstolo João não hesita em dizer: “...Deus é amor” [1 Jo 4.8).

   Esse tipo de amor, um amor dessa qualidade, não pode ser confundido com amor erótico. Nem pode ser comparado ao amor filial. Esses dois tipos também têm sua origem em Deus. Foi ele quem os criou e fez deles aspectos da maravilhosa inter-relação familiar, que tornam a vida em família uma experiência tão maravilhosa e agradável.

   Mas o amor de Deus, que no grego é identificado pela palavra agape, é essencialmente desprendimento, e toma corpo em nove facetas distintas. Objetivando maior simplicidade e clareza, vamos transcrever esses nove frutos de um mesmo cacho ou de uma mesma espiga, da seguinte maneira:

GÁLATAS 5.22,23 1 CORÍNTIOS 13.1

1. Amor

2. Alegria

3. Paz

4. Longanimidade

5. Benignidade

6. Bondade

Não busca seus próprios interesses, não é egoísta ou egocêntrico.

O amor não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade.

O amor não se exaspera, mas é sereno e estável.

O amor é paciente; é benigno.

O amor é misericordioso, interessado, tem consideração pelos outros; não inveja.

O amor é maravilhoso, cheio de graça, generoso; é bondoso e terno.

O amor não é malicioso, mas tem fé em Deus e nos outros.

7. Fidelidade

8. Mansidão

9. Domínio próprio

O amor é humilde e meigo; nunca se exalta a si mesmo.

O amor é disciplinado e controlado. Não se porta inconvenientemente.

   O amor é disciplinado e controlado. Não se porta inconvenientemente.

  Basta um exame superficial do conteúdo do amor de Deus para que constatemos que nos achamos diante de um importantíssimo princípio de vida. Estamos vendo a dimensão divina da vida, um modo de vida radical.

   Deus afirma que poderá brotar dentro de nós um enorme e irresistível desejo de nos tornarmos semelhantes a ele, que ê amor... para que se reproduza em nós o fruto de sua vida.

   O Amor é a Própria Vida de Deus.

   Se parássemos por um momento a fim de refletirmos sobre os resultados de tal amor em nosso mundo, isso já poderia ser a primeira semente com um embrião espiritual a ser lançada no solo de nossa alma. Transcrevo aqui um trecho de um outro livro meu, Rabboni.

   “Em todos os empreendimentos a que se dedica este triunvirato, sente-se no seu planejamento uma perfeita coordenação de conceito e uma suprema unidade de propósito. Ao contrário dos empreendimentos humanos os seus nunca se caracterizaram pela discórdia. Não existem conflitos ali, simplesmente porque não há interesses egoístas. No relacionamento de Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo, o amor fluía incessantemente em sua forma mais sublime. Aliás, esse amor possui uma tal pureza, que constitui a substância de seu ser. É a essência de seu caráter.

   “Nós, humanos, não podemos imaginar um relacionamento tão sublime, sem o menor traço de auto-afirmação, e sem motivos secundários ou autosatisfação. Mas esse é o segredo da força de Deus. Nele está demonstrada a força irresistível do desprendimento total. E é nessa total autodoação de um para os outros, neste profundo interesse pelos outros, que se acha o amor eterno. Isso é amor em seu mais alto nivel; amor em sua origem mais elevada. Isso é amor, a fonte original de toda energia.

   “Assim como no interior de um átomo existe um fabuloso volume de energia devido à interação dos nêutrons, prótons e elétrons, assim também havia uma energia ilimitada na Trindade, devido à inter-relação entre o Pai, o Filho e o Espírito. E a essência dessa energia é amor.

  “Nesse mundo exterior, na força motriz, a energia que inspira cada ação é o amor. O amor representa as fibras que, tecidas, formam cada aspecto da vida de Cristo. Aliás, ele foi a matéria-prima utilizada para a formação e criação de todas as outras matérias.

   “Isso pode parecer um pouco confuso para o leitor, ou meio difícil de acreditar. Mas se pararmos um pouco para encontrarmos paralelos em nosso planeta terra, logo veremos este conceito em termos práticos. Qual é a força mais irresistível da terra? O amor! O que destrói completamente os preconceitos e edifica ligações eternas? O amor! O que une as pessoas numa devoção indestrutível? O amor!

  “Em que se baseiam todas as ações generosas e atos de bondade? No amor! Qual é a fonte de energia para homens e mulheres que alegremente vivem e morrem um pelo outro? O amor! O que realmente mobiliza o coração e a mente do homem em seus mais nobres e elevados intentos? O amor! E se isso pode ser dito acerca de homens mortais, egoístas, quanto mais da própria vida de Deus, que é a vida de Cristo?”

  Obviamente, esse amor não é algo insípido e sentimental. Ê forte como aço; resistente como tungstênio e eterno como um diamante. Ele é a essência do eterno.

   O amor de Deus é nada menos que a vida de Deus em nós derramada abundante e constantemente. É ele que dá energia ao cosmos. Só poderemos sentir e saber que nos achamos imersos na grandiosa vontade de Deus, quando nos encontrarmos em plena harmonia com seus objetivos. Somente então é que provaremos a satisfação de estarmos nos movendo firme e fortemente na direção dos supremos desígnios de Deus. Aí, até os menores detalhes da vida passam a ter um sentido, um propósito para nós.

    Frutos do Espírito Santo - W. Phillip Keller



 

 

 

 


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