TEXTO BÍBLICO BÁSICO
Lucas 2:25-32
25 Havia em Jerusalém um homem cujo nome era Simeão; e este homem era justo e temente a Deus, esperando a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele.
25 Havia em Jerusalém um homem cujo nome era Simeão; e este homem era justo e temente a Deus, esperando a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele.
26 E fora-lhe revelado pelo Espírito Santo que ele não morreria antes de ter visto o Cristo do Senhor.
27 E, pelo Espírito, foi ao templo e, quando os pais trouxeram o menino Jesus, para com ele procederem segundo o uso da lei,
28 ele, então, o tomou em seus braços, e louvou a Deus, e disse:
29 Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra,
30 pois já os meus olhos viram a tua salvação,
31 a qual tu preparaste perante a face de todos os povos,
32 luz para alumiar as nações e para glória de teu povo Israel. (ARC)
32 luz para alumiar as nações e para glória de teu povo Israel. (ARC)
TEXTO ÁUREO
Romanos 13:7
7 Portanto, dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra. (ARC)
7 Portanto, dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra. (ARC)
OBJETIVOS DA LIÇÃO
- Perceber que a população mundial caminha para o envelhecimento;
- Identificar a forma como os idosos devem ser tratados pela igreja e meio social;
- Compreender que a velhice é uma dádiva de Deus.
PALAVRA INTRODUTÓRIA
Paz seja convosco!
Neste estudo iremos abordar um tema pouco tratado em nossas igrejas – a terceira idade.
Tão certo como é o fato de nascermos e crescermos, a velhice é um evento natural da vida e a Palavra de Deus não se omite quanto a esta fase da existência humana.
As pesquisas apontam que o número de idosos está crescendo de forma considerável. A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou em novembro de 2014 que nas próximas décadas a população mundial com mais de 60 anos vai passar dos atuais 841 milhões para 2 bilhões até 2050.
Em 2020 teremos pela primeira vez na história o número de pessoas com mais de 60 anos maior que o de crianças até cinco anos, reportou a OMS em uma série sobre saúde e envelhecimento na revista médica The Lancet, notando que 80% dos idosos viverão em países de baixa e média renda.
Diante deste quadro, urge que a igreja do Senhor vire os seus olhos com atenção para os nossos idosos e forneça a eles subsídios espirituais e de valor humano para que possam entrar e atravessar este período da vida gozando dela em sua plenitude!
1 – PONTOS DE VISTA SOBRE O ENVELHECIMENTO
A velhice é considerada a terceira idade da vida humana e se caracteriza pela queda de força e degeneração do organismo, ou seja, ao longo da vida têm-se várias fases e é com elas que você cresce e amadurece.
Segundo os dados fornecidos pelo IBGE, no Brasil são 21 milhões de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos que, de acordo com a legislação vigente, são consideradas idosas. O termo mais conhecido e aplicado é Terceira Idade.
O pastor Gilmar Vieira Gomes cita a gerontologia para explicar os níveis da terceira idade.
- O velho jovem — 65 a 75 anos;
- O velho médio — 75 a 85 (ou 90) anos;
- Os velhos, velhos — 85 (ou 90) anos em diante.
A gerontologia é o estudo do envelhecimento nos aspectos – biológicos, psicológicos, sociais e outros.
Gerontologia ainda pode ser compreendida como o campo científico e profissional dedicado às questões multidimensionais do envelhecimento e da velhice, tendo por objetivo a descrição e a explicação do processo de envelhecimento nos seus mais variados aspectos. É, por esta natureza, multi e interdisciplinar.
Esta é uma fase da vida em que todos estão destinados a passar e pode ter vários significados e simbolismos para diferentes sociedades.
Esta é uma fase da vida em que todos estão destinados a passar e pode ter vários significados e simbolismos para diferentes sociedades.
Pensadores, filósofos, poetas, cientistas e outros expressaram o que pensam sobre a velhice e seus depoimentos são bastante variados. Vejamos alguns:
“Deve-se temer a velhice, porque ela nunca vem só. Bengalas são provas de idade e não de prudência”. Platão
“A velhice é a paródia da vida”.
Simone de Beauvoir
“O conhecimento torna a alma jovem e diminui a amargura da velhice. Colhe, pois, a sabedoria. Armazena suavidade para o amanhã”.
Leonardo da Vinci
“O segredo de uma velhice agradável consiste apenas na assinatura de um honroso pacto com a solidão”.
Gabriel García Márquez
“A velhice denuncia o fracasso da nossa civilização”.
Simone de Beauvoir
Para alguns a velhice é um desalento, para outros a solidão, outros ainda diz que é uma comédia de mal gosto, uns mais otimistas a vê como o ponto alto da sabedoria, mas outros como uma grande frustração.
Percebe-se o desânimo que a velhice representa para muitos, no entanto, a Palavra de Deus dá o seu parecer:
Salmos 92:14
14 Na velhice ainda darão frutos; serão viçosos e florescentes, (ARC)
14 Na velhice ainda darão frutos; serão viçosos e florescentes, (ARC)
Para o salmista, esta fase da vida não é um tempo de esterilidade, mas de vigor e produtividade.
1.1 – Não é sinônimo de doença
A velhice é um estado e uma fase da vida.
Quanto ao estado, este se refere a condição, onde a força física diminui e o corpo não responde como antigamente. A resistência reduz e alguns cuidados especiais são necessários quanto a saúde.
Quanto a fase, refere-se a uma etapa do ciclo da vida, pois envelhecer não é uma doença, mas envelhecer pode trazer consigo algumas enfermidades, onde algumas exigências são necessárias para lidar com o corpo, a mente e o espírito neste momento.
Um dos grandes filósofos grego (Aristóteles) disse: “Velhice não deveria ser entendida como doença, pois não é algo contrário à natureza”.
Abraão gozou de boa velhice (Gn 25.8); Isaque em sua velhice estava com as vistas escurecidas (Gn 27.18,21) e do mesmo modo Jacó (Gn 48.10); Davi sentiu muito frio (1Re 1.1); Salomão tinha uma mente aguçada para os grandes conselhos de Deus (livro de Eclesiastes).
Cada um chega a esta fase de um modo, no entanto, podemos trabalhar para nela entrarmos e permanecermos da melhor forma que for possível; tendo cuidados com a nossa saúde praticando hábitos saudáveis, fazendo exercícios físicos, regrando com boa alimentação e principalmente meditando sempre na Palavra do Senhor, pois ela também propicia o bem-estar para a nossa alma.
1.2 – É a melhor das opções
Se perguntarmos a quem quer que seja se ele deseja viver ou morrer, a resposta quase unânime será um estrondoso “QUERO VIVER!”.
A natureza humana sempre anela pela vida e não pela morte. A vida é o primeiro dom de Deus para o homem e por ela o homem se esforça (Jó 3.22).
Não se trata de temer a morte, mas de amar a vida e nesta jornada, há aqueles que abreviam os seus dias na terra, pois conduzem a sua vida de forma perigosa e nociva. Vivem de forma desregrada, abusam do pecado, cujo salário é a morte (Rm 6.23) praticando um modo de vida apartado de Deus e sua vontade.
Desta forma, de maneira estúpida optam por morrerem ao invés de viverem, não chegam na fase da velhice, onde aqui o Senhor também tem bênçãos para conceder.
O já falecido Dom Hélder Câmara, que foi bispo católico disse: “Feliz de quem atravessa a vida inteira tendo mil razões para viver.”
1.3 – Um tempo em que se pode cultivar a alegria
A sociedade amadureceu e percebeu que as pessoas de terceira idade têm necessidades peculiares.
Empresas de turismos promovem excursões e entretenimento exclusivos para eles. Escolas de educação desenvolvem cursos também para pessoas desta faixa etária. As noites podem ser preenchidas ao frequentar ambientes de dança e até relacionamentos, tudo bem produzido para recebê-los.
Empresas de turismos promovem excursões e entretenimento exclusivos para eles. Escolas de educação desenvolvem cursos também para pessoas desta faixa etária. As noites podem ser preenchidas ao frequentar ambientes de dança e até relacionamentos, tudo bem produzido para recebê-los.
Tais diversões visam trazer a felicidade para os idosos, e tem o seu valor, no entanto, não preenchem ou satisfazem plenamente a alma; na realidade, muitas vezes, apenas a coloca cada vez mais longe de Deus, que é a verdadeira fonte da alegria.
Conheço pessoas que estão nesta fase da vida, alguns enfrentando enfermidades e o abandono de seus filhos, porém, sem perderem o prazer de viver, pois o mandamento divino é: “Regozijai-vos, sempre, no Senhor; outra vez digo: regozijai-vos” (Fp 4.4).
1.4 – Um tempo para pacificar o passado, viver o presente e projetar o futuro
O retrovisor da história do idoso tem muitas cenas, muitas lembranças e muitas experiências vividas. Algumas dramáticas e tristes, porém outras alegres e agradáveis.
O idoso é propenso a ter as emoções mais acentuadas e por isso o passado pode causar nele sensações mais nítidas em sua expressão. É preciso lidar melhor com as experiências anteriores de maneira sábia para que elas não prejudiquem o presente e escureçam o futuro.
Há muitos que atravessam esta etapa da vida cheios de rancores e mágoas acumuladas no coração. Esses sentimentos causam doenças patológicas e prejudicam muito a saúde e o bem-estar.
O idoso precisa lidar como exercício do perdão e de lançar as ansiedades sobre o Salvador. Só assim, obterá alívio das assombrações do passado, viverá um presente gracioso e vislumbrará um futuro com entusiasmo!
Davi olhou para este retrovisor e contemplou que desde a sua mocidade foi ensinado acerca do Senhor, da Sua Palavra e dos seus portentosos feitos (Sl 71.17), mas que no seu presente (quando já estava velho ao escrever o salmo), rogou a Deus para que não o desamparasse, a fim de continuar anunciando o Senhor aquela geração (Sl 71.18).
Note que a preocupação de Davi estava em preservar as boas lembranças do passado e viver o presente anunciando-as aos daquela geração, pois quando ocupamos a mente e o coração das coisas boas, nos tornamos indivíduos aprazíveis aos que nos cercam. Nossa conversa e assuntos são agradáveis e desta forma, o idoso passa a ser uma referência para os que o ouvem.
Precisamos considerar também que quanto mais velho em idade, mais perto se aproxima o destino eterno. Jesus Cristo traz a esses uma nova perspectiva acerca do final da vida, onde muitos podem imaginar que estão chegando ao fim, o evangelho apresenta que na verdade, tudo está apenas começando – ETERNIDADE (Jo 14.6).
1.5. Um tempo de aprendizagem
Aprender é para a vida toda. A aprendizagem é fundamental à busca de aperfeiçoamento e felicidade. A velhice pode ser o momento ideal para desenvolver uma nova habilidade, tais como: dançar, cantar, tocar instrumentos musicais, andar de bicicleta, praticar um novo tipo de esporte, escrever um livro,
fazer um curso ou faculdade, dentre muitas outras. Não há nada de errado em querer “fazer de tudo” na terceira idade.
1.6. Um tempo para empreender e realizar
A velhice pode ser um tempo de inutilidade, solidão e amargura, mas também pode ser um tempo de grandes realizações. Muitos personagens da Bíblia e da história da humanidade realizaram os maiores feitos de suas vidas quando já estavam na terceira idade. No livro Perdas Necessárias,
página 297, Judith Viorst escreveu: “O trabalho é o esteio da nossa personalidade, a âncora do eu social e privado, define
esse eu para si mesmo e para o mundo”. Não existe um
tempo em que o ser humano deva parar de trabalhar.
página 297, Judith Viorst escreveu: “O trabalho é o esteio da nossa personalidade, a âncora do eu social e privado, define
esse eu para si mesmo e para o mundo”. Não existe um
tempo em que o ser humano deva parar de trabalhar.
2. COMO A SOCIEDADE TRATA O IDOSO
O envelhecimento não pode ser visto como sinônimo de decadência, decrepitude ou caducidade. O equilíbrio, a saúde e a esperança podem permanecer íntegros mesmo na terceira idade. De qualquer maneira, é preciso dar uma olhada no que a sociedade pensa a respeito do assunto. Em geral, as pessoas rotulam o envelhecimento:
2.1. Como final da linha
A sociedade vê o envelhecimento como se fosse uma tragédia anunciada, o fim de todas as coisas. É certo que envelhecer implica a aceitação de determinadas limitações, como, por exemplo: a perda da beleza física e das energias; os sentidos não são mais tão aguçados; os reflexos são mais lentos; e as memórias de curto prazo não são mais tão acessíveis. Porém a velhice, dependendo de cada um, pode ser um tempo para experimentar grandes novidades e viver de maneira intensa e apaixonada. Pode ser um tempo de conquistas e surpresas imensamente agradáveis.
2.2. Como alvo de pena
É certo que as enfermidades estão muito mais próximas de um idoso do que de uma pessoa mais jovem. A vida longa, com o enfrentamento de eventuais grandes desafios, também cansa. Porém não se pode esquecer de que a velhice sinaliza para o acúmulo de conhecimentos, experiências e força.
O idoso não precisa de condescendência e pena. Ele precisa de consideração, respeito e amor.
O idoso não precisa de condescendência e pena. Ele precisa de consideração, respeito e amor.
2.3. Como um tempo de estagnação e retrocesso
Na velhice, as pessoas não estacionam na vida. Aliás, quando a pessoa acha que está parada, de fato, ela está regredindo.
A vida na velhice não pode ser comparada às águas rotas de uma lagoa, mas, sim, às águas cristalinas e correntes de um grande rio. O envelhecimento não pode ser visto como invalidez. Há muitos exemplos de pessoas que, na velhice, deixaram o seu traço, a sua marca, seja na superação de perdas e do sofrimento, seja no desenvolvimento de projetos na área social, ou nas diversas formas de empreendedorismo.
A vida na velhice não pode ser comparada às águas rotas de uma lagoa, mas, sim, às águas cristalinas e correntes de um grande rio. O envelhecimento não pode ser visto como invalidez. Há muitos exemplos de pessoas que, na velhice, deixaram o seu traço, a sua marca, seja na superação de perdas e do sofrimento, seja no desenvolvimento de projetos na área social, ou nas diversas formas de empreendedorismo.
2.4. Como um tempo de inatividade e desocupação
O idoso, às vezes, é tratado pela sociedade como se já tivesse cumprido o seu papel na vida. Na melhor das hipóteses, restam-lhe apenas as ocupações, sem grande significado ou importância. O ex-presidente dos EUA, George Bush, o pai, certa vez chamou a atenção dos seus contemporâneos idosos que limitaram suas vidas a jogar cartas com amigos nas praças das cidades americanas. Ele mostrou que eles haviam ajudado muito na construção daquele país, mas ainda tinham muito para
contribuir e não podiam se omitir. Não importando a idade, há sempre muita coisa para fazer, ainda se pode decidir sobre os destinos das nações, empresas, famílias e pessoas.
contribuir e não podiam se omitir. Não importando a idade, há sempre muita coisa para fazer, ainda se pode decidir sobre os destinos das nações, empresas, famílias e pessoas.
2.5. Com desprestígio e rejeição
As mídias elegeram a juventude como padrão do que é belo e recomendável. As propagandas apresentam sempre jovens bonitos e cheios de vida para anunciarem os produtos das grandes grifes. Alguns jovens fazem comentários irônicos e de desprezo em relação às pessoas de idade avançada. No entanto, ignoram que as bênçãos da juventude podem perdurar na velhice, e esquecem-se de que, eles mesmos, estão marchando celeremente em direção à terceira idade, ou em direção à morte, caso não sejam abençoados e fortes o bastante para lá chegar.
3. O QUE A BÍBLIA DIZ SOBRE O ENVELHECIMENTO
Segundo pesquisas, nos EUA a expectativa de vida passou de 47 anos de idade, em 1900, para quase 75 anos, em 1981.
No censo feito em 2010, a nação possuía, aproximadamente, 41 milhões de pessoas com mais de 65 anos de idade. No entanto, segundo a escritora Judith Viorst, os idosos são vistos lá — excetuando-se os milionários, magnatas, artistas e ícones do esporte — como assexuados, inúteis, sem força e fora do jogo.
Em que perspectiva as pessoas longevas são enquadradas nas Escrituras Sagradas? Vejamos o que a Bíblia fala sobre o assunto:
3.1. O cuidado generoso do Altíssimo está sobre o longevo
O Deus que ampara, dirige e orienta os Seus filhos continuará na velhice agindo da mesma forma. O profeta Isaías destacou uma sublime promessa de Deus nesse sentido (Is 46.4). E o salmista asseverou que Deus, em Seu infinito amor, guia o salvo na velhice e até depois dela (Sl 48.14).
No censo feito em 2010, a nação possuía, aproximadamente, 41 milhões de pessoas com mais de 65 anos de idade. No entanto, segundo a escritora Judith Viorst, os idosos são vistos lá — excetuando-se os milionários, magnatas, artistas e ícones do esporte — como assexuados, inúteis, sem força e fora do jogo.
Em que perspectiva as pessoas longevas são enquadradas nas Escrituras Sagradas? Vejamos o que a Bíblia fala sobre o assunto:
3.1. O cuidado generoso do Altíssimo está sobre o longevo
O Deus que ampara, dirige e orienta os Seus filhos continuará na velhice agindo da mesma forma. O profeta Isaías destacou uma sublime promessa de Deus nesse sentido (Is 46.4). E o salmista asseverou que Deus, em Seu infinito amor, guia o salvo na velhice e até depois dela (Sl 48.14).
3.2. A velhice pode ser um tempo de renovação
A velhice não deve ser vista como um período da vida caracterizado pelo tédio e pela acomodação. Ao contrário, pode ser o momento de mostrar interesse pelo bem-estar das pessoas e por novos projetos de vida. No campo da espiritualidade, é possível alcançar novas e profundas experiências com Deus. Paulo profetizou que, apesar da fraqueza do corpo e das aflições decorrentes dos ciclos da vida, é possível experimentar o renovo do Senhor (2 Co 4.16).
3.3. A velhice é uma concessão divina
Viver muitos anos não é algo para todos; algumas pessoas morrem relativamente cedo. No entanto, é preciso investir em qualidade de vida na velhice. Deus dá abundância de dias às pessoas e espera que elas fiquem à altura desse grande privilégio, esforçando-se para ter saúde, bem-estar, gratidão e contentamento. A longevidade é uma dádiva divina. Isto fica claro no Salmo 91.15,16.
3.4. A velhice pode ser um tempo de grande frutificação
No Salmo 92.12-14, o justo é comparado à palmeira, que é uma árvore de grande beleza, além de ser frutífera e útil. Ele é comparado, também, ao cedro do Líbano, árvore que cresce nos lugares mais improváveis, desafiando as tempestades e ameaças à sua sobrevivência. O salmista finaliza afirmando
que o justo está plantado na Casa do Senhor e ali florescerá.
Na velhice, ele dará frutos viçosos e florescentes. Seu testemunho de vida será um anúncio da retidão e da justiça do Senhor.
que o justo está plantado na Casa do Senhor e ali florescerá.
Na velhice, ele dará frutos viçosos e florescentes. Seu testemunho de vida será um anúncio da retidão e da justiça do Senhor.
CONCLUSÃO
Abraão e Sara tiveram Isaque, o filho da promessa, quando já eram idosos. Moisés e Arão, já com 80 e 83 anos, iniciaram, sob a orientação de Jeová, a retirada do povo de Israel do Egito. Josué tinha 80 anos quando atravessou o Jordão e iniciou o período das conquistas de Israel. Calebe, aos 85 anos, alegando possuir a mesma força de 45 anos atrás, reivindicou junto a Josué a terra que Moisés lhe havia prometido. Simeão já estava em avançada idade quando viu cumprir-se a profecia do nascimento do Salvador.
Sim, a velhice não é o momento da história em que o melhor ficou para trás. Nunca é tarde demais para continuar a mudar, realizar e crescer.
Sim, a velhice não é o momento da história em que o melhor ficou para trás. Nunca é tarde demais para continuar a mudar, realizar e crescer.
REVISTA CENTRAL GOSPEL
O envelhecer e a Soberania de Deus
Por causa de uma grande fome, Noemi abandonou sua terra natal, Belém, e foi viver com seu marido, Elimeleque, e seus filhos, Malon e Quilion, na terra estrangeira de Moabe. O marido morreu e os filhos casaram-se com Orfa e Rute.Após dez anos de convivência ali, seus filhos també m morreram e ela ficou desamparada. Os sonhos de construir um lar em outro lugar transformaram-se em pesadelo. Decidiu então regressar a Belém, mas deu liberdade às suas noras de voltarem para junto de suas famílias, alegando estar velha demais, sem qualquer esperança de um futuro promissor.
Orfa voltou para junto de seus pais, Rute, porém, quis permanecer ao lado de Noemi para sempre, aceitando seguir também o Deus de sua sogra.
A chegada de Noemi, cujo nome significa “agradável”, e Rute chocou a cidade. Ela rogou que não lhe chamassem mais de Noemi, mas de Mara:
“Chamai-me Mara, porque o Todo-Poderoso me encheu de amargura. Cheia parti, porém, vazia o Senhor me fez tornar (Rute 1.20,21ª).
Noemi e Rute foram residir na parte do campo que pertencia a Boaz, o qual era da família de Elimeleque. Ela estava idosa demais para trabalhar e dependia unicamente dos cuidados de sua nora para poder ter uma sobrevivência digna. A lei de Moisés estipulava que os grãos caídos da colheita dos segadores deveriam ser deixados para os pobres (Lv 23.22). Rute foi colher estas sobras, Boaz viu aquilo e estendeu a sua mão dando-lhes mais alimentos, mais grãos e proteção.
Passaram-se os dias e os fatos levaram Boaz a casar-se com Rute. Não existem acasos ou coincidências na vida dos filhos de Deus, mas somente a soberania de Deus. Desse casamento nasceu o menino chamado Obede, que foi pai de Jessé, pai de Davi, e desta raiz nasceu Jesus, o Salvador do mundo.
Ao longo da vida, Noemi precisou descer do alto da sua felicidade e cair no vale profundo e sombrio da tristeza. Mas, Deus não a abandonou, abençoando-a com um neto. As mulheres disseram: “Ele será restaurador da tuda vida, e consolador da tua velhice, pois tua nora, que te ama, o deu à luz; ela te é melhor do que sete filhos. E Noemi tomou o menino, pô-lo no seu regaço e foi sua ama” (Rute 4.15,16).
Noemi perdera tudo de bom e julgava que teria uma velhice desgraçada, sem mais qualquer projeto ou possibilidade de realização. Todavia, Deus agiu na vida de Noemi e lhe deu um novo amanhecer.
Segundo Erik e Joan Erikson (1950-1960), o idoso, após os 89 anos, chega a ponto de transcender-se, erguendo-se, superando, indo além do universo e do tempo. Os anciãos podem ficar cansados, exauridos, e até deprimidos. Mas, prontamente, aceitam que o sol se põe à noite e se rejubilam ao vê-lo surgir todas as manhãs. Enquanto há luz, há esperança e quem sabe que luz brilhante e revelação uma manhã pode trazer?
Manhãs de possibilidades no envelhecer
Alguns acham ser errôneo colocar a possibilidade de projetos para os idosos, pois alegam que eles já trabalharam muito pela vida afora. Prefeririam. Talvez, que as pessoas aposentassem a sabedoria quando chegassem à velhice.
Jack Messy (1999), porém, afirma que a “pessoa idosa” não existe como entidade individual, é apenas um termo social que não têm nome, não são como muitos que querem colocar, “objetos” para estudos, pesquisas, etc.; mas sim sujeitos com histórias diferentes de vida, continuam sendo cada vez mais “seres humanos”, que junto aos demais merecem ainda ter oportunidades de realização pessoal, lutando, saindo em busca, reagindo e ao mesmo tempo sendo receptivos, tendo projetos e propostas de vida, sim.
Seria o envelhecer marcado só com perdas? Sinais de desgaste dos corpos, rugas nas faces, voz mais cadenciada, andar mais vagaroso, queda inexorável dos músculos, fragilidade dos movimentos, dependência ... Lentidão mas reações, diminuição da capacidade da memória, cabelos brancos ou calvície, reflexos menos rápidos, compressão da coluna vertebral, enrijecimento?
Marcas do tempo na pessoa idosa...
Tudo isso não se agrava com a partida dos filhos, aposentadoria e inatividade, morte dos pais e parentes, de amigos, do cônjuge, diminuição das capacidades corporais e intelectuais?
Na verdade, não, embora o número de perdas aumente consideravelmente nesta derradeira etapa da vida, realmente, elas se iniciam após o nascimento da pessoa, prosseguindo pela vida afora, como, por exemplo, na queda dos dentes, perda da inocência, saída da casa dos pais , casamento dos filhos, menopausa, etc.
Mesmo que muitos o vejam como algo horrível, sinônimo de diminuição de forças, funções ou vaidade, o envelhecer também se trata de processo de enriquecimento biológico pela descoberta de novas qualidades ou pelo aperfeiçoamento de outras já existentes, como o das qualidades superiores da mente (compreensão, discernimento, razão). Se, por um lado, os idosos ficam limitados em poder aprender coisas novas que dependem e algumas capacidades, por outro, eles têm acesso a outras virtudes. Ganha-se em sabedoria, capacidade para solucionar problemas da vida prática, especialização profissional. Adquire-se ainda a capacidade de aconselhamento e muitas, muitas outras possibilidades desafiam a figura do idoso.
Os idosos devem ser semelhantes a fontes de águas cristalinas, onde amigos, filhos, netos, bisnetos, venham beber e desfrutar de experiências, perseverança, bondade, palavras de fé e compreensão, amor sincero, apoio. Eles podem ser estimulados a ser exemplos para outros idosos de hoje e do amanhã e mentores para os jovens. Quem chegou à etapa da idade avançada, pode ser a cor que irá completar o arco-iris, anota que contribui para aprontar a melodia, uma fruta cintilante que todos desejam colher.
“Na velhice ainda darão frutos, serão viçosos e florescentes” (Sl 92.14). “As mulheres idosas [...} que sejam mestras do bem” (Tt 2.3b).
A qualidade de vida significa novos conceitos que incentivam a que o idoso tenha um projeto de vida, que exerça o seu papel social e perceba que, além das perdas, existem aquisições, renovação, mudanças, realizações.
A versatilidade é a capacidade eu todas as pessoas têm de fazer coisas, criar soluções, encontrar saídas. Essa capacidade não conhece as limitações da idade e depende, em grande parte, do desejo ou da necessidade de trilhar novos caminhos. Não há limites para a criatividade humana e seu desenvolvimento. Todos nós somos capazes dessas proezas, sim, uns mais, outros menos. È só insistir e a criatividade desabrocha. Depois, basta um pouco de treino.
Minayo e Coimbra Jr. afirmam ser a velhice uma “fazenda de colheitas, espaço de movimento e construção, onde continuam a existir não apenas os frutos, mas a semente, o plantar, a alegria dos brotos e todos os prazeres, dores e sofrimentos do ceifar, como em qualquer etapa da vida” (p.13).
É preciso que você desperte para uma vida com mais qualidade, com mais beleza e satisfação. E seu dia pode ter muitas faces e múltiplas cores. Só depende de você!
Pode ser cinza e triste, se nada que você fizer for agradável. Ma também pode ser colorido, acompanhado de muita satisfação e alegria. Isto se você realmente estiver disposto a arregaçar as mangas. Mas, se nada se faz, nada se pode esperar. O tempo de realização está em suas mãos.
Pense, no seu dia e imagine como você quer que ele seja. Como uma grande tela, pinte a sua vida com lápis-de-cor, desenhando nos espaços em branco, afinal sua vida é sua obra. E você é o grande artista responsável por deixá-la mas bela.
Se, na velhice, não existem lembranças de amores e família a evocar a partir de fotografias ou histórias lembradas, pode haver, ao invés, uma profunda dedicação à arte, à literatura ou ao estudo, para compensar essas perdas. Alguns indivíduos dedicam-se prazerosamente e completamente ao seu trabalho, sua profissão e à criatividade.
Você tem vontade de criar alguma coisa, escrever, bordar, pintar, desenhar, fazer uma escultura, transmitindo com isso uma parte de si mesmo, mostrando como sente, pensa e vê?
Manhã com conquistas e sabedoria
“ E o enchi do Espírito de Deus, no tocante à sabedoria, ao entendimento, a ciência e a todo ofício” Êxodo 31.3.
Marialzira Perestrello, médica, psicanalista, escritora, poetisa, após os 80 anos, cursando aulas de filosofia e estudando alemão, afirma: “Em poucas épocas estive tão criativa, ocupada e produzi tanto, como nos últimos anos.
São: conferências, participação em mesas-redondas; artigos para congressos no exterior e no Brasil; resenhas e comentários de trabalhos. Após meus 70 anos, publiquei três livros de psicanálise e três de poemas.Tenho que inventar tempo para coisas mais pragmáticas: reorganizar pastas de meu marido e minhas, sintetizar currículos, diminuir material guardado, rasgando papéis e papéis, com a finalidade de ganhar espaço em um apartamento menor para ode qual mudei”.
Sócrates (mencionado em “A república”, de Platão) afirmou: “Eu gosto de falar com as pessoas mais velhas. Elas já percorreram a estrada da vida na qual nós teremos também de viajar. Eu acho que seria muito melhor para nós aprender com elas como é que é”.
A sabedoria dos idoso é muito especial e deveria ser mais valorizada pela sociedade. Eles têm o mais belo dos diplomas, o da experiência da vida. Portanto, além de passar o que sabem a outras gerações, são capazes de participar do que se poderia chamar “troca de saberes”.
Na meia idade ou maturidade (40 aos 60 anos), a pessoa fica de dois extremos: a geratividade versus a estagnação. Para Erik Erikson, em vez de ficar parado, “os papeis de pai idoso, avô, velho amigo,consultor, conselheiro e mentor, fornecem ao indivíduo as oportunidades sociais essenciais para experimentar grande geratividade nas relações cotidianas, com as pessoas de todas as idades. A capacidade para a grande geratividade incorpora o cuidado pelo presente às preocupações pelo futuro – o futuro das gerações atualmente mais jovens e das gerações que ainda não nasceram e a sobrevivência do mundo como um todo”.
Ao chegar a velhice propriamente dita, a pessoa estará na faze da integridade versus desespero, isto é, ou será um idoso realizado, com fé no coração, feliz consigo mesmo; ou desesperado, com medos, ansiedades, limitações e ausência de esperança.
O desespero estará sempre de Platão querendo derrubar, mas, se o idoso estiver otimizando a sua integridade (senso de coerência e inteireza), alcançará por certo a sabedoria.
Qualidade de vida, direito de todos
Para a Bíblia hebraica, a vida é inseparável do que hoje chamamos de “qualidade de vida”. Não há vida autêntica conforme a vontade de Deus, para sua criatura humana, na pena e na humilhação, na miséria e na solidão, no pecado e na injustiça. Se Jeremias (Jr 20) e Jó (3) chegam a maldizer o fato de terem nascido, não querem com isso rejeitar a vida como tal, mas sua inversão, sua criatura; as condições que lhes são impostas são insuportáveis; eles clamam a Deus em sua miséria e indignação. Pressentem que sua situação é incomparável com o projeto de Deus criador e também com a fidelidade que Deus não se cansa de mostrar aos seus.
Conclusão
“O que podemos fazer para ser prósperos na terra da aflição (“...Deus me Fez crescer na terra da minha aflição”. – Gn 41.52)
“Sejamos agradecidos e não amargos (“Sempre dando graças por tudo ao Deus, o Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo”. – Ef.5.20)
“Oremos sem cessar. Mesmo em meio às lágrimas, a oração é um cântico que o coração entoa a Deus (“Orai sem cessar”. – 1Ts 5.17)
“Estenda a mão a outras pessoas. Conforme as outras pessoas com o conforto que Deus lhe tem dado (“Que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, pela consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus”. – 2Co 1.4).
Fonte: Revista Visão 1706
Envelhecimento populacional no Brasil: uma realidade nova
Alexandre Kalache
Os fatores determinantes do envelhecimento, a nível da população de um país, são, fundamentalmente, ditados pelo comportamento de suas taxas de fertilidade e, de modo menos importante, de suas taxas de mortalidade. Para que uma população envelheça, é necessário, primeiro, que haja uma queda da fertilidade; um menor ingresso de crianças na população faz com que a proporção de jovens, na mesma, diminua. Se, simultânea ou posteriormente, há também uma redução das taxas de mortalidade (fazendo com que a expectativa de vida da população, como um todo, torne-se maior), o processo de envelhecimento de tal população torna-se ainda mais acentuado. Tal processo é dinâmico, estabelece-se cm etapas sucessivas e é, comumente, conhecido como "transição epidemiológica ou demográfica". Na sua etapa inicial, as taxas de fertilidade são altas e a mortalidade está concentrada nos segmentos mais jovens da população; progressivamente, as taxas de mortalidade decrescem, aumentando a percentagem de crianças e prolongando a sobrevida, enquanto as taxas de fertilidade diminuem fazendo com que, proporcionalmente, os grupos de mais idade aumentem em relação aos mais jovens. Finalmente, quando as taxas de fertilidade e de mortalidade se mantém baixas, há um progressivo aumento, na proporção de adultos, na população, incluindo, naturalmente, os mais idosos. Neste estágio da transição epidemiológica, a "pirâmide" populacional passa a apresentar uma configuração retangularizada, característica das populações européias de hoje, por exemplo.
O Brasil está em franco processo de envelhecimento, tendo já atravessado as etapas iniciais do processo de transição epidemiológica e mesmo (no caso de algumas áreas localizadas de regiões metropolitanas mais desenvolvidas) atingido seu estágio final. Até a década de 50 ou mesmo 60, as características demográficas do país indicavam uma população bastante jovem, com altas taxas de fertilidade e taxas de mortalidade que apenas começavam a diminuir. A partir de então, teve início um processo de redução das taxas de fertilidade que, nos últimos anos, vem se acelerando. Para o País, como um todo, as taxas de fertilidade diminuíram em cerca de 30%, entre 1970 e 1980, diminuição esta, que se verificou em todas as regiões do Brasil, tanto nas zonas urbanas como nas rurais. Dados mais recentes, para algumas áreas do país, mostram que a redução das taxas de fertilidade, provavelmente, se acentuou deste então; a taxa de fecundidade total para o Estado de São Paulo, em 1980, era de 3.4 (número médio de filhos, por mulher em idade reprodutiva) passando a 2.6 em 1985, ou seja, uma diminuição de 20%, em apenas 5 anos. Paralelamente, tem havido uma diminuição nas taxas brutas de mortalidade para o País, como um todo, desde o início deste século, particularmente, a partir da década de 40. Como conseqüência, a expectativa de vida, ao nascer que era de apenas 33.7 anos em 1900 — havia alcançado 43.2 anos em 1950, 55.0 em 1960, 57.1 em 1970 e 63.5 anos em 1980. As estimativas indicam que, atualmente, ela deve ser da ordem de 66 anos, devendo alcançar 68.6 anos no ano 2000 e ultrapassar 72 no ano 2020.
Este processo de rápido envelhecimento populacional não é, naturalmente, uma característica única do Brasil, sendo compartilhado, de modo mais ou menos acentuado, por diversos outros países em desenvolvimento. Desta maneira, o envelhecimento populacional, que caracteriza, hoje, as populações dos países industrializados, passará, em futuro breve, a ser uma característica também nossa. Na verdade, já hoje, a maioria das pessoas idosas vive em países não-desenvolvidos e dentro de poucos anos, na passagem do século, mais de três quartos daqueles, com mais de 60 anos, serão habitantes do Terceiro Mundo.
Há, no entanto, uma diferença fundamental entre os fatores que levaram a transição epidemiológica dos países mais desenvolvidos e aqueles que se observam, hoje, nos países subdesenvolvidos. Até a Segunda Guerra Mundial, o impacto médico-tecnológico, na redução da mortalidade, estava limitado a um mínimo. Foi só a partir daí que se tornou possível prevenir e tratar diversas enfermidades, cujo desfecho, anteriormente, era, freqüentemente, fatal: tuberculose, poliomielite, sarampo, gastroenterites e pneumopatias na infância entre muitas outras. No entanto, muito antes disso, a expectativa de vida na Europa, como exemplo, já havia alcançado valores tão altos como os do Brasil de agora. Isso se deveu a uma melhoria das condições de vida para as populações daquele continente como um todo: melhor nutrição, condições habitacionais, saneamento, etc. Atualmente, mesmo que as condições de vida, sob o ponto de vista sócio-econômico, não tenham melhorado, significativamente, para uma parcela apreciável da população dos países subdesenvolvidos, as taxas de mortalidade vêm experimentando substanciais diminuições. Elas são resultantes de intervenções, de medidas específicas de saúde pública, do tratamento efetivo de infecções;não é portanto o processo de "envelhecimento natural" como conseqüência de melhores níveis de vida para a maioria dos habitantes (como na Europa pós-Revolução Industrial), mas um processo "artificial", em que muitos sobrevivem, apesar de suas condições de vida, simplesmente, porque recebem imunização ativa contra determinadas doenças ou tratamento específico, para outras. Em termos práticos, este tipo de processo de envelhecimento defronta países como o Brasil, com um duplo encargo na área da saúde: por um lado a importância crescente de doenças crônicas entre as causas de mortalidade (desde o início da década de 60 que as doenças cardiovasculares passaram a ser o primeiro grupo entre as causas de mortes no Brasil, seguido, atualmente, por neoplasias). Por outro lado, as marcas do subdesenvolvimento permanecem presentes, sobretudo, em termos de morbidade por doenças infecciosas e parasitárias ou pela importância que a subnutrição continua ocupando entre nós.
O envelhecimento da população brasileira é um fato irreversível, e que deverá se acentuar, no futuro próximo imediato. O impacto desta nova "ordem demográfica" é imenso — sobretudo, quando se observa que os fatores associados ao subdesenvolvimento continuarão se manifestando por um tempo difícil de ser definido. Não estamos, portanto, diante de uma situação como a européia quando o envelhecimento de suas populações ocorreu, a maioria dos países europeus já apresentava níveis sócio-econômicos que proporcionavam, a grande parte de suas populações, condições de vida satisfatórias. Com isso, os problemas conseqüentes ao envelhecimento populacional puderam ser encarados como prioritários. Nem por isso tem sido fácil resolvê-los. O desafio para nós é, portanto, considerável. O envelhecimento de nossa população está se processando em meio a condições de vida, para parcelas imensas da população, ainda muito desfavoráveis. O idoso não é uma prioridade, como pode ser visto nos países industrializados. No entanto, eles estão aí para ficar e em proporções crescentes, passando de 6% da população, em 1980, para mais de 13% previstos para o início do Século XXI.
A natureza dos problemas médico-sociais dos idosos tem características específicas que acentuam a importância de trabalhá-los, cuidadosa e sistematicamente. É muito mais fácil ignorar os problemas da infância pois eles "desaparecem" do seio da comunidade, com a mesma rapidez como surgiram do que muitos dos problemas associados à velhice. Por exemplo, uma criança com gastroenterite é mais facilmente ignorada pelo sistema de saúde, uma vez que o desfecho é dramático: cura ou morte em poucos dias. No entanto, uma pessoa idosa que sofra um acidente vascular-cerebral, ou tenha diabetes, ou seja hipertensa, permanecerá na comunidade, requerendo cuidados de saúde, não por dias ou semanas mas sim, por anos. Cedo ou tarde suas necessidades serão reconhecidas e algum tipo de intervenção, realizado. O resultado inevitável é uma competição por (escassos) recursos. E o único encaminhamento satisfatório é o reconhecimento desta nova realidade demográfica, de modo a que um planejamento adequado possa ser feito.
O envelhecimento da população brasileira necessita, de imediato, de um diagnóstico de saúde a níveis nacional e regional, que possa conduzir a propostas realistas. As intervenções que daí surgirem, deverão então, ser avaliadas e redirigidas. Há uma necessidade premente de métodos inovadores e imaginativos, que possam contribuir para uma atenção ao idoso, em bases humanísticas e, ao mesmo tempo, compatíveis com a realidade sócio-econômica do país. O objetivo final deve ser sempre a manutenção, na comunidade, do maior número possível de idosos, contribuindo, ativamente, para ela, e mantendo seu grau de autonomia (e dignidade) pelo maior tempo possível. Este debate se impõe, de imediato, para quantos possam estar interessados em Saúde Pública, em nosso país.
Billy Graham fala sobre envelhecimento e sobre os evangélicos atuais
Mesmo através de sua luta com a sua audição, visão, e outros problemas de saúde na sua nona década, Billy Graham continuou a fazer o que ele fez com todos os presidentes americanos desde Harry Truman. No ano passado, ele se reuniu e orou com o presidente Obama e, em dezembro, ele se encontrou novamente com o ex-presidente George W. Bush. Mas se ele pudesse voltar e fazer tudo de novo, ele disse ao Cristianismo Hoje, que teria mantido afastado da política.
Desde a morte de sua esposa há quase quatro anos, ele passa a maior parte de seu tempo em sua casa em Montreat. Embora raramente aparece em público, seu filho Franklin Graham disse seu pai gostaria de pregar novamente, mas a data não está confirmada.
Leia abaixo algumas das perguntas feitas pela Christianity Today, ao Billy Graham:
Que conselho o senhor daria para as pessoas que estão envelhecendo?
Primeiro, aceite como parte do plano de Deus para sua vida, e agradeça-lhe todos os dias pelo dom da
vida daquele dia. Nós olhamos para a velhice como algo a ser temido, e é verdade que não é fácil. Eu não posso dizer honestamente que eu gosto de estar velho não ser capaz de fazer a maioria das coisas que eu costumava fazer, por exemplo, e ser mais dependente dos outros, e enfrentando os desafios físicos que eu sei que só vão piorar. A velhice pode ser um momento solitário, a filhos espalhados, cônjuge e amigos que se foram.
Mas Deus tem um motivo para nos manter aqui (mesmo que nem sempre entendemos isso), e precisamos recuperar a compreensão da Bíblia de vida e longevidade como dons de Deus e, portanto, como algo bom. Várias vezes a Bíblia menciona pessoas que morreram em um boa velhice . Então, parte do meu conselho é aprender a estar contente, e que só vem quando aceitamos a cada dia como um dom de Deus e compromete-lo em suas mãos. As palavras de Paulo são verdadeiras em cada etapa da vida, mas especialmente à medida que envelhecemos piedade com contentamento é um grande ganho (1 Tm 6:06)..
A outra parte do conselho que eu daria é o outro lado da moeda, por assim dizer. É assim: À medida que envelhecemos, devemos focalizar não só o presente, mas mais e mais sobre o céu. Este mundo, com todas as suas dores e tristezas e dos encargos, não é nosso lar definitivo. Se conhecemos a Cristo, sabemos que temos uma herança que jamais poderá perecer, macular ou esbotar, temos reserva nos céus para vós (1 Ped. 1:4). Eu sei que não vai demorar muito para eu estar indo lá, e estou ansioso por esse dia. Céu nos dá esperança e faz com que as nossas cargas presentes sejam mais fácil de suportar.
O que senhor diria para os filhos que têm pais idosos?
Quando somos jovens geralmente não pensamos muito sobre envelhecer, ou sobre os nossos pais envelhecer ou não pensamos nada sobre isso. Mas isso vai acontecer, se eles viverem o tempo suficiente. Então a primeira coisa que eu diria para aqueles cujos pais estão envelhecendo é estarem preparados para isso, e aceitarem o que lhe traz responsabilidades.
Então sejam paciente com elas. Eles podem não ser capazes de fazer tudo que já fizeram, mas isso não significa que eles são necessariamente impotente ou incompetente. E estajam atentos às suas necessidades, incluindo as suas necessidades emocionais e espirituais. Às vezes, eles só precisam saber que você está lá, e que você se importa com eles. Seja sensível também. Às vezes eu tenho visto as crianças se tornarem pesadas e insensível ao lidar com seus pais que estão envelhecendo, isso só causa ressentimentos e mágoas.
Por outro lado, pode tornar-se necessário intervir e insistir que lhe entreguem as chaves do carro, ou deixá-lo lidar com suas finanças, ou mesmo arranjá-los para ir a um lugar onde eles terão um melhor atendimento. Eles podem resistir, e você precisa se colocar no lugar deles e perceber o tumulto que essas alterações podem causar-lhes. Mas eles precisam perceber que você está fazendo isso porque os amam e querem o melhor para eles. E orar para eles, que eles venham experimentar a paz e o conforto de Deus à medida que envelhecem. Algum dia você vai estar lá também, e o que você faz agora vai ser um exemplo para seus filhos.
Se você pudesse, você iria voltar e fazer algo diferente?
Sim, claro. Eu passaria mais tempo em casa com minha família, e eu estudaria mais e pregaria menos. Eu não teria realizado tantas palestras, incluindo algumas das coisas que eu fiz ao longo dos anos que eu provavelmente não precisava realmente fazer, casamentos e funerais e dedicatórias de construção, coisas assim. Sempre que eu aconselho alguém que se sente o chamado a ser um evangelista, eu sempre instá-los a guardarem o seu tempo.
Eu também teria se mantinha afastado da política. Eu sou grato pelas oportunidades que Deus me deu para ministrar às pessoas em lugares altos, as pessoas no poder têm necessidades espirituais e pessoais, como todos os outros, e muitas vezes eles não têm ninguém para conversar. Mas olhando para trás Eu sei que às vezes cruzei a linha, e eu não faria isso agora.
Quais são as questões mais importantes para os evangélicos de hoje?
Eu sou grato pelo o ressurgimento evangélico que temos visto em todo o mundo no último meio século ou mais. Ele realmente foi obra de Deus. Não era assim quando eu comecei, e estou espantado com o surgimentos de novos seminários evangélicos e de organizações e igrejas, uma nova geração de líderes comprometidos com o evangelho, e assim por diante. Mas o sucesso é sempre perigoso, e precisamos estar atentos e evitar que nos tornemos vítimas de nosso próprio sucesso. Será que vamos influenciar o mundo para Cristo, ou o mundo vai nos influenciar?
Mas a questão mais importante que enfrentamos hoje é a mesma que a igreja tem enfrentado em cada século: Será que vamos alcançar o mundo para Cristo? Em outras palavras, vamos dar prioridade ao mandato de Cristo de ir por todo o mundo e pregar o evangelho? Ou vamos nos virar cada vez mais para dentro, presos em nossos própria assuntos internos ou polêmicos, ou simplesmente se tornando mais e mais confortáveis com a nossa posição? Será que vamos ficar com orientação interna ou externa dirigida? As questões centrais do nosso tempo não são econômicos, políticos ou sociais, mais importantes que sejam. As questões centrais do nosso tempo são morais e de natureza espirituais , e o nosso chamado é para declarar o perdão de Cristo, esperança e poder de transformação para um mundo que não o conhece e segui-lo. Nunca nos devemos esquecer isso.
Traduzido e Adaptado por: Padom
Via ChristianityToday





Nenhum comentário:
Postar um comentário