TEXTO ÁUREO
“ Porque
na verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til
se omitirá da lei sem que tudo seja cumprido.”
(Mt 5.18)
VERDADE PRÁTICA
A
doutrina segundo a qual a Bíblia não contém erro algum denomina-se “Inerrância
das Escrituras”. Por isso podemos confiar em sua mensagem que é incorruptível.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Mateus 5.17-21; Hebreus
10.15-17
Mateus 5
17 – Não cuideis que vim
destruir a lei ou os profetas; não vim ab-rogar, mas cumprir.
18 – Porque na verdade
vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá
da lei sem que tudo seja cumprido.
19 – Qualquer, pois, que
violar um destes menores mandamentos e assim ensinar aos homens será chamado o
menor no Reino dos céus; aquele, porém, que os cumprirá e ensinar será chamado
grande no Reino dos céus.
20 – Porque vos digo
que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum
entrareis no Reino dos céus.
21 – Ouvistes o que foi
dito aos antigos: Não matarás; mas qualquer que matar será réu de juízo.
Hebreus 10
15 – E também o Espírito
Santo no-lo testifica, porque depois de haver dito:
16 – Este é o concerto
que farei com eles depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei as minhas leis em
seu coração e as escreverei em seus entendimentos; acrescenta:
17 – E jamais me
lembrarei de seus pecados e de suas iniquidades
AUXÍLIO TEOLÓGICO
“ Significados dos Termos […] ‘Inerrância’ trata -se de um conceito
estreitamente relacionado, mas é um termo mais recente […]. Traz a conotação de
que a Bíblia não contém nenhum erro de ação (erros materiais), nem contradições
internas (erros formais). […]. O conceito de infalibilidade volta-se ao
conhecimento pessoal que alguém tenha de Deus […]. A inerrância ocupa-se mais
especificamente com a transmissão precisa dos detalhes da revelação.
Embora em muitas composições teológicas os dois termos sejam usados
intercambiavelmente, infalibilidade é o termo mais abrangente. Quem crê na
Bíblia inerrante também crê na Bíblia infalível. […] Jesus, como os judeus da
época do Antigo Testamento, creem que a fidedignidade das Escrituras não
abrangia apenas seus ensinamentos mais importantes, mas também detalhes mais
insignificantes […] (Mt 5.18). Essa perspectiva foi reiterada pelo apóstolo
Paulo (At 24.14; 2 Tm 3.16). Desse modo, a autoridade de Jesus e de Paulo apoia
a crença em tudo o que a Escritura assevera. Espera-se daqueles que chamam
Jesus de Senhor aceitarem seus ensinamentos, que tenham as Escrituras em alta
conta, como Jesus as tinha” (COMFORT, Philip Wesley. A Origem da Bíblia. ed.
Rio de Janeiro: CPAD, 1995 , pp.63,67-68).
AUXÍLIO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ
“ [Buscando pelo ouro das Escrituras]
Nenhuma meta seria mais elevada do que ir pelo ‘ouro’ das Escrituras. A
Bíblia muitas vezes se refere a si como ouro ou pedras preciosas, como o rubi,
a fim de frisar 0 sublime valor do seu conteúdo. Por exemplo, Davi escreveu:
‘Os juízes do SENHOR são verdadeiros e justos juntamente. Mais desejáveis são
do que o ouro, sim , do que muito ouro fino’ (Sl 19.9,10). O Salmos 119 ,
aquele que exalta a Palavra de Deus em quase todos os seus 176 versículos,
inclui esta declaração pelo salmista: ‘melhor é para mim a lei da tua boca do
que inúmeras riquezas em ouro ou prata’ (SL 119.72). No mesmo […] [texto], o
salmista escreveu que ele ama os mandamentos de Deus ‘mais do que o ouro, e
ainda mais do que o ouro fino’. Como estudante da Palavra, os professores
cristãos devem garimpar o ouro da Escritura, cavando ‘filões’ nas profundezas
da Bíblia e peneirando as verdades das Escrituras para si mesmos. Exploração
diária das riquezas da Palavra enriquece a vida dando mais capacidade para os
professores cristãos guiarem outros nas mesmas explorações” (GANGEL, Kenneth O;
HENDRICKS, Howard G (Eds.). Manual de Ensino para o Educador Cristão:
Compreendendo a natureza, as bases e o alcance do verdadeiro ensino cristão.
4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.307).
CONCLUSÃO
Apesar de alguns considerarem redundante o uso dos termos inspiração,
inerrância e infalibilidade para legitimar a autoridade das Escrituras
Sagradas, nossa ortodoxia professa e ensina que a Bíblia é a inspirada Palavra
de Deus, inerrante e infalível com plena autoridade em tudo o que diz.
Lição 03: A Inerrância da Bíblia
| CPAD – Adultos – Tema do Trimestre: A Supremacia das Escrituras: A
Inspiração, Inerrante e Infalível Palavra de Deus
A INERRÂNCIA DA BÍBLIA
“Porque em verdade vos
algo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um t1 se omitirá da
lei sem que tudo seja cumprido_" (Mt 5.18)
Infalibilidade e inerrância são vocábulos que
apontam à I veracidade das Escrituras. Indicam que a Bíblia Sagrada não falha e
não erra. Significa afirmar que ela é a verdade em tudo o que diz, tanto nas
questões espirituais, nas de ordem moral e ética, e ainda quanto aos fatos
históricos e científicos (Mt 5.17,18; Jo 10.35). Por isso podemos confiar em
sua mensagem que é incorruptível. Apesar de alguns considerarem redundante o
uso dos termos inspiração, ineriância e infalibilidade para legitimar a
autoridade das Escrituras Sagradas, nossa ortodoxia professa e ensina que a
Bíblia é a inspirada Palavra de Deus, inerrante e infalível com plena
autoridade naquilo que diz e ensina. Neste capítulo, veremos a inerrância, a
preservação e a verdade da Palavra de Deus.
I - O QUE É INERRÂNCIA
DA BÍBLIA
1.O Conceito de Inerrância Bíblica
Compreender
a inerência dos textos bíblicos é doutrina essencial para assegurar a
supremacia da Palavra de Deus. John Higgins alerta que "abrir mão da
doutrina da inerrãncia é o primeiro passo para se abrir mão da autoridade da
Bíblia [..] se for admitida a existência de algum erro nas Sagradas Escrituras,
estaremos alijando a veracidade divina, fazendo a certeza desaparecer.
Apesar dessa advertência, constata-se uma
tendência em certos círculos cristãos de abandono da doutrina da inerrância da
Bíblia. O perigo repousa, sobretudo, na adoção de princípios hermenêuticos que
valorizam o ceticismo racionalista como o emprego da "alta crítica
negativa" e o "método histórico-crítico" na interpretação das
Escrituras Sagradas.2
Em
virtude dessas discrepâncias e outros equívocos, surgiram no cristianismo
conceitos e níveis distintos de inerrância. Contudo, nesta obra reafirmamos a
posição ortodoxa pentecostal de "ser a Bíblia inteiramente a verdade;
nenhuma falsidade ou mentira lhe pode ser atribuída"., No clássico livro A
Origem da Bíblia, o conceito de inerrância é apresentado com "a conotação
de que a Bíblia não contém nenhum erro de ação (erros materiais), nem
contradições internas (erros formais) 4
Em
síntese, a inerrância é a doutrina segundo a qual a Bíblia não contém erro
algum. Significa que ela é verdadeira em tudo o que afirma. Desse modo, a
Escritura é isenta de erros nos aspectos doutrinários, espirituais, éticos,
morais, históricos, culturais, científicos e em todos os demais temas. O
argumento é irrefutável: Deus não pode errar, e, como a Bíblia é divinamente
inspirada, ela não pode conter erros. Assim sendo, a inerrância, a
infalibilidade e a inspiração estão entrelaçadas. Nesse sentido, nossa
Declaração de Fé professa que "a Bíblia é a nossa única fonte de
autoridade, a inerrante, infalível, completa e inspirada Palavra de Deus"
(SI 19.7; Jo 10.35).5
2. A Bíblia Reivindica a
sua Inerrância
O termo
"inerrância" não aparece na Bíblia, mas a ideia está presente nas
páginas do texto sagrado. No livro de Provérbios está escrito que "toda
palavra de Deus é pura" (Pv 30.5). Essa declaração implica dizer que a
"autorrevelação inerrante por meio da sua Palavra está ao alcance de todos
os que confiam nEle. Deus é completamente confável, e as suas palavras não
necessitam de especulação humana para torná-las completas"., Não são
apenas algumas palavras das Escrituras que são verdade, mas cada uma das
palavras é verdadeira. O salmista afirma que "a palavra do Senhor é
provada" (SI 18.30). O comentário bíblico de Albert Bames avalia que a
ideia do salmista é que a Palavra de Deus tenha sido testada como prata ou
qualquer outro metal que esteja no fogo, e foi descoberto que ela era tudo o
que prometia ser.'
O
profeta Samuel assegura que "o caminho de Deus é perfeito, e a palavra do
Senhor, refinada" (2 Sm 22.31). Esse texto é paralelo com Salmos 1830.
Ratifica que Deus nunca erra; que o caminho do Senhor é sempre o correto; que
todas as suas palavras têm sido cabalmente aprovadas no teste da veracidade. O
próprio Cristo atestou a inerrãncia das Escrituras ao afirmar que nem um jota
ou um til se omitirá da Lei (Mt 5.18). Essa assertiva do Senhor é precedida
pela expressão "em verdade vos digo", denotando que a afirmação é
sagrada. O Comentário Bíblico Pentecostal pondera que "Jesus assevera que
nem um jota, a menor letra, nem um serifa ou adorno numa letra, de maneira
nenhuma passará até que tudo se cumpra".8 Esse enfático pronunciamento
demonstra que o texto bíblico é imutável, absoluto e inerrante.
Cristo
igualmente ratificou que "a Escritura não pode ser anulada" (Jo
10.35). Matthew Henry salienta que "nós temos certeza de que as Escrituras
não podem ser anuladas, nem se pode introduzir nada a elas, nem se pode
encontrar falhas nelas"? Desse modo, sublinha-se que a Palavra de Deus é
fidedigna, o texto bíblico é irrepreensível e imexível, nada deve ser alterado
ou pode ser corrigido. No Evangelho de João, o Senhor ainda declarou que a
"palavra é a verdade" (Jo 17.17). Em vista disso, Norman Geisler enfatiza
que "a Bíblia é a Palavra de Deus, e Deus não se desvia da verdade em
momento algum. Todas as partes são verdadeiras, bem como o conjunto por elas
formado".1° Essas declarações indicam que inexiste erro nas Escrituras, a
Bíblia é plenamente confável sem nenhuma falsidade ou equívoco
3. A Infalibilidade e a
lnerrância da Bíblia
O
vocábulo "infalível" indica o "que não pode, nem consegue
falhar". Em relação á Bíblia, significa que as suas palavras hão de se
cumprir cabalmente (Is 55.11). Por causa da etimologia, os termos "inerrância"
e "infalibilidade" são por vezes confundidos como sinônimos. Não
obstante, alguns afirmam que a Bíblia é somente infalível quanto a sua mensagem
salvífica, e não a consideram como isenta de erros em outras questões. Harold
Brown informa que alguns eruditos traem que a Bíblia "pode ser infalível
(no cumprimento do propósito de Deus) sem ter de ser livre de erros".11
Ele menciona o ensino neo-ortodoxo de Karl Barth (1886-1968) e a sua premissa
de que, por ser um livro humano (ainda que também seja divino), a Bíblia deve
conter erros»
Essa
controvérsia conduziu a ortodoxia cristã a formular uma declaração em defesa da
veracidade das Escrituras, baseada na premissa da inspiração divina, em que a
Bíblia não falha, e não erra. Em 1978, na cidade de Chicago, foi realizado o
Concílio Internacional da Inerrância Bíblica. Ao término do evento, quase
trezentos eruditos publicaram a "Declaração de Chicago", ratificando
a autoridade suprema das Escrituras. Entre seus dezenove artigos, a Declaração
afirma:
A Escritura na sua
inteireza e inerrante e esta livre de toda a falsidade fraude ou Vagamos oue a infalibilidade e a inerriância da Biblia se limitam, aos temas,espirituais, religiosos
ou redentores, excluind0-se as asseverações nos campos da historia e das
ciências
O manifesto de Chicago esclarece que, embora
escrita por homens, a Bíblia é divinamente inspirada. Portanto, a Escritura é
infalível em todas as matérias que trata; não possui erros e nem se acha
equivocada quanto a todos os seus ensinos. Por esse motivo, na ortodoxia
pentecostal fazemos o uso de ambos os termos, isto é, cremos e ensinamos que a
Bíblia é infalível (incapaz de falhar), e, é igualmente inerrante (livre de
erro). Professamos que aquele que crê numa Bíblia inerrante também deve crer
numa Bíblia infalível. Negar essas verdades é desacreditar de sua autoridade e
inspiração divina (Jd 1.3,4). Desse modo, reitera-se a Declaração de Fé das
Assembleias de Deus que ensina ser a Bíblia Sagrada: "a inerrante,
completa e infalível Palavra de Deus".14
II - O ESPÍRITO SANTO
PRESERVOU AS ESCRITURAS
1. Os Manuscritos Autógrafos
Os manuscritos originais são chamados de
autógrafos ou autográficos. São os textos com a grafia de próprio punho do
autor bíblico ou de seu escrevente e no idioma original (Fm 19; Rm 16.22).
Neles foram primeiramente registradas as palavras inspiradas pelo Espírito
Santo (2 Pe 1.21). A obra Teologia Sistemática Pentecostal discorre que a
inerrância bíblica atesta a veracidade dos autógrafos:
Isso
só pcde acor.ecer se iverrnos certeza de ,:ue os aL.:d..',-a'os eram de fato a
Pal., de ,e.J.s e ,:ue foram escritos :eme n:e por meio da inspi,âc sobrena:ura
E essencial a iner-árcia seja er, que poro for) para se,ermos c ,Je é a veHade
valo- ,os arógrafos inerrantes é que sabemos que o que os hcrrels 'egistraram
foi exalam.. o rue Deus ,ueria xar po- escri, a,dgrafos derivam seu valor do
fa, de sere., em essência a Palavra de Deus'
Nesse aspecto, a objeção levantada por alguns
diz respeito à inexistência dos documentos autógrafos. Esses documentos
originais não sobreviveram; o que temos disponíveis são cópias desses
manuscritos. Desse modo, Wayne Grudem registra o racional questionamento de
teólogos divergentes: "De que serve, então, atribuir tamanha importância a
uma doutrina que se aplica só a manuscritos que ninguém possui?".1, Essa
dúvida é humanamente plausível e requer respostas convincentes. Ao mesmo tempo,
o debate fortalece o conceito de inerrãncia, pois solidifica a posição da
ortodoxia.
Em resposta a essas objeções, a Declaração de
Chicago sobre a inerrãncia da Bíblia, publicada em 1978, no artigo de número X,
assim se expressou:
Afirmámos que, arigor e
irspiracao diz 'e ,eito somen:e ac autográfico dás Esoritwas o Deus pode-se
determinar com erai,ao a ,arti- de marJs,:os dis,cniveis riosEscos Palavra de
Deus ra med da em que fie mente reeresertarr o orgiral Negamos ,:ue cJalcuer
aspectc essencial fé cristã seja afetado vela falta dos aLtCgrafosRegamos ainda
mais que esse farra torne inválida SJ irrelevante a afirmação da inerrância da
Nessa perspectiva, concordes com a
Declaração de Chicago, cremos que a inerrãncia das Escrituras Sagradas pertence
aos documentos autógrafos, e, que as cópias fiéis desses manuscritos
preservaram a exatidão dos originais. O Espírito Santo providencialmente
manteve a revelação divina incorruptível (Jo 14.17; 16.13,14). Fora dessa
compreensão, a Bíblia não seria fonte de autoridade (Jo 5.39; Gl 3.8-22).
2. Os Manuscritos Apógrafos
As
cópias dos manuscritos originais são chamadas de apógrafos. Atualmente, existem
cerca de 25.000 cópias dos manuscritos bíblicos, a maior parte deles em
hebraico, grego e latim. Inclusas nesse número estão as cópias em aramaico,
árabe, copta, siríaco, arménio, gótico, etiópico, eslavónio, anglo-saxõnico
dentre outras.
Norman
Geisler, na obra Resposta aos Céticos, afirma que os escribas judeus tiveram
uma precisão milimétrica em guardar os manuscritos originais e de realizar
cópias seguras do Antigo Testamento durante o decorrer da história. Assevera
que "as tradições judaicas definiram todos os aspectos da cópia de textos
como se fossem leis, desde o tipo de materiais a serem utilizados até o número
de colunas e linhas que poderiam estar numa página"." Desse modo,
conclui que não há qualquer prova cientifica ou histórica de que houve alguma
mudança ou alteração nos textos sagrados.
Nesse mesmo sentido, pode-se atestar a veracidade do cânon do Novo Testamento, haja vista a preservação de cerca de 5.800 manuscritos gregos (sem contar as cópias em outros idiomas). As primeiras cópias surgiram apenas cem anos após a escrita dos originais e afiançam a credibilidade, a confiabilidade e a suficiência
Nossa
Declaração de Fé assegura que esses livros apócrifos ("escondidos"),
tais como Tobias, Judite, Baruque, Macabeus I e II, Sabedoria de Salomão (não
confundir com Cânticos de Salomão), Eclesiástico (não confundir com
Eclesiastes), apresentam erros, anacronismos, doutrinas falsas e práticas
divergentes das Escrituras, a exemplo da oração pelos mortos 22 O teólogo E. J.
Young observa, entre outras incongruências, que "não existe nenhum sinal
nesses livros que ateste origem divina [..] os livros justificam a falsidade e
a fraude, fazem com que a salvação dependa de obras meritórias [...] e inculcam
uma moralidade baseada em conveniências.•.23
Os pseudoepígrafos (palavra que significa
"falso escrito"), dentre eles, para citar um de cada Testamento, a
Assunção de Moisés (Antigo Testamento) e o Apocalipse de Pedro (Novo
Testamento), foram produzidos por autores anónimos e espúrios, que atribuíram
indevidamente sua autoria a profetas e apóstolos 24 Na Bíblia dos judeus,
equivalente ao nosso Antigo Testamento, atestada por Jesus como a Lei, os
Profetas e os Salmos (Lc 24.44), não faziam parte os livros apócrifos, e nem os
pseudoepígrafos. No Novo Testamento, nem mesmo o catolicismo romano ousou
reconhecer esses livros. Por essas razões, nenhum deles integra o cânon bíblico
protestante. Dessa forma, não reconhecemos a autoridade desses livros por não
serem inspirados pelo Espírito Santo.
III — A VERDADE NAS
ESCRITURAS
1. A Bíblia É a Verdade Plena
O termo "verdade", do hebraico
"emeth", significa o que é "confiável" e "correto".
O vocábulo grego "atetheia" tem o sentido de "real" e
'fidedigno". Nas Escrituras corresponde à realidade exata dos fatos em
concordância com o pensamento de Deus. Teólogos da modernidade oriundos das
escolas de linha neo-ortodoxa e liberal negam que a verdade seja absoluta. Esse
conceito afirma que a verdade é relativa, que não é algo fixo, e que, portanto,
a verdade sofre modificações e está condicionada a cada sociedade de acordo com
a época e sua cultura. Contudo, na visão ortodoxa, a revelação da Palavra de
Deus é a verdade inalterável. Reiteram-se aqui as palavras de Cristo: "o
céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar" (Mt
24.35).
Por
conseguinte, alicerçados na autoridade das Escrituras, a posição cristã
reconhece a existência da verdade absoluta e discorda que a revelação bíblica
deva ser avaliada pela medida da cultura, pensamentos ou ideologias humanas.
Reconhecemos e respeitamos a diversidade cultural e a pluralidade de ideais,
porém rejeitamos o conceito de relativização da verdade bíblica divinamente
revelada à humanidade. O teólogo John Higgins relaciona uma série de
declarações que atestam a verdade plena e absoluta da Palavra de Deus. Dentre
elas, destacamos:
(1) A verdace de Deus é
expressada exaidão esem ,aisquer erros, nas prOprias a,ras EscritJra a, seres
usadas na corstrução de frases Intellc fvels (2, A vereade de Deué expressada
com exatidão através de ,das as palavras ,a :oLutada da Es,,ra e là, me-ame,
através das pala,. de cor:ido os, cu teológico: (3, A ve-dade de Decs é
expressada -no,c leuarte some, nosires originais) e de n,do ir. t.. (cá, as ,os
escves originais)"
Além dessas proposituras teológicas, a
própria Escritura reivindica a sua veracidade. A Bíblia afirma categoricamente
que Deus é a verdade (Jo 14.6; Rrn 3.4) e a sua Palavra também é a verdade (Jo
17.17). Portanto, se a verdade depende de Deus, e Deus é a verdade em pessoa,
então a verdade absoluta revela Deus e a sua vontade?' O livro aos Hebreus
declara que "é impossível que Deus minta" (Hb 6.18). Paulo ratifica
que Deus "não pode mentir" (Tt 12). Em vista disso, cremos que a
Palavra de Deus possui autoridade final (Mt 5.17,18); e, por conseguinte, deve
ser obedecida acima de qualquer autoridade humana (Mt 15.3-6). Em vista disso,
os textos acima citados reiteram a verdade plena das Escrituras, e servem de
base para a afirmação: "o que a Bíblia diz é o que Deus diz".
2. A Verdade Espiritual e Moral
Nossa
Declaração de Fé afirma que a Bíblia nos revela o conhecimento completo de Deus,
não sendo necessária nenhuma nova revelação para a nossa salvação e crescimento
espiritual (Dt 4.2; Pv 30.5,6).2, Nesse sentido, Charles Hodge, ao tratar da
completitude das Bíblia, argumenta que "nada pode ser legitimamente
imposto à consciência dos homens como verdade ou dever que não esteja
diretamente ensinado ou obrigatoriamente implicado nas Escrituras
Sagradas".28 Nesse diapasão, Antonio Gilberto ensina que tudo o que Deus
requer do homem, e tudo o que homem precisa saber, quanto a sua redenção, está
revelado na Biblia.29 Em nossa obra Valores Cristãos, destacamos que:
A ética e a moral cristã
têm como principal fundamento o texto inspirado das Sagradas Escrituras É
verdade oue não se pode desprezar a tradição ca Igre.a as le s ci,is e crim na s
as ,ariadas literatJras e nem tampoucc: os bo cos-rmes adotados ,ela sociedade
entretanto, para o cristão toda e qual,uer ,atica e conduta precisa passar pelo
crivo e pelo aval da Palavra de DeL.s (Ht: 412,ì.
Nessa compreensão, quando os princípios adotados
pela ética e moral cristã são essencialmente bíblicos, então eles também são
imutáveis. Isso implica dizer que a verdade bíblica não pode ser relativizada
ou flexibilizada para atender o egoísmo, as vãs filosofias e o hedonismo da
raça humana. Os padrões bíblicos para o nosso viver espiritual, moral e ético
não podem sofrer mudanças. Aquilo que a Palavra de Deus diz ser pecado
permanece sendo pecado.
Por isso, os valores cristãos são
permanentes, pois a fonte de autoridade é permanente (Mt 24.35). Assim,
enfatizamos que a Bíblia é a inerrante verdade tanto espiritual quanto ética e
moral.
3. A Verdade Histórica e Científica
Quando
a ortodoxia declara que a Bíblia Sagrada é a nossa regra infalível de fé e
prática não é uma referência apenas às questões de ordem espiritual ou de nossa
conduta ética e moral. A inspiração plena, inerrância ilimitada e
infalibilidade total do texto bíblico também se aplicam aos registros
históricos e aos fatos científicos. Wayne Grudem formula o seguinte problema:
"Será que poderia ser descoberto algum fato novo, científico ou histórico,
que vá contradizer a Bíblia?".31 E a resposta para essa intrigante questão
é apresentada de modo enfático com as seguintes palavras:
Nunca 01:3 â tona nenhum
fato que Deus 030 conhecesse eras atrás e não tenha levado et:, conte qL.ance
tez cue as Esc—ri-as fossem produzidas Cada fato verdadeir, é e go ,:ue c.hece
desde. a eternidade e ,:ue portanto, nâo p,de ,..,-Itredizer o ,:ue o Selh,
fale nas Escrituras?
Em suma, cremos que a Bíblia é divinamente infalível em toda a matéria que aborda (SI 12.6; 19.8). John Wesley escreveu que se houver um erro, pode haver mil. E, se existir alguma falsidade, então a Bíblia não é o livro da verdade de Deus.33 Por conseguinte, a Escritura não se equivoca quando descreve a criação, os eventos da história e os fenómenos da ciência. Significa que Deus guiou os autores bíblicos e os preservou do registro de inverdades de qualquer natureza (2 Pe 1.21). Assim sendo, endossamos que a Bíblia Sagrada é a verdade inspirada de Deus, inerrante em sua totalidade, isenta de toda falsidade, fraude ou engano.
A Supremacia das Escrituras
– A Inspirada, Inerrante e Infalível Palavra de Deus

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