“A
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mordomia cristã envolve assuntos da maior importância
no Reino de Deus. O Senhor é o dono da Terra e de todos os que habitam no
planeta (SI 24.1). Ele, no entanto, resolveu confiar a governança da Terra ao
ser criado à sua “imagem 5’, conforme a sua “semelhança” . Diante dessa decisão
do Criador, o ser humano recebeu a grande e grave responsabilidade de ser
mordomo de Deus para cuidar da preservação dos recursos naturais e humanos do
planeta , além de prestar contas também de sua mordomia espiritual. Nesta,
infelizmente, o homem falhou terrivelmente, desobedecendo à voz do Criador e
aceitando as propostas perversas do Diabo.
Entretanto , diante do pecado do ser
criado, Deus resolveu realizar o seu plano de redenção do homem caído e da raça
humana. Ele realizou esse plano mediante Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
Em face da maldição da terra e de todas as conseqüências d a Queda , o homem
passou a ser mordomo de Deus em condições bastante difíceis e penosas, com trabalho
e fatiga, com o suor de seu rosto. As condições ambientais tornaram -se, em grande
parte, hostis à sobrevivência do homem , mas, com a inteligência concedida por Deus,
o ser humano tem conseguido superar muitas condições adversas da Terra, incluindo
as condições climáticas e ambientais, usando a tecnologia agrícola e industrial.
Desde que Deus criou 0 ser humano , homem
e mulher, Ele assim o fez n a perspectiva de que, sendo sua “imagem ” , conforme
a sua “semelhança”, o homem seria seu representante n a Terra, incumbido de
tarefas, ocupações e missões das m ais elevadas para cuidar do planeta. O homem
foi criado por Deus para exercer a mordomia sobre a esfera terrena do Universo.
Por razões que só o Criador reserva para si, no meio de tantos planetas,
estrelas e outras dimensões cósmicas, Ele entendeu que deveria criar o
pequeníssimo planeta Terra, conhecido na linguagem dos estudiosos do Cosmo como
“o planeta azul”. A Terra é tão pequena em relação a alguns planetas do Sistema
Solar que, em determinada escala, sua área é menor do que a ponta de um
alfinete em relação a algumas estrelas, como, por exemplo, a estrela
Betelgeuse, que tem um brilho 15 mil vezes maior do que o do Sol e um diâmetro
400 vezes maior que o do Astro-Rei. A Terra é tão pequena que a Bíblia
refere-se a seus habitantes de forma muito interessante: “Eis que as nações são
consideradas por ele como a gota de um balde e como o pó miúdo das balanças;
eis que lança por aí as ilhas como a uma coisa pequeníssima” (Is 40.15). Essa
referência mostra-nos como as nações da Terra são vistas aos olhos de Deus em
termos de referência quanto às grandezas cósmicas. Além de ser um planeta pequeníssimo
em relação ao espaço sideral, Deus resolveu criar nele um ser especial, diferente
dos seres celestiais, de forma também especial, conferindo-lhe caráter e
natureza que o identificam como tendo missões e propósitos especiais. “E disse
Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine
sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda
a terra, e sobre todo réptil que se move sobre a terra” (Gn 1.26). Se “as
nações são consideradas por ele como a gota de um balde e como o pó miúdo das
balanças”, imagine a dimensão do homem em relação ao Universo e aos céus dos
céus, onde Deus habita! Mas, mesmo assim, Deus colocou o homem na Terra com
missões que jam ais confiou a qualquer dos anjos, dos arcanjos, dos querubins e
de outros seres celestiais. O homem recebeu a missão de ser mordomo do Criador
do Universo para cuidar, zelar, guardar e preservar a Terra em várias esferas
da vida humana. Vamos refletir sobre esse tema tão importante da realidade do
ser humano. Sem dúvida alguma, essa reflexão fará com que desenvolvamos um a
consciência da mordomia bíblica da vida tanto na esfera imaterial quanto material,
levando-nos a entender que o crente em Jesus deve ter uma profunda reflexão
consigo mesmo e colocar em prática os princípios bíblicos para uma vida cristã
plena e frutífera, como servos e mordomos de Deus.
I - O HOMEM FOI CRIA DO PARA SER
MORDOMO DE DEUS
O Mordomo da Terra. Em sua divina compreensão, Deus
passou para
os “filhos
dos homens” a administração do planeta e de seus recursos naturais para sua
sobrevivência. Com a estrutura espiritual, mental e física, o ser humano tinha
todas as condições dadas por Deus para ser um grande administrador de todo o
planeta com todos os seus ecossistemas. O programa de Deus para o planeta Terra
era extraordinário. Um ambiente de paz, de harmonia espiritual e humana que
transcende a compreensão limitada do homem. A Terra Habitável. Depois de
criado, o homem passou a ser o mordomo (gr. Oikonomos), o administrador de Deus
na terra. Como crentes em Deus, entendemos que a criação é obra de sua mão, e
não resultado absurdo de um pretenso processo de evolução ao acaso. A lógica
elementar jamais admitirá que um sistema tão complexo como o Universo, do qual
a Terra faz parte, pudesse surgir de modo aleatório. E Deus fez nosso planeta,
conforme relata o livro Gênesis, através do poder sobrenatural de sua palavra,
dotada de energia divina e criadora. Ele fez surgir do nada todas as coisas que
vieram à existência: “Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder,
porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade são e foram criadas” (Ap
4.11).
Deus fez a Terra para ser habitada pelos
seres humanos em toda a sua plenitude, em condições de proporcionar-lhes todo o
sustento e mantimento necessários a um a sobrevivência condigna. A Bíblia diz:
“Porque assim diz o S e n h o r que tem criado os céus, o Deus que formou a
terra e a fez; ele a estabeleceu, não a criou vazia, mas a formou para que
fosse habitada: Eu sou o Senhor , e não há outro” (Is 45.18). O homem não
foi feito como os anjos, com natureza espiritual, mas, sim, com a estrutura que
já conhecemos, ou seja, com necessidades humanas de reprodução, de alimentação,
de habitação, de repouso, além de sua criatividade. Dessa forma, o planeta
demandava uma administração sábia e poderosa. O homem tinha essas
características antes de desobedecer ao Criador. Ele era o mordomo de Deus.
II - DEUS DEU A TERRA AOS HOMENS
A Terra É Propriedade de Deus. Para o naturalista, adepto do materialismo,
os fenômenos da natureza são resultado de um processo ecológico, fruto do acaso
cego. E a suprema ignorância sobre a verdadeira origem da Terra e do Universo
em geral. J á os cristãos verdadeiros, que conhecem a Palavra de Deus como
revelação divina, sabem que todo o funcionamento dos ecossistemas são fruto da
criação de Deus e de sua bondade para com o homem, face o seu plano glorioso
para o planeta Terra. Deus “deu a terra aos filhos dos homens” para que, como mordomos
fiéis, cuidemos dela com zelo e sabedoria, pois ela é propriedade de Deus (Sl
24.1). “Quem primeiro me deu, para que eu haja de retribuir-lhe? Pois o que está
debaixo de todos os céus é meu” (Jó 41.11); “Eis que os céus e os céus dos céus
são do Se n h o r , teu Deus, a terra e tudo o que nela há” (Dt 10.14). Assim,
os crentes em Jesus em todo o mundo devem ser exemplo no trato com o meio
ambiente, evitando poluir os recursos naturais, bem como evitando os desperdícios
e o uso irracional dos meios a seu dispor.
A Natureza — Dádiva da Graça de Deus. Em sua infinita bondade, Deus “
[...] é quem dá a todos a vida, a respiração e todas as coisas”(At 17.25). Além
da vida humana, que foi infundida no ato da criação, e na geração de cada novo
ser vivo, Deus concede, através da natureza, o ar, a água, o Sol, a chuva, a
germinação das plantas, os frutos, os alimentos e tudo o que é necessário para
a sobrevivência no planeta. São “dons” ou dádivas naturais. E fruto da graça de
Deus.1 Jesus disse: “ [...] porque faz que o seu sol se levante sobre maus e
bons e a chuva desça sobre justos e injustos” (Mt 5.45). Os adeptos da Nova Era
louvam a mitológica “mãe Terra”, a quem chamam de deusa “Gaia”. O cristão, porém,
agradece ao Senhor, o Deus verdadeiro, o Criador da Terra e dos céus, pelas
bênçãos advindas de sua mão por meio da natureza. Q uando o crente ora pelas
refeições e agradece a Deus pelo alimento, está reconhecendo que “o pão nosso
de cada dia” vem dEle por sua bondade. Davi adorou a Deus pelas bênçãos
concedidas através da natureza, numa visão ampla sobre o cuidado do Senhor com
o planeta (Sl 65.8-13).
Deus, sem dúvida, poderia cuidar da Terra
diretamente pelo seu poder. Ou, então, poderia ter delegado essa missão aos
anjos. Tal medida, no entanto, nunca fez parte do seu planejamento cósmico. A
Terra foi escolhida por Deus para ser o habitat do ser que haveria de fazer “à
sua imagem”, “conforme a sua semelhança”. Foi um a intervenção na natureza
humana, que foi atingida pelo pecado. Dessa forma, o Senhor quis dar ao homem a
missão de cuidar da Terra com as condições de que dispunha antes da Queda.
A Missão de Governar a Terra. Deus é Soberano sobre todo o Universo.
Assim como todos os planetas, estrelas e outros corpos celestes, a Terra
pertence a Ele. Primeiramente, por direito de criação. Diz o livro de Gênesis:
“No princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1); em segundo lugar, por
direito de preservação. E Ele quem preserva a natureza em todos os seus
aspectos: “Envias o teu Espírito, e são criados, e assim renovas a face da
terra” (Sl 104.30; 65.9-13).
Ele é o Dono da Terra e está acima de
todos os poderes do Universo. “Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o
mundo e aqueles que nele habitam. Porque ele a fundou sobre os mares e a firmou
sobre os rios” (Sl 24.1). Contudo, ao criar o ser humano, Ele decidiu delegar
ao homem autoridade sobre sua criação no âmbito do planeta: “E disse Deus:
Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os
peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra,
e sobre todo réptil que se move sobre a terra” (Gn 1.26 - grifo acrescentado).
O salmista diz: “Os céus são os céus do
S e n h o r ; mas a terra, deu-a ele aos filhos dos homens” (SI 115.16). O
Senhor da Terra e do Universo resolveu “dar” a terra aos filhos dos homens.
Essa “doação” não significa transferência de propriedade. De forma alguma! A
Terra é do Senhor, bem como todos os seus habitantes (SI 24.1).
Todavia, como já foi visto no item
anterior, o homem começou bem nesse cuidado, mas não soube levar adiante o que
previra o plano de Deus. Dessa maneira, o plano de Deus incluía o papel mais
importante na esfera terrena, que era o de zelar por ela. Esse foi o plano
original de Deus em relação à autoridade e domínio do homem sobre a terra. Esse
plano, no entanto, foi prejudicado por causa da Queda. Dessa forma, o homem
perdeu a autoridade espiritual que tinha sobre os animais marinhos, terrestres
e sobre toda a terra.
III - O HOMEM E SUA RELAÇÃO COM A
TERRA
Ainda em sua
condição de obediente a Deus e vivendo na com unhão com o Criador, Adão, sua
esposa e seus descendentes não haveriam de viver na ociosidade contemplativa
das belezas edênicas, rodeadas de animais em meio a um panorama fantástico no
‘Jardim de Delícias”. Além de dominar a natureza, ele haveria de receber duas
grandes missões: ser lavrador e guardador do planeta (Gn 2.15) como descrevemos
a seguir.
A Terra antes do Homem . No capítulo 2 do livro de Gênesis,
vemos a descrição do ambiente terreno antes da criação do homem. As plantas e a
erva do campo ainda não brotavam, “porque ainda o S e n h o r Deus não tinha
feito chover sobre a terra, e não havia homem para lavrar a terra” (Gn 2.5).
Sem a ocorrência de chuvas, a terra era preparada para a vegetação: “Um vapor,
porém, subia da terra e regava toda a face da terra” (Gn 2.6). As sementes das
plantas já estavam na terra desde que Deus mandou que ela produzisse toda a
vegetação no terceiro dia da Criação (Gn 1.11-13).
A Terra depois da Criação do Homem . “E formou o Senhor Deus o
homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi
feito alma vivente. E plantou o Senhor Deus um jardim no Éden, da banda do
Oriente, e pôs ali o homem que tinha formado” (Gn 2.7,8). A ecologia era
perfeita! Deus só colocou o homem no Jardim depois que o meio ambiente estava
perfeitamente pronto para sua sobrevivência digna, saudável e feliz. Deus fez
brotar “toda árvore agradável à vista” e toda árvore “boa para comida” e também
“a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore da ciência do bem e do mal” (Gn
2.9). A Terra é formada de 70% de água. No meio do Éden, corriam rios perenes
que o regavam (Gn 2.10-14). Depois de toda disposição dos ecossistemas, o
Senhor entregou sua grande missão ao homem (Gn 2.15). No plano original de
Deus, o ser humano deveria viver para sempre, mas havia um a condição: Obedecer
à sua ordem (Gn 2.16,17).
A Maldição da Terra. O homem não obedeceu à ordem de Deus
e comeu da árvore proibida. Por causa da desobediência do ser humano, o Senhor
exerceu severo juízo sobre ele e sobre a natureza. Diz o Gênesis: “E a Adão
disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher e comeste da árvore de que
te ordenei, dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa de ti; com
dor comerás dela todos os dias da tua vida” (Gn 3.17).
Toda a
ecologia do planeta foi prejudicada pela ação do pecado do homem. Por causa
dele, como juízo de Deus, o ambiente, que era tão agradável no Éden, tornou-se
hostil e desafiador para a sobrevivência do homem. Certamente, antes da
maldição da Terra, havia um a distribuição climática harmoniosa que não permitia
catástrofes naturais como secas, enchentes, áreas desérticas, regiões com
climas tão severos, como nos polos, onde não há condições para a produção de
alimentos agrícolas. A geografia da Terra passou a ter a influência dos climas
diversos. Os principais tipos de clima do mundo são: Equatorial, Tropical,
Temperado, Subtropical, Mediterrâneo, Frio, Frio de Montanha, Polar, Desértico
e Semiárido. Dependendo da região, as condições climáticas podem ser amenas,
temperadas ou de clima de frio severo ou calor sufocante. O pecado do homem
abriu espaço para a ação do Diabo. Ele continua a agir no planeta Terra. O Adversário,
com permissão de Deus, pode provocar desastres naturais dos mais diversos. Na
terrível experiência de Jó, por permissão de Deus, vemos o Maligno indicar qual
é o seu ambiente preferido para provocar tantos males e sofrimentos aos homens
Jó 1.6,7). Em seguida, por permissão de Deus, em sua prova terrível envolvendo
o patriarca jó, o Maligno provocou tragédias em seqüência na vida do grande servo
de Deus. Primeiro, tirou os seus bens por meio do roubo e da violência; depois,
provocou um furacão que destruiu a casa onde os filhos de Jó comemoravam na
casa do irmão mais velho e matou a todos eles. Como se isso não bastasse, no
confronto com Deus e por permissão dEle, Jó foi ferido de um a chaga maligna
que o acometeu da cabeça aos pés J ó 1.8-19).
IV - A MORDOMIA DO MEIO AMBIENTE
Em sua
soberania divina, Deus tomou a decisão de criar um ser “à sua imagem” conforme
“a sua semelhança”. Desde o princípio de todas as coisas, o Senhor sempre quis
que o homem fosse o gestor dos bens terrenos, que lhe foram concedidos para a sua
sobrevivência e ação positiva em favor da raça humana.
O Homem Tem Falhado na Mordomia d a T
erra. Como mordomo
dos bens naturais da terra, o homem tem falhado ao longo da História. Nos
primeiros séculos, vivia num sistema simples em que não havia o dinheiro como
conhecemos. Ele obtinha o que necessitava mediante troca direta, ou seja,
mercadoria por mercadoria. Depois de um tempo, surgiu a mercadoria moeda, como
o sal (daí a palavra salário), o gado, etc. Com o surgimento dos metais,
surgiram as moedas de metal, que facilitavam em muito as trocas. A Bíblia
registra esse período (Gn 23.15; Ex 38.29). Finalmente, o papel-moeda e, em
seguida, os bancos, que facilitaram a vida das pessoas.
Com o aumento da população, o homem
passou a procurar mais mercadorias. Então, vieram as fábricas e as indústrias
na cham ada Revolução Industrial, que se deu entre 1760 e 1830. As fábricas e
indústrias passaram a produzir em excesso, e o comércio internacional surgiu. A
economia, que antes era artesanal e rural, passou a ser industrial e
expandiu-se para o comércio internacional. Mais bens e mais empregos surgiram.
Porém, os processos industriais quase sempre poluíram o meio ambiente, as
águas, o solo e o ar, causando doenças e enfermidades, com sérios prejuízos à
qualidade de vida humana na terra.
O interesse pelas riquezas materiais e
pelo lucro financeiro levou o homem a não se preocupar com a conservação do
meio ambiente com o que é chamado “desenvolvimento sustentável”, que assegura,
já no presente, as boas condições de vida para as futuras gerações: “[...] o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males [...]” (1 Tm 6.10). As cidades
facilitaram os meios de comunicação, bem como a interação entre as pessoas,
porém destruíram muitas áreas de agricultura e pecuária. Na maioria dos países,
a exemplo do Brasil, as cidades em geral são ambientes poluidores e dominados
por estruturas de corrupção, imoralidade e violência sem controle.
Jó disse: “Desde as cidades gemem os
homens, e a alma dos feridos clama; e, contudo, Deus lho não imputa como
loucura” (Jó 24.12 — grifo acrescentado). Em suma, os processos de urbanização
e industrialização tornam-se poluidores e degradadores do meio ambiente até o
dia de hoje. Quanto mais desenvolvido o país, mais poluídas tornam-se suas
cidades. A
Restauração da Terra. Em meio ao
Universo imenso, Deus teve (e tem) um projeto especial para o pequenino planeta
Terra. O seu plano original para a prosperidade espiritual e material do ser
humano foi transtornado pelo pecado. Deus permitiu que o homem usasse mal o seu
livre-arbítrio, desobedecendo a sua voz, e as conseqüências disso foram
desastrosas, pois, além de perder a vida eterna, o homem perdeu a paz e a saúde,
além de ter sido atingido pelo aguilhão da morte física.
A Terra passou a ser visitada por Satanás
e seus anjos caídos (Jó 2. 1,2). Ele não tem sequer a chave de sua
morada-prisão eterna (Ap 1.18). Por ter acolhida entre os homens, o Adversário
provoca tragédias espirituais, morais e físicas contra o ser humano, provocando
guerras, conflitos e catástrofes naturais, que destroem o meio ambiente. Por
não saber ou não querer fazer uso correto dos recursos naturais, movido por um
sentimento de ganância e avidez pelos bens materiais, o homem tem deteriorado,
o meio ambiente e também provocado desastres ambientais. Deus, entretanto,
jamais será frustrado em seus planos e propósitos para com o Universo e o ser
humano, que foi criado à sua imagem e semelhança. No seu tempo (gr. Kairós), Ele
promoverá a restauração plena dós céus e da terra (Ap 21.1-5).
■ E tão séria a preocupação e o cuidado de Deus para com o planeta em que vivemos que Ele já vaticinou
juízo sobre os que prejudicam a Terra. Deus destruirá “os que destroem a terra”.
Está escrito: “E iraram-se as nações, e veio a tua ira, e o tempo dos mortos,
para que sejam julgados, e o tempo de dares o galardão aos profetas, teus
servos, e aos santos, e aos que temem o teu nome, a pequenos e a grandes, e 0
tempo de destruíres os que destroem a terra” (Ap 1· 1. 1 8 - grifo
acrescentado).
CONCLUSÃO
A Terra, bem
como o Universo, pertencem a Deus. “Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o
mundo e aqueles que nele habitam. Porque ele a fundou sobre os mares e a firmou
sobre os rios” (Sl 24. 1,2). Deus jamais transferiu o domínio e a propriedade
da Terra para qualquer ser. Porém, em seu plano divino, fez do planeta o
habitat para o ser humano, criado à “sua imagem” e “semelhança”. No princípio
da criação, antes de o pecado entrar no mundo, Deus deu ao homem domínio pleno
sobre os reinos animal, vegetal e mineral, com autoridade para governar o
mundo, como representante do Criador, mas o homem desobedeceu a Deus. E, como
conseqüência, deu lugar a terríveis transtornos de ordem espiritual, moral e física
sobre si próprio e sobre a natureza. O jardim do Éden, tão acolhedor, tornou-se
hostil à presença do homem que acabou sendo expulso dele. Como juízo sobre o
homem, Deus não o amaldiçoou, mas amaldiçoou a terra, que passou a sofrer
desequilíbrios e catástrofes ecológicas e ambientais.. Porém, no fim de todas
as coisas, a Palavra (te Deus diz que Ele restaurará plenamente todos os
ecossistemas da Terra.
Tempo, Bens e Talentos
ZPP Meio Ambiente:
Cuidados Com A Natureza
Mais do que só cuidar dela, é preciso ter
sabedoria para utilizá-la: afinal, a natureza nos proporciona também o alimento
- a base para tantos sabores. E a sabedoria continua ao dar a destinação
correta ao fim da vida dos produtos - principalmente das embalagens. Afinal, a
reciclagem hoje é um sinônimo de vida sustentável.
Pensando em vida sustentável, a água também merece uma atenção especial. Este recurso vital é um dos responsáveis pela imensa biodiversidade do planeta - e uma das principais fontes de energia de nossa sociedade. O uso sem responsabilidade ou moderação pode causar a escassez deste importante bem - além de agravar o problema das mudanças climáticas e seus fenômenos. Além de economizar água em casa, usando o recurso de forma econômica nas atividades cotidianas, é importante saber que um simples papel jogado nas ruas da cidade contribui para entupir bueiros e galerias pluviais. Esses resíduos agravam o problema das enchentes e inundações quando ocorre uma chuva mais forte - e as consequências acabam voltando para nós mesmos.
Dentro de casa, podemos tomar outras atitudes simples, mas de grande impacto quando o assunto é a preservação do meio ambiente. De quebra, ainda podemos ter um efeito positivo na saúde de nossa família e de toda a comunidade. A reciclagem é o maior exemplo disso. Mais da metade do lixo que produzimos pode ser reciclado - atitude que gera inúmeros benefícios para o meio ambiente, melhora a vida nas cidades, gera renda de forma digna e sustentável para milhares de pessoas e ainda movimenta a economia. Separe metais, plásticos, papéis e vidros e informe-se sobre a existência do serviço de coleta seletiva na sua região. Caso ela não exista, entre em contato com a prefeitura para informar que essa é uma demanda da comunidade. Outra possibilidade é buscar cooperativas de catadores e combinar um dia da semana para que seja feito o recolhimento do lixo reciclável no seu prédio, na rua ou até mesmo no bairro.
Toda mudança de comportamento começa por pequenos atos, novas atitudes. Com o meio ambiente não poderia ser diferente: basta dar o primeiro passo.
Pensando em vida sustentável, a água também merece uma atenção especial. Este recurso vital é um dos responsáveis pela imensa biodiversidade do planeta - e uma das principais fontes de energia de nossa sociedade. O uso sem responsabilidade ou moderação pode causar a escassez deste importante bem - além de agravar o problema das mudanças climáticas e seus fenômenos. Além de economizar água em casa, usando o recurso de forma econômica nas atividades cotidianas, é importante saber que um simples papel jogado nas ruas da cidade contribui para entupir bueiros e galerias pluviais. Esses resíduos agravam o problema das enchentes e inundações quando ocorre uma chuva mais forte - e as consequências acabam voltando para nós mesmos.
Dentro de casa, podemos tomar outras atitudes simples, mas de grande impacto quando o assunto é a preservação do meio ambiente. De quebra, ainda podemos ter um efeito positivo na saúde de nossa família e de toda a comunidade. A reciclagem é o maior exemplo disso. Mais da metade do lixo que produzimos pode ser reciclado - atitude que gera inúmeros benefícios para o meio ambiente, melhora a vida nas cidades, gera renda de forma digna e sustentável para milhares de pessoas e ainda movimenta a economia. Separe metais, plásticos, papéis e vidros e informe-se sobre a existência do serviço de coleta seletiva na sua região. Caso ela não exista, entre em contato com a prefeitura para informar que essa é uma demanda da comunidade. Outra possibilidade é buscar cooperativas de catadores e combinar um dia da semana para que seja feito o recolhimento do lixo reciclável no seu prédio, na rua ou até mesmo no bairro.
Toda mudança de comportamento começa por pequenos atos, novas atitudes. Com o meio ambiente não poderia ser diferente: basta dar o primeiro passo.
Ajudando O Meio Ambiente
Há muitos anos ouvimos falar da degradação
ambiental, do excesso de poluição na natureza causado pelo mau comportamento
dos homens, do mundo consumista.
Isso acontece em razão da pouca conscientização que temos de que é fundamental preservar a natureza para continuarmos recebendo tudo que ela nos oferece de melhor, a começar pelo ar que respiramos.
Existem algumas atitudes que podem ajudar nessa preservação, que devemos seguir com grande afinco.
- Não jogue lixo nas ruas. Cada um deles possui um tipo diferente de matéria prima, que leva anos para se desmanchar na natureza. Um único chiclete leva cinco anos para se decompor.
- Não desperdice água. Escovar os dentes, fazer a barba e tomar banho são atitudes que podem ser feitas com grande economia de água, mantendo os registros fechados. Molhe a escova e feche a torneira, abrindo-a para enxaguar a boca; com a barba e o banho a mesma coisa.
- Separe o lixo. Quando o lixo é separado a coleta fica mais fácil, assim também deve ser com produtos que podem ser reciclados, para que o reaproveitamento da matéria prima seja viável.
- Evite usar materiais descartáveis. Não existem aterros sanitários suficientes para abrigar a quantidade desses materiais, que são utilizados com freqüência. Uma sacola grande, de palha ou tecido de algodão, carrinho de feira, poderá evitar o consumo de saquinhos de supermercado, um dos maiores poluentes da atualidade.
- Denuncie. Fábricas e pessoas têm jogado detritos poluentes em rios, lagos e mares, prejudicando as populações ribeirinhas, bem como os animais que vivem nesse ambiente. Algumas fábricas lançam fumaças pretas, contaminadas, o que carrega e polui o ar que respiramos.
- Não compre animais silvestres. Retirados de seu habitat natural, algumas espécies animais encontram-se em extinção, prejudicando a natureza, a sustentação de sua cadeia alimentar. Se alguém compra, as vendas tendem a continuar.
Existem várias formas de combatermos a destruição do meio ambientes, uma das principais delas é exercermos a nossa cidadania, agindo contra atitudes que desrespeitem a natureza, para que não tenhamos que enfrentar uma crise socioambiental.
Isso acontece em razão da pouca conscientização que temos de que é fundamental preservar a natureza para continuarmos recebendo tudo que ela nos oferece de melhor, a começar pelo ar que respiramos.
Existem algumas atitudes que podem ajudar nessa preservação, que devemos seguir com grande afinco.
- Não jogue lixo nas ruas. Cada um deles possui um tipo diferente de matéria prima, que leva anos para se desmanchar na natureza. Um único chiclete leva cinco anos para se decompor.
- Não desperdice água. Escovar os dentes, fazer a barba e tomar banho são atitudes que podem ser feitas com grande economia de água, mantendo os registros fechados. Molhe a escova e feche a torneira, abrindo-a para enxaguar a boca; com a barba e o banho a mesma coisa.
- Separe o lixo. Quando o lixo é separado a coleta fica mais fácil, assim também deve ser com produtos que podem ser reciclados, para que o reaproveitamento da matéria prima seja viável.
- Evite usar materiais descartáveis. Não existem aterros sanitários suficientes para abrigar a quantidade desses materiais, que são utilizados com freqüência. Uma sacola grande, de palha ou tecido de algodão, carrinho de feira, poderá evitar o consumo de saquinhos de supermercado, um dos maiores poluentes da atualidade.
- Denuncie. Fábricas e pessoas têm jogado detritos poluentes em rios, lagos e mares, prejudicando as populações ribeirinhas, bem como os animais que vivem nesse ambiente. Algumas fábricas lançam fumaças pretas, contaminadas, o que carrega e polui o ar que respiramos.
- Não compre animais silvestres. Retirados de seu habitat natural, algumas espécies animais encontram-se em extinção, prejudicando a natureza, a sustentação de sua cadeia alimentar. Se alguém compra, as vendas tendem a continuar.
Existem várias formas de combatermos a destruição do meio ambientes, uma das principais delas é exercermos a nossa cidadania, agindo contra atitudes que desrespeitem a natureza, para que não tenhamos que enfrentar uma crise socioambiental.
Por Que As Folhas Das Árvores Caem No Outono?
Trata-se de uma estratégia das plantas para
se proteger do frio, reduzindo ao máximo seu gasto de energia.“Quando chega o
outono e os dias começam a ficar mais curtos, a natureza está sinalizando às
árvores que chegou o momento de modificar algumas de suas características”,
afirma o biólogo Gilberto Kerdauy, da USP.
Com menos luz solar, a primeira alteração é parar de produzir clorofila, a substância responsável pela absorção do gás carbônico e sua transformação em carboidratos, usados na geração de energia para a planta. Com a diminuição da clorofila, as folhas das árvores tornam-se amareladas ou avermelhadas.
A planta começa, então, a produzir um hormônio chamado ácido abscísico. Ele se acumula na base da haste das folhas, o pecíolo, matando as células daquela região. O pecíolo acaba se rompendo e a folha cai, sem precisar mais ser alimentada pela árvore, que pode, então, usar essa energia para seu próprio aquecimento.
Com menos luz solar, a primeira alteração é parar de produzir clorofila, a substância responsável pela absorção do gás carbônico e sua transformação em carboidratos, usados na geração de energia para a planta. Com a diminuição da clorofila, as folhas das árvores tornam-se amareladas ou avermelhadas.
A planta começa, então, a produzir um hormônio chamado ácido abscísico. Ele se acumula na base da haste das folhas, o pecíolo, matando as células daquela região. O pecíolo acaba se rompendo e a folha cai, sem precisar mais ser alimentada pela árvore, que pode, então, usar essa energia para seu próprio aquecimento.
Principais desastres
ambientais no Brasil e no mundo
Conhecidos
também como catástrofes, os desastres ambientais ocorrem há centenas de anos em
todo o planeta. Seja por um acidente ou mesmo por erro humano, esses
acontecimentos deixam marcas significativas para os habitantes das regiões
afetadas, bem como ao meio ambiente, cuja recuperação pode levar décadas ou
séculos. A seguir, alguns dos principais desastres (de cunho nuclear, químico,
derramamento de poluentes etc), em ordem cronológica, que causaram danos
irreparáveis às populações de diversos países.
Tragédias no mundo
1945 -
Bombas de Hiroshima e Nagasaki - lançadas pelos Estados Unidos contra o Japão, no fim
da Segunda Guerra Mundial, essas duas bombas nucleares mataram,
aproximadamente, mais de 200 mil japoneses. Num raio de um quilômetro do centro
da explosão, quase todos os animais e plantas morreram devido às ondas de
choque e calor.
1954 -
Doença de Minamata - numa
ilha localizada no sudoeste do Japão, os animais começaram a apresentar
comportamentos estranhos. Em 1956, humanos passaram a ter as mesmas reações:
convulsões e perda ou descontrole das funções motoras. Após estudos,
verificou-se que a doença estava relacionada ao envenenamento das águas com
mercúrio e outros metais pesados, infectando também peixes e mariscos.
1976 -
Nuvem de Dioxina -
na cidade de Seveso, na Itália, após explosão em uma fábrica de produtos
químicos, foi lançada ao ar uma espécie de nuvem composta de dioxina
(subproduto industrial gerado em certos processos químicos, como na produção de
cloro e inseticida, bem como na incineração de lixo), que permaneceu
estacionada sobre a cidade. Os primeiros impactos foram observados nos animais,
que começaram a morrer gradativamente. Já os humanos passaram a apresentar
feridas na pele, desfiguração, náuseas e visão turva, dentre outros sintomas.
1979 -
Three Mile Island - conhecido
como “Pesadelo Nuclear”, esse desastre ocorreu quando o reator de uma usina
nuclear da Pensilvânia passou por uma falha mecânica, aliada a erro humano.
Foram lançados gases radioativos em um raio de 16 quilômetros. A população não
foi informada sobre o acidente; somente dois dias depois, foi retirada do local.
Não houve mortes relacionadas ao acidente, e nenhum dos habitantes do local ou
entorno tiveram sua saúde afetada.
1984 -
Vazamento em Bhopal - um
vazamento em uma fábrica de agrotóxicos despejou no ar da cidade de Bhopal, na
Índia, mais de 40 toneladas de gases tóxicos. Após o acidente, a empresa
abandonou o local, e mais de duas mil pessoas morreram pelo contato com as
substâncias letais, e outras sofreram queimaduras nos olhos e pulmões.
1986 -
Explosão de Chernobyl -
a explosão de um dos quatro reatores de Chernobyl, na Ucrânia, foi o pior
acidente nuclear da história, liberando uma radiação dezenas de vezes maior que
a das bombas de Hiroshima e Nagasaki. Imediatamente, 32 pessoas morreram e
outros milhares perderam a vida nos anos seguintes. A nuvem nuclear atingiu a
Europa e contaminou quilômetros de florestas.
1989 -
Navio Exxon Valdez - o
petroleiro colidiu com rochas submersas na costa do Alasca e iniciou um
derramamento sem precedentes (cerca de 40 milhões de litros de petróleo),
contaminando mais de dois mil quilômetros de praias e causando a morte de cem
mil aves. 1991 - Queima de petróleo no Golfo Pérsico - o
ditador iraquiano Saddam Hussein ordenou a destruição de centenas de poços de
petróleo no Kuwait. Foram lançados mais de um milhão de litros de óleo no Golfo
Pérsico, e a fumaça da parte que foi queimada bloqueou a luz do Sol. Ao menos
mil pessoas morreram de problemas respiratórios e animais foram infectados.
1999 -
Usina Nuclear de Tokaimura - no nordeste de Tóquio, houve um acidente em uma usina de
processamento de urânio. Centenas de operários ficaram expostos à radiação e
tiveram, além de náuseas, o rosto, as mãos e outras partes do corpo queimados.
2002 -
Navio Prestige - o petroleiro grego naufragou na costa da Espanha, e despejou mais de dez
milhões de litros de óleo no litoral da Galícia, contaminando 700 praias e
matando mais de 20 mil aves.
Desastres no Brasil
O Brasil
também apresenta um vasto histórico de danos ambientais. Abaixo a lista dos
principais acontecimentos:
1980 -
Vale da Morte -
o jornal americano batizou o polo petroquímico de Cubatão (SP) como “Vale da
Morte”. As indústrias localizadas na cidade de Cubatão despejavam no ar
toneladas de gases tóxicos por dia, gerando uma névoa venenosa que afetava o
sistema respiratório e gerava bebês com deformidades físicas, sem cérebros. O
polo contaminou também a água e o solo da região, trazendo chuvas ácidas e
deslizamentos na Serra do Mar.
1984 -
Vila Socó - uma
falha em dutos subterrâneos da Petrobras espalhou 700 mil litros de gasolina
nos arredores dessa vila, localizada também em Cubatão (SP). Após o vazamento,
um incêndio destruiu parte de uma comunidade local, deixando quase cem mortos.
1987 -
Césio 137 - um
grave caso de exposição ao material radioativo Césio 137 ocorreu em Goiânia
(GO). Dois catadores de lixo arrombaram um aparelho radiológico nos escombros
de um antigo hospital, e encontraram um pó branco que emitia luminosidade azul.
O material foi levado a outros pontos da cidade, contaminando pessoas, água,
solo e ar, e causando a morte de pelo menos quatro pessoas. Anos depois, a
Justiça condenou por homicídio culposo os três sócios e um funcionário do
hospital abandonado, mas a pena foi revertida em prestação de serviços
voluntários.
2000 -
Vazamento de óleo na Baía de Guanabara - um acidente com um navio petroleiro resultou no
derramamento de mais de um milhão de litros de óleo in natura no Rio de
Janeiro. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama) aplicou duas multas à Petrobras, uma de R$ 50 milhões e
outra de R$ 1,5 milhão, devido à morte da fauna local e poluição do solo em
vários municípios.
2003 -
Vazamento de barragem em Cataguases - o rompimento de uma barragem de celulose em Minas
Gerais ocasionou o derramamento de mais de 500 mil metros cúbicos de rejeitos,
compostos por resíduos orgânicos e soda cáustica. Os rios Pomba e Paraíba do
Sul foram atingidos, causando sérios danos ao ecossistema e à população
ribeirinha. As empresas foram multadas em R$ 50 milhões pelo Ibama.
2007 -
Rompimento de barragem em Miraí - uma barragem rompeu nessa cidade mineira, causando um
vazamento de mais de dois milhões de metros cúbicos de água e argila. A empresa
foi multada em R$ 75 milhões, mas os danos ainda permanecem evidentes.
2011 -
Vazamento de óleo na Bacia de Campos - houve o vazamento de uma grande quantidade de óleo no
Rio de Janeiro. A empresa americana Chevron despejou no mar cerca de três mil
barris de petróleo, provocando uma mancha de 160 quilômetros de extensão.
Animais foram mortos e o Ibama aplicou duas multas à empresa, totalizando R$ 60
milhões. A Chevron foi também obrigada a pagar uma indenização de R$ 95 milhões
ao governo brasileiro pelos danos ambientais.
2015 -
Incêndio na Ultracargo - um incêndio no terminal portuário Alemoa, em Santos, litoral Sul de
São Paulo, gerou uma multa de R$ 22 milhões, aplicada pelo órgão estadual de
meio ambiente à Ultracargo, por lançar efluentes líquidos em manguezais e na
lagoa contígua ao terminal. Foram também emitidos efluentes gasosos na
atmosfera, colocando em risco a segurança das comunidades próximas, dos
funcionários e de outras instalações localizadas na mesma zona industrial.
2015 -
Rompimento da barragem de Mariana -
em 5 de novembro de 2015, o rompimento da barragem de Fundão, da Samarco, em
Mariana (MG), provocou a liberação de uma onda de lama de mais de dez metros de
altura, contendo 60 milhões de metros cúbicos de rejeitos. Em Minas Gerais, na
última década, ocorreram desastres ambientais com mineração em Nova Lima
(2001), em Miraí (2007), e em Itabirito (2014).
TEXTO
DARLY PRADO GONÇALVES
Fungo atingiu 501 espécies de
anfíbios no mundo
Levantamento
revela que patógeno causou pandemia apontada como a maior da vida silvestre em
toda a história
Artigo publicado na
revista Science neste
dia 29 de março descreve um esforço global relacionando o declínio em massa e
em escala mundial dos anfíbios com o fungo Bd (Batrachochytrium
dendrobatidis), também conhecido como quitrídio. A quitridiomicose
panzoótica, doença causada pelo fungo nos anfíbios, é responsável pela maior
perda de biodiversidade atribuível a um patógeno. Pela primeira vez,
pesquisadores de diversos países – incluindo os brasileiros Felipe Toledo e
Tamilie Carvalho, do Instituto de Biologia (IB) da Unicamp – realizaram uma
compilação de dados tão abrangente a ponto de permitir dimensionar a escala
real do impacto desta pandemia apontada como a maior da vida silvestre em toda
a história.
A quitridiomicose ataca a pele dos anfíbios e
acaba interferindo em seu batimento cardíaco, sendo que a transmissão se dá
pela água ou contato direto entre os animais.
“Listamos 501 espécies de anfíbios impactadas
pelo fungo, sendo que 90 estão extintas ou presumivelmente extintas. Nunca
havíamos conseguido tantas informações sobre a doença no mundo, com uma
amostragem de 25 países, apesar da falta de trabalhos em regiões como Ásia e
África (onde obtivemos dados apenas de Tanzânia e Marrocos). Já sobre América,
Europa e Austrália (Oceania), temos dados consistentes”, afirma o professor
Felipe Toledo, do Laboratório de História Natural de Anfíbios Brasileiros
(LaHNAB) do Departamento de Biologia Animal da Unicamp.
Tamilie Carvalho, pesquisadora do LaHNAB e doutoranda
do Programa de Pós-Graduação em Ecologia da Unicamp, conta que o artigo na Science representa uma extensão do seu
mestrado no IB, em que investigou quais espécies de anfíbios tinham sido
afetadas no Brasil, sobretudo na Mata Atlântica, onde Holoaden bradei e Phrynomedusa appendiculata estão entre
as extintas. “Meus dados entraram como parte da compilação que fizemos em todo
o mundo, buscando correlacionar vários eventos que aconteceram principalmente
nas décadas de 1970 e 80, quando foi alta a prevalência de quitridiomicose.
Formamos assim uma tabela mostrando qual espécie declinou, o quanto declinou e
qual a abrangência (se estava muito ameaçada, com a população reduzida, ou
pouco ameaçada).”
Segundo os autores do artigo, os declínios de
anfíbios atingiram o pico na década de 1980 e apenas 12% das espécies mostram
sinais de recuperação, enquanto 39% continuam declinando, havendo o risco de
surtos de quitridiomicose em novas áreas. Calcula-se que o patógeno tenha
causado a extinção de 200 espécies, 15 delas no Brasil. Felipe Toledo e parte
destes autores assinaram outro artigo na Science em
maio do ano passado, apontando o Leste da Ásia como de provável origem do fungo
letal e que sua proliferação teria começado há cerca de 100 anos, coincidindo
com a expansão do comércio mundial da carne de rã. Os biólogos sabiam da
existência e da patogenicidade do Bd desde os anos 1990, mas não de onde ele
veio.

O docente do IB atenta
para as implicações do declínio de anfíbios do ponto de vista ecológico, já que
eles ocupam papel central na teia alimentar, enquanto presas de mamíferos,
cobras e aves, e predadores de insetos e invertebrados em geral. “Sem anfíbios,
diminui o número de cobras e aumenta o de insetos. Temos os girinos, que se
alimentam de algas e evitam a eutrofização – excesso de nutrientes que tornam a
lagoa esverdeada e reduzem o oxigênio da água, causando a morte de peixes. Há
consequências também para o ser humano, já que sapos comem gafanhotos (praga
das plantações) e mosquitos (que trazem doenças). Sapos são ainda fontes de
medicamentos: com base em seu veneno a indústria produz antidepressivos e, na
Austrália, o quitrídio extinguiu uma espécie que era estudada para se chegar a
remédios contra úlcera e gastrite.”
Toledo acrescenta que os pesquisadores
procuraram verificar se todas as espécies afetadas apresentavam características
em comum, como de ordem filogenética. “Espécies do mesmo gênero são mais
atingidas que outras, como os sapos do gênero Atelopus,
muito sensível à doença. Muitas das espécies de Atelopus foram extintas ou perderam mais
de 90% da sua população na natureza. As espécies do gênero ocorrem desde o
Brasil até a América Central e temos aqui duas ou três espécies, mas que são da
Amazônia e ainda não estudamos, sendo um alvo de futuras pesquisas.”
De acordo com Tamilie Carvalho, ecologicamente,
não há muita relação entre as espécies mais atingidas e o clima, seja tropical
ou temperado. Ela aponta, no mapa de distribuição, que as incidências foram
registradas nos trópicos da Austrália, região central da América Central e
América do Sul, o que endossa a hipótese de que o Bd se espalhou da Ásia para o
Novo Mundo. “Mas encontramos alguns padrões, como de que as espécies mais
atingidas e ameaçadas são de anfíbios de maior porte, que estão em habitats
aquáticos perenes para reprodução – são variáveis abióticas ou ecológicas que
favorecem a disseminação do fungo.”
Outro aspecto relatado no
artigo na Science é
que os declínios foram menos severos para espécies que vivem em grandes
extensões geográficas e de elevação – condições ambientais desfavoráveis para o
fungo. “O artigo traz uma análise epidemiológica espacial e temporal da doença
em todo o mundo, com dados que podem influenciar políticas de conservação
voltadas, por exemplo, a espécies com menor distribuição geográfica, que são as
mais atingidas e extintas”, diz Tamilie Carvalho. “Isso se repete na Mata
Atlântica, onde as espécies são muito endêmicas (de poucos lugares), enquanto
que na Amazônia há muitas espécies, mas encontradas na região inteira.”
Em relação à extensão temporal dos declínios, os
pesquisadores ressalvam que a maioria das evidências é retrospectiva, visto que
muitas espécies diminuíram antes da descoberta da quitridiomicose. “Existem
mais espécies que as 501 que listamos, pois a maior parte foi afetada entre os
anos 1970 e 1990, antes de sabermos da existência da doença. Certamente muitas
foram extintas e não as vimos”, observa Felipe Toledo. “No gráfico temos um
pico de extinções e depois uma redução, sobrando as espécies que são tolerantes
ou que adquiriram imunidade. E podemos ter novos picos, uma vez que a doença
também vai evoluindo com a mutação e a recombinação através de reprodução
sexuada.”
Tamilie adianta que um trabalho interessante a
ser desenvolvido é para tentar entender por que esses picos aconteceram, ou
seja, quais são as variáveis que controlam esta oscilação ao longo do tempo e
do espaço. O fato de as extinções coincidirem com o período das grandes
mudanças climáticas, também oferece margem para análises futuras. Além da
sinalização para que os estudos de conservação priorizem espécies mais
endêmicas de pequena distribuição, o artigo evidencia que América Central e
América do Sul são as regiões mais afetadas, abrigando 400 das 501 espécies
listadas, e também são aquelas com maior riqueza de anfíbios no planeta.
Um fator crucial lembrado por Felipe Toledo, é
que mais que o quitrídio, o homem é o principal destruidor de habitats de
anfíbios, com a agropecuária, a expansão urbana e a poluição. “Os bichos são
muito sensíveis a poluentes no ar, na água e no solo. Existe ainda a coleta
excessiva desses animais para consumo humano, sobretudo na África e na Ásia, e
uma das medidas em macro-escala para conter a disseminação do fungo seria o
controle do comércio de rãs, que viraram moda nos anos 1980 e depois, quando
ranários fecharam, foram simplesmente soltas no mato. O fungo, em si, é
facilmente eliminado com medicamentos encontrados na farmácia, mas não podemos
espalhar antifúngicos na natureza, matando também os fungos benéficos.”
TEXTO

Radiação:
Chernobyl 1 X Ilhas Marshall 10
Foi nas ilhas que os Estados Unidos testaram suas bombas
nucleares, 60 anos atrás.
Uma das 67 explosões de
bombas nas ilhas | Crédito da foto: World Future Council
Mais de 60 anos depois dos testes americanos de bombas
nucleares nas ilhas Marshall, na Oceania, a contaminação radioativa do lugar é
imbatível.
Certas regiões das Ilhas Marshall são mais radioativas hoje
do que os locais dos desastres nucleares de Chernobyl, na Ucrânia, que
aconteceu há 33 anos, e de Fukushima, no Japão, que ocorreu há apenas 8 anos.
As Ilhas Marshall ficam na Micronésia, entre o Havaí e as
Filipinas. Os testes nucleares foram feitos lá entre 1946 e 1958, durante a
Guerra Fria, quando as ilhas estavam sob gestão americana por delegação da ONU.
Quem morava nas áreas de testes foi removido para locais mais distantes. Hoje cerca de 75 mil pessoas vivem nas Ilhas Marshall.
Cientistas da universidade Colúmbia, de Nova York, testaram
o solo das ilhas em busca de plutônio-239 e 240, e encontraram níveis de 10 a mil vezes superiores aos da Zona de Exclusão de
Chernobyl e da região de Fukushima.
Os testes nucleares começaram aproximadamente um ano depois
das bombas jogadas nas cidades japonesas de Nagasaki e Hiroshima, que mataram aproximadamente 200 mil pessoas.
Ao todo, foram feitos 67 testes nucleares. O maior deles foi
da bomba de hidrogêneo chamada de Castle Bravo, com poder de destruição 1.000
vezes maior que a bomba de urânio Little Boy, que destroçou Hiroshima.
Os cientistas encontraram níveis
de radiação gama externa
particularmente elevados no Atol
de Bikini e na ilha Baen do Atol de Rongelap. Examinando as frutas locais, sobretudo de coqueiros e pândanos, eles
verificaram um nível mais alto do que o aceitável de Césio-137 em 11 ilhas.
Os pesquisadores desaconselharam a volta da população para os atóis de Bikini e
Rongelap, para evitar exposição a radiação. Seus estudos foram publicados
em três diferentes artigos no jornal PNAS.
Circuito D



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