terça-feira, 11 de janeiro de 2022

Lição 03: A Inerrância da Bíblia

 




TEXTO ÁUREO

“ Porque na verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei sem que tudo seja cumprido.”

(Mt 5.18)

VERDADE PRÁTICA

A doutrina segundo a qual a Bíblia não contém erro algum denomina-se “Inerrância das Escrituras”. Por isso podemos confiar em sua mensagem que é incorruptível.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Mateus 5.17-21; Hebreus 10.15-17

  Mateus 5  

17 – Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim ab-rogar, mas cumprir.  

18 – Porque na verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei sem que tudo seja cumprido.  

19 – Qualquer, pois, que violar um destes menores mandamentos e assim ensinar aos homens será chamado o menor no Reino dos céus; aquele, porém, que os cumprirá e ensinar será chamado grande no Reino dos céus.  

20 – Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos céus.  

21 – Ouvistes o que foi dito aos antigos: Não matarás; mas qualquer que matar será réu de juízo.  

Hebreus 10  

15 – E também o Espírito Santo no-lo testifica, porque depois de haver dito:  

16 – Este é o concerto que farei com eles depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei as minhas leis em seu coração e as escreverei em seus entendimentos; acrescenta:  

17 – E jamais me lembrarei de seus pecados e de suas iniquidades  

 

  AUXÍLIO TEOLÓGICO

“ Significados dos Termos […] ‘Inerrância’ trata -se de um conceito estreitamente relacionado, mas é um termo mais recente […]. Traz a conotação de que a Bíblia não contém nenhum erro de ação (erros materiais), nem contradições internas (erros formais). […]. O conceito de infalibilidade volta-se ao conhecimento pessoal que alguém tenha de Deus […]. A inerrância ocupa-se mais especificamente com a transmissão precisa dos detalhes da revelação.

Embora em muitas composições teológicas os dois termos sejam usados intercambiavelmente, infalibilidade é o termo mais abrangente. Quem crê na Bíblia inerrante também crê na Bíblia infalível. […] Jesus, como os judeus da época do Antigo Testamento, creem que a fidedignidade das Escrituras não abrangia apenas seus ensinamentos mais importantes, mas também detalhes mais insignificantes […] (Mt 5.18). Essa perspectiva foi reiterada pelo apóstolo Paulo (At 24.14; 2 Tm 3.16). Desse modo, a autoridade de Jesus e de Paulo apoia a crença em tudo o que a Escritura assevera. Espera-se daqueles que chamam Jesus de Senhor aceitarem seus ensinamentos, que tenham as Escrituras em alta conta, como Jesus as tinha” (COMFORT, Philip Wesley. A Origem da Bíblia. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1995 , pp.63,67-68).

AUXÍLIO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ

“ [Buscando pelo ouro das Escrituras]

Nenhuma meta seria mais elevada do que ir pelo ‘ouro’ das Escrituras. A Bíblia muitas vezes se refere a si como ouro ou pedras preciosas, como o rubi, a fim de frisar 0 sublime valor do seu conteúdo. Por exemplo, Davi escreveu: ‘Os juízes do SENHOR são verdadeiros e justos juntamente. Mais desejáveis são do que o ouro, sim , do que muito ouro fino’ (Sl 19.9,10). O Salmos 119 , aquele que exalta a Palavra de Deus em quase todos os seus 176 versículos, inclui esta declaração pelo salmista: ‘melhor é para mim a lei da tua boca do que inúmeras riquezas em ouro ou prata’ (SL 119.72). No mesmo […] [texto], o salmista escreveu que ele ama os mandamentos de Deus ‘mais do que o ouro, e ainda mais do que o ouro fino’. Como estudante da Palavra, os professores cristãos devem garimpar o ouro da Escritura, cavando ‘filões’ nas profundezas da Bíblia e peneirando as verdades das Escrituras para si mesmos. Exploração diária das riquezas da Palavra enriquece a vida dando mais capacidade para os professores cristãos guiarem outros nas mesmas explorações” (GANGEL, Kenneth O; HENDRICKS, Howard G (Eds.). Manual de Ensino para o Educador Cristão: Compreendendo a natureza, as bases e o alcance do verdadeiro ensino cristão. 4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.307).

CONCLUSÃO

Apesar de alguns considerarem redundante o uso dos termos inspiração, inerrância e infalibilidade para legitimar a autoridade das Escrituras Sagradas, nossa ortodoxia professa e ensina que a Bíblia é a inspirada Palavra de Deus, inerrante e infalível com plena autoridade em tudo o que diz.

Lição 03: A Inerrância da Bíblia

| CPAD – Adultos – Tema do Trimestre: A Supremacia das Escrituras: A Inspiração, Inerrante e Infalível Palavra de Deus  

 

 


   A INERRÂNCIA DA BÍBLIA

“Porque em verdade vos algo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um t1 se omitirá da lei sem que tudo seja cumprido_" (Mt 5.18)

  Infalibilidade e inerrância são vocábulos que apontam à I veracidade das Escrituras. Indicam que a Bíblia Sagrada não falha e não erra. Significa afirmar que ela é a verdade em tudo o que diz, tanto nas questões espirituais, nas de ordem moral e ética, e ainda quanto aos fatos históricos e científicos (Mt 5.17,18; Jo 10.35). Por isso podemos confiar em sua mensagem que é incorruptível. Apesar de alguns considerarem redundante o uso dos termos inspiração, ineriância e infalibilidade para legitimar a autoridade das Escrituras Sagradas, nossa ortodoxia professa e ensina que a Bíblia é a inspirada Palavra de Deus, inerrante e infalível com plena autoridade naquilo que diz e ensina. Neste capítulo, veremos a inerrância, a preservação e a verdade da Palavra de Deus.

I - O QUE É INERRÂNCIA DA BÍBLIA

 1.O Conceito de Inerrância Bíblica

Compreender a inerência dos textos bíblicos é doutrina essencial para assegurar a supremacia da Palavra de Deus. John Higgins alerta que "abrir mão da doutrina da inerrãncia é o primeiro passo para se abrir mão da autoridade da Bíblia [..] se for admitida a existência de algum erro nas Sagradas Escrituras, estaremos alijando a veracidade divina, fazendo a certeza desaparecer.

  Apesar dessa advertência, constata-se uma tendência em certos círculos cristãos de abandono da doutrina da inerrância da Bíblia. O perigo repousa, sobretudo, na adoção de princípios hermenêuticos que valorizam o ceticismo racionalista como o emprego da "alta crítica negativa" e o "método histórico-crítico" na interpretação das Escrituras Sagradas.2

  Em virtude dessas discrepâncias e outros equívocos, surgiram no cristianismo conceitos e níveis distintos de inerrância. Contudo, nesta obra reafirmamos a posição ortodoxa pentecostal de "ser a Bíblia inteiramente a verdade; nenhuma falsidade ou mentira lhe pode ser atribuída"., No clássico livro A Origem da Bíblia, o conceito de inerrância é apresentado com "a conotação de que a Bíblia não contém nenhum erro de ação (erros materiais), nem contradições internas (erros formais) 4

  Em síntese, a inerrância é a doutrina segundo a qual a Bíblia não contém erro algum. Significa que ela é verdadeira em tudo o que afirma. Desse modo, a Escritura é isenta de erros nos aspectos doutrinários, espirituais, éticos, morais, históricos, culturais, científicos e em todos os demais temas. O argumento é irrefutável: Deus não pode errar, e, como a Bíblia é divinamente inspirada, ela não pode conter erros. Assim sendo, a inerrância, a infalibilidade e a inspiração estão entrelaçadas. Nesse sentido, nossa Declaração de Fé professa que "a Bíblia é a nossa única fonte de autoridade, a inerrante, infalível, completa e inspirada Palavra de Deus" (SI 19.7; Jo 10.35).5

2. A Bíblia Reivindica a sua Inerrância

  O termo "inerrância" não aparece na Bíblia, mas a ideia está presente nas páginas do texto sagrado. No livro de Provérbios está escrito que "toda palavra de Deus é pura" (Pv 30.5). Essa declaração implica dizer que a "autorrevelação inerrante por meio da sua Palavra está ao alcance de todos os que confiam nEle. Deus é completamente confável, e as suas palavras não necessitam de especulação humana para torná-las completas"., Não são apenas algumas palavras das Escrituras que são verdade, mas cada uma das palavras é verdadeira. O salmista afirma que "a palavra do Senhor é provada" (SI 18.30). O comentário bíblico de Albert Bames avalia que a ideia do salmista é que a Palavra de Deus tenha sido testada como prata ou qualquer outro metal que esteja no fogo, e foi descoberto que ela era tudo o que prometia ser.'

  O profeta Samuel assegura que "o caminho de Deus é perfeito, e a palavra do Senhor, refinada" (2 Sm 22.31). Esse texto é paralelo com Salmos 1830. Ratifica que Deus nunca erra; que o caminho do Senhor é sempre o correto; que todas as suas palavras têm sido cabalmente aprovadas no teste da veracidade. O próprio Cristo atestou a inerrãncia das Escrituras ao afirmar que nem um jota ou um til se omitirá da Lei (Mt 5.18). Essa assertiva do Senhor é precedida pela expressão "em verdade vos digo", denotando que a afirmação é sagrada. O Comentário Bíblico Pentecostal pondera que "Jesus assevera que nem um jota, a menor letra, nem um serifa ou adorno numa letra, de maneira nenhuma passará até que tudo se cumpra".8 Esse enfático pronunciamento demonstra que o texto bíblico é imutável, absoluto e inerrante.

   Cristo igualmente ratificou que "a Escritura não pode ser anulada" (Jo 10.35). Matthew Henry salienta que "nós temos certeza de que as Escrituras não podem ser anuladas, nem se pode introduzir nada a elas, nem se pode encontrar falhas nelas"? Desse modo, sublinha-se que a Palavra de Deus é fidedigna, o texto bíblico é irrepreensível e imexível, nada deve ser alterado ou pode ser corrigido. No Evangelho de João, o Senhor ainda declarou que a "palavra é a verdade" (Jo 17.17). Em vista disso, Norman Geisler enfatiza que "a Bíblia é a Palavra de Deus, e Deus não se desvia da verdade em momento algum. Todas as partes são verdadeiras, bem como o conjunto por elas formado".1° Essas declarações indicam que inexiste erro nas Escrituras, a Bíblia é plenamente confável sem nenhuma falsidade ou equívoco

3. A Infalibilidade e a lnerrância da Bíblia

   O vocábulo "infalível" indica o "que não pode, nem consegue falhar". Em relação á Bíblia, significa que as suas palavras hão de se cumprir cabalmente (Is 55.11). Por causa da etimologia, os termos "inerrância" e "infalibilidade" são por vezes confundidos como sinônimos. Não obstante, alguns afirmam que a Bíblia é somente infalível quanto a sua mensagem salvífica, e não a consideram como isenta de erros em outras questões. Harold Brown informa que alguns eruditos traem que a Bíblia "pode ser infalível (no cumprimento do propósito de Deus) sem ter de ser livre de erros".11 Ele menciona o ensino neo-ortodoxo de Karl Barth (1886-1968) e a sua premissa de que, por ser um livro humano (ainda que também seja divino), a Bíblia deve conter erros»

   Essa controvérsia conduziu a ortodoxia cristã a formular uma declaração em defesa da veracidade das Escrituras, baseada na premissa da inspiração divina, em que a Bíblia não falha, e não erra. Em 1978, na cidade de Chicago, foi realizado o Concílio Internacional da Inerrância Bíblica. Ao término do evento, quase trezentos eruditos publicaram a "Declaração de Chicago", ratificando a autoridade suprema das Escrituras. Entre seus dezenove artigos, a Declaração afirma:

A Escritura na sua inteireza e inerrante e esta livre de toda a falsidade fraude ou Vagamos oue a infalibilidade e a inerriância da Biblia  se limitam, aos temas,espirituais, religiosos ou redentores, excluind0-se as asseverações nos campos da historia e das ciências

  O manifesto de Chicago esclarece que, embora escrita por homens, a Bíblia é divinamente inspirada. Portanto, a Escritura é infalível em todas as matérias que trata; não possui erros e nem se acha equivocada quanto a todos os seus ensinos. Por esse motivo, na ortodoxia pentecostal fazemos o uso de ambos os termos, isto é, cremos e ensinamos que a Bíblia é infalível (incapaz de falhar), e, é igualmente inerrante (livre de erro). Professamos que aquele que crê numa Bíblia inerrante também deve crer numa Bíblia infalível. Negar essas verdades é desacreditar de sua autoridade e inspiração divina (Jd 1.3,4). Desse modo, reitera-se a Declaração de Fé das Assembleias de Deus que ensina ser a Bíblia Sagrada: "a inerrante, completa e infalível Palavra de Deus".14

II - O ESPÍRITO SANTO PRESERVOU AS ESCRITURAS

 1. Os Manuscritos Autógrafos

  Os manuscritos originais são chamados de autógrafos ou autográficos. São os textos com a grafia de próprio punho do autor bíblico ou de seu escrevente e no idioma original (Fm 19; Rm 16.22). Neles foram primeiramente registradas as palavras inspiradas pelo Espírito Santo (2 Pe 1.21). A obra Teologia Sistemática Pentecostal discorre que a inerrância bíblica atesta a veracidade dos autógrafos:

Isso só pcde acor.ecer se iverrnos certeza de ,:ue os aL.:d..',-a'os eram de fato a Pal., de ,e.J.s e ,:ue foram escritos :eme n:e por meio da inspi,âc sobrena:ura E essencial a iner-árcia seja er, que poro for) para se,ermos c ,Je é a veHade valo- ,os arógrafos inerrantes é que sabemos que o que os hcrrels 'egistraram foi exalam.. o rue Deus ,ueria xar po- escri, a,dgrafos derivam seu valor do fa, de sere., em essência a Palavra de Deus'

  Nesse aspecto, a objeção levantada por alguns diz respeito à inexistência dos documentos autógrafos. Esses documentos originais não sobreviveram; o que temos disponíveis são cópias desses manuscritos. Desse modo, Wayne Grudem registra o racional questionamento de teólogos divergentes: "De que serve, então, atribuir tamanha importância a uma doutrina que se aplica só a manuscritos que ninguém possui?".1, Essa dúvida é humanamente plausível e requer respostas convincentes. Ao mesmo tempo, o debate fortalece o conceito de inerrãncia, pois solidifica a posição da ortodoxia.

  Em resposta a essas objeções, a Declaração de Chicago sobre a inerrãncia da Bíblia, publicada em 1978, no artigo de número X, assim se expressou:

Afirmámos que, arigor e irspiracao diz 'e ,eito somen:e ac autográfico dás Esoritwas o Deus pode-se determinar com erai,ao a ,arti- de marJs,:os dis,cniveis riosEscos Palavra de Deus ra med da em que fie mente reeresertarr o orgiral Negamos ,:ue cJalcuer aspectc essencial fé cristã seja afetado vela falta dos aLtCgrafosRegamos ainda mais que esse farra torne inválida SJ irrelevante a afirmação da inerrância da

   Nessa perspectiva, concordes com a Declaração de Chicago, cremos que a inerrãncia das Escrituras Sagradas pertence aos documentos autógrafos, e, que as cópias fiéis desses manuscritos preservaram a exatidão dos originais. O Espírito Santo providencialmente manteve a revelação divina incorruptível (Jo 14.17; 16.13,14). Fora dessa compreensão, a Bíblia não seria fonte de autoridade (Jo 5.39; Gl 3.8-22).

2. Os Manuscritos Apógrafos

   As cópias dos manuscritos originais são chamadas de apógrafos. Atualmente, existem cerca de 25.000 cópias dos manuscritos bíblicos, a maior parte deles em hebraico, grego e latim. Inclusas nesse número estão as cópias em aramaico, árabe, copta, siríaco, arménio, gótico, etiópico, eslavónio, anglo-saxõnico dentre outras.

   Norman Geisler, na obra Resposta aos Céticos, afirma que os escribas judeus tiveram uma precisão milimétrica em guardar os manuscritos originais e de realizar cópias seguras do Antigo Testamento durante o decorrer da história. Assevera que "as tradições judaicas definiram todos os aspectos da cópia de textos como se fossem leis, desde o tipo de materiais a serem utilizados até o número de colunas e linhas que poderiam estar numa página"." Desse modo, conclui que não há qualquer prova cientifica ou histórica de que houve alguma mudança ou alteração nos textos sagrados.

   Nesse mesmo sentido, pode-se atestar a veracidade do cânon do Novo Testamento, haja vista a preservação de cerca de 5.800 manuscritos gregos (sem contar as cópias em outros idiomas). As primeiras cópias surgiram apenas cem anos após a escrita dos originais e afiançam a credibilidade, a confiabilidade e a suficiência


alguma seita. Mais tarde, a palavra foi aplicada aos livros espúrios, heréticos ou falsificados. Em outras palavras, os livros apócrifos são os que têm sido julgados não canónicos, ou seja, não inspirados tanto pelos israelitas, hebreus ou judeus (referindo-se ao Antigo Testamento) e pela Igreja Cristã (referente ao Novo Testamento). Em 1546, no Concílio de Trento, o catolicismo romano adotou sete desses livros, denominou-os de deuterocanônicos (reconhecidos após estudo) e os inseriu no cânon católico do Antigo Testamento.

   Nossa Declaração de Fé assegura que esses livros apócrifos ("escondidos"), tais como Tobias, Judite, Baruque, Macabeus I e II, Sabedoria de Salomão (não confundir com Cânticos de Salomão), Eclesiástico (não confundir com Eclesiastes), apresentam erros, anacronismos, doutrinas falsas e práticas divergentes das Escrituras, a exemplo da oração pelos mortos 22 O teólogo E. J. Young observa, entre outras incongruências, que "não existe nenhum sinal nesses livros que ateste origem divina [..] os livros justificam a falsidade e a fraude, fazem com que a salvação dependa de obras meritórias [...] e inculcam uma moralidade baseada em conveniências.•.23

  Os pseudoepígrafos (palavra que significa "falso escrito"), dentre eles, para citar um de cada Testamento, a Assunção de Moisés (Antigo Testamento) e o Apocalipse de Pedro (Novo Testamento), foram produzidos por autores anónimos e espúrios, que atribuíram indevidamente sua autoria a profetas e apóstolos 24 Na Bíblia dos judeus, equivalente ao nosso Antigo Testamento, atestada por Jesus como a Lei, os Profetas e os Salmos (Lc 24.44), não faziam parte os livros apócrifos, e nem os pseudoepígrafos. No Novo Testamento, nem mesmo o catolicismo romano ousou reconhecer esses livros. Por essas razões, nenhum deles integra o cânon bíblico protestante. Dessa forma, não reconhecemos a autoridade desses livros por não serem inspirados pelo Espírito Santo.

III — A VERDADE NAS ESCRITURAS

 1. A Bíblia É a Verdade Plena

  O termo "verdade", do hebraico "emeth", significa o que é "confiável" e "correto". O vocábulo grego "atetheia" tem o sentido de "real" e 'fidedigno". Nas Escrituras corresponde à realidade exata dos fatos em concordância com o pensamento de Deus. Teólogos da modernidade oriundos das escolas de linha neo-ortodoxa e liberal negam que a verdade seja absoluta. Esse conceito afirma que a verdade é relativa, que não é algo fixo, e que, portanto, a verdade sofre modificações e está condicionada a cada sociedade de acordo com a época e sua cultura. Contudo, na visão ortodoxa, a revelação da Palavra de Deus é a verdade inalterável. Reiteram-se aqui as palavras de Cristo: "o céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar" (Mt 24.35).

   Por conseguinte, alicerçados na autoridade das Escrituras, a posição cristã reconhece a existência da verdade absoluta e discorda que a revelação bíblica deva ser avaliada pela medida da cultura, pensamentos ou ideologias humanas. Reconhecemos e respeitamos a diversidade cultural e a pluralidade de ideais, porém rejeitamos o conceito de relativização da verdade bíblica divinamente revelada à humanidade. O teólogo John Higgins relaciona uma série de declarações que atestam a verdade plena e absoluta da Palavra de Deus. Dentre elas, destacamos:

(1) A verdace de Deus é expressada exaidão esem ,aisquer erros, nas prOprias a,ras EscritJra a, seres usadas na corstrução de frases Intellc fvels (2, A vereade de Deué expressada com exatidão através de ,das as palavras ,a :oLutada da Es,,ra e là, me-ame, através das pala,. de cor:ido os, cu teológico: (3, A ve-dade de Decs é expressada -no,c leuarte some, nosires originais) e de n,do ir. t.. (cá, as ,os escves originais)"

   Além dessas proposituras teológicas, a própria Escritura reivindica a sua veracidade. A Bíblia afirma categoricamente que Deus é a verdade (Jo 14.6; Rrn 3.4) e a sua Palavra também é a verdade (Jo 17.17). Portanto, se a verdade depende de Deus, e Deus é a verdade em pessoa, então a verdade absoluta revela Deus e a sua vontade?' O livro aos Hebreus declara que "é impossível que Deus minta" (Hb 6.18). Paulo ratifica que Deus "não pode mentir" (Tt 12). Em vista disso, cremos que a Palavra de Deus possui autoridade final (Mt 5.17,18); e, por conseguinte, deve ser obedecida acima de qualquer autoridade humana (Mt 15.3-6). Em vista disso, os textos acima citados reiteram a verdade plena das Escrituras, e servem de base para a afirmação: "o que a Bíblia diz é o que Deus diz".

   2. A Verdade Espiritual e Moral

   Nossa Declaração de Fé afirma que a Bíblia nos revela o conhecimento completo de Deus, não sendo necessária nenhuma nova revelação para a nossa salvação e crescimento espiritual (Dt 4.2; Pv 30.5,6).2, Nesse sentido, Charles Hodge, ao tratar da completitude das Bíblia, argumenta que "nada pode ser legitimamente imposto à consciência dos homens como verdade ou dever que não esteja diretamente ensinado ou obrigatoriamente implicado nas Escrituras Sagradas".28 Nesse diapasão, Antonio Gilberto ensina que tudo o que Deus requer do homem, e tudo o que homem precisa saber, quanto a sua redenção, está revelado na Biblia.29 Em nossa obra Valores Cristãos, destacamos que:

A ética e a moral cristã têm como principal fundamento o texto inspirado das Sagradas Escrituras É verdade oue não se pode desprezar a tradição ca Igre.a as le s ci,is e crim na s as ,ariadas literatJras e nem tampoucc: os bo cos-rmes adotados ,ela sociedade entretanto, para o cristão toda e qual,uer ,atica e conduta precisa passar pelo crivo e pelo aval da Palavra de DeL.s (Ht: 412,ì.

  Nessa compreensão, quando os princípios adotados pela ética e moral cristã são essencialmente bíblicos, então eles também são imutáveis. Isso implica dizer que a verdade bíblica não pode ser relativizada ou flexibilizada para atender o egoísmo, as vãs filosofias e o hedonismo da raça humana. Os padrões bíblicos para o nosso viver espiritual, moral e ético não podem sofrer mudanças. Aquilo que a Palavra de Deus diz ser pecado permanece sendo pecado.

  Por isso, os valores cristãos são permanentes, pois a fonte de autoridade é permanente (Mt 24.35). Assim, enfatizamos que a Bíblia é a inerrante verdade tanto espiritual quanto ética e moral.

   3. A Verdade Histórica e Científica

   Quando a ortodoxia declara que a Bíblia Sagrada é a nossa regra infalível de fé e prática não é uma referência apenas às questões de ordem espiritual ou de nossa conduta ética e moral. A inspiração plena, inerrância ilimitada e infalibilidade total do texto bíblico também se aplicam aos registros históricos e aos fatos científicos. Wayne Grudem formula o seguinte problema: "Será que poderia ser descoberto algum fato novo, científico ou histórico, que vá contradizer a Bíblia?".31 E a resposta para essa intrigante questão é apresentada de modo enfático com as seguintes palavras:

Nunca 01:3 â tona nenhum fato que Deus 030 conhecesse eras atrás e não tenha levado et:, conte qL.ance tez cue as Esc—ri-as fossem produzidas Cada fato verdadeir, é e go ,:ue c.hece desde. a eternidade e ,:ue portanto, nâo p,de ,..,-Itredizer o ,:ue o Selh, fale nas Escrituras?

  Em suma, cremos que a Bíblia é divinamente infalível em toda a matéria que aborda (SI 12.6; 19.8). John Wesley escreveu que se houver um erro, pode haver mil. E, se existir alguma falsidade, então a Bíblia não é o livro da verdade de Deus.33 Por conseguinte, a Escritura não se equivoca quando descreve a criação, os eventos da história e os fenómenos da ciência. Significa que Deus guiou os autores bíblicos e os preservou do registro de inverdades de qualquer natureza (2 Pe 1.21). Assim sendo, endossamos que a Bíblia Sagrada é a verdade inspirada de Deus, inerrante em sua totalidade, isenta de toda falsidade, fraude ou engano.

   A Supremacia das Escrituras

 – A Inspirada, Inerrante e Infalível Palavra de Deus

 

          

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