Texto Áureo
Assim não são mais dois, mas uma só carne.
Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.
Mateus 19:6
CASAMENTO: UNIÃO DIVINA
INTRODUÇÃO
Os perigos que rondam
o casamento
O que um casal deve fazer para se prevenir dos perigos que
rondam o casamento. Na vida conjugal moderna, o casamento de longo prazo está
cada vez mais raro. As pressões são descaradas no sentido de se trocar de
parceiros e parceiras. Vemos casos de maridos já de certa idade sendo
pressionados para conseguir “algo melhor” porque suas esposas já não são tão
jovens, nem tão “sexy”. Na vida, há situações que nos chamam e nos desafiam a
uma batalha feroz. A luta para proteger o casamento, o compromisso conjugal e a
fidelidade é uma delas. Hoje em dia, para fundamentar a decisão de envelhecer
junto, o casal precisa planejar uma estratégia.
Ao contrário de seguir as tendências da sociedade
contemporânea, vamos planejar como proteger nossos casamentos. “Portanto, o que
Deus uniu, ninguém separe” (Mateus 19.6). Para nos ajudar a atingir este
imperativo dito pelo próprio Jesus, podemos usar nossas cabeças e identificar,
na Palavra, diretrizes e sugestões para proteger nossos relacionamentos
conjugais. Vamos ver Provérbios, capítulo 5 a 7:
Faça de seu casamento
uma relação divertida e exclusiva
“Beba das águas da sua cisterna, das águas que brotam do seu
próprio poço. Por que deixar que as suas fontes transbordem pelas ruas, e os
seus ribeiros pelas praças? Que elas sejam exclusivamente suas, nunca
repartidas com estranhos. Seja bendita a sua fonte! Alegre-se com a esposa da
sua juventude. Gazela amorosa, corça graciosa; que os seios de sua esposa
sempre o fartem de prazer, e sempre o embriaguem os carinhos dela” (Provérbios
5.15-19).
“Fuja da infidelidade e da imoralidade sexual! É ilusório
achar que um homem pode comprar uma revista erótica e dizer que só lerá a
entrevista”
Esta passagem não deixa dúvidas de que uma boa maneira de
proteger a fidelidade conjugal é ambos se divertirem, embriagando-se em
carícias um com o outro. O maior problema dos casais, especialmente nos grandes
centros urbanos, é a falta de tempo para cuidar de seu relacionamento. Por
isso, a vida sexual fica monótona. Quando a insatisfação se instala, ficamos
vulneráveis a qualquer pessoa que pareça nos compreender. Muito triste, mas
verdadeiro, é o fato de que, além de nossa própria cobiça, o Diabo não mede
esforços em sua luta para destruir as famílias e os lares.
Faça um compromisso
com a fidelidade mental
“Eles o protegerão da mulher imoral e dos falsos elogios da
mulher leviana. Não cobice em seu coração a sua beleza, nem deixe seduzir por
seus olhares, pois o preço de uma prostituta é um pedaço de pão, mas a adúltera
sai à caça de vidas preciosas. Pode alguém colocar fogo no peito sem queimar a
roupa? Pode alguém andar sobre brasas sem queimar os pés?” (Provérbios
6.24-28).
Estes versículos declaram que o caminho da fidelidade
conjugal passa pelos sentimentos e pensamentos. Não posso deixar de destacar a
importância da disciplina da leitura bíblica e da oração diária, assim como o
cuidado com relacionamentos com pessoas do sexo oposto. Tiago 1.14 adverte que
o pecado tem início em nossas mentes e em nosso coração. Pensamentos, flertes,
literatura sexualmente sugestiva e pornográfica estimulam a infidelidade e a
imoralidade sexual. Fuja delas! É tão ilusório achar que uma criança pode
entrar na confeitaria e sair sem comer nada quanto um homem adulto comprar na
banca uma revista erótica e dizer que só lerá a entrevista!
Não corra riscos
desnecessários
Em Provérbios 6 e 7, encontramos um homem fraco e insensato
ouvindo as sugestões da mulher adúltera. Ele: 1. Parou na praça ou na rua onde
estavam as prostitutas 2. Permitiu que uma delas o beijasse 3. Ouviu suas
ofertas 4. Foi seduzido pelas palavras daquela mulher e... Pronto!
“Imediatamente ele a seguiu como um boi ao matadouro, ou como o cervo que vai
cair no laço” (Provérbios 7.22).
Quando os outdoors, as propagandas da televisão (mesmo em
horários familiares) e a mídia, em geral, despejarem tentações à infidelidade,
podemos meditar nas palavras de Paulo a Timóteo, seu filho na fé: “Fuja dos
desejos malignos da juventude e siga a justiça, a fé, o amor e a paz com aqueles
que, de coração puro, invocam o Senhor” (2 Timóteo 2.22). O que podemos fazer,
como casais, para evitar os riscos que nos empurram à infidelidade? Bem, cada
pessoa vive em um contexto diferente, as áreas de vulnerabilidade variam, mas
vou falar sobre o que eu faço para me ajudar neste aspecto.
Mandei colocar um
vidro na porta do meu escritório para me proteger das ciladas de Satanás quando
estou aconselhando uma mulher
Não aconselho pessoas
após o fim do expediente do escritório e depois de os funcionários terem ido
embora
Não aconselho
mulheres em suas casas, a não ser na presença de seus maridos.
Não viajo sozinho com
mulheres, a não ser com a minha.
Lembre-se das
avassaladoras conseqüências da infidelidade:
Entristece o Senhor
Deus que nos redimiu
Arrasta o sagrado
nome de Deus à lama
Segue o mesmo caminho daqueles que se tornaram
desqualificados para o ministério por terem caído em imoralidade
Impõe uma dolorosa
ferida
Faz desaparecer o
respeito e a confiança
Machuca também os
filhos, causando-lhes vergonha e dor.
Destrói todo o
exemplo que dá credibilidade junto aos filhos, anulando a possibilidade de
ensinar-lhes os preceitos de Deus.
Cria o risco de a
esposa ou o marido não conseguir perdoar
Aniquila o respeito
próprio
Incute um terrível
sentimento de culpa: Deus perdoa, mas muitas vezes a pessoa não consegue se
perdoar.
Gera marcas que podem
prejudicar o relacionamento com o cônjuge Que preço terrível a ser pago pela
infidelidade! Será que vale a pena? A resposta, definitivamente, é “não”!
Devemos nos conscientizar de que o perigo é real e nos armar
de forças para construir as cercas de proteção ao nosso redor e ao redor de
nossas famílias. “O casamento deve ser honrado por todos; o leito conjugal,
conservado puro; pois Deus julgará os imorais e os adúlteros” (Hebreus 13.4).
Pastor Jaime Kemp Fonte: Revista
Lar Cristão
Capítulo 1. Divórcio Bíblico
Estamos embarcando
numa busca por respostas para um problema sério e complicado: descobrir a
verdade sobre o caráter obrigatório da instituição do casamento. Em nossos
dias, virtualmente toda Igreja e denominação tem decidido que sob certas
condições um casamento pode ser desfeito e os divorciados podem se casar
novamente. Estas regras permissivas
são ensinadas como se fossem a Palavra de Deus. Solenemente, pastores dizem que
têm completa autoridade de Deus para encorajar o divórcio sob certas condições
e chamar Deus para testemunhar a união de pessoas que são divorciadas. O que a
Bíblia diz sobre isso? Para entender
os ensinamentos Bíblicos concernentes a casamento e divórcio, devemos começar
compreendendo as leis cerimoniais da Bíblia, onde Deus fala de casamento e
divórcio, e sua relação com o mundo e a Igreja de hoje. Vários teólogos de
nossos dias acreditam que há nas leis cerimoniais uma base que permite o
divórcio e outros casamentos. Em seu entendimento equivocado destas leis, eles
fazem uma caricatura das leis cerimoniais e usam-na para justificar os
divórcios.
O que são as leis
cerimoniais?
Quando Cristo
estava na terra, Ele falava através de parábolas e “quando estava sozinho com
os discípulos, ele explicava tudo” (Marcos 4:34). Algumas vezes Jesus falava às
pessoas que Ele estava contando uma parábola. Outras vezes simplesmente contava
a história e através de algumas partes da Bíblia nós sabemos que era uma
parábola. Por exemplo, freqüentemente Ele começava a história ou a declaração
com as palavras “o reino dos céus é assim...” Quando usava estas palavras na
introdução Ele estava contando uma parábola.
Uma parábola é uma história terrena com um significado espiritual. Isto
é, uma parábola é uma história ou ilustração retirada do mundo secular, mas a
aplicação relaciona-se com algum aspecto da salvação. Ela pode abordar algum
aspecto da morte ou ressurreição de Cristo; pode estar relacionada à fé na vida
do cristão; pode enfatizar o caminho para o Evangelho; pode falar do Juízo
Final. Em conseqüência da nação de
Israel fazer parte da história do Evangelho, algumas parábolas falam dos planos
de Deus para ela. Por exemplo, em
Mateus 21:33-45, a parábola do mau marido mostra o fato de
que o reino de Deus poderia ser tomado do povo de Israel e dado a outros.
No Velho Testamento,
este método de ensinar foi usado extensivamente; por exemplo, nos tipos e
sombras que Deus empregou nas leis cerimoniais que esboçam as atividades de
adoração e nas leis civis que governam muitos dos perseguidores dos Israelitas.
Estas leis são chamadas “leis cerimoniais” pelos teólogos
porque na terra, elas deveriam ser rigorosamente obedecidas pelo povo de
Israel.
Depois de Cristo ter sofrido na cruz, o aspecto terreno
destas leis não foi mais obedecido. Agora apenas o significado celestial
inerente a essas leis continua a ser observado. Quando Cristo sofreu na cruz, a
grande cortina que separava o céu da terra foi rasgada de cima a baixo pelo
dedo de Deus. Isto sinalizou o fim da observação, da interpretação literal das
leis cerimoniais. Desta época em diante, os olhos dos cristãos deveriam
observar apenas o aspecto espiritual dos ensinamentos contidos nas leis
cerimoniais, que eram opostos à sua interpretação literal.
De fato, quando a
Igreja do Novo Testamento se juntou para decidir quais das leis cerimoniais
deveriam ser obedecidas pelos Gentios salvos, eles concluíram em Atos 15:28-29:
“Por que decidimos, o Espírito Santo e nós, não impor sobre vocês nenhum fardo,
além destas coisas indispensáveis: abster-se de carnes sacrificadas aos ídolos,
do sangue, das carnes sufocadas e das uniões ilegítimas. Vocês farão bem se
evitarem estas coisas. Saudações!”
Assim, a observação das leis cerimoniais acabou. As leis cerimoniais
fizeram com que o número de sacrifícios de sangue e oferendas alcançassem as
dimensões e características do edifício do Templo.
Estas leis deveriam
ser obedecidas literalmente por Israel, como experiências terrenas, mas eles
pensaram que o que acontecia na terra era apenas uma sombra ou aspecto da
salvação de Deus. Em Colossenses 2:16-17, Deus enfatiza este princípio:
“Ninguém, pois, julgue vocês pelo que comem ou bebem, ou por causa de festas
anuais, mensais ou de sábados. Tudo isso é apenas sombra daquilo que devia vir.
A realidade é Cristo.”
Inclusas nas leis
cerimoniais havia leis sobre o casamento. Três destas leis eram especialmente
dignas de nota.
Cristãos não devem se
casar com não-cristãos
A primeira destas
três leis foi dada ao povo de Israel quando eles estavam indo para Canaã.
Deuteronômio 7:2-4: “E o Senhor teu Deus as tiver dado diante de ti, para as
ferir, totalmente as destruirás. Não farás com elas concerto, nem terás piedade
delas, nem te aparentarás com elas; não darás tuas filhas a seus filhos, e não
tomarás suas filhas para teus filhos; pois fariam desviar teus filhos de mim,
para que servissem a outros deuses; e a ira do Senhor se acenderia contra vós,
e depressa vos consumiria.”
A primeira parte
desta lei aponta para o julgamento espiritual dos que não crêem, quando os que
crêem julgarão os que devem ser mandados ao inferno por seus pecados (1
Coríntios 6:2; Apocalipse 2:26-27). A aplicação terrena disto, é que Israel
deveria destruir as nações da terra de Canaã.
A segunda parte da
lei aponta para o princípio espiritual de que cristãos não devem se juntar aos
que não crêem. A nação de Israel simboliza os que crêem em Cristo. As nações
pagãs que rodeiam Israel simbolizam o mundo com suas seduções e tentações.
Homens do povo de Israel não devem se casar com mulheres pagãs, e cristãos não
devem ficar unidos ou “casados” com o mundo. Deus declara em Isaías 52:11:
“Retirai-vos, retirai-vos, saí daí, não toqueis coisa imunda; saí do meio dela,
purificai-vos, os que levais os vasos do Senhor.”
Nesta exortação os
Israelitas efetivamente eram aconselhados a se divorciarem dos que não eram
puros. A aplicação literal, terrena, para isto diz que se eles se casassem com
mulheres pagãs, eles deveriam se divorciar delas (em violação do Deuteronômio
7:2-4). A verdade disto pode ser dramaticamente observada no livro de
Esdras. Os últimos dois capítulos de
Esdras revelam uma triste e traumática experiência enfrentada por Israel. Sob a
liderança de homens como Neemias e Esdras, um grupo de Israelitas voltou a
Jerusalém. Em Jerusalém eles descobriram que diversos homens haviam desposado
mulheres pagãs, que tiveram filhos. Esdras 9:2-4: “Porque tomaram das suas
filhas para si e para seus filhos, e assim se misturou a semente santa com os
povos destas terras; e até a mão dos príncipes e magistrados foi a primeira
nesta transgressão. E, ouvindo eu tal coisa, rasguei o meu vestido e o meu
manto, e arranquei os cabelos da minha cabeça e da minha barba, e me assentei
atônito. Então se juntaram a mim todos os que tremiam das palavras do Deus de Israel
por causa da transgressão dos do cativeiro; porém eu me fiquei assentado
atônito até ao sacrifício da tarde.”
Em resposta à séria
violação da lei do Deuteronômio 7:2-4, os líderes de Israel tomaram uma
importante e difícil decisão. Eles decidiram que estes homens deveriam se
divorciar de suas esposas pagãs. Esdras 10:2-3: “Então respondeu Secanias,
filho de Jeiel, um dos filhos de Elão, e disse a Esdras: Nós temos transgredido
contra o nosso Deus, e casávamos com mulheres estranhas do povo da terra; mas,
no tocante a isto, ainda há esperança para Israel. Agora, pois, façamos
concerto com o nosso Deus de que despediremos todas as mulheres, e tudo o que é
nascido delas, conforme ao conselho do Senhor, e dos que tremem ao mandado do
nosso Deus; e faça-se conforme a lei.”
A decisão foi
deixar que isto fosse feito de acordo com a lei. Em Isaías 52:11 a lei de Deus
decreta que os que se envolveram com coisas impuras deveriam se afastar delas.
Em termos práticos, se um Israelita desposasse uma mulher pagã, ele deveria se
divorciar dela; assim Esdras e os outros líderes entendiam a lei. Esdras
10:10-12: “Então se levantou Esdras, o sacerdote, e disse-lhes: Vós tendes
transgredido, e casastes com mulheres estranhas, multiplicando o delito de
Israel. Agora, pois, fazei confissão ao Senhor Deus de vossos pais, e fazei a
sua vontade; e apartaivos dos povos das terras, e das mulheres estranhas. E
respondeu toda a congregação, e disseram em altas vozes: Assim seja, conforme
às tuas palavras nos convém fazer.”
Lemos em Esdras 10:16-17: “E assim o fizeram
os que tornaram do cativeiro. E apartaram-se o sacerdote Esdras e os homens,
cabeças dos país, segundo a casa de seus pais, e todos pelos seus nomes; e
assentaram-se no primeiro dia do décimo mês, para inquirirem neste negócio. E
acabaram com todos os homens que casaram com mulheres estranhas, até ao
primeiro dia do primeiro mês.”
Combinando as leis do Deuteronômio 7:2-4 e Isaías 52:11 com
os dois últimos capítulos de Esdras, vemos que a aplicação da lei cerimonial
sobre o casamento diz que havia divórcio Bíblico. Se um homem violasse a lei do
Deuteronômio 7:2-4 casando com uma mulher pagã, a lei de Isaías 52:11 decretava
que ele deveria corrigir esta situação pecaminosa, divorciando-se de sua
esposa.
O significado espiritual introduzido por essas leis continua
até hoje. Em 2 Coríntios 6:14-17, Deus declara: “Não vos prendais a um jugo
desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E
que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial?
Ou que parte tem o fiel com o infiel? E que consenso tem o templo de Deus com
os ídolos? Porque vós sois o tempo do Deus vivente, como Deus disse: Neles
habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo.
Pelo que saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada
imundo, e eu vos receberei.”
Deus está enfatizando
que os cristãos não devem se unir a nada que pertença ao reino de Satã: pode
ser alguém com quem desejamos nos casar, ou pode ser qualquer situação em que
nos tornamos tão enredados com o mundo, que é como se estivéssemos casados com
ele. Se encontramos essa condição em
nossas vidas, devemos nos separar disso. Devemos abandonar esta condição
impura. Abandonar o mundo é o que Deus mostra com o divórcio Bíblico nos dois
últimos capítulos de Esdras.
Eu devo me separar de
minha esposa descrente?
Se os homens de
Israel deveriam se separar de suas esposas pagãs, o que dizer hoje de um
casamento em que um cristão está casado com um não?cristão? Deve o cristão se
divorciar? No Novo Testamento quando
Deus diz “Israel”, Ele fala de todos os cristãos. De acordo com o Velho
Testamento, os homens de Israel não deveriam se casar com mulheres pagãs e de
acordo com o Novo Testamento, os homens de Israel, os que realmente crêem, não
deveriam se casar com pessoas que não foram salvas. Isto significa que Deus
quer que os cristãos se separem de suas esposas que não crêem? Deus responde
esta pergunta em 1 Coríntios 7:12-13: “Mas aos outros digo eu, não o Senhor: Se
algum irmão tem mulher descrente, e ela consente em habitar com ele, não a
deixe. E se alguma mulher tem marido descrente, e ele consente em habitar com
ela, não o deixe.”
Deus também responde
esta questão quando fala da mulher que está casada com um marido descrente, em
1 Pedro 3:1: “Semelhantemente vós, mulheres, sede sujeitas aos vossos próprios
maridos; para que também, se alguns não obedecem à palavra, pelo porte de suas
mulheres sejam ganhos sem palavra.”
Deus diz que não é necessário divorciar-se quando há um
casamento deste tipo. Portanto, a aplicação das leis cerimoniais do
Deuteronômio 7:2-4 e Isaías 52:11 não precisa ser seguida. Estas leis não dão
uma base válida para o divórcio.
O sentido espiritual destas leis continua hoje. Qualquer um
que estiver demasiado envolvido com o mundo, a ponto de parecer “casado” com
ele deve mudar esta situação. Os que estiverem assim devem desfazer esta
aliança profana.
Portanto, até Cristo ser crucificado, um divórcio sancionado
biblicamente era necessário quando o homem violava o Deuteronômio 7:2-4
casando-se com uma mulher pagã. O aspecto terreno desta lei teve fim quando
Cristo morreu (2 Coríntios 7:12-13, 2 Coríntios 6:14-17, 1 Pedro 3:1).
Capítulo
2. Adultério Exige Pena de Morte
Uma segunda lei
cerimonial relativa ao casamento é encontrada no Deuteronômio 22:22: “Quando um
homem for achado deitado com mulher casada com marido, então ambos morrerão, o
homem que se deitou com a mulher, e a mulher. Assim tirarás o mal de
Israel.” Esta lei exige pena de morte
para um homem ou mulher que for descoberto em um relacionamento adúltero.
Julgamento dramático destes que cometem adultério era a aplicação literal desta
lei.
O significado espiritual ou a aplicação evangélica deste
preceito é encontrada no Novo Testamento, onde esta lei aponta para um
casamento espiritual completo. Este casamento é revelado em Romanos 7:1-4:
“Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para apóstolo, separado para o evangelho
de Deus, o qual antes havia prometido pelos seus profetas nas Santas
Escrituras, acerca de seu Filho, que nasceu da descendência de Davi, segundo a
carne, declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de santificação,
pela ressurreição dos mortos – Jesus Cristo Nosso Senhor.”
Num sentido
espiritual todos na raça humana estão automaticamente casados com a lei de
Deus. Este casamento não é resultado do desejo do homem. É um casamento em que
Deus uniu duas partes em uma união indissolúvel. Estas duas partes são, de um
lado, os seres humanos e do outro a lei de Deus. Por Deus ter unido estes dois,
nenhum homem pode romper a união. Não importa o quanto desejemos nos ver livres
de nossa união espiritual com a lei de Deus, nós não podemos ser libertados
disso.
Isto é um casamento entre um marido perfeito e uma esposa
muito imperfeita. O marido, na lei de Deus, é absolutamente irrepreensível. A
esposa contudo, é a raça humana, e é completamente adúltera. Nós sabemos que a
lei de Deus é o marido porque Romanos 7:1 declara que a lei tem domínio sobre o
homem. Em qualquer casamento, o marido é a cabeça da esposa e a esposa deve ser
submissa ao marido.
Portanto, neste
casamento espiritual, nós humanos devemos nos submeter obedientemente à lei de
Deus, que é nosso marido espiritual. A todo momento nos submetemos a um pecado
que nos faz cair no adultério espiritual. Estamos sendo infiéis ao nosso marido
espiritual, a lei de Deus.
A lei de Deus, como
marido, não pode se divorciar da esposa adúltera porque o que Deus uniu o homem
não separa. Deus encara este princípio tão seriamente que mesmo um marido
perfeito, a lei de Deus, não pode se separar da esposa adúltera (cada humano)
com a qual está casado.
O adultério
espiritual é visto em Tiago 4:4: “Adúlteros e adulteras, não sabeis vós que a
amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto qualquer que quiser ser
amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” No versículo, Deus está falando
claramente da natureza adúltera dos homens. Homens são adúlteros e mulheres são
adúlteras porque eles vivem em fornicação espiritual no relacionamento com a
lei de Deus, com a qual são casados. Jesus faz referência à condição adúltera
da raça humana em Marcos 8:38: “Porquanto, qualquer que, entre esta geração
adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o
Filho do homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai, com os
santos anjos.”
A adúltera e
pecadora geração de que Ele fala todo o tempo inclui a raça humana. O reino de Satã, para onde vão todos os
que não foram salvos, é descrito como a grande prostituta em Apocalipse 17.
Devido á natureza pecadora do homem, ele está vivendo adulteramente como uma
meretriz. Cada ato de pecado é um ato de adultério espiritual.
Contudo, ainda que a lei de Deus, como marido, não possa
divorciar-se da esposa fornicadora, a raça humana, há um modo deste terrível
casamento ser desfeito. Por causa da fornicação, a esposa merece morrer. Apenas
se ela morrer este casamento pode chegar ao fim.
Devido ao fato de o
marido ser absolutamente justo e sagrado, ele (a lei de Deus) irá denunciar a
esposa adúltera, exigindo sua morte. Esta é a morte que foi antecipada na lei
cerimonial do Deuteronômio 22:22.
Apenas a danação
eterna pode quebrar o casamento espiritual
A história terrena
exige que a esposa adúltera e o indivíduo com o qual ela cometeu adultério
sejam apedrejados até a morte. O significado espiritual desta terrível punição
é muito mais sério porque a morte exigida pelo marido dos homens, a lei de
Deus, é a segunda morte, que é a danação eterna. Apenas depois que tivermos
passado a eternidade no inferno o casamento entre a lei de Deus e cada ser
humano pode ser quebrado.
Quando um homem, uma mulher ou uma criança morrem
fisicamente, esta morte não termina o casamento espiritual com a lei de Deus.
No último dia, quando o indivíduo é ressuscitado, seu marido espiritual, a lei
de Deus, irá acusá-lo de fornicação espiritual.
Mesmo no inferno a
lei de Deus está presente e exige penalidade completa, a eternidade no inferno.
Como a eternidade é para sempre, não haverá nunca um fim deste relacionamento.
Deus nos dá o alerta na lei cerimonial do Deuteronômio 22:22.
Desde que Cristo foi
para a cruz, o aspecto terreno desta lei cerimonial não deve ser observado.
Isto é mostrado pela reação de Jesus à mulher descoberta em adultério (João
8:1-11). De acordo com o Deuteronômio 22:22, ela deveria ser apedrejada, mas
Jesus, que é o Deus eterno, anulou a ordem aconselhando a mulher a não mais
pecar.
Apenas a morte pode
terminar o casamento humano
A palavra “ligado”
em Romanos 7:2 é importante; ela é a palavra grega “deo”. Sua conotação é
“acorrentado”. Por exemplo, em Marcos 5:3 ela é traduzida como “amarrado” como
no verso 4. Marcos 5:3-4: “O qual tinha a sua morada nos sepulcros, e nem ainda
com cadeias o podia alguém prender. Porque, tendo sido muitas vezes preso com
grilhões e cadeias, as cadeias foram feitas em pedaços, e os grilhões em
migalhas, e ninguém o podia amansar.”
Nos Atos 12:6 lemos
que Pedro está na prisão, “preso com duas correntes”. A palavra “deo” é
encontrada diversas vezes na Bíblia e é sempre usada no sentido de alguém que
está acorrentado ou amarrado. Deus usa esta palavra para descrever o
relacionamento da esposa com o marido. Isso pode ser visto em Romanos 7:2, e também
em 1 Coríntios 7:39: “A mulher casada está ligada pela lei todo o tempo que o
seu marido vive; mas, se falecer o seu marido, fica livre para casar com quem
quiser, contanto que seja no Senhor.”
Em 1 Coríntios 7:27
lemos: “Estás ligado à mulher? Não busques separar-te. Estás livre da mulher?
Não busques mulher.” A esposa acorrentada ou amarrada pode romper o casamento
apenas pela morte do marido, como Romanos 7:2-3 explica claramente. Ela está
acorrentada a ele enquanto ele viver.
Como ficarmos livres
de nosso casamento pela Lei de Deus
A Bíblia tem um
glorioso ensinamento que mostra como podemos acabar com a aplicação espiritual
desta lei cerimonial. Em Romanos 7:4 Deus dá a forma de escapar: “Assim, meus
irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que
sejais doutro, daquele que ressuscitou dentre os mortos, afim de que demos
fruto para Deus.”
O que significa “Morrer para a lei através do corpo de
Cristo”? A morte exigida por nosso marido espiritual, a lei de Deus, é a
danação eterna, e é precisamente a morte que Jesus sofreu quando tomou para Si
nossos pecados.
Na reparação ele foi considerado culpado por nossos pecados
e Deus demonstrou sua fúria através Dele como punição por estes pecados. Esta
punição é igual a que nós sofreríamos se precisássemos passar a eternidade no
inferno.
Romanos 7:4 indica
que Cristo levantou dos mortos como prova que a penalidade exigida por Deus foi
completamente paga. Por Cristo, nosso substituto, ter sofrido o equivalente da
danação eterna de cada cristão, cada cristão morreu para o marido anterior, a
lei de Deus. Portanto, a lei de Deus não tem mais domínio sobre ele. Ele está
morto para a lei.
Ele é uma nova criatura; nasceu de novo e é livre para
tornar-se espiritualmente casado com outra pessoa. Esta pessoa é Cristo. O
cristão torna-se o eterno noivo de Cristo. Deus uniu o cristão a Cristo em um
eterno e indissolúvel casamento, que nenhum homem pode quebrar.
Como o cristão
ganhou vida eterna no momento da salvação, e por Cristo ter ressurgido dos
mortos para viver eternamente, Cristo nunca pode terminar a abençoada união
matrimonial entre Si e o cristão. Quão prodigiosa! Quão maravilhosa! Quão
magnificente é a graça de Deus! A lei
de Deus não é mais o marido do cristão, e não tem mais domínio sobre ele. A lei
nunca mais pode ameaçar o cristão com a morte, mas isso não significa que ele
não se relaciona com a lei de Deus. A lei de Deus agora tornou-se sua amiga. A
lei mostra a ele como gozar do mais alto grau de relacionamento possível com
seu novo marido, o próprio Jesus Cristo. O cristão não está mais acorrentado à
lei de Deus como uma esposa está acorrentada ao marido. Deus usa o casamento entre a lei de Deus e
os homens para nos ajudar a entender o casamento humano, bem como usa o
relacionamento entre Cristo e Seu noivo para nos ajudar a entender.
Cristãos são encontrados em todas as nações, e o povo de
Israel não tem maior status espiritual que outros (desde a cruz); portanto, a
lei não mais se aplica a casamentos entre indivíduos de diferentes
nacionalidades.
Capítulo 3. O casamento de Deus com Israel
Uma terceira lei cerimonial relativa a casamento e divórcio
foi introduzida na Bíblia por causa do casamento espiritual (que era
completamente diferente do casamento da Lei de Deus com a humanidade), em que
Deus tomou a antiga Israel como sua esposa. Israel incorporada, como corpo
externo, era a representação do reino de Deus na terra durante o período entre
Abraão e Jesus. Este casamento foi estabelecido por Deus porque o povo de
Israel prenunciava a Israel espiritual de Deus que iria se tornar a eterna
noiva de Cristo. Sabemos que este casamento espiritual entre Deus e Israel
existiu pela denúncia de Deus contra a fornicação espiritual de Sua esposa,
registrada em Jeremias 3:14: “E disse-me o Senhor: Do norte se descobrirá o mal
sobre todos os habitantes da terra.”. Ele não estava casado com eles enquanto
indivíduos; individualmente eles eram espiritualmente casados com a lei de
Deus. Israel era casada com Ele enquanto uma entidade única, incorporada.
Em nenhuma época da
história de Israel eles foram fiéis. Repetidamente eles se luxuriavam com
outros deuses. O que Deus deveria fazer com Sua fornicadora esposa?
De acordo com a
eterna lei de Deus, a morte é necessária para a esposa adúltera, mas Deus não
poderia destruir completamente a nação, pois Cristo deveria sair dela. Além
disso, a nação de Israel era a semente de onde a Igreja do Novo Testamento
floresceria.
O plano de Deus era usar Israel como um exemplo de Sua
paciência e misericórdia. Na parábola de Lucas 13, a figueira que repetidamente
não frutificava deveria ser cortada, mas recebeu uma oportunidade. Se ela não
frutificasse deveria ser cortada. Hoje Israel é uma nação viável entre as
nações do mundo. Apenas se ela cessar de dar frutos espirituais será destruída.
Por estas razões e
possivelmente outras, Deus escolheu não ter Sua esposa espiritual, a nação de
Israel, morta, e já tinha planejado terminar seu casamento espiritual com a
nação de Israel. Quando Cristo foi para a cruz, Deus decidiu terminar para
sempre o relacionamento espiritual com a nação de Israel.
Para executar esta
meta, Deus introduziu outra lei no corpo das leis cerimoniais. Para se
divorciar de Israel, Deus deveria introduzir uma lei que permitisse o divórcio.
Deus foi o mentor e construtor da lei, e poderia introduzir qualquer lei que
desejasse. Qualquer lei que fosse feita, Deus, em sua perfeita justiça
obrigava-se a obedecê-la. Em Sua Palavra no Deuteronômio 24:1-4, Deus colocou
uma lei que permitia o divórcio por fornicação: “Quando um homem tomar uma
mulher, e se casar com ela, então será que, se não achar graça em seus olhos,
por nela achar coisa feia, ele lhe fará escrito de repúdio, e lho dará na sua
mão, e a despedirá da sua casa. Se, pois, saindo da sua casa, for, e se casar
com outro homem, e este último homem a aborrecer, e lhe fizer escrito de
repúdio, e lho der na sua mão, e a despedir da sua casa; ou se este último
homem, que a tomou para si por mulher, vier a morrer; então seu primeiro
marido, que a despediu, não poderá tornar a tomá-la, para que seja sua mulher,
depois que foi contaminada; pois é abominação perante o Senhor; assim não farás
pecar a terra que o Senhor teu Deus te dá por herança.”
Esta lei permitia ao
marido se divorciar da esposa que fosse encontrada em algum tipo de ato impuro
(depois mostraremos que isto está relacionado a fornicação) A inclusão desta
lei permitiu que Deus Se divorciasse da nação de Israel. Somos avisados disso
em Isaías 50:1: “Assim diz o Senhor: Onde está o libelo do divórcio de vossa
mãe, pelo qual eu a repudiei? Ou quem é o meu credor, a quem eu vos tenha
vendido? Eis que por vossas maldades fostes vendidos, e por vossas
prevaricações vossa mãe foi repudiada.”
Tal e qual, em
Jeremias 3:8, lemos: “E vi, quando por causa de tudo isto, por ter cometido
adultério a rebelde Israel, a despedi, e lhe dei o seu libelo de divórcio, que
a aleivosa Judá, sua irmã, não temeu, mas foi-se e também ela mesma se
prostituiu.”
Deus continua a revelar a natureza pecadora da esposa que
desposou em Jeremias 3:20: “Deveras, como a mulher se aparta aleivosamente do
seu companheiro, assim aleivosamente te houveste comigo, ó casa de Israel, diz
o Senhor.”
Na lei cerimonial
Deus introduziu dois preceitos relativos a adultério no casamento. No caso do
Deuteronômio 22:22, tanto o homem quanto a mulher que se envolvesse em
adultério deveriam ser mortos. No caso do Deuteronômio 24:1?4, apenas o marido
poderia se divorciar por fornicação. Nada é dito aqui ou em qualquer outro
lugar da Bíblia que sugira a possibilidade da esposa se divorciar de seu marido
adúltero.
Por estas leis serem
parte das leis cerimoniais, os cidadãos da nação de Israel deveriam
obedecê-las. Se um marido encontrasse sua esposa cometendo adultério, deveria
apedrejá-la até a morte juntamente com o homem que fosse encontrado com ela. Se
houvesse alguma prova óbvia de fornicação, mas a esposa não fosse flagrada no
ato de adultério, o marido continuava com o direito de se divorciar.
No Novo
Testamento, Jesus faz diversas referências a esta lei para mostrar que ela foi
cancelada com Sua vinda e para mostra que Israel tem aplicado esta lei de forma
totalmente errada. E ela é ainda hoje erradamente usada pela Igreja como
embasamento Bíblico para o divórcio.
O mau uso que Israel
faz do Deuteronômio 24
A linguagem do
Deuteronômio 24:1-4 era suficientemente obscura para que os homens de Israel
utilizassem-no como justificativa para se divorciarem de suas esposas por
quaisquer motivos. Quando entendemos por que, entenderemos melhor Mateus 5:32,
um versículo que algumas pessoas usam para justificar o divórcio por fornicação.
As palavras-chave do Deuteronômio 24:1 são “coisas
inconvenientes”. Por “coisas inconvenientes” encontradas o marido tem a causa
Bíblica para o divórcio. Qual foi o pecado?
A palavra hebraica “debar” que é traduzida como “coisas” na
frase “coisas inconvenientes”, normalmente significa “palavra” ou “substância”.
Com aproximadamente 2400 usos na Bíblia, “debar” é traduzida no mínimo 1000
vezes como “falar” ou “conversar” ou algum similar. Em outros versículos é
traduzida como “palavra” (no mínimo 770 vezes). Portanto, “palavra” ou
“conversar” são os significados principais da palavra “debar”.
Menos freqüente, mas
com freqüência considerável, “debar” é traduzida como “ato” (52 vezes),
“substância” (63 vezes), e “coisa” (215 vezes). Portanto, podemos seguramente
afirmar que no Deuteronômio 24:1, “debar” pode ser traduzida como “ato”,
“substância”, “coisa” ou “palavra”.
A palavra hebraica traduzida como “inconvenientes” nesta
mesma frase é “ervah”, encontrada 54 vezes na Bíblia. Em mais de 50 casos ela é
traduzida como “nudez”. Quando examinamos os lugares onde ela é traduzida como
“nudez”, observamos que normalmente está relacionada a total impureza sexual.
Por exemplo, em Levítico 18 e Levítico 20, onde Deus cria leis proibindo
incesto, Deus emprega a palavra “nudez” (“ervah”) no mínimo 30 vezes.
Portanto, a palavra
“ervah” possui o significado de “fornicação”. Em Levítico 18:8 Deus alerta,
“Não tenha relações com a concubina de seu pai, pois ela pertence ao seu pai”.
Um comentário sobre este aviso é encontrado em I Coríntios 5:1: “Geralmente se
ouve que há entre vós fornicação, e fornicação tal, qual nem ainda entre os
gentios, como é haver quem abuse da mulher de seu pai.”
No versículo, Deus
usa a palavra “fornicação” com em conexão com impureza sexual entre um homem e
a esposa de seu pai. Em Levítico 18:8, Deus fala deste tipo de impureza sexual
como “descobrir a nudez”. Portanto, podemos ver que “nudez” ou “impureza” são
sinônimos de “fornicação”.
Juntando estas
informações, observamos que no Deuteronômio 24:1 Deus está ensinando que se um
homem encontra uma “palavra” ou “substância” de fornicação em sua esposa, ele
pode se divorciar dela. Certos atos de fornicação eram puníveis com a morte,
mas se o ato ou palavra em particular não exigissem a morte da esposa
fornicadora, o marido tinha o direito de se divorciar dela.
Outra possibilidade
de interpretação para “ervah” era que ela abriu a porta para o marido israelita
se divorciar de sua esposa sob quase qualquer circunstância.
Divórcio por qualquer
causa
No Deuteronômio
23:12-14 Deus usa a mesma frase “ervah debar”, que a frase chave do
Deuteronômio 24:1. “Ervah debar” não se refere a fornicação; contudo, se refere
a impureza cerimonial. Deuteronômio 23:12-14: “Também terás um lugar fora do
arraial, e ali sairás fora. E entre as tuas armas terás uma pá; e será que,
quando estiveres assentado fora, então com ela cavarás, e, virando-te cobrirás
aquilo que saiu de ti; porquanto o Senhor teu Deus anda no meio do teu arraial,
para te livrar, e entregar os teus inimigos diante de ti; pelo que o teu
arraial será santo, para eu ele não veja coisa feia em ti, e se torne atrás de
ti.”
A palavra
“inconveniente” no fim deste trecho é “ervah debar”. O que é a inconveniência?
Neste contexto, era nada mais que a descarga do corpo de uma pessoa quando ele
ou ela atendia ou chamado da natureza. Quando a pessoa sentia vontade, ela
deveria sair do acampamento, cavar um buraco para receber a descarga do seu
corpo e depois cobri-la para que então a superfície do chão ficasse limpa.
Atualmente,
qualquer descarga do corpo faz a pessoa impura. De acordo com as leis
cerimoniais do Levítico 15, qualquer coisa, qualquer tipo de descarga do corpo,
torna a pessoa impura. Uma mulher menstruando era impura. Uma pessoa que
estivesse com diarréia e sujasse suas roupas era impura. Portanto, “ervah debar” em Deuteronômio
23:14 deu aos homens de Israel posição tremendamente vantajosa em seus
casamentos. Tudo o que eles precisavam fazer era sujar as roupas de suas
esposas com um pouco de sangue da menstruação, ou outra descarga que tenha
tocado-a ou tocado suas roupas, e estava pronto o pretexto para o divórcio. Na
intimidade do casamento as oportunidades para ver “alguma impureza” na esposa eram
numerosas. Com isso, os homens
poderiam divorciar-se com facilidade. A esposa não tinha qualquer segurança.
Mesmo se ela não fosse culpada por fornicação, o marido poderia encontrar
inúmeras razões “Bíblicas” para se divorciar dela quando quisesse.
Jesus estabelece as
leis com exatidão
Jesus falou de seu
entendimento do Deuteronômio 24:1-4. Jesus clareou a lei mostrando que estes
versículos do Deuteronômio 24 apenas permitiam fornicação como uma base para o
divórcio. Mateus 5:31-32: “Também foi dito: Qualquer que deixar sua mulher,
dê-lhe carta de desquite. Eu, porém, vos digo que qualquer que repudiar sua
mulher, a não ser por causa de prostituição, faz que ela cometa adultério, e
qualquer que casar com a repudiada comete adultério.”
O versículo 31
remete ao Deuteronômio 24:1-4, a única passagem do Velho Testamento que relata
de um modo claro o entendimento de Jesus em Mateus 5:31.
Jesus diz que a
Israel antiga estendeu a aplicação da causa para o divórcio muito além do que
era entendido pelo Deuteronômio 24:1, onde a causa deveria ser especificamente
uma palavra ou ato de fornicação. Mateus 5:31 diz que tudo o que era necessário
para o divórcio era uma carta de divórcio. Jesus, portanto, reafirma o
Deuteronômio 24:1-4 no versículo 32.
Jesus faz três coisas com esta reafirmação. Primeiro, Ele ressalta o
total menosprezo dos judeus para com a santidade do casamento e mostra que a
causa do divórcio deveria ser apenas o adultério.
Segundo, Ele revela
a quão pecaminoso é o divórcio em que a esposa é levada a cometê-lo mesmo se,
por sua própria vontade, seja inocente do adultério. Terceiro, ele reafirma o Deuteronômio
24:2-4 ao mostrar que a esposa que se divorciou não deveria mais casar.
Deuteronômio 24
permite divórcio apenas por fornicação
A primeira frase que devemos entender em Mateus 5:32 é, “a
não ser por causa de fornicação” que se relaciona intimamente com o
Deuteronômio 24:1.
A expressão “a não ser por” vem da palavra grega “parektos”
que é usada em apenas dois outros lugares da Bíblia. É traduzida como “exceto”
em Atos 26:29: “Paulo respondeu: “Ainda um pouco, ou ainda muito, tomara que
Deus fizesse não somente o senhor, mas todos os que me escutam hoje, tornar-se
como eu, mas sem estas correntes!”. Neste versículo, “parektos” tem o
significado de “sem”, ou “sem estas correntes”. A palavra “parektos” é
traduzida como “para não” ou “sem”, em 2 Coríntios 11:28: “Além das coisas
exteriores, me oprime cada dia o cuidado de todas as igrejas.”: “E isso para
não contar o resto: a minha preocupação cotidiana, a atenção que tenho por
todas as Igrejas.” Aqui o significado Bíblico de “parektos” é “sem”.
Voltando a Mateus
5:32, descobrimos que a frase “por causa de” é da palavra grega “logos” que é
traduzida mais de 200 vezes na Bíblia como “palavra”. Ela também é traduzida
algumas poucas vezes como “substância” ou “coisa”. Portanto, “logos” pode
significar também “palavra”, “substância” ou “coisa”, e é o equivalente grego
para o palavra hebraica “debar” usada no Deuteronômio 24:1.
A palavra
“fornicação” usada em Mateus 5:32 é a palavra grega “porneias” que é sempre
traduzida como “fornicação”.
Por isso, a frase “a
não ser por causa de fornicação” pode ser traduzida com exatidão como “sem uma
palavra ou ato de fornicação”. Isto é surpreendentemente próximo da tradução
literal de “ervah debar” do Deuteronômio 24:1. Lembre-se a tradução usual para
“debar” era “palavra” ou “conversa” ou “substância”, e a tradução usual para
“ervah” era “nudez”, no contexto de fornicação.
Podemos ver aqui a
evidência de que Jesus estava se baseando no Deuteronômio 24:1 pela linguagem
específica que ele usou em Mateus 5:32. Ele estava ensinando que a
“inconveniência” do Deuteronômio 24:1 não deveria ser entendida como uma
inconveniência cerimonial como o sangue da menstruação ou diarréia. De fato, a
“inconveniência” deveria mostrar que a única razão para um homem se divorciar
de sua mulher era a fornicação.
O divórcio faz com
que uma esposa inocente torne-se adúltera
Cristo introduz um
princípio adicional na próxima frase do versículo 32, onde diz: “faz com que
ela se torne adúltera”. Como devemos entender isto?
Comecemos lendo o
versículo 32 sem a frase “a não ser por causa de fornicação”. Agora lê-se isso
como “todo aquele que se divorcia de sua mulher faz com que ela se torne
adúltera”. Nestas frases Jesus introduz um conceito muito sério. Enquanto é
completamente errado que um divórcio ocorra, se ele ocorrer, ele faz com que
uma esposa cometa o adultério. Isto então significa que a esposa divorciada
torna-se propensa a cometer o adultério pois, se ela se casar com mais alguém,
este casamento será adúltero como Romanos 7:2-3 ensina?
Não. Não há evidência
de que Jesus está ensinando isto. Ele simplesmente diz que se um homem se
divorcia de sua mulher, independente de quão santa e pura ela possa ser, ela é
forçada pelo próprio divórcio a cometer adultério. O ato do divórcio faz com
que seu casamento se torne adúltero e deste modo ela foi levada a cometer adultério.
Jesus ressalta quão terrível é o pecado do divórcio. Não apenas faz com que o
marido que quer o divórcio peque, como também faz com que sua esposa peque,
mesmo quando ela não quer o divórcio.
Isto torna compreensível quando nos lembramos que os que se casam
tornamse uma só carne através de Deus, uma união divina que nenhum homem pode
separar. Portanto, se um homem separa o que Deus uniu, esta união tornase
corrompida.
Contudo, se a mulher cometeu fornicação antes
do divórcio, então ela terá cometido adultério. De acordo com Deuteronômio
24:1, o homem tem o direito de se divorciar de sua esposa num caso como esse.
Desde que ela se torne adúltera antes de se divorciar, o ato do marido de se
divorciar dela não é a causa de seu estado de adúltera.
Jesus não chama
atenção para o Deuteronômio 24:1 para indicar que esta lei deve continuar a
vigorar através dos tempos. Ele está simplesmente mostrando que enquanto o
Deuteronômio 24:1 vigorava, um homem deveria descobrir a fornicação em que sua
esposa estivesse atualmente para poder se divorciar dela e separar-se dela por
qualquer outra razão menor seria uma violação desta lei.
Desde que esta lei
foi repelida (como vemos quando estudamos Marcos 10 e Mateus 19), Jesus
definitivamente não está ensinando que fornicação é uma causa para o divórcio.
Portanto, este versículo não está lidando com a questão de que há ou não uma
razão para o divórcio. De fato, Jesus está enfatizando a seriedade do pecado do
divórcio.
A mulher divorciada
fica desonrada ao casar-se novamente
O terceiro ponto
de que Jesus fala envolve a reafirmação e esclarecimento do Deuteronômio
24:2-4. Na Bíblia, o uso da palavra “pode” na frase “ela pode ir”,
aparentemente diz que a esposa fornicadora que se divorciou é livre para se
casar novamente. Contudo, nos originais em hebraico a palavra “pode” não está
incluída. Logo, a Bíblia não está ensinando que ela pode ir e se tornar esposa
de outro homem. Isto pode ser visto pela linguagem encontrada no versículo 4,
onde Deus indica que ela ficará desonrada se casar-se de novo. Efetivamente,
Deus está ensinando que se a esposa divorciada casa-se com outro homem, ela
ficará desonrada e portanto não poderá voltar para seu primeiro marido.
Este princípio é reiterado e expandido na última frase de
Mateus 5:32 onde Jesus declara que “quem se casa com mulher divorciada, comete
adultério”. Porque como a esposa divorciada que se casa novamente, torna-se
desonrada como resultado deste casamento, o homem que se casa com ela
envolve-se também num de um casamento adúltero. Jesus enfatiza o fato de que
tal homem de fato cometeu adultério.
O Deuteronômio 24:1
permite que apenas metade de Israel se divorcie
A lei que permite
que um homem se divorcie de sua esposa por fornicação é aplicável a apenas
metade de Israel. Deuteronômio 24:1 apenas permitiu que o marido se divorciasse
de sua esposa. Isto porque, em sua natureza cerimonial, a lei apontava para o
divórcio da nação de Israel. Nenhuma cláusula possibilita que a esposa se
divorcie do marido porque nenhum aspecto do plano divino de salvação ou do
trato de Deus com a nação de Israel inclui a possibilidade da nação de Israel
se divorciar de Deus. Portanto, uma esposa nunca poderia se divorciar de um
marido fornicador. Seu relacionamento com seu marido estava sob a lei universal
que foi passada no início da criação e que diz que ela não pode se divorciar
por nenhuma razão.
Logo, no caso da lei
de Deus (o marido) tornar-se espiritualmente casado com o indivíduo (a esposa),
não haveria nenhum momento em que o divórcio por fornicação ou qualquer outra
razão seria permitido. Em adição a isto, na nação de Israel, a esposa nunca
poderia se divorciar de seu marido por fornicação. Apenas o marido poderia se
divorciar de sua esposa por fornicação porque isto era parte da lei cerimonial
que apontava para o divórcio futuro de Deus com a nação de Israel.
Sumariando, vemos que o Deuteronômio 24:1-4
ensinava os seguintes princípios:
1-
ab-o marido poderia se divorciar de sua esposa
apenas se ela fosse fornicadora;
2-
ab-a
esposa, que era fornicadora e consequentemente divorciada, tornar-se-ia
desonrada ao se casar novamente. Logo, ela deveria permanecer solteira;
3-
ab-a
esposa não poderia se divorciar de seu marido de modo algum.
Em Mateus 5:32 Jesus
reiterou os princípios básicos do Deuteronômio 24:1-4 e expandiu-os para
ensinar o seguinte:
1-
ab-o marido que se divorcia de sua esposa por
qualquer outra razão que não a fornicação, faz com que ela se torne adúltera;
2- ab-qualquer homem que se casa
com uma mulher divorciada comete adultério.
O que a Bíblia ensina a respeito da continuidade da lei do
Deuteronômio 24:14? O significado terreno destes versículos terminou quando
Jesus foi para a cruz. A cortina do templo foi rasgada, o que assinalava a
finalidade do divórcio de Deus com Israel. Por isso estar escrito na lei do
Velho Testamento de modo a possibilitar que Deus se divorciasse devido à
fornicação espiritual de Israel, temos razão para suspeitar que esta (como
outras leis cerimoniais) cessou de possuir aplicações terrenas depois da
crucifixão.
A Bíblia mostra que
esta lei foi rescindida por nosso Senhor Jesus Cristo. Os fariseus foram a
Jesus com uma questão relativa a divórcio e lemos em Marcos 10:2 : “alguns
fariseus se aproximaram de Jesus. Queriam tentá-lo e lhe perguntaram se a lei
permitia um homem se divorciar da sua mulher.”
A pergunta deles
está relacionada com o Deuteronômio 24:1-4, pois esta é a única passagem do
Velho Testamento que fala da possibilidade de um homem se divorciar de sua
esposa. Isto pode ser visto na resposta de Jesus em Marcos 10:3-4: “Jesus
perguntou: “O que é que Moisés mandou vocês fazerem?” Os fariseus responderam:
“Moisés permitiu escrever uma certidão de divórcio e depois mandar a mulher
embora.” Deuteronômio 24:1-4 é claramente a passagem a que Jesus está se
referindo enquanto continua a ensinar.
No versículo 5 Jesus explica porque esta lei foi inserida no
Velho Testamento: “Foi por causa da dureza do coração de vocês que Moisés
escreveu este mandamento.” Devido à dureza do coração da antiga Israel que a
lei possibilitava o divórcio por fornicação. Deus queria aliviar os maridos
fazendo uma lei que permitia que eles se divorciassem se suas esposas
estivessem envolvidas em fornicação? Ou Ele fez a lei porque os maridos eram
tão irredutíveis com suas esposas fornicadoras, pela dureza de seus corações,
que puderam se divorciar? Estas possibilidades não fazem sentido. Deus criou
leis com o intuito de nos ajudar a viver mais próximos dele, e não para que
vivamos pecaminosamente.
Apenas quando
entendemos a verdade sobre o motivo pelo qual Deus colocou esta lei nas leis
cerimoniais da Bíblia, é que podemos entender este versículo. A frase “dureza
do coração” está relacionada àquele que é rebelde, e rebeldia contra Deus é
fornicação espiritual. Deus criou esta lei para que, como marido de Israel, ele
pudesse se divorciar de Sua esposa fornicadora. Em virtude da dureza de
coração, ou da fornicação espiritual de Israel, a lei foi feita. Portanto, a
partir do momento que Deus Se divorcia de Israel, esta lei não tem mais
propósito.
Vemos então, em
Marcos 10:6-9, que Jesus direta e claramente anula a lei do Velho Testamento:
“Porém, desde o princípio da criação, Deus os fez macho e fêmea. Por isto
deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á a sua mulher, e serão os
dois uma só carne: e assim já não serão dois, mas uma só carne. Portanto o que
Deus ajuntou não o separe o homem.”
Jesus mostra que Deus nunca teve intenção de permitir o
divórcio. É verdade que temporariamente Deus abriu uma estreita janela que
permitia a um homem divorciar-se de sua esposa fornicadora, mas isto ocorreu
apenas para que Deus pudesse Se divorciar da fornicadora nação de Israel. Jesus diz em Marcos 10:11-12: “E ele lhes
disse: Qualquer que deixar a sua mulher e casar com outra, adultera contra ela.
E, se a mulher deixar a seu marido, e casar com outro, adultera.”
O Deuteronômio 24:1-4
permite que o marido se divorcie de sua esposa fornicadora. A esposa não tinha
absolutamente nenhum direito de se divorciar de seu marido fornicador. Jesus
anulou o direito do marido de se divorciar da esposa fornicadora, e enfatizou a
impossibilidade do divórcio Bíblico partir de ambos os lados, o marido
divorciando da mulher e vice-versa.
Em Marcos 10:11-12
Deus ressalta outro princípio vital: um homem ou mulher divorciada não podem se
casar novamente. De acordo com o versículo 11, se um homem se casa de novo, ele
comete adultério contra sua primeira esposa. Por que isso ocorre?
Aprendemos em Romanos
7:1-4 que a esposa é amarrada ao marido durante o tempo em que eles viverem.
Sendo assim, mesmo que um divórcio tenha acabado com o casamento, do ponto de
vista de Deus, marido e mulher ainda estão presos um ao outro. Logo, se o homem
toma outra mulher como esposa enquanto sua primeira esposa ainda estiver viva,
ele está cometendo adultério. Ele está traindo a união vitalícia entre ele e
sua mulher, que foi selada por Deus.
Da mesma forma, o
versículo 12 enfatiza que a esposa não deve se casar depois do divórcio. Mesmo
se estiver legalmente divorciada, na visão de Deus ela ainda está presa ao seu
primeiro marido. Portanto, ela comete adultério se casase novamente enquanto
seu primeiro marido ainda é vivo. Este princípio de relacionamento é repetido
em 1 Coríntios 7:39: “A mulher casada está ligada pela lei todo o tempo que o
seu marido vive; mas, se falecer o seu marido, fica livre para casar com quem
quiser, contanto que seja no Senhor.”
Em 1 Coríntios 7:10 somos instruídos que, “a esposa não se
separe do marido.” Em 1 Coríntios 7:11 Deus diz: “e o marido não se divorcie de
sua esposa.” Todos os ensinamentos da Bíblia são consistentes e estão em
concordância.
Em Lucas 16:17 Jesus
faz referência à eterna natureza da lei de Deus: “É mais fácil desaparecer o
céu e a terra do que cair da Lei uma só vírgula.” Tendo indicado a perpétua
natureza da lei de Deus, Jesus imediatamente relaciona a questão de um homem se
divorciar de sua esposa. Ele exorta em Lucas 16:18: “Qualquer que deixa sua
mulher, e casa com outra, adultera; e aquele que casa com a repudiada pelo
marido adultera também.”
Nesta afirmação
encontramos a mesma verdade que aprendemos em Marcos 10:2-12, Romanos 7:1-4, e
1 Coríntios 7. Não há por que se divorciar! Sem exceções!
Capítulo
4. Mateus 19:9
Queremos analisar
cuidadosamente um versículo que tem sido citado nos esforços do homem em tentar
encontrar uma base Bíblica para o divórcio. Mateus 19:9, que imediatamente se
relaciona ao Deuteronômio 24:1-4, tem um trecho que fala da possibilidade de
divórcio por fornicação. Mateus 19:9: “Eu vos digo, porém, que qualquer que
repudiar sua mulher, não sendo por causa de prostituição, e casar com outra,
comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério.”
Muitos teólogos lêem este versículo e rapidamente concluem
que não pode haver divórcio, exceto em caso de fornicação. Nós já vimos em
nosso estudo que não há razão Bíblica para o divórcio. Portanto, podemos Ter
certeza que este versículo, Mateus 19:9, não permite o divórcio por fornicação
ou qualquer outra razão. Se concluímos o contrário, teremos antes de nós uma
grande contradição.
A Bíblia é um todo harmonioso. Enquanto pode ter afirmações
que parecem contraditórias, sabemos que elas não são realmente contradições.
Apenas parecem contradições porque nossa compreensão das passagens
questionáveis permanece incompleta.
Assumamos por um
momento que devemos basear todo nosso entendimento sobre divórcio e casamento
neste único versículo, Mateus 19:9. O que entenderíamos?
Mateus 19:9 aparentemente ensina que um homem pode se
divorciar de sua esposa por fornicação. Mas observe: não há sugestão de que a
esposa possa se divorciar do marido por fornicação deste. Não há nem mesmo a
mais sutil implicação ou indicação de que a esposa possa se divorciar do
marido. De fato, em nenhum lugar da Bíblia há qualquer afirmação que ensine que
a esposa pode se divorciar do marido. O versículo também não justifica que o
marido se divorcie da esposa por qualquer razão, exceto fornicação.
Além disso, Mateus
19:8 nos ensina que Moisés permitiu ao marido se divorciar de sua esposa
fornicadora apenas porque o marido possuía um coração duro: “Jesus respondeu:
Moisés permitiu o divórcio porque vocês são duros de coração. Mas não foi assim
desde o início.”
O termo “dureza de
coração” se refere a alguém que não foi salvo, alguém que está em rebelião
contra Deus.
Logo, se alguém insistir nos argumentos de Mateus 19:9 sem
observar nenhum outro ensinamento da Bíblia, o que podemos ver neste versículo
é que um marido poderia se divorciar de sua esposa apenas em caso de
fornicação, e tal divórcio seria a indicação de um marido rebelde
espiritualmente falando. Portanto, mesmo baseando-se em Mateus 19:9, nenhum
verdadeiro filho de Deus poderia sequer aprovar o divórcio. Ao contrário,
deveria pensar que ele é chamado a perdoar sua esposa pelo pecado da fornicação
do mesmo modo que deve perdoar qualquer outro pecado.
Quando consideramos
o que os teólogos modernos têm feito com este versículo, deveríamos ser céticos
quanto às suas conclusões, pois quando eles afirmam que o divórcio pode ocorrer
devido à fornicação, imediatamente pode-se concluir que não apenas o marido
pode se divorciar da esposa, mas também a esposa do marido. Nem este nem nenhum
outro versículo na Bíblia permite que a esposa se divorcie do marido. Portanto,
quando ouvimos tais ensinamentos, devemos suspeitar de que está havendo
grosseira violação do real significado deste versículo.
A Bíblia ensina que
fornicação é base para o divórcio?” A resposta é enfaticamente ‘não!
Em Mateus 19:8,
Jesus enfatiza duas importantes verdades. Primeira, essa lei foi criada para
que Deus tivesse a possibilidade de se divorciar de Israel por sua rebelião
espiritual, sua dureza de coração. Segunda, Ele está indicando que isto não faz
parte dos Seus planos para o casamento humano, pois “não foi assim desde o
início”.
Jesus enfatiza em
Mateus 19:8 que um homem não deveria se divorciar de sua esposa por fornicação,
pois não faria nenhum sentido que nosso Senhor reintroduzisse no próximo
versículo a lei que Ele acabara de rescindir.
Não divorciar por
qualquer razão
Uma interpretação
correta de Mateus 19:9 fica próxima se formos à sentença que abre o parágrafo,
em que Mateus é encontrado. Em Mateus 19:3 lemos: “Alguns fariseus se
aproximaram de Jesus, e perguntaram, para o tentar: É permitido ao homem
divorciar-se da mulher por qualquer motivo?” Jesus respondeu no versículo 6: “o
que Deus uniu, o homem não deve separar”.
No versículo 7 os
fariseus perguntaram sobre o Deuteronômio 24:1, que permitia o divórcio por
fornicação. Jesus responde sua questão no versículo 8 e indica que o
Deuteronômio 24:1 foi anulado. No
versículo 9 Jesus retorna à questão original dos fariseus: pode um homem se
divorciar de sua esposa por qualquer motivo? No versículo 8 Ele mostra que
fornicação não deveria ser uma causa para o divórcio. No versículo 9 ele cobre
quaisquer possíveis razões que não a fornicação e mostra que nenhum motivo
justifica o divórcio. Efetivamente, Ele diz no versículo 9, “que se divorciar
de sua mulher, a não ser em caso de fornicação (que como vimos no versículo não
é uma causa válida para divórcio), e casar-se com outra, comete adultério.”
Em Mateus 19:9, Jesus
simplesmente cobre quaisquer outras possíveis causas para o divórcio além da
fornicação. Esta última já foi eliminada no versículo 8.
A remoção da fornicação como causa para o divórcio chocou
tanto os discípulos que eles disseram a Jesus no versículo 10: “Se a situação
do homem com a mulher é assim, então é melhor não se casar.” Eles aparentemente
não vislumbravam um casamento em que o marido tivesse perdido o direito de se
divorciar de sua esposa. Os discípulos estavam perplexos e consternados pelo
fato de que não poderia haver divórcio. sua reação às afirmações que Jesus fez
em Mateus 19:4-9 ressaltam o fato de que Jesus anulou as leis do Deuteronômio
24:1-4. A aplicação terrena das leis
cerimoniais tem fim com a vinda de Jesus, e a aplicação da lei cerimonial que
trata do marido se divorciando de sua esposa fornicadora também tem fim com Sua
vinda. De fato, não apenas a aplicação física desta lei tem fim, como a
espiritual também. A última metade de
Mateus 19:9, “e casar-se com outra, comete adultério.” está em exata
consonância com Lucas 16:18. Vemos em Lucas 16:18, Mateus 5:32 e Marcos
10:11-12, que Deus disse que um homem não deveria desposar outra mulher após o
divórcio, e quem quer que se casasse com a esposa divorciada cometeria
adultério. Claramente a lei afirma que enquanto viver, a esposa não deve se
casar novamente depois do divórcio.
A Bíblia registra
que quando José, padrasto de Jesus, pensou que Maria havia fornicado porque ela
estava grávida, ele , como homem que era, tentou se divorciar (Mateus 1:19). O
fato de que a Bíblia diz que ele “era um homem” ressalta o fato de que Deus
estava absolutamente sagrado e correto, quando Se divorciou de Israel como
nação. Deus não poderia se divorcia deles como indivíduos pois não estava
casado com eles neste nível. Deus não poderia se divorciar deles pois a lei diz
que não importa quão adúltero o homem seja, ele permanece sob a lei de Deus,
tal qual a esposa permanece sob o domínio do marido.
Deus usou a nação de Israel para mostrar vários tipos e
figuras que eram sombras da realidade espiritual que deveria ser consumada em
Cristo. O casamento de Israel com Deus era uma figura do casamento de Cristo
com a Igreja eterna. Deus desposou Israel quando esta não era nada, e o crente
se tornou a noiva de Cristo quando estava espiritualmente morto em seus
pecados. Deus evidenciou seu amor por sua esposa, a nação de Israel, através de
bênçãos físicas e espirituais, e as bênçãos espirituais estão presentes em Sua eterna
noiva, os que realmente acreditam em Cristo.
Capítulo 5. A esposa que não foi salva rompe o
casamento
Examinaremos agora
um versículo em 1 Coríntios 7:15, que é algumas vezes usado como uma base para
o casamento depois do divórcio: “Mas, se o descrente se apartar, aparte-se;
porque neste caso o irmão, ou irmã, não está sujeito à servidão; mas Deus
chamou-nos para a paz.” O livro 1
Coríntios 7:15 ensina que se a esposa não-cristã pode se divorciar. A esposa
cristã não está presa no casamento, e portanto está livre para se casar
novamente?
Sabemos de nossos
estudos anteriores que a conclusão de que uma pessoa divorciada pode casar
novamente é errônea. A palavra chave que precisamos entender é a palavra que
significa “sob amarras”. Corresponde à palavra grega “douloo” que significa
“escravizar”. Vem do grego “doulos” que é traduzido como “escravo”, “servo” na
Bíblia. É comumente usada para se referir para um relacionamento de um homem
com Cristo. Paulo foi um servo (doulos) de Cristo (Romanos 1:1). Somos servos
de Cristo (Colossenses 4:12; 2 Timóteo 2:24). Por outro lado, nós podemos ser
escravos do pecado (2 Pedro 2:19).
A palavra “doulos”
ou “douloo” nunca é usada para o relacionamento que existe entre marido e
mulher. De acordo com a Bíblia, o marido nunca é escravo da esposa, e a esposa
nunca é escrava do marido. Deus diz
em I Coríntios 7:27: “Você está ligado a uma mulher?”, mas esta palavra “ligado”
é totalmente diferente de “doulos” ou “douloo”. Ela corresponde à palavra grega
“deo”. É uma palavra que dá idéia de duas coisas amarradas ou ligadas. O
prisioneiro está preso (Marcos 6:17). O jumento está amarrado (Marcos 11:2). O
marido e a mulher estão ligados (1 Coríntios 7:27, 39; Romanos 7:2), mas a
idéia de tornar-se um servo ou escravo não é encontrada na palavra “deo”.
Em nenhum outro lugar da Bíblia “douloo” está relacionada
com o relacionamento entre marido e mulher. Como devemos entender seu uso em 1
Coríntios 7:15? A resposta pode aparecer se entendermos adequadamente o que é
tratado pelo versículo.
Pensemos numa
situação comum em nossos dias. A esposa cristã sabe que não deve haver divórcio
sob nenhuma circunstância, mas o marido não cristão insiste no divórcio. Ele se
recusa a obedecer a Palavra de Deus porque não crê Nele. A Palavra de Deus
significa pouco ou nada para ele. O que esta esposa deve fazer? Deve brigar com
o marido para que não haja o divórcio? Deus tem a resposta para esta situação.
Ela deve ficar em paz. Não deve brigar. Em sua ligação com Cristo, desejando
sinceramente cumprir Sua vontade, ela não deve combater o divórcio. Ela não é
presa à lei escrita de Cristo a ponto de precisar se envolver em tal situação. Se o marido se divorcia, ela não deve se
casar de novo enquanto ele viver (Romanos 7:2-3). Em vez de casar-se novamente,
ela deveria continuar solteira ou reconciliar-se com o marido como é dito em 1
Coríntios 7:11: “Se, porém, se apartar, que fique sem casar, ou que se
reconcilie com o marido; e que o marido não deixe a mulher.”
O 1 Coríntios 7:15 não quer ajudar ou confortar os que
desejam se divorciar. Quando cuidadosamente entendido à luz de tudo o que a
Bíblia ensina sobre casamento, este versículo mostra-se em perfeita
concordância com o princípio de que não deve haver divórcio por nenhum motivo.
Você não está ligado
a uma mulher?
Outra passagem que
algumas vezes é usada como uma justificativa para o divórcio é 1 Coríntios
7:27-28: “Você está ligado a uma mulher? Não se separe. Você não está ligado a
uma mulher? Não procure mulher. Contudo, se você se casar, não estará cometendo
pecado; e se uma virgem se casar, não estará cometendo pecado. No entanto essas
pessoas terão que suportar fardos pesados, e eu desejaria poupar vocês.”
É aparentemente
certo entender a frase “não se separe” como uma ordem para não haver o
divórcio. Esta conclusão concorda com tudo o que vimos na Bíblia sobre
casamento. Mas os versículos 27 e 28 dizem “Você não está ligado a uma mulher?
Não procure mulher. Contudo, se você se casar, não estará cometendo
pecado.”
Com esta lei em
mente, se a primeira palavra “ligado” no versículo 27 se refere ao divórcio,
então a segundo palavra “ligado” também deve se referir ao divórcio. Esta
interpretação faz com que o versículo pareça ensinar que alguém que é
divorciado pode se casar novamente. Porém, esta conclusão, quando confrontada
com todas as passagens da Bíblia que falam de divórcio e casamento, fica
claramente errada. Em nenhum outro lugar da Bíblia deus permite que alguém se
casa novamente após o divórcio enquanto a esposa ou o marido ainda estiverem
vivos. Portanto, devemos saber que chegamos a uma conclusão errada sobre o
significado deste versículo.
Primeiro, assumimos que a palavra “ligado” se refere apenas
ao divórcio. Atualmente, há duas formas de um marido se desligar da esposa; ela
deveria se divorciar ou morrer. Logo, o versículo 27 simplesmente está falando,
“Você está ligado (a palavra “deo” que significa amarrado) a uma mulher? Não
(queira) se separe.” Ou seja, não deseje que Deus faça com que ela morra, o fim
para o casamento que está presente na Bíblia; e não deseje se divorciar dela, a
maneira humana de terminar o casamento. Se você não está ligado a uma mulher o
versículo 28 diz que você pode se casar. Como há claras evidências na Bíblia de
que você não pode se casar de novo se estiver divorciado, podemos ficar certos
de que na Segunda vez que a palavra “ligado” aparece, Deus não possuía o
divórcio em mente. Se Ele possuísse, este versículo contradiria tudo o que há
na Bíblia sobre casamento e divórcio.
O único significado possível no segundo uso da palavra
“ligado” é de que as amarras que ligavam a esposa ao marido foram rompidas por
sua morte. Esta conclusão está em total acordo com passagens como Romanos
7:1-4.
Como prova do fato,
mesmo a primeira palavra “ligado” usada em I Coríntios 7:27 não pode se referir
ao divórcio porque Romanos 7:2 estipula que apenas se o marido estiver morto a
esposa fica livre da ligação que tem com ele. Em outras palavras, mesmo se o
marido se divorcia da esposa, ela ainda está presa a ele como definem as leis
de Deus. Portanto, quando Deus fala de um homem que não está mais ligado a uma
mulher, Ele pode estar fazendo referência apenas à morte desta mulher. Logo, 1 Coríntios 7:27-28, como todas as
outras passagens que examinamos, não consente a idéia de que haja divórcio ou
casamento após o divórcio.
O
Deus da Aliança Odeia o Divórcio
“Não aguento mais viver com ele(a)!”
Em 10 anos como Pastor, tenho ouvido esta frase algumas
vezes. Ela vem de casais, que após várias discussões, brigas e tentativas
inglórias de salvar o casamento, entregam os pontos e partem rumo à separação.
As estatísticas afirmam que dez anos atrás, havia menos de 100.000 divórcios no
Brasil. Hoje são cerca de 200.000, e de cada dez casamentos em pelo menos um
deles um dos cônjuges está se casando pela 2ª vez. Neste artigo, quero refletir
com o leitor sobre o divórcio e gostaria de fazê-lo respondendo a três
perguntas:
I) O que é o casamento aos olhos de Deus? II) O que Deus
pensa do divórcio? III) Quais as causas do divórcio?
I - O que é o casamento?
Não há como discutir a questão do divórcio, sem antes
entendermos biblicamente o casamento. Podemos afirmar que ele é uma instituição
que nasceu no coração de Deus. Este é um princípio bíblico sobre o casamento -
ele foi ordenado por Deus, não se trata de uma opção.
Pensamentos limitados do que seja o casamento:
1. O casamento é uma cerimônia pública realizada na Igreja.
2. O casamento é uma exigência legal do país e do meio social. 3. O casamento é
um contrato entre duas partes. 4. O casamento é uma instituição.
O casamento aos olhos de Deus deve incluir tudo isto, porém
vai além. O casamento é uma aliança. Aliança é o termo Bíblico que descreve a
relação homem e Deus no processo de salvação. Nas Escrituras, uma aliança é um
pacto solene que envolve um soberano e um vassalo. A aliança é imposta ao
segundo pelo primeiro e acarreta bênção quando cumprida e maldição quando
quebrada.
Quando alguém entra numa aliança, assume um inescapável
compromisso. A Bíblia fala que Deus fez uma aliança conosco. E essa aliança é
um vínculo inquebrável com Deus. Deus não quebra aliança e não nos permite
quebrá-la também. Quando alguém que está em aliança com Deus,
desobedece e não aceita as condições estipuladas por esta
aliança, a conseqüência é a maldição, mas Deus não quebra Sua aliança.
O casamento, portanto, é nada menos que uma aliança
estipulada por Deus. Malaquias 2:14 se refere ao casamento como uma aliança
"E perguntais: Por que? Porque o Senhor foi testemunha da aliança entre ti
e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua
companheira e a mulher da tua aliança" e é por isto que Ele odeia o
divórcio. No livro de Provérbios (2:17), Deus adverte contra a adúltera que
lisonjeia com palavras, que "deixa o amigo da sua mocidade e se esquece da
aliança com Deus". Note bem, ao deixar com quem ela se casou, é acusada de
quebrar sua aliança.
O casamento é uma aliança, e por isto não podemos tratá-lo a
nosso próprio gosto.
II - O que Deus diz sobre o divórcio?
O pensamento correto sobre a natureza do casamento dá o
alicerce para sabermos o que Deus pensa do divórcio. Se o nosso Deus é um Deus
de aliança, e Ele não quebra nem permite quebra de aliança, também não permite
que o casamento seja quebrado. Como Deus não se divorcia do seu povo, assim ele
não permite que marido e mulher se divorciem. Divorciarse é quebrar o
matrimônio da Aliança - Lemos em Ml 2:16 "Porque o Senhor Deus de Israel
diz que odeia o divórcio ..."
Precisamos compreender o texto de Mt. 19:1-7 em que Jesus
diz que o divórcio é proibido mas que foi permitido por causa da dureza do
coração. Deus nunca intencionou o divórcio, pois este contraria a essência do
casamento como uma aliança que nunca deverá ser quebrada, anulada. Você então
pergunta: Por que foi dada a permissão para o divórcio conforme Mt. 19:7?
Jesus responde em 19:9 - "Quem repudiar sua mulher, não
sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra comete
adultério ...". Note bem que a única razão para o divórcio conforme Jesus
é o adultério, e isto para proteger a parte inocente, e não para dar às pessoas
uma maneira fácil de cair fora de um relacionamento desagradável. Fora do
adultério, o casamento só pode ser dissolvido em honra, somente pela morte.
Divórcio é o atestado do pecado humano.
O casamento é para todo o sempre - Em Mt 19:6 Jesus afirma
que "...aquilo que Deus ajuntou não separe o homem".
Ele permitiu mas não deu a Sua bênção. Mesmo no caso de
adultério, devemos perceber que o caminho de Deus não é o divórcio mas o
perdão. Embora permitido, não é Seu desejo.
III - As causas do
divórcio:
Se divórcio é o atestado do pecado humano, precisamos agora
colocar algumas das mais freqüentes razões humanas para a separação. Quais são
as razões ou causas da separação entre os casais? Gostaria de mencionar pelo
menos quatro causas:
1. Descuido da vida cristã dos cônjuges 2. Ausência do
perdão 3. Indisposição à mudanças necessárias 4. Ausência do amor
1 - Descuido da vida espiritual dos cônjuges:
Um escritor do século passado, certa ocasião disse à sua
esposa: "Minha querida, quando amo mais a Deus, amo você da maneira como
deve ser amada". Quanto há de verdade nesta afirmação! Quanto mais nos
aproximamos de Deus, mais nos aproximamos do nosso cônjuge.
A crise em um casamento já é sintoma de que há uma crise
espiritual. Lemos nas Escrituras que "se o Senhor não edificar o lar em
vão trabalham os que o edificam" Sl 127:1. Nosso casamento precisa ser
regado à oração e leitura da Palavra. Qual foi a última vez que você orou com
seu cônjuge? Quando foi que vocês sentaram juntos para estudar a Palavra de
Deus?
Se não damos lugar a Deus no relacionamento marido-mulher,
não há muito o que fazer para resistir à crescente degradação e enfraquecimento
da relação a dois.
2 - Ausência de perdão:
Sem a disposição para o perdão, nenhum casamento consegue
sobreviver por muito tempo. Quantos comentários negativos que aparentemente são
inofensivos, mas vão penetrando sorrateiramente no relacionamento infligindo
mágoa e ressentimento e destruindo os sentimentos mais ardorosos. Quantos
problemas antigos e mal resolvidos sempre voltam às discussões atuais. Quando o
cônjuge permite que os fantasmas do passado continuem assombrando o presente,
reavivando antigas amarguras, eles fazem com que as cicatrizes e feridas
passadas não se fechem e se curem.
Quem não perdoa está matando aos poucos o sonho do
casamento. (Cl. 3:13)
3 - Indisposição à mudanças necessárias:
Se formos bem honestos, teremos que admitir que nem tudo em
nosso cônjuge nos agrada. Há hábitos, manias, comportamentos que nos irritam e
nos tiram do sério. Porém isto é normal em qualquer casamento. Precisamos
aceitar o fato de que somos diferentes do nosso cônjuge em muitas coisas,
afinal viemos de famílias diferentes,de costumes e valores que nem sempre são
os mesmos. Não obstante termos diferenças que são de nos mesmos, há muitas
coisas em que precisamos ser mudados, e o que causa tensão no casamento é que
os cônjuges não querem mudar, não se dispõem a mudanças necessárias para o bom
convívio entre marido e mulher; pelo contrário, concentram grande esforço em
tentar mudar o outro. Tal atitude cria fortes resistências, o cônjuge não muda
e começa a cobrar mudanças no outro, acentua os defeitos e minimiza as
qualidades.
4 - Ausência de amor:
“Eu não o amo mais”. Esta é uma frase comumente usada pelos
cônjuges em crise para dar plausibilidade e legitimidade ao divórcio. Mas como
tudo o que é dito nas Escrituras, o amor também sofre de má compreensão. O amor
não é um sentimento para ser vivido apenas em bons momentos a dois, ou só na
lua-de-mel. Conforme Cristo disse, o marido tem que amar a esposa como Cristo
amou a Sua Igreja - dando sua vida por ela. Amor é a decisão de agir em favor
do outro. Temos que abandonar aquele tipo de amor-fantasia, amor de novela,
amor emocional. Amar é desempenhar atos de amor. Amar é ser gentil com o
cônjuge, é procurar atender às necessidades do outro, é saber ouvir, é ser
paciente, é não procurar seus próprios interesses, é não ser egoísta, é não
mentir ao outro, é ter palavras de elogio e não de crítica, etc. ... A ausência
destas atitudes sufoca e estrangula o casamento.
O divórcio não oferece uma oportunidade fácil de começar uma
vida nova. Lembre-se que sempre que desobedecemos a Deus sofremos conseqüências.
Você leva cicatrizes do divórcio consigo para sempre.
Note as palavras de um irmão após alguns anos de seu
divórcio:
“Acho que a morte é mais fácil de suportar do que um
divórcio, porque nela existe um fim. O divórcio simplesmente não acaba”.
A Bíblia afirma inegociavelmente: “aquilo que Deus ajuntou
não separe o homem”. Ferir este princípio é atrair desastrosas consequências.
Alguma coisa a mais ainda poderia ser dito aqui sobre este
assunto; talvez algumas medidas de prevenção. Contudo, entendo que a melhor
maneira para se prevenir ao divórcio é começar combatendo as suas causas:
Monitore sua vida espiritual e comece a levar Jesus para dentro de seu
casamento, aprenda a perdoar ao invés de guardar ressentimentos, esteja
disposto a promover mudanças significativas em seu relacionamento, ao invés de
cobrar mudanças, e tome a decisão de amar seu cônjuge.
Que o Deus da aliança abençoe seu casamento ! E lembre-se:
Ele odeia o divórcio.
Rev. Gildásio Reis, Pastor da Igreja Presbiteriana de Osasco, Psicanalista
Clínico, Mestre em Teologia pelo centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew
Jumper (Educação Cristã) e Professor de Teologia Pastoral no Seminário
Presbiteriano “Rev. José Manoel da Conceição”.




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