quarta-feira, 3 de julho de 2019

Lição 01: Casamento: Lugar Onde Tudo Começa




__/___/____ Lição 01: Casamento: Lugar Onde Tudo Começa



            O Casamento, um projeto da    
      graça de Deus

   Vivemos uma época de diversidade de conceitos sobre o casamento. Os casais modernos aderem a esses conceitos. Entre muitos, a do casamento experimental. Por conseqüência é comum encontrar pessoas frustradas e deprimidas. No livro do profeta Oséias, no capítulo 4 e verso 6 está escrito: 
 “ O meu povo perece por falta de conhecimento!”  Oséias 4:6    
  
  Os sentimentos mais nobres que norteiam o matrimônio estão baseados no amor mútuo, no companheirismo e na lealdade, seguidos de um compromisso de vida à dois. Por esse ângulo entendemos que o amor sem compromisso vale tanto quanto o ódio. O nosso Deus é Deus de propósitos. Por isso ao estabelecer o casamento, instituiu três propósitos básicos para mantê-lo:

TRÊS PROPÓSITOS BÁSICOS

QUE O CASAL SEJA UMA UNIDADE     
   Ao unirem-se em matrimônio o marido e a  mulher passam a ser uma só carne,  como está escrito no evangelho. Respondeu-lhe Jesus: “ Não tendes lido que o Criador os fez homem e mulher desde o princípio, e que ordenou: por isso deixará o homem seu pai e sua mãe e unir-se-á a sua mulher e serão os dois uma só carne. Portanto o que Deus uniu, não separe o homem”. Esse é o princípio que deve ser praticado pelo casal. O Senhor Jesus, em sua oração sacerdotal pede que sejamos um, assim como ele é com o Pai. ( João 17:11-21) O apóstolo Paulo reafirma que os maridos devem amar as suas esposas como Cristo amou a Igreja. (Efésios 5: 25,26), e que as esposas devem amar os seus maridos como a Igreja deve ser dedicada a Cristo. Este princípio ensinado por Cristo, leva-nos a entender que quando o esposo trata a esposa com amor verdadeiro, à maneira de Cristo, esse facilita para que as esposas lhe sejam submissas. Quando as esposas aceitam a submissão  ao marido - não como escravas, mas como companheira tornam fácil os maridos amarem suas esposas. O desejo de Deus para um casamento abençoado, é sobretudo que exista um perfeito equilíbrio, pois apesar de serem uma só carne, é necessário que exista respeito a individualidade de cada um.


• QUE O CASAL SEJA FELIZ         
Um dos princípios bíblicos é que devemos viver intensamente a vida conjugal com alegria. O livro de cantares de Salomão dá-nos esse exemplo, mostrando toda beleza de um relacionamento ideal entre o homem e a sua mulher. O amor definido no livro de Cantares não mostra um sentimento passageiro com relação a tudo que traz prazer e poesia ‘a vida, quando diz: “ É melhor do que o vinho” e “ Do teu amor nos lembraremos mais que o vinho, não é sem razão que te amam”. O vinho, aqui descrito é apenas uma alegoria, e o que o autor deseja exprimir nessa comparação é uma efusão de alegria que deve existir num relacionamento conjugal abençoado por Deus (Cantares 1:2 e 1:4) O amor conjugal deve ser como um banquete de almas, uma celebração de alegria  pelo prevalecer de dois seres sobre o egoísmo indômito, adversário daqueles que desejam ser apenas um. Esta alegoria representada pelo vinho, em Cantares, é a mais bela expressão que o casamento pode representar.


• QUE O CASAL SEJA MULTIPLICATIVO  

      Deus quer que os filhos venham ao mundo numa atmosfera de alegria e amor e sejam eles os frutos do amor. Os filhos, à medida que vão crescendo, vão se espelhando na vida diária dos seus pais; sentindo alegria quando esses mostram alegria, felicidade e proteção, mas sobretudo amor quando vêem isso neles.


O PRIMEIRO CASAL A EXPERIMENTAR A GRAÇA DE DEUS         

 O maravilhoso relato sobre o relacionamento de Deus  para com o ser humano, e  de um ser humano para o outro, se encontra logo nos primeiros capítulos da Bíblia Sagrada. (Gênesis 1:26-28) Também a narrativa  de sua criação segundo a imagem e semelhança de Deus. (Gen. 2:22). A mensagem do texto mostra claramente que Ele a criou a mulher cuidadosamente, com propósitos específicos. Adão, fora criado do pó da terra, mas Eva, de sua costela. Vejamos que Eva , tirada da costela de Adão, dá-nos a nítida certeza de que fora criada para ser sua companheira e adjutora.

         A primeira reação de Adão ao despertar-se do sono foi:  
   “Esta é afinal, ossos dos meus ossos e carne da minha carne” . ( Gênesis 2:23)

        Observe que Adão não disse: Ótimo! Agora terei alguém para recolher as coisas que deixarei espalhadas, fazer as tarefas do lar ou me servir em tudo o que precisar! O texto ainda acrescenta:   “ Por isso deixará o homem o seu pai e a sua mãe e se unirá a sua mulher e serão os dois, uma só carne”.(Gênesis 2:24).

         No projeto da graça de Deus estava previsto que eles deveriam respeitar a individualidade um do outro, entendendo que eles próprios seriam a expressão mais pura do amor e satisfação de Deus para toda a humanidade. O casamento sob a graça divina é aquele que vive sob o serviço e a dependência de Deus.

O DESLIZE PARA FORA DO PROJETO DE DEUS

         Num instante tudo mudou para Adão, Eva e também para toda a humanidade. Momentos antes eles se encontravam em plena comunhão com o Criador, e dependiam totalmente D’Ele, mas agora suas vidas estavam completamente mudadas, e o pecado fazia-os sentir vergonha e impulsionava-os para se esconderem entre os arbustos. Daí em diante todo o projeto de se tornarem uma só carne acabou, transformando-se em mútuas acusações. Quando eles estavam na dependência de Deus, era ELE que supria todas as suas necessidades, mas agora, um olhava para o outro,  buscando em seu companheiro, o preenchimento de suas carências.          Quando a serpente convenceu-os de que poderiam se tornar como Deus, ela omitiu o fato de que a partir dai eles jamais receberiam seus favores e da mesma forma que poderiam fazer o que quisessem, também deveriam suprir mutuamente suas necessidades. 
         O Pai amoroso, agora, mesmo desejando, não poderia ajuda-los, determinando assim o que chamamos hoje de: “A queda do homem”.


MOSTRAS DE RELACIONAMENTOS DESVIRTUADOS

         Três pontos básicos nos mostram como esses acontecimentos nos afetam como maridos e esposas nos dias de hoje:
• Sentiram medo de Deus e esconderam-se D’Ele.
• Sentiram vergonha um do outro.
• Acusaram-se mutuamente. 

          Tudo isso ocasionou no que identificamos como “Maldição”. Como conseqüência do pecado da mulher, Deus disse:
“ O teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará”     
    A culpa pelo fracasso trouxe à tona o sentimento de egoísmo da mulher que lançou a responsabilidade sobre o diabo, que a enganou. Adão por sua vez acusou sua companheira. Isso passou a ser um procedimento normal até os dias de hoje. Buscar culpados pelo nosso fracasso é comum em toda a sociedade, fazendo disso temas inesgotáveis para sociólogos, psicanalistas, médicos terapeutas, e indo pelos caminhos místicos para resolver  seus problemas. 

         A “Maldição”, sobre o homem foi:  

“Maldita será a terra por tua causa; com dor comerás dela todos os dias. Espinhos e cardos também ela te produzirá; comerás a erva do campo, e do suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra, de onde fostes tomado, porque és pó e para o pó te tornarás”. (Gen. 3:18,19)

        Desde então o homem tem procurado satisfazer-se no trabalho nos  desejos carnais, recebendo em conseqüência infindáveis conflitos e angustias. Tudo o que deveria ser canalizado para Deus, agora canaliza-se em sua satisfação pessoal e na defesa de sua família.


RELACIONAMENTOS REGIDOS PELA MALDIÇÃO

         A vida humana quando regida pelo ego e essencialmente pecaminosa, criando um círculo vicioso de causas e efeitos, tornando o ser humano num ser essencialmente egoísta. Tudo começou em Adão. No plano original de Deus, o casal deveria dominar mutuamente sobre tudo, mas após a queda, tanto o homem quanto a mulher, assumiram o comando de suas vidas; empreendendo uma luta constante de autolibertação. Relacionamento regido pela maldição é quando um procura dominar o outro para satisfazer o ego. Todas as pessoas que vivem sob a regência da maldição é egoístas; buscando sempre satisfazer os seus próprios desejos em detrimento do outro.

         O verdadeiro objetivo do egoísta estará sempre acobertado sob sutilezas e artimanhas extremamente egocêntricas. Vejamos: 

1. Quero que meus filhos estejam sempre bem arrumadinhos por causa do que os outros possam pensar de mim.

2. Meu cônjuge deve estar sempre bem vestido para que as pessoas tenham uma boa impressão de mim.

3. Tenho que demonstrar minha autoridade sobre o meu cônjuge para que todos me respeitem.

4. Se o meu cônjuge não fizer as minhas vontades, o que vão pensar de mim?

Com esse tipo de procedimento percebe-se que as atitudes dos envolvidos são profundamente egocêntricas, e a auto-estima passa a ser negativa.

EFEITOS DA REGÊNCIA MALDITA

1. Sensação de estar sendo sufocado. 2. Insatisfação, estresse e amargura. 3. Desânimo de viver e desejo de buscar soluções em outros relacionamentos. 4. Sensação de perda de liberdade. 5. Sentimento de culpa pela infelicidade do cônjuge. 6. Mal-de-Caim, ou seja sensação de estar sendo acusado e de todos os fracassos e culpas. 7. Insegurança. 

COMPREENDENDO OS PROPÓSITOS DA UNIÃO MATRIMONIAL

Em princípio os maiores causadores de esgotamentos e desânimo nos relacionamentos, somos nós mesmos. Empreendemos uma tarefa muito além de nossas capacidades para realiza-la. O efeito sempre tem gosto amargo. Para que um relacionamento tenha êxito, em primeiro lugar devemos compreender que o ser humano é especial diante de Deus, e que somente o Senhor tem capacidade para transforma-lo. Prova é que quando Deus criou a raça humana, Ele não a fez completa, ou a humanidade toda em um só momento. Tudo começou com apenas uma semente. Ele criou no princípio uma só pessoa, depois outra, até formar uma família. E após forma-la, disse: Crescei, multiplicai, enchei a terra  e dominai. (Gênesis 1:28)

EXERCÍCIOS PRÁTICOS

Ao tomar conhecimento da Graça de Deus, o primeiro passo a ser dado, naturalmente deve ser o de tomar posse do seu direito nela. Observem atentamente alguns princípios que vão ajudá-los quando vocês o declararem juntos:

1)O Senhor Jesus Cristo restaurou o nosso direito de ser livre, por isso, o Senhor Deus vai nos atender! (João 8:32)
2)Senhor Deus suprirá todas as nossas necessidades em glória por Jesus Cristo! (Filipenses 4:19)
3)Não somos nós mais quem vivemos, mas Cristo vive em nós e é o seu propósito que sejamos felizes juntos.
4)Senhor Jesus Cristo levou sobre si todas as nossas culpas e pecados passados e em suas pisaduras somos sarados, por isso nossa família é uma bênção! (Isaias 53:10) 5)Podemos todas as coisas naquele que nos fortalece. (Filipenses 4:13)

Autor: Pedro Almeida Coordenador Nacional Ministério de Casais da Igreja Quandrangular www.minacq.com.br e  www.centraldepregadores.com.br/pedroalmeida/ 



                   Preparando-se para o casamento
           auxílio para casais cristãos
O Objetivo Inigualável:
O Casamento Vivido para a Glória de Deus

    Meu tópico para este capítulo é “O casamento vivido para a glória de Deus”. A palavra decisiva neste tópico é a palavra “para”. “O casamento vivido para a glória de Deus”. O tópico não é: “A glória de Deus para a vivência do casamento”. E não: “O casamento vivido pela glória de Deus”. Mas: “O casamento vivido para a glória de Deus”.

      Esta palavrinha “para” significa que existe uma ordem de prioridade. E existe uma ordem de centralidade. E a ordem é clara: Deus é central, não o casamento. Deus é a Realidade mais importante; o casamento é menos importante — muito menos importante, infinitamente menos importante.

     O casamento existe para magnificar a verdade, o valor, a beleza e a grandeza de Deus; Deus não existe para magnificar o casamento. Até que essa ordem seja vívida e valorizada — até que ela seja vista e saboreada — o casamento não será experimentado como uma revelação da glória de Deus, mas como um rival da glória de Deus.

    Eu considero meu título, “O casamento vivido para a glória de Deus,” como uma resposta para a pergunta: Por que o casamento? Por que e existe o casamento? Por que vivemos em casamentos?
    Isso significa que meu tópico é parte de uma pergunta maior: Por que todas as coisas existem? Por que você existe? Por que o sexo existe? Por que a terra, o sol, a lua e as estrelas existem? Por que os animais, as plantas, os oceanos, as montanhas, os átomos e as galáxias existem?

    A resposta para todas essas perguntas, incluindo aquela sobre o casamento é: Todas essas coisas existem para e pela glória de Deus. Ou seja, elas existem para magnificar a verdade, o valor, a beleza e a grandeza de Deus. Não como um microscópio magnifica, mas como um telescópio magnifica.

      Microscópios magnificam fazendo coisas pequenas parecerem maiores do que são. Telescópios magnificam fazendo coisas inimaginavelmente grandes parecerem como elas de fato são. Microscópios movem a aparência do tamanho para longe da realidade. Telescópios movem a aparência do tamanho em direção à realidade.

     Quando digo que todas as coisas existem para magnificar a verdade, o valor, a beleza e a grandeza de Deus, quero dizer que todas as coisas — e o casamento em especial — existem para mover a aparência de Deus nas mentes das pessoas em direção à Realidade. Deus é inimaginavelmente grande, infinitamente valioso e incomparavelmente belo. “Grande é o SENHOR e mui digno de ser louvado; a sua grandeza é insondável” (Sl. 145:3). Tudo o que existe tem por objetivo magnificar esta Realidade.

     Deus clama através do profeta Isaías (43:6-7): “Trazei meus filhos de longe e minhas filhas, das extremidades da terra, a todos os que são chamados pelo meu nome, e os que criei para minha glória” (ênfase adicionada). Fomos criados para demonstrar a glória de Deus. Paulo conclui os primeiros onze capítulos de sua grande carta aos Romanos com a exaltação a Deus como a fonte e o fim de todas as coisas: “Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!” (11:36, ênfase adicionada). Ele torna isso ainda mais claro em Colossenses 1:16, onde ele diz: “[Em Cristo], foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra ... tudo foi criado por meio dele e para ele” (ênfase adicionada).

    E ai de nós se pensamos que “para Ele” significa “para Sua necessidade”, ou “para Seu benefício”, ou “para Seu desenvolvimento”. Paulo deixou claro como água em Atos 17:25 que Deus não é “servido por mãos humanas, como se de alguma coisa precisasse; pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais”. Não, o termo “para Sua glória” e “para Ele” significa “para a demonstração de Sua glória”, ou “para o testemunho de Sua glória”, ou “para a magnificação de Sua glória”.

     Precisamos deixar isso entrar em nossas mentes. Houve um tempo em que havia Deus, e apenas Deus. O universo é Sua criação. Ele não é coeterno com Deus. Ele não é Deus. “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus... Todas as coisas foram feitas por intermédio dele” (João 1:1 e 3). Todas as coisas. Tudo o que não é Deus foi feito por Deus. Então houve um tempo em que havia apenas Deus.

     Portanto, Deus é a Realidade absoluta. Nós não somos. O universo não é. O casamento não é. Nós somos derivados. O universo é de importância secundária, não primária. A raça humana não é a realidade última, nem o valor último, nem o último medidor do que é bom ou o que é real ou o que é belo. Deus o é. Deus é o único totalmente absoluto em existência. Todo o resto vem dele, através dele, e para Ele.

     Esse é o ponto inicial para entender o casamento. Se entendermos isso errado, tudo segue errado. E se entendemos isso certo — realmente certo, em nossas mentes e em nossos corações —, então o casamento será transformado por isso. O casamento se tornará o que ele foi criado para ser — uma demonstração da verdade, do valor, da beleza e da grandeza de Deus.

     Isso leva a uma conclusão muito simples — tão simples e ainda assim tão extensa. Se queremos ver o casamento assumir o lugar que ele dever ter no mundo e na igreja, ou seja, se queremos que o casamento glorifique a verdade, o valor, a beleza e a grandeza de Deus, devemos ensinar e pregar menos sobre casamento e mais sobre Deus.

    A maioria dos jovens hoje não traz ao seu namoro e casamento uma grande visão de Deus — quem Ele é, como Ele se parece, como Ele age. No mundo quase não há visão de Deus. Ele sequer está na lista de convidados. Ele é simples e impressionantemente omitido. E na igreja a visão de Deus que os jovens casais trazem para seus relacionamentos é tão pequena, ao invés de grandiosa, tão marginal, ao invés de central, tão vaga ao invés de clara, tão impotente, ao invés de determinante e tão desinteressante, ao invés de encantadora, que quando eles se casam, o pensamento de viver o casamento para a glória de Deus é sem significado e sem conteúdo.

       O que a “glória de Deus” significa para uma jovem esposa ou um jovem marido que não dedica quase nenhum tempo para conhecer a glória de Deus, ou a glória de Jesus Cristo, Seu Filho divino...
        • a glória de Sua eternidade que faz a mente querer explodir com o infinito pensamento de que Deus nunca teve um começo, mas simplesmente sempre existiu;
       • a glória de Seu conhecimento que faz a Biblioteca Nacional parecer uma caixa de fósforos e física quântica parecer um leitor de primeira série;
      • a glória de Sua sabedoria que nunca foi e nunca poderá ser aconselhada por homens; • a glória de Sua autoridade sobre os céus e a terra e o inferno, sem cuja permissão nenhum homem ou demônio poderia se mover sequer um centímetro;
       • a glória de Sua providência sem a qual nem um pássaro cai no chão ou um único fio de cabelo se torna branco;
     • a glória de Sua palavra que sustenta o universo e mantém todos os átomos e as moléculas juntos;
      • a glória de Seu poder para andar sobre as águas, purificar leprosos, curar enfermos, abrir os olhos dos cegos, fazer com que o surdo ouça, parar tempestades com uma palavra e ressuscitar os mortos;
     • a glória de Sua pureza sem pecado, ou sem qualquer atitude má momentânea ou qualquer pensamento mau; 28Preparando-se para o Casamento
    • a glória de Sua confiabilidade que nunca quebra Sua palavra ou deixa qualquer promessa cair no chão;
     a glória de Sua justiça que faz com que toda responsabilidade moral no universo seja punida na cruz ou no inferno;
     • a glória de Sua paciência que suporta nossa estupidez década após década; • a glória de Sua soberana e escrava obediência ao abraçar a dor excruciante da cruz voluntariamente; • a glória de Sua ira que um dia fará com que as pessoas clamem às rochas das montanhas que caiam sobre elas;
      • a glória de Sua graça que justifica o ímpio; e
      • a glória de Seu amor que morre por nós mesmo enquanto éramos pecadores.
Como as pessoas viverão suas vidas de maneira que seus casamentos demonstrem a verdade, o valor, a beleza e a grandeza desta glória, quando elas não devotam quase nenhuma energia ou tempo em conhecer e apreciar esta glória?

      Talvez você consiga ver porque, ao longo dos últimos trinta anos de ministério pastoral, passei a ver a missão de minha vida e a missão de nossa igreja em alguns termos muito básicos, a saber: Eu existo — nós existimos — para disseminar uma paixão pela supremacia de Deus em todas as coisas para a alegria de todos os povos. Esta é a nossa avaliação da necessidade. Até que haja uma paixão pela supremacia e pela glória de Deus nos corações dos que são casados, o casamento não será vivido para a glória de Deus.

      E não haverá uma paixão pela supremacia e pela glória de Deus nos corações dos que são casados até que o próprio Deus, em Suas multiformes glórias, seja conhecido. E Ele não será conhecido em Suas multiformes glórias até que pastores e mestres falem a respeito dele incansável, profunda, bíblica, fiel, distintiva, perfeita e apaixonadamente. O casamento vivido para a glória de Deus será o fruto de igrejas permeadas pela glória de Deus.

      Então, digo novamente: se queremos que o casamento glorifique a verdade, o valor, a beleza e a grandeza de Deus, devemos ensinar e pregar menos sobre casamento e mais sobre Deus. Não que preguemos demais sobre casamento, mas que pregamos muito pouco sobre Deus. Deus simplesmente não é magnificamente central nas vidas da maior parte de nosso povo. Ele não é o sol ao redor do qual todos os planetas de nossas vidas diárias são mantidos em órbita e encontram seus lugares apropriados determinados por Deus. Ele é mais como a lua, que aumenta e diminui, e você pode passar noites sem sequer pensar sobre Ele.

     Para a maior parte de nosso povo, Deus é marginal e centenas de boas coisas usurpam Seu lugar. Pensar que seus casamentos poderiam ser vividos para Sua glória ensinando-os as dinâmicas dos relacionamentos, quando a glória de Deus é tão periférica, é como esperar que o olho humano glorifique as estrelas quando não observamos o céu noturno e nunca compramos um telescópio.

      Então, conhecer a Deus, apreciar a Deus e valorizar a glória de Deus sobre todas as coisas, incluindo seu cônjuge, é a chave para viver o casamento para a glória de Deus. É verdade, no casamento, como em qualquer outro relacionamento: Deus é mais glorificado em nós quando estamos mais satisfeitos nele.

      Eis aqui a chave que destranca mil portas. Satisfação superior em Deus sobre todas as coisas terrenas, incluindo seu cônjuge, sua saúde e sua própria vida (Salmo 63:3: “tua graça é melhor que a vida”), é a fonte da grande longanimidade, sem a qual maridos não podem amar como Cristo, e esposas não podem submeter-se como a noiva de Cristo, a igreja. Efésios 5:22-25 deixa claro que os maridos devem inspirar seus papeis de liderança e amor em Cristo, e as esposas, inspirar seus papeis de submissão e amor na devoção da igreja por quem Ele morreu. E ambos esses atos complementares de amor — liderar e submeter-se — não continuarão glorificando a Deus sem uma superior satisfação em tudo o que Deus é para nós em Cristo.

      Deixe-me dizer de outra maneira. Há dois níveis nos quais a glória de Deus pode brilhar a partir de um casamento cristão: Um é o nível estrutural quando ambos os cônjuges cumprem os papeis que Deus projetou para eles — o homem como um líder como Cristo, a esposa como defensora e seguidora desta liderança. Quando estes papeis são vividos, a glória do amor e da sabedoria de Deus em Cristo é demonstrada para o mundo.

     Mas há outro nível mais profundo e fundamental em que a glória de Deus deve brilhar se esses papéis devem ser mantidos como Deus os projetou. O poder e o impulso para persistir na tarefa da renúncia pessoal e da morte diária, mensal e anual que será necessária para amar uma esposa imperfeita e respeitar um marido imperfeito virão de uma satisfação em Deus que dá esperança e sustenta a alma. Eu não acho que o amor por nossas esposas ou o amor delas por nós irá glorificar a Deus até que ele flua de um coração que se deleita em Deus mais do que no casamento.

     O casamento será preservado para a glória de Deus e moldado para a glória de Deus quando a glória de Deus for mais preciosa para nós do que o casamento. Quando pudermos dizer com o apóstolo Paulo (em Filipenses 3:8), “considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor”, quando pudermos dizer isso sobre o casamento, sobre nosso marido ou nossa esposa, então esse casamento será vivido para a glória de Deus.

      Encerro, tentando dizer isso de mais uma maneira, a saber, com um poema que escrevi para meu filho no dia de seu casamento.



Ame-a Mais e Ame-a Menos



Para Karsten Luke Piper
Por Ocasião de Seu Casamento
com Rochelle Ann Orvis
29 de Maio de 1995






O Deus que amamos, e em
Quem temos vivido, e quem tem sido
 Nossa Rocha nestes vinte-e-dois bons anos
 Com você, agora nos propõe, com doces lágrimas,
Deixá-lo ir:
“Deixará o homem Seu pai e sua mãe, apegar-se-á
Então à sua mulher, e será
Uma livre e desembaraçada carne.”
Esta é a palavra de Deus hoje,
E estamos contentes em obedecer.
Pois Deus lhe deu uma noiva
Que responde a cada oração que clamamos
Por mais de vinte anos, nosso clamor
Por você, antes que soubéssemos o nome dela.

 Agora, você pede que eu escreva
 Um poema — algo arriscado, à luz
Do que você sabe: que estou mais para
 O pregador do que para o poeta ou O artista.
Estou honrado por
 Sua bravura, portanto obedeço.
Não reclamo dessas doces limitações
De pares de rima e linhas metradas.

São velhos amigos. Eles gostam quando
Lhes peço que me ajudem mais uma vez
A dar forma aos sentimentos
E mantê-los duráveis e calorosos.

Então nos encontramos recentemente,
E fizemos um dilúvio de amor e louvor
E conselho do coração de um pai
Fluir das orlas da arte.
Eis aqui uma porção da corrente,
Filho meu: um sermão poema. Seu tema:
Uma dupla regra do amor que choca;
Uma doutrina em um paradoxo:

Se, agora, quer abençoar sua esposa,
Então a ame mais e ame-a menos.

Se nos anos porvir, por alguma
Estranha providência de Deus, você venha
A ter as riquezas deste século,
E, sem dor, caminhar a passos largos
Ao lado de sua esposa, certifique-se com sua vida
De amá-la, ame-a mais do que a riqueza.

E se sua vida está entrelaçada em
Uma centena de amizades, e teceres
Um tecido de festa a partir de todos
Os doces afetos, grandes e pequenos,
Certifique-se, não importando o quanto rasgue,
De amá-la, ame-a mais do que os amigos.

E se chegar um ponto quando você
Estiver cansado, e a misericórdia sussurrar: “Faça
Um favor a si mesmo. Venha, seja livre;
Abrace os confortos aqui comigo.”
Saiba disto! Sua esposa vale mais do que essas coisas.
Então ame-a, ame-a mais do que a tranquilidade.

E quando seu leito nupcial é puro,
E não há o mais leve encanto
De luxúria por ninguém que não seja sua esposa,
E tudo é êxtase na vida,
Um segredo tudo isso protege:
Vá amá-la, ame-a mais que o sexo.

E se seu gosto se tornar refinado,
E for movido pelo que a mente
Do homem pode criar, e fascinado por
Sua destreza, lembre-se que o porquê
De toda essa obra está no coração;
Então ame-a, ame-a mais do que a arte.

E se sua for algum dia
A destreza que todos os críticos concordam
Ser digna de grande estima,
E as vendas excedam seus sonhos mais loucos,
Cuidado com os perigos de um nome.
E ame-a, ame-a mais do que a fama.

E se, para sua surpresa, não minha,
Deus lhe chamar por algum estranho desígnio

Para arriscar sua vida por alguma grande causa,
Não deixe que o medo nem o amor lhe parem,
E quando enfrentar o portão da morte,
Então ame-a, ame-a mais que o fôlego.

Sim, ame-a, ame-a, mais que a vida;
Ah, ame a mulher chamada de sua esposa.
Vá amá-la com o melhor que você tem na terra.
Mas, além disso, não se aventure. Mas, para que
Seu amor não se torne a ilusão de um tolo,
Certifique-se de amá-la menos do que a Deus.

Não é sábio ou gentil chamar
Um ídolo por doces nomes, e cair,
Como em humildade, diante
De uma imagem do seu Deus. Adore
Acima de sua mais amada na terra
O único Deus que concede a ela valor.
E ela saberá em segundo lugar

Que seu grande amor também é graça
E que seus grandes afetos agora
Estão fluindo livremente de um voto
Debaixo dessas promessas, feito primeiro
Por Deus a você. Nem desaparecerão
Por serem enraizadas junto às correntes
Da Alegria Celestial, que você estima
E ama mais do que o fôlego e a vida,
Que você possa dar isto à sua esposa.

O maior presente que você dá a sua esposa
É amar a Deus acima da vida dela.
E então, o convido a santificar:
Ame-a mais amando-a menos.

                                                     Preparando-se para o Casamento
                                                     John Piper






PÊNDULOS E RETRATOS
 Noël Piper

Conheço alguns casais que pensam e sentem de modo tão parecido que conseguem trabalhar juntos, ministrar juntos, morar juntos e criar filhos juntos, quase sem nenhum conflito, mas isso não é comum.

 De acordo com análises de personalidade, nossos gráficos são quase exatamente opostos. Segundo Ruth Bell Graham, isso é bom. Ela ficou famosa por dizer que, se duas pessoas concordam em tudo, uma é desnecessária. Mas acho que há horas em que estaríamos mais do que dispostos a experimentar a condição de não sermos necessários.

 Na nossa vida real, oscilo em algum ponto entre dois extremos. Numa das pontas do arco pendular, fico maravilhada: “Como consegui um marido tão extraordinário? O que fi z para que ele me notasse – não me dando conta de que ele me pediu em casamento?”. Fizemos uma avaliação conjugal durante um desses meus períodos de bem-aventurança. Os resultados posicionaram-me num nível elevado da escala do idealismo, reconhecendo poucas áreas com problemas no nosso casamento – em outras palavras, de acordo com os “especialistas”, quase uma pessoa não confiável.

O ponto em que eu gostaria que estivéssemos fica em algum lugar do ápice pendular, onde não há nada que nos impeça de desfrutar um do outro – como durante umas férias nas montanhas Blue Ridge:

LONGE



Em comparação, em algum ponto do outro extremo do pêndulo, quando a inércia e a resistência estão nos arrastando para baixo, fi co me perguntando: “Como foi que nos metemos numa bagunça dessas? O que nos levou a sentir esse tipo de discordância e infelicidade?”. Comemoramos nossas bodas de prata num momento assim:

RUMO AO OURO


Já que é evidente que não consigo enxergar muito além das emoções do momento, se tivéssemos de recorrer à avaliação de um conselheiro naqueles dias difíceis, é provável que o resultado revelasse um casamento em apuros – um juízo tão enganoso como o do idealismo dos dias do “tudo está bem no mundo”.

1 O pêndulo do nosso casamento oscila às vezes, mas está suspenso no alto e preso com firmeza. Pela graça de Deus, não se espatifará no chão. Este ano celebramos nosso quadragésimo aniversário de casamento e, graças a Deus, queremos comemorá-lo avançando com vigor rumo ao ouro do nosso quinquagésimo – se Deus for gracioso em nos conceder a graça de tantos anos.
Sabemos que o peso de nosso pecado é o que nos faz entrar, de modo acelerado, nessas fases. Porém, aqui, há algo maravilhoso e incrível – um mistério profundo, conforme diz Paulo: “Deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne. [...] Mas eu me refiro a Cristo e a Igreja” (Ef 5.31-32). O casamento se refere a Cristo e à igreja – todo casamento, não importa quão oscilante pareça por causa do pecado, ou mesmo que o casal não dê a mínima para Jesus.

Trocando as metáforas, o desejo de Deus é que o casamento seja um retrato. O que me leva a perguntar a mim mesma com que clareza e nitidez nosso casamento está mostrando a imagem de Jesus?

Adoro usar minha pequena câmera digital. Mas quanto maior e mais complexo é o tema, tanto mais impossível é representá-lo bem e completamente. Não há fotografia capaz de mostrar a alguém quão magnífico é o Grande Cânion. É verdade que minhas deficiências como fotógrafa não podem diminuir a majestade dessa maravilha natural. Mesmo assim, alguns instantâneos dão, de fato, uma ideia melhor que outras fotografias grandiosas. Quero tirar a foto mais nítida do Grande Cânion. E esse é o tipo de imagem de Jesus que eu quero que nosso casamento retrate.
 Oro para que este livro (do meu pregador favorito) ponha em foco as lentes de muitos casamentos para que o retrato de Cristo e da sua noiva seja exato e nítido.

                                                                                               Casamento temporário



                                                   Resultado de imagem para Casamento e Família – Encantamento e Obrigações

Casamento
— beleza e transcendência
Sob o ponto de vista cristão e bíblico, o casamento é uma instituição natural, inaugurada por Deus logo após a criação do homem e da mulher, que une duas pessoas de sexos diferentes, para viverem em companhia agradável, até que a morte ou a infidelidade contumaz e irreversível de um ou de ambos os cônjuges os separe, com a finalidade saudável de perpetuar a espécie e passar para os filhos as idéias de um Deus não criado, Todo-poderoso, criador e sustentador de todas as coisas visíveis e invisíveis, Senhor e amigo do homem.
Assim posto, o casamento é de origem divina, heterossexual, monogâmico, estável e, salvo casos raríssimos (os que detêm da parte de Deus o dom do celibato espontâneo), indispensável para a realização interior do homem e da mulher.

Qualquer comportamento diferente indica a intromissão do pecado original provocado pela queda do homem e do pecado atual e pessoal.

A prova disso é que, já em Gênesis, encontram-se várias aberrações progressivas, à luz da organização inicial do matrimônio: o início da poligamia (4.19), o início da libertinagem (6.2), o início da sodomia (19.5), o início da relação sexual entre pai e filhas (19.30-38), o início do estupro (34.2), o início da relação sexual entre enteado e madrasta (35.22), o início da prostituição (38.12-19) e o início do desrespeito aos compromissos conjugais (39.7-20). Só não se menciona algum caso de bestialidade (prática sexual com animais), que, talvez, já tivesse acontecido, já que um dos mandamentos de Deus proíbe que alguém se deite com animais (Lv 18.23). Jesus Cristo engloba todas essas “novidades” na área do sexo como “relações sexuais ilícitas” (Mt 5.32), expressão que aparecerá outra vez por ocasião do concílio de Jerusalém (At 15.20, 29). Salvo essas “relações sexuais ilícitas”, o que fica é o sexo lícito — a relação inteira de um homem com sua esposa ou de uma mulher com o seu esposo, em todas as áreas, inclusive na troca de experiências sexuais, sempre que desejadas, não importando se delas virá ou não uma gravidez.

É preciso perder a noção multissecular aberta ou oculta no mais fundo da consciência humana de que a relação lícita é algo menos santo, ou apenas permitido ou tolerado por Deus. O desejo de acariciar, apalpar, despir e manter um intercurso sexual com o cônjuge é natural, faz parte da criação de Deus e antecede a queda da raça humana (Gn 2.24). É natural para ambos os sexos, não apenas para o homem. O que faz a grande diferença entre relações sexuais ilícitas e relações sexuais lícitas, sem as inovações antinaturais, é o matrimônio.

Por que nos casamos?
P assados centenas de séculos, ainda recebemos bonitos e originais convites de casamento, alguns deles carregados de romantismo.

Afinal, por que continuamos a nos casar, a despeito de alguns pronunciamentos esdrúxulos que se lê nas revistas e se ouve na televisão, aqui e acolá, tanto de pessoas fúteis como de pessoas de formação acadêmica, ambas sem orientação religiosa e temor do Senhor?

Amor
Ainda nos casamos por causa do amor, que é o sentimento que predispõe duas pessoas de sexo oposto a se aproximarem e a permanecer juntas. Segundo o Dicionário técnico de psicologia, amor é aquele sentimento “cuja característica dominante é a afeição e cuja finalidade é a associação íntima de outra pessoa com a pessoa amante”. Evidentemente, esse amor está ligado de forma íntima à sexualidade humana, como ensina a psicanálise e como se pressupõe na própria Bíblia. Um provérbio francês diz que “o amor é o como sarampo, todos temos de passar por ele”. O amor é mais do que a mera amizade. Daí a frase de La Bruyère: “Quando o amor nos visita, a amizade se despede”.

Embora fosse um casamento arranjado, a Bíblia diz que Isaque amou a Rebeca (Gn 24.67).

 É conhecidíssima a história de que Jacó amou a Raquel com tal intensidade que trabalhou 14 anos para o sogro a fim de tê-la como esposa (Gn 29.18 e 30). As Escrituras ainda registram o amor de Mical, filha de Saul, por Davi (1 Sm 18.20) e o de Elcana por Ana (1 Sm 1.5).

A paixão é o amor elevado ao seu mais alto grau de intensidade, podendo sobrepor-se à lucidez e à razão. Não é o caminho mais indicado para o casamento, porque é imediatista e simplifica tudo. Na paixão, o sexo fica sozinho e impera à sua maneira, sem outras evidências de amor, como aconteceu com Amnom, que violentou a mulher pela qual se dizia enamorado e, depois, mandou-a embora.

 Parceria
Ainda nos casamos por causa da parceria. Não fomos criados para permanecer sozinhos. São clássicas e reveladoras as conhecidas palavras de Deus a respeito da criação da mulher: “Não é bom que o homem viva sozinho. Vou fazer para ele alguém que o ajude como se fosse a sua outra metade” (Gn 2.18, BLH). O amor, e a sexualidade em seu bojo, não é a única razão do casamento, ainda que muito forte. A união das duas metades para formar uma só carne não se faz apenas por meio do sexo. Isso enfraqueceria o casamento e o tornaria vulnerável. O matrimônio é uma associação de idéias, de vontade, de propósitos, de alvos, de religião, de sacrifícios, de derrotas, de vitórias, de sangue e suor. Em torno da criação e educação dos filhos. Em torno da fé. Em torno da economia do lar. Em torno da saúde da família. Em torno do trabalho. Em torno do lazer. Em torno da felicidade coletiva. A associação é pequena a princípio, mas pode aumentar para três, para quatro,para cinco ou para mais pessoas (os pais e os filhos).

A associação não significa igualdade de temperamentos, de aptidões, de energia e de gostos. Mas significa obrigatoriamente ideais comuns, buscados a dois. Essa parceria, preparada desde a eclosão do amor antes do casamento (namoro e noivado), uma vez preservada e abastecida, talvez dê mais força ao casamento do que o amor em si.

 Santidade
 Ainda nos casamos por causa da santidade pessoal. Tanto a sexualidade como a sede interior de Deus são características de nascença. Uma não precisa machucar a outra. Zacarias e Isabel “eram justos diante de Deus e irrepreensíveis em todos os preceitos e mandamentos do Senhor” (Lc 1.6). Mas isso nunca os impediu de ter relações sexuais, mesmo depois da velhice, quando Deus curou a esterilidade de Isabel para ela dar à luz a João Batista, o maior “entre os nascidos de mulher” (Lc 7.28).

Além da razão dada pelos cientistas a favor de uma união monogâmica, heterossexual e estável — evitar as doenças sexualmente transmissíveis e o temível HIV —, os cristãos têm o compromisso de não prejudicar o seu relacionamento com Deus por meio de uma relação sexual promíscua.

“Por causa da impureza”, ensina o apóstolo Paulo, “cada um tenha a sua própria esposa, e cada uma, o seu próprio marido” (1 Co 7.2). Talvez Paulo tenha se inspirado naquele provérbio de Salomão: “Beba a água da tua própria cisterna e das correntes de teu poço” (Pv 5.15).

 Para ficarmos sob a proteção das normas e não sob o bombardeio dos ímpetos, nós nos obrigamos a homologar a lei de Deus, juntando-nos dentro de um acordo de exclusividade e fidelidade mútuas.

Santidade é aquele estilo de vida que não fere os mandamentos e imita o Senhor: “Sede santos, porque Eu sou santo” (1 Pe 1.16). Em todas as áreas. Inclusive na área da sexualidade. É por isso que Paulo diz que os solteiros e os viúvos, tanto do sexo masculino como do sexo feminino, “caso não se dominem, que se casem, porque é melhor casar do que viver abrasado” (1 Co 7.8-9).

NOTA : A série “45 Anos” coloca à disposição dos leitores uma seleção de títulos em formato digital (e-book), dedicados à celebração de datas especiais em 2013.

                                                Casamento e Família – Encantamento e Obrigações Elben césar




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