TEXTO ÁUREO 
Se alguém diz: Eu amo a
Deus 
e aborrece a seu irmão, 
é mentiroso.
 Pois quem não ama seu irmão,
 ao qual viu, como pode amar a Deus, 
a quem não viu? 
1 João 4.20
OBJETIVOS 
Entender que o amor é a virtude que mais o fará parecido com
Cristo;
Compreender que não há cristianismo legítimo sem a prática do
amor fraternal;
Concluir que a maior demonstração de uma vida renascida em
Cristo está no amor fraternal.
TEXTO BÍBLICO BÁSICO
1 Coríntios 13.1-8
1 - Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos
anjos e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. 
2 - E ainda que tivesse o dom de profecia, e
conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé,
de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. 
3 - E ainda que distribuísse toda a minha fortuna
para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado,
e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria. 
4 - O amor é sofredor, é benigno; o amor não é
invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece, 
5 - não se porta com indecência, não busca os seus
interesses, não se irrita, não suspeita mal; 
6 - não folga com a injustiça, mas folga com a
verdade; 
7 - tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. 
8 - O amor nunca falha; mas, havendo profecias, serão
aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; [...] ”
Deus abençoe 
sua vida!
Lição 05: O amor fraternal
CENTRAL GOSPEL - As leis Do Relacionamento
Como Amar o Próximo Como a Nós Mesmos
  Os Dez Mandamentos são uma síntese dos
mandamentos de Deus. Tratam do nosso amor a Deus e ao próximo. Os quatro
primeiros mandamentos estão ligados ao nosso relacionamento com Deus e os seis
últimos ao nosso relacionamento com o próximo. Esses dez mandamentos podem ser
resumidos no grande mandamento: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo
como a nós mesmos. Como devemos amar o nosso próximo como a nós mesmos? 
  Em primeiro lugar, honrando aos pais como
as pessoas mais próximas (Ex 20.12). O quinto mandamento deixa claro que o
nosso relacionamento com o próximo precisa começar dentro de nossa casa. Nossos
pais devem merecer o melhor da nossa atenção e do nosso respeito. A eles
devemos tributar obediência e honra. A desobediência aos pais é um sinal de
rebeldia e decadência. É impossível construir outros relacionamentos saudáveis
se não velamos pelo convívio saudável com os nossos pais.
  Em segundo lugar, respeitando a vida
do próximo (Ex 20.13). O sexto mandamento da lei de Deus é: “Não matarás”. Esta
ordem de Deus deixa claro a sacralidade da vida. Uma vez que não está em nossas
mãos dar a vida, é-nos proibido tirá-la. É Deus quem dá a vida e só ele tem
autoridade para ceifá-la. Devemos, portanto, repudiar toda forma de sacrifício
da vida. Aborto, suicídio, assassinatos e guerras são um atentado contra o
próximo e uma rebelião contra Deus. A vida é um dom de Deus e nosso papel é
cuidar do nosso próximo em vez de destruí-lo.
   Em
terceiro lugar, respeitando a honra do próximo (Ex 20.14). O sétimo
mandamento da lei de Deus lida com a honra do próximo. Quem ama
responsavelmente não trai a seu cônjuge nem fere a honra do próximo, possuindo
o seu cônjuge. O adultério é um atentado contra a instituição do casamento. É
um terremoto na vida dos casais. É uma conspiração contra a pureza conjugal.
  Em
quarto lugar,
respeitando os bens do próximo (Ex 2015). O oitavo mandamento da lei de Deus
proíbe-nos qualquer forma injusta, ilícita e desonesta de apropriar-nos
indebitamente do que não nos pertence. Balança enganosa, produtos falsificados,
plágio, pirataria, opressão econômica, corrupção, favorecimentos escusos,
compra de sentenças, corpo mole no trabalho, tudo isso, constitui uma quebra
deste mandamento. A integridade nos negócios é um imperativo divino para o ser
humano. 
  Em quinto lugar, respeitando o nome
do próximo (Ex 20.16). O nono mandamento da lei de Deus deixa claro que o falso
testemunho é um pecado gravíssimo, pois seu objetivo é arruinar o nome e a
reputação do próximo, omitindo a verdade, promovendo a mentira e pervertendo a
justiça. Quando um indivíduo, por maldade ou inveja, denigre a imagem do
próximo, espalhando boataria e disseminando falsas notícias através das redes
sociais, sem averiguar a exatidão dos fatos, transgride este mandamento.
   Em sexto lugar, respeitando, no
coração, tudo o que pertence ao próximo (Ex 20.17). O décimo mandamento da lei
de Deus proíbe a cobiça. Este mandamento distingue-se dos nove primeiros. É o
único mandamento subjetivo. 
Todos os demais podem ser aferidos pelos tribunais da terra. Este mandamento, porém, é de foro íntimo. Nenhum tribunal da terra, por mais conspícuo, tem competência para julgar foro íntimo. Pois Deus julga foro íntimo. Só Deus conhece e sonda os corações. Um indivíduo pode ter uma espiritualidade externa irretocável como os fariseus e ainda assim ter um coração podre. Não basta parecer ser piedoso, é preciso sê-lo. Como só Deus conhece e requer a verdade no íntimo, ele exige de nós uma vida sem os laivos da cobiça. Não podemos cobiçar o cônjuge do próximo nem o que existe em sua casa. A piedade com contentamento deve ser a marca daqueles que foram resgatados por Deus e obedecem a Deus. Concluímos, portanto, dizendo que aquele que ama o próximo honra pai e mãe, não mata, não adultera, não furta, não diz falso testemunho nem cobiça o que lhe pertence. O amor é o cumprimento da lei!
      Generosidade, o Amor em Ação
 “Mais bem-aventurado é dar do que receber” (At
20.35).
   Antes
de falar sobre a generosidade precisamos entender algumas verdades importantes:
de onde viemos, quem somos e para onde estamos indo? A Bíblia diz que fomos
formados do pó, somos pó e voltaremos ao pó. Nossa origem é pó. Nosso destino é
pó. Nosso presente é pó. Em nossa origem não tínhamos nada. Para a sepultura não
levaremos nada. Consequentemente, tudo o que ajuntamos entre o pó que fomos e o
pó que seremos não é nosso. Nada tivemos e nada teremos. Nada trouxemos e nada
levaremos. Somos apenas mordomos daquilo que é de Deus. Se estamos tomando
conta daquilo que pertence a Deus, precisamos perguntar: que princípios Deus
estabelece para usarmos os recursos dele que estão em nossas mãos?
   Em
primeiro lugar,
Deus requer de nós uma atitude de generosidade com o próximo. A generosidade é
uma expressão da graça de Deus em nós e um transbordamento da graça de Deus
através de nós. A generosidade de Deus é o exemplo que devemos seguir. Deus
amou-nos e deu-nos o seu Filho. Jesus nos amou e a si mesmo se entregou por
nós. Nós devemos amar o próximo a dar nossa vida por ele. Deus sempre nos dá
mais do que precisamos e isso não é para retermos com usura, mas para
repartirmos com generosidade. Temos mais sementes do que conseguimos comer.
Portanto, seria falta de amor guardar só para nós as sementes que estão sob
nosso poder quando pessoas à nossa volta carecem de socorro. Devemos repartir
com generosidade, pois quanto mais semeamos, mais Deus multiplica a nossa
sementeira. A palavra de Deus diz que a alma generosa prosperará. Quando damos
ao pobre, a Deus emprestamos. Deus socorre os necessidades pelas nossas mãos.
Os recursos de Deus estão sob nossa administração e Deus requer de nós
fidelidade nessa administração.
   Em
segundo lugar, Deus requer de nós uma motivação pura no exercício da
generosidade. A generosidade cristã é diferente de filantropia. Suprir as
necessidades do próximo não é tudo o que Deus requer de nós. Ele se importa,
sobretudo, com a nossa motivação. Há muitos que contribuem, de forma farisaica,
apenas para serem vistos e aplaudidos pelos homens. Há outros que, por
ganância, abrem a mão ao necessitado numa espécie de barganha com Deus. A
generosidade precisa ser espontânea, altruísta e frequente. O vetor que move a
alma generosidade é a glória de Deus e o amor ao próximo. Deus ama a quem dá
com alegria. A contribuição cristã não é um favor que fazemos ao próximo; é uma
graça que Deus concede a nós. Antes de dar uma oferta a alguém precisamos dar a
nós mesmos a Deus e ao próximo.
   Em
terceiro lugar, Deus requer de nós constância e proporcionalidade no
ato da generosidade. A contribuição precisa ser planejada, regular e
proporcional. Não é um ato esporádico, é uma prática constante. Não é um pico
de emoção, mas uma ação permanente. Cada um deve contribuir segundo as suas
posses. Não dá com generosidade quem não dá proporcionalmente. Não dá com amor,
quem só dá esporadicamente. Assim como Deus é constantemente generoso conosco,
devemos, também, expressar ao nosso próximo nossa constante generosidade.
   Em quarto lugar, Deus promete aos
generosos uma recompensa eterna. A generosidade demonstrada aos homens, traz
não apenas alívio ao próximo, mas, também, glória ao nome de Deus. Aquilo que
fazemos em nome de Cristo na terra, reverbera no céu. Até um copo de água fria
que damos à alguém, em nome de Cristo, não ficará sem galardão. Jesus foi
enfático ao dizer que mais feliz é aquele que dá do aquele que recebe. Quanto
mais generosos somos, mais nos tornamos parecidos com o Pai Celestial. Quanto
mais generosos somos, mais Deus é glorificado em nós e mais nós nos deleitamos
nele. Que aprendamos com Deus a sermos generosos! Que nosso coração, nossas
mãos, nosso bolso e nossa casa se abram para o exercício da generosidade.
Pastor Hernandes Dias Lopes
      Ao
Senhor, aos Santos e ao Mundo
   Nosso
ponto de partida na reflexão acerca dos três ministérios da igreja começa com a
igreja em Antioquia: 
“Ora, na igreja em
Antioquia havia profetas e mestres, a saber: Barnabé, Simeão, chamado Níger,
Lúcio de Cirene, Manaém, colaço de Herodes o tetrarca, e Saulo. Enquanto eles
ministravam perante o Senhor e jejuavam, disse o Espírito Santo: Separai-me a
Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, depois que
jejuaram, oraram e lhes impuseram as mãos, os despediram. Estes, pois, enviados
pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre”. (At
13.1-4) 
   Vemos três níveis distintos de ministério
sendo exercido pelos irmãos da igreja em Antioquia. Observe: 
1)
Ministravam ao Senhor; 
2)
Ministravam uns aos outros (o que vemos na ministração profética); 3)
Ministravam aos perdidos (o que vemos na viagem missionária)
   A maioria dos crentes em Jesus foi treinada
desde o início de sua conversão a colocar o evangelismo (ministério ao mundo)
como a prioridade número um da igreja. Ouvimos que esta é a tarefa número um da
Igreja, que todos os esforços, sacrifício e dedicação devem se dirigir a este
ministério. Mas o que encontramos na igreja em Antioquia, é este tipo de
ministério vindo depois de outros dois. E o que quero expor neste capítulo, é
que esta é a ordem bíblica dos ministérios da Igreja. Veremos o ministério aos
perdidos aparecendo depois dos dois primeiros não por não ter importância, mas
pelo fato de que se torna mais eficaz quando vêm como uma consequência dos
demais.
   Cada
crente isoladamente, bem como a Igreja coletivamente, deve entender que não há
nada mais importante do que ministrar ao Senhor. Fomos criados para isto, para
ter comunhão com Deus! É certo que o problema do pecado, com a queda de Adão,
atrapalhou isto, mas este era o propósito desde o início. E a salvação oferecida
pelo Pai Celeste não é um fim em si mesma, mas a maneira de nos devolver ao
propósito primário da comunhão e intimidade consigo mesmo.
   A obra
da cruz visa reconciliar o homem com Deus para que este possa ministrar ao
Senhor. O evangelismo é o meio de trazer o homem para Deus, e devemos
realiza-lo. Mas a adoração que este homem (agora convertido) oferece a Deus é o
verdadeiro propósito de tudo.
   Temos
invertido nossas prioridades! Só porque o evangelismo seja o ponto de partida
ao lidarmos com o perdido, não quer dizer que seja tudo, ou que tenha um fim em
si mesmo, mas é a forma de reaproximar o homem e Deus. Mas o relacionamento
entre ambos está acima do evangelismo em si. 
   Observe isto no ensino de Jesus:
   “Aproximou-se dele um dos escribas que o ouvira
discutir e, percebendo que lhes havia respondido bem, perguntou-lhe: Qual é o
primeiro de todos os mandamentos? Respondeu-lhe Jesus: O primeiro é: Ouve,
Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás, pois, ao Senhor teu Deus
de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de
todas as tuas forças. E o segundo é este: Amarás ao teu próximo como a ti
mesmo. Não há outro mandamento maior do que esses.” (Mc 12.30,31)
   Toda a lei se resume em dois mandamentos: 
1)
Amar a Deus; 
2)
Amar aos homens. 
  Podemos destacar aqui o amor vertical (do
homem para com Deus) que vem primeiro, antes de qualquer outra coisa em nossas
vidas. Depois, vemos o amor horizontal (para com os homens) aparecendo. De modo
semelhante podemos afirmar que o ministério ao Senhor vem antes do ministério
aos homens.
   Mas
também vemos neste texto que o ministério aos homens se subdivide em outros
dois: “ao teu próximo como a ti mesmo”. O amor que expressamos para outros está
relacionado ao amor que expressamos para nós mesmos. Quem não se ama não irá
amar aos outros! E de modo semelhante, o ministério aos homens também se subdivide
em dois: aos de dentro e aos de fora:
  1)
Ministério aos santos;
  2)
Ministério ao mundo (aos perdidos).
   A
princípio, foi um choque para mim tentar colocar o crente na frente do
não-crente em nossas prioridades ministeriais. Acho que isto é algo semelhante
ao sentimento que temos nas instruções de segurança antes da decolagem dos
aviões; quando a aeromoça explica que em caso de despressurização da aeronave,
máscaras cairão sobre os assentos e que devemos primeiro coloca-las em nós
mesmos para depois coloca-las nas crianças, parece injusto. A primeira
impressão que temos é a de que devemos mais atenção às crianças do que a nós
mesmos, mas o fato é que se não estivermos em boas condições para continuarmos
ajudando depois, as próprias crianças perderão com isto!
   Há
textos bíblicos que são muito claros em colocar o crente na frente do
não-crente na prioridade de ministério: “Então, enquanto temos oportunidade,
façamos o bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé”. (Gl 6.10)
   Este versículo está nos dizendo que primeiro
devemos fazer o bem aos que são da família da fé, para depois fazermos o bem
aos não-convertidos. Esta é a regra. Já percebi na minha própria vida e na de
muitos outros a quem tenho pastoreado uma verdade: quando temos algum problema
com os irmãos, seja por feridas ou desentendimentos, nossa produtividade no
Reino sofre uma queda considerável. Não nos sentimos animados em trazer pessoas
novas para um ambiente que estamos considerando hostil. É por isso que
precisamos ministrar primeiro a nós mesmos para depois ministrarmos os de fora.
Alguns cristãos não concordam com esta ideia sob hipótese alguma. Parecem
reconhecer como amados de Deus somente os perdidos; mas ninguém deixa de ser
amado por Deus porque já se converteu! Esta pessoa ainda precisa de nosso
cuidado e, em nossas escala de prioridades, deverá estar à frente daquela que
ainda não se converteu. Nossa desatenção e desamor aos novos[1]convertidos
podem pôr todo trabalho anterior a perder; é por isso que Paulo escreveu:
   “Não
faças perecer… aquele por quem Cristo morreu” (Rm 14.15).
    Uma
igreja que não se ama a ponto de ministrar aos seus, não expressará amor
genuíno aos de fora! Pode até mostrar produtividade e capacidade de alcançar
metas, mas da mesma forma que com o amor ao próximo, o ministério também começa
pelo lado de dentro.
   Esta é
uma ordem que Deus mesmo estabeleceu. Ele em primeiro lugar, e os santos em
segundo. O ministério aos perdidos não é, necessariamente, o último, e sim a
consequência dos dois primeiros ministérios sendo bem exercidos.
   Tenho
observado que toda igreja que tem os dois primeiros ministérios como ênfase,
não terá dificuldade para ter resultados no exercício do ministério aos
perdidos. Porém, muitos que tentam começar (ou mesmo se limitar) no ministério
aos perdidos acabam não sendo tão bem-sucedidos quanto aqueles que agem de modo
correto. 
  Este é um princípio bíblico, de modo que esta
figura pode ser encontrada até mesmo nos textos do Velho Testamento:
   “No ano da morte do rei Uzias, eu vi o
Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas de suas vestes
enchiam o templo. Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas: com
duas cobria o rosto, com duas cobria os seus pés e com duas voava. E clamavam
uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos; toda
a terra está cheia da sua glória. As bases do limiar se moveram à voz do que
clamava, e a casa se encheu de fumaça. Então, disse eu: ai de mim! Estou
perdido! Porque sou homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de
impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos! Então, um
dos serafins voou para mim, trazendo na mão uma brasa viva, que tirara do altar
com uma tenaz; com a brasa tocou a minha boca e disse: Eis que ela tocou os
teus lábios; a tua iniquidade foi tirada, e perdoado, o teu pecado. Depois
disto, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por
nós? Disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim” (Is 6.1-8)
   Nesta
visão de Isaías encontramos em ordem progressiva os três ministérios :
 1) Ministério ao Senhor (visto na adoração dos
serafins); 
2)
Ministério aos santos (visto na edificação pessoal de Isaías – o toque da
brasa); 
3)
Ministério ao mundo (visto no apelo que Deus faz e ao qual o profeta responde).
  Deus, em sua soberania, deixou ilustrações
destas três expressões de ministérios em toda a Escritura. Veja, por exemplo, o
que aconteceu no dia de Pentecostes:
 1) Os discípulos estavam no Cenáculo orando
(At 1.14) – o que é uma expressão de ministério ao Senhor; 
2)
Então Deus corresponde e ministra aos santos o enchimento do Espírito Santo (At
2.1-4); 
3)
E a consequência final é que milhares foram salvos – o exercício do ministério
ao mundo (At 2.37-41). No ministério ao Senhor, a oração, juntamente com a
adoração, vem sempre em primeiro lugar.
   No
entanto, quantas ouvi dizer que o período de louvor era meramente a “preparação
para a palavra”! Sou um pregador da Palavra de Deus, mas reconheço que isto
está classificado na segunda expressão de ministério (aos santos – quando os
ensinamos) ou mesma na terceira (aos incrédulos – quando os evangelizamos).
Porém a adoração vem em primeiro lugar. E não visa preparar o coração de
ninguém, e sim ministrar ao coração de Deus. Igrejas adoradoras provarão mais
do poder de Deus do que qualquer outra, pois quando nos achegamos a Deus, Ele
também se achega a nós (Tg 4.8). E a oração também deve ser assim destacada: 
  “Exorto, pois, antes de tudo que se façam
súplicas, orações, intercessões, e ações de graça por todos os homens, pelos
reis, e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida
tranquila e sossegada, em toda piedade e honestidade. Pois isto é bom e
agradável diante de Deus nosso salvador, o qual deseja que todos se salvem e
cheguem ao pleno conhecimento da verdade”. (1Tm 2.1-4) Quando Paulo escreve a
Timóteo, manda que antes de tudo (clara indicação de prioridade) se faça a
prática de orações; isto fala de ministério ao Senhor. O resultado disto fará
com os santos sejam ministrados por Deus com uma vida mansa e tranquila, e os
ajudará a cumprir sua grande comissão: 
  “…o qual deseja que todos se salvem”.
   Muitas
vezes programamos todo o culto com a preocupação de atingir o não-crente, e
acredito que devemos pensar neles e que certas práticas nossas que fazem
sentido quando estamos só entre cristãos não devam ser usadas quando temos
não-crentes nos visitando, como o falar em línguas, por exemplo (1 Co
14.23-25). Contudo, nossa ênfase da reunião semanal precisa ser voltada para o
ministério ao Senhor e não somente para os perdidos.
   Deus
está chamando seu povo a uma clara consciência destes três níveis de
ministério. Portanto, devemos reorganizar nossas práticas e valores,
ajustando-nos ao modelo bíblico. 
     - Luciano Subirá - ORVALHO.COM 
FONTE:
      Amor, a Vida de Deus
   Há
tanta coisa escrita sobre o amor de Deus que quase hesito em abordar esse
assunto mais uma vez. Alguns dos maiores santos de Deus já estudaram
diligentemente esta questão, e tão bem o fizeram, que me parece que tudo quanto
poderíamos dizer, já foi dito. Entre essas obras, talvez a mais bela e poderosa
seja a de Henry Drummond, The Greatest Thing in The World (a coisa mais
grandiosa do mundo).
  Qualquer um que se empenhar em ler esse
trabalho atentamente e em oração, uma vez por semana, durante três meses, verá
seu caráter transformar-se e ganhar nova cor, pela operação do Espírito Santo
de Deus.
   Amor,
o Primeiro Fruto
   Apesar
de tudo que já se disse e se escreveu sobre o amor de Deus, precisamos
examiná-lo aqui. E o primeiro e mais importante dos frutos do Espírito. Ele não
é apenas “um dos frutos”. É mais que isso; muito mais. Na verdade, ele
constitui a essência da vida de Cristo, que se expressa nos nove frutos
relacionados tanto em Gálatas 5.22,23, como em 1 Coríntios 13.1-7. O amor de
Deus é a própria vida dele. E essa vida, se tiver condições de desenvolvimento
na boa terra do solo bem cultivado de nossa alma, irá prosperar e frutificar de
várias maneiras. Nem sempre ela se expressará exatamente da mesma forma, e com
a mesma intensidade. Cada um de nós é diferente dos outros em sua maneira de
manifestar a vida divina. Entretanto, a presença dessa vida em nosso interior é
sempre demonstrada pela produção de fruto sobrenatural, em nosso exterior.
   Esse
fruto procede do alto, e só do alto. Não é algo que posssamos fabricar, por nós
mesmos. A vida de Deus, que se resume no amor dele, só se origina em Deus, e
sempre nele. 
  Como uma boa semente plantada no solo bom de
uma horta, ele procede de uma fonte exterior à horta. Ele não brota, nem pode
brotar, espontaneamente do solo de nossa alma e espírito.
  Talvez alguns teólogos e mestres queiram
dizer-nos que existe no homem uma semente de bondade que, se for adequadamente
cultivada e cuidada, poderá desenvolver-se aos poucos, até que, afinal, atinja
o nível do divino. Isso pode até agradar nosso orgulho humano, e satisfazer
nosso egoístico interesse de autode-senvolvimento. Mas não é o que a Palavra de
Deus ensina. Nem é uma teoria endossada pelo Senhor.
   Em
toda a Bíblia, o Espírito de Deus está sempre afirmando que nossa natureza
humana não é reta e que não somos pessoas naturalmente boas que poderiam, se
assim o desejassem, produzir frutos bons.
   O
quadro de nós mesmos que ela nos apresenta mostra, em linguagem bem clara, que
a vida divina do Deus vivo tem que ser implantada em nosso espírito. A semente
da própria vida de Cristo pode germinar em nosso ser, desenvolver-se e dar
fruto excelente, se assim o permitirmos. 
  “O espírito é o que vivifica; a carne para
nada aproveita; as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida.” (Jo
6.63.)
   Logo
que a boa semente do Espírito de Deus germinar no terreno da minha vida, ela
irá desenvolver-se e amadurecer. Eventualmente, o fruto produzido amadurecerá.
Em algumas pessoas, a produção será de trinta, sessenta e até cem vezes a
quantidade plantada.
   O Amor
Está na Raiz.
   O
admirável amor de Deus foi produzido sobrenaturalmente no ser humano, pela
operação divina. Deus contempla o trabalho e esforço de sua alma e fica
contente. Ele obteve uma boa colheita. O homem do mundo olha para aquilo e é
obrigado a confessar consigo mesmo: 
  — Este aqui é filho de Deus! Ele é diferente
— definida e distintamente diferente.
   Precisamos reafirmar aqui que podemos ter o
amor de Deus em nós, na medida em que temos em nós o próprio Deus. Ele não concede
os frutos do Espírito separadamente de si mesmo. 
  Em outras palavras: só possuo o amor de Deus,
se Deus estiver vivendo sua vida em mim, por meu intermédio. Ele não me dá seu
doce fruto como se fosse presente, envolto em papel brilhante, belamente embrulhado.
Pode ser que alguém ore para que isso aconteça, pensando que acontecerá. Mas
não acontece. Está enganado quem pensa que isso se passa dessa maneira.
  Quando
pedimos a Deus que nos dê os benditos frutos de seu Espírito, ele no-los
concede sempre e apenas com a presença de sua pessoa em nós, em medida sempre
crescente.
   Quanto
mais eu tenho de Cristo, tanto mais tenho de seu amor. 
   Quanto
mais tenho Deus em mim, tanto mais tenho sua bondade. 
   Quanto mais tenho o Espírito Santo, mais
tenho da sua perfeição.
   E toda
a justiça, perfeição e bondade da vida de Deus encontram expressão plena em
mim, de uma forma ou de outra, nas nove facetas de frutificação relacionadas
pelo apóstolo Paulo em Gálatas 5.22,23.
   Permitam-me dar uma ilustração, a fim de
explicar exatamente o que quis dizer com isso.
  Uma
espiga de trigo, cevada ou aveia pode conter nove grãos distintos e separados.
Cada grãozinho difere dos outros em formato, tamanho e conteúdo. Entretanto,
todos os nove procedem da mesma fonte. E todos são trigo, cevada ou aveia, dependendo
da planta que os produziu. Um pode ser um grão redondo, sadio; outro pode ser
um pouco mirrado e seco. Mesmo assim são grãos de aveia ou de trigo ou de
cevada, pois brotaram todos do mesmo pé, originando-se todos da mesma semente.
   Podemos fazer uma ilustração semelhante com um
cacho de uvas. Se o cacho contém nove bagos, todos são a mesma fruta, mas cada
um será diferente dos outros, ainda que apenas ligeiramente, em tamanho,
formato e gosto. Uma uva pode estar totalmente madura, suculenta e doce, bonita
e saborosa. Mas no mesmo cacho pode haver várias uvas que talvez ainda não
estejam bem maduras, mas meio verdes, azedas, e talvez até murchas ou
ressequidas. Mesmo assim, são todas uvas, que brotaram de um mesmo galho, da
mesma parreira.
   O
mesmo se dá com a vida de Deus, com o amor de Deus, que talvez tenha brotado no
pé da vida do Espírito em nós. A uva da alegria, por exemplo, pode estar
plenamente desenvolvida e madura em mim, ao passo que a da paciência se acha
mirrada, azeda e murcha. 
   Com esta idéia em mente, vamos analisar
agora o amor de Deus, examinando-o por uma luz prática, que o retira do plano
da teoria pura e simples, do plano da Teologia, da torre de marfim da doutrina.
Vejamos a vida de Deus retratada em realidades práticas, da vida diária, que
podem produzir frutos de um viver íntegro (santo) e reto (justo). 
  Amor é Autonegação.
   Para
começar, é muito importante mostrarmos aqui que o amor de Deus, tantas vezes
mencionado no Novo Testamento, é autonegação.   Ele é autodoação.
  E
auto-sacrifício.
  Implica
em prejuízo próprio.
  É
desprendimento. 
 E dedicação a servir a outros.
  Esta
forma de amor teve sua mais elevada e sublime expressão na vida e morte do
Senhor Jesus Cristo.
  Ele foi
a manifestação visível, de um Deus invisível, para a humanidade. Ele foi, na
verdade, uma demonstração objetiva do amor de Deus. Sua extraordinária vida
revelou ao mundo a verdadeira natureza de Deus. Não havia melhor modo de ele
manifestar seu caráter.
   Ficou
então demonstrado que o amor e a vida de Deus são uma coisa só. Um não pode
existir separadamente do outro de maneira alguma. É por isso que o apóstolo
João não hesita em dizer: “...Deus é amor” [1 Jo 4.8).
   Esse
tipo de amor, um amor dessa qualidade, não pode ser confundido com amor
erótico. Nem pode ser comparado ao amor filial. Esses dois tipos também têm sua
origem em Deus. Foi ele quem os criou e fez deles aspectos da maravilhosa
inter-relação familiar, que tornam a vida em família uma experiência tão
maravilhosa e agradável.
   Mas o
amor de Deus, que no grego é identificado pela palavra agape, é essencialmente
desprendimento, e toma corpo em nove facetas distintas. Objetivando maior
simplicidade e clareza, vamos transcrever esses nove frutos de um mesmo cacho
ou de uma mesma espiga, da seguinte maneira: 
GÁLATAS
5.22,23 1 CORÍNTIOS 13.1
1.
Amor
2.
Alegria
3.
Paz
4.
Longanimidade
5.
Benignidade
6.
Bondade
Não
busca seus próprios interesses, não é egoísta ou egocêntrico.
O
amor não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade.
O
amor não se exaspera, mas é sereno e estável.
O
amor é paciente; é benigno.
O
amor é misericordioso, interessado, tem consideração pelos outros; não inveja.
O
amor é maravilhoso, cheio de graça, generoso; é bondoso e terno.
O
amor não é malicioso, mas tem fé em Deus e nos outros.
7.
Fidelidade
8.
Mansidão
9.
Domínio próprio
O
amor é humilde e meigo; nunca se exalta a si mesmo.
O
amor é disciplinado e controlado. Não se porta inconvenientemente.
   O amor é disciplinado e controlado. Não se
porta inconvenientemente.
  Basta um exame superficial do conteúdo do
amor de Deus para que constatemos que nos achamos diante de um importantíssimo
princípio de vida. Estamos vendo a dimensão divina da vida, um modo de vida radical.
   Deus
afirma que poderá brotar dentro de nós um enorme e irresistível desejo de nos
tornarmos semelhantes a ele, que ê amor... para que se reproduza em nós o fruto
de sua vida.
   O Amor
é a Própria Vida de Deus.
   Se
parássemos por um momento a fim de refletirmos sobre os resultados de tal amor
em nosso mundo, isso já poderia ser a primeira semente com um embrião
espiritual a ser lançada no solo de nossa alma. Transcrevo aqui um trecho de um
outro livro meu, Rabboni.
   “Em
todos os empreendimentos a que se dedica este triunvirato, sente-se no seu
planejamento uma perfeita coordenação de conceito e uma suprema unidade de
propósito. Ao contrário dos empreendimentos humanos os seus nunca se
caracterizaram pela discórdia. Não existem conflitos ali, simplesmente porque
não há interesses egoístas. No relacionamento de Deus Pai, Deus Filho e Deus
Espírito Santo, o amor fluía incessantemente em sua forma mais sublime. Aliás,
esse amor possui uma tal pureza, que constitui a substância de seu ser. É a
essência de seu caráter.
   “Nós,
humanos, não podemos imaginar um relacionamento tão sublime, sem o menor traço
de auto-afirmação, e sem motivos secundários ou autosatisfação. Mas esse é o
segredo da força de Deus. Nele está demonstrada a força irresistível do
desprendimento total. E é nessa total autodoação de um para os outros, neste
profundo interesse pelos outros, que se acha o amor eterno. Isso é amor em seu
mais alto nivel; amor em sua origem mais elevada. Isso é amor, a fonte original
de toda energia.
   “Assim
como no interior de um átomo existe um fabuloso volume de energia devido à
interação dos nêutrons, prótons e elétrons, assim também havia uma energia
ilimitada na Trindade, devido à inter-relação entre o Pai, o Filho e o
Espírito. E a essência dessa energia é amor. 
  “Nesse mundo exterior, na força motriz, a
energia que inspira cada ação é o amor. O amor representa as fibras que,
tecidas, formam cada aspecto da vida de Cristo. Aliás, ele foi a matéria-prima
utilizada para a formação e criação de todas as outras matérias.
   “Isso
pode parecer um pouco confuso para o leitor, ou meio difícil de acreditar. Mas
se pararmos um pouco para encontrarmos paralelos em nosso planeta terra, logo
veremos este conceito em termos práticos. Qual é a força mais irresistível da
terra? O amor! O que destrói completamente os preconceitos e edifica ligações
eternas? O amor! O que une as pessoas numa devoção indestrutível? O amor! 
  “Em que se baseiam todas as ações generosas e
atos de bondade? No amor! Qual é a fonte de energia para homens e mulheres que
alegremente vivem e morrem um pelo outro? O amor! O que realmente mobiliza o
coração e a mente do homem em seus mais nobres e elevados intentos? O amor! E
se isso pode ser dito acerca de homens mortais, egoístas, quanto mais da
própria vida de Deus, que é a vida de Cristo?” 
  Obviamente, esse amor não é algo insípido e
sentimental. Ê forte como aço; resistente como tungstênio e eterno como um
diamante. Ele é a essência do eterno.
   O amor
de Deus é nada menos que a vida de Deus em nós derramada abundante e
constantemente. É ele que dá energia ao cosmos. Só poderemos sentir e saber que
nos achamos imersos na grandiosa vontade de Deus, quando nos encontrarmos em
plena harmonia com seus objetivos. Somente então é que provaremos a satisfação
de estarmos nos movendo firme e fortemente na direção dos supremos desígnios de
Deus. Aí, até os menores detalhes da vida passam a ter um sentido, um propósito
para nós. 
    Frutos do Espírito Santo - W. Phillip
Keller


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