segunda-feira, 26 de abril de 2021

Lição 5: Dons de Elocução


Lição 5: Dons de Elocução

| CPAD : Dons Espirituais e Ministeriais

TEXTO ÁUREO

“Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá, para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o poder para todo o sempre. Amém!”

 (1Pe 4.11).

 VERDADE PRÁTICA

Os dons de profecia, de variedades de línguas e de interpretação das línguas são para edificar, exortar e consolar a Igreja de Cristo.

 LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

1 Coríntios 12.7,10-12; 14.26-32.

1 Coríntios 12

7 – Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útil.

10 – e a outro, a operação de maravilhas; e a outro, a profecia; e a outro, o dom de discernir os espíritos; e a outro, a variedade de línguas; e a outro, a interpretação das línguas.

11 – Mas um só e o mesmo Espírito opera todas essas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer.

12 – Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também.

1 Coríntios 14

26 – Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação.

27 – E, se alguém falar língua estranha, faça-se isso por dois ou, quando muito, três, e por sua vez, e haja intérprete.

28 – Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja e fale consigo mesmo e com Deus.

29 – E falem dois ou três profetas, e os outros julguem.

30 – Mas, se a outro, que estiver assentado, for revelada alguma coisa, cale-se o primeiro.

31 – Porque todos podereis profetizar, uns depois dos outros, para que todos aprendam e todos sejam consolados.

32 – E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas.

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

Expor biblicamente o dom de profecia.

Explicar o dom de variedade de línguas.

Examinar o dom de interpretação de línguas.

INTERAÇÃO

 Prezado professor, na lição de hoje estudaremos a respeito dos três dons de elocução: profecia, variedade de línguas e interpretação. Qual o propósito destes dons? Atualmente temos visto muita confusão e falta de sabedoria no uso destes dons, em especial o de profecia, por isso, precisamos estudar com afinco este tema a fim de que não sejamos enganados pelos falsos profetas. Paulo exortou os crentes de Corinto para que eles procurassem com zelo os dons espirituais e em especial o dom de profecia, pois aquele que profetiza edifica toda a igreja. Por isso, ao preparar a lição, ore e peça que o Senhor conceda a você e aos seus alunos os dons de profecia, de falar em línguas estranhas e o de interpretá-las.

INTRODUÇÃO

 O estudo da lição desta semana concentrar-se-á nos três dons classificados como os de elocução: profecia, variedade de línguas e interpretação das línguas. Os propósitos destes dons especiais são os de edificar, exortar e consolar a Igreja de Cristo (1Co 14.3). Isso porque os dons de elocução são manifestações sobrenaturais vindas de Deus, e não podem ser utilizadas na igreja de forma incorreta. Assim, devemos estudar estes dons com diligência, reverência e temor de Deus, para não sermos enganados pelas falsas manifestações.

CPAD - DONS ESPIRITUAIS E MINISTERIAIS: servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário

COMENTARISTA: ESEQUIAS SOARES DA SILVA

 


                 5 DONS DE ELOCUÇÃO

 “Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá, para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o poder para todo o sempre” (1 Pe 4.11).

 Deus sempre quis comunicar-se com o homem. O relato bíblico sobre a criação do ser humano demonstra, de modo bem evi­ dente, que Deus comunicava-se diretamente com o ser criado. Sem dúvida, ao por o homem no jardim, para deste ser o responsável e guardador, Deus lhe deu as instruções necessárias, fazendo-lhe ouvir sua voz.

  E o fez, falando diretamente com o ser criado.

  Com a Queda, rompeu-se a comunhão com Deus. Antes, sentiam satisfação em ouvir a voz de Deus, que lhes parecia música suave, pois foram os primeiros sons que penetraram em seus ouvidos, naquele mo­ mento inicial da criação.

  A história se repete. Se o homem, e, muito mais, o crente, não zelar pela comunhão com Deus, o pecado destrói a comunicação com o Senhor. Mas, no seio da igreja cristã, Deus comunica-se com seus servos, através da leitura da Bíblia; através de seus mensageiros, pregadores, ensinadores e líderes, visando sua edificação.

  De modo sobrenatural, o Senhor usa pessoas, com os dons especiais de expressão verbal, ou de elocução, para transmitir sua vontade, orienta­ções, exortações e direção divina. Pelo dom de profecia, Deus supre aquilo que a mensagem costumeira não consegue alcançar. Quantas vezes, no meio da congregação, um servo ou uma serva de Deus, que tem esse dom, levanta-se e entrega uma men­sagem de exortação, de alerta, ou de edificação para toda a comunidade presente.

  Via de regra, a profecia autêntica provoca alegria e glorificação a Deus. Em outras ocasiões, o dom de variedade de línguas é usado por Deus, com interpretação, para confortar a igreja ou, equivalendo a uma profecia (com interpretação), consolar ou edificar o seu povo. Infelizmente, nos tempos presentes, percebe-se que muitas igrejas, ditas pentecostais, substituíram a adoração viva e cheia da presença do Espírito Santo, por um tipo de liturgia social, em que palmas e danças tomam o lugar da glorificação a Deus. Os dons espirituais são esquecidos, ou nunca procurados. Não se pode dizer que palmas sejam ges­tos ilícitos, de modo algum. Há ocasiões, em que elas cabem bem, na expressão de louvor.

  Quanto às danças, a nosso ver, era um costume oriental, bem aceito e praticado entre o povo de Israel. Mas, no culto neotestamentário, não conseguimos constatar, biblicamente, que haja espaço para essa expressão corporal. Vemos que a adoração a Deus, em glórias, aleluias e em línguas estranhas, é muito mais eloquente para a adoração individual e coletiva. E, quando o dom de variedade de línguas é praticado, com interpretação, é de grande valor para a igreja.

I - DOM DE PROFECIA (1 CO 12.10)

  No Antigo Testamento, havia um “ministério profético”, reconhecido e considerado por toda a nação. Hoje, não existe esse ministério nas igrejas cristãs. Existem pessoas ou mensageiros de Deus, que possuem o “dom de profecia”, usado em determinadas ocasiões, como propósitos definidos, como veremos mais adiante. Entre os dons ministeriais, objeto de outro comentário, há dom de “profeta”.

  No AT, as palavras entregues pelos profe­tas não admitiam julgamento, exceto quanto a seu cumprimento. Quando o profeta era de fato “homem de Deus”, nenhuma palavra deixava de se cumprir (1Sm 3.19). Se não se cumprisse, era um falso profeta e era punido com pena de morte (Dt 13.5; 18.20,22). Em o Novo Testamento, os profetas podem ser julgados ou avaliados (1 Co 14.29). Fico a imaginar se houvesse punição para os falsos profetas de hoje... O dom de profecia, no Novo Testamento, possui algumas diferenças, em relação ao ministério profético do Antigo Testamento.

  Na Antiga Aliança, os profetas, ou mensageiros de Deus, tinham mensagens dirigidas a todo o povo, à nação de Israel e, em determinadas ocasiões, a pessoas individualmente, a reis, a profetas e a quem Deus quisesse enviar sua palavra. Em o Novo Testamento, a mensagem profética é proclamada, no seio de uma igreja local. Dificilmente, há uma mensagem para toda a nação. Embora essa hipótese não seja descartada, Deus age e fala como quer.

  Deve-se considerar que a profecia, bem como outras manifestações do Espírito Santo, é absolutamente necessária nos dias presentes. Con­cluir que os dons, os carismas, os milagres, sinais e prodígios, foram apenas para os dias dos apóstolos, é querer reduzir o poder e a ação do Espírito Santo a uma matriz teológica, acadêmica e intelectualizada, que não se coaduna com as afirmações da Palavra de Deus.

  1. O QUE É DOM DE PROFECIA

  Para entendermos melhor esse dom, precisamos saber um pouco so­bre o significado da palavra profeta e profecia. No Antigo Testamento, a palavra profeta é navi, (hb. N ãbi') que se refere ao homem que era inspirado pelo Espírito Santo para entregar as mensagens de Deus para as pessoas (cf. 2 Pe 1.21). A palavra profetizar, no Antigo Testamento, é nãbã isto é, “a função do verdadeiro profeta quando ele fala a men­sagem de Deus para o povo sob a influência do Espírito Divino (1 Rs 22.8; Jr 29.27; Ez 37.10).'

   No Novo Testamento, a palavra grega para profecia é propheteia, formada de dois termos, d e pro, que significa “adiante”, “antecipado” e phemi, “falar” . Assim, nesses termos, profecia significa “a declaração do que não pode ser conhecido por meios naturais (Mt 26.68), é a descri­ ção antecipada da vontade de Deus, quer com referência ao passado, presente e futuro (veja Gn 20.7; D t 18.18; Ap 10.11; 11.3”.

  Profetizar, no grego, se resume numa palavra, propheteiiein, que significa “falar em nome de alguém, em favor de alguém”. O dom de profecia é um dom especial, em que seu portador transmite uma mensagem para a igreja ou para alguém, na inspiração do Espírito Santo.

  Não pode ser uma mensagem humana, pessoal da parte do que a transmite, mas é falada numa linguagem humana. É necessá­rio ter cuidado com as distorções que podem ocorrer na transmissão da mensagem profética, na igreja de hoje. Diz a Bíblia: “O profeta que teve um sonho, que conte o sonho; e aquele em quem está a minha palavra, que fale a minha palavra, com verdade.

  Que tem a palha com o trigo? diz o Senhor” (Jr 23.28 — grifo nosso). Não deve haver mistura da “palha” das “profetadas”, que ocor­rem aqui e ali, em certas igrejas, com o genuíno “trigo” da verdadeira profecia, transmitida por um servo ou serva de Deus, pela inspiração do Espírito Santo.

  Segundo Raymond Carlson, “A profecia, no Novo Testamento, que difere de uma pregação comum, é uma manifestação sobrenatural, dada para edificação, exortação e consolação.

  Através de 1 Coríntios 14.30, entendemos que o dom nos é dado por revelação através do Espírito”.3 Uma pregação pode ter caráter profético, mas nem toda pregação é profecia. Raymond Carlson diz que a profecia, “como seu homônimo dom de línguas, tem de conter elementos de revelação, conhecimento e doutrina”. Aqui, cabe um esclarecimento.

  Sem dúvida, a profecia resulta de revelação espiritual e de conhecimento, concedido por Deus. Mas não pode trazer nova doutrina, pois tudo o que consta na Bíblia é a Palavra de Deus, suficiente e necessária para nossa edificação. Quando o autor citado diz que a profecia deve conter doutrina, certamente quer dizer que ela tem que ter fundamento doutrinário ou bíblico. A profecia não pode acrescentar nada à Bíblia.

  2. FINALIDADE DA PROFECIA

   Com o todos os demais dons espirituais, o de profecia tem propósi­tos especiais da parte de Deus para a Igreja de Jesus Cristo. Só deve ser usado de forma correta, com base na Palavra de Deus. “Mas a manifes­ tação do Espírito é dada a cada um para o que for útil” (1 Co 12.7) ou proveitoso para a igreja. De maneira bem clara e até didática, o dom de profecia tem três finalidades básicas, em proveito da igreja: “Mas o que profetiza fala aos homens para edificação, exortação e consolação” (1 Co 14.3).

  1) Edificação

  Assim como um edifício de pedras é edificado pouco a pouco, com a união dos elementos materiais, com a argamassa própria, da mesma forma, os crentes em Jesus são “edifício de Deus” (1 Co 3.9).

  A formação espiritual de um discípulo de Jesus começa com a conversão, mas não para no discipulado inicial. Deve continuar por toda a vida. Pouco a pouco, o ensino da Palavra e da doutrina do Senhor vai construindo o caráter cristão no crente. Mas, às vezes, é necessária uma mensagem especial ou específica para alguém ou para toda a congregação. E aí que Deus usa um profeta para transmitir uma mensagem da parte de Deus, visando corrigir ou colocar “no prumo”, ou “no nível” , alguma área da edificação espiritu­al. Pastores são “serventes” ou “servidores” do supremo Arquiteto ou Construtor, que é Cristo. Não são perfeitos na edificação.

  Sua mensa­gem, mesmo com base na Bíblia, carece de reparos, aqui e ali. Em gran­de parte das igrejas, pelo país afora, há grande falta de preparo para o ensino da Palavra de Deus.

  Há obreiros despreparados até para os mais elementares ensinos bíblicos. Por misericórdia, o Senhor dá sabedoria até mesmo a pessoas sem cultura para transmitir sua mensagem, mas, há ocasiões em que só uma mensagem específica, para determinadas ocasiões, pode suprir o que é indispensável para a edificação do Corpo de Cristo, no que respeita à igreja local.

2 ) Exortação

  Exortar tem o sentido de “chamar para fora”, para orientar, ajudar e ensinar. Deriva da palavra grega parakalao, que tem o sentido de con­fortar, inspirar, defender e guiar. Exortar não tem o sentido distorcido, entendido por alguns, de que significa ameaçar, intimidar, ou causar pavor, na igreja. O verbo grego parakalao tem origem em outra palavra de muito significado, Paracleto, que significa Consolador, o título que é dado ao Espírito Santo (cf. Jo 14.16; 15.26).

  Por isso, Paulo ensina que quem exorta deve fazê-lo “com toda a longanimidade e doutrina” (2 Tm 4.2).

  Uma mensagem profética ajuda a entender como aplicar a Profe­cia Maior, que é a Bíblia Sagrada, para os dias presentes, quando sur­gem problemas, situações e circunstâncias, que não existiam, quando a mensagem bíblica foi escrita. Sem o ensino da Palavra de Deus e da mensagem profética, há uma tendência para a ocorrência de desvios de conduta e distorções perigosas no meio das igrejas locais.

  Diz Provér­bios: “Não havendo profecia, o povo se corrompe...” (Pv 2 9 .1 8 a ).

  As inovações e modismos têm tomado conta de muitos redutos pentecostais. A chamada “teologia da prosperidade” tem causado grandes estragos, com sua filosofia utilitarista dos dons e da Palavra de Deus. O evangelho antropocêntrico tem dado ao homem a primazia nas deci­sões e ensinamentos de muitos líderes. Aberrações teológicas ou práticas estranhas têm ocorrido, em certas igrejas.

  A “unção do riso” , “a unção do leão”, “a urina ungida”, inventada por determinada igreja (os cren­ tes saíram urinando, nas esquinas e ruas de uma cidade, para “marcar território”), para o pecado diminuir. Em lugar disso, a pecaminosidade tem aumentado; certo pregador, “celebridade” pregou que seu suor era ungido, pois seu D N A era ungido.

  Com isso, levou muito dinheiro dos irmãos, além do “cachê polpudo”. Nada disso tem fundamento bíblico. São ensinos heréticos, que têm grande aceitação no meio de igrejas e atraem muitos crentes que não conhecem a Palavra de Deus. Deus disse, no Antigo Testamento: “O meu povo foi destruído, por­ que lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento...” (Os 4.6). Essa palavra aplica-se de modo bem atual, ao que está ocor­ rendo no meio dos evangélicos.

3 ) Consolação

  O Espírito Santo é chamado de “O outro Consolador” (cf. Jo 14.16). Ele é o parakleto prometido por Cristo. Por isso, também usa o dom de profecia, para transmitir mensagem de consolação aos servos de Deus. Já vimos que o verbo parakaleo (gr.) significa consolar, confortar. E o que podemos ver em Barnabé, amigo de Paulo (At 4.36; ver Rm 15-4,5; 1 Co 14.3; 2 Co 1.3,4-7)).

  Consolação vem de paraklesis (gr.) e tem o sentido de “consolar”, “dar alegria”, dar “paz”. Paulo diz que todos os crentes podem profetizar (se Deus conceder tal dom), visando a consolação da igreja: “Porque todos podereis profetizar, uns depois dos outros, para que todos aprendam e todos sejam consolados” (1 Co 14.31 — grifo nosso).

  Muitas vezes, infelizmente, o zelo exagerado de alguns ministros, com a palavra e as normas da igreja local faz com ele se torne agressivo, intolerante e radical. E esquecem que, no meio da congregação, há dezenas de pessoas que estão experimentando momentos difíceis e do­lorosos em suas vidas. E estão precisando mais do que nunca de ouvir uma palavra de consolação.

  A exortação pesada, às vezes, é necessária. Mas fazer uso do púlpito para chicotear as ovelhas, indiscriminadamen­te, é falta do espírito de consolação. O Espírito Santo é o mesmo. Ele consolava no Antigo Testamento (SI 23.4; Is 51-12) e continua consolando na Dispensação da Graça (2 Co 1.4; 7.6).

  Faltaria espaço literário, sem dúvida, se pudessem ser registradas todas as mensagens de consolação que Deus tem dado à sua Igreja, no Brasil e em todos os lugares do mundo. Em cultos de oração, nos círculos de oração, em tantos lugares; em reuniões informais de oração, Jesus tem confortado seus servos, principalmente os que sofrem por causa do seu Nome e do evangelho.

  “O Dom de Profecia, portanto, serve para falarmos sobrenaturalmente aos homens, assim como o Dom de Línguas serve para falarmos sobrenaturalmente a Deus”.'1

  3. ERROS A SEREM EVITADOS NO USO DO DOM DE PROFECIA

1) Usar a profecia para guiar a igreja

  A mensagem através do dom de profecia tem como finalidade: “exortação, edificação e consolação” (1 Co 14.3). Não tem por obje­ tivo guiar ou direcionar a administração da igreja local.

  A Bíblia Sa­grada, a Profecia por excelência, é o manual da Igreja e tem todas as orientações sobre a administração espiritual, humana e material da igreja cristã. Vemos, em Atos 13.1-3, que, quando Deus quis enviar missionário, O Espírito Santo se dirigiu aos líderes, como Barnabé, Simeão (Níger), Lúcio de Cirene, Manaén e Saulo. Não se dirigiu a “um profeta” em particular.

2 ) Usar o dom de profecia como um “oráculo”

  Tendo em vista a finalidade da profecia, não é correto o crente só fazer as coisas se consultar um profeta. Essa prática tem endeusado irmãos ou irmãs, a quem Deus deu o dom, para se tomarem verdadeiros “gurus” de determinadas pessoas. Há exemplos de profetas, nas igrejas, cujo lar se transformou em lugar de verdadeira romaria. Há, até, os que prati­cam a simonia (At 8.18), profetizando para receber ofertas dos que lhe procuram. Deus pode usar, e tem usado, homens e mulheres de caráter cristão ilibado, para consolar e orientar casos específicos de pessoas que precisam de uma palavra específica para eles. Mas é preciso cuidado. A profecia é para o proveito da igreja e não de domínio particular.

3 ) Usar o dom de profecia como fonte de doutrina

  É completamente errado e contraria a Palavra de Deus. A fonte por excelência de doutrina é a Palavra de Deus. Nenhuma profecia pode acrescentar ou retirar o que já foi revelado nas Sagradas Escrituras.

  Quem o fizer, incorre no perigo de ser punido por Deus. “Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; e, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida e da Cidade Santa, que estão escritas neste livro” (Ap 22.18,19).

4) Usar o dom de profecia de forma descontrolada

  O dom de profecia deve ser usado, na igreja, com decência e ordem. Diz Paulo: “Portanto, irmãos, procurai, com zelo, profetizar e não proibais falar línguas. Mas faça-se tudo decentemente e com ordem” (1 Co 14.39, 40). A igreja em Corinto, como já vimos, possuía todos os dons, operando em seu meio. Talvez por isso, houve que se achasse mais importante ou santo do que os outros que não possuíam dons, e achavam-se no direito de usar os dons como bem entendessem. Por isso, o apóstolo exortou quanto à necessidade de ordem e decência no culto.

  Quando este autor liderava a juventude, há quase 30 anos, aconteceu um fato constrangedor, mediante o uso do dom de profecia.

  Um grupo de jovens e adolescentes passou a reunir-se em casa dos colegas, e passarem noites inteiras em oração e vigílias. Em princípio, com o consentimento dos pais, não haveria nada a se reprovar. No entanto, aquele grupo passou a considerar-se porta-voz de Deus, e a considerar os que não faziam parte dele como carnais, inclusive este que escreve este texto. Em pouco tempo, aqueles jovens estavam-se sentindo autossuficientes, e não davam mais satisfação à igreja e muito menos à direção da mocidade. Um dizia que Deus estava mandando ir à casa de um irmão para levar uma mensagem. Outro dizia que Deus lhe falara para irem a outro estado, para dar uma mensagem para um pastor.

  Em certa ocasião, na casa de um do grupo, os jovens se deitaram no chão, rapazes com as moças, e passaram a noite em vigília. Em dado momento, uma jovem começou a “ser usada em profecia”. E falou para um jovem: “O teu noivado não é do meu agrado. A que tenho preparado para ti é o vaso que estou usando”. Se o jovem que ouvira a mensagem não tivesse convicção do seu noivado teria acabado o relacionamento com sua noiva, com quem se casou e vive muito bem.

II - VARIEDADES DE LÍNGUAS (1 CO 12.10)

  O fenômeno pentecostal do falar em línguas estranhas (gr. glossolalia) tem dois aspectos. O primeiro é o falar línguas estranhas como evidência do batismo com o Espírito Santo. O segundo é o dom de variedade de línguas.

 1. EVIDÊNCIADO BATISMO COM ESPÍRITO SANTO

  Os discípulos só entenderam que “o outro Consolador” (Jo 14.6) ou revestimento de poder (Lc 24.49) houvera sido enviado, no Dia de Pentecostes, quando foram envolvidos no mover do Espírito San­to, com evidências exteriores e perceptíveis, que marcavam a nova fase na História da Igreja do Senhor Jesus.

  Os “cessassionistas”, que ensi­nam que os dons espirituais foram apenas para o período dos apósto­los afirmam que o batismo com o Espírito Santo é a própria salvação. Respeitamos os irmãos de outras denominações que creem assim, mas discordamos dessa teologia “cessassionista” por não se harmonizar com o que o Novo Testamento ensina sobre o batismo com o Espírito Santo.

  A Igreja de Jesus, hoje, mais do que nunca, precisa do revestimento de poder do Espírito Santo e da manifestação dos dons espirituais.

  Em suas últimas instruções, antes da Ascensão, Jesus disse aos dis­ cípulos (que já eram salvos), que eles receberiam um novo batismo: “Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batiza­ dos com o Espírito Santo, não muito depois destes dias” (At 1.5). Note-se que o verbo “ser” está no futuro: “sereis”. Eles sentiram que foram “cheios do Espírito Santo”, quando falaram línguas estranhas a si próprios: “E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem” (At 2.4).

  Nesse aspecto, as línguas não precisam de interpretação. O crente pode falar só com Deus (cf. 1 Co 14.2-28). E pode ser dado a todos quantos buscarem o batismo com o Espírito Santo.

  O movimento pentecostal não é propriamente moderno. Ao lon­ go da História da Igreja, Deus levantou crentes fiéis, que desejavam ver a igreja local movida pelo poder de Deus. Em 1834, um ministro presbiteriano, Edward Irving encorajava o falar em línguas em sua denominação. Num a colônia de mórmons, de Nauvoo, Illinois, em 1855, os crentes criam “no dom de línguas, profecia, revelação, visões, cura, interpretação de línguas. Em 1873, nas campanhas de Deight L. Moody, ele encontrou grande avivamento, na Associação Cristã de Moços. Robert Boyd declarou: “encontrei a reunião em fogo.

  Os jovens estavam falando em línguas e profetizando. Que significaria isso? Somente que Moody pregara para eles naquela tarde. Em 1875, houve batismos com o Espírito Santo, em Providence, Rhode Island.

  O pastor R. B. Swan declarou: “No ano de 1875, nosso Senhor come­çou a derramar sobre nós de seu Espírito; minha esposa, eu e alguns poucos outros começamos a proferir algumas poucas palavras na lín­ gua desconhecida” .5

  Os que resolveram examinar a Bíblia sem preconceito teológico descobriram que o batismo com o Espírito Santo, com evidência de línguas estranhas, não foi só para o período apostólico. N o ano de 1900, o jovem obreiro metodista, Charles E Parham entendeu que seu ministério precisava de algo novo. E, reunindo algumas pessoas, começou a pesquisar o livro de Atos dos Apóstolos. E descobriu que o batismo com o Espírito Santo era o que faltava para experimentar o avivamento. Alugou um casarão não concluído, em Topeka, Estados de Arkansas, EUA, e transformou num lugar de oração e busca pelo poder de Deus.6

   Foram tantas as pessoas batizadas com o Espírito Santo, com línguas estranhas, que o movimento inusitado começou a espalhar-se. Em alguns lugares, teve ferrenha oposição. Em outros, foi bem aceito como algo que faltava ao evangelismo americano. Pessoas foram curadas milagrosa­mente, outras receberam dons do Espírito Santo.

  Num culto, um índio Pawnee entendeu a mensagem que uma irmã entregava em sua língua. Depois, Parham levou a mensagem pentecostal para Houston, Texas. Ali, entrou em cena W. J. Seymour, que, recebendo a mensa­ gem, levou-a para Los Angeles, Califórnia. Ali, sofreu o mesmo que Parham. Aceitação e rejeição ferrenha. Mas em 9 de abril de 1906, as pessoas começaram a ser batizadas com o Espírito Santo.

  O local de reunião ficou pequeno, e ele se mudou com o grupo de crentes para a Rua Azuza, 312, que se tornou lugar histórico para o movimento pentecostal moderno. Espalhou-se pelo mundo e chegou ao Brasil em 1911, com os missionários Daniel Berg e Gunnar Vingren, que se fixa­ ram em Belém do Pará, onde as mesmas características do Pentecostes tiveram lugar.

  As pessoas falavam em línguas estranhas, e recebiam dons espirituais, sob a unção do Espírito Santo.

 2. O DOM DE VARIEDADES DE LÍNGUAS

   Difere das línguas como evidência do batismo com o Espírito Santo. Não é um dom dado a todos os que quiserem. Assim como os outros dons, é dado “a cada um” como o Espírito quer (cf. 1 Co 12.11,30). Também não é uma capacidade aprendida humanamente.

  Diz Carlson: “Falar em línguas é expressar-se com palavras que nunca aprendemos, mas que nos são comunicadas diretamente pelo Espírito Santo. Não se manifesta através de palavras pensadas de antemão ou vocalizadas pela pessoa que fala” ... “As línguas constituem um milagre vocal e não um milagre mental. A mente se faz espectadora, e os ouvi­dos a atendem...” .7
  A mansão inacabada, de Topeka, foi apelidada de “A Tolice de Stone”, pelo fato de seu dono não ter conseguido concluí-la. Depois, a construção foi vendida, e Seymour teve que alugar outro local, à Rua Azuza, 312, Los Angeles. 

   Com base na Palavra de Deus, podemos dizer que o dom de varie­dade de línguas tem finalidades múltiplas:

1) Edificação da igreja

  Com o vimos, os dons não são dados para promoção pessoal de quem os possui.

  Todas as manifestações espirituais, concedidas pelo Es­pírito Santo, são para a edificação no seio da igreja cristã. Paulo diz que todos os dons devem contribuir para a edificação da igreja: “Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação” (1 C o 14.26).

  Essa exortação tem caráter atualizadíssimo para os dias presentes. Desse modo, uma finalidade fundamental do dom de variedade de línguas é “transmitir à Igreja uma mensagem em línguas, e, por isso, precisa de interpretação para que aquela seja edificada.

  Essa interpre­tação é feita pelo dom de interpretação de línguas”.8 Trata-se de um milagre, pois quem fala as línguas bem como quem as interpreta não as conhece. “Trata-se de uma língua verdadeira, seja de homens ou de anjos (cf. 1 C o 13.1), conforme o Espírito Santo concede que se fale (cf. At 2.4 )” .9

2 ) Edificação pessoal

  A variedade de línguas pode ser útil para a edificação pessoal. Paulo ensina sobre isso de maneira bem clara: “O que fala língua estranha edi­ fica-se a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja” (1 Co 14.4). No caso de o crente falar línguas, para sua edificação pessoal, não há neces­sidade de interpretação. “Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja e fale consigo mesmo e com Deus” (1 Co 14.28). Ê um dom valioso para a edificação pessoal. O crente, cheio do Espírito Santo e edificado por Deus, pode ser usado nas reuniões para a edificação da igreja, através do dom de interpretação de línguas.
   Daí, a necessidade da busca pelo dom de interpretação: “Assim, também vós, como desejais dons espirituais, procurai sobejar neles, para a edificação da igreja. Pelo que, o que fala língua estranha, ore para que a possa interpretar” (1 Co 14.12,13). Dessa forma, fica bem claro que o dom de variedade de línguas pode servir para a edificação da igreja, desde que haja interpretação sobrenatural, concedida pelo Espírito Santo.

3 ) Glorificação a Deus

  O livro de Atos dos Apóstolos registra o episódio da ida de Paulo à casa do centurião Cornélio, por revelação do Espírito Santo (cf. At 10.3-8; 18-20).

  Os judeus tradicionais que se encontravam ali ficaram maravilhados, pois ouviam as pessoas falando línguas estranhas em adoração a Deus. Na descida do Espírito Santo, no D ia de Pentecostes, as pessoas de diversas nações, ali presentes, ouviam os apóstolos, após o batismo com o Espírito Santo, “falar das grandezas de Deus” (At 2.11).

  Nada mais natural, essa finalidade, pois Jesus disse que enviaria o Espírito Santo com a missão de anunciar a Cristo, e glorificar ao Senhor: “Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar” (Jo 16.14). Se um dom não glorifica a Cristo, em sua manifestação, não deve ser considerado proveniente do Espírito Santo.
4) Comunicação sobrenatural da parte de Deus

  Gordon Chown relata o caso, ocorrido em 1906, de uma jovem suíça, da área de fala alemã, chamada Maria Gerber, que foi para os Estados Unidos, para estudar num Instituto Bíblico. Seu irmão foi es­perá-la, no porto, e, de imediato convidou-a para ir orar por um amigo doente. Ela se recusou de pronto, dizendo que não faria nada no país, antes de aprender a falar inglês.

  O irmão deixou-a em casa, e foi fazer a visita sozinho. Mas o Espírito de Deus inquietou a jovem Maria, fazendo-a sentir que não consultara a vontade de Deus.10 Ela de imediato, saiu pelas ruas, com o endereço que fora dado pelo irmão, e, sem saber uma palavra em inglês, perguntava aos guardas como chegar lá. Foi muito difícil, mas conseguiu chegar à casa do doente, onde seu irmão já estava. E começou a orar em alemão pelo en­fermo para que Jesus o curasse. Porém, o sobrenatural aconteceu. Ela foi tomada pelo Espírito Santo, e começou a orar em inglês perfeito, e o doente foi curado de imediato.

  Não só isso, mas Maria recebeu o dom de variedade de línguas, e passou a falar inglês fluentemente, realizando seus estudos sem dificuldades, e orando pelos que precisa­vam de sua ajuda.

  Dizer que esse dom foi apenas para a época dos apóstolos é sem dúvida um preconceito contra o próprio poder ilimitado do Espírito Santo.

5 ) Sinal para os descrentes

  Praticamente, todo o capítulo 14 da primeira carta de Paulo aos coríntios se refere ao uso dos dons, nas reuniões da igreja local. Ali, ele orienta quanto à ordem e aos cuidados no uso dos dons. Com re­ lação ao dom de línguas, ou variedade de línguas, ele diz que o falar línguas, na congregação, deve ser acompanhado da interpretação de línguas para que a igreja possa ser edificada (1 Co 14.13-17).

  As línguas servem para edificação da igreja, desde que sejam interpretadas para toda a congregação. E também servem de “sinal” para os não crentes, da mesma forma, se houver interpretação profética.

  2.2. EQUÍVOCO QUANTO AO BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO E O DOM DE LÍNGUAS

  Intérpretes da linha “cessacionista” entendem que, assim como o batismo com o Espírito Santo, com sinais de línguas estranhas, foi apenas para o período apostólico, os dons espirituais também perderam sua necessidade e valor para os dias presentes. Jean Jacques Dubois" afirma que a crença no batismo com o Espírito Santo, como “uma segunda bênção”, distinta da salvação, é “confusão doutrinária” e “obra do Diabo”.

  Para ele, a confusão se dá pelo desconhecimento das expressões “batizados no Espírito Santo” e “cheios do Espírito Santo”.

  Esse autor diz que “nenhum versículo da Escritura exorta o cristão a ser ‘batizado com o Espírito’, o que seria um contrassenso!”. Ele incorre no erro de muitos intérpretes da Bíblia que fazem exegese, ao invés de exegese.

  No primeiro caso, procura-se adaptar o texto bíblico ao que se quer a partir de ideias preconcebidas e cristalizadas como doutrina. N o segundo, o que é correto, procura-se extrair do texto bíblico o que de fato o escritor queria dizer ao escrevê-lo. Isso se faz através da Herme­nêutica cristã, que nos ajuda a interpretar a Bíblia de modo correto.

  O autor cessassionista diz que nenhuma exortação existe para que se busque o batismo com o Espírito Santo. Mas o que Jesus disse aos discípulos? Que eles seriam batizados com o Espírito Santo (At 1.4,5). E acrescentou, respondendo a uma pergun­ta dos discípulos sobre a restauração de Israel: “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra” (At 1.8).

  O referido autor não dá o menor valor aos escritos do livro de Atos dos Apóstolos. Ele critica os pentecostais dizendo:

 “E impressionante ver que a argumentação dos escritores pentecostais se apoia em grande parte no livro de Atos e em modalidades de experiências de indivíduos ou de grupos de indivíduos'.

  Para ele, o fundamento dos escritores pen­tecostais “é tirado de um livro que contém mais história que um ensino” (grifo nosso).12 Esquece o autor crítico que esses “indivíduos” e “grupos de indivíduos”, que são exemplos claros de batismo com o Espírito Santo, com línguas estranhas, não são “indivíduos” quaisquer. Seus exemplos, da experiência pentecostal, são fundamento para a doutrina do batismo com o Espírito Santo.

  A partir dessa visão limitada e distorcida sobre o batismo com o Espírito Santo, Dubois rechaça a atualidade dos dons espirituais. Para ele, a igreja do século X X e do século atual não precisam mais das ma­nifestações do Espírito Santo, através dos nove dons de 1 Coríntios 12.

  Ele passa de largo na questão dos dons espirituais. Em todas as páginas de seu livro, apenas se refere aos dons, e assim mesmo, enfatizando os aspectos negativos, ocorridos na igreja dos coríntios, onde havia “desordem e divisão”. Ele considera os dons como “experiências espe­ciais” apenas para os apóstolos, visto que esses não tiveram sucessores, pois viveram num “tempo de transição” . Mas não fundamenta sua interpretação crítica em qualquer dos versículos do Novo Testamento
Segue os ensinos dos teólogos cessacionistas, que ignoram o valor e a atualidade dos espirituais.
III - INTERPRETAÇÃO DE LÍNGUAS (1 CO 12.10)

  Já vimos que o dom de línguas propicia mensagens de edificação para quem o possui e que, para a edificação da igreja, necessita de interpretação. E isso é possível, através do dom de interpretação de línguas. Essa concomitância, entre os dois dons não havia no Antigo Testamento.

1. O QUE É O DOM DE INTERPRETAÇÃO DE LÍNGUAS

  O pastor Antônio Gilberto ensina que “É um dom de manifestação de mensagem verbal, sobrenatural, pelo Espírito Santo. Não se trata de “tradução de línguas” , mas de “interpretação de línguas” .13

  O dom de línguas prescinde do dom de interpretação de línguas, para que seja útil para a edificação da igreja. Paulo deu precioso ensino à igreja de Co­rinto sobre o uso dos dons. Ao que parece, o dom de línguas era muito usado, mas sem o necessário equilíbrio espiritual e emocional. Esse dom deve andar lado a lado com o dom de línguas, no seio da igreja cristã. São “dons geminados” .

  Gordon Chown diz que “A inter­pretação é tão milagrosa quanto a própria Língua — e isto quer dizer que quem possui o Dom de Línguas não vai procurar decifrá-la com a mente, mas sim, pede e recebe a Interpretação da mesma fonte divina de onde surgiu a Língua”.14 Isso não quer dizer que o dom de interpre­tação de línguas é outro tipo de dom de profecia.

 A profecia é autossuficiente em sua ação para quem a ouve. O dom de interpretação de línguas depende da mensagem em línguas, para que tenha eficácia.
2. FINALIDADE DO DOM DE INTERPRETAÇÃO DE LÍNGUAS

  Com o é óbvio o que o nome diz, a finalidade principal é a interpre­tação da mensagem, transmitida à igreja, através do dom de línguas. No culto pentecostal, deve haver sabedoria e humildade no uso dos dons. Não é comum haver quem tenha os nove tipos de dons. Nor­malmente, o Espírito distribui “a cada um como quer” .

  Quanto mais dons houver numa igreja local, maior será sua edificação espiritual. A Palavra de Deus é a fonte primária e mais importante para a edificação do crente. Mas, como vimos, os demais dons também contribuem para a edificação da igreja.

Conclusão

   Os dons de elocução têm grande efeito na transmissão da mensa­gem da parte de Deus para os crentes nas igrejas locais. Paulo diz que os dons devem ser procurados, pois ele sabia o valor das manifesta­ções espirituais para a vida dos crentes de sua época. Ainda que haja pessoas, em diversas igrejas, que não aceitam a atualidade do batismo com o Espírito Santo e dos dons espirituais, graças a Deus, a realidade dos dons, nas igrejas cristãs que aceitam o Pentecostes hoje, têm sido beneficiadas pela presença do poder do Espírito Santo em seu meio.

  Historicamente, são as que mais crescem, numericamente, em graça e unção de Deus. Oremos para que o avivamento não se apague, no meio das igrejas cristãs, até a Volta de Jesus.

Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário

Elinaldo Renovato de Lima

 


          COMENTÁRIO/INTRODUÇÃO

.«.. .edificando...» No original grego, essa palavra era usada para indicar a ereção literal de edifícios, conforme se vê em Mat. 2:41 e Marc. 13:1,2. Porém, também era usada metaforicamente, no sentido de edificação espiritual, como um meio de desenvolvimento espiritual. (Ver também I Cor. 8:1, onde essa palavra é explanada. E outras referências onde essa palavra reaparece são I Cor. 10:23; 14:4,17; Rom. 15:20; Gál. 2:18 e I Tes. 5:11). Tal como um edifício qualquer é levado à sua totalidade e utilidade, mediante um processo contínuo de edificação e aprimoramento, assim também se dá no caso da alma humana, ou mesmo da comunidade de almas remidas. Torna-se necessário um desenvolvimento gradual; porquanto nenhum crente se aperfeiçoa imediatamente, e nem de maneira fácil.

 A profecia é o dom espiritual que mais contribui para o nosso desenvolvimento em CRISTO, para nossa transformação moral em CRISTO, para nossa transformação metafísica à imagem de JESUS CRISTO. Por essa razão é que o dom profético se reveste de tanta importância. De fato, de alguma maneira, todos os dons espirituais visam exatamente esse propósito, o desenvolvimento espiritual do crente, segundo a imagem moral e metafísica de CRISTO, conforme aprendemos em I Cor. 12:7.

«.. .exortando...» No sentido de exercer a vontade, para que se faça o que é direito, e não para que se faça o que é mal. Essa palavra pode significar «exortação» (ver Fil. 2:1), «consolo» (verII Cor. 1:4-7), «súplica» (ver II Cor. 8:4), ou mesmo a combinação de exortação e consolo, que também é «encorajamento» (ver Heb. 6:18). Está em pauta o despertamento da vontade para que se faça o que é correto e próprio. A maioria dos intérpretes entende que aqui se deve compreender a «exortação» no sentido de «encorajamento».

 Assim sendo, mediante o dom da profecia, o indivíduo pode ser encorajado, exortado, consolado, sujeito a uma súplica, porquanto compreende o que se diz; e aquilo que ouve tem a energia do poder do ESPÍRITO de DEUS. Sem o acompanhamento da interpretação, entretanto, o dom de línguas não pode conseguir tal efeito; por conseguinte, as línguas formam um dom inferior ao da profecia.«...consolando...»

  No original grego, um vocábulo diferente do anterior é usado aqui, embora essas duas palavras pudessem ser sinônimas, ambas as quais dão a entender «consolo», embora a palavra que ora consideramos significa especificamente isso. Sua forma verbal, «paramutheomai», significa «animar», «encorajar», «consolar».

  Por conseguinte, sua forma nominal significa «encorajamento», «consolo». Há uma outra forma nominal dessa palavra que também significa «encorajamento», «consolo» ou «alívio». (Ver Sófocles, El. 129; Thu. 5, 103, 1; Epigr. Gre. 951,4; Filo, Praem. 72; Josefo, Guerra dos Judeus 6,183; 7,392). Muitas são as aflições e as tristezas pelas quais devem passar todos os crentes. Pode-se observar facilmente, na experiência humana, que os crentes não são poupados, em qualquer sentido, da tristeza geral e das dores que afligem a humanidade em geral. No entanto, em CRISTO, mediante o dom da profecia, há alívio para tais sofrimentos.

  Ouvimos falar acerca da providência de DEUS, de seu amor e cuidado, de seu propósito, e a mente do crente é levada a compreender assim o propósito da agonia, bem como a esperança relativa ao futuro, quando toda a adversidade será finalmente eliminada, e quando a própria morte física (o pior dos males físicos) houver de ser tragada na vitória. Ora, o falar em línguas, sem a ajuda da interpretação, não pode realizar isso, não pode consolar, fortalecer, encorajar. Por isso é que o dom de línguas é inferior à profecia.

  Por esses motivos é que a profecia, no dizer de Findlay (in loc.), «...serve para melhor edificar a igreja cristã, para estimular a vontade dos crentes e para fortalecer o espírito cristão».«Edificação, ânimo, encorajamento, conforme a necessidade de cada um». (Shore, in loc.).

CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo

   📌Não desprezeis as profecias (20)Examinai tudo (21; “discerni tudo”, BJ; “usem o bom senso a todo custo”, CH; “examinai tudo cuidadosamente”, NASB; “ponham à prova todas as coisas”, NVI; cf. BAB, BV, NTLH; “julgai todas as coisas”, RA). Estas últimas três exortações na passagem equilibram as primeiras duas. O julgamento cristão, o bom senso, o exame criterioso são ações imprescindíveis na vidada igreja. Isto também é o ESPÍRITO que dá (cf. 1 Co 14.29; 12.10, onde “discernir” é um dos dons).

  Erdman escreve: “Paulo não especifica as provas a serem aplicadas. Em outra passagem, ele dá a entender que todos os dons espirituais devem ser exercidos em amor, que o verdadeiro propósito dos dons deve ser a edificação das pessoas e que as pessoas que são movidas pelo ESPÍRITO reconhecerão o senhorio de CRISTO e se empenharão em promover a sua glória”.41Retende o bem (21). Quando o trigo e o joio forem separados, retenha o trigo. Quando descobrir a falsificação pelo som do metal genuíno, mantenha o que é de valor. Ninguém jamais ficou rico apenas descartando o que é espúrio. Esta é a ilusão do crítico destrutivo.

 Árnold E. Airhart. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 9. pag. 400. I Tes 5.19

   📌“Não apagueis o ESPÍRITO!”

 ESPÍRITO SANTO é fogo! Será que ainda estamos conscientes disso, nós que consideramos a sã doutrina como marca essencial da verdadeira igreja e temos tanta predileção pela sua temperatura amena? A instintiva e apaixonada aversão de Lutero contra todo “entusiasmo”, que tornou ainda mais difícil e negativo seu encontro com todo tipo de movimentos complicados na época da Reforma, fez da preocupação com “fanatismo” um traço fundamental das igrejas evangélicas.

 Sempre que há um fogo flamejando, tememos imediatamente o nefasto incêndio que ameaça o edifício da igreja. Por essa razão é típico para a histórica eclesiástica evangélica que os novos movimentos nela nunca foram saudados com alegria, mas sempre foram inicialmente alvos de suspeita e combate.

  “Apagar” fogo questionável aparece como uma das principais tarefas da direção da igreja e da teologia. Paulo, porém, adverte justamente de forma oposta: “Não apagueis o fogo do ESPÍRITO SANTO!”

  Logo já deve ter havido uma tendência nessa direção na jovem igreja –uma constatação surpreendente para nós. Talvez era essa a tendência naquela parcela da igreja, que via com preocupação a conduta inquieta e agitada dos “desordeiros”, aos quais a exortação de 1Ts 4.11 se dirigia em particular e contra os quais 2Ts investe de forma ainda mais incisiva. Nesse caso teríamos aqui de fato um paralelo com acontecimentos da época da Reforma.

  Mas então é particularmente digno de nota que justamente pessoas como Paulo e seus colaboradores não tirem aquelas conclusões temerosas que impregnaram nosso sangue, mas advertem aquele grupo crítico da igreja contra todas as tentativas de “apagar”! Também aqui Paulo foi novamente capaz de unir coisas aparentemente contraditórias: “Empenhai tudo para serdes tranquilos” e “Não apagueis o ESPÍRITO”. Nada pode ser mudado na natureza de fogo do ESPÍRITO, e o fogo procura e precisa queimar.

  Quando se ignora isso, obtém-se aquele “ESPÍRITO SANTO” cuja existência é apenas postulada dogmaticamente, mas não mais experimentada pela igreja de forma viva e irrefutável.

 Aquele efeito e dom do ESPÍRITO que para Paulo sempre foi o mais importante e digno de ser conquistado (1Co 14.1; o “amor” não constitui dom do ESPÍRITO, mas fruto do ESPÍRITO! – Gl5.22) é o propheteuein, o “profetizar”. Conforme 1Co 14.24s propheteuein na igreja também é, sobretudo, o dom de ver e denunciar com força penetrante as condições essenciais de pessoas. Dependendo de cada caso, essas palavras também podem ter sido associadas a anúncios de juízos divinos e manifestações divinas da graça. Tais “profecias” também havia em Tessalônica.

  Novamente parece que nelas também podem ter emergido críticas na igreja. Ainda que agora já lancemos um olhar prévio sobre a segunda carta, capazes de deduzir dela consequências para a realidade na época da primeira, podem ter sido manifestadas várias “profecias” que começavam a clamar “por meio do ESPÍRITO” (2Ts 2.2): “O dia do Senhor chegou!”.

  O grupo sensato da igreja se defendia com razão contra tal “fanatismo”. Mas tirava disso diretamente a conclusão genérica a que se chegou na época da Reforma: de nada valem todas essas “profecias”. E agora é novamente muito grandioso e importante que Paulo – que neste caso específico dava toda razão à crítica! – não concorda simplesmente com isso: “muito bem! O melhor é que vocês deem fim a todo esse profetismo!”, mas pelo contrário adverte: “Não menosprezeis as profecias.”

  Apesar de tudo prevalece, e precisa prevalecer, o cumprimento da promessa de Joel por ocasião de Pentecostes: “Vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos jovens terão visões, e sonharão vossos velhos” (At 2.17).

  É preciso que vigore o anseio de pessoas como Moisés: “Tomara que todo o povo do Senhor fosse profeta!” (Nm 11.29). Apesar de todas as difíceis e amargas experiências da igreja de DEUS até nos nossos dias, isso precisa continuar assim! O fogo do ESPÍRITO precisa queimar e enviar suas chamas, do contrário restará tão-somente lava endurecida, da qual os teólogos fabricam suas peças doutrinárias.I Tes 5. 21s

  Todavia: “Julgai todas as coisas, retende o que é bom; abstende-vos de toda forma de maldade.”

 Novamente a palavra apostólica unifica questões opostas. Quando pessoas produzem percepções através do ESPÍRITO SANTO e anunciam atos divinos, será que resta aos ouvintes somente uma coisa: a sujeição obediente? “Assim diz o Senhor” - será que neste caso ainda podemos “julgar”? Porventura os profetas da antiga aliança não exigiram de rei, sacerdote e povo a aceitação incondicional da palavra? No AT com razão! Mas na igreja de JESUS não apenas os “videntes” possuem o ESPÍRITO SANTO, mas todos, ou seja, também os ouvintes das profecias! Justamente porque na nova aliança não apenas ditos proféticos isolados são inspirados pelo ESPÍRITO, mas todo o coração está continuamente repleto dele, os ditos divinos já não aparecem mais tão inequivocamente destacados ao lado dos pensamentos e sentimentos humanos.

  Vimos anteriormente que para o NT todo falar dos crentes deve ser “palavra de DEUS”. Nesse caso, porém, pode ocorrer com uma maior facilidade do que no AT que os “profetas” involuntária e desavisadamente mesclem dádivas do ESPÍRITO e ideias próprias, coisas espirituais e psíquicas. Por isso na nova aliança também há uma necessidade bem maior do que na antiga de “examinar as profecias”. Portanto, o caminho genuíno passa exatamente no meio termo entre menosprezo e supervalorização!

 Quando, enfim, a igreja de JESUS em todo o mundo se recuperará a atitude de, por puro medo do “fanatismo”, não apagar constantemente o ESPÍRITO, sendo por isso pobre de fogo, vigor e dons? Quando ela deixará de ser refém acrítica de todo movimento que parece possuir algo “vivo”, e será realmente capaz de ouvir e julgar?!

 O resultado de um exame é sempre duplo. Coisas boas, valiosas são destacadas. Agora “retende-o”! Não permitais que a palavra ouvida seja apenas agitação de uma hora, mas acolhei-a em vossa vida e vosso serviço. Em contraposição, “abstende-vos de toda forma de maldade”.

  A palavra não autêntica, oriunda de nossa própria natureza, sempre pode ser reconhecida pelo fato de que também possui em si algo de nossa natureza maligna. Aqui nossa resistência precisa ser implacável. Tão logo surgir algo indisciplinado ou amargo, sem amor ou egoísta, a igreja precisa declarar seu não, até mesmo quando isto alega resultar do ESPÍRITO, sendo apresentado com entusiasmo e exigências.

  Talvez possamos dar mais um passo e ver “o” maligno, o diabo, por trás do mal. Então também Paulo já teria contado com a possibilidade de que o inimigo tentaria penetrar na igreja mesclando coisas más e perigosas à proclamação. No presente contexto a admoestação teria o seguinte sentido: reconheçam o inimigo, o maligno, em qualquer configuração e disfarce, justamente também no disfarce especialmente devoto e santo! Rejeitai-o com a mesma determinação com que acolheis o bem.

 Evidentemente essa obrigação de examinar e discernir não é fácil. Seria muito mais belo se pudéssemos aceitar sem preocupação e com alegria tudo o que penetra em nossos ouvidos no âmbito da igreja. Mas isso não acontece de acordo com nossos desejos e nossa comodidade. Os tessalonicenses não conseguem se furtar à verdadeira situação e à consequente tarefa sem conjurar graves ameaças à vida da igreja. E nós tampouco o podemos.

 Werner de Boor. Comentário Esperança I Carta aos Tessalonicenses. Editora Evangélica Esperança

📍Dom de profecia - A mensagem é dada na língua do ouvinte, não há necessidade de intérprete.

 Dom de interpretação de línguas - A mensagem é dada em línguas espirituais ou estranhas e necessita de um intérprete ou o mesmo que a fala deverá interpretá-la para que o ouvinte a entenda.

 INTERPRETAR, INTÉRPRETE

 O substantivo"intérprete" (gr. diermeneutes, a pessoa que explica totalmente ou interpreta) é usado no NT apenas em 1 Coríntios 14.27,28. O verbo dessa raiz ocorre em 1 Coríntios 12.30; 14.5,13,27.

  No cap. 14, Paulo instrui que o falar em línguas em uma assembleia da igreja deve ocorrer de uma maneira ordeira, mas somente quando houver um "intérprete" presente, pois somente então isso será edificante. Aquele que fala em línguas deve orar para que ele mesmo possa interpretar (v.13). Um dos propósitos do dom de línguas era que um inconverso pudesse ouvir a mensagem em seu próprio idioma, como aconteceu com aqueles que estavam presentes no Pentecostes (At 2.8), e depois ouvi-la interpretada por um outro que não conhecesse aquela língua. Isto seria, portanto, um milagre duplo, contudo um milagre que correspondesse especificamente ao ouvinte.

  No AT, José atuou como um intérprete (do heb. pathar) de vários sonhos (Gn 40-41). Daniel convenceu Nabucodonosor de sua habilidade, dada por Deus, de fornecer a interpretação (aram. p'shar) ou a explicação do sonho do rei, primeiramente dizendo ao rei o que este viu no sonho (Dn 2.5-45).

 Posteriormente, Daniel revelou a interpretação do sonho de Nabucodonosor da grande árvore que havia sido derrubada (4.8-27), e da escritura na parede do palácio de Belsazar (5.12-28). A palavra pesher, "interpretação" (Ec 8.1), tornou-se o termo padrão para as explicações, ou comentários, dos livros canônicos do AT pelos membros da comunidade de Qumrã.

 R. A. K.PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe.


       

Pr. Fabio Segantin apresenta a aula: Dons de Elocução. Inscreva-se, Curta, Compartilhe e deixe o seu comentário. Conto com sua interação para que novos vídeos sejam inseridos aqui no canal. Deus abençoe a sua vida!

  Pra entregar uma profecia eu preciso falar em línguas estranhas?

  Para entregar uma profecia, eu preciso fechar os olhos?

  O que significa variedade de línguas? Falar vários idiomas ou idiomas celestiais?

  O que seria o dom de interpretação de línguas?

Essas e outras questões serão respondidas nessa aula. Assista e deixe o seu comentário.


Nenhum comentário:

Postar um comentário