História de Ezequias – Estudo sobre o Rei
Ezequias Ezequias é do hebraico com significado “Jeová fortalece”. No terceiro
ano de Oseias, filho de Ela, rei de Israel, Ezequias, filho de Acaz e Abia que
era filha de Zacarias, foi proclamado rei em Judá. Ezequias foi pai de Manassés
(2º Reis 20.21).
Quem foi o Rei
Ezequias
Ezequias tinha vinte e cinco anos de idade quando começou a
reinar e governou vinte e nove anos em Jerusalém (2º Crônicas 29.1). Ezequias
agiu de modo aprovado diante do Eterno, tal como havia procedido Davi, seu
predecessor (2º Reis 18.1-3). Ezequias foi o 13º rei de Judá e reinou a partir
de, acredita-se, 715 antes de Cristo.
Judá teve apenas seis reis cujos nomes passaram para
história como “bons reis”, entre os 19 que ocuparam o trono, Ezequias estava
nessa escassa lista que contava ainda com Asa, Josafá, Joás, Jotão e Josias.
As Escrituras Sagradas declaram que Ezequias depositou toda
a sua confiança em Deus, o Amado Eterno, de modo que não houve ninguém
semelhante ele, entre todos os reis de Jerusalém, nem antes nem depois.
Ezequias conservou-se fiel ao Eterno sem jamais se afastar
Dele, bem como observou os mandamentos do Senhor conforme escreveu Moisés, por
isso o Eterno esteve com ele e lhe concedeu prosperidade em tudo o que fazia
(2º Reis 18.5-7).
O reinado de Ezequias
No primeiro ano do seu reinado, Ezequias mandou abrir a
porta da Casa do Senhor e a reformou (2º Crônicas 29.3), reconhecendo o valor
da Casa de Deus. Ezequias teve como iniciativa também restabelecer o culto a
Deus em seu reinado (2º Crônicas 29-27-31), culto este que foi interrompido
pelo seu próprio pai anteriormente (2º Crônicas 28.4).
Foi ele quem retirou os altares idolatras das colinas, pôs
abaixo as colunas sagradas e destruiu os postes de adoração pagã. Despedaçou a
serpente de bronze que Moisés havia construído, pois até aquele tempo os
israelitas lhe prestavam veneração queimando incenso.
Era conhecida como Neustã (2º Reis 18.4). Objetivou como
prioridade pessoal servir a Deus. Restaurou a celebração da Páscoa (2º Crônicas
30.1-5). Derrotou os filisteus até as terras de Gaza, devastando seu
território, desde as torres de vigia até as cidades fortificadas (2º Reis
18.8).
A Profunda Tristeza
de Ezequias
Quando Senaqueribe, rei da Assíria, pelos mensageiros,
afrontou Ezequias e seu povo colocando à prova sua confiança no Eterno e o
próprio Deus (Eis que declara o rei: Não deixe que Ezequias vos engane, porque
ele não será capaz de vos livrar da minha mão, tampouco vos convença Ezequias a
depositar toda a vossa confiança em Deus, argumentando: ‘O Senhor, com toda a
certeza, nos salvara e esta cidade não será entregue nas mãos do rei da
Assíria’ – 2º Reis 29-30).
Ezequias rasgou as suas vestes e cobriu-se de pano de saco
em sinal de profunda tristeza e entrando na Casa do Senhor clamou: “Mas agora
Eterno, nosso Deus, livra-nos de sua mão, te suplico, e que todos os reinos da
terra saibam que só tu Senhor é Deus” (2º Reis 19.19) e a resposta do Eterno
chegou:
“A virgem, a filha de Sião, te despreza e zomba de ti, a
filha de Jerusalém meneia a cabeça atrás de ti. A quem insultante, blasfemaste?
Contra quem elevaste arrogantemente a voz e olhaste com desdém? Contra o Santo
de Israel. Por meio dos teus mensageiros ofendestes o Senhor…” (2º Reis
19.21-23)
Deus os feriu enviando um anjo e matou seu exercito (cento e
oitenta e cinco mil guerreiros), livrando Judá (2º Reis 19-35-37). Ezequias
teve muitas riquezas (2º Crônicas 32.27-29). Foi em seu reinado também que se
bloqueou o manancial superior da fonte de Giom e mandou canalizar água para
parte oeste da cidade de Davi.
Depois de tudo isso, Ezequias ficou muito enfermo, ele
estava com úlcera, estando prestes a morrer. Isaías foi visita-lo e orientou
que ele deixasse tudo em ordem, pois realmente não tinha muito tempo de vida.
Contudo, Ezequias orou a Deus dizendo: “Lembra-te, ó Eterno, de quem eu sou e
do que realizei. Tenho vivido honestamente diante de ti, o meu coração tem sido
íntegro e constante, vivi para te agradar e fazer o que desejavas”.
Tendo dito essas palavras Ezequias chorou amargamente.
Então, Isaías retornou a presença de Ezequias com uma resposta da parte de Deus
e disse que ele seria curado, pois naquele momento o Senhor havia dito que
ouvindo a oração de Ezequias concederia a ele esse milagre.
O Eterno acrescentou para Ezequias mais quinze anos de vida.
Como sinal que Deus cumpriria o que havia prometido, Ezequias pediu que a sombra
do sol recuasse dez graus, então Isaías orou e o sinal milagroso foi realizado
(2º Reis 20.1-11).
Ezequias versus
Babilônia
Logo depois o rei da Babilônia mandou uma carta e um
presente para Ezequias por ter ouvido sobre a sua enfermidade, Ezequias ficou
contente e apresentou aos mensageiros do rei o palácio e lhes mostrou todas as
riquezas do seu reino.
Mais tarde o profeta Isaías perguntou quem eram aqueles
homens e quando ouviu que haviam vindo da Babilônia, ele perguntou o que
Ezequias havia mostrado e ele respondeu dizendo que não havia ocultado nada.
Sendo assim, Isaías disse: “Ouça o que o Eterno tem a dizer: ‘Virá o dia em que
tudo quanto pertence a você e tudo que seus antepassados deixaram como herança
será levada para a Babilônia, não restará nada’. É o Eterno quem está dizendo.
Ele não deveria ter aquela atitude. Pior ainda, alguns dos seus descendentes
serão levados para servir de eunucos no palácio do rei da Babilônia”.
Ezequias afirmou a Isaías que se a palavra vinha do Eterno,
então era boa, mas ele pensava “isso não vai acontecer enquanto eu estiver
vivo. Terei paz e segurança enquanto viver” (2º Reis 2.12-19).
O livro de Crônicas relata também que Ezequias por um
momento deixou-se dominar pelo orgulho e não correspondeu à misericórdia com
que foi agraciado, por esse motivo o Senhor irou-se e a ira se pôs sobre ele e
toda Judá, mas como Ezequias se humilhou reconhecendo a sua atitude arrogante,
assim como o povo, a ira do Senhor não veio sobre o reinado de Ezequias,
portanto de fato ele teve paz e segurança enquanto viveu.
A morte de Ezequias
Ezequias repousou com seus antepassados e foi sepultado na
colina onde estão os túmulos dos grandes reis, descendentes de Davi. Todo Judá
e o povo de Jerusalém prestaram-lhe as mais expressivas homenagens fúnebres.
(2º Crônicas 32.33).
Conclusão
Primeiro, sabemos que o Manasses, sucessor de seu pai,
Ezequias, não foi um bom rei, isso nos mostra mais uma vez que o nosso coração
e caráter diante de Deus “são individuais”, pois mesmo com os exemplos reais em
sua frente, o filho optou por outro caminho. Cada deverá prestar contas de si
mesmo num dia a Deus.
As bênçãos de Deus estavam sob Ezequias porque o seu coração
estava no Senhor, mas da mesma forma a Palavra diz que ele foi provado em
determinado momento: “Contudo, quando os embaixadores dos príncipes da
Babilônia lhe foram enviados para se informarem do prodígio que se dera naquela
nação, Deus o desamparou, a fim de prova-lo e deixar transparecer tudo o
que havia no mais profundo do seu coração” (2º Crônicas
32.31), e assim é com a gente também.
A benção não vem por mérito, mas por graça. Quem somos nós
para sermos dignos de ser abençoado? Contudo, nada nos isenta de sermos
provados e não há nada de ruim nisso, pois é uma oportunidade para forjar nosso
caráter e nos aperfeiçoar.
A benção de Deus na prova também. Deus abençoe você e que
assim como Ezequias, tudo quanto estiver em suas mãos para ser feito, seja
abençoado pelo Senhor, o seu Deus e Pai, esteja com o coração sempre rendido a
Ele.
Extraído de:
https://projetogospel.com/historia-de-ezequias-estudo-sobre-o-rei-ezequias/
Ezequias – o Homem Que Confiava em Deus
Wolfgang Bühne
“No terceiro ano de Oséias, filho de Elá, rei de Israel,
começou a reinar Ezequias, filho de Acaz, rei de Judá. 2Tinha vinte e cinco
anos de idade quando começou a reinar e reinou vinte e nove anos em Jerusalém;
sua mãe se chamava Abi e era filha de Zacarias. 3Fez ele o que era reto perante
o Senhor, segundo tudo o que fizera Davi, seu pai”. 2Reis 18.1-3
O Rei Ezequias é um dos reis de Judá, ao lado de Josias, em
cujo reinado Deus concedeu um reavivamento impressionante. Isso aconteceu numa
época em que o juízo de Deus já havia sido comunicado ao povo através dos
profetas Oséias e Isaías e que se cumpriu através dos babilônios poucas décadas
depois da morte de Ezequias.
No entanto, pouco antes do ocaso, Judá teve esse
reavivamento espiritual, uma reforma radical e abrangente. É isso que nos
relatam os livros de Reis (2Rs 18-20) e de Crônicas (2Cr 29-32), além do profeta
Isaías (Is 36-39).
Estima-se que Ezequias reinou nos anos 715-686 a.C. (alguns
consideram o período de 726697 a.C.), em todo o caso, foi a época em que grande
parte do Reino do Norte – Israel – devido à sua idolatria, havia sido levado
cativo pelos assírios. Assim, era um período de opressão espiritual e de
insegurança, com perspectivas de um futuro deprimente.
É interessante observar que, nos livros de Reis e de
Crônicas, a vida de Ezequias é relatada sob perspectivas diferentes:
O livro de 2Reis ressalta as reformas políticas e morais
implementadas por Ezequias, enquanto 2Crônicas relata detalhadamente sobre a
purificação do Templo e o restabelecimento dos cultos, incluindo a festa da
Páscoa, aspectos estes que são totalmente omitidos em 2Reis.
Despertamento no fim dos tempos do povo de Deus
A história de Ezequias é especialmente atual e desafiadora
porque nós – Igreja do Novo Testamento – nos encontramos igualmente no fim dos
tempos. Esta começou notadamente por ocasião do Pentecoste, porém– se
observarmos corretamente os sinais dos tempos – atualmente se encontra no
último estágio.
Já no Século XVI, Martinho Lutero escreveu um ensaio
alertando sobre a apostasia no Cristianismo da sua época.
Já no Século XVI, Martinho Lutero escreveu um ensaio (“Von
der babylonischen Gefangenschaft der Kirche” - “Sobre o Cativeiro Babilônico da
Igreja”), alertando sobre a apostasia no Cristianismo da sua época. Quanto mais
temos motivos hoje para alertar contra as influências liberais, esotéricas e de
fanatismo que ocorrem em igrejas que se denominam “evangélicas”!
Mesmo assim, são poucas as personalidades conhecidas que
falam em um reavivamento mundial, de uma futura “segunda reforma”, da
“transformação” de povos e nações inteiras ao Cristianismo, etc.
Já há vinte anos, o missiólogo C. P. Wagner, que se auto-denomina
“apóstolo” do Cristianismo atual – profetizava que, até que ele morresse,
haveria “18 milhões de cristãos na Turquia!”[1]
Além disso, não faz tanto tempo que a organização evangélica
mundial “AD 2000”, juntamente com a organização católica “Evangelização 2000”,
pretendiam oferecer “um mundo majoritariamente evangelizado” como presente a
Jesus no Seu 2.000º aniversário.
Naquela época havia vários “profetas” dizendo que “Deus quer
que nos preparemos para o maior avivamento de todos os tempos” e , na opinião
deles, “esta é a melhor época, de todos os tempos, para viver com Deus”.
Se, porém, analisarmos com seriedade a situação das igrejas
que se consideram evangélicas, pelo menos no mundo ocidental, precisamos
concluir que, na maioria dos países, o testemunho cristão está extinto ou sob
ameaça de extinção.
No entanto, isso não deve ser motivo de resignação. Apesar
de que, nas cartas do Novo Testamento, não haja promessas de um avivamento
global para os tempos finais, mas uma tendência para a apostasia, mesmo assim
Deus pode, a qualquer tempo e em qualquer lugar, promover avivamentos locais e
que podem se expandir. É exatamente isso que podemos aprender da história de
Ezequias e também de Josias, em cujas épocas – no fim dos tempos de Israel –
Deus concedeu esses avivamentos impressionantes e imprevisíveis.
Um exemplo atual da ação de Deus é a China onde, na nossa
opinião, estamos observando o maior avivamento de todo o mundo.
Um exemplo atual para isso é a China onde, na nossa opinião,
estamos observando o maior avivamento de todo o mundo e que, no entanto, ocorre
sem grandes alardes e que talvez nem seja observado pelos próprios cristãos na
China, porque eles somente conseguem acompanhar o desenvolvimento espiritual de
seu imenso país em âmbito apenas regional. Lá
não existem – pelo menos oficialmente – publicações ou
informativos cristãos que relatem sobre o avivamento nas diversas províncias e
que, por exemplo, apresentem estatísticas sobre o enorme crescimento da chamada
“Igreja Subterrânea”.
“Tempestade tropical” inesperada e repentina
É significativo que o avivamento à época de Ezequias,
aparentemente, ocorreu sem que tivesse havido um histórico anterior de vida
espiritual do povo de Deus. Ao menos não lemos nada sobre reuniões de oração
públicas ou secretas que muitas vezes acontecem durante anos antes de um
avivamento. Podemos observar isso diversas vezes na história posterior da
Igreja, porém, não parece ter sido o caso no fim dos tempos de Israel. Fica a
impressão que não havia nenhuma condição de prognosticar esse avivamento, mas
que ele lembra uma repentina “tempestade tropical”, como Martinho Lutero, em
1524, a retratou acertadamente e de modo impressionante:
Queridos alemães, comprem enquanto o mercado está com portas
abertas; recolham enquanto houver o brilho do sol e tempo bom; aproveitem a
graça e a Palavra de Deus enquanto estiver disponível! Saibam isto: A graça e a
Palavra de Deus são como uma tempestade tropical e que não volta mais para o
lugar onde ela já passou. Ela esteve com os judeus; no entanto, o que passou,
passou, agora eles não tem mais nada. Paulo a levou para a Grécia. O que
passou, passou; agora eles têm o turco. Roma e a terra latina também a tiveram;
o que passou, passou, agora eles têm o Papa. E vocês, alemães, não pensem que a
terão para sempre, pois, a ingratidão e o desprezo não permitirão que ela
fique. Por isso, apanhem e segurem aqueles que conseguem apanhar e segurar!
Mãos preguiçosas devem ter um ano difícil.[4]
Condições desfavoráveis
Ezequias cresceu em um ambiente ímpio. Seu pai Acaz foi um
rei extremamente cruel e ímpio. É inimaginável que o seu filho tenha sido
preparado com uma formação especial “bíblica” para suas futuras atribuições.
Somente a menção expressa do nome da mãe Abi (abreviatura do nome Abijah [“Deus
é meu pai]) e do pai desta, Zacarias (“o Senhor lembra”) parecem indicar que,
por parte da mãe, pode ter havido uma influência positiva.
Isso seria um grande consolo e um incentivo para as mães
que, ao lado de pais não crentes ou não espirituais, educam os filhos para o
Senhor e os preparam para que se tornem discípulos de Jesus.
Ainda assim, por razões que nós desconhecemos, o filho do
ateu Acaz recebeu o nome “Ezequias” (“Deus é minha força”) quando nasceu e, de
fato, Ezequias posteriormente viveu de modo que honrou o nome de Deus – ele
confiava em Deus!
“Confiou no Senhor, Deus de Israel, de maneira que depois
dele não houve seu semelhante entre todos os reis de Judá, nem entre os que
foram antes dele” (2Rs 18.5).
Esse rei, cuja confiança em Deus não foi superada por nenhum
outro rei entre o povo de Deus, de fato, deveria incentivar-nos ao estudo e à
imitação!
Outra peculiaridade na vida de Ezequias é que, quando clamou
ao Senhor, sua vida foi acrescida de exatos 15 anos. Como confirmação para
isso, Deus fez a sombra do relógio solar retroceder 10 graus.
Finalmente Ezequias é um dos poucos reis que, ao término de
sua vida, não estava marcado por pecados ou idolatria, mas pelas “boas obras”.
Ele não morreu “sem ser encontrado” (como aconteceu com Jorão, um de seus
antecessores), pelo contrário, ele foi sepultado com honrarias e na presença de
todo o povo (2Cr 32.32-33).
Avivamento sempre ocorre por graça
Destas poucas observações, vistas até agora, podemos
aprender que o avivamento sempre é uma manifestação da graça de Deus. Não é
possível organizar um avivamento. Não há uma fórmula confiável para tanto, ao
contrário do que algumas personalidades, tanto da história recente como da
história antiga da Igreja, tentaram comprovar inutilmente.
O avivamento sempre é uma manifestação da graça de Deus. Não
é possível organizar um avivamento. Não há uma fórmula.
O avivamento sempre é uma dádiva de Deus. Às vezes é uma
resposta de Deus às orações insistentes e intensivas, porém, outras vezes é uma
“chuva passageira” não programável. Isso pode nos trazer esperança e nos
encorajar, também em nossa época em que as circunstâncias externas e a situação
do povo de Deus apontam para qualquer outra coisa, menos para um avivamento.
Preguiça, mornidão, indiferença e conformação ao mundo são
características marcantes entre os cristãos na Europa. Livros do mercado
evangélico como “Gottesdienst ohne Mauern” (Cultos sem muros”) ou “Die Welt
umarmen” (“Abraçar o Mundo”, ambos os títulos em tradução livre) sem querer
descrevem a situação atual das igrejas também em nosso país e que foi descrito
acertadamente por A.W.Tozer, há mais de 50 anos:
Fomos criados para nos relacionarmos com anjos, arcanjos e
serafins, sim, com o próprio Deus que criou a todos – fomos chamados para
sermos como águias voando livremente pelos ares, mas que, agora, afundamos a
ponto de estarmos ciscando ao lado de galinhas comuns nos quintais das fazendas
– isto, assim eu penso, é o pior que poderia ter acontecido a este mundo”.[5]
Ou, ainda, não menos drasticamente:
Uma igreja debilitada arremeda um mundo forte a se divertir
com pecados astuciosos – para a sua própria vergonha eterna.[6]
Atualmente, como cristãos, em nossa latitude é mais comum
presenciarmos “momentos sublimes de inutilidade” do que algum sinal de
avivamento. No entanto, um monte de esterco pode se tornar em adubo para uma
grande área de lavoura. Por isso, a história de Ezequias deveria nos encorajar
para “esperar grandes coisas de Deus e fazer grandes coisas para Deus”, como
disse, fez e vivenciou William Carey, o missionário pioneiro na Índia.
O fim dos tempos nunca deve ser motivo de resignação ou
servir de álibi para a indolência. Muito menos serve de calmante para a
desobediência!
“Em cada crise há uma oportunidade”. Nos últimos anos
ouve-se constantemente essa afirmação, vinda de todas as direções – tanto de
políticos como também de executivos economistas. Por isso, o baixo nível
espiritual ou as atuais crises nas igrejas deveriam ser um incentivo, não para
investir em “piedosas bolhas de ar”, mas para voltar às raízes e aos sólidos
fundamentos da nossa fé.
A importância de modelos espirituais
A sabedoria popular diz que “figuras moldam”. Da mesma
forma, um modelo pode marcar e influenciar o curso de uma vida. Ezequias tinha
um modelo, um parâmetro para sua vida, no qual ele podia e queria se orientar e
comparar. Era um modelo que o ajudou a fazer aquilo que era certo aos olhos de
Deus:
“Fez ele o que era reto perante o Senhor, segundo tudo o que
fizera Davi, seu pai” (2Rs 18.3)
Como o seu pai físico, o rei Acaz, era um homem ímpio e,
assim, inadequado para marcar positivamente a vida espiritual de seu filho,
Ezequias procurou por orientação entre seus antepassados e encontrou Davi, o
rei de Israel, o “homem segundo o coração de Deus”.
É uma bênção quando se encontra, no pai físico, um modelo e
alguém que orienta nos caminhos de Deus. É o que lemos, por exemplo, no caso do
rei Azarias que foi marcado positivamente pelo seu pai Amazias (2Rs 15.3).
Sobre Amazias, a Bíblia relata:
“Fez ele o que era reto perante o Senhor, ainda que não como
Davi, seu pai; fez, porém, segundo tudo o que fizera Joás, seu pai” (2Rs 14.3).
Quando eu era um cristão jovem, fiquei muito impressionado
com uma cena que Wilhelm Busch descreveu na biografia de seu irmão: “Johannes
Busch – ein Botschafter Jesu Christi” (“Johannes Busch – um Mensageiro de Jesus
Cristo”, em tradução livre).
Os dois filhos estavam, em pé, junto ao esquife de seu pai –
Wilhelm com 24 anos de idade e Johannes com 16 anos. Eles estavam se despedindo
de um homem, o seu amado pai, pastor e famoso evangelista e que foi um
brilhante modelo para eles:
Nós dois ficamos por muito tempo, quietos, junto ao esquife.
Então nos damos as mãos, ao lado do esquife, numa aliança silenciosa: Queríamos
absorver a herança do pai, queríamos amar ao Salvador.[7]
Essa cena é uma ilustração comovedora para as palavras de
Provérbios 17.6: “...a glória dos filhos são os pais”.
Que grande bênção é para nossos filhos quando, como pais e
mães, podemos lhes deixar tal herança! Provavelmente a maioria dos pais não
imagina quão precioso é esse presente que eles proporcionam para toda a vida a
seus filhos e filhas, quando estes, já em tenra idade, podem amar e viver com o
seu “pai herói”.
Entrementes, minha esposa Ulla e eu nos tornamos avós de um
número crescente de netos. Para nós sempre é uma experiência especial quando
observamos como os pequenos olham admirados para o seu pai quando ele se
destaca em alguma atividade esportiva ou em brincadeiras ou também em suas
atitudes durante o dia-a-dia. (Naturalmente, o mesmo é verdade para as mães!).
Temos a convicção que tais experiências são uma influência
muito positiva para a saúde espiritual e psicológica dos filhos e, de fato, representam
um “adorno” ou “tesouro” de valor inestimável para toda a vida deles.
Hoje há muitos jovens cristãos à procura de modelos na
família ou na Igreja e se decepcionam quando não os encontram.
Hoje há muitos jovens cristãos à procura de modelos na
família ou na Igreja e se decepcionam quando não os encontram ou não
correspondem às suas elevadas expectativas. No entanto, podemos consultar nossa
lista de “antepassados espirituais” e estudar as biografias de homens e
mulheres cuja vida foi exemplar, desafiadora e orientadora.
Oswald Sanders expressou isso muito bem:
Se estiver certo que podemos conhecer uma pessoa pelos
amigos que ela tem, então também é possível reconhecê-la através da leitura de
sua biografia, pois ela reflete a sua fome interior e o seu desejo. (...) Para
um líder, as biografias sempre são emocionantes porque elas transmitem
personalidades. Nenhum outro gênero literário é capaz de transmitir melhores
ensinamentos sobre os caminhos de Deus para a sua gente, além da Bíblia. Não é
possível ler sobre a vida de grandes homens e mulheres sem que isso provoque
entusiasmo e surja o desejo de uma realidade semelhante.[8]
Cito apenas alguns exemplos de como a leitura de diários e
biografias influenciou decisivamente a vida de muitos cristãos:
- Os diários de David Brainerd inspiraram e incentivaram,
entre outros, a Jonathan Edwards, John Wesley, William Carey, Henry Martyn,
David Livingstone e Jim Elliot;
- A biografia de George Whitefield deixou marcas
inextinguíveis em C.H. Spurgeon e em Georg Müller;
- Através dos diários de Georg Müller, por sua vez, Hudson
Taylor e muitos outros adquiriram ânimo para se dedicar às Missões, unicamente
na confiança em Deus;
- E quem consegue contar quantos homens e mulheres, da nossa
geração, que foram desafiados a ter uma vida dedicada a Jesus, baseados no
diário de Jim Elliot: “À Sombra do Altíssimo”?
O modelo de vida decisivo
Contudo, na avaliação de boas biografias, não devemos e não
queremos nos tornar “luteranos”, “calvinistas”, “menonitas”, “wesleyanos”,
“metodistas” ou outros “...istas”. Também a vida e a obra desses homens devem
apontar para o nosso Senhor Jesus – cuja vida e exemplo deve ser e permanecer
como o único “modelo original” perfeito para nossas vidas. Assim como Ezequias
não se contentou apenas com os antepassados tementes a Deus, como Asa, Josafá,
etc, mas tomou a Davi como modelo, assim também nós – na apreciação de nossos
pais e mães espirituais – devemos permanecer “olhando firmemente para o Autor e
Consumador da fé, Jesus...” (Hb 12.2). (Wolfgang Bühne - chamada.com.br)
Extraído de:
https://www.chamada.com.br/mensagens/ezequias.html
FONTE :





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